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Celia Gouveia

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REVISTO EM JUNHO DE 2008 
 
CEFAD – FORMAÇÃO PROFISSIONAL, LDA. 
Elaborado por: 
• Henrique Lopes 
• Hugo Pedrosa 
Revisão Pedagógica: 
• Valéria Afonso 
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ÍNDICE 
 
INTRODUÇÃO .....................................................................................6 
COMO UTILIZAR ESTE MANUAL ......................................................7 
MÓDULO I : FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS DO CORPO HUMANO 
OBJECTIVOS GERAIS........................................................................9 
ENQUADRAMENTO DO MÓDULO.....................................................9 
ESTUDO DO CORPO..........................................................................9 
ANATOMIA E FISIOLOGIA ....................................................................................... 10 
REGIÕES CORPORAIS ........................................................................................... 11 
POSIÇÃO DESCRITIVA ANATÓMICA ......................................................................... 12 
PLANOS E EIXOS DE REFERÊNCIA.......................................................................... 13 
TERMOS DIRECCIONAIS/ POSICIONAIS.................................................................... 16 
TERMOS POSICIONAIS .......................................................................................... 16 
TERMINOLOGIA DO MOVIMENTO (CINESIOLOGIA)..................................................... 17 
PROCESSOS VITAIS .............................................................................................. 21 
EM SÍNTESE......................................................................................................... 22 
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO.........................23 
CÉLULA ............................................................................................................... 25 
TECIDOS.............................................................................................................. 29 
TECIDOS EPITELIAIS.......................................................................................... 29 
TECIDO CONJUNTIVO ........................................................................................ 30 
TECIDO MUSCULAR........................................................................................... 32 
TECIDO NERVOSO ............................................................................................ 32 
ÓRGÃOS.............................................................................................................. 32 
SISTEMAS ............................................................................................................ 33 
EM SÍNTESE......................................................................................................... 34 
SISTEMA TEGUMENTAR .................................................................35 
CAMADAS DA PELE ............................................................................................... 37 
COR DA PELE....................................................................................................... 40 
EM SÍNTESE......................................................................................................... 41 
SISTEMA ESQUELÉTICO.................................................................42 
TENDÕES E LIGAMENTOS ...................................................................................... 42 
CARTILAGEM HIALINA ........................................................................................... 42 
OSSO .................................................................................................................. 43 
ANATOMIA GERAL DO ESQUELETO ......................................................................... 49 
EM SÍNTESE......................................................................................................... 74 
ARTROLOGIA ...................................................................................75 
TIPOS E CLASSIFICAÇÃO ARTICULAR...................................................................... 75 
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SUPERFÍCIES ARTICULARES .................................................................................. 77 
EM SÍNTESE......................................................................................................... 83 
SISTEMA MUSCULAR ......................................................................84 
MÚSCULO ESQUELÉTICO ...................................................................................... 84 
FORMAS DOS MÚSCULOS...................................................................................... 86 
MÚSCULOS HUMANOS .......................................................................................... 86 
FISIOLOGIA MUSCULAR .................................................................99 
ESTRUTURA DA FIBRA MUSCULAR ......................................................................... 99 
CONTRACÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO .......................................................... 100 
EM SÍNTESE....................................................................................................... 104 
ANÁLISE ANATÓMICA SEGMENTAR ESPECÍFICA .....................105 
EM SÍNTESE ....................................................................................................... 109 
SISTEMA NERVOSO.......................................................................110 
SISTEMA NERVOSO CENTRAL.............................................................................. 113 
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO.......................................................................... 117 
EM SÍNTESE....................................................................................................... 124 
SISTEMA CARDIOVASCULAR.......................................................125 
SANGUE ............................................................................................................ 125 
CORAÇÃO.......................................................................................................... 127 
VASOS SANGUÍNEOS .......................................................................................... 130 
EM SÍNTESE....................................................................................................... 133 
SISTEMA LINFÁTICO .....................................................................134 
ÓRGÃOS E TECIDOS LINFÁTICOS PRIMÁRIOS ........................................................ 134 
ÓRGÃOS E TECIDOS LINFÁTICOS SECUNDÁRIOS ................................................... 134 
EM SÍNTESE....................................................................................................... 138 
SISTEMA ENDÓCRINO...................................................................139 
MODO DE ACTUAÇÃO DAS HORMONAS ................................................................. 141 
EM SÍNTESE....................................................................................................... 142 
SISTEMA URINÁRIO.......................................................................143 
EM SÍNTESE....................................................................................................... 148 
SISTEMA RESPIRATÓRIO .............................................................148 
SISTEMA RESPIRATÓRIO.............................................................149 
VENTILAÇÃO PULMONAR ..................................................................................... 151 
FISIOLOGIA DAS TROCAS GASOSAS ..................................................................... 154 
EM SÍNTESE....................................................................................................... 154 
SISTEMA DIGESTIVO.....................................................................155 
TUBO DIGESTIVO................................................................................................ 156 
GLÂNDULAS DIGESTIVAS..................................................................................... 159 
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DIGESTÃO ......................................................................................................... 161 
EM SÍNTESE....................................................................................................... 162 
FICHA DE TRABALHO .................................................................................... 163 
BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 169 
MÓDULO II: CIENTÍFICO-TECNOLOGICO 
ENQUADRAMENTO DO MÓDULO.................................................172 
UF1: MASSAGEM – FUNDAMENTOS E TÉCNICAS .....................173 
OBJECTIVOS ...................................................................................................... 173 
PERSPECTIVAS E ASPECTOS GERAIS DA HISTÓRIA DA MASSAGEM ......................... 173 
COMUNICAÇÃO PELO TOQUE .............................................................................. 178 
DEFINIÇÃO DE MASSAGEM .................................................................................. 179 
CIENTIFICIDADE DA MASSAGEM ........................................................................... 180 
PRINCÍPIOS ÉTICOS ............................................................................................ 181 
PADRÕES DE PRÁTICA ........................................................................................ 182 
CONCEITO DE COMPETÊNCIA PROFISSIONAL ........................................................ 183 
HISTÓRICO DO CLIENTE ...................................................................................... 183 
CONSENTIMENTO INFORMADO ............................................................................. 183 
PLANO INICIAL DE ADMISSÃO............................................................................... 184 
EFEITOS MECÂNICOS DA MASSAGEM ................................................................... 185 
EFEITOS FISIOLÓGICOS DA MASSAGEM................................................................ 186 
EFEITOS PSICOLÓGICOS DA MASSAGEM .............................................................. 186 
INDICAÇÕES PARA A MASSAGEM .......................................................................... 188 
CONTRA INDICAÇÕES GERAIS À MASSAGEM ......................................................... 189 
MECÂNICA CORPORAL DO PROFISSIONAL DE MASSAGEM....................................... 192 
TÉCNICAS DE MASSAGEM ................................................................................... 198 
EFEITOS DAS TÉCNICAS DE MASSAGEM NOS TECIDOS ........................................... 212 
DIFERENTES ÁREAS DE CONTACTO DA MÃO (PARA REALIZAÇÃO DE MASSAGEM) ..... 212 
COMPONENTES CRÍTICAS DA MASSAGEM ............................................................. 212 
FICHA DE TRABALHO .......................................................................................... 216 
BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 218 
UF2: MASSAGEM – PROCEDIMENTOS DE PREPARAÇÃO, 
EXECUÇÃO E FINALIZAÇÃO.........................................................219 
OBJECTIVOS ...................................................................................................... 219 
PROCESSO DE RECEPÇÃO, ORIENTAÇÃO DO CLIENTE E FINALIZAÇÃO .................... 219 
PROCEDIMENTOS DE POSICIONAMENTO/COBERTURA ............................................ 219 
SKILLS DE COMUNICAÇÃO COM O CLIENTE ........................................................... 223 
FENÓMENOS DE TRANSFERÊNCIA E CONTRATRANSFERÊNCIA ................................ 224 
FEEDBACK (TERAPEUTA/CLIENTE E VICE VERSA) ................................................... 226 
O AMBIENTE DA MASSAGEM................................................................................ 228 
MARQUESA PORTÁTIL OU FIXA ............................................................................ 231 
ÓLEOS E OUTROS LUBRIFICANTES....................................................................... 235 
VESTUÁRIO DE APRESENTAÇÃO E APARÊNCIA DO MASSAGISTA ............................. 236 
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OBSERVAÇÃO/ APALPAÇÃO DO CORPO DO CLIENTE .............................................. 237 
APARÊNCIA, HIGIENE E SAÚDE PESSOAL.............................................................. 241 
FICHA DE TRABALHO .......................................................................................... 243 
BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 245 
UF3: MASSAGEM – ELABORAÇÃO DE UMA ROTINA GERAL ...246 
OBJECTIVOS ...................................................................................................... 246 
QUALIDADE DO TOQUE ....................................................................................... 246 
ESTABILIZAR E AJUSTAR O CONTACTO FÍSICO ...................................................... 246 
POSIÇÃO DE REPOUSO ....................................................................................... 247 
FLUXO BÁSICO................................................................................................... 249 
CONSIDERAÇÕES SOBRE PRECAUÇÕES COM POPULAÇÕES ESPECIAIS .................. 255 
OUTROS SISTEMAS DE TRABALHO CORPORAL ...................................................... 260 
FICHA DE TRABALHO .......................................................................................... 266 
BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 268 
UF4: MARKETING PESSOAL E CRIAÇÃO DO PRÓPRIO EMPREGO
.........................................................................................................269 
OBJECTIVOS ...................................................................................................... 269 
VARIÁVEIS DE SUCESSO DE UMA CARREIRA.......................................................... 269 
COMPETÊNCIAS TÉCNICAS .............................................................................. 269 
COMPETÊNCIAS PESSOAIS E COMPETÊNCIAS SOCIAIS ....................................... 269 
GESTÃO DO TEMPO PESSOAL E PROFISSIONAL ................................................. 270 
EXPERIÊNCIA E APRENDIZAGEM CONTÍNUA ....................................................... 272 
ELABORAR UM CURRICULUM VITAE...................................................................... 275 
PREPARAR A ENTREVISTA DE EMPREGO .............................................................. 277 
ENQUADRAMENTO LEGAL DA ACTIVIDADE............................................................. 279 
CRIAÇÃO DO PRÓPRIO EMPREGO ........................................................................ 280 
GUIA DE ORIENTAÇÃO ..................................................................................... 280 
TRABALHAR POR CONTA PRÓPRIA: OBRIGAÇÕES A CUMPRIR ............................. 281 
BROCHURA DE APRESENTAÇÃO DOS SERVIÇOSOFERECIDOS................................ 287 
EXPLORAÇÃO DE RECURSOS PROFISSIONAIS NA ÁREA DA MASSAGEM ................... 288 
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE QUALIDADE............................................................ 288 
ESTRUTURA DE HONORÁRIOS ............................................................................. 288 
BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 289 
LISTAGEM DE RECURSOS ....................................................................290 
APÊNDICES ....................................................................................293 
PRECAUÇÕES ADICIONAIS DAS TÉCNICAS DE MASSAGEM ...................................... 293 
TÉCNICAS DE MASSAGEM ................................................................................... 293 
 
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INTRODUÇÃO 
A massagem é o “conjunto de manobras manuais ou mecânicas, executadas de forma metódica, 
no corpo ou numa parte dele, para efectuar uma mobilização dos tecidos superficiais e musculares, 
com finalidade terapêutica, higiénica e desportiva” (Valdivia, 1998), ou seja, um “(…) grupo de 
procedimentos que são habitualmente realizados com as mãos, como fricção, amassamento, 
manipulações, rolamento e percussão dos tecidos externos do corpo, por diversos meios, tendo 
em vista um objectivo curativo, paliativo ou higiénico” (Domenico e Wood, 1998). A massagem 
pode “induzir o relaxamento e, no contexto terapêutico, prevenir a contracção muscular, tensão e 
fadiga, sendo também usada para melhorar a circulação sanguínea e linfática.” (Grealish e 
Lomasney In: McCabe, 2001) 
Para a realização de massagem devem respeitar-se algumas condições básicas, tais como: 
conhecimentos anatómicos, fisiológicos e técnicos; higiene; meio lubrificante (pó, creme ou óleo); 
ambiente adequado (som, cor e aroma); posicionamento e exposição do cliente; posicionamento 
do massagista e aspectos éticos (Domenico e Wood, 1998). 
A massagem pode conduzir a profundos efeitos na saúde do indivíduo (mecânicos, fisiológicos, 
psicológicos e terapêuticos), quando realizada com consciência e sólidos conhecimentos do 
funcionamento do corpo humano. Perceber como conduzir estes efeitos através da massagem, 
obriga à existência de um curso que combina crescimento pessoal com um rigoroso estudo da 
ciência onde se baseia esta prática. 
O programa de estudos do CEFAD está delineado para formandos com grande vontade de se 
desafiarem a si próprios, no sentido de obterem sucesso numa profissão que é pessoal e 
financeiramente recompensadora. Para que este objectivo seja cumprido, os nossos formadores 
são altamente qualificados e possuem experiência nas matérias respectivas. 
O presente manual está construído para possibilitar, a cada formando, uma forma única de 
processamento e aprendizagem dos conteúdos. Os formandos são encorajados a potenciar as 
suas qualidades individuais de aprendizagem. Desta forma os formandos desenvolvem as suas 
vertentes críticas, avaliação das necessidades do cliente, solução de problemas, desenvolvimento 
de capacidades intuitivas e habilidade para criar um plano de tratamento. 
Adicionalmente, são criados desafios como preparação para os seus objectivos de carreira. 
Orgulhamo-nos do sucesso dos formandos diplomados pelo CEFAD e do impacto que eles 
provocam na vida de outros. 
Somos cuidadosos no sentido de considerar o corpo e a mente como um todo. Desta forma 
oferecemos aos formandos, cursos que para além do aspecto científico, privilegia experiências de 
crescimento pessoal. O currículo do curso inclui o módulo de Fundamentos Biológicos do Corpo 
Humano, que lhes transmite conteúdos de Anatomia e Fisiologia, fundamentais em profissões que 
lidam com a saúde. Os nossos documentos de apoio estão cientificamente bem documentados e 
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actualizados. Os formandos utilizam técnicas avançadas com um entendimento perfeito dos efeitos 
fisiológicos que a massagem provoca em cada indivíduo. 
Incluímos ao longo da formação o treino de competências palpatórias (sensação e percepção 
através do toque). A habilidade para percepcionar as diferenças entre tecidos como tendões, 
artérias, veias, músculos, fascias e mesmo energia, é essencial para o sucesso. 
Este processo é progressivo, feedbacks e a prática repetida em diversos contextos é fundamental. 
Não existem atalhos, senão o cumprimento de objectivos de aprendizagem para que o referencial 
de formação tenha significado. 
É extremamente importante perceber como conjugar o conhecimento com as capacidades 
intuitivas. A interacção com o cliente, a capacidade de ouvir, a avaliação do cliente, a habilidade de 
comunicar com delicadeza e a manutenção de elevados patamares éticos é indissociável da 
prática da massagem. 
 
COMO UTILIZAR ESTE MANUAL 
 
Este manual destina-se a servir de base ao estudo dos formandos do Curso de Quiromassagem. 
Contudo, deve ser complementado com pesquisa bibliográfica de outras obras, entre as quais as 
sugeridas nos itens Bibliografia e Sites da Internet. 
O manual encontra-se dividido em duas partes: Módulo I: Fundamentos Biológicos do Corpo 
Humano e Módulo II: Científico-tecnológico. O segundo Módulo encontra-se dividido em Unidades 
de Formação (quatro). No início de cada módulo é feito o seu enquadramento. No final do Módulo I 
e de cada Unidade de Formação do Módulo II pode consultar-se a Bibliografia utilizada na 
elaboração deste manual. Em ambos os módulos encontram-se “caixas coloridas” com chamadas 
de atenção ou com indicações da parte mais importante da matéria apresentada. 
Não se pretende que este manual seja utilizado durante a formação, mas que seja utilizado como 
guia de estudo, em casa. 
 
 
 
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MÓDULO I 
FFUUNNDDAAMMEENNTTOOSS BBIIOOLLÓÓGGIICCOOSS DDOO CCOORRPPOO 
HHUUMMAANNOO 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELABORADO POR: HENRIQUE LOPES 
 
 
 
 
 
JUNHO 2008 
 
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OBJECTIVOS GERAIS 
1. Conhecer os níveis de organização do corpo humano; 
2. Relacionar e definir as terminologias de anatomia e fisiologia por sistema corporal; 
3. Reconhecer as estruturas dos principais sistemas influenciados pela massagem; 
4. Descrever em pormenor a anatomia muscular superficial bem como as estruturas de apoio 
(musculares, tendinosas, ligamentares e articulares). 
 
ENQUADRAMENTO DO MÓDULO 
Qualquer pessoa envolvida na área da saúde necessita de um amplo conhecimento do corpo 
humano pois, só assim, compreenderá as reacções do corpo, perante determinados “estímulos”. A 
aprendizagem de anatomia e fisiologia exige um olhar atento sobre intermináveis redes de 
estruturas nervosas, vasos sanguíneos e linfáticos, camadas musculares sobrepostas, entre 
outras. 
O objectivo deste manual é oferecer, ao formando, conteúdos de fácil compreensão, que 
promovam a aprendizagem. Assim sendo, procurou-se organizar, o módulo, de forma lógica e 
sequencial, e dotá-lo de explicações claras e completas. 
O módulo inicia-se pelas terminologias para estudo do corpo, planos e eixos, bem como os 
movimentos realizados em torno dos mesmos. Segue-se uma abordagem aos níveis da 
organização do corpo humano, onde se incluem o nível químico, celular, tecidos, órgãos, sistemas 
e o organismo na sua globalidade. Numa fase seguinte, são abordados os sistemas esquelético, 
muscular e, por último, todos os restantes sistemas, relativamente aos quais, a massagem tem 
efeitos fisiológicos. 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DO CORPO 
No nosso planeta azul vivem mais de 6 mil milhões de seres humanos. Cada um destes seres é 
único, possuindo diferenças a nível de tamanho, altura, forma do corpo, impressões digitais, entre 
outras. No entanto, todos os seres humanos têm algo em comum: a estrutura do corpo é pré – 
estabelecida, ofuncionamento do organismo é igual para todos, todos têm o mesmo número e tipo 
de células, o mesmo conjunto de ossos e os mesmos sistemas de regulação e controlo. 
 
Este manual pretende servir como referência aos formandos do curso de 
Quiromassagem, no entanto, deve ser complementado com a consulta de outra 
bibliografia e sites da Internet, onde se incluem os referidos no iten “Bibliográfia”. 
NOTA: 
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O estudo do corpo humano exige que, ao descrever as suas estruturas e o seu funcionamento, 
adoptemos procedimentos e uma terminologia comuns, de forma a criar condições para um bom 
entendimento, mesmo quando nos referimos a qualquer aspecto geral, ou particular, da sua 
estrutura ou funcionamento. 
Daí a importância de uniformizar a linguagem relativa a aspectos de "Terminologia” do corpo 
humano. Trata-se, por isso, não apenas de definir conceitos mas, também, de dar início à 
delimitação de um léxico de referência técnico e profissional. 
O estudo, das estruturas do corpo humano, responsáveis pela produção do movimento, exige que 
descrevamos, com rigor, as suas posições relativas. Os termos descritivos têm sido desenvolvidos 
e harmonizados, de forma a facilitar essas descrições. Por outro lado, a necessidade de rigor na 
descrição das estruturas trouxe, também, um importante instrumento para a identificação e 
comunicação relacionada com o movimento articular. 
 
ANATOMIA E FISIOLOGIA 
A Anatomia estuda a estrutura e a forma dos corpos bem como a relação entre a forma e a 
função. A anatomia pode ser abordada a diversos níveis: 
� Anatomia geral ou descritiva analisa a configuração, as relações, a estrutura e o 
desenvolvimento dos diferentes órgãos. Pode dividir-se em, macroscópica, que se restringe à 
observação dos elementos visíveis sem necessidade de usar instrumentos e microscópica que 
usa metodologias histológicas para descrever as microestruturas dos diferentes órgãos. 
� Anatomia Topográfica estuda os órgãos segundo o lugar que ocupam, dividindo o corpo 
humano em regiões e estratos (desde os superficiais aos mais profundos). 
� Anatomia Cirúrgica estuda os problemas anatómicos relativos às doenças de que se ocupa a 
cirurgia, aos seus sintomas e às técnicas de intervenção cirúrgica. 
� Anatomia Patológica estuda as alterações macroscópicas dos órgãos, produzidas por 
doenças diversas, utilizando como principal método de investigação a autópsia. 
� Anatomia Radiográfica estuda a nomenclatura e o aspecto das partes sãs do corpo, 
determinando os caracteres particulares que os diferentes órgãos e tecidos adoptam como 
consequência da sua justaposição, da sua projecção num ecrã e da sua densidade radiológica 
diferente. 
� Anatomia Artística tem como objecto o estudo das formas exteriores do corpo, as proporções 
entre as diferentes partes, os órgãos directamente visíveis e as suas modificações externas 
devidas a atitudes diversas e, em especial, ao movimento. 
A Fisiologia dedica-se ao estudo dos processos ou funções dos seres vivos, tais como trocas 
gasosas, contracção muscular, termorregulação, etc., para permitir verificar, como o organismo se 
comporta, perante determinados estímulos, prevendo assim essas respostas. 
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Para além destas áreas existem, ainda, a Citologia (que efectua o estudo das células), Histologia 
(que estuda a estrutura dos tecidos, através de observações microscópicas) e a Bioquímica (que 
estuda as substâncias químicas existentes no organismo). 
 
