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GESTÃO TRANSPORTE DE VALORES Livro-Texto Unidade II

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Unidade II
Unidade II
5 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
5.1 Sistemas e tecnologias da informação nos transportes
A utilização de recursos de tecnologia é uma das melhores formas de administrar os custos, além de 
ser um meio de proporcionar valor agregado a um produto (MANDARINI, 2005).
A TI corresponde a um conjunto de atividades auxiliadas por recursos de computação destinadas a 
transmitir, armazenar e acessar dados com segurança.
Nos dias de hoje, é quase impossível imaginar uma operação de negócio sem o emprego da TI. 
Seu emprego tem sido fator de sucesso na manufatura, nos serviços e nas atividades comerciais 
(BORSCHIVER; SILVA, 2016).
 Saiba mais
A fim de obter informações adicionais a respeito do tema, leia as páginas 
233-260 do seguinte livro:
RAZZOLINI FILHO, E. Transporte e modais: com suporte de TI e SI. 
Curitiba: Ibpex, 2007.
E a obra:
BORSCHIVER, S.; SILVA, A. L. Technology roadmap: planejamento 
estratégico para alinhar mercado-produção-tecnologia. Rio de Janeiro: 
Interciência, 2016.
Segundo Borschiver e Silva (2016), as tecnologias digitais, também chamadas de Tecnologias da 
Informação e Comunicação (TIC), ou simplesmente Tecnologia da Informação (TI), trouxeram um 
novo paradigma comum para nossa sociedade. Essa nova sociedade é alicerçada em um conjunto de 
recursos formado por hardwares, softwares, bancos de dados e redes de computadores que, associados 
a procedimentos, inovações e métodos, reinventaram o fluxo da informação, criaram novos negócios e 
tornaram obsoletos outros tipos de empresas.
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
Ranzzolini Filho (2007) cita que, com a evolução da TI, ocorreu a diminuição dos custos relativos à 
apropriação e à manutenção de informações. A TI auxilia todos os sistemas de gerenciamento empresarial 
e, especificamente no caso dos transportes, além da maximização de lucros, traz confiabilidade e 
segurança a todas as atividades de recebimento, entrega e armazenagem das mercadorias.
Podemos afirmar que foi na segunda metade do século XX, com o desenvolvimento dos computadores, 
que a TI começou a mudar de fato a vida das pessoas. Eleuterio (2015) chama esse fenômeno de 
revolução da informação.
Para Nazário (1999),
 
os sistemas de informações logísticas funcionam como elos [entre] as 
atividades logísticas em um processo integrado, combinando hardware e 
software para medir, controlar e gerenciar as operações logísticas. Estas 
operações tanto ocorrem dentro de uma empresa específica, bem como ao 
longo de toda [a] cadeia de suprimentos.
Os Sistemas de Informação Logísticas (SIL) e os Sistemas para Rastreabilidade Veicular, também 
chamados de Sistemas de Transporte Inteligente (STI), são as ferramentas digitais de uso mais intensivo 
nos sistemas de transporte. Elas permitem o acompanhamento do transporte e o posicionamento 
veicular em tempo real.
Devemos ressaltar que o objetivo inicial desses sistemas era monitorar o veículo, desviando-o de 
congestionamentos e das zonas de restrição veicular nos centros urbanos. No estágio atual, é possível 
obter muitas informações, como velocidade de deslocamento, tempo de paradas, previsão de chegada etc.
 Lembrete
As chamadas zonas de restrição usam inicialmente faixas exclusivas de 
vias ou áreas de centros urbanos, onde o transporte público é uma sugestão 
de alternativa à direção de carros particulares, e têm como objetivo principal 
reduzir o fluxo de veículos por meio da cobrança de pedágio ou de multa.
 Saiba mais
Para conhecer as zonas de restrições de circulação para caminhões na 
cidade de São Paulo, visite:
COMPANHIA DE ENGENHARIA DE TRÁFEGO (CET). Locais com restrição 
ao caminhão. [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/38MRLkC. Acesso em: 
30 ago. 2021.
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Unidade II
Para conhecer os tipos de restrições e as cidades em que elas existem no 
estado de São Paulo, visite:
SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGAS DE SÃO PAULO 
E REGIÃO (SETCESP). Restrições de circulação na GRMSP – veículos de carga. 
2018. Disponível em: https://bit.ly/38pUIYm. Acesso em: 30 ago. 2021.
São encontrados no mercado alguns STI, como, por exemplo, o Control Loc®, que é indicado para 
o monitoramento on-line e o rastreamento em tempo real de veículos. Esse tipo de sistema permite a 
gestão e o total controle da frota por meio do acompanhamento das operações de distribuição.
Também há vários dispositivos que permitem o rastreamento de veículos e de carga. Um deles é o 
GPS Mobile Load, dispositivo de localização, menor do que um maço de cigarros, que pode ser colocado 
com as cargas. Trata-se de um dispositivo muito utilizado pelas indústrias farmacêuticas, pois ele pode 
ficar entre as caixas transportadas e possibilita saber, via internet, por um telefone celular, se a carga 
está no percurso programado.
Todos esses sistemas utilizam a rastreabilidade veicular, via satélite, representado na figura a seguir. 
A localização pode ser feita por um GPS (e sua rede composta de 32 satélites), por um GPRS ou por 
radiofrequência (RF).
Veículo com GPS/
GPRS/RF
Computador ou celular 
com GSM ligado à 
internet
Central de 
servidores
Antena receptora
32 satélites
Figura 17 – Funcionamento do rastreador veicular
Adaptada de: Bertaglia (2009, p. 313).
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
 Lembrete
O Global Positioning System (GPS) fornece o posicionamento global. 
O General Packet Radio Services (GPRS) é responsável por transmitir todas 
as informações recebidas pelo satélite (GPS) para um servidor, isto é, para 
um computador em algum lugar. O rastreamento por radiofrequência (RF) 
é um sistema de localização por frequência de ondas de rádio.
O GPS funciona pela leitura da geolocalização por meio da rede mundial de 32 satélites que orbitam 
a Terra. Com isso, é possível obter a localização em qualquer lugar do mundo a todo momento.
Já o GPRS é uma tecnologia de transmissão de dados por pacotes (comutação por pacotes) que 
utiliza um chip semelhante àquele dos celulares para fazer o rastreamento. Esse rastreador recebe todas 
as informações via satélite utilizando as tecnologias GPS/GPRS e, em seguida, transmite os dados para 
os servidores, que disponibilizam via computador, ou celular, a posição da carga em tempo real.
Enquanto isso, o rastreamento por radiofrequência (RF) é um sistema de monitoramento via rádio. 
Trata-se também de um recurso indicado para proteger veículos pesados de forma mais eficiente, pois 
esse tipo de tecnologia possibilita a visualização da posição geográfica com menor interferência de áreas 
de sombras. O problema é que o veículo precisa estar próximo a áreas com antenas receptoras de rádio. Tal 
sistema é muito requisitado pelas seguradoras caso a empresa não tenha uma central de monitoramento 
e/ou de gerenciamento de carga ou frota. Eleuterio (2015) informa que tal sistema entrou em uso em 
1978 graças a um programa conjunto entre quatro países colaboradores (atualmente, são 36).
O uso dos sistemas de radiofrequência foi, inicialmente, limitado às forças armadas, mas, com a 
percepção do benefício que essa tecnologia trouxe à sociedade, ela foi incorporada ao uso civil e, hoje, 
está amplamente difundida em nossas vidas.
 Saiba mais
Com o objetivo de conhecer mais a fundo sobre rastreabilidade veicular, 
GPS, GPRS e RF, além dos tipos de GSM, leia:
ELEUTERIO, M. A. Sistemas de informações gerenciais na atualidade. 
Curitiba: Intersaberes, 2015.
Com o emprego desses sistemas, é possível estabelecer parâmetros para o transporte das cargas 
e a movimentação dos veículos. Pode-se alertar o motorista e a empresa transportadora sobre 
comportamentos que não sigam a programação estabelecida ou que impliquem outras intervenções.Como exemplos, temos alertas:
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Unidade II
• de paradas em locais não previstos no roteiro;
• do uso irregular da frota;
• da condução do veículo fora do percurso estabelecido;
• de ultrapassagem do limite de velocidade;
• da necessidade de manutenção.
Os alertas devem ser programados de forma que sejam respeitados os períodos de descanso e 
de alimentação dos condutores. Isso significa que o sistema precisa ser alimentado com dados que 
informem a programação da viagem, os interstícios, o itinerário, os locais para a manutenção preventiva, 
as paradas de descanso, os locais de alto risco etc.
 Observação
Conforme a Lei n. 13.105 (BRASIL, 2015b), interstício é o intervalo de 
descanso. Ele deve ser de pelo menos 8 horas do horário do empregado, 
podendo chegar até 11 horas (8 mais 3 horas) entre uma jornada e outra. 
Ainda, de acordo com a mesma Lei, as paradas para descanso são pequenos 
intervalos ao longo da viagem, a cada 2 ou 3 horas de direção, com duração 
de 15 a 30 minutos.
A finalidade do sistema de rastreabilidade e roteirização de carga é melhorar a logística de distribuição 
e aumentar a segurança no transporte (MANDARINI, 2005). Por meio de rastreadores, é possível controlar 
ou registrar o desempenho do veículo com o uso de dispositivos de alarme e um rádio de voz que alerta 
o motorista sobre a violação de limites de desempenho e outras situações previamente estabelecidas 
pela central de controle.
