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Resenha sobre o artigo “TIKTOK E MÚSICA POP: RELAÇÕES ENTRE MÍDIA, PLATAFORMAS E PRODUÇÃO DE CONTEÚDO NO MEIO DIGITAL” Publicado na Revista Tropos: Comunicação, Sociedade e Cultura, v.10, nº1, edição de Julho de 2021 por Flávio Marcílio Maia e Silva Júnior Gabriel Bruck Machado ¹ Flávio Marcílio Maia e Silva Júnior é Mestre em comunicação pela Universidade Federal de Sergipe, tendo como tese de dissertação do mestrado a “Música em Fluxo: Transformações na indústria fonográfica a partir do Streaming''. Além disso, o autor é graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Alagoas. Uma ampla formação no campo musical culminou na escrita do artigo :“TikTok e Música Pop: Relações entre mídia, plataformas e produção de conteúdo no meio digital” publicado na revista Tropos: Comunicação, Sociedade e Cultura. A tese do autor é apresentar as mudanças promovidas na música, principalmente as do gênero pop, pela internet. A ênfase do artigo é a ação mediadora das redes sociais no processo de acesso à música, fenômeno chamado de plataformização (VAN DIJCK, 2019); (VALENTE, 2020); Diante disso, estabelece uma reflexão crítica sobre como é realizada a monetização da criatividade dentro dos aplicativos sociais, em especial o Tik Tok. A estrutura do texto é organizada nos seguintes tópicos: Introdução; da tv para a internet um percurso da música pop; influência “tiktoker”; monetização, audiência e criatividade; e considerações finais. Na introdução, o autor aponta a relevância global do aplicativo Tik Tok. Essa importância é justificada pelo impacto em downloads obtidos pela rede social, somente no primeiro trimestre do ano de 2020 foram dois bilhões de download. Já no Brasil, em 2020, foram sete milhões de usuários acessando em média sessenta minutos por dia (Nova rede social em números: Tik Tok no Brasil, Oberlo). Os vídeos do Tik Tok utilizam-se de muita criatividade tornando-se um espaço de entretenimento pautado pelo extenso uso de músicas. A partir da relação música e tiktok é realizada a análise entre gênero musical pop e a produção de conteúdo nas redes sociais, destacando como os usuários e artistas posicionam-se dentro das plataformas. No tópico “Da TV para internet um percurso da música pop” é abordado os três principais momentos da trajetória da música pop, o primeiro momento começa pela década de 80 com a criação da MTV( Music Television), o segundo momento começa nos anos 2000 com a criação do Youtube e o terceiro momento começa com a criação das redes sociais como Instagram e o Tik Tok . O primeiro período ocorreu na década de 80 e foi marcado pelo crescimento da TV a cabo nos EUA impulsionando o consumo de música através do modelo de videoclipes, sendo o principal canal a MTV. O segundo período ocorreu durante os anos 2000, o fluxo de consumo da música pop migrou para internet com a plataforma Youtube. A princípio essa rede social contava com a publicação de vídeos amadores, filmagens não oficiais, um estilo de produção feita pelos próprios usuários. Em seguida, a plataforma foi consolidando o mercado, até que os próprios artistas decidiram divulgar e vender seu trabalho na rede. O impacto disso verifica-se pelo tamanho da audiência do Youtube, metade dos usuários logados no site consomem mais de 10 minutos de conteúdo musical por dia (Google Discovery | Tudo sobre o Google). O terceiro período ocorreu a partir de 2010 com o avanço tecnológico promovido pelos smartphones. A invenção dos aplicativos, em destaque ao instagram e ao TikTok, promoveram a ideia de um estilo de vida pop, as músicas ganham destaque nos conteúdos pelo seu caráter performático e criativo como por exemplo as danças tornando-se virais. No tópico “A influência do Tiktoker” é abordado como produção de conteúdos do nas redes sociais, em especial o TikTok, transforma relação do usuário com a música. As plataformas proporcionaram uma mudança de paradigma, os conteúdos deixam de ser consumidos passivamente para serem produzidos pelos próprios usuários. Exemplo disso são os desafios, duetos, paródias e demais formas de engajamento. Sendo assim, é a própria interação orgânica dos usuários que impulsiona as tendências. Segundo Soares (2018, p.28) “as performances ao vivo, os videoclipes, os shows musicais, as performances íntimas dos fãs nos quartos, nos vídeos de celulares que dispõem na internet seriam um ponto de partida para o que podemos chamar de estilo de vida vinculado a uma lógica pop”. Um exemplo disso é a música Streets da cantora Doja Cat, devido a challenge (desafio) viralizou no TikTok influenciado posteriormente na escolha do design oficial do clipe da música. No tópico “A monetização dentro da plataforma TikTok”, o autor aborda como as redes sociais lucram com a criatividade dos usuários, para isso discorre sobre o comportamento dentro da plataforma. No TikTok os usuários não agem somente como consumidores passivos de conteúdo, mas também atuam diretamente como produtores. Portanto, a indústria cultural encontrou uma forma de monetizar a criatividade, não precisando contratar funcionários para preencher a plataforma com conteúdo. “Quanto mais base de usuários, maiores as chances de reprodução do conteúdo oferecido. Neste sentido, a própria audiência cumpre o papel de garantir a circulação do valor gerado pela produção musical alicerçado nos engajamentos das Hashtags Challenges e os duetos” (LONCOMILLA, 2020, p. 13). Além disso, o conteúdo visualizado dentro do aplicativo impulsiona a venda das músicas em serviços de Streaming como Spotify e Resso. Por último, o autor apresenta as suas considerações finais. Mesmo diante das polêmicas nos EUA, devido o Tik Tok ser da empresa chinesa ByteDance, o aplicativo tem se consolidado no mercado e alcançado base de usuários cada vez maior. Diferentemente do Youtube e Instagram, é mais propício a produção de conteúdo musical original, feito na própria plataforma. Ainda não se sabe quais serão as transformações da comunicação, mas cabe destacar a importância dessa rede social. A partir da leitura do artigo cabe ressaltar pontos pertinentes ao texto. O artigo é dividido com clareza, apresentando bem a cronologia do mercado de música pop começando pela tv até as redes sociais. Apesar disso, não é explicitado em nenhum momento qual seria a definição do que é a música pop e suas semelhanças ou diferenças com outros gêneros na comercialização dentro das plataformas. Embora destaque os elementos essenciais e diferenciais do TikTok com relação ao youtube e instagram, não menciona uma mudança crucial promovida pela TikTok que é a redução do tempo dos vídeos, os conteúdos deixam de ser clipes de até 10 minutos para pequenos curtas de até 30 segundos. Ao não ressaltar esse ponto, também não é possível saber qual impacto essa mudança promoveu no mundo da música. Portanto, considerando as ressalvas, o texto é essencial para compreensão das mudanças no mercado da música, em especial a pop. ¹ Gabriel Bruck Machado é aluno do 6º período do curso de ciências sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
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