REGIÕES CORPORAIS 
São designações (figuras 1 e 2) para áreas corporais específicas, que possuem um especial 
suprimento nervoso ou vascular, ou realizam uma função especial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Regiões corporais: A – face anterior, B – face posterior (retirado de Moll & Moll, 2006) 
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Figura 2 – Regiões da cabeça e pescoço (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
POSIÇÃO DESCRITIVA ANATÓMICA 
Todos os termos que descrevem as relações de uma parte do corpo com as outras são 
estabelecidos com referência a uma posição anatómica padrão. 
Na posição descritiva anatómica (figura 3), o corpo encontra-se: 
� Em posição erecta (de pé); 
� A olhar em frente; 
� Com os membros superiores pendentes ao longo do corpo, palmas da mão voltadas para a 
frente e polegar para fora; 
� Com os membros inferiores ligeiramente afastados; 
� Com os pés assentes no solo e virados para a frente. 
 
Figura 3 – Posição descritiva anatómica (retirado de Miranda, E., 2006) 
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PLANOS E EIXOS DE REFERÊNCIA 
PLANOS DE REFERÊNCIA 
Um Plano é uma superfície imaginária definida por três pontos que não se encontram 
simultaneamente na mesma linha recta. No espaço pode ser definido um número infinito de planos. 
Para servirem de referência para os estudos anatómicos, são definidos três planos (figura 4): 
� Plano Sagital ou Antero-Posterior que divide o corpo, verticalmente, em duas metades: 
direita e esquerda; 
� Plano Frontal ou Coronal, que divide o corpo, verticalmente, em duas metades: anterior e 
posterior; 
� Plano Horizontal ou Transverso, que divide o corpo em duas metades: superior e inferior. 
Estes planos dividem o corpo em metades com, sensivelmente, a mesma massa corporal. A 
intercepção dos três planos ocorre num ponto designado por Centro de Gravidade. 
 
Figura 4 – Posição descritiva anatómica (retirado de Miranda, E., 2006) 
 
EIXOS DE REFERÊNCIA 
A Posição Descritiva Anatómica, os Planos de Referência e os Termos Direccionais são de 
extrema importância no estudo das estruturas corporais. No entanto, o formando necessitará de 
analisar estas estruturas em movimento. Sempre que um segmento corporal se move, sofre um 
deslocamento angular em torno de um eixo imaginário de rotação, que passa através da 
articulação à qual se encontra ligado. À semelhança do que acontece com os planos, também são 
enunciados três eixos de referência para o estudo do movimento. Os eixos são, perpendiculares 
aos Planos. 
� Eixo Transverso ou Lateromedial (perpendicular ao Plano Sagital) é o eixo, segundo o qual, 
se realizam os movimentos no Plano Sagital. O movimento dos membros superiores e 
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inferiores durante o andar é um exemplo de deslocação no Plano Sagital e em torno do Eixo 
Transversal (figura 5). 
 
Figura 5 – Representação do Eixo Transverso e do Plano Sagital (retirado de Miranda, E., 2006) 
 
� Eixo Antero-Posterior (perpendicular ao Plano Frontal) (figura 6) é o eixo, segundo o qual se 
realizam os movimentos no Plano Frontal. A inclinação lateral do tronco é um exemplo simples 
de um movimento no Plano Frontal e em torno do Eixo Antero-Posterior. 
 
Figura 6 – Representação do Eixo Antero-Posterior e do Plano Frontal (retirado de Miranda, E., 2006) 
 
 
 
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� Eixo Longitudinal, Vertical ou Crânio-Caudal (perpendicular ao Plano Horizontal) (figura 7) é 
o eixo, segundo o qual se realizam os movimentos no Plano Horizontal. O movimento de 
rotação da cabeça é uma boa ilustração deste tipo de situação. A cabeça desloca-se no Plano 
Horizontal e em torno do Eixo Longitudinal. 
 
 
Figura 7 – Representação do Eixo Longitudinal e do Plano Horizontal (retirado de Miranda, E., 2006) 
 
Figura 8 – Representação de movimentos ao longo dos três eixos: A – Eixo Transverso, B – Eixo Antero-Posterior, C – Eixo 
Longitudinal (retirado de Miranda, E., 2006) 
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Após a definição dos planos de referência passamos a ser capazes de nos referir, com maior 
precisão, à posição das estruturas corporais. Por exemplo, podemos afirmar que o esterno é 
anterior (em relação ao Plano Frontal), superior (em relação ao Plano Transversal) e médio (em 
relação ao Plano Sagital). Anterior, superior e médio são termos de referência, que utilizamos, na 
nossa linguagem, para situar as estruturas umas em relação às outras, utilizando como suporte de 
referência os três planos. A utilização dos termos direccionais é uma ajuda preciosa na definição 
da situação das peças ósseas e dos músculos esqueléticos. Ao longo deste curso irá constatar que 
a maior parte das designações adaptadas, particularmente, para identificar os músculos, resultam 
da utilização de termos direccionais. Por exemplo: "Vasto Interno", “Vasto Externo” "Deltóide 
Anterior", etc. 
Os termos direccionais mais utilizados são: 
� Superior – parte do corpo acima de outra ou próxima da cabeça; 
� Cranial – refere-se à região da cabeça; 
� Inferior – parte do corpo abaixo de outra ou próxima dos pés; 
� Caudal – refere-se à região glútea ou ao tronco representado pelo cóccix; 
� Anterior (Ventral) – significa à frente ou mais próximo da frente do corpo; 
� Posterior (Dorsal) – indica a face posterior do corpo ou mais próxima do dorso; 
� Medial – termo utilizado para indicar a estrutura na posição descritiva anatómica, mais próxima 
do plano mediano do corpo; 
� Lateral – estrutura anatómica mais afastada do plano mediano; 
� Proximal – mais próxima do tronco; 
� Distal – mais distante do tronco; 
� Superficial – mais à superfície do corpo ou próximo dela; 
� Profundo – mais distante da superfície do corpo; 
� Intermédio – entre uma estrutura superficial e uma estrutura profunda; 
� Interno – mais próximo do centro de um órgão ou de uma cavidade; 
� Externo – mais afastado do centro de um órgão ou de uma cavidade; 
� Central – mais próximo do centro; 
� Periférico – mais distante do centro; 
 
 
 
 
 
TERMOS POSICIONAIS 
 
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Os termos posicionais são usados para descrever o relacionamento do corpo com diferentes 
planos. 
� Posição anatómica - como foi referido anteriormente, é a posição do corpo quando está 
erecta, com olhar em frente, membros superiores pendentes ao longo do corpo, com as 
palmas da mão voltadas para a frente e polegar para fora, membros inferiores ligeiramente 
afastados, pés assentes no solo e virados para a frente; 
� Posição erecta - o corpo em pé; 
� Posição supina - o corpo deitado numa posição horizontal com o rosto para cima; 
� Posição em pronação - o corpo deitado numa posição horizontal de rosto para baixo; 
� Decúbito ventral - o corpo deitado numa posição horizontal de rosto para baixo; 
� Decúbito dorsal - corpo deitado numa posição horizontal com o rosto para cima; 
� Posição lateralmente deitado - o corpo deitado numa posição horizontal sobre o lado direito 
ou esquerdo; 
Quando se percorre o corpo, os termos direccionais ajudam a determinar a localização exacta de 
uma estrutura. 
 
TERMINOLOGIA DO MOVIMENTO (CINESIOLOGIA) 
Partindo da posição anatómica, dos planos de referência e dos termos direccionais, aprendemos a 
utilizar os conceitos para definir estruturas. A introdução da noção de eixo do movimento permite-
nos descrever os movimentos no espaço. Não é muito cómodo, quando nos queremos referir a 
movimento segmentar, ter de descrever os planos e os eixos, segundo os quais se realizam (tabela 
1). Sabemos que os movimentos dos segmentos corporais se realizam de acordo com eixos de 
rotação centrados nas articulações. Se, para cada plano de referência, definirmos movimentos 
primários, acedemos a um conjunto de conceitos para descrever os movimentos articulares. A 
utilização destes conceitos deve ser absolutamente rigorosa e constituir parte fundamental do 
nosso léxico profissional. Para além do rigor que encerram, estes conceitos são uma importante 
ajuda pedagógica para as pessoas que estão ao nosso cuidado, nas sessões massagem, pois 
ajudam a compreender como devem realizar correctamente os movimentos segmentares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tabela 1 – Principais movimentos realizados por Plano e Eixo respectivo (adaptado de Miranda, E., 2000) 
 
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MOVIMENTO NO PLANO SAGITAL 
Flexão é definida como um movimento no Plano Sagital, que determina uma redução do ângulo 
entre duas ou mais peças ósseas ou duas regiões corporais. Na posição descritiva anatómica, 
definimos que as articulações da cabeça, ombro, cotovelo, punho, bacia/quadril, joelho e tornozelo 
são de 180º. Os movimentos segmentares que reduzem estes ângulos articulares são flexões. 
Extensão é definida como um movimento no Plano Sagital, que determina um aumento do ângulo 
existente entre duas ou mais peças ósseas ou duas regiões corporais. 
Hiperextensão é o movimento para além da posição anatómica de referência. Na articulação do 
tornozelo, a elevação da ponta do pé em relação à perna é descrita como Dorsiflexão e o 
abaixamento da ponta do pé é descrito como Flexão plantar. 
Na articulação do punho a situação é análoga, referimo-nos à Flexão palmar quando ocorre a 
elevação dos dedos em relação ao antebraço e Dorsiflexão quando se realiza o abaixamento ou 
projecção dos dedos para trás. 
Um movimento articular de grande importância, que se realiza no Plano Sagital, em torno do eixo 
transversal, é a rotação da cintura pélvica. Para descrever o sentido da rotação, damos como 
referência uma eminência óssea do ilíaco de fácil reconhecimento, a espinha ilíaca antero-superior 
(facilmente reconhecível por palpação). A rotação da bacia para diante (sentido horário) descreve-
se como uma Anteversão. A rotação da bacia para trás, anti-horário, descreve-se como uma 
Retroversão. A figura 9 apresenta alguns dos movimentos no Plano Sagital. 
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Figura 9 – Representação de movimentos no Plano Sagital (retirado de Fritz S., 2000) 
 
MOVIMENTO NO PLANO FRONTAL 
A maior parte dos movimentos no Plano Frontal designam-se por Abdução e Adução. 
A Adução refere-se à aproximação de um segmento corporal à linha média do corpo. A Abdução 
diz respeito ao afastamento do Plano Sagital. 
A Inclinação Lateral do tronco ou Flexão Lateral realiza-se, também, no Plano Frontal. 
Elevação e Abaixamento (depressão), a omoplata desloca-se no Plano Frontal na direcção 
superior e inferior, sendo o movimento descrito como elevação e abaixamento ou depressão. A 
mesma situação é, também, observada no pulso, sendo descrita como Flexão Interna ou cubital e 
Flexão Externa ou radial. A figura 10 apresenta alguns dos movimentos no Plano Frontal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 10 – Representação de movimentos no Plano Frontal (retirado de Fritz S., 2000) 
 
MOVIMENTO NO PLANO HORIZONTAL 
Os movimentos no plano horizontal realizam-se em torno de um Eixo Vertical ou Longitudinal 
englobam, Rotação, rotação para a direita e para a esquerda (são utilizadas para descrever os 
movimentos da cabeça), Rotação Interna ou Medial e Externa ou Lateral (são utilizadas para 
descrever os movimentos dos membros), Pronação e Supinação, Inversão e Eversão, Abdução 
Horizontal e Adução Horizontal. 
A Pronação e a Supinação ocorrem especificamente a nível do antebraço em que a rotação 
externa designa-se de supinação e a rotação interna designa-se de pronação. No tornozelo 
observamos também movimentos de inclinação interna e externa. A inclinação interna é designada 
de Inversão e a inclinação externa de Eversão. 
Uma situação específica merece destaque, por ser muito comum, é a Abdução Horizontal ou 
Flexão Horizontal e da Adução Horizontal ou Extensão Horizontal. 
A figura 11 apresenta alguns dos movimentos no Plano Horizontal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 – Representação de movimentos no Plano Sagital (retirado de Fritz S., 2000) 
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MOVIMENTOS GERAIS 
Naturalmente a produção motora não está circunscrita aos movimentos articulares puros. Definir a 
terminologia dos movimentos articulares puros, associados aos diferentes planos, é muito 
importante como instrumento, para a comunicação dos formandos com os seus alunos/clientes, 
nas diversas ocasiões em que é necessário descrever o movimento dos segmentos corporais no 
espaço e a participação muscular nessas acções. No entanto, a maior parte da motricidade do 
corpo resulta da combinação de movimentos em vários planos e segundo vários eixos. A 
Circundução (figura 12) é justamente descrita como uma combinação da Flexão, Extensão, 
Adução e Abdução de uma articulação e refere-se ao movimento circular de um segmento 
corporal. 
 
Figura 12 – Exemplo de movimento geral do corpo humano – circundação (retirado de Miranda E., 2006) 
 
PROCESSOS VITAIS 
Para a sobrevivência dos seres vivos, como é o caso do ser humano, é necessário um conjunto de 
processos que permitam cumprir o seu ciclo de vida. A esses processos essenciais à sobrevivência 
dá-se o nome de processos vitais. Estes processos não são visíveis, de forma integrada, em 
nenhuma outra estrutura não viva. Para manter as condições essenciais à vida, o organismo tem 
que manter estáveis as condições do seu meio interno, como é o caso da temperatura, da pressão, 
do pH, entre outras. Chama-se homeostasia à condição em que o organismo é capaz de 
assegurar a manutenção do meio interno dentro de determinados parâmetros fisiológicos. Um 
organismo encontra-se em homeostasia se a concentração de gases, nutrientes, iões e água nos 
seus fluidos for adequada, a temperatura ajustada e a pressão apropriada. A noção de 
homeostasia refere que o organismo é capaz de alterar as condições do seu equilíbrio interno, 
como acontece com a fadiga após esforço físico, sem sair da condição homeostática, uma vez que 
após repouso, volta às condições ideais do seu equilíbrio interno. A homeostasia é controlada 
através do sistema nervoso e do sistema endócrino, que permitem que os sistemas respondam ao 
stress que os estímulos provocam no organismo. 
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A homeostasia não é linear, mas sim um estado de equilíbrio dinâmico, em que o organismo 
mantém as capacidades de resposta e adaptação às condições externas do meio ambiente. 
Para a manutenção da homeostasia são necessários os seguintes processo vitais: 
� Metabolismo, que é o conjunto de processos químicos que ocorrem no organismo e que 
asseguram a disponibilidade da energia necessária a todos os processos que ocorrem no 
organismo. Existem dois tipos de metabolismo, o metabolismo catabólico, resultante da 
quebra das ligações químicas e consequente libertação de energia e o metabolismo 
anabólico que permite a formação de novas ligações químicas e formação de novas 
estruturas a partir da energia libertada no catabolismo. Para o metabolismo contribuem vários 
processos, nomeadamente: ingestão, digestão, absorção, assimilação, respiração, secreção e 
excreção. 
� Excitabilidade definida como a capacidade que organismo tem para percepcionar alterações 
no meio interno e externo, para dar resposta a estímulos; 
� Condutibilidade, ou seja, a capacidade da célula transferir os efeitos de um estímulo de uma 
parte de uma célula para outra (superiormente desenvolvido nas células nervosas); 
� Contractibilidade, ou seja, a capacidade que resulta de alterações do comprimento das 
células e consequente aptidão para promover o movimento; 
� Crescimento, ou seja, a capacidade dos organismos induzirem o aumento das suas 
dimensões quer através do aumento do número de células – hiperplasia, quer através do 
aumento do volume das células já existentes – hipertrofia (esta pode resultar do aumento da 
quantidade de substâncias que rodeiam a célula); 
� Diferenciação definida como a capacidade que os organismos têm de transformar células não 
especializadas em entidades especializadas no desempenho de determinadas funções (uma 
vez especializadas perdem a capacidade de diferenciação); 
� Reprodução, que é o processo que permite a formação de novas células para assegurar o 
crescimento, reparar os tecidos lesados, substituir células mortas e, ainda, assegurar a 
transmissão da herança genética para um novo organismo. 
EM SÍNTESE 
 
 
DEVE SABER: 
• Conceito de Anatomia, Fisiologia, Citologia, Histologia e Bioquímica. 
• Regiões Corporais 
• Posição Descritiva Anatómica 
• Planos de Referência (Sagital, Frontal e Horizontal) 
• Eixos de Referência (Transverso, Antero-Posterior e Longitudinal) 
• Termos Direccionais 
• Cinesiologia (movimentos no Plano Sagital, Frontal, Horizontal e Movimentos 
Gerais) 
• Termos Posicionais 
• Processos Vitais (Homeostasia, Metabolismo, Excitabilidade, 
Condutibilidade, Contractibilidade, Crescimento, Diferenciação e 
Reprodução) 
 
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NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO 
O primeiro nível de organização é o nível químico, que inclui todas as substâncias químicas 
necessárias para manter a vida. 
As substâncias químicas são constituídas por átomos, a menor unidade de matéria, e alguns 
deles, como o carbono (C), o hidrogénio (H), o oxigénio (O), o azoto (N), são essenciais para a 
manutenção da vida. Os átomos combinam-se para formar moléculas (constituídas por dois ou 
mais átomos unidos), como por exemplo as proteínas, os hidratos de carbono, os lípidos e as 
vitaminas. As moléculas, por sua vez, combinam-se para formar um novo nível de organização, o 
nível celular. As células são as unidades estruturais e funcionais básicas de um organismo. Tudo 
o que tem menor complexidade que uma célula não consegue reproduzir-se, realizar o seu 
metabolismo, adaptar-se às condições envolventes e não constitui matéria viva. Tudo o que tem 
maior complexidade que uma célula resulta da associação de células originadas a partirde um ovo 
(célula) que se dividiu, multiplicou e diferenciou, para dar origem a biliões de outras células com as 
mais variadas formas e funções. Como exemplos dos tipos de células existentes no nosso corpo 
podemos referir células musculares, nervosas, ósseas, sanguíneas, etc. 
O terceiro nível de organização é o nível dos tecidos. Um tecido pode ser definido como um 
conjunto de células semelhantes em termos de forma e função, rodeado de substâncias 
extracelulares diversas e com a mesma origem embrionária. Os quatro tipos básicos de tecidos 
são: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Os tecidos agrupam-se para formar um novo nível de 
organização, o nível dos órgãos. Os órgãos são compostos por dois ou mais tecidos diferentes e 
desempenham funções específicas. Podemos apresentar como exemplos de órgãos: o coração, os 
rins, os pulmões, o estômago, etc. Os órgãos vão-se agrupar para dar origem ao nível dos 
aparelhos e sistemas, capazes de desempenhar funções mais amplas (trocas gasosas, 
circulação sanguínea, etc.). Como exemplos de sistemas podemos referir o sistema digestivo, o 
cardiovascular, o urinário, o nervoso, entre outros. O conjunto dos vários aparelhos e sistemas 
constitui o organismo, o ultimo nível de organização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 13 – Representação dos níveis de organização do ser humano (retirado de Pereira, M., 2001) 
 
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CÉLULA 
A célula é a unidade básica estrutural e funcional do ser vivo. É a parte mais pequena, capaz dos 
processos que definem a vida (Parker, S., 2007). 
As células dos organismos superiores diferenciam-se das bactérias e algas cianofíceas, por 
possuírem uma membrana nuclear que permite que o núcleo fique individualizado, separado do 
citoplasma. O primeiro tipo de células denomina-se células eucarioticas, enquanto que as das 
bactérias e as das cianofíceas são procarióticas. As células eucarioticas são maiores e 
evolutivamente mais definidas, caracterizam-se por serem organitos membranosos, com organitos 
membranosos, como o retículo endoplasmático, as mitocôndrias e o complexo de Golgi, para 
realizarem as suas reacções metabólicas em compartimentos separados e por se dividirem por 
mitose, excepto em alguns casos, como as células reprodutoras. 
No que se refere às células eucarióticas, podem ser animais ou vegetais, compartilhando muitas 
características em comum, mas apresentando algumas diferenças, nomeadamente a parede 
celular, que faz da célula vegetal uma estrutura mais rígida, a existência do grande vácuolo que 
pode ocupar uma grande parte do espaço da célula vegetal e, ainda, dos plastos que permitem 
que as células vegetais possam realizar fotossíntese. 
A maioria das células animais são microscópicas, uma célula comum tem 20 a 30 µm 
(micrómetros) de diâmetro, no entanto há células muito especializadas, longas, como as células 
nervosas (neurónios) e as células das fibras musculares que podem atingir mais de 30 cm. 
 
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA CÉLULA 
Ao conjunto das substâncias químicas que constituem a célula dá-se o nome de protoplasma e é 
constituído essencialmente por água, electrólitos, proteínas, lípidos e hidratos de carbono. 
 A água constitui 75 a 80% da célula, nela dissolvem-se muitas das substâncias e outras mantêm-
se em suspensão. Os electrólitos mais importantes são o potássio, o magnésio e o bicarbonato. 
Para além destes, aparecem pequenas quantidades de sódio e cloro, encontrando-se normalmente 
dissolvidos no plasma, proporcionando produtos químicos e orgânicos para as reacções 
metabólicas. São necessários, para o controlo celular, transmissão de impulsos, entre outras. 
As proteínas constituem entre 10 a 20% da célula e podem ser de dois tipos, estruturais, ligando 
entre si as estruturas das células e enzimática, funcionando como catalizadoras de reacções 
celulares. Os lípidos constituem cerca de 2% da célula, quer como gorduras da célula, quer ao 
nível da constituição da membrana, em conjunto com as proteínas. Os hidratos de carbono 
constituem cerca de 1% da célula e encontram-se especialmente sob a forma de glicogénio. 
 