Existem sistemas que conseguem impedir o deslocamento do veículo para quaisquer atividades que 
excedam o roteiro predeterminado. Nessas situações, o motorista deve entrar em contato com a central, 
justificar a saída da rota e aguardar a liberação para a viagem.
 Observação
O itinerário refere-se à rota principal e a todas as ramificações 
programadas para trajeto de um veículo entre o ponto de expedição da 
carga e o ponto de destino. A manutenção preventiva de frota é executada 
de forma proativa para prevenir que o veículo quebre durante a viagem.
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
Wolf (2018) cita que o computador de bordo ajuda a melhorar a manutenção preventiva, o treinamento 
de motoristas, a atenção no desenvolvimento de todas as ações a serem realizadas e o controle da frota. 
Por meio dele, também pode-se detectar qualquer alteração no desempenho do veículo em termos de 
pressão de óleo ou do funcionamento dos freios, da suspensão etc.
Os registros do computador de bordo podem ser comparados aos das caixas-pretas de aeronaves, 
que apontam de forma abrangente todas as atividades realizadas no trajeto da operação em que o 
veículo está envolvido.
 Observação
A caixa-preta é um aparelho utilizado em aviões que serve para registrar 
as mensagens enviadas e recebidas à torre, as condições do avião, as 
conversas dentro da cabine e as variações da velocidade, da aceleração, da 
altitude e da potência. Trata-se de um item muito consultado em acidentes 
aéreos. Apesar de seu nome, a cor desses equipamentos é laranja, para 
facilitar a localização em caso de acidentes.
Uma empresa que possui computador de bordo em todos os veículos pode utilizar a comunicação 
de rádio não apenas para o rastreamento dos meios de transportes, mas para o envio e o recebimento de 
dados sobre o embarque, o desembarque e a localização do transporte.
Veja o seguinte exemplo: um motorista efetua a entrega ou o recebimento da carga e dispõe de um 
smart label ou de um scanner de mão para o controle da operação. Essa informação é registrada no 
computador de bordo do veículo, que compartilha os dados com a central de controle em tempo real.
 Lembrete
Smart labels são etiquetas inteligentes que utilizam a radiofrequência 
(RFID) para compartilhar dados.
Já os scanners de mão são leitores de etiquetas de códigos de barras. 
Os códigos de barras utilizam barras como códigos numéricos, a fim de 
armazenar dados específicos da carga.
Nesse caso, a informação é registrada no computador de bordo, lida no sistema de gerenciamento 
de transporte (TMS) e compartilhada via RFID. Essas atitudes melhoram a qualidade do serviço prestado, 
uma vez que há o compartilhamento das informações do transporte com os stakeholders. Qualquer 
divergência em relação ao que foi previamente programado é acusada imediatamente, e as ações são 
tomadas em tempo real, o que traz maior confiabilidade ao processo.
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Unidade II
5.1.1 Roteirizadores
Os roteirizadores são programas de computador que auxiliam na definição de rotas com o objetivo 
de reduzir o tempo, a distância percorrida e os custos logísticos do transporte.
No mercado, existe um número cada vez maior de softwares destinados à roteirização, que ajudam 
as empresas a planejarem e a programarem os serviços de distribuição de mercadorias.
 Observação
Algumas empresas veem esses programas como elementos de 
aumento de custo, pois, além do valor inicial para seu uso, devem ser 
considerados os custos relativos à manutenção da base de dados e das 
atualizações do software.
Borschiver e Silva (2016) explicam que um sistema mal implantado e mal gerenciado gera vários 
custos e despesas inerentes à sua utilização e administração. Algumas questões devem ser analisadas 
antes da aquisição de um sistema de roteirização, como as destacadas a seguir.
• Quais são os reais problemas a serem solucionados?
• Quais são os tipos de problemas que a aquisição de um sistema pode resolver?
• Quais são os reais objetivos da aquisição do sistema?
• Quais e quantos recursos são disponibilizados na aquisição?
• Quais são as tarefas e as atividades a serem desenvolvidas?
• Quais são os profissionais que devem ser envolvidos no processo?
• O ideal é adquirir um sistema pronto ou desenvolvê-lo?
• Quais são os critérios adotados para a seleção do sistema a ser implantado?
• Qual é o prazo para surgirem os primeiros resultados?
A efetiva concretização dos resultados oriundos da implantação de um sistema de roteirização 
demanda certo tempo, que, na maioria das vezes, é maior do que o desejado pela ausência de 
planejamento para a implantação.
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Máquina de escrever
DEFINIÇÃO DE ROTA = < custos, tempo e distância
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
 Observação
Uma empresa distribuidora de produtos alimentícios que utiliza um 
roteirizador para programar as entregas, orientado por região, horas e dias, 
em que há menor circulação de veículos, terá a redução dos seus custos nas 
atividades com esse tipo de gerenciamento de frota.
Ao adquirir um sistema, as questões identificadas antes da aquisição dos roteirizadores devem 
ser respondidas, para que sejam evitadas frustrações quanto ao seu resultado efetivo. Afinal, ele não 
soluciona todos os problemas existentes, mas pode proporcionar a possibilidade de tomada de decisões 
mais acertadas em função das informações que fornece.
Existe no mercado uma enorme gama de empresas que trabalham com sistemas de roteirização, 
conhecidos como softwares para o transporte logístico e a manutenção de frota. Cabe a elas buscá-los 
de acordo com suas necessidades. Esses sistemas oferecem:
• permissão de monitoramento das cargas transportadas, desde a coleta da mercadoria até a 
sua entrega;
• disponibilização dos comprovantes de coleta, de entrega etc.;
• possibilidade de rastreamento;
• monitoramento de viagens;
• rastreabilidade da carga;
• administração dos horários de partida e de chegada dos veículos da frota;
• gestão de despesas de viagem de motoristas próprios e contratados;
• controle da manutençãoda frota de veículos e dos equipamentos para realização de manutenções 
preventivas e corretivas em oficinas próprias ou contratadas;
• gerenciamento de pneus e de aluguel de veículos e equipamentos.
 Observação
Alguns dos sistemas disponíveis no mercado são: Trucks, Truckstops, 
RoadShow, TransCAD, ROTAcerta e ArcLogistics Route.
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Unidade II
5.1.2 A troca de informação em uma cadeia de suprimentos
A TI é fundamental para a troca de informações entre empresas. Essa prática pode ser realizada por 
meio do Electronic Data Interchange (EDI), também conhecido como intercâmbio eletrônico de dados. 
Ele auxilia a troca eletrônica de documentos padronizados entre parceiros que estão dentro de uma 
cadeia de suprimentos ou entre unidades de uma mesma empresa que estão separadas fisicamente.
Além do EDI, encontramos os sistemas de resposta eficiente ao consumidor (ECR), que trocam 
informações relevantes entre todos os participantes da cadeia, a fim de criar valor ao cliente. Esses 
sistemas envolvem o contato entre fabricantes, atacadistas, varejistas etc., e se baseiam no intercâmbio 
de informações entre eles.
A ideia é que, por meio do compartilhamento de dados, seja possível criar uma cadeia de valor contínua.
Por exemplo, suponha que um fornecedor programe a entrega de uma mercadoria e use o EDI para 
o envio de uma cópia eletrônica da nota fiscal. Conhecendo a nota fiscal do fornecedor, o transportador 
faz a emissão do conhecimento de expedição e envia uma cópia eletrônica aos demais parceiros. 
O cliente recebe as cópias eletrônicas dos documentos mencionados e com isso ele tem as informações 
referentes às mercadorias, transportador, data de entrega, valor etc.
Ranzzolini Filho (2007) afirma que o EDI é uma ferramenta eficiente no gerenciamento de transporte 
de valores: ele auxilia o processo de emissão de pedido de serviço, a emissão de conhecimento da carga 
e o seu manifesto do recebimento, a emissão da nota fiscal que irá acompanhar a carga, a nota fiscal da 
prestação de serviço e a identificação do pagamento da mercadoria e da prestação de serviço.
Outra TI que vale a pena citar é a dos portais corporativos, ou portais de informação empresarial (EIP, 
Enterprise Information Portal), que fornece conteúdos das mais variadas fontes e organizações. Trata-se 
de um instrumento importante para que as empresas compartilhem informações.
 Saiba mais
A fim de conhecer alguns dos sites de portais das transportadoras e 
observar como elas funcionam, acesse:
Disponível em: https://portaldastransportadoras.com.br/. Acesso em: 
30 ago. 2021.
Disponível em: https://guiadotransporte.com.br/. Acesso em: 30 ago. 2021.
Há, ainda, o endereço da Secretaria da Segurança Pública do Estado de 
São Paulo (SSP/SP):
Disponível em: https://www.ssp.sp.gov.br/. Acesso em: 30 ago. 2021.
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
5.1.3 Tipos de softwares usados no gerenciamento de transportes
Vários são os tipos de softwares que podem ser empregados no sistema de transporte. Entre eles, 
podemos citar os que seguem.
• TMS (Transportation Management System): sistema de gerenciamento de transporte.
• WMS (Warehouse Management System): sistema de gerenciamento de armazenagem.
• OMS (Order Management System): sistema de gerenciamento de ordem de pedido ou serviço, 
conhecido como OS.
Uma das ferramentas mais utilizadas pelas empresas em suas atividades logísticas, com a meta de 
melhorar as práticas de transporte, é o TMS (MARTEL; VIEIRA, 2010). Os objetivos de um TMS incluem a 
rastreabilidade do pedido e a produtividade em todo o processo de distribuição.
As características de funcionamento dos TMS são particulares de cada software e variam de acordo 
com o ramo de atuação da empresa transportadora. Em geral, suas soluções são compostas de módulos 
que podem ser adaptados e particularizados para cada cliente.
Os módulos mais comuns encontrados no software TMS são: a gestão de frotas, a gestão de fretes, a 
roteirização, a programação de cargas, o controle de rastreamento e tráfego e o módulo de atendimento 
aos clientes.
A figura a seguir é um exemplo de uma planilha usada no controle de frota, que é um dos módulos 
encontrados nos TMS.
Figura 18 – Planilha de controle de frota
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Máquina de escrever
transporte
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ordens
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armazenagem
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Unidade II
Os objetivos dos softwares de TMS são: o controle de gastos com manutenção, o controle de 
abastecimentos, a determinação dos valores gastos em viagens, a avaliação da evolução dos gastos e a 
determinação dos dados referentes a cada veículo.
Em todos os sistemas de TMS, algumas funções estão presentes, independentemente do desenvolvedor 
do sistema e do tipo de transportadora que irá utilizá-lo. Esses módulos são os mostrados a seguir.
• Cadastro de veículos: são inseridas as informações referentes a cada veículo da frota, como, por 
exemplo, licenciamento, taxas, boletins de ocorrência e comprovantes de pagamentos.
• Manutenção veicular: são inseridas todas as informações ligadas à manutenção do veículo.
• Funcionários terceirizados: são inseridas as informações pertinentes ao cadastro de funcionários 
de terceiros que prestam serviços à empresa.
• Viagens: são inseridas informações sobre a data, o veículo, o local de destino e o consumo.
• Tacógrafos: são inseridas informações sobre o comportamento do veículo durante as viagens 
registradas pelo tacógrafo.
• Pneus e câmaras: são inseridas informações sobre pneus e câmaras, que são essenciais e devem 
ser controlados de acordo com a quilometragem percorrida.
Exemplo de aplicação
Após 30.000 km rodados, os veículos da empresa Bransk estão programados para realizar a 
manutenção periódica de troca de lubrificante e de outros componentes veiculares. Como a companhia 
possui um software de gerenciamento de frota, ela sinalizará ao gestor de transporte quais são os 
veículos que deverão passar por manutenção nos próximos dias.
Com essa programação, antes de os veículos chegarem à empresa, eles serão retirados da programação 
e encaminhados para a área de manutenção ou para as oficinas de apoio. Nesse caso, os motoristas 
responsáveis pelos veículos, ao chegarem à instituição, depois da expedição, serão notificados de que 
deverão levar seus automóveis para a manutenção e, depois, serão direcionados para outras atividades 
ou veículos.
Esse é um exemplo do uso de um sistema TMS.
Observe, no exemplo anterior, que o planejamento e o controle das operações foram realizados 
antes mesmo de o motorista chegar à empresa. Caso haja urgência na disponibilidade do veículo, 
a manutenção poderá ser realizada durante o período de descanso do motorista, deixando assim a 
possibilidade de ele viajar à noite.
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
5.2 Sistema de roteirização de frotas e cobrança de fretes
A TI auxilia na gestão das transportadoras, sendo que a gestão das entregas e dos pagamentos 
(fretes) permitem controlar esses processos, o que contribui para entregas eficientes e ágeis.
 Lembrete
Frete é o valor que se paga por um transporte de mercadorias.
A figura a seguir é uma planilha de gestão de fretes destinada a empresas que terceirizam serviços de 
transporte de carga. Trata-se de um módulo muito usado atualmente pelas transportadoras de valores.
Figura 19 – Gestão de fretes
Com relação à gestão de fretes, qualquer que seja o sistema utilizado, é importante destacar 
o que segue.
• Controle por meio de um cadastro geral: nesse cadastro são inseridas as informaçõessobre 
transportadoras, rotas e taxas, entre outras.
• Tabelas de fretes: elas devem ser separadas por categorias de produtos, características particulares 
e/ou desempenho de transportadoras.
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Unidade II
• Análises e cálculo de fretes: trata-se de análises que possibilitam que a empresa tome a melhor 
decisão sobre futuros colaboradores terceirizados.
• Comparações de fretes: nessa etapa é feita a análise e avaliação dos diferentes preços ofertados 
pelos fornecedores.
• Comparações de modais: nesse tópico deve ser feita a comparação entre os preços dos diferentes 
modais de transporte.
• Rotas: aqui as rotas devem ser sugeridas tendo como base as informações existentes no banco de 
dados e no histórico de viagens.
• Fluxo de informações: é preciso verificar como fazer o fluxo de informações para evitar a falta 
ou a perda de elementos.
• Pagamentos: refere-se à verificação dos pagamentos e dos recebimentos em função dos serviços 
contratados e realizados.
• Conferência documental: diz respeito à verificação dos documentos entregues ou apresentados 
em determinada operação.
 Observação
Há muitas planilhas em Excel® disponíveis no mercado on-line 
para ajudar na gestão de fretes e frotas. Algumas empresas chegam a 
disponibilizar módulos free por tempo limitado. Conhecer as necessidades 
da companhia e testar as ferramentas que auxiliam o controle de operações, 
antes da aquisição, evitam desperdícios de recursos.
Os módulos de roteirização, que podem ser incorporados ao sistema de gerenciamento de frotas, 
têm as seguintes funções descritas a seguir.
• Rotas: armazena o histórico das rotas que são usadas para cada cliente e identifica os melhores 
percursos disponíveis.
• Cargas: auxilia na distribuição dos materiais e dos valores a serem transportados em função da 
carga, da rota e dos índices de ocupação dos veículos.
• Sequência de entregas e de carregamento: possibilita a determinação da sequência de entregas 
e a ordem de carregamento.
• Distribuição: analisa a distribuição a partir dos CD existentes e estabelece o melhor arranjo para 
esse fim de acordo com o sistema.
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
• Tempo: efetua o gerenciamento do tempo de entrega por cliente, identificando as dificuldades 
específicas de cada um deles.
• Reprogramação do TMS: permite que se faça a reprogramação de entrega em função de 
situações inesperadas, como congestionamentos e quebra de veículos, entre outros.
Na figura a seguir, observaremos 5 programações de rotas que podem ser realizadas simultaneamente, 
com todas as entregas demarcadas, tornando o processo mais eficaz. Nela há concentrações de entregas 
e recebimentos dentro de uma mesma área, com a identificação de quilômetros rodados por rota.
Essa roteirização foi feita usando o método de Clarke e Wright, que tem como premissa a redução 
da distância total a ser percorrida e do número total de veículos utilizados.
Vale ressaltar que, na figura a seguir, foi usado o sistema Geoinfomap para executar a roteirização.
Figura 20 – Roteirização
 Saiba mais
A fim de entender melhor sobre os sistemas de roteirização, sugerimos 
a leitura do capítulo 7 de:
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística 
empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007.
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Unidade II
Outro módulo encontrado nos TMS é o de controle de cargas, que permite o planejamento e o 
controle da operação. Nele, são encontradas informações sobre:
• Equipes: com o planejamento de equipes de carregamento de cargas.
• Funcionários: com o controle de empregados por equipes.
• Gerenciamento das equipes: que possibilita a gestão de cada uma delas.
• Acomodação da carga: com o planejamento e o carregamento no veículo em função de peso, 
volume e outros.
• Autorizações: com o planejamento e o controle das autorizações necessárias para que o veículo 
preste o serviço.
Os TMS devem ser alimentados continuamente com informações úteis ao processo decisório de 
planejamento, execução e controle de atividades previstas no SIL (Sistema Integrado de Logística). Eles 
permitem o compartilhamento de dados com OMS e WMS, sobretudo no que diz respeito aos conteúdos 
dos pedidos transportados, às quantidades, ao peso e ao volume dos bens, à programação do embarque 
e desembarque das mercadorias e às datas previstas de entregas.
 Observação
No SIL, estão as informações logísticas da atividade e da função. Ele faz 
parte do Sistema de Gestão Integrada (SGI), que compartilha dados com o 
Sistema de Gerenciamento de Risco (SGR).
O WMS é o sistema utilizado para administrar os fluxos físicos de recebimento, armazenagem, 
separação e expedição de mercadorias. Ele define as localizações nos depósitos e possibilita a automação 
de suas operações por meio de tecnologias de código de barras e de radiofrequência e de métodos de 
separação automática de pedidos (ACCIOLY; AYRES; SUCUPIRA, 2019).
Accioly, Ayres e Sucupira (2019) sugerem que as informações do SIL sejam compartilhadas com o 
SGI, que é responsável pelo gerenciamento da área de acordo com o SGR. Este, por sua vez, leva em 
consideração o grau de risco e a escala de criticidade.
Exemplo de aplicação
A distribuidora Guarda Tudo recebeu cinco lotes de produtos farmacêuticos, um tipo de carga 
muito visado pelo crime organizado, com criticidade grau 5. Além do acesso restrito, o espaço possui 
monitoramento com câmeras e equipes de trabalho.
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
O sistema WMS é compartilhado com o SGI e o SGR, que rastreiam e monitoram qualquer 
movimentação que algum material ou que alguma pessoa possa ter nas áreas restritas. A instalação do 
equipamento smart label é muito usada para o tipo de material referenciado por causa das facilidades 
de rastreamento do produto.