 
 
 
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ORGANIZAÇÃO DA CÉLULA 
A célula animal encontra-se envolvida por uma membrana celular que delimita a célula. O interior 
está dividido em duas parte, o núcleo e o citoplasma. No citoplasma existem as seguintes 
estruturas: mitocôndrias, retículo endoplasmático, complexo de golgi, ribossomas, centríolos, 
lisossomas e inclusões celulares. 
 
MEMBRANA CELULAR 
A membrana celular regula a entrada e saída de substâncias na célula, possuindo uma 
permeabilidade selectiva. É constituída por uma camada bimolecular de fosfolípidos em que 
flutuam as proteínas. Não é uma estrutura rígida, uma vez que as proteínas flutuam nos 
fosfolípidos funcionando como canais, moléculas transportadoras, moléculas receptoras, 
marcadores, enzimas, elementos estruturais da membrana. 
 
NÚCLEO 
É no núcleo que se encontra a organização genética da célula. Possui membrana nuclear dupla, 
com poros e localiza-se geralmente numa posição central. No seu interior localiza-se o ADN e 
proteínas, formando os cromossomas. O ADN é o material hereditário da célula e controla todas as 
suas actividades. No interior do núcleo há uma zona mais escura, designada de nucléolo, que 
contém ARN. 
 
CITOPLASMA 
É a substancia que se encontra no interior da membrana celular, excluindo o núcleo. É uma matriz 
fluida contendo os organitos e as inclusões celulares em suspensão, onde se pode observar um 
conjunto de microtúbulos que formam o citoesqueleto que suporta a célula. É no citoplasma que 
ocorre a maioria das reacções químicas da célula. 
 
RIBOSSOMAS 
São produzidos no nucléolo e encontram-se agrupados no citoplasma. Constituem locais onde são 
ligados os aminoácidos para formar proteínas. Os ribossomas podem encontrar-se livres ou 
associados ao retículo endoplasmático. 
 
RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO 
Resulta de uma extensão da membrana nuclear interna formando tubulos e saco (cisternas) 
através da célula. Pode ser associado a ribossomas, formando o retículo endoplasmático rugoso 
(RER), constituindo um local de síntese proteica. Se não estiver associado a ribossomas, designa-
se de retículo endoplasmático liso (REL), encontrando-se envolvido na produção de lípidos e no 
armazenamento de cálcio. 
 
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COMPLEXO DE GOLGI 
O complexo de Golgi resulta numa série de cisternas empilhadas, que funciona como local onde 
são modificados e acondicionados os lípidos e as proteínas. Estas substâncias são integradas em 
vesículas para serem transportadas. 
 
MITOCÔNDRIA 
É o principal organito responsável pela produção de energia – ATP. Apresenta membrana externa 
lisa e membrana interna pregueada, formando cristas. Possui o seu próprio ADN, consegue 
produzir algumas das suas próprias proteínas e pode replicar-se independentemente da célula. 
 
LISOSSOMAS 
São “sacos” que contêm enzimas hidrolíticas, capazes de digerir substâncias fagocitadas ou 
estruturas da própria célula (autofagia). O conteúdo destes sacos pode ser lançado para o exterior 
da célula, de forma efectuar digestões extracelulares. Exemplo disso, são as enzimas lisossómicas 
lançadas pela cabeça dos espermatozóides que ajudam a digerir a barreira que envolve o óvulo. 
 
PEROXISSOMAS 
Os peroxissomas são “sacos” que contêm enzimas que digerem ácidos gordos e aminoácidos. 
Contêm também enzimas (catalase), que catalizam a degradação do peróxido de hidrogénio 
(H2O2) em água (H2O) 
 
INCLUSÕES CELULARES 
As inclusões são substâncias produzidas pelas células. Trata-se de algumas substânciasque 
certas células produzem, nomeadamente, o glicogénio (fígado e músculos), a melanina (pele) e 
lípidos (células adiposas). 
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Figura 14 – Esquema de uma célula animal (retirado de Parker, S., 2007) 
 
 
Vacúolo 
Armazena e transporta 
substâncias ingeridas, 
resíduos e água 
Mitocôndria 
Produz energia 
Microtúbulos 
Faz parte do 
citosqueleto da célula e 
ajuda o movimento das 
substâncias pelo 
citoplasma 
Centríolo 
Participa na divisão 
celular 
Microvilosidades 
Projecções encontradas 
em algumas células que 
provoca um aumento da 
área de superfície da 
célula 
Secreções 
libertadas 
Substâncias 
libertadas pela 
célula 
Vesículas Secretoras 
Sacos que contêm varias 
substâncias, como enzimas 
Complexo de Golgi 
Local onde são 
modificados e 
acondicionados proteínas e 
lípidos 
Lisossoma 
Produz enzimas para a 
digestão de substâncias 
Retículo Endoplasmático Liso 
Resulta de uma extensão da 
membrana nuclear interna, 
encontra-se envolvido no 
metabolismo das gorduras e 
armazena cálcio 
 
Peroxissoma 
Produz enzimas que 
oxidam substâncias 
tóxicas para a célula 
Membrana Celular 
Delimita a célula e 
regula entrada e saída 
de substâncias 
Retículo Endoplasmático 
Rugoso 
Resulta de uma extensão da 
membrana nuclear interna, 
contém ribossomas e é um local 
de elevada síntese proteica 
Ribossoma 
Local de síntese 
proteica 
Citoplasma 
Matriz fluida onde 
se encontram em 
suspensão os 
organitos celulares 
Microfilamento 
Dá suporte à célula 
Citoesqueleto 
é composto por 
microfilamentos e 
microtúbulos 
Núcleo 
Centro de controlo 
da célula, contém a 
maior parte do ADN 
da célula 
Nucléolo 
Região dentro 
do núcleo, 
produz 
ribossomas 
Membrana Nuclear 
Membrana dupla com 
poros através dos quais 
as substâncias entram e 
saem do núcleo 
Nucleoplasma 
líquido dentro 
do núcleo 
 
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TECIDOS 
Os tecidos são agrupamentos de células em “famílias” com características idênticas quanto à 
forma e função (rodeadas de substâncias extracelulares diversas que lhes conferem característica 
próprias), com a mesma origem embrionária. A estrutura das células e das substâncias que o 
compõem permitem classificar os tecidos em quatro tipos: epitelial, conjuntivo, muscular e 
nervoso. 
 
TECIDOS EPITELIAIS 
Os tecidos epiteliais ou epitélios são tecidos especializados em revestimento do exterior dos 
organismos pluricelulares, bem como cavidades internas e órgãos ocos, ou, ainda para elaborar 
secreções. 
Os tecidos epiteliais são constituídos, na sua quase totalidade, por células com pouco material 
extracelular. São células de revestimento (muito unidas). Estas células mantêm a capacidade de 
divisão para substituir células lesadas. 
Existem dois tipos de epitélios, os epitélios de revestimento e os epitélios glandulares. Os 
epitélios onde predomina a função protectora e absorvente designam-se de epitélios de 
revestimento. Os epitélios onde predomina a função secretora chamam-se epitélios glandulares. 
 
Epitélios de Revestimentos 
Os epitélios de revestimento formam uma barreira entre o meio interno e o meio externo, e 
classificam-se em 
� Derme - reveste a superfície corporal: 
• Mucosas – revestem zonas de transição entre meio interno e externo; 
• Serosas – revestem cavidades internas: 
o Meninges (revestem a cavidade craneana); 
o Pleura (reveste os pulmões); 
o Pericárdio (reveste o coração); 
o Peritoneu (reveste a cavidade abdominal); 
• Sinovial – reveste internamente cápsulas articulares; 
• Bursas – asseguram a protecção de zonas de atrito entre superfícies ósseas e 
estruturas tendinosas e ligamentares. 
 
Classificação dos Epitélios de Revestimento 
A classificação dos epitélios faz-se de acordo, simultaneamente, com o número de camadas de 
células e com a forma das células da camada mais superficial. Quanto ao número de camadas 
podemos classificá-los em: 
� Epitélios simples — formados apenas por uma camada de células; 
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� Epitélios estratificados — formados por mais de uma camada de células; 
� Epitélios pseudo-estratificados — formados por uma só camada de células, mas com os 
núcleos situados a níveis diferentes, dando a aparência de serem constituídos por várias 
camadas de células. 
Quanto à forma da camada mais superficial de células, o epitélios podem ser classificados em: 
� Escamoso (pavimentoso) – se as células da camada mais superficial tiverem pequena 
espessura; 
� Cúbico – se as células da camada mais superficial tiverem a forma semelhante a um cubo; 
� Colunar (prismático ou cilíndrico) – se as células da camada mais superficial tiverem elevada 
espessura. 
 
Figura 15 – Esquema de tecidos epiteliais (retirado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Epit%C3%A9lio_colunar) 
 
Epitélios Glandulares 
Os epitélios glandulares produzem e segregam substâncias que são lançadas directamente no 
sangue (glândulas endócrinas) ou lançadas no exterior através de ductos (glândulas exócrinas). 
 
TECIDO CONJUNTIVO 
O tecido constituído por abundante matriz extracelular, fazendo com que as células estejam muito 
espaçadas denomina-se tecido conjuntivo. Este tipo de tecido constitui grande parte da massa 
corporal, mantém estruturas ligadas e apoia as estruturas corporais. A matriz extracelular não faz 
metabolismo, visto ser matéria orgânica e inorgânica não viva, não produz calor e ajuda na 
libertação de calor e metabolitos das células mais profundas, contribuindo assim para equilíbrio 
homeostático. 
O tecido conjuntivo é classificado como frouxo e denso. 
O tecido conjuntivo frouxo possui grandes espaços que separam as fibras e as células, contendo 
grande quantidade de líquido intercelular. O tecido conjuntivo denso proporciona apoio estrutural e 
tem maior concentração de fibras. O tecido denso pode, ainda, ser dividido em tecido conjuntivo 
denso regular e denso irregular. 
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O tecido conjuntivo denso regular possui grupos de fibras firmemente organizadas num padrão 
consistente, incluindo os tendões, os ligamentos e as aponeuroses (camadas fibrosas planas que 
ligam os músculos aos ossos ou outros tecidos). 
O tecido conjuntivo denso irregular tem grupos de fibras firmemente organizadas num padrão 
inconsistente, podendo ser encontrado na derme, na submucosa do tracto digestivo, nas cápsulas 
fibrosas e na fáscia (bainhas que envolvem as fibras musculares). O tecido adiposo (vulgarmente 
designado de gordura) é um tipo especializado de tecido conjuntivo frouxo, onde uma única gota 
de gordura ocupa a maior parte de cada célula (células adiposas ou adipócitos). Dado que este 
tecido possui uma ampla distribuição subcutânea, actua como isolamento para conservação do 
calor corporal, como acolchoamento para os órgãos internos e como depósito para o 
armazenamento do excesso alimentar e suprimento de reserva energética. 
No tecido conjuntivo, a matriz extracelular resulta da actividade das células (o sufixo identifica as 
suas funções): o sufixo blasto – significa que criam a matriz (ex: osteoblastos- criam a matriz 
óssea, o sufixo citos – significa que mantêm a matriz (ex: osteócitos - mantêm a matriz óssea) e o 
sufixo clastos – significa que degradam a matriz (ex: osteoclastos – degradam o osso. Para além 
do prefixo ósteo podemos ter outros, nomeadamente condro (cartilagem) e fibro (tendões e 
ligamentos). 
De entre as variedades de tecido conjuntivo vamos abordar algumas, com especial interesse, 
nomeadamente: 
� Tecido adiposo - as células (adipócitos) são preenchidas por lípidos e envolvidas por muitopouca matriz extracelular. As principais funções são: nutrição (armazenador de energia sob a 
forma de lípidos), preenchimento (isolador térmico) e defesa (protecção mecânica). 
� Tecido hematopoiético – encontra-se maioritariamente na medula óssea. Existem dois tipos – 
amarelo e vermelho. A sua principal função é de reparação. 
� Tecido cartilagíneo – a matriz possui fibras proteicas e substância fundamental. A matriz é 
relativamente rígida e possui agregados de proteoglicanos, com função de sustentação. Este 
tecido está adaptado ao deslizamento articular e à absorção de choques, devido à capacidade 
dos proteoglicanos para reter água e do ácido hialurónico para lubrificar superfícies. 
� Tecido ósseo – tecido conjuntivo, duro, constituído por células e matriz mineralizada. É um 
tecido muito vascularizado e com grande capacidade de regeneração. A matriz óssea é 
constituída por uma parte orgânica, rica em proteínas, especialmente colagénio que atribui 
qualidades de elasticidade e uma parte inorgânica, constituída por cristais de fosfato de cálcio 
que confere dureza. As principais funções são suporte e sustentação. 
� Sangue - tecido conjuntivo com características muito específicas. A matriz líquida permite a 
deslocação das células livremente e, por isso, permite o fluxo do tecido pelo organismo para 
transportar nutrientes e produtos de excreção e dissipar calor. A maior parte da matriz (plasma) 
não é produzida pelas células do próprio tecido, mas provem de outros tecidos. 
 
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TECIDO MUSCULAR 
O tecido muscular é constituído por células musculares com um generoso suprimento sanguíneo. É 
um tecido especializado na contracção, permitindo produção de movimento, bombeamento do 
sangue através do coração e vasos sanguíneos e redução de volume dos órgãos (caso da bexiga). 
As células musculares podem medir vários centímetros e possuem um formato alongado, o que 
promove a sua contractibilidade. Existem três tipos básicos de tecido muscular: 
� Tecido muscular estriado (esquelético) - deve o nome à sua aparência de banda ou 
estriada. O controlo nervoso é voluntário; 
� Tecido muscular cardíaco - por vezes classificado como estriado, porque também é 
composto de tecido estriado, todavia, difere do outro tecido muscular estriado de duas formas: 
as suas fibras são unidades celulares separadas que não contêm muitos núcleos e contrai 
involuntariamente (de forma automática); 
� Tecido muscular liso - consiste em células longas, fusiformes e com ausência de um padrão 
de bandas escuras e claras alternadas. A sua actividade é estimulada pelo sistema nervoso 
autónomo e não possui controle nervoso voluntário. O tecido muscular liso reveste as paredes 
de muitos órgãos internos e outras estruturas, incluindo: 
• As vias respiratórias, desde a traqueia até os ductos alveolares; 
• Os ductos urinário e genital; 
• As artérias e as veias; 
• Os maiores vasos linfáticos; 
• O músculo erector do pêlo. 
 
TECIDO NERVOSO 
É um tecido especializado na transmissão de impulsos eléctricos denominados potenciais de 
acção. As células que permitem a este tecido elevada condutibilidade designam-se por neurónios 
ou células nervosas. As suas propriedades primárias são a excitabilidade ou irritabilidade (a 
capacidade de reagir a vários agentes físicos e químicos) e a condutividade (capacidade de 
transmitir uma reacção de um ponto da célula para outro). 
São células altamente especializadas, que perdem capacidade de regeneração. Se perdermos 
células, estas não são substituídas e as funções que lhes estavam afectas irão progressivamente 
degradar-se. A elevada especificidade das células (neurónios) exige um tipo especial de células 
que servem de suporte, protegem e actuam como isolador (células de Schwann ou células da 
glia). Podemos encontrar células nervosas no encéfalo, na espinal-medula e nos nervos. 
 
ÓRGÃOS 
Os órgãos, como já foi referido anteriormente, refere-se a um nível de organização mais complexo, 
em que vários tecidos se integram para formar uma estrutura capaz de realizar funções específicas 
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Lília Vasconcelos
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os rins (fazem filtragem do sangue e produção de urina). 
 
SISTEMAS 
Os sistemas traduzem-se pela associação de vários órgãos, para a realização de funções mais 
amplas. A tabela 2 apresenta os sistemas corporais, os órgãos que o constituem e as principais 
funções de cada sistema. 
 
Tabela 2 – Esquema de tecidos epiteliais (adaptado de Serranito, P., 2003) 
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Seguidamente, apresenta-se uma abordagem mais detalhada de cada um destes aparelhos e 
sistemas, com especial interesse para os formandos, como futuros profissionais da massagem. 
 
EM SÍNTESE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEVE SABER: 
 
• Níveis de Organização do Corpo Humano (Nível Químico, 
Célula, Tecidos, Órgãos, Aparelhos/ Sistemas e Organismo) 
• Célula (Procarótica e Eucariótica)• Composição Química da Célula 
• Organização da Célula (Membrana Celular, Núcleo, 
Citoplasma, Ribossoma, Retículo Endoplasmático, Complexo 
de Golgi, Mitocondria, Lisossoma, Peroxissoma e Inclusões 
Celulares) – Identificar as Estruturas e saber as respectivas 
Funções 
• Tecidos (Epitelial, Conjuntivo, Muscular e Nervoso) 
• Tecido Epitelial (Tipos, Localização e Caracterização quanto ao 
Número de Camadas e à Forma da Camada Superficial) 
• Tecido Conjuntivo (Tipos e Respectivas Funções) 
• Tecido Muscular (Tipos e Respectivas Funções) 
• Tecido Nervoso (Neurónio e Respectivas Funções) 
• Órgãos (Conceito) 
• Sistemas (Principais Sistemas do Corpo Humano) 
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SISTEMA TEGUMENTAR 
O sistema tegumentar é o maior sistema corporal e inclui a pele e seus anexos (cabelo, unhas e 
certas glândulas). A pele propicia um “invólucro” para as estruturas do corpo, como é o caso dos 
órgãos, e para substâncias vitais, como é o caso dos líquidos. A pele tem um importante papel na 
regulação da temperatura corporal, através da promoção da vasoconstrição e da vasodilatação 
(figura 16) e ainda das glândulas sudoríparas. 
 
 
 
Figura 16 – Esquema da pele e seus anexos (retirado de Anónimo, 2001) 
 
A pele, é o maior órgão do corpo humano, correspondendo a cerca de 16% da massa do nosso 
corpo, tendo como principais funções: 
� Manutenção da integridade da superfície corporal pela migração e descamação; 
� Recuperação da superfície das feridas pela intensificação dos mecanismos normais de 
reposição celular; 
� Protecção do corpo contra agentes químicos nocivos, invasão de bactérias e outros 
microorganismos, formando uma barreira. Por outro lado, devido à secreção de sebo pelas 
glândulas sebáceas, a pele torna-se oleosa, diminuindo a evaporação de água e protegendo a 
pele contra o excesso de água na superfície (facilitando à agua a sua drenagem). Para além 
disso, o sebo tem acção bactericida e antifúngica evitando, assim, o crescimento de bactérias 
e fungos; 
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� Participação na resposta imune do corpo - as células de Langerhans (células 
especializadas da pele) ajudam os linfócitos (um dos tipos de glóbulos brancos) a processar os 
antigéneos (substâncias estranhas) que entram na pele; 
� Filtrar as radiações ultravioletas - os melanócitos, outro tipo de célula cutânea, protegem a 
pele pela produção de um pigmento (a melanina) para ajudar a filtrar as radiações ultravioletas. 
Por isso, a exposição à luz ultravioleta pode estimular a produção de melanina. 
� Captar estímulos - as fibras nervosas sensoriais iniciam-se ao longo da coluna vertebral e 
suprem áreas específicas da pele conhecidas como dermátomos. Estas fibras nervosas 
transmitem várias sensações, tais como temperatura, toque, pressão, dor e prurido, desde a 
pele até ao sistema nervoso central. As fibras nervosas autónomas transportam os impulsos 
para os músculos lisos das paredes dos vasos sanguíneos cutâneos, para os músculos à volta 
das raízes dos pelos e para as glândulas sudoríparas; 
� Regulação da temperatura corporal - a existência de nervos abundantes, vasos sanguíneos 
e glândulas, no interior da camada mais profunda da pele ajudam na termorregulação; 
� Excreção de substâncias - as glândulas sudoríparas segregam suor, que contém água, 
electrólitos, ureia e ácido láctico. Enquanto elimina desperdícios através dos mais de dois 
milhões de poros, a pele também evita que os líquidos corporais se percam, prevenindo, 
assim, a desidratação provocada pela perda de líquidos corporais internos. Existem dois tipos 
de glândulas sudoríparas: 
• Glândulas écrinas - as glândulas écrinas estão amplamente distribuídas por todo o 
corpo e produzem um líquido inodoro, com uma concentração de sódio igual a do 
plasma. Um ducto (canal) passa através da derme e da epiderme, abrindo-se sobre 
a superfície cutânea. As glândulas écrinas nas palmas e planta dos pés segregam 
líquido, principalmente, em resposta ao stress emocional. Os três milhões de 
glândulas écrinas remanescentes respondem basicamente ao stress térmico, 
regulando a temperatura; 
• Glândulas apócrinas - as glândulas apócrinas estão localizadas, principalmente, 
nas axilas (sob os braços) e áreas genitais (virilhas). Têm uma parte secretora 
espiralada que se situa profundamente na derme, com um ducto que liga cada 
glândula apócrina à parte superior do folículo piloso. As glândulas apócrinas 
começam a actuar na puberdade. Todavia, não possuem uma função biológica 
conhecida. À medida que as bactérias decompõem os líquidos produzidos por estas 
glândulas, surge um odor corporal individual. 
A pele é extremamente importante na detecção de estímulos, através dos nervos superficiais e das 
respectivas terminações sensitivas (figura 17). 
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Figura 17 – Esquema da pele com os respectivos receptores de estímulos (adaptado de Parker, 2007) 
 
CAMADAS DA PELE 
A pele é constituída por duas camadas distintas, a epiderme e a derme (figura18) apoiadas por 
uma terceira camada de tecido subcutâneo, denominada hipoderme. 
 
 
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EPIDERME 
A epiderme é a camada mais externa e varia em espessura, desde menos de 0,1 mm, nas 
pálpebras, até mais de 1 mm, sobre as mãos e pés. É composta de tecido epitelial avascular, 
estratificado e escamoso (escamas ou lâminas). A epiderme encontra-se dividida em cinco 
camadas distintas (figura 19). Cada camada tem um nome conforme sua estrutura ou função: 
� Camada córnea - é a camada externa e consiste em camadas, firmemente organizadas, com 
células queratinizadas; 
� Camada translúcida - tem como função bloquear a penetração ou a perda de água. Esta 
camada pode estar ausente em algumas peles finas; 
� Camada granulosa - é responsável pela formação de queratina; 
� Camada espinhosa - ajuda com a formação de queratina e é rica em ácidos ribonucleicos; 
� Camada basal ou camada germinativa - é a mais interna e produz as novas células para 
substituir as célulasqueratinizadas superficiais que estão continuamente a escamar. 
 
 
Figura 19 – Esquema da epiderme (retirado de Anónimo, 2001) 
 
Renovação da Pele 
A epiderme renova-se e substitui-se continuamente por divisão celular (figura 20). A camada basal 
consiste em células altas que se dividem por mitose, rapidamente e se movem gradualmente para 
a superfície, empurradas pelas novas células que estão por baixo. À medida que as células vão 
subindo, desenvolvem minúsculas espinhas ou picos. Depois, começam a achatar-se e a encher 
com uma proteína impermeabilizante chamada queratina. Por fim, as células morrem e atingem a 
superfície completamente queratinizadas, assemelhando-se a telhas. Quando caem em escamas, 
com o desgaste diário, outras células chegam de baixo para as substituir. A viagem da base da 
epiderme até à superfície leva cerca de quatro semanas. 
 
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Figura 20 – Esquema da renovação pele (retirado de Parker, 2007) 
 
DERME 
A derme é a segunda camada cutânea. É um sistema elástico que contém e sustenta os vasos 
sanguíneos, os vasos linfáticos, os nervos e os anexos epidérmicos. A maior parte da derme é 
constituída de material extracelular denominado matriz, que contém: 
� Colagénio, uma proteína que dá sustentação à derme; 
� Elastina, que torna a pele flexível; 
� Fibras reticulares, que ligam as fibras de colagénio e elastina, mantendo-as unidas. 
A derme pode ser dividida em duas camadas: 
� Camada papilar - formada por saliências (papilas dérmicas) que possuem reentrâncias na 
epiderme para aumentar a área de contacto entre a epiderme e a derme. Contém, também, as 
cristas características, que sobre os dedos são conhecidas como impressões digitais. Estas 
cristas ajudam os dedos das mãos e dos pés a aderir às superfícies; 
� Camada reticular - cobre a camada de tecido subcutâneo, isolando o corpo para conservar o 
calor. Proporciona energia e serve como um amortecedor ao choque mecânico. 
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Figura 21 – Esquema da derme (retirado de Anónimo, 2001) 
 
COR DA PELE 
A cor da pele depende, essencialmente, do tipo e da quantidade de melanina, a feomelanina 
que é avermelhada e a eumelanina, que é castanha escura, presentes na epiderme e da forma 
como os grânulos estão distribuídos (figura 22). 
A melanina é produzido pelos melanócitos - células que ficam junto à camada basal, no limite 
entre a epiderme e a derme. Estes melanócitos emitem prolongamentos que lhes permitem 
depositar a melanina dentro das células da camada basal e espinhosa. Os melanócitos produzem 
os seus pigmentos sob a forma de grânulos, limitados por uma membrana, chamados 
melanossomas. Estes deslocam-se ao longo das dendrites e são distribuídos pelas células. A 
radiação ultravioleta estimula os melanócitos. 
Outras substâncias que podem influenciar a cor da pele são: 
� O caroteno; 
� A quantidade de capilares; 
� A tonalidade do sangue que percorre os capilares. 
A cor da pele varia de indivíduo para indivíduo e é diferente em diversas partes do corpo. 
 
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Figura 22 – Esquema da cor da pele (retirado de Parker, 2007) 
 
EM SÍNTESE 
 
 
 
 
 
 
DEVE SABER: 
 
• Sistema Tegumentar 
• Principais Funções, 
• Camadas Cutâneas 
• Órgãos Anexos 
• Renovação da Pele 
• Cor da pele 
 
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SISTEMA ESQUELÉTICO 
O sistema esquelético é constituído predominantemente por tecido conjuntivo e integra para além 
do tecido ósseo, o tecido cartilagíneo, os tendões e os ligamentos. Para além de permitir manter a 
posição erecta e servir de apoio à locomoção, o sistema esquelético tem outras funções, das quais 
se podem referir as seguintes cinco: 
� Suporta os tecidos circunjacentes; 
� Protege os órgãos vitais e os outros tecidos moles do corpo; 
� Auxilia no movimento do corpo, fornecendo inserção aos músculos e funcionando como 
alavanca; 
� Produz células sanguíneas (esta função hematopoiético ocorre na medula vermelha do osso); 
� Fornece uma área de armazenamento para sais minerais, especialmente fósforo e cálcio, que 
suprem as necessidades do corpo. 
 
TENDÕES E LIGAMENTOS 
Os tendões asseguram a fixação dos músculos nas peças ósseas e os ligamentos asseguram a 
estabilidade das ligações entre os ossos. 
Existem três diferenças importantes entre os tendões e os ligamentos, embora ambas as estruturas 
se classifiquem como tecido conjuntivo modelado: 
� As fibras de colagénio dos ligamentos são menos compactas; 
� As fibras de colagénio dos ligamentos, por vezes, não estão colocadas paralelamente; 
� Os ligamentos são geralmente mais planos, formando bainhas e bandas. 
Os tendões e ligamentos desenvolvem-se a partir de fibroblastos fusiformes que, uma vez 
rodeados de matriz, se transformam em fibrócitos. 
 
CARTILAGEM HIALINA 
A cartilagem hialina é a variedade de cartilagem que predomina no sistema esquelético. Existe, 
também, cartilagem fibrosa e cartilagem elástica que se diferenciam, fundamentalmente, pela 
quantidade e tipo de fibras na matriz. 
A cartilagem hialina é a que está intimamente relacionada com o crescimento dos ossos. Neste tipo 
de cartilagem o colagénio e os proteoglicanos criam uma trama de suporte, para a matriz, repleta 
de água. Daí resulta a transparência que reconhecemos neste tipo de tecido. A quantidade de 
água na cartilagem justifica a sua elevada resiliência (qualidade que os materiais elásticos exibem 
e que se traduz na capacidade de absorver energia quando deformados elasticamente). 
As células que produzem a matriz nova são os condroblastos (chondros significa cartilagem). 
Quando um condroblasto é envolvido pela matriz que ele próprio produziu, torna-se um condrócito 
e ocupa um espaço na matriz que é designado de lacuna. 
Lília Vasconcelos
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A cartilagem hialina é envolvida por uma bainha de tecido conjuntivo com duas camadas - o 
pericôndrio. 
 
OSSO 
O osso é um tecido com actividade, constituído por cerca de 22% de água mas extremamente 
forte, resistente e durável, apesar de leve e flexível. O osso consegue repara-se quando está 
danificado. Consegue, ainda, ficar mais grosso e mais resistente nos locais de maior tensão. 
 
CLASSIFICAÇÃO ÓSSEA 
Os ossos são tipicamente classificados pelo formato. Assim, podem ser classificados como: 
� Longos – em que o comprimento predomina relativamente às outras dimensões. Os ossos 
longos (o úmero, o rádio, a tíbia, etc.) consistem numa haste ou diáfise, e duas extremidades, 
chamadas epifises (figura 23). A diáfise é formada primariamente por um tecido compacto que 
é mais espesso na parte média do osso, onde o esforço é maior. A resistência do osso longo é 
facilmente assegurada por uma ligeira curvatura da diáfise. O interior da diáfise é a cavidade 
medular, também chamada de canal medular; 
� Curtos – em que não existe predomínio de nenhuma das dimensões (como os carpos e os 
tarsos); 
� Chatos – em que há predomínio de duas das suas dimensões (como escápula, costelas e 
crânio); 
� Irregulares - possuem uma forma que não se enquadra em nenhuma das outras categorias 
(como as vértebras e as mandíbulas); 
� Sesamoides – são pequenos e arredondados (como as rótulas).diáfise 
epifise 
epifise 
 
Figura 23 – Esquema de um osso longo e partes constituintes (retirado de Moore and Dalley, 1999) 
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 HISTOLOGIA ÓSSEA 
O osso é um tipo de tecido conjuntivo e, como tal, possui células, uma matriz de fibras e substância 
fundamental. Uma característica que distingue o tecido ósseo dos restantes tecidos conjuntivos é 
que a substância fundamental é calcificada e, por isso, rígida. 
O tecido é constituído por aproximadamente 35% de material orgânico, cujo principal componente 
são as fibras de colagéneo, responsáveis pela sua elasticidade, o que faz com que o osso resista à 
tensão. Para além do colagéneo, é constituído por material inorgânico (cerca de 65%), 
principalmente fosfato de cálcio, que confere resistência aos ossos. 
Existem duas variedades de tecido ósseo (figura 24): 
� Osso esponjoso, é constituído por placas ósseas interligadas – trabéculas – encontram-se 
orientadas de acordo com as linhas de tensão a que o osso se encontra sujeito; 
� Osso compacto, é mais denso e com menos espaço que osso esponjoso, os vasos 
sanguíneos penetram na substância óssea, contrariamente ao osso esponjoso, formando 
várias estruturas, nomeadamente canais de Havers ou centrais, lamelas concêntricas, 
sistemas de Havers, canais de Volkman e lamelas circunferenciais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 24 – Esquema de um esqueleto humano (retirado de http://www.simbiotica.org/tecidosanimal.htm) 
 
CRESCIMENTO ÓSSEO 
Os ossos crescem em comprimento (figura 25) e em diâmetro, designando-se esse crescimento 
de: 
� Encondral – crescimento da cartilagem seguido da substituição da cartilagem pelo osso – 
crescimento dos ossos em comprimento; 
 
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� Aposicional – formação do osso na superfície – crescimento em diâmetro dos ossos longos e 
da maior parte dos curtos. 
O Crescimento ósseo requer proliferação dos condroblastos e osteoblastos, produção de colagéneo 
e disponibilidade de cálcio e outros minerais. 
 
CRESCIMENTO ENCONDRAL 
O crescimento encondral ocorre na placa epifisária (figura 25). Esta placa possui quatro zonas: 
� Zona de repouso – situa-se junto à epifise (condrócito não se dividem rapidamente); 
� Zona de proliferação – condroblastos (produzem cartilagem nova, empurrando as epifises 
para fora, provocando aumento do comprimento do osso); 
� Zona de hipertrofia – os condrócitos produzidos amadurecem e aumentam de tamanho; 
� Zona de calcificação – constitui a matriz mineralizada com carbonato de cálcio (local onde se 
dá a ossificação). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 26 – Esqueleto do crescimento encondral (retirado de Serranito, P., 2003) 
 
CRESCIMENTO APOSICIONAL 
O crescimento aposicional dá-se por formação de osso na superfície. Este tipo de crescimento é 
responsável pelo crescimento em diâmetro dos ossos longos e da maior parte dos ossos curtos. O 
crescimento aposicional assegura que o crescimento dos ossos longos é acompanhado por um 
aumento das dimensões da cavidade medular e, consequentemente, maior leveza dos ossos. 
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A remodelação óssea dá-se pela remoção de tecido ósseo antigo e a deposição de tecido ósseo 
novo. Neste processo estão directamente envolvidos os osteoclastos e os osteoblastos que 
desenvolvem uma acção complementar compreendendo os seguintes processos: 
� Crescimento ósseo; 
� Mudança de forma do osso; 
� Ajuste do osso à tensão; 
� Reparação dos ossos; 
� Regulação do cálcio no organismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 27 – Esqueleto da remodelação óssea (retirado de Seeley R., Stephens T. e Tate P., 2007) 
 
HOMEOSTASIA DO CÁLCIO 
Os ossos são a principal reserva de cálcio do organismo, desempenhando um papel muito 
importante na sua homeostasia. As variações do teor de cálcio no organismo são muito estreitas, 
uma vez que a contracção muscular e as potenciais de membrana estão dependentes destas 
variações. 
Existe uma dinâmica constante de deposição (osteoblastos) e de remoção (osteoclastos) de cálcio 
do osso. Esta dinâmica tem de manter-se em equilíbrio. Para regular este processo intervêm duas 
hormonas, a paratormona que aumenta a actividade osteoclástica e favorece a calcémia e a 
calcitonina que diminui a actividade osteoclástica e favorece a deposição de cálcio no osso. 
 
 
 
 
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FRACTURAS ÓSSEAS 
As fracturas ósseas (figura 28) podem caracterizar-se quanto à forma e à extensão. Quanto à 
extensão podem ser classificadas em incompleta ou em ramo verde (fractura parcial) e completa 
(fractura total). Quanto à forma, podemos classifica-las em cominutiva, transversa, em espiral e 
oblíqua. 
 
 
Figura 28 – Classificação das fracturas (retirada de Seeley R., Stephens T. e Tate P., 2007) 
 
REPARAÇÃO ÓSSEA 
Graças à grande irrigação sanguínea e à capacidade dos seus processos de reparação a 
regeneração óssea dá-se com alguma rapidez e eficácia. 
Quando ocorre lesão no osso, esta vai provocar lesão do vaso sanguíneo em redor do periósteo. 
Os vasos sofrem hemorragia e através da intervenção das plaquetas sanguíneas vai formar-se um 
coágulo. Os vasos sanguíneos e células não especializadas invadem um coágulo, dois a três dias 
depois. Cerca de uma semana depois, essas células não especializadas transforma-se em 
fibroblastos que produzem rede fibrosa entre topos ósseos da fractura. Outras células diferenciam-
se em condroblastos e produzem pequenas ilhas de fibrocartilagem na rede fibrosa – calo 
fibrocartilagíneo da zona de reparação. Os osteoblastos do periósteo e do endósteo penetram no 
calo fibrocartilagíneo e convertem-no num calo ósseo. A neoformação encontra-se completa 
geralmente 4 a 6 semanas depois. O período de repouso deve ser maior para permitir um completo 
restauro da cavidade medular. 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 29 – Esquema da reparação do tecido ósseo (retirado de Seeley R., Stephens T. e Tate P., 2007) 
 
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ANATOMIA GERAL DO ESQUELETO 
O esqueleto humano contém 206 ossos (tabela 3), em que 80 deles formam o esqueleto axial 
(situado ao longo da linha central, ou eixo do corpo), constituindo estruturas como a cabeça, a 
coluna vertebral e a caixa torácica, os restantes 126 ossos formam o esqueleto apendicular 
(membros e estruturas que permitem a ligação destes ao esqueleto axial) (figura 30). 
 
Tabela 3 – Esqueleto axial e apendicular (adaptado de Serranito, P., 2003) 
 
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Lília Vasconcelos
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Figura 30 – Esquema de um esqueleto humano (retirado de Rigutti, s/d) 
 
ESQUELETO AXIAL 
O esqueleto axial é constituído por 80 ossos, distribuídos pelo crânio, coluna vertebral, costelas 
e esterno. Seguidamente, (figuras 30 a 34) são apresentadas imagens desses ossos. 
 
Crânio 
O crânio é constituído por 28 ossos distribuídos por dois grupos, o conjunto superior de oito ossos 
que o formam e crânio em forma de abóbada, que abriga e protege o cérebro. Catorze deles 
constituem o esqueleto da face e seis deles são ossículos auditivos. Dos 22 ossos do crânio (com 
excepção dos auditivos), 21 deles fundem-se durante o crescimento em linhas de união ténues 
designadas suturas. 
 
Lília Vasconcelos
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Lília Vasconcelos
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Figura 31 – Esquema do Crânio – vista frontal (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
 
Figura 32 – Esquema do Crânio – vista lateral (retirado de Moll & Moll, 2006) 
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Figura 33 – Esquema do Crânio – vista frontal (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
 
Figura 34 – Esquema do Crânio – vista lateral (retirado de Moll & Moll, 2006) 
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Figura 35 – Esquema dos ossos do crânio separados (retirado de Parker, 2007) 
 
 
 
 
 
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Coluna Vertebral 
A coluna vertebral é um suporte central forte mas flexível que mantém a cabeça e o tronco em 
posição erecta e permite a flexão, rotação da cabeça e costas. A coluna é constituída por 26 ossos 
ligados por articulações. Entre os ossos das articulações encontram-se os discos cartilagíneos (de 
cartilagem fibrosa) chamados discos intervertebrais. Os ossos da coluna vertebral encontram-se 
distribuídos por 5 regiões (figura 36 a 43): 
� Região cervical (7 vértebras – C1-C7) – apresentando uma curvatura designada de Lordose 
cervical; 
� Região Dorsal ou Torácica (12 vértebras – D1-D12) – apresentando uma curvatura 
designada de Cifose dorsal ou torácica; 
� Região Lombar (5 vértebras – L1-L5) - apresentando uma curvatura designada de Lordose 
lombar; 
� Região sagrada – (5 vértebras fundidas) apresentando uma curvatura 
� Região coccígea – (4 vértebras fundidas) designada de Cifose Sacro-cóccigea 
 
“Os engenheiros puderam demonstrar que a resistência de uma coluna que apresenta curvaturas 
era proporcional ao quadrado do número de curvaturas mais um”. 
R=Nc2+1 Kapandji (1987, p.20) 
 
Como a coluna apresenta 4 curvaturas fisiológicas é 17 vezes mais resistente que uma coluna 
recta. 
 
As figuras 36 a 43 apresentam esquemas dos diversos tipos de vértebras da coluna vertebral. 
 
 
 
Figura 36 – Esquema da vértebra atlas – vista superior (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
 
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Figura 37 – Esquema de encaixe do osso occipital e as vértebras atlas e áxis – vista superior (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
 
Figura 38 – Esquema da 7ª vértebra cervical – vista superior (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
 
Figura 39 – Esquema da 7ª vértebra torácica – vista lateral direita (retirado de Moll & Moll, 2006) 
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Figura 40 – Esquema da 3ª vértebra lombar – vista superior (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 41 – Esquema sacro (A) e do Cóccix (B) - vista frontal (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
 
Figura 42 – Esquema sacro – vista dorsal (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
A B 
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Figura 43 – Esquema da coluna vertebral com as suas curvaturas – vista lateral direita (A), vista anterior (B) e vista 
posterior (C) (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
Caixa Torácica 
A B C 
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O tórax (figura 45) é formado por 12 pares de costelas, pelo esterno e por 12 vértebras dorsais. O 
esqueleto torácico forma a caixa torácica ósteo-cartilagínea, que protege os órgãos internos ao 
nível do tórax e alguns abdominais. As cartilagens costais formam a maior parte da caixa torácica, 
fechada atrás pela coluna vertebral e à frente pelo esterno. As costelas são ossos planos 
encurvados que formam a maior parte da caixa torácica. Elas são notavelmente leves, porém 
possuem elevada resiliência. Cada costela possui no interior medula óssea vermelha (tecido 
hematopoietico) que forma células sanguíneas. Existem três tipos de costelas: 
� Costelas verdadeiras (esternais) – são assim chamadas porque ligam directamente no 
esterno através das suas próprias cartilagens costais e correspondem aos 7 primeiros pares de 
costelas; 
� Costelas falsas (asternais) – ligam indirectamente ao esterno, através da cartilagem costal da 
última costela verdadeira e corresponde aos 3 pares imediatamente a seguir às verdadeiras 
(do 8º ao 10º pares de costelas); 
� Costelas Flutuantes – não se ligam, mesmo que indirectamente ao esterno, terminando na 
musculatura abdominal posterior. Estas costelas correspondem ao 11º e 12º pares de costelas. 
O esterno (figura 44) é um osso chato, simétrico, alongado, situado na parte e anterior e central do 
tórax e que se encontra dividido em três partes, a parte superior designada de manúbrio, a parte 
média designada de corpo e a parte inferior, designada apêndice xifoide. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 44 – Esquemas do esterno (A) e de uma costela (B) (retirado de Moore and Dalley, 1999) 
 
 
 
 
A B 
 
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Figura 45 – Esquema dos ossos do tórax (retirado de Parker, 2007) 
 
ESQUELETO APENDICULAR 
O esqueleto apendicular é constituído pelos ossos dos membros superiores e inferiores, bem 
como, pelas estruturas que ligam os ossos dos membros ao esqueletoaxial, como é o caso da 
cintura escapular e da cintura pélvica. 
 
Cintura Escapular 
A cintura escapular é constituída por uma série de ossos entrelaçados entre si rodeando o corpo e 
que une os membros superiores ao esqueleto axial. Esta cintura recebe o nome de cintura 
escapular devido ao seu maior osso, a escápula ou omoplata (figuras 46 a 48), que se encontra 
posteriormente à caixa torácica. Para além da omoplata, ainda, faz parte da cintura escapular a 
clavícula (figuras 49 e 50). 
 