Nesse caso, apenas com a ordem emitida pelo OMS o item poderá sair da área restritiva.
Com relação aos custos, deve-se levar em consideração não somente o valor do sistema propriamente 
dito, mas custos indiretos irão compor os gastos na implantação dessa estrutura.
Um bom sistema de administração de transportes deve ser capaz de realizar diversas tarefas, 
entre as quais:
• escolha de modal;
• processamento de reclamações;
• consolidação de fretes;
• rastreamento de embarques;
• roteirização;
• avaliação de desempenho;
• programação de embarques.
Exemplo de aplicação
Uma transportadora recebe, pela OMS, uma ordem de serviço de retirada de bens de valores. Ela verifica 
em seu WMS se há lugar para a guarda da mercadoria e, posteriormente à confirmação, emite uma OS 
para uma equipe de trabalho, que irá acompanhar a carga. Na sequência, a transportadora programa 
o TMS com o roteiro da atividade que será realizada e compartilha os dados de execução do serviço 
via EDI para a empresa requisitante.
A empresa requisitante recebe, pelo EDI, o compartilhamento das informações de chegada do VETC 
e, com 30 minutos de antecedência à chegada desse veículo, prepara a carga em recipiente adequado.
Discussão e resolução
Como as informações do uso do TMS estão sendo compartilhadas pelo EDI, quando o transporte 
estacionar na empresa requisitante, devem ser disponibilizadas as mercadorias para a retirada, pois todos 
os documentos físicos e digitais já foram separados para serem entregues. Alémdisso, os documentos 
foram compartilhados no EDI.
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Unidade II
O motorista não precisa saber sobre as peculiaridades da carga, como quantidade e tipo de mercadoria 
a ser transportado, pois o sigilo diminui a probabilidade de compartilhamento de informações com 
terceiros, e isso é uma função restrita ao SGR.
A nota fiscal da mercadoria fica disponível em códigos tecnológicos, por exemplo, código de barra ou 
QR code, e a nota fiscal de prestação de serviço, emitida pelo EDI ao responsável pela carga, será cobrada 
na confirmação do desembarque.
Esses procedimentos implicam a segurança da informação sobre a carga, a correta execução da 
operação e o menor tempo para a retirada dos bens.
 Lembrete
Ordem de serviço (OS) é emitida por uma equipe técnica que seleciona 
os profissionais de segurança patrimonial ou executiva, levando em 
consideração o perfil para a execução de determinados serviços.
QR code é um código de barras bidimensional que pode ser facilmente 
escaneado pela maioria dos celulares equipados com câmera e aplicativo 
que faça essa leitura.
Accioly, Ayres e Sucupira (2019) citam alguns dos principais softwares e hardwares utilizados na área 
de gerenciamento de transporte e que se completam, como os listados a seguir.
• SIL (Sistema Integrado de Logística) e SGI (Sistema de Gestão Integrada).
• SGR (Sistema de Gerenciamento de Risco) e SGAI (Sistema de Gestão Ambiente e Instalações).
• ERP/ERPII (Planejamento de Recursos Empresariais).
• TMS (Sistema de Gerenciamento de Transporte) e STI (Sistema de Transporte Inteligente).
• WMS (Sistema de Gerenciamento de Armazenagem).
• OMS/APS/MES (Sistema de Gerenciamento de Ordem/Pedido, Sistemas Avançados de Planejamento 
e Sistemas de Execução de Manufatura).
• E-commerce e E-procurement.
• CRM (Sistemas de Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente) e EDI (Intercâmbio 
Eletrônico de Dados).
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
• Coletores de dados.
• GPS (Sistemas de Posicionamento Geográfico).
• Smart labels (Etiquetas inteligentes) e código de barras.
No quadro 7, encontramos o nome, a descrição resumida e a função no planejamento dos principais 
softwares e hardwares usados no gerenciamento dos transportes.
Quadro 7 – Principais softwares e hardwares utilizados na área 
de gerenciamento de transporte
Nomes/Acrônimos Descrição resumida Utilização
SIL, SGI, SGAI, SGR
Management Information 
System
Para gerar sistemas de gestão gerencial de acordo com cada 
característica de cadeia de logística com investimentos otimizados 
aos centros de distribuição, fluxos de material, níveis de serviço ao 
cliente, tempos de atendimento etc.
Estratégico
ERP / ERP II
Enterprise Resources Planning
Para projetar demandas e gerar programação de compras de 
recursos diretamente da linha de produção das fábricas, atacadistas 
e varejistas (MRP/TPOP/ROP), planos de abastecimento a redes 
de distribuição (DRP), avaliar capacidades de centros de trabalho, 
controlar estoques, receber e processar pedidos e fazer os demais 
controles administrativos, contábeis, financeiros e tributários de 
uma empresa
Estratégico
Tático
Operacional
STI / TMS
Transportation Management 
System
Sistemas para administrar relacionamentos com transportadoras, 
fretes, controle de roteiros de entrega, controle de desempenho de 
veículos e motoristas, fazer rastreamento de mercadorias e veículos, 
otimizando recursos de transportes
Tático
Operacional
WMS
Warehouse Management System
Sistemas para administrar os fluxos físicos de recebimento, 
armazenagem, separação e expedição de mercadorias, definindo 
suas localizações dentro dos depósitos e possibilitando a automação 
de suas operações através de tecnologias de código de barras, 
radiofrequência, separação automática de pedidos etc.
Operacional
OMS / APS / MES
Order Management System, 
Advanced Planning Systems 
e Manufacturing Execution 
Systems
Sistemas de planejamento de utilização de recursos visando 
otimizar e sincronizar a utilização deles. Ao serem acoplados com 
MÊS, executam o controle individualizado das operações executadas 
em cada recurso, em tempo real, permitindo então a otimização do 
processo decisório em um ambiente que necessite de controle de 
processos com repetibilidade
Operacional
E-commerce e E-procurement
Sistemas para permitir a participação de compras, licitações e 
leilões entre empresas e entre essas e seus consumidores, através da 
utilização da internet
Operacional
CRM/ EDI
Relationship Management 
Systems
Tais sistemas objetivam capturar informações dos clientes/
consumidores, identificando os perfis do cliente de maneira a 
possibilitar maior acurácia nas previsões de demanda, na definição 
dos sortimentos de produtos/serviços a oferecer. Proporcionam 
ainda o controle de atividades promocionais e seus impactos na 
demanda, assim como o controle de atividades de garantia de 
produtos/serviços
Tático
Operacional
Coletores de dados
Dispositivos de leitura de dados automática, seja através de 
tecnologias de código de barras ou de radiofrequência, para leitura 
de smart labels. Facilitam operações de contagem de bens e controle 
de rastreabilidade
Operacional
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Unidade II
Nomes/Acrônimos Descrição resumida Utilização
GPS
Global Positioning Systems
Dispositivos que identificam a posição de qualquer veículo/pessoa 
através do uso dos conceitos de latitude e longitude geográfica, em 
conjunto com mapas digitalizados. São aplicados para controle de 
desempenho e segurança de transportes
Estratégico
Tático
Operacional
Smart labels
Etiquetas inteligentes e códigos 
de barra 
Etiquetas para serem colocadas em bens, permitindo 
armazenamento de diversas informações, como lote de produção, 
código de identificação, preço etc. A grande vantagem é a 
possibilidade de serem lidas a distância através de radiofrequência. 
Essa tecnologia é encarada como substitutiva do código de barras
Operacional
Adaptado de: Accioly, Ayres e Sucupira (2019).
Ranzzolini Filho (2007) destaca que o SIL deve estar inserido nos sistemas ERP, que são sistemas de 
gestão integrados.
Como já estudado, o SIL é um conjunto de programas usados na gestão da cadeia logística, cujo 
objetivo é aliar tecnologia da informação e da comunicação à infraestrutura de transportes e veículos. 
Um dos seus grandes alvos é o gerenciamento de fatores como tempo de deslocamento, consumo de 
combustíveis e rotas de carga e descarga de mercadorias.
O conceito de SIL/STI foi desenvolvido nos Estados Unidos na década de 1920 com o objetivo de 
agilizar a gestão da migração e gerar maior controle quanto à urbanização da época. Foi uma maneira 
encontrada para minimizar os efeitos do crescimento das grandes cidades, facilitando a vida do cidadão. 
Nas metrópoles, esse conceito é aplicado no monitoramento de vias expressas, grandes avenidas, com 
o objetivo de facilitar o ir e vir do cidadão. Essas vias são conhecidas como vias inteligentes, cujas 
informações tramitam quase em tempo real. Tais dados auxiliam na escolha do trajeto mais rápido, livre 
de congestionamentos.
 Observação
Painéis eletrônicos são dispostos no trajeto da via com informações 
em tempo real indicando o tempo de trânsito na via e a ocorrência de 
acidentes e interdições.
O pedágio eletrônico também é uma das aplicações de STI, cujo objetivo 
é facilitar a passagem de veículos de passeio e de cargas, reduzindo 
engarrafamentos em guichês de pedágio e automatizando a coleta da tarifa.
Uma empresa de transporte de valores que realiza investimentos em inovações tecnológicas se 
diferencia no mercado ao gerar maior satisfação ao cliente e ao oferecer serviços por menores custos, 
obtendo assim maiores lucros. Por esses motivos, os sistemas de transporte estão se modernizando como uso de tecnologias, como:
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
• rastreamento de veículo por satélite;
• computadores de bordo;
• roteirizadores;
• Electronic Data Interchange (EDI);
• internet;
• código de barras;
• identificação por radiofrequência (RFID);
• cadeia integrada de informação.