 
 
 
 
 
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Figura 46 – Esquema da omoplata direita – face anterior (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
 
 
Figura 47 – Esquema da omoplata direita – vista exterior (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
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Figura 48 – Esquema da omoplata direita – face posterior (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
 
 
Figura 49 – Esquema da omoplata direita – face superior (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
 
 
Figura 50 – Esquema da omoplata direita – face inferior (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
 
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Membro Superior 
A cintura escapular permite ligar o úmero ao esqueleto axial (figura 51). O úmero constitui a 
estrutura do braço e articula-se distalmente com dois ossos longos do antebraço, o rádio e o 
cúbito. Estes, por sua vez, articulam-se distalmente com os ossos do carpo, um conjunto de ossos 
que ligam ao do metacarpo e estes com as falanges, que formam a estrutura dos dedos da mão. 
 
 
 
Figura 51 – Esquema do membro superior direito – face anterior (A) e face posterior (B) (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
 
A B 
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O úmero (figura 52) como todos os ossos longos tem uma diáfise e duas epifises. A extremidade 
superior (cabeça do úmero) esférica, articula-se com a cavidade articular (cavidade glenóide) da 
omoplata, a extremidade inferior, achatada no sentido antero-posterior, tem uma saliência 
arredondada (côndilo) do lado de fora e uma espécie de roldana (tróclea) por dentro, que se 
articula com os dois ossos do antebraço. 
 
 
 
 
Figura 52 – Esquema do úmero direito – vista anterior (A) e vista posterior (B) (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
Os ossos do antebraço, o cúbito (interno) (figura 53) e o rádio (externo) (figura 54), ossos 
compridos colocados paralelamente e articulados em cima com o úmero, mas também entre si. 
O cúbito é mais volumoso na extremidade superior, lembrando uma chave-inglesa aberta, 
formando a cavidade sigmóidea onde encaixa a tróclea do úmero. A extremidade inferior, 
adelgaçada (cabeça do cúbito), relaciona-se com um osso do carpo, o escafoide. 
A B 
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O rádio, ao contrário do cúbito, tem a parte inferior mais grossa que a superior, cuja extremidade 
articular apresenta uma concavidade arredondada para o côndilo do úmero. 
 
 
 
 
Figura 53 – Esquema do cúbito direito – vista anterior (A) e vista posterior (B) (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
 
A B 
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Figura 54 – Esquema do rádio direito – vista anterior (A) e vista posterior (B) (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
O carpo é composto por oito ossículos agrupados em duas filas, A primeira fila compreende o 
escafóide, o semilunar, o piramidal e o pisiforme. A segunda fila compreende o trapézio, o 
trapezóide, o grande osso e o unciforme. 
O metacarpo forma o esqueleto da palma e do dorso da mão e é constituído por cinco ossos 
compridos designados por primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto ossos metacárpicos. O 
primeiro, que corresponde ao polegar, articula-se com o trapézio; os restantes fazem-no com os 
outros ossos da segunda fila do carpo e também entre si. 
As falanges formam os dedos das mãos. Cada dedo é formado por três ossos (excepto o polegar, 
que tem apenas dois), e designa-se de falange próximal (profalange ou apenas falange) falange 
média (mesofalange ou falanginha) e falange distal (metatafalange ou falangeta), articulados entre 
si. 
 
 
 
A B 
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A figura 55 apresenta um esquema do carpo, metacarpo e falanges. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 55 – Esquema do carpo, metacarpo e falanges da mão direita - vista palmar (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
Cintura Pélvica 
A cintura pélvica ou bacia é formada por um só osso, chamado ilíaco ou coxal (figuras 56 e 57) e 
liga os membros inferiores ao esqueleto axial (figura 58). 
O osso ilíaco tem forma quadrangular muito irregular, estrangulado na parte média por duas 
chanfraduras Na parte externa encontra-se uma grande cavidade articular (cavidade cotilóidea) 
que se relaciona com o fémur, acima da qual se estende uma larga superfície óssea (ilíaco) e, 
abaixo dela, um orifício triangular (buraco obturador) separa uma parte angular anterior (púbis), de 
outra tuberosidade posterior (ísquio). A parte interna (ilíaco) apresenta na parte posterior uma 
superfície articular (face articular) para o sacro e outra para o púbis, que se relaciona com a 
correspondente do outro ilíaco (sínfise púbica). 
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Figura 56 – Esquema do ilíaco – vista interna (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 57 – Esquema do ilíaco – vista externa (retirado de Moll & Moll, 2006) 
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Figura 58 – Esquema dos ossos dos membros inferiores e ilíaco – vista anterior (A) e vista posterior (B) (retirado de Moll & 
Moll, 2006) 
 
Membros Inferiores 
O osso da coxa, o fémur (figura 59) é um osso longo, assimétrico, que está disposto seguindo uma 
direcção oblíqua, ouseja, num esqueleto montado, os dois fémures têm as extremidades inferiores 
mais próximas do que as superiores. A superior apresenta uma cabeça esférica (cabeça do fémur) 
que se articula com o ilíaco e que se liga ao corpo do fémur por uma haste óssea curta e oblíqua 
(colo do fémur). Destacam-se duas saliências ósseas situadas na epifise proximal: o grande 
A 
B 
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trocânter, situado na face lateral, e o pequeno trocânter, situado na face medial. Ambas as 
saliências servem de inserção a grandes músculos. Nas extremidades inferiores observam-se, de 
cada lado, duas massas ósseas arredondadas (côndilos do fémur). 
 
 
 
Figura 59 – Esquema do fémur direito – vista anterior (A) e vista posterior (B) (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
Tal como no antebraço, o esqueleto da perna é formado por dois ossos (a tíbia e o perónio), a que 
há a acrescentar a rótula. 
A tíbia (figura 60) é um osso comprido situado na parte interna da perna. Tal como a extremidade 
inferior do fémur, com a qual se articula, a extremidade superior da tíbia possui duas 
tuberosidades, cuja zona superior ou articular é escavada, formando-se duas cavidades (cavidades 
glenóides) que se articulam com os côndilos do fémur. 
Na parte anterior, entre ambas as tuberosidades, encontra-se uma saliência óssea, na qual se 
inserem músculos da região anterior da perna, e na parte externa, uma superfície articular para o 
perónio. A extremidade inferior da tíbia, na parte interna, prolonga-se para baixo através duma 
apófise volumosa (maléolo interno) e possui, na parte externa, outra superfície articular para a 
extremidade inferior do perónio. 
A B 
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Figura 60 – Esquema da tíbia direita – vista anterior (A) e vista posterior (B) (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
O perónio é um osso delgado situado na zona externa da perna, paralelo à tíbia e um pouco atrás 
desta. A extremidade superior (cabeça do perónio) apresenta, na parte interna, uma superfície 
articular correspondente à que a tíbia possui ao mesmo nível. A extremidade inferior alongada, 
forma o maléolo externo, e articula-se na parte interna com a tíbia e com um osso do pé. 
A B 
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Figura 61 – Esquema do perónio direito – vista anterior (A) e vista posterior (B) (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
A rótula (figura 62) completa o esqueleto da perna. É um osso curto, achatado, de forma 
triangular, com os vértices arredondados, que se articula na parte posterior com os côndilos do 
fémur. 
 
 
 
 
 
 
Figura 62 – Esquema da rótula vista anterior (A) e vista posterior (B) (retirado de Rigguti, s/d) 
 
Os ossos do pé (figuras 63,64 e 65), tal como os da mão, estão agrupados em três grupos de 
ossos: tarso, metatarso e dedos (figura 63-B). 
O tarso é composto por sete ossos curtos, muito irregulares, dispostos em duas fiadas. O 
astrágalo e o calcâneo formam a primeira fiada. O escafóide, o cubóide e os três cuneiformes 
formam a segunda filada. 
A B 
B A 
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O metatarso consta de cinco ossos compridos, cuja extremidade posterior se articula com alguns 
dos ossos do tarso (cuneiformes ou cubóide). A extremidade anterior articula-se com a 
extremidade posterior da primeira falange de cada dedo. 
Cada dedo é formado por três ossos (excepto o dedo grande, que tem apenas dois), e designa-se 
de falange proximal (profalange ou apenas falange) falange média (mesofalange ou falanginha) e 
falange distal (metatafalange ou falangeta). 
 
 
 
Figura 63 – Esquema do pé – vista plantar (A) (retirado de Moll & Moll, 2006) e vista dorsal (B) (retirado de Reyes, 1998) 
 
 
 
A 
B 
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Figura 64 – Esquema do pé – vista externa (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
 
 
Figura 65 – Esquema do pé – vista posterior (retirado de Moll & Moll, 2006) 
 
 
 
 
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EM SÍNTESE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEVE SABER: 
 
Sistema Esquelético 
• Funções do Sistema Esquelético 
• Constituição (Ossos, Cartilagens, Tendões e Ligamentos) 
• Osso: 
� Classificação Óssea (Longos, Curtos, Chatos, 
Irregulares e Sesamoides) 
� Histologia Óssea (Osso Esponjoso e Osso Compacto) 
� Crescimento Ósseo (Encondral e Aposicional) 
� Fracturas Ósseas 
� Reparação Óssea 
� Anatomia Geral do Esqueleto 
• Esqueleto Axial: Ossos da Cabeça, Coluna Vertebral e Caixa 
Torácica 
• Esqueleto Apendicular: Cintura Escapular, Membros 
Superiores, Cintura Pélvica e Membros Inferiores 
• Saliências ósseas 
 
 
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ARTROLOGIA 
As articulações são pontos de contacto entre dois ossos que os mantêm juntos. Muitas 
articulações permitem, também, a flexibilidade e o movimento. As articulações podem ser 
classificadas pela função (extensão do movimento) ou pela estrutura (do que elas são feitas). O 
corpo tem três tipos principais de articulações, classificadas pela função e três tipos principais 
classificadas pela estrutura. 
 
TIPOS E CLASSIFICAÇÃO ARTICULAR 
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL 
Pela função, uma articulação pode ser classificada como: 
� Sinartrose (imóvel); 
� Anfiartrose (semi-móvel); 
� Diartrose (móvel). 
 
CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL 
Conforme a estrutura, a articulação pode ser classificada como: 
� Fibrosa; 
� Cartilaginosa 
� Sinovial. 
 
ARTICULAÇÕES FIBROSAS 
Nas articulações fibrosas, as superfícies articulares de dois ossos, são mantidas juntas pelo tecido 
conjuntivo fibroso e pouco movimento é possível. As articulações fibrosas incluem as suturas e as 
sindesmoses (como as articulações rádio-cubitais). 
 
ARTICULAÇÕES CARTILAGINOSAS 
Nas articulações cartilaginosas (também denominadas anfiartroses), a cartilagem une um osso ao 
outro. As articulações cartilaginosas permitem um leve movimento. Estas articulações ocorrem 
como: 
� Sincondroses que são tipicamente articulações temporárias, nas quais uma cartilagem hialina 
interveniente se converte em osso na fase adulta — por exemplo, as placas epifisárias dos 
ossos longos. 
� Sínfises as quais são articulações com um acolchoamento interveniente de fibrocartilagem — 
por exemplo, a sínfise púbica. 
 
 
 
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 ARTICULAÇÕES SINOVIAIS 
As superfícies ósseas contíguas nas articulaçõessinoviais são separadas por um líquido 
lubrificante viscoso — a sinóvia — e pela cartilagem. Eles são unidos por ligamentos, revestidos 
por uma membrana produtora de sinóvia. As articulações sinoviais são livremente móveis e 
incluem a maior parte das articulações dos membros superiores e inferiores. 
As articulações sinoviais são constituídas por: 
� Cavidade articular — um espaço potencial que separa as superfícies das articulações de dois 
ossos; 
� Cápsula articular — um envolvimento tipo saco com uma camada externa que é revestida 
pela membrana sinovial vascular; 
� Ligamentos de reforço — tecido fibroso que conecta os ossos dentro da articulação e reforça 
a cápsula articular. 
Com base na sua estrutura e no tipo de movimento que elas permitem, as articulações sinoviais 
são classificadas em várias subdivisões: 
� Em esfera ou enartrose; 
� Em roldana ou trocleartrose; 
� Em sela ou epifiartrose; 
� Em elipse ou condilartrose; 
� Em eixo ou trocóide; 
� Deslizante ou artrodia; 
Articulação em esfera ou enartrose - o nome deve-se à forma como o osso se une: a cabeça 
esférica de um osso adapta-se dentro da concavidade de outro osso. As únicas articulações em 
esfera do corpo são as articulações do ombro e entre o ilíaco e o fémur. 
Articulação em roldana ou trocleartrose - a parte convexa de um osso adapta-se à parte 
côncava do outro. O movimento de uma destas articulações lembra uma dobradiça de metal e está 
limitada à flexão e extensão. As articulações em roldana incluem o cotovelo e o joelho. 
Articulações em sela ou epifiartose - lembram as articulações condilartroses, porém permitem 
maior liberdade de movimento. As únicas articulações em sela no corpo são as que se 
estabelecem entre o carpo, metacarpo e polegar. 
Articulações em elipse ou condilartroses - a superfície oval de um osso adapta-se na 
concavidade de outro. As articulações condilartroses permitem a flexão, extensão, abdução, 
adução e circundução. Estas articulações incluem as articulações entre o rádio e o carpo e o 
metacarpo e as falanges da mão. 
Articulações em eixo ou trocoide - a parte arredondada de um osso numa articulação em eixo 
adapta-se ao sulco de um outro osso. As articulações em eixo permitem apenas a rotação uniaxial 
do primeiro osso em torno do segundo. Um exemplo de uma articulação em eixo é a cabeça do 
rádio, que gira dentro do sulco do úmero. 
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Articulações deslizantes ou artrodia - possuem superfícies articulares achatadas ou ligeiramente 
curvas e permitem movimentos deslizantes. No entanto, por estarem unidas por ligamentos, não 
podem movimentar-se em todas as direcções. Exemplos de articulações deslizantes são as 
articulações entre os metatarsos e as articulações entre os metacarpos 
 
 
 
Figura 66 – Esquema das articulações sinoviais (adaptado de Fritz S., 2000) 
 
SUPERFÍCIES ARTICULARES 
CARTILAGEM ARTICULAR 
Nas articulações móveis os topos ósseos relacionam-se através das superfícies articulares. Para 
evitar o atrito das superfícies em movimento, estão revestidas por cartilagem articular do tipo 
hialino, que é lisa, deslizante e esbranquiçada. A sua espessura varia de articulação para 
articulação, sendo maior nas articulações de carga (membros inferiores) e, para uma mesma 
articulação, mais espessa nas zonas de compressão (variação de 1 a 7 mm). 
A cartilagem tem um comportamento dinâmico, deformando-se e absorvendo energia que liberta 
após ter sido removida a carga. Com estas características a cartilagem articular permite: 
� Revestimento protector do osso ao efeito abrasivo do movimento; 
� Função amortecedora em que transmite e distribui as forças compressivas ao osso; 
Lília Vasconcelos
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� Sub-condral melhora a congruência articular reduzindo o esforço para manter a relação entre 
as peças ósseas; 
� Proporcionar uma superfície lubrificante e lisa que evita a fricção e facilita o movimento. 
 
NUTRIÇÃO 
A cartilagem articular é desprovida de vasos sanguíneos, linfáticos e de nervos, sendo o líquido 
sinovial a sua principal fonte de nutrição. Nos jovens, os nutrientes podem chegar à cartilagem 
através de capilares do osso subjacente, recebendo também nutrientes da micro-circulação 
sinovial. A nutrição da cartilagem articular resulta desta comportar como uma esponja em que, 
quando há compressão, sai líquido (exsudação) e, quando se descomprime, entra líquido 
(imbibição). Este ciclo de exsudação (saída de líquido) e imbibição (entrada de líquido) justifica a 
importância do movimento na manutenção da saúde articular. 
 
CÁPSULA ARTICULAR 
A cápsula articular é rica em colagénio e fibras elásticas, que lhe confere grande resistência e 
elasticidade. Tem como principais funções: 
� Formar uma barreira de protecção; 
� Estabilização da articulação (passiva, através dos ligamentos e activa, através dos tendões e 
ligamentos circundantes). 
 
LIGAMENTOS 
Os ligamentos são ricos em colagénio e elastina. Nos ligamentos muito elásticos predomina a 
elastina. Devido ao seu reduzido fluxo sanguíneo e pobre conteúdo celular, a sua recuperação, em 
caso de lesão, é lenta. Quanto à sua localização no complexo articular os ligamentos podem 
distinguir-se em: 
� Ligamentos articulares, que unem ossos entre si (capsulares e intra-capsulares); 
� Ligamentos à distância, que unem ossos entre si mas que se encontram fora da articulação. 
Os ligamentos apresentam propriedades que se ajustam bem às suas funções: 
� Resistentes (mais resistentes à tracção do que à tensão); 
� Flexíveis e maleáveis; 
� Pouco extensíveis; 
� Pouco elásticos (sendo pouco elásticos, o seu período de recuperação é prolongado e se 
forem excessivamente estendidos, podem não readquirir o seu comprimento normal); 
� Se forem sujeitos a longos períodos de stress tornam-se “frouxos”. 
As Principais funções dos ligamentos são: 
� Actuar como factor limitante do movimento articular; 
� Actuar como factor bloqueante dos deslizamentos articulares; 
� Funcionar como elemento de protecção das cápsula articular. 
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MEMBRANA SINOVIAL 
Trata-se de uma membrana de tecido epitelial que é muito delgada, macia, flexível e móvel. Esta 
membrana reveste interiormente a cápsula e pode apresentar prolongamentos: 
� Internos ou intra-articulares; 
� Externos ou extra-articulares. 
As Principais funções da membrana sinovial são: 
� Produção de líquido sinovial; 
� Papel de barreira protectora contra agentes estranhos e nocivos; 
� Regulação da quantidade de líquido sinovial através da secreção/reabsorção. 
A membrana possui muitos vasos sanguíneos e linfáticos (drenadores). 
 
LÍQUIDO SINOVIAL 
O líquido sinovial foi descrito pela primeira vez por Paracelsus (1493-1541) e chamou-lhe sinóvia, 
por ter uma consistência próxima do fluído viscoso e gelatinoso da clara do ovo (sinovia: syn 
(grego) + ovum (latim) = como substância do ovo). A sua viscosidade tende a diminuir com a idade 
e deve-se aos seus elementos constituintes. À medida que a temperatura aumenta a viscosidade 
diminui, fazendo com que, com o frio, se observe a tendência para a rigidez articular. À medida que 
a velocidade dos movimentos aumenta a viscosidade também diminui, o que explica que a fricção 
diminua quando há uma aceleração do movimento. 
O líquido sinovial apresenta como principais funções: 
� Nutrição da cartilagem; 
� Lubrificação; 
� Manutenção da coesão das superfícies articulares, através do efeito de vácuo na cavidade 
articular; 
O Movimento é o estímulo para a produção de líquido sinovial. 
 
MENISCOS E BORDALETES (DEBRUNS) 
Encontramo-los nas articulações emque não existe uma perfeita concordância entre as superfícies 
articulares. Melhoram, assim, a concordância articular. 
Os meniscos tratam-se de estruturas semelhantes a um disco e podem ser completas ou 
incompletas. Nas completas, o disco separa a cavidade articular em duas, aumentando a 
mobilidade articular, ao permitir tipos de movimentos diferentes em cada uma das sub-cavidades. 
Nas incompletas, o menisco melhora a relação entre as duas superfícies ósseas numa pequena 
extensão. 
Encontramos meniscos nas seguintes articulações: tempero-maxilar, esterno-clavicular, femuro-
tibial e acrómio-clavicular (inconstante). 
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Os debruns/bordaletes são estruturas semelhantes a anéis e com perfil em cunha, aderem ao 
centro das cavidades articulares e à cápsula. A sua presença nas articulações é determinante para 
aumentar a extensão e a superfície de uma cavidade articular. Nas articulações em que existe uma 
grande desproporcionalidade entre a dimensão da cavidade articular e a superfície da cabeça da 
peça óssea, estes elementos articulares são fundamentais, pois melhoram: 
� A adaptação das superfícies articulares; 
� O auxílio à contenção dos movimentos de maior amplitude; 
� A coesão da articulação; 
� A diminuição dos riscos de luxação. 
São fibrocartilagem e são vascularizados, embora, não inervados. Os principais bordaletes são 
observados nas articulações escapulo-umeral e coxo-femural. 
 
INERVAÇÃO DA ARTICULAÇÃO 
Na articulação encontramos receptores nervosos de 4 tipos, que se diferenciam pela: morfologia, 
localização, características comportamentais e informações que fornecem. 
Estes receptores permitem informar o Sistema Nervoso Central da dor, da posição e do movimento 
das articulações. 
Os receptores nervosos articulares classificam-se em dois agrupamentos: 
� Proprioceptivos - recolhem informações sobre a posição e o movimento e localizam-se na 
cápsula e nos ligamentos. 
São exemplo de propioceptivos os Receptores de Ruffini - têm elevada sensibilidade (baixo 
limiar de excitação) e dão referências sobre o movimento: grau, direcção e velocidade; 
Receptores de Paccini - especializados em perceber mudanças rápidas do movimento dando, 
por isso, informações sobre a aceleração do movimento; e Terminações de Golgi - localizam-
se predominantemente nos tendões e informam sobre a posição da articulação, sendo 
particularmente sensíveis à tracção longitudinal, se esta é mantida durante tempo suficiente; 
� Nocioceptivos - recolhem informações sobre a dor e localizam-se na cápsula, ligamentos e 
membrana sinovial; 
As terminações nervosas livres são estimuladas em situações de deformação mecânica (entorse 
ou luxação) ou irritação química. Em caso de edema articular, as terminações nervosas são 
estimuladas pela acção mecânica da maior quantidade de líquido articular. Os mediadores 
inflamatórios libertados pelos tecidos lesados também são capazes de estimular as terminações 
nervosas livres. 
 