Ainda, Ranzzolini Filho (2007) cita que a utilização do SIL possibilita à empresa obter controle total 
sobre a cadeia de informação nos sistemas de transporte. Dessa forma, os operadores de transporte 
assumem um papel que vai além da coleta e da entrega de bens; as corporações realizam o gerenciamento 
de riscos logístico e estabelecem medidas preventivas por meio de análises de riscos e ameaças.
6 GERENCIAMENTO DE RISCOS NOS TRANSPORTES
6.1 Gerenciamento de riscos da entrega da encomenda
Os motivos pelos quais o setor de segurança privada expandiu significativamente no Brasil e em 
outros países da América Latina podem ser explicados pelo crescimento da criminalidade e da violência 
e, consequentemente, da sensação de insegurança generalizada pelo fato de o Estado não fornecer à 
população a segurança por ela demandada (CUBAS, 2005; ZANETIC, 2009 apud NASCIMENTO et al., 2018).
No Brasil, os roubos e os furtos de cargas sempre estiveram presentes na realidade das estradas 
(ALVES; ALVES; ALVES, 2017). Todavia, a partir da década de 1980, a questão dos ataques aos veículos 
transportadores de carga constituiu-se em apreensão às empresas brasileiras em face do crescimento 
volumoso das ocorrências nas rodovias, o que trouxe impacto significativo ao aumento dos custos 
logísticos e contribuiu para a diminuição do desempenho do transporte e da distribuição de produtos 
(MOREIRA; CARVALHO, 2011 apud ALVES; ALVES; ALVES, 2017; NTC & LOGÍSTICA, 2019).
Em especial nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, vimos um crescente e sistemático aumento 
nos índices de criminalidade. Os roubos de carga representam uma parcela considerável no total de 
roubos e furtos praticados no país.
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Unidade II
Por essa razão, muitas empresas têm se afastado desses estados ou investido em segurança privada, 
o que gera um custo adicional a ser absorvido pelas instituições. Assim, conhecer e controlar os custos 
com a segurança privada pode ser um grande aliado às tomadas de decisões gerenciais (ARAÚJO et al., 
2017; FERREIRA FILHO et al., 2015; SILVA et al., 2016 apud NASCIMENTO et al., 2018).
Segundo a NTC & Logística (2019), os sinistros acontecem normalmente em áreas urbanas, rodovias, 
depósitos de cargas, postos de combustível, enfim, em qualquer lugar e etapa do ciclo da atividade de 
transporte de mercadorias.
 Lembrete
No capítulo 3, foram apresentados dados referentes a roubos e 
furtos de cargas.
Em muitas regiões, a ação dos criminosos é facilitada pela baixa velocidade de deslocamento 
dos veículos transportadores. Os grandes centros urbanos e as regiões metropolitanas sofrem com 
congestionamentos, limitações de velocidade e restrições de circulação. Por esse motivo, várias 
tecnologias, tais quais a inteligência geográfica, são utilizadas como ferramentas de auxílio para as 
tomadas de decisões nos assuntos referentes ao transporte de carga e de valores.
 Observação
A inteligência geográfica tem a capacidade de visualizar dados espaciais 
e analisar relações entre fenômenos e lugares. É uma ferramenta que permite 
extrair soluções por meio da geografia. Informações sociodemográficas dos 
clientes podem ser importantes para a tomada de decisão.
A inteligência geográfica permite verificar, por exemplo, qual é o tempo médio de deslocamento 
entre dois locais. Além disso, é possível saber em quais horários ele é menor ou maior. Essas informações 
auxiliam os gestores das empresas de distribuição de mercadorias a selecionar os horários mais propícios 
para a execução da tarefa de transportar mercadorias entre diferentes locais no menor tempo, evitando 
a exposição do transporte e das cargas a congestionamentos e a outros riscos indevidos.
A figura a seguir foi retirada de um mapa interativo que ilustra o tempo médio de deslocamento 
entre a casa e o trabalho dos brasileiros.
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
Figura 21 – Mapa de média de deslocamento casa-trabalho na região da grande São Paulo
Disponível em: https://bit.ly/3g24Lrp. Acesso em: 30 ago. 2021.
A figura 21 mostra que, na Região Metropolitana de São Paulo, o tempo de deslocamento da casa 
para o trabalho varia de 10,2 a 84,8 minutos. Essas informações, segundo Loureiro (2017), servem de 
base para o gestor municipal controlar a distribuição dos transportes e intervir no fluxo por meio 
de alteração das mãos de direção das ruas, planejamento de vias etc.
 Saiba mais
Com o objetivo de conhecer o tempo médio de deslocamento das pessoas 
da casa ao trabalho, Geoinfomap separado por regiões e microrregiões 
conforme a Agência Nacional de Transportes Públicos (ANTP) com dados 
do IBGE, acesse a plataforma interativa apresentada a seguir:
GUEDES, P.; LOUREIRO, B.; MAIA, R. Medida SP. Mapa interativo: tempo 
médio de deslocamento. ANTP, [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/3g24Lrp. 
Acesso em: 30 ago. 2021.
 Observação
Os Correios utilizam o mapa de roubos de cargas do município de 
São Paulo para realizar análises do grau de risco e especificar as áreas que 
terão entregas internas e diferenciadas. Essas informações também servem 
para o estabelecimento do modus operandi das entregas, a fim de que elas 
sejam feitas com o menor risco possível aos carteiros e às mercadorias.
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Unidade II
A segurança é algo muito importante para a empresa. Nela, o 
rastreamento de um objeto é feito por meio de um código de identificação 
de 13 dígitos, que consta no protocolo de postagem. O mesmo sistema 
também tem capacidade de identificar, pelo CPF do destinatário, os últimos 
50 objetos postados para ele.
A dificuldade e as restrições de deslocamento, associadas à deficiência na segurança pública, fizeram 
com que as empresas de transporte sentissem a necessidade da realização de uma análise do grau de 
risco dos produtos transportados.
Assim, de acordo com a carga, a descrição de valores das mercadorias e o uso da inteligência 
geográfica para identificar as áreas com maior índice de roubos, furtos ou extravio de cargas, foi feita 
uma classificação das áreas e a cada uma delas foi estabelecido um grau de risco.
Conforme Padoveze e Bertolucci (2013), o gerenciamento de riscos refere-se à adoção de um 
conjunto de técnicas e medidas preventivas que visam identificar, avaliar, evitar ou minimizar os efeitos 
de perdas ou danos. Para Figueira e Nohara (2016), o gerenciamento de riscos é o conjunto de ações que 
visa impedir ou minimizar as perdas que uma empresa pode sofrer.
 Observação
O risco é inerente a qualquer atividade da empresa. Refere-se à 
probabilidade de que uma ação ou uma operação gere perdas ou prejuízos 
à instituição ou aos seus colaboradores.
O setor de segurança privada é constituído por uma ampla variedade de trabalhadores independentes, 
por pequenas e grandes empresas que oferecem serviços e materiais de segurança, investigação, 
prevenção criminal, manutenção da ordem e paz social, consultoria técnica e design de segurança, entre 
outros (NASCIMENTO et al., 2018).
Com o passar do tempo, surgiu uma infinidade de equipamentos de prevenção que complementam 
os serviços e os materiais de segurança usados pelas empresas. Esses equipamentos, que em sua maioria 
estão associados à TI, são, por exemplo, produtos de segurança eletrônica, blindagem e rastreamento de 
veículos (NASCIMENTO et al., 2018).
Os serviços de segurança privada incluem atividades de vigilância e segurança patrimonial de 
estabelecimentos públicos e privados, segurança privada de pessoas físicas e instituições financeiras, 
transporte de valores e outros.
Portanto, observa-se que as empresas de segurança podem atuarna gestão de riscos e no 
fornecimento de materiais de segurança e/ou mão de obra especializada. Os principais objetivos dessas 
corporações são a prevenção de danos à integridade física e a redução de riscos de perdas materiais, 
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
sejam eles patrimoniais ou materiais (WAARD, 1999; OCQUETEAU, 1997 apud NASCIMENTO et al., 2018; 
CAETANO; SAMPAIO, 2016; MANDARINI, 2005).
6.2 Graus de risco
O grau de risco de qualquer atividade é classificado pela Norma Regulamentadora 4 (NR-4).
O grau de risco está vinculado a uma escala numérica de 1 a 4, definida pela NR-4, que mostra a 
intensidade de exposição a riscos associada a trabalhadores de cada tipo de empresa.
Esse valor, além de indicar a periculosidade da atividade, serve para definir quais obrigações a 
empresa deve cumprir a fim de manter sua operação segura. Na classificação, quanto maior o número 
que representa o grau de risco, mais perigosa a prática.
Nos transportes o grau de risco depende do local e da atividade de trabalho. A tabela 5 mostra 
algumas atividades e o grau de risco a elas associado.
Tabela 5 – Atividades e graus de risco
Classificação nacional de atividades econômicas Grau de risco
Transporte rodoviário de passageiros, regular, não urbano 3
Transporte rodoviário de passageiros não regular 3
Transporte rodoviário de cargas em geral 3
Transporte rodoviário de produtos perigosos 4
Transporte rodoviário de mudanças 3
Transporte regular em bondes, funiculares, teleféricos ou trens 
próprios para exploração de pontos turísticos 3
Transporte de valores 3
Atividades de vigilância e segurança privada 3
Adaptada de: Brasil (2009).
6.3 Riscos e sua classificação
Jorion (2000) apud Padoveze e Bertolucci (2013) classifica os riscos em operacionais (business risk), 
estratégicos e financeiros.
Os riscos operacionais são aqueles assumidos voluntariamente, a fim de criar vantagens competitivas 
e valorizar a empresa perante seus acionistas (PADOVEZ; BERTOLUCCI, 2013). Eles incluem itens como 
inovações tecnológicas, desenhos de produtos e marketing, além de ações relacionadas à diminuição 
dos custos operacionais.
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NR - 4
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Unidade II
Já os riscos estratégicos envolvem mudanças no cenário econômico ou político e a resposta que 
a empresa dará a essa transformação. Como exemplo prático de risco estratégico, podemos citar a 
pandemia do ano de 2020, em que houve isolamento social e controle da circulação de pessoas.
 Observação
Com a pandemia da Covid-19 no ano de 2020, coube às transportadoras 
e às associações da área implantarem medidas sanitárias de prevenção para 
sua operação, especialmente, no que diz respeito aos motoristas. Houve 
uma campanha de distribuição de alimentos nas estradas, uma vez que os 
restaurantes ficaram 4 meses fechados.
Ocorreram campanhas de testes exclusivos para os motoristas que 
estavam abastecendo os portos brasileiros, com a aplicação de vacinas de 
H1N1. Algumas empresas abriram seus estacionamentos para receber os 
viajantes com alimentos e guarida.
Por fim, os riscos financeiros estão ligados às perdas dos ativos da empresa, assim como a prejuízos 
referentes ao aumento das taxas de juros e às oscilações do câmbio. Vale destacar que os riscos financeiros 
são classificados em risco de mercado, risco de crédito, risco de liquidez e risco legal.
 Observação
Roubo de carga é a situação na qual indivíduos se apoderam, parcial 
ou totalmente e de forma ilegal, da carga que está sendo transportada 
por um veículo. Desvio de carga refere-se à situação em que o veículo 
transportador sofre extravio com a carga (CAIXETA FILHO; GAMEIRO, 2001).
6.3.1 Riscos operacionais
Os riscos operacionais podem ser internos e externos. Os riscos internos acontecem quando há o 
envolvimento de algum departamento da organização em uma determinada ação. Os riscos externos 
são os associados aos parceiros ou às situações nos limites externos da empresa.
Os riscos operacionais internos (ou de fatores internos) incluem:
• Infraestrutura: compreende custos inesperados de reparos e baixa capacidade de operação.
• Pessoal: por exemplo, aumento no número de acidentes de trabalho ou atitudes fraudulentas do 
pessoal da empresa.
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
• Processo: questões ligadas à deficiência na qualidade de produtos ou à falta de organização para 
a execução das tarefas.
• Tecnologia: abrange a necessidade de mudanças ou de atualizações de sistemas.
Os riscos operacionais decorrentes de fatores externos são aqueles ligados ao ambiente externo à 
empresa e oriundos de pessoas que não pertencem ao quadro de colaboradores, desde a origem até o 
destino do transporte.
6.3.1.1 Riscos operacionais no transporte rodoviário de carga (TRC)
O ciclo operacional do TRC (transporte rodoviário de carga) inicia no instante em que o embarcador 
entrega a mercadoria ao transportador e acaba quando esse último realiza a entrega ao destinatário 
(NTC & LOGÍSTICA, 2019).
Moreira e Carvalho (2016) apud Alves, Alves e Alves (2017) citam que a relação comercial estabelecida 
entre embarcador e transportador confere ao transportador a total responsabilidade pela aplicação 
de medidas que visem à segurança da mercadoria que será movimentada do ponto de origem ao 
ponto de destino.
Portanto, a responsabilidade por preservar e manter a carga é do transportador, independentemente 
do acordo que tenha sido firmado. Cabe a ele utilizar o Sistema de Gerenciamento de Risco (SGR), que é 
uma prática cujo objetivo é a preservação da carga e a integridade física das pessoas envolvidas. O SGR 
apresenta os seguintes aspectos:
• atua na prevenção;
• mitiga as causas que possam causar perdas ou danos pessoais, materiais, financeiros, ao meio 
ambiente e à imagem da empresa;
• envolve planejamento, investimento, tecnologia e busca por solução de problemas mesmo sendo 
uma opção estratégica;
• mostra soluções integradas, medidas preventivas e corretivas que envolvem mudanças tecnológicas, 
operacionais e comerciais na empresa e em atividades ligadas ao produto;
• aperfeiçoa os processos e propicia melhor controle e coordenação à equipe responsável;
• é necessidade básica de qualquer empresa e trata-se de um diferencial mercadológico que aos 
olhos do consumidor é bem-visto.
O objetivo principal da utilização do SGR no TRC é proteger pessoas, materiais, veículos e o meio 
envolvido. Um SGR deve prever ações que:
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transporte
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Unidade II
• propiciem a redução dos riscos e das sinistralidades envolvidas;
• permitam a preservação de vidas humanas e de bens da empresa;
• provoquem a redução dos prêmios dos seguros;
• garantam que os produtos estarão no lugar certo e na hora adequada, conforme o acordo 
determinado, ao menor custo possível;
• funcionem como uma ferramenta de diferencial competitivo no mercado;
• atuem como elementos de aumento da produtividade e da lucratividade da empresa;
• possibilitem a melhora da imagem da empresa no mercado; e
• criem formas de motivação aos seus funcionários e colaboradores terceirizados.
O SGR tem uma vasta abrangência e deve considerar as estruturas organizacional e operacional de 
uma empresa de transporte rodoviário de cargas.
Em função das taxas de criminalidade existentes, para minimizar os impactos das elevadas perdas 
a que as empresas vêm sendo submetidas, as seguradoras começaram a exigir que os embarcadores e 
transportadores façam uso de uma modalidade de gerenciamento de riscos específica parao transporte 
de carga. O objetivo deles é a redução a níveis aceitáveis do total de perdas e avarias de carga.
Mandarini (2005) cita que um plano de prevenção de perdas (lost prevention) estabelece ações para 
administrar e/ou reduzir a frequência de danos ou falhas, com o intuito de gerar menores impactos 
patrimoniais, financeiros ou de recursos humanos.
Entre as principais vantagens do programa de prevenção de perdas, segundo Bertaglia (2009) e 
Mandarini (2005), encontramos:
• retenções conscientes dos riscos;
• preservação da vida, dos bens e do meio ambiente;
• manutenção de fluxo produtivo;
• permanência da empresa no mercado;
• garantia de abastecimento;
• aumento de produtividade e de competitividade.
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
Embora os maiores prejuízos no transporte de carga sejam originados pelo crime de roubo, outros 
riscos ou ameaças têm se revelado importantes. Alguns deles incluem a apropriação indevida e os 
acidentes (colisões, tombamentos, abalroamentos e deslizamentos de carga).
 Lembrete
Abalroamento significa choque, colisão violenta entre coisas. Quando 
utilizado na marinha, refere-se à colisão de embarcações que buscam 
roubar terceiros ou choque de um navio com um obstáculo.
Pelo fato de as seguradoras terem se especializado na gestão de riscos e ameaças, tais instituições 
estão sendo procuradas para o transporte de diversas mercadorias com alto valor e características 
visadas por roubos. Essas instituições possuem caminhões blindados com maior capacidade de volume 
e peso, dotados de portas traseiras amplas e plataformas hidráulicas que facilitam a carga e a descarga 
de mercadorias, uma equipe de vigilantes armados e treinados que acompanha todas as atividades de 
um serviço de monitoramento feito por uma central de operações e gestão de riscos.
 Observação
Um plano de ação para prevenção de perdas ajuda as empresas a 
combater desperdícios por erros no processo, falhas na contabilidade, 
fraudes, furtos etc.
 Saiba mais
Com o objetivo de entender mais sobre prevenção de perdas, visite:
WERNECK, G. Prevenção de perdas: o que é e como fazer um plano 
eficiente. Moki, 2021. Disponível em: https://bit.ly/39rYOje. Acesso em: 
30 ago. 2021.
6.4 Aplicação do Sistema de Gerenciamento de Risco (SGR)
A existência de um SGR não assegura que perigos sejam eliminados nem que acidentes não 
aconteçam. É por meio de um programa de prevenção que são estudadas as medidas necessárias para 
administrar e/ou reduzir a frequência e abrandar a severidade dos danos causados.
O uso de um SGR proporciona redução sustentável do risco (HEINRICH, 2004). Taylor (1994) apud 
Heinrich (2004) cita que a análise de riscos é um processo composto das seguintes 8 etapas:
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102
Unidade II
• descrição dos limites do sistema e dos objetivos da análise;
• identificação dos perigos;
• quantificação da frequência dos acidentes;
• cálculo das consequências dos acidentes, como, por exemplo, danos, ferimentos e fatalidades;
• disseminação das informações decorrentes da avaliação de riscos;
• avaliação de quando os riscos são aceitáveis ou toleráveis;
• revisão ou melhorias dos projetos de fábrica e das operações;
• acompanhamento para assegurar que as ações implementadas permaneçam operacionais.