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Figura 67 – Esquema da articulação femuro-tibial (joelho) (retirado de Seeley R., Stephens T. e Tate P., 2007) 
 
NOÇÕES DE ESTABILIDADE ARTICULAR 
A estabilidade articular deve ser entendida como a resistência oferecida pelas estruturas 
articulares e peri-articulares à ocorrência de movimentos anormais e, no limite, à ocorrência de 
entorses ou luxações. Os movimentos de tracção excessiva (desvio) das superfícies articulares são 
o resultado da diminuição das forças compressivas que se exercem sobre a articulação e que 
resultam de tensões ligamentares, da força da gravidade e da tensão muscular. 
As forças de tracção surgem associadas ao movimento articular de grande velocidade, choques 
das peças ósseas e transporte de cargas. O equilíbrio entre as forças de compressão e as de 
tracção deve assegurar uma adequada estabilização que, naturalmente, varia de articulação para 
articulação. 
 
Factores Determinantes da Estabilidade Articular 
Consideram-se três grupos de factores estabilizadores: 
� Forma das superfícies articulares (estabilidade intrínseca ou inerente); 
� Elementos de contenção passiva (meios de união cápsulo-ligamentares); 
� Elementos de contenção activa (tensão dos músculos que envolvem a articulação). 
Acessoriamente, mas com uma importância desprezível a este nível, consideramos ainda: 
� Pressão negativa intrarticular; 
� Tensão superficial exercida entre as superfícies articulares pelo líquido sinovial. 
 
 
 
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MORFOLOGIA DAS SUPERFÍCIES ARTICULARES 
A forma das superfícies articulares, geralmente do tipo côncavo-convexo, constitui um factor de 
estabilidade articular. Na maior parte dos casos, a congruência entre as superfícies articulares não 
é suficiente como factor de estabilização. A articulação coxo-femural é, talvez, a única 
suficientemente congruente para se falar de uma verdadeira estabilidade inerente. As formas das 
superfícies articulares determinam que as articulações possuam uma posição em que existe a 
máxima estabilidade, em parte, resultante, também, do efeito de “aparafusamento” criado pelos 
meios de união. 
 
Elementos de Contenção Passiva 
A cápsula e os ligamentos são muito importantes na estabilização articular. A resistência dos 
ligamentos assegura que se encontrem tensos durante grande parte da do movimento articular e 
determinam a estabilização das superfícies articulares. Os ligamentos podem, também, assumir 
um importante papel na definição das características do movimento, pois ajudam a determinar o 
respectivo eixo articular (como acontece com os ligamentos cruzados do joelho). A direcção 
oblíqua dos ligamentos favorece o aumento da sua tensão à medida que o movimento articular 
atinge o seu limite, contribuindo, assim, para aumentar a compressão articular e a capacidade da 
articulação para os maiores esforços de distracção que ocorrem nessas fases do movimento. 
 
Elementos de Contenção Activa 
Os elementos de contenção activa são o factor que assegura a versatilidade do processo de 
estabilização articular. Cápsula e ligamentos, sendo estruturas passivas, têm uma limitada 
capacidade de adequação às condições em que se realizam os movimentos (velocidade, ângulo e 
carga) e, face às características das suas estruturas, não podem ser regulados. Cabe ao complexo 
músculo tendinoso assegurar a regulação dos níveis tensionais que dão versatilidade à articulação, 
não só porque os tendões possuem uma constituição idêntica aos ligamentos e permitem elevada 
resistência à tracção mas, também, porque a contracção muscular determina estados tensionais 
diferentes nos tendões, o que permite um ajuste constante do seu comportamento elástico e que 
faz com que este factor seja o mais decisivo na capacidade de amortecer os impactos articulares e 
de os restituir nas fases propulsivas do movimento. Em algumas situações, o complexo musculo 
tendinoso substitui o papel desempenhado pelos ligamentos nas regiões capsulares, onde há 
grande fragilidade de elementos de contenção passiva. Observa-se esta situação nas articulações 
do ombro, em que os músculos supraespinhoso, infraespinhoso e pequeno redondo compensam a 
fragilidade ligamentar da face posterior da articulação. A modelação que o Sistema Nervoso 
Central é capaz de fazer nos níveis de contracção tónica dos músculos, determina um aumento da 
rigidez articular ou a diminuição da resistência, constituindo-se, por isso,como um elemento 
determinante no binómio estabilidade-mobilidade. O mesmo acontece com os reflexos posturais 
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articular. 
 
EM SÍNTESE 
DEVE SABER: 
 
Artrologia 
• Tipos e Classificação Articular 
o Classificação Estrutural (Fibrosas, Cartilaginosas e Sinoviais) 
o Superfícies Articulares (Cartilagem Articular, Nutrição, 
Cápsula Articular, Ligamentos, Membrana Sinovial, Líquido 
Sinovial, Meniscos e Boradaletes, Inervação da Articulação e 
Noções de Estabilidade Articular) 
 
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SISTEMA MUSCULAR 
O corpo humano tem aproximadamente 640 músculos, que perfazem entre 40 a 50 por cento do 
peso de um indivíduo masculino. Relativamente ao feminino, embora o número seja o mesmo, 
peso total é menor. Quando estes se contraem, afectam o movimento do corpo como um todo: do 
sangue (circulação), dos alimentos (através do tracto digestivo), da urina (através do tracto 
urinário) e do tórax, diafragma e abdómen (durante a respiração). Os músculos são, portanto, os 
responsáveis pelo movimento, pois é devido à contracção muscular que o movimento acontece. 
Existem três tipos de músculo: 
� Músculo esquelético - é formado por tecido muscular estriado e insere-se nos ossos; 
� Músculo cardíaco - é formado por tecido muscular cardíaco disposto em fáscias e em espiral 
e, cada célula, tem a capacidade de se contrair ritmicamente. O tecido contrai-se de forma 
coordenada graças a um elemento anatómico do qual partem «ondas» de contracção, que se 
propagam pelo coração regulando a sua pulsação. O músculo cardíaco pode efectuar 
contracções fortes e continuadas sem nunca parar; 
� Músculo liso - é formado por tecido muscular liso e a sua função é controlam os movimentos 
involuntários dos órgãos internos (vasos sanguíneos, brônquios, tubo digestivo, etc.). Estes 
músculos encontram-se sob o controlo do sistema nervoso autónomo e reagem aos impulsos 
com contracções lentas e regulares, que podem prolongar-se durante multo tempo; 
Destes três tipos de músculos apenas será abordado o músculo esquelético, neste capítulo. 
 
MÚSCULO ESQUELÉTICO 
O músculo esquelético é uma das variedades do tecido muscular. Tal como o tecido muscular liso 
e o tecido muscular cardíaco, apresenta algumas propriedades específicas: extensibilidade, 
elasticidade, excitabilidade e contractibilidade. 
O músculo esquelético é constituído, fundamentalmente, por dois tecidos: 
� Tecido muscular estriado, com capacidade para transformar energia química em energia 
mecânica; 
� Tecido conjuntivo, que forma as fáscias (figura 68), as quais envolvem: 
• As células musculares – denominado endomísio; 
• Os feixes de células musculares – denominado perimísio; 
• O músculo – denominado epimísio. 
As fáscias juntam-se nas extremidades do músculo para formar o tendão, que se relacionará com 
os ossos. 
 
 
 
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Figura 68 – Esquema de um músculo esquelético em corte transversal (adaptado de www.getbodysmart.com) 
 
FUNÇÕES DO MÚSCULO ESQUELÉTICO 
Reconhecem-se as seguintes funções ao músculo esquelético: 
� Produção do movimento articular; 
� Manutenção das posturas; 
� Participação na estabilidade articular; 
� Participação em vários processos relacionados com a manutenção do equilíbrio interno (p.e. 
regulação térmica). 
 
UNIDADE MÚSCULO ESQUELÉTICA 
A unidade musculo esquelética (figura 69) é a estrutura mais simples, responsável pela produção 
do movimento e integra: 
� Um músculo unido a dois ossos; 
� Uma articulação móvel que permite o movimento. 
Quando o músculo se contrai, a tensão resultante é transmitida às peças osseas através das 
fáscias e dos tendões, que induzem o movimento articular através do deslocamento das peças 
ósseas. O deslocamento das peças ósseas realiza-se segundo a direcção em que o músculo se 
une aos ossos. Essa linha imaginária recebe a designação de linha de tracção do músculo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O tipo de movimento articular depende da relação que se estabelece entre a linha de tracção do 
músculo e a orientação do(s) eixo(s) articular(es). Os eixos articulares dependem das 
características morfológicas das superfícies articulares. 
A análise da participação dos músculos no movimento exige, particularmente, que se analisem as 
características morfológicas das superfícies articulares (eixos articulares) e conhecimento sobre a 
orientação das linhas de tracção dos músculos, que cruzam a(s) articulação(ões) em análise. 
Considera-se que o ponto que permanece fixo se designa de origem, enquanto que o local de 
união ao osso que se desloca é designado de inserção. Pode ser usada uma outra terminologia 
que é inserção proximal e inserção distal em que a primeira corresponde ao ponto onde o 
músculo se insere no local mais proximal e, a segunda, ao ponto onde o músculo se insere no local 
mais distal. Em termos práticos a origem é equivalente à inserção proximal e a inserção é 
equivalente à inserção distal. 
Ao descrever o músculo referimo-nos, geralmente, à sua origem e inserção indicando, dessa 
forma, como actuam na produção do movimento. Se observarmos o exemplo do bicipete braquial, 
dizemos que a sua origem é no tubérculo supraglenoidal e na apófise coracóide da escápula e a 
inserção, na tuberosidade do rádio. Indicamos, assim, que este músculo tende a realizar a flexão 
do antebraço sobre o braço. 
 
FORMAS DOS MÚSCULOS 
Os músculos podem apresentar várias formas (figura 70). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 70 – Esquemas de formas musculares (retirado de Gispert, C., 2006) 
 
MÚSCULOS HUMANOS 
Nas figuras 71 e 72 são apresentados alguns dos principais músculos humanos intervenientes no 
movimento. 
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Figura 71 – Esquemas dos músculos humanos – vista frontal (retirado de Parker, S., 2007) 
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Figura 72 – Esquemas dos músculos humanos – vista dorsal (retirado de Parker, S., 2007) 
 
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Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
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 Origem, Inserção e Acção de alguns dos principais músculos 
Músculos do Pescoço 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Músculos da Cintura Escapular 
 
 
 
 
� Inserção Proximal – 1/3 
interno da Clavícula e 
manubreo do esterno 
 
� Inserção Distal – Apófise 
mastoidea do temporal e 
occipital 
Esternocleidomastoideo 
 
� Flexão 
� Inclinação lateral 
� Rotação 
� Elevação da escápula 
 
Elevador da Escápula 
 
� Inserção Proximal – 
Apófises transversas 
cervicais C2 a C5 
 
� Inserção Distal – Ângulo 
superior da omoplata 
� Elevação da escápula (a) 
� Extensão do pescoço (b) 
� Inclinação lateral do pescoço (c) 
 
Anterior 
Posterior 
� Inserção Proximal – Terço lateral 
da Clavícula 
� Inserção Distal – Tuberosidade 
deltoidea do Úmero 
DELTOIDE 
� Inserção Proximal – Dois terços 
mediais da omoplata 
 
� Inserção Distal Tuberosidade 
deltoidea do Úmero 
 
� Flexão 
� Extensão 
� Abdução 
� Rotação interna 
� Rotação externa 
GRANDE PEITORAL 
� Inserção Proximal – Dois terços 
internos da Clavícula (porção 
clavicular) e face anterior do externo e 
cartilagem das seis primeiras costelas) 
 
� Inserção Distal – Face lateral do 
Úmero, abaixo da cabeça do úmero 
(goteira bicipital do úmero) 
� Flexão 
� Rotação interna 
� Adução 
� Extensão 
� Abaixamento 
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Nota
Músculo esterno-cleido-mastoideu; Vem da região da mastoide, passa pelo esterno e acaba na clavícula.
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Nota
Localizado por cima das costelas.
Lília Vasconcelos
Nota
Músculo do braço lateral; Músculo onde se dá as vacinas; Vem até ao meio do Úmero; Trata-se de uma zona de tensão.
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GRANDE REDONDO 
 
� Inserção Proximal Bordo superior e 
face externa das 3ª,4ª e 5ª costelas. 
 
� Inserção Distal 
 Porção anterior do bordo interno da 
apófise coracoideia 
 
 
� Depressão da escápula 
� Elevador das costelas (musculo 
inspiratório) 
PEQUENO PEITORAL - 1 
1 
� Inserção Proximal - Primeira cartilagem costal e 
na primeira costela 
 
� Inserção Distal 
 Goteira do subclávio, existente na face inferior 
da clavícula 
1 
SUBCLÁVIO - 1 
INFRA-ESPINHOSO 
� Inserção Proximal – Fossa 
infra-espinhosa 
 
� Inserção Distal – Tubérculo 
maior do úmero 
� Inserção Proximal – Fossa 
infra-espinhosa, junto ao ângulo 
inferior da omoplata. 
 
� Inserção Distal – Face anterior 
do úmero (lábio interno da 
goteira bicipital) � Extensão 
� Adução 
� Rotação 
 
� Rotação 
externa 
� Abdução 
horizontal 
 
 
 
� Inserção Proximal Insere-se na fossa 
supra-espinhosa da omoplata 
 
� Inserção Distal 
 Faceta superior do troquíter �Abdução do braço 
SUPRA-ESPINHOSO 
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Nota
Localizado por baixo do Grande Peitoral.
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REDONDO MENOR 
� Inserção Proximal – Bordo 
postero-lateral da escápula 
 
� Inserção Distal – Grande 
tubérculo adjacente ao local de 
articulação do úmero (Faceta 
inferior do troquíter) 
INFRA-ESCAPULAR 
� Inserção Proximal Fossa sub-
escapular 
� Inserção Distal Troquino 
 
�Rotação interna 
�Adução do braço 
GRANDE DENTADO 
� Porção superior: Insere-se no ângulo 
superior da omoplata e nas duas primeiras 
costelas 
 
� Porção média: Insere-se no bordo espinhal 
da omoplata e no bordo inferior e na face 
externa das 2, 3, 4ª costelas; 
 
� Porção inferior: Insere-se no ângulo inferior 
da omoplata e na face externa das 
5,6,7,8,9, e 10ª costelas 
�Baixa e antepõe a escápula 
�Roda a escápula elevando o 
braço no plano frontal e sagital 
�Participa na inspiração 
SUBESCAPULAR 
 
� Inserção Proximal 
Superfície anterior da 
escápula 
 
� Inserção Distal 
Pequeno tubérculo do 
úmero 
 
� Adução 
� Rotação interna 
� Rotação lateral 
� Abdução horizontal 
 
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� Inserção Proximal – Porção 
Longa – tubérculo supraglenoidal 
da escápula; Porção Curta – 
apófise coracóide da escápula 
 
� Inserção Distal – Tuberosidade 
do rádio 
BICÍPTE 
RADIAL 
Auxilia na: 
� Abdução 
� Flexão 
� Rotação medial 
� Adução 
� Inserção Proximal – Apófise 
coracoide da escápula 
 
� Inserção Distal –Face 
antero-medial do úmero 
 
CORACO BRAQUIAL 
 
 � Inserção Proximal – Epicôndilo medial 
do úmero 
 
� Inserção Distal – Base do 2º metacarpo 
�Extensão 
�Abdução 
� Inserção Proximal – 
Epicondilo lateral do 
úmero 
 
� Inserção Distal –5º 
metacarpo 
� Extensão (mão) 
� Adução (mão) 
 
CUBITALPOSTERIOR (extensor 
cubital do carpo) 
 
� Flexão (antebraço) 
� Flexão (mão) 
� Adução (mão) 
 
CUBITAL ANTERIOR (flexor cubital 
do carpo) 
 
� Inserção Proximal 
– Porção úmeral 
Vértice do 
epicôndilomedial 
do úmero; Porção 
do cúbito – 
margem posterior 
do cúbito 
 
� Inserção Distal – 
Pisiforme 
�Adução horizontal 
�Flexão 
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Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Nota
Músculo Bicípte Braquial.
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Nota
Músculo do Braço Interior.
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Músculos Dorsais 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRICEPS 
� Inserção Proximal – Logo 
abaixo da cavidade glenoide e 
metade superior da diáfise 
posterior do úmero 
 
� Inserção Distal – Tuberosidade 
do rádio 
� Inserção Proximal – Epicôndilo lateral do 
úmero, extendendo-se ao cúbito 
 
� Inserção Distal – Terço superior e lateral 
do radio 
� Inserção Proximal – Occipital, 
ligamento comum posterior e 
apófises espinhosas das vertebras 
C7 a D12 
 
� Inserção Distal – terço lateral da 
clavícula e espinha da escápula 
TRAPEZIO 
� Auxilia a extensão 
� Adução 
 
LONGO SUPINADOR - BRAQUIORRADIAL 
� Inserção Proximal – Dois terços 
superiores da crista supracondilar lateral do 
úmero 
 
� Inserção Distal – Face lateral da 
extremidade distal do rádio 
� Flexão 
(antebraço) 
� Rotação externa 
(antebraço) 
 
� Supinação 
 
REDONDO PRONADOR 
� Inserção Proximal – 
Apófise coronoide do 
cúbito 
 
� Inserção Distal – Meio 
da diáfise lateral do rádio 
 
� Auxilia na flexão (a) 
� Pronação (b) 
 
CURTO SUPINADOR 
� Abaixamento 
� Elevação 
� Retropulsão 
� Extensão 
� Inclinação lateral 
 
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Nota
Músculo da Parte Traseira do Braço.
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Músculos do Abdómen 
� Inserção Proximal – Apófises 
espinhosas das vertebras D6 a 
L5, Crista sagrada e crista 
ilíaca 
 
� Inserção Distal – goteira bicipital 
do úmero 
 � Extensão 
� Adução 
 
GRANDE DORSAL 
 
� Inserção Proximal – 
Apófises espinhosas das 
vértebras dorsais 
 
� Inserção Distal – bordo 
interno ou vertebral da 
escápula 
ROMBÓIDE MAIOR E MENOR 
� Elevação no plano 
frontal 
� Retro impulsão da 
escápula 
 
ÍLEO COSTAL 
� Inserção Proximal – Parte 
superior da coluna sagrada e 
lombar e parte superior da 
crista íliaca 
 
� Inserção Distal – 12 costelas 
e nas apófises transversas das 
últimas vértebras cervicais 
� Estende o tronco 
� Inclina-o lateralmente 
� Baixa as costelas 
(expiração) 
 
GRANDE OBLÍQUO – OBLÍQUO ESTERNO 
� Inserção Proximal – 
Crista íliaca, arcada crural 
e púbis 
 
� Inserção Distal – face 
externa da 5ª à 12ª costela 
� Flecte o tronco (a) 
� Inclina o tronco (b) 
� Roda o tronco (c) 
 
PEQUENO OBLÍQUO – OBLÍQUO INTERNO 
� Flecte o tronco 
� Inclina o tronco 
� Roda o tronco 
� Baixa as costela 
actuando como 
músculo expirador 
 
� Inserção Proximal – Crista 
ilíaca, arcada crural, púbis e 
vértebras lombares 
 
� Inserção Distal – Ultimas 4 
costelas e cartilagens costais 
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
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� Inserção Proximal – Face interna da 7ª à 11ª 
cartilagem costal, fáscia toracolombar, crista 
ilíaca e terço lateral do ligamento inguinal 
 
� Inserção Distal – Linha branca com 
apeneurose do músculo oblíquo interno, crista 
púbica e linha pectínea do púbis 
GRANDE RECTO DO ABDÓMEN 
� Inserção Proximal – Sínfise púbica 
e crista púbica 
 
� Inserção Distal – Apêndice xifóide 
e 5ª, 6ª e 7ª cartilagens costais 
TRANSVERSO DO ABDÓMEN 
� Roda o tronco (a) 
� Baixa as costelas 
(expiração) – intervem 
particularmente na 
expiração forçada e 
aumento da pressão intra 
abdominal – fundamental 
no esvaziamento 
abdominal 
 
� Flecte o tronco 
� Inclina 
lateralmente o 
tronco 
� Baixa as costelas 
– músculo 
expirador 
 
� Extensão da coxa 
sobre a bacia e vice 
versa 
� Adução da coxa 
� Rotação interna 
 
GRANDE GLÚTEO 
� Inserção Proximal – 
Face externa do ílio 
 
� Inserção Distal – face 
lateral do trocanter maior 
do fémur 
 
� Adução 
� Rotação externa da 
coxa 
 
MÉDIO GLÚTEO 
PEQUENO GLÚTEO 
 
� Inserção Proximal – 
Entre as linhas glúteas 
anterior e inferior da 
crista ilíaca 
 
� Inserção Distal – 
Superfície anterior 
superior do grande 
trocânter do fémur 
 
� Adução 
� Rotação interna da coxa 
� Rotação externa da coxa 
 
Músculos dos Membros Inferiores 
� Inserção Proximal – Porção 
posterior da lábio externo da crista 
ilíaca, na fossa ilíaca externa, na 
crista do sacro e do cóccix, nos 
tubérculos sagrados póstero-externos 
e nos bordos laterais do sacro e do 
cóccix 
� Inserção Distal – Ramo externo 
superior da linha áspera do fémur e 
no lábio externo da linha áspera. 
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Nota
Vai até ao Fémur.
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
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PEQUENO ADUTOR 
PECTÍNEO 
MÉDIO ADUTOR 
� Flexão da coxa sobre a bacia (a) e vice versa, 
� Adução 
� Rotação externa 
 
� Adução 
� Flexão da coxa 
� Rotação externa da coxa 
 
� Adução 
� Flexão da coxa 
� Rotação externa da 
coxa 
 
TENSOR DA FASCIA LATA 
� Inserção Proximal – Crista 
ilíaca 
 
� Inserção Distal – Trato 
iliotibial 
� Flexão da coxa 
� Abdução da coxa 
� Rotação interna da coxa 
 
QUADRICEPS FEMURAL 
� Estende a perna e 
flecte, 
promovendo uma 
ligeira adução da 
coxa sobre a 
bacia(recto 
anterior) e vice 
versa 
� Inserção Proximal – 
Grande trocânter e face 
anterior do fémur; Espinha 
ilíaca (recto anterior) 
� Inserção Distal – Face 
superior da rótula 
� Inserção Proximal – Ramo 
superior do púbis 
 
� Inserção Distal – Linha 
Pectínea do Fémur, logo 
abaixo do trôcanter menor 
� Inserção Proximal – 
Face anterior do corpo 
do pubis 
 
� Inserção Distal – Linha 
áspera do fémur 
� Inserção Proximal – Corpo 
do pubis entre a espinha e 
sínfise 
 
� Inserção Distal – Linha 
pectínea e parte proximal 
da linha áspera do fémur 
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Nota
Zona Muscular Superior do Fémur.
Lília Vasconcelos
Nota
Zona Muscular Superior do Fémur.
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SEMITENDINOSO 
� Flexão da perna 
em relação à 
coxa 
� Extensão da 
coxa em relação 
à bacia e vice-
versa 
� Rotação externa 
da coxa 
 
� Flexão da perna 
� Extensão da perna 
� Adução da coxa 
 
GRANDE ADUTOR 
� Adução 
� Extensão 
� Rotação externa da 
coxa 
 
� Inserção Proximal – 
Porção longa – tuberosidade 
isquiática; poção curta – 
linha áspera e linha 
supracondilar lateral do 
fémur 
 
� Inserção Distal – Côndilo 
postero-lateral da tíbia e 
cabeça do perónio 
� Inserção Proximal – Face 
posterior da tuberosidade 
isquiática 
 
� Inserção Distal – 
Tuberosidade interna da tíbia 
� Inserção Proximal – 
Tuberosidade isquiática e 
ramo isquio-púbico; 
 
� Inserção Distal – 2/3 
superiores da linha áspera; 
lábio interno e através de um 
tendão no epicôndilo interno 
do fémur 
� Inserção Proximal – Espinhailíaca antero-superior 
 
� Inserção Distal – Bordo 
superior da tuberosidade 
interna da tíbia 
�Flecte a perna, 
�Flecte a coxa sobre a bacia 
�Roda a coxa externamente 
Porção 
Curta 
Porção 
Longa 
BICEPS FEMURAL 
COSTUREIRO OU SARTÓRIO 
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Nota
Músculo da Coxa;Vem até à parte interior do Fémur.
Lília Vasconcelos
Nota
O músculo Costureiro faz tipo um 'S'.
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Nota
Músculo da Coxa:Pertence aos Músculos Isquiotibais:

-Músc. Bicípete Femural
-Músc. Semitendinoso
-Músc. Semimenbranoso
Lília Vasconcelos
Nota
Músculo da Coxa:Pertence aos Músculos Isquiotibais:

-Músc. Bicípete Femural
-Músc. Semitendinoso
-Músc. Semimenbranoso
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Figura 73 – Esquemas de alguns dos principais músculos, inserções e principais acções realizadas por eles (retirado de 
www.sportraining.net) 
 
 
 
 
 
GÉMEOS 
SOLEAR 
� Inserção Proximal – 
Perónio (na parte 
posterior lateral da 
cabeça) 
 
� Inserção Distal – 
Tendão de aquiles no 
calcâneo 
� Extensão (flexão plantar 
do pé) 
� Flexão da perna em 
relação à coxa 
 
� Inserção Proximal – Parte 
posterior do côndilo latreal do 
fémur, face superior do côndilo 
interno 
 
� Inserção Distal – Tendão de 
aquiles no calcâneo 
Extensão (flexão plantar do pé) 
 
SEMIMENBRANOSO 
� Flexão da perna 
� Extensão da perna 
� Adução da coxa 
 
� Inserção Proximal – Face 
lateral da tuberosidade 
isquiática 
 
� Inserção Distal – côndilo 
interno da tíbia 
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Nota
Músculo da Coxa:Pertence aos Músculos Isquiotibais:

-Músc. Bicípete Femural
-Músc. Semitendinoso
-Músc. Semimenbranoso
Lília Vasconcelos
Nota
Músculo Tricípete Sural/ Gémeos;O tendão dos Gémeos é conhecido por Tendão de Aquiles.
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FISIOLOGIA MUSCULAR 
ESTRUTURA DA FIBRA MUSCULAR 
O músculo esquelético é composto de grandes grupos de células longas denominadas fibras 
musculares. Cada fibra tem muitos núcleos e uma série crescente de pequenas estruturas fibrosas 
internas. As estruturas de uma fibra muscular (figura 74), observando do exterior da célula para o 
seu interior, são: 
� Endomísio - uma camada de tecido conjuntivo fibroso, que envolve o exterior da fibra; 
� Sarcolema - a membrana plasmática da célula, que se situa sob o endomísio e logo acima do 
núcleo da célula; 
� Sarcoplasma - o citoplasma da célula muscular, que está contido dentro do sarcolema; 
� Miofibrilas - delicadas estruturas filiformes, que determinam o comprimento das fibras e 
constituem o feixe de fibras: 
• Miosina (filamentos espessos) (à volta de 1500); 
• Actina (filamentos finos), fibras mais finas, dentro das miofibrilas (à volta de 3.000). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 74 – Esquemas da estrutura muscular (retirado de Parker, S., 2007) 
 
 
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SARCÓMERO 
A miosina e a actina estão contidas dentro de compartimentos denominados sarcómeros (figura 
75). Os sarcómeros são unidades funcionais do músculo esquelético. Durante a contracção 
muscular, a miosina e a actina deslizam uma sobre a outra, reduzindo o comprimento do 
sarcómero. Os compartimentos de sarcómeros, de todas as miofibrilhas de uma única fibra, estão 
alinhados. Assim, quando uma fibra muscular é observada ao microscópio, bandas transversas, 
em ângulos rectos ao eixo mais longo, denominadas estrias, aparecem junto ao comprimento da 
fibra. 
A camada fibrosa de tecido conjuntivo, denominada perimísio, liga-se às fibras musculares por um 
feixe. Uma camada mais forte, o epimísio, rodeia todos os feixes para formar um músculo inteiro. 
Estendendo-se além do músculo, o epimísio forma um tendão. A maior parte dos músculos fixa-se 
aos ossos, seja directa ou indirectamente. 
No caso de uma fixação directa, o epimísio do músculo funde-se ao periósteo, a membrana 
fibrosa que cobre o osso. No caso de ser uma fixação indirecta (a mais comum), o epimísio 
estende-se além do músculo formando um tendão e fixa-se ao osso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 75 – Esquema de um sarcómero (retirado de Serranito, P., 2003) 
 
CONTRACÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO 
A contracção muscular é acompanhada por alterações do comprimento do sarcómero, explicados 
pelo designado mecanismo do deslizamento dos miofilamentos finos (de actina) sobre os 
miofilamentos espessos (de miosina) no sentido do centro do sarcómero (figura 76). Este 
deslizamento é a consequência da interacção estabelecida entre as pontes transversais da miosina 
e as moléculas de actina. Esta interacção é observada mesmo em moléculas de miosina e actina 
purificadas, indicando que a união das duas proteínas é um processo espontâneo. No entanto, na 
fibra muscular, esta interacção é regulada por vários processos que controlam, com precisão, os 
 
 
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estados de relaxamento e de contracção. O processo de contracção das fibras musculares 
esqueléticas envolve as seguintes etapas: 
1º - Excitação da fibra muscular esquelética, envolvendo o processo de estimulação e a sua 
propagação ao longo do sarcolema; 
2º - Acoplamento excitação/contracção, que inclui os processos de transdução da excitação em 
actividade contráctil; 
3º - O ciclo das pontes cruzadas, respeitante à formação e ruptura cíclicas dos complexos de 
actomiosina e à geração de força e de trabalho mecânico; 
4º - O relaxamento muscular. 
 
Figura 76 – Esquemas da contracção muscular (retirado de Serranito, P., 2003) 
 
EXCITAÇÃO DA FIBRA MUSCULAR 
Cada fibra muscular recebe a inervação motora de um único motoneurónio alfa, unindo-se a uma 
expansão do axónio numa região da fibra muscular situada, geralmente, a meio do seu 
comprimento. A união entre o motoneurónio e o sarcolema constitui a junção neuromuscular 
(figura 77), alternativamente, designada de junção mioneural ou de placa motora. A estrutura 
desta união sináptica é muito semelhante à de outras sinapses, muito embora existam 
especificidades estruturais e funcionais que tornam a placa motora diferente das restantes uniões 
entre células excitáveis. 
A excitação da fibra muscular tem início com a chegada de um impulso nervoso ao terminal 
sináptico do motoneurónio alfa, originando a libertação da acetilcolina no espaço sináptico (figura 
78). Este neurotransmissor difunde-se na fenda sináptica até alcançar a porção juncional do 
sarcolema, ligando-se, então, aos receptores colinérgicos. O potencial da placa motora é seguido 
pelo desencadear de um potencial de acção, que tem início, não na própria placa motora, mas na 
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região do sarcolema imediatamente adjacente. Este potencial de acção, conhecido como 
potencial de acção muscular, possui todas as características de um potencial de acção nervoso, 
distinguindo-se, apena, por ter uma duração um pouco superior. Uma vez desencadeado, o 
potencial de acção muscular propaga-se ao longo de todo o sarcolema, dando início a um conjuntode eventos que culminam na produção de força. 
 
 
 
Figura 77 – Esquema da junção neuromuscular (retirado de Serranito, P., 2003) 
 
 
Figura 78 – Esquema da fenda sináptica (retirado de Serranito, P., 2003) 
 
COORDENAÇÃO INTERMUSCULAR 
Para a produção dos movimentos não basta a contracção de um músculo ou grupo muscular 
isolado. A maior parte dos movimentos realiza-se envolvendo vários músculos, ou grupos 
musculares, com papéis diferentes e que possibilitam o ajustamento e a adequação do movimento 
ao objectivo pretendido (figura 79). 
Os músculos que participam no movimento com funções específicas são categorizados em: 
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� Agonistas - se a sua acção é responsável pela realização do movimento. Falamos de 
agonistas principais quando nos referimos a músculos que fornecem o contributo mais 
importante para a força global produzida e agonistas secundários se a sua participação é 
acessória; 
� Antagonistas - se a sua acção é contrária ao movimento. O exemplo do bicípete e do tricípete 
braquial é um exemplo clássico desta situação. A acção agonista/antagonista pode inverter-se 
quando a acção muscular ocorre com origem e inserção invertida. Se o agonista e o 
antagonista se contraírem simultaneamente (co-contracção), não ocorre movimento e existe 
uma fixação dos ossos articulados, o que, por vezes, é muito importante na realização de 
determinados movimentos; 
� Fixadores - se a acção do músculo, ou grupo muscular, é a fixação de locais estáveis, que 
potenciam a acção dos agonistas do movimento; 
� Neutralizadores - são músculos que participam no movimento anulando, ou reduzindo, uma 
acção indesejável do agonista. 
 
 
 
 
Figura 79 – Esquemas da estrutura muscular (retirado de Parker, S., 2007) 
 
FUSO MUSCULAR E ÓRGÃO TENDINOSO DE GOLGI 
O fuso neuromuscular consiste num pequeno corpúsculo que se localiza no interior do músculo, 
paralelamente às fibras musculares. É constituído por cinco a doze pequenas fibras musculares 
especializadas - fibras intrafusaís. Estas fibras só apresentam proteínas contrácteis nas 
extremidades, o que significa que só as extremidades se podem contrair. Para além, da sua 
grande importância como sensor do grau e velocidade do estiramento muscular, o fuso 
neuromuscular está, também, na base de um reflexo fundamental na regulação da actividade 
motora - o reflexo miotático. Este consiste, sumariamente, na tendência para a contracção de um 
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músculo após ter sofrido um estiramento. Como tem um componente monosináptico, este reflexo 
permite que a resposta do músculo seja quase imediata, evitando estiramentos não desejados e 
representando um mecanismo para manter o comprimento pretendido para o músculo. O órgão 
tendinoso de Golgi está localizado no tendão, mais precisamente na junção miotendinosa, 
apresentando-se unido por várias fibras musculares. O número de unidades motoras diferentes 
que estão representadas nessas fibras não é superior a quinze. Este receptor está ligado à medula 
por fibras aferentes semelhantes às fibras Ia, as fibras Ib. Estas fibras, na medula, não apresentam 
terminações monosinápticas sobre os motoneurónios alfa. O órgão tendinoso de Golgi é 
estimulado pelo estiramento do tendão, que é fundamentalmente consequência de contracções 
musculares potentes e dá origem a um reflexo cuja resposta é oposta ao reflexo miotático e que, 
por isso mesmo, se designa por reflexo miotático inverso. Em síntese, o órgão tendinoso de Golgi 
no ser humano participa no processo de regulação da intensidade da contracção muscular e 
permite controlar o grau de cooperação entre músculos sinérgicos. 
 
EM SÍNTESE 
DEVE SABER: 
 
Sistema Muscular 
• Tipos de Músculos 
• Músculo Esquelético 
o Função do Músculo Esquelético 
o Unidade Músculo Esquelética 
o Forma dos Músculos 
o Principais Músculos Humanos 
o Origem, Inserção e Acção dos Principais Músculos 
(Pescoço, Cintura Escapular, Membros Superiores, 
Músculos Dorsais, Músculos do Abdómen e Músculos 
dos Membros Inferiores) 
• Fisiologia Muscular 
o Estrutura da Fibra Muscular 
o Contracção Muscular 
o Excitação da Fibra Muscular 
o Coordenação Intermuscular (Músculos Agonistas, 
Antagonistas, Fixadores e Neutralizadores) 
o Fuso Muscular e Órgão Tendinoso de Golgi 
 
 
 
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
Lília Vasconcelos
Realce
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ANÁLISE ANATÓMICA SEGMENTAR ESPECÍFICA 
 
 
 
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Acções Musculares nos Movimentos da Cabeça 
 
Flexão Flexão Lateral Extensão e 
Hiperextensão 
Rotação 
Esternocleidomastoideu Escalenos Trapézio Superior Esternocleidomastoideu 
Músculos Pré-Vertebrais Esternocleidomastoideu M. Superficiais da 
Nuca 
M. Superficiais da Nuca 
 Angular da Omoplata M. Profundos da Nuca M. Profundos da nuca 
 M. Superficiais da Nuca Angular da Omoplata 
 M. Profundos da Nuca Trapézio 
 Trapézio 
 
Acções Musculares nos Movimentos do Tronco 
 
Flexão Flexão Lateral Extensão e 
Hiperextensão 
Rotação 
Recto do Abdómen Quadrado do dorso Massas Comum 
 
Grande Oblíquo 
 
Grande Oblíquo Grande Oblíquo Grande Dorsal 
 
Pequeno oblíquo 
 
Pequeno Oblíquo Pequeno Oblíquo Interespinhosos 
 
Massas Comum 
 
Psoas Ilíaco Psoas Ilíaco Intertransversários 
 
 
 Transverso do 
abdómen 
 
 Massas Comum 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Acções Musculares nos Movimentos da Omoplata 
 
Elevação Depressão Abdução Adução Rotação 
Superior 
Rotação Inferior 
Trapézio 
Superior 
Romboides 
Angular da 
Omoplata 
 
Trapézio 
Inferior Grande 
Dentado (fibras 
inferiores) 
 
Grande 
Dentado 
 
Trapézio 
Romboides 
Angular da 
Omoplata 
 
Grande 
Dentado 
Trapézio 
Superior 
Trapézio 
Inferior 
 
Romboides 
Angular do 
Omoplata 
Pequeno 
Peitoral 
 
 
Acções Musculares nos Movimentos do Braço 
 
Flexão Extensão e 
Hiperextensão 
Rotação Interna Rotação Externa Adução Abdução 
Deltóide 
Anterior 
Grande Peitoral 
(porção 
clavicular) 
Coraco-Braquial 
Deltóide 
Posterior 
Grande 
Dorsal 
Grande 
Redondo 
 
Subescapular 
Gr. Dorsal Gr. 
Redondo 
Gr. Peitoral 
Deltóide 
Antenor 
Infraespinhoso 
Pequeno 
Redondo 
Deltóide 
Posterior 
 
Gr. Dorsal 
Grande 
Peitoral 
Grande 
Redondo 
 
Deltóide 
Supraespinhoso 
 
 
Acções Musculares nos Movimentos do Antebraço 
 
Flexão Extensão Pronação Supinação 
Bicipete Braquial 
Braquial Anterior 
Braqui-Radial ( longo 
Supinador) 
 
Tricípete Braquial 
Ancóneo 
 
Redondo Pronador 
Quadrado Pronador 
 
Bicipete Braquial 
Curto Supinador 
Longo Supinador 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Acções Musculares nos Movimentos da Mão 
 
 
Flexão Extensão e 
Hiperextensão 
Abdução Adução 
Gr. Palmar 
Pequeno Palmar 
Flexor Comum 
Profundo dos Dedos 
Flexor Comum Sup dos 
Dedos 
Flexor Próprio do 
Polegar 
Cubital Anterior 
1° e 2° Radial Externo 
Extensor Comum dos 
Dedos 
Cubital Posterior 
Extensor Próprio do 
Indicador 
Extensor Próprio do 5° 
Dedo 
 
Gr. Palmar 
1° e 2° Radial Externo 
Longo Abdutor do 
Polegar 
 
Cubital Anterior 
Cubital Posterior 
 
 
Acções Musculares nos movimentos dos Dedos 
 
Flexão Extensão Aproximação Afastamento 
Flexor Comum 
Profundo dos Dedos 
Flexor Comum 
Superficial dos Dedos 
Flexor Próprio do 
Polegar 
 
Extensor Comum dos 
Dedos Extensor 
Próprio do 5° Dedo 
Extensor Próprio do 
Indicador 
Longo e Curto 
Extensor do Polegar 
 
Interósseos Palmares 
Adutor do Polegar 
 
Interósseos DorsaisLongo Abdutor do 
Polegar Abdutor do 
Polegar 
Longo Extensor do 
Polegar Curto Extensor 
 
 
 
Acções Musculares nos Movimentos da Bacia 
 
Anteversão Retroversão 
Recto femural 
Costureiro 
Psoas Ilíaco 
Massas comum 
Músculos posteriores da coxa 
Músculos da parede antero-lateral do Abdómen 
 
Acções Musculares nos Movimentos da Coxa 
 
Flexão Extensão e 
Hiperextensão 
Rotação Interna Adução Abdução Rotação Externa 
Psoas Ilíaco 
Recto femural 
Tensor da 
Fascia Lata 
 
Grande Glúteo 
Bicípete Crural 
Semi-
membranoso 
 
Pequeno 
Glúteo 
Médio Glúteo 
Tensor da 
fascia Lata 
 
Pectíneo 
Recto Interno 
 
Pequeno 
Glúteo 
Médio Glúteo 
Tensor da 
fascia Lata 
 
Grande Glúteo 
Músculos 
Pelvi-
trocantéricos 
Adutores 
Psoas-Illaco 
 
 
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Acções Musculares nos Movimentos da Perna 
 
Flexão Extensão Rotação Interna Rotação Externa 
Semitendinoso 
Semi-membranoso 
Bicípete Crural 
Popliteo 
Gémeos 
 
Quadricicipete Crural 
 
Costureiro 
Recto Interno 
Popliteo 
Semitendinoso 
Semimembranoso 
 
Tensor da Fascia lata 
Bicípete Crural 
 
 
Acções Musculares nos Movimentos do Pé 
 
Flexão Dorsal Flexão Plantar Inversão Eversão 
Tibial Anterior 
Extensor próprio do 
Dedo Grande 
Extensor Comum dos 
Dedos 
Peronial Anterior 
 
Tricípete Sural 
Longo Peroneal Lateral 
Curto Peroneal Lateral 
Flexor Próprio do dedo 
Grande 
Tibial Posterior 
 
Extensor Próprio do 
dedo Grande 
Tibial Anterior 
Tibial Posterior 
Flexor Comum dos 
Dedos 
Flexor Próprio do Dedo 
Grande 
 
Longo e Curto 
Peroneal Lateral 
Peroneal Anterior 
Extensor Comum dos 
Dedos 
 
 
Acções Musculares nos Movimentos dos Dedos dos Pés 
 
Flexão Extensão 
Flexor comum dos dedos 
Curto flexor palmar 
Curto flexor do dedo grande 
Longo flexor do dedo grande 
Extensor comum dos dedos 
Pedioso 
Extensor próprio do dedo grande 
 
EM SÍNTESE 
 
DEVE SABER: 
 
Artrologia 
• Tipos e Classificação Articular 
o Classificação Estrutural (Fibrosas, Cartilaginosas e Sinoviais) 
o Superfícies Articulares (Cartilagem Articular, Nutrição, 
Cápsula Articular, Ligamentos, Membrana Sinovial, Líquido 
Sinovial, Meniscos e Boradaletes, Inervação da Articulação e 
Noções de Estabilidade Articular) 
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SISTEMA NERVOSO 
O sistema nervoso coordena todas as funções corporais, capacitando a pessoa a adaptar-se às 
mudanças nos meios internos e externos. Este sistema é constituído por dois tipos principais de 
células: 
� Neurónios, células condutoras; 
� Neuróglias, células de sustentação. 
 