As técnicas de gerenciamento de riscos, quando bem empregadas, transformam-se em um elemento 
de antecipação ou de previsão de um cenário de perdas futuras. Figueira e Nohara (2016), bem como 
Alves, Alves e Alves (2017), apresentam certas ações das empresas transportadoras para aperfeiçoar os 
resultados do gerenciamento de riscos. São elas:
• Rastreamento da frota: consiste na utilização de tecnologias de transmissão de dados via 
satélite, como GPS e telefonia celular, além da radiocomunicação. Visa possibilitar conhecer o 
posicionamento e estabelecer a comunicação entre o veículo transportador e o centro de comando 
e controle da empresa.
• Acompanhamento por meio de telefone: trata-se de um tipo de monitoramento realizado por 
intermédio de ligações telefônicas executadas pelos motoristas em postos de controle. É montado 
pelas gestoras de risco.
• Escolta armada: compreende o emprego de pessoal treinado e armado que acompanha e 
proporciona segurança para cargas de alto valor. É a forma mais onerosa de monitoramento, 
muito utilizada nos perímetros urbanos e nas estradas, quando não há tecnologia embarcada no 
veículo transportador.
• Pesquisa socioeconômica e criminal: constitui-se na realização de uma pesquisa sobre a 
vida socioeconômica (passado criminal, vida econômica e referências sociais) dos profissionais 
diretamente envolvidos na execução da atividade de transporte – motoristas e ajudantes, com 
vistas à prevenção de atos criminosos.
• Operação presença: quando a gestão de riscos é feita por empresas contratadas, trata-se da 
instalação de uma célula da gestora de riscos nas dependências da contratante.
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
• Treinamento in loco: atividade na qual a equipe incluída no processo de logística recebe 
treinamento sistêmico sobre a prevenção de ocorrências que envolvam a segurança do pessoal 
e da carga durante o processo de transporte. Esse treinamento tem por objetivo o preparo dos 
motoristas e dos ajudantes e ocorre sempre antes do início das viagens.
• Endomarketing: técnica que tem como finalidade a sensibilização do público interno do 
embarcador e do transportador para a importância do gerenciamento de riscos como ferramenta 
de garantia da manutenção e da sobrevivência do negócio.
• Normas e procedimentos: consistem na catalogação e na organização de toda a documentação 
que regula a atividade de gerenciamento de riscos. Além de incluir a documentação relativa às 
exigências impostas pelas seguradoras, essa organização de documentos serve de referência para 
as auditorias e os controles da execução do gerenciamento de riscos.
• Formação de comboio: diz respeito à formação de uma coluna de marcha composta de veículos 
transportadores que possuem o mesmo ponto de partida e destino. A formação de comboios 
busca inibir os ataques aos veículos com vistas a subtrair as cargas transportadas.
• Segregação da informação: trata-se da aplicação de procedimentos que visam regular o fluxo 
das informações ligadas ao processo logístico (notas fiscais, pedidos de faturamento, manifestos 
de embarque, controles de baixa em estoques, relatórios de auditoria interna e controle de 
balança, entre outros), de forma a evitar a revelação desses dados e que eles sirvam como objetos 
de planejamento para ações delituosas.
• Serviço de investigação: é uma atividade preventiva e corretiva que tem por objetivo a 
interceptação e a identificação dos envolvidos em práticas criminosas.
Essas ferramentas, muitas vezes, são utilizadas em conjunto, combinando as tecnologias disponíveis 
com as normas e os procedimentos adotados para cada operação. Para sua aplicação, é preciso levar em 
consideração a estrutura disponível na empresa embarcadora e na transportadora de carga.
Exemplo de aplicação
A Transportadora D’Ouro utiliza o sistema comboio para os caminhões que saem do Porto de Santos 
com destino à capital, especialmente durante o trajeto na Via Anchieta. É uma boa atitude?
Resolução
Sabe-se que o trecho de serra da Via Anchieta é uma região onde há grande incidência de assaltos e 
a formação de comboios visa à inibição deles com o consequente aumento da segurançada carga e das 
pessoas que executam o transporte.
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Unidade II
Um fator a mais de risco é a ocorrência de neblina no trecho de serra, pois ela aumenta o risco de 
um acidente rodoviário, o que coloca em risco a segurança das pessoas (que executam o transporte e 
de outros veículos) e da carga.
O gerenciamento de riscos no transporte rodoviário de carga requer a adoção de diversas técnicas 
e medidas preventivas para identificar, avaliar, evitar ou reduzir as perdas decorrentes de problemas no 
transporte de mercadorias (SOUZA, 2016).
Em geral, os riscos têm sido relacionados aos roubos de cargas, que se tornaram mais comuns a partir 
da década de 1980. Por isso, na época, foi criada a taxa adicional de emergência (Ademe), com caráter 
provisório, por se acreditar que o aumento dos roubos de cargas seria uma situação passageira. Ocorre 
que o número de roubos de carga aumentou (ALVES; ALVES; ALVES, 2017) e, por isso, os transportadores 
que, antes, tinham apenas a preocupação de escolher a melhor rota, para que a mercadoria chegasse 
ao seu destino no menor prazo possível, passaram a ter que levar em conta outras variáveis, como rotas 
alternativas, escoltas e rastreamento, a fim de prevenir e minimizar os riscos.
O SGR no TRC consiste na busca por soluções integradas, com a aplicação de medidas preventivas e 
corretivas, que empreguem novas tecnologias e modernas técnicas operacionais e comerciais que visem 
ao aumento da segurança (SOUZA, 2006 apud ALVES; ALVES; ALVES, 2017).
A gerência de risco no contexto do software é considerada uma atividade contínua que deve ser 
executada durante todo o ciclo de vida de uma empresa (SANDERS; WANGENHEIM, 2006).
Nesse contexto, a gerência de riscos é composta das seguintes atividades:
• planejamento da gerência de riscos;
• identificação dos riscos;
• avaliação dos riscos;
• análise qualitativa e quantitativa dos riscos;
• planejamento de resposta aos riscos;
• monitoramento e controle dos riscos.
Quanto ao custo da contratação do gerenciamento de riscos, ele depende do tipo de operação, do 
serviço e das necessidades do contratante. Sabe-se que os valores cobrados pelas empresas especializadas 
são maiores nas grandes cidades, onde os índices de roubos são elevados.
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Máquina de escrever
PLANEJAR + IDT + AVALIAR +ANALISAR + RESPOSTAS + MONITORAMENTO E CONTROLE
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
 Observação
O custo do SGR é o preço de todos os equipamentos, mão de obra e 
tecnologias utilizadas para minimizar os riscos envolvidos durante o tempo 
de operação, conforme o grau de risco identificado.
Segundo Figueira e Nohara (2016), as mercadorias com mais facilidade de venda e lucratividade 
no mercado paralelo são as mais roubadas. Entre elas, destacam-se: produtos eletroeletrônicos, itens 
alimentícios, cargas fracionadas, produtos farmacêuticos, têxteis, metalúrgicos, autopeças, produtos 
químicos, cigarros/fumo, combustíveis, bebidas, cosméticos e artigos agrícolas.
Para que o deslocamento de produtos seja efetuado pelo TRC, são necessárias as seguintes atividades:
• escolha do veículo apropriado;
• preparação do veículo;
• seleção e preparação do motorista;
• estabelecimento de horários de viagem;
• definição de rotas;
• serviços de informação variados (coordenadas geográficas, cadastro de clientes, produto a ser 
entregue, horário de entrega etc.);
• carregamento;
• transporte propriamente dito;
• monitoramento do veículo/frota;
• descarregamento.
Os custos do transporte e o risco dependem do tipo de operação a ser feita no transporte. Basicamente, 
existem dois tipos de operação: a de transferência e a de distribuição.
A transferência é um tipo de operação realizada com carregamento em lotação completa, ou seja, 
a mercadoria é retirada no fornecedor e entregue em apenas um cliente. Já a distribuição física é um 
modelo de operação com carregamento diversificado, não necessariamente em lotação completa, em 
que os roteiros são compartilhados por vários clientes.
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Máquina de escrever
2 TIPOS DE TRANSPORTE = TRANSFERÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO
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Máquina de escrever
(direto para o cliente)
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Máquina de escrever
(para diversos clientes)
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Unidade II
Os custos das operações de transferência dependem da distância de viagem e da quantidade de 
carga. Já os custos da distribuição necessitam da quantidade da carga, uma vez que o custo total da viagem 
é dividido entre todos os clientes e pela quantidade da carga a ser transportada.
6.5 Risco, segurança e tipo de operação
O risco envolvido nas operações de transferência está vinculado, principalmente, ao tipo de mercadoria 
transportada e aos locais de carregamento e descarregamento. Nas operações de distribuição, além do 
local de carregamento e dos locais de descarregamento, existem os riscos devidos ao grande número 
de paradas, de pessoas envolvidas etc. No quadro a seguir estão listadas as atividades no transporte nas 
operações de transferência e de distribuição e as características de cada operação.
Quadro 8 – Atividades no transporte: transferência e distribuição
Transferência Distribuição
Distância entre origem e destino Distância entre o centro de distribuição e o bolsão de entrega e divisão da região a ser atendida em zonas ou bolsões de entrega
Velocidade operacional Velocidades operacionais médias
Tempo de carga/descarga Tempo de parada em cada cliente
Tempo porta a porta Tempo de ciclo (para completar um roteiro e voltar ao depósito)
Quantidade ou volume de carregamento Frequência das visitas às lojas
Disponibilidade de carga de retorno Quantidade de mercadoria
Densidade da carga Densidade da carga
Dimensões e morfologia das unidades 
transportadas Dimensões e morfologia das unidades transportadas
Valor unitário Valor unitário
Acondicionamento Acondicionamento
Grau de fragilidade Grau de fragilidade
Grau de periculosidade Grau de periculosidade
Compatibilidade entre produtos de natureza 
diversa Compatibilidade entre produtos de natureza diversa
Custo global Custo global
Adaptado de: Heinrich (2004).
As diferenças entre a distribuição e a transferência, apresentadas no quadro anterior, contribuem 
para identificar as características de cada operação e formam uma base de informações que servirão de 
apoio para a gestão de riscos.
Exemplo de aplicação
A empresa Guarda Tudo irá fazer a distribuição de celulares para as lojas de venda na região central 
da capital paulista. Como o transporte se refere a um único tipo de produto, com risco de grau 4, por 
causa de seu alto valor e pelo fato de ser lançamento, há a necessidade de um carro de apoio para 
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
acompanhar a carga, bem como o gerenciamento de riscos de toda a operação de descarga. Uma vez 
que a principal característica da operação é a entrega de pouca quantidade, em vários pontos de venda, 
o tempo de descarga deve ser o menor possível.
Com relação ao tempo de transporte, são 40 minutos na ida e 40 minutos na volta, gastos no 
percurso entre o ponto de distribuição e o bolsão de entregas (centro da capital paulista), e serão usados 
15 minutos para a entrega em cada um dos 5 clientes que receberãoas encomendas.
Como pode ser feito o controle da operação?
Análise da situação
Nesse caso, o controle da operação pode ser feito pelo tempo esperado em cada fase da operação. 
Para que a operação tenha sucesso, é interessante que os ajustes de tempos sejam realizados a cada 
etapa e sejam anotados os motivos das não conformidades com o planejado.
Finda a operação, a empresa emitirá um relatório de prestação de serviço com os dados das entregas 
em cada cliente. A análise do relatório e as conclusões obtidas a partir dela servirão de insumos para a 
tomada de decisão a operações futuras de mesma natureza.
O quadro 9 mostra os fatores a serem usados e monitorados no transporte de cargas.
Quadro 9 – Atividades e fatores dos transportes de carga
Atividades/ 
Fator
Carregamento/
Descarregamento
Definição de 
rotas
Definição 
de horários 
de viagem
Escolha e 
preparação 
de veículo
Monitoramento 
do veículo/frota
Serviços de 
informação 
variados
1 Tempo de carga e descarga
Velocidade 
operacional
Tempo de 
carga e 
descarga
Tempo de carga e 
descarga
Velocidade 
operacional
Tempo de carga 
e descarga
2 Acondicionamento Acondicionamento
3 Quantidade transportada
Quantidade 
transportada
Quantidade 
transportada
4 Densidade Densidade
5
Dimensões e 
morfologia 
das unidades 
transportadas
Dimensões e 
morfologia 
das unidades 
transportadas
6 Grau de fragilidade Grau de fragilidade
7 Grau de periculosidade
Grau de 
periculosidade
Grau de 
periculosidade
8
Compatibilidade 
entre produtos de 
natureza diversa
Compatibilidade 
entre produtos de 
natureza diversa
9 Distância de deslocamento
Distância de 
deslocamento
Distância de 
deslocamento
10 Tempo porta a porta Tempo porta a porta
Escolha e 
preparação de 
motorista
Tempo porta a 
porta
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Unidade II
Atividades/ 
Fator
Carregamento/
Descarregamento
Definição de 
rotas
Definição 
de horários 
de viagem
Escolha e 
preparação 
de veículo
Monitoramento 
do veículo/frota
Serviços de 
informação 
variados
11 Valor unitário Valor unitário Valor unitário
12 Carga de retorno
Carga de 
retorno Carga de retorno
Adaptado de: Heinrich (2004).
Como pôde ser visto no quadro anterior, a escolha e a preparação do veículo estão muito 
relacionadas com o carregamento e o descarregamento, pois várias informações sobre as atividades 
envolvidas são interligadas. A escolha do motorista acontece de acordo com a rota definida. O tempo 
de porta a porta e de carga/descarga são importantes para identificar o melhor sistema de informação 
a ser levado em consideração.
Uma maneira de minimizar os riscos de operação é manter os registros das operações anteriores 
atualizados, isto é, o banco de dados do sistema de informação precisa estar atualizado. Esse banco 
deve conter informações atualizadas sobre locais de carregamento e descarregamento, cadastro de 
clientes, horários de entrega, cadastro histórico dos riscos geográficos, cadastro histórico dos produtos 
transportados e outros dados que sejam úteis como parâmetros para análises operacionais.
A manutenção de um banco de dados atualizado é muito importante para a prevenção de riscos. 
Por meio da experiência adquirida, é possível estabelecer bases mais seguras para operações futuras.
Isso significa que é possível, também, reduzir os riscos por ações que atuem sobre elementos que 
podem não estar diretamente ligados às operações. O quadro 10 apresenta essas ações e alguns de 
seus efeitos.
Quadro 10 – Medidas mais comuns para o controle dos riscos identificados
Ações Efeito
Controle da engenharia
Reduzir riscos por meio de projeto
Diminuir riscos por meio de seleção ou substituição de materiais
Avaliar quando a técnica é economicamente viável
Controles administrativos
Reduzir riscos por meio de medidas que podem consistir em provisões de alarmes, 
marcações, cartazes, sinalizações e avisos adequados
Estabelecer normas, programas, instruções e procedimentos padronizados
Treinar pessoal na identificação dos perigos e da adoção de medidas de precaução
Limitar a exposição de determinado perigo
Equipamentos de proteção 
individual
Identificar o equipamento que atua como barreira entre o indivíduo e um 
determinado perigo
Associar EPI e EPC de acordo com o risco identificado
Adaptado de: Novaes (1994) apud Heinrich (2004); Bertaglia (2009).
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GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
 Observação
EPI refere-se aos equipamentos de proteção individual, como capacetes, 
luvas e óculos, entre outros.
EPC indica os equipamentos de proteção coletiva, como áreas com 
acesso restrito, redes de proteção, cartazes identificadores de riscos, 
extintores de incêndio e chuveiros de segurança, entre outros.
Exemplo de aplicação
Uma transportadora fez a transferência de mercadorias da sede da empresa em São Paulo para 
uma nova filial em Rondônia. Pelo fato de os transportadores chegarem tarde ao local de destino, 
a recomendação era dormir em um hotel específico e na primeira hora, antes do horário comercial, 
realizar o desembarque de todas as mercadorias. Durante o descanso noturno dos motoristas ocorreu o 
furto da mercadoria, fato que foi comunicado à transportadora. Ela acionou a seguradora e informou 
ao dono da carga.
A seguradora do transporte cobriu apenas as perdas das mercadorias que tinham notas fiscais em 
poder do motorista, no valor de R$ 12.000,00, não ressarcindo outros itens descritos pelo dono da carga, 
no valor de R$ 46.876,43.
O dono da carga acionou judicialmente a transportadora por danos materiais.
O resultado da ação está descrito a seguir.
Processo judicial publicado no Diário Oficial de Rondônia do dia 11 de maio de 2020 sobre o pedido 
de indenização de mercadoria em relação à transportadora, para cobrir os demais valores descritos 
no contrato de transporte terrestre de mercadoria. No processo (DJRO, 2020), constava a descrição da 
responsabilidade do transportador de acordo com o art. 102 do Código Comercial, Lei n. 556 de 25 de 
junho de 1850. Trata-se de uma descrição objetiva, ou seja, em que se responde independentemente 
da culpa pelo evento danoso, contudo, põe-se a salvo a perda por vício próprio, força maior ou caso 
fortuito. Analisando a questão que está disponível com mais detalhes no processo, alguns itens chamam 
a atenção, conforme indicados a seguir.
• O motorista dormiu em um hotel diferente do sugerido no roteiro da seguradora, previamente 
analisado como grau de risco alto.
• A transportadora não contratou escolta armada, apesar de o requerente alegar (mas não provou 
que contratou o referido serviço).
• O valor da carga declarado à transportadora e à seguradora era diferente do comprobatório nas 
notas fiscais, que acompanhavam a carga, conforme declarado pela seguradora.
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Unidade II
Apesar de a transportadora ser responsável por ações de terceiros, a seguradora não a responsabilizou 
pela ocorrência de o motorista sair da rota nem de não possuir GRIS, pois a empresa declarou mercadorias 
diversas e cobriu o valor da carga que foi comprovada por meio de notas fiscais.
O pedido de indenização por danos materiais do processo foi impugnado com a alegação de não 
estarem devidamente comprovadas nos autos, em especial o valor das mercadorias no importe de 
R$ 46.876,43, por ausência de nota fiscal, uma vez que parte delas pode ser proveniente de contrabando e 
foram agrupadas pela requerente, com outras mercadorias, no intuito de fraudar o fisco e a requerida. 
No mérito, houve improcedência dos pedidos, condenando os requerentes ao ônus de sucumbência.
Análise da situação
Está claro que algumas orientações não foram seguidas pelos motoristas. Essa infração está explícita 
nos autos. Outro problema está na ausência da escolta armada, que deveria ser contratada pela 
transportadora.
O principal problema está na documentação que acompanhava a mercadoria e que não retratava 
com fidelidade o conteúdo transportado.
Como resultado, embora a companhia de seguros tenha ressarcido o dono

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