NEURÓNIO 
O neurónio (figura 80) é a unidade básica do sistema nervoso, é uma célula condutora altamente 
especializada que recebe e transmite impulsos nervosos electroquímicos. 
São as células nervosas, designadas neurónios, que, devido à sua morfologia, comunicam 
sucessivamente, e de modo complexo, entre si. Os neurónios são células altamente 
especializadas, pelo que possuem pequena capacidade de regeneração. Por este motivo, as 
lesões a nível do sistema nervoso são particularmente graves e, em muito casos, incapacitantes. 
Os neurónios podem apresentar três regiões principais: 
� Dendrites — prolongamentos citoplasmáticos curtos (na maior parte dos neurónios são muito 
ramificados) e de diâmetro progressivamente menor; 
� Axónio — prolongamento citoplasmático, geralmente mais longo (em alguns neurónios atinge 
mais de 1 m de comprimento), que apresenta um diâmetro idêntico em toda a sua extensão e 
possui ramificações na extremidade, designadas ramificações terminais; 
� Corpo celular — porção dilatada, onde se encontra o núcleo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 80 – Esquemas de um neurónio (retirado de Brites M., 2006) 
 
Em certos neurónios, os prolongamentos citoplasmáticos longos constituem fibras nervosas que, 
por vezes, são envolvidas por uma bainha de células protectoras com aspecto esbranquiçado, 
designada bainha de mielina, produzida pelas células Schwann. 
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NEURÓGLIAS 
As neuróglias (também denominadas células da glia) são células de apoio do sistema nervoso, 
formando à volta de 40% da massa celular. Existem três tipos de neuróglias: 
� Astróglias ou astrócitos existem ao longo do sistema nervoso. Suprem de nutrientes os 
neurónios e ajudam-nos a manter o potencial eléctrico, assim como constituem parte da 
barreira vascular cerebral; 
� Micróglias são células fagocíticas que ingerem e digerem os microorganismos e os residuos 
provenientes dos neurónios lesados; 
� Oligodendróglia apoia e isola os axónios do sistema nervoso central (SNC) pela formação de 
bainhas de mielina protectoras. 
Os neurónios são responsáveis pela neurotransmissão — a condução de impulsos eletroquímicos 
através do sistema nervoso. A actividade do neurónio pode ser provocada por: 
� Estímulo mecânico, como o toque e a pressão; 
� Estímulo térmico, como o calor e o frio; 
� Estímulo químico, como a substâncias químicas externas ou uma substância química (ex: a 
histamina) libertada pelo corpo. 
 
NEUROTRANSMISSÃO 
Os neurónios recebem e transmitem os estímulos por meio de mensagens electroquímicas (figura 
81). As dendrites recebem um impulso enviado por outras células e conduzem-nos em direcção ao 
corpo celular e este conduz o impulso ao axónio que o conduz o impulso para outra célula. 
Quando um impulso alcança o final do axónio, estimula as vesículas sinápticas através de um 
terminal pré-sináptico do axónio. Uma substância neurotransmissora é, então, libertada dentro da 
fenda sináptica entre os neurónios. Esta substância difunde-se através da fenda sináptica e liga-se 
a receptores especiais sobre a membrana pós-sináptica, provocando a continuação do impulso 
nervoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NERVOS 
As fibras nervosas podem constituir feixes que, em conjunto com vasos sanguíneos e um tecido 
protector, formam os nervos (figura 82). 
 
 
Figura 82 – Esquemas de um nervo (retirado de Brites M., 2006) 
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Sentido de condução dos impulsos nervosos 
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Os órgãos do sistema nervoso formam dois principais conjuntos, que diferem na estrutura, 
localização e funções que desempenham. Estes conjuntos constituem o sistema nervoso central 
(SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). 
 
SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
O sistema nervoso central compreende o encéfalo e a espinal medula e tem como função 
processar a informação recebida (figura 83). 
 
 
 
Figura 83 – Nervos cranianos (A) e raquidianos (B) (retirado de Ovejero F., 1998) 
 
O encéfalo é constituído pelo cérebro, cerebelo e bolbo raquidiano. Situa-se no interior da 
caixa craneana e encontra-se envolvido por três membranas, designadas meninges. Em contacto 
com o encéfalo, encontra-se a pia-máter, segue-se a aracnóidea e, exteriormente, a dura-máter. 
Estas membranas, juntamente com a caixa craneana, protegem o encéfalo contra choques e 
outras agressões. O espaço compreendido entre a pia-máter e a aracnóidea encontra-se 
preenchido por um líquido protector, designado líquido cefalorraquidiano. Este líquido preenche, 
também, cavidades existentes no encéfalo — ventrículos cefálicos (figura 84). 
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Figura 84 – Localização dasmeninges (retirado de Ovejero F., 1998) 
 
CÉREBRO 
O cérebro é o componente do encéfalo de maior tamanho. Está dividido, por um sulco central 
incompleto, em dois hemisférios cerebrais. Em geral, o hemisfério direito controla as actividades do 
lado esquerdo do corpo e o hemisfério esquerdo do lado direito (figura 85). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 85 – Áreas sensoriais e motoras do hemisfério cerebral (retirado de Ovejero F., 1998) 
 
A zona mais externa do cérebro recebe o nome de córtex cerebral e, na sua superfície, 
apresenta circunvoluções que são responsáveis pela sua enorme extensão, O córtex cerebral 
encontra-se subdividido em áreas sensitivas e motoras que controlam funções específicas (figura 
86), denominadas áreas primárias. As áreas do córtex, adjacentes a estas, designam-se áreas 
de associação e contribuem para a interpretação, mais pormenorizada, dos diferentes tipos de 
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informação recebida pelas áreas primá do córtex. Esta camada do cérebro é formada pela 
substância cinzenta, que contém a maioria dos corpos celulares dos neurónios e fibras sem 
mielina. A parte mais interna do cérebro é formada pela substância branca, constituída 
principalmente pelos axónios revestidos por mielina, O hipotálamo, que controla muitas funções 
involuntárias, como por exemplo a temperatura corporal, e actua nas sensações, como a fome e a 
sede, encontra-se no interior do cérebro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 86 – Áreas do córtex cerebral (retirado de Brites M., 2006) 
 
CEREBELO 
O cerebelo é a segunda maior região do encéfalo. Situa-se atrás e abaixo do cérebro. Assim como 
o cérebro, tem dois hemisférios. Possui um córtex externo e substância cinzenta e um núcleo de 
substância branca. O cerebelo actua na manutenção do tónus muscular, na coordenação do 
movimento muscular e o controle do equilíbrio. 
 
 
 
 
 
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BOLBO RAQUIDIANO 
O Bolbo Raquidiano situa-se imediatamente abaixo do cérebro, ao lado do cerebelo, liga-se ao 
cérebro na parte superior e à espinal-medula na parte inferior. O Bolbo Raquidiano envia 
“mensagens” entre as partes do sistema nervoso e tem três funções principais: 
� Produz os comportamentos rígidos autónomos, necessários para a sobrevivência, como o 
aumento da frequência cardíaca e a estimulação da medula supra-renal para produção de 
adrenalina; 
� Proporciona contacto das fibras nervosas entre os centros nervosos superiores e inferiores; 
� Serve como origem para 10 dos 12 pares de nervos cranianos. 
 
HIPOTÁLAMO 
O Hipatálamo permite a detecção dos estímulos sensoriais (excepto o olfactivo), conforme eles 
chegam ao córtex cerebral e actua ao nível consciência primitiva de dor. 
O hipotálamo controla ou afecta a temperatura corporal, o apetite, o equilíbrio hídrico, as secreções 
hipofisárias, as emoções e as funções autónomas, incluindo os ciclos de sono e vigília. 
 
SISTEMA LÍMBICO 
O sistema límbico é uma área primitiva do encéfalo, profundamente situada no lobo temporal. Além 
de iniciar os instintos básicos (fome, agressão e vontades emocional e sexual), o sistema límbico 
avalia todas as mensagens sensoriais que passam para o córtex cerebral. 
 
SISTEMA ACTIVADOR RETICULAR 
O sistema activador reticular (SAR) é uma rede difusa de neurónios hiperexcitáveis, que estimula o 
tronco cerebral até o córtex cerebral. Após a avaliação de todas as informações sensoriais que 
chegam, o SAR, canaliza-as para as áreas apropriadas do encéfalo, para interpretação. Actua com 
activador num sistema de alerta para o córtex cerebral e a sua actuação é crucial para a 
manutenção da consciência. 
 
SUPRIMENTO SANGUÍNEO 
Quatro principais artérias — duas vertebrais e duas carótidas — dão suprimento ao cérebro com 
sangue oxigenado. As duas artérias vertebrais (ramos das subclávias) convergem para se 
tornarem artéria basilar. A artéria basilar permite a irrigação da parte posterior do cérebro. As 
carótidas comuns transformam-se em duas carótidas internas, as quais se dividem posteriormente, 
para irrigar o encéfalo anterior e o mesencéfalo. Estas artérias interconectam-se por meio do 
círculo arterial do cérebro (círculo de Willis), uma anastomose na base do encéfalo. O círculo 
arterial do cérebro assegura que o oxigénio esteja continuamente a circular no encéfalo, mesmo 
que ocorra interrupção de quaisquer grandes vasos do encéfalo. 
 
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ESPINAL-MEDULA 
A espinal-medula é uma estrutura cilíndrica no canal vertebral, que se estende, desde o orifício na 
base do crânio até à região lombar superior da coluna vertebral. Os nervos raquidianos ou espinais 
emergem da espinal-medula. Na terminação inferior da espinal-medula, as raízes nervosas, 
aglomeram-se na cauda equina. 
A espinal-medula é um órgão que tem o aspecto de um cordão esbranquiçado com cerca de 50cm 
de comprimento e 1 cm de diâmetro. Encontra-se envolvida pelas meninges e localiza-se no 
interior de um canal existente ao longo da coluna vertebral, designado canal raquidiano. A 
espinal-medula é percorrida, longitudinalmente, por dois sulcos: sulco anterior e sulco posterior. 
A substância cinzenta, formada pelos corpos celulares dos neurónios, localiza-se na parte central 
da espinal-medula. À sua volta, situa-se a substância branca, formada pelos axónios recobertos de 
mielina. 
 
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 
O sistema nervoso periférico é constituído por nervos e por formações globulares, constituídas 
pelos corpos celulares dos neurónios, designadas gânglios. Este sistema conduz a informação, 
desde os órgãos que recebem estímulos, designados receptores, até ao sistema nervoso central 
e, deste, para os órgãos que executam as respostas adequadas ao estímulo — efectores. 
Do sistema nervoso periférico fazem parte os 31 pares de nervos raquidianos ou medulares e os 
12 pares de nervos encefálicos ou cranianos (figura 87). 
 
 
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Figura 87 – Nervos cranianos (A) e raquidianos (B) (retirado de Brites M., 2006) 
 
NERVOS CRANIANOS 
O ser humano possui 12 pares de nervos que partem do encéfalo e inervam a cabeça e órgãos 
internos.
A 
B 
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NERVOS RAQUIDIANOS 
Os nervos raquidianos passam pelos buracos de conjugação das vértebras e são constituídos por 
duas raízes: uma dorsal, sensitiva e outra ventral, motora. A raiz dorsal de cada nervo raquidiano 
apresenta um gânglio, no qual se encontra o corpo celular do respectivo neurónio sensitivo. As 
dendrites destes neurónios são longas e distribuem-se pelos diversos órgãos por eles inervados, 
onde são recebidos os estímulos. Cada raiz dorsal inclui os axónios destes neurónios (fig. 88). 
 
 
 
Figura 88 – Raízes de um nervo raquidiano (retirado de Reyes E., 1998) 
 
A raiz ventral é formada pelos axónios dos neurónios motores da espinal-medula. As raízes ventral 
e dorsal, de cada nervo, unem-se, perto da espinal-medula, e formam o respectivo nervo 
raquidiano. 
Cada um dos 31 pares dos nervos espinhais é designado conforme a vértebra imediatamente 
abaixo do ponto de saída do nervo da medula espinal. Assim, de cima para baixo, são designados 
como C1 a S5 e nervo coccígeo. Cada nervo espinal consiste em neurónios, aferente (sensorial) e 
eferente (motor), que conduzem as mensagens para regiões específicas do corpo e provenientes 
delas, denominadas dermátomos (figura 89). 
 
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Figura89 – Esquema dos Dermatomos (retirado de Fritz S., 2000) 
 
Os nervos e os gânglios constituem dois conjuntos funcionais: 
� O sistema nervoso somático, que inclui todos os nervos que inervam os músculos 
esqueléticos e os órgãos sensitivos externos e estabelece ligação entre esses órgãos 
sensitivos, os centros nervosos e os órgãos efectores; 
� O sistema nervoso visceral, autónomo ou vegetativo, é responsável pelo controlo dos 
órgãos internos, geralmente de modo involuntário e subdivide-se, por sua vez, nos sistemas 
simpático e parassimpático. 
Estes subsistemas diferem nos locais onde se originam os nervos que os constituem e nas suas 
funções. Actuam de modo antagónico sobre os mesmos órgãos, modificando a sua actividade 
(figura 90). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 90 – Esquema dos sistemas nervoso simpático e parasimpatico (retirado Brites M., 2006) 
 
SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO 
Os nervos simpáticos, denominados neurónios pré-ganglionares, deixam a medula espinal entre 
os níveis da primeira vértebra torácica e segunda vértebra lombar. Quando deixam a medula 
espinal, estes nervos penetram em pequenos gânglios, próximos à medula espinal. Os gânglios 
formam uma cadeia que dissemina o impulso para os neurónios pós-ganglionares. Os neurónios 
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pós-ganglionares alcançam muitos órgãos e glândulas e podem produzir respostas fisiológicas 
disseminadas, generalizadas. Estas respostas incluem: 
� Vasoconstrição; 
� Elevação da pressão arterial; 
� Aumento do fluxo sanguíneo para os músculos esqueléticos; 
� Aumento da frequência e da contractilidade cardíacas; 
� Aumento da frequência respiratória; 
� Relaxamento do músculo liso dos bronquíolos, tracto gastrointestinal e tracto urinário; 
� Contracção dos esfíncteres; 
� Dilatação pupilar e relaxamento do músculo ciliar; 
� Aumento da secreção da glândula sudorípara; 
� Redução da secreção pancreática. 
 
SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO 
As fibras do sistema nervoso parassimpático deixam o SNC por meio dos nervos cranianos 
provenientes do mesencéfalo, do bulbo e dos nervos espinhais entre a segunda e a quarta 
vértebras sacrais (S2 a S4). Após deixar o SNC, a longa fibra pré-ganglionar de cada nervo 
parassimpático segue até ao gânglio próximo a um órgão ou gânglio em particular. A curta fibra 
pós-ganglionar entra no órgão ou na glândula, o que cria uma resposta mais específica 
envolvendo, apenas, o órgão ou a glândula. Tal resposta pode ser: 
� Redução da frequência, contractilidade e velocidade de condução cardíacas; 
� Constrição do músculo liso bronquial; 
� Aumento do tónus e dos movimentos peristálticos do tracto gastro-intestinal, com relaxamento 
dos esfíncteres; 
� Aumento do tónus da bexiga e relaxamento do esfíncter do sistema urinário; 
� Vasodilatação da genitália externa, provocando erecção; 
� Constrição pupilar; 
� Aumento das secreções pancreáticas, salivares e lacrimais. 
 
RESPOSTA A ESTÍMULOS 
Para que um estímulo desencadeie uma resposta, participam, assim, diversas estruturas: 
� Receptores sensoriais – captam o estímulo; 
� Vias sensitivas (aferentes ou centrípetas) - responsáveis pela transmissão da informação 
para os centros nervosos; 
� Centros nervosos - registam, analisam a informação e elaboram uma resposta; 
� Vias motoras (eferentes ou centrífugas) - responsáveis pela transmissão da informação dos 
centros nervosos para os órgãos efectores; 
� Órgãos efectores – executam a resposta. 
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Para o transporte da informação participam duas vias (figura 91), que diferem no tipo de estrutura 
que as constituem. Os componentes básicos da via aferente são os neurónios sensitivos e os da 
via eferente são os neurónios motores que, por sua vez, integram as respectivas fibras e nervos 
 
 
Figura 91 – Vias e estruturas do transporte e processamento da informação 
 
ACTOS VOLUNTÁRIOS E INVOLUNTÁRIOS 
A actividade do sistema nervoso manifesta-se através dos diferentes actos que executamos. Estes 
podem ser voluntários e involuntários. Os actos voluntários como, por exemplo, correr, ler e 
escrever, são conscientes e dependem da vontade do indivíduo. Nestes casos, o impulso nervoso 
é gerado na zona motora do cérebro e, das células nervosas da substância cinzenta, sendo depois 
conduzido até aos neurónios motores que inervam os órgãos efectores implicados em cada acto. 
No entanto, movimentos como fechar as pálpebras, quando se aproxima rapidamente um objecto 
e retirar imediatamente a mão, depois de tocar num objecto quente, são actos involuntários ou 
reflexos. Nestes exemplos, as causas que os determinaram foram, respectivamente, um estímulo 
visual e um estímulo térmico. Em cada um destes casos, o impulso nervoso gera-se no respectivo 
receptor, por acção do estímulo. O impulso é depois conduzido pela via aferente até ao centro 
nervoso (encéfalo ou medula), de onde é conduzida a resposta até ao efector. Os actos reflexos 
em que está implicada a medula designam-se medulares, enquanto nos reflexos encefálicos 
intervém um centro nervoso situado no encéfalo. 
O percurso do impulso nervoso desde o receptor até ao órgão efector, passando pelo centro 
nervoso, designa-se arco reflexo (figura 92). 
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Figura 92 – Esquema de um arco reflexo 
 
Nos actos voluntários, os centros nervosos geradores da resposta situam-se sempre no encéfalo, 
enquanto nos involuntários, a resposta pode ser gerada no encéfalo ou na medula. Quando o 
centro nervoso responsável pelo acto reflexo é a medula — reflexo medular — o impulso nervoso 
é também conduzido ao cérebro, pelo que tomamos consciência da reacção efectuada. 
Geralmente, a informação relativa às situações em causa é memorizada e tida em conta em casos 
posteriores. 
Os actos reflexos classificam-se, ainda, quanto ao modo como surgem, em inatos e adquiridos 
ou condicionados. 
Os reflexos inatos são aqueles que os indivíduos apresentam capacidade de efectuar à 
nascença; todas as pessoas reagem de modo idêntico como, por exemplo, a sucção e o reflexo 
rotuliano. 
Os reflexos adquiridos ou condicionados, surgem por aprendizagem e podem variar de pessoa 
para pessoa. Neste processo de aprendizagem, o encéfalo intervém e tem a capacidade de 
memorizar as experiências. São exemplos de reflexos condicionados: travar um veículo automóvel 
numa situação de emergência e salivar quando se observa ou cheira um alimento considerado 
apetitoso. 
A secreção salivar provocada pelo contacto dos alimentos com as papilas gustativas é um acto 
reflexo inato. 
Nos actos reflexos adquiridos, intervêm zonas cerebrais, entre as quais são feitas associações, 
que permitem o desenvolvimento de novas vias de comunicação nervosa. 
 
EM SÍNTESE 
DEVE SABER: 
 
Sistema Nervoso 
• Neurónio 
• Neurotransmissão 
• Nervos 
• Sistema Nervoso Central (Constituição e Funcionamento) 
• Sistema Nervoso Periférico (Constituição e Funcionamento) 
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SISTEMA CARDIOVASCULAR 
O sistema cardiovascular funciona para assegurar a chegada de nutrientes e oxigénio às células e 
a eliminação das substâncias nocivas, resultantes do metabolismo celular. 
A circulação do sangue efectua-se no interior de uma extensa rede de tubos de diferentes calibres, 
denominados vasos sanguíneos. O impulso necessário à deslocação do sangue é fornecido pelo 
coração que, para tal, contrai-se, com regularidade durante toda a vida. 
A circulação sanguínea é completada pela circulação da linfa, que faz retornar ao sangue os 
componentes que saíram a nível dos tecidos e não regressaram directamente. 
O sistema cardiovascularé constituído pelo sangue, coração e vasos sanguíneos. 
 
SANGUE 
O sangue distribui oxigénio e nutrientes para todos os tecidos, remove desperdícios, transporta os 
gases, as células sanguíneas, as células imunitárias e as hormonas por todo o corpo. 
As células sanguíneas formam-se por meio de um processo denominado hematopoiese e 
diferenciam-se num dos seguintes tipos de células sanguíneas: 
� Glóbulos vermelhos, hemáceas ou eritrócito; 
� Glóbulos brancos ou leucócitos (granulócito e agranulócito); 
� Plaquetas sanguíneas, globulinas ou trombócitos. 
O sangue atinge um volume de, aproximadamente, 5 litros num adulto. Aproximadamente, 50/55% 
do sangue é plasma (figura 93), porção apenas líquida na qual se distribuem os componentes 
celulares. O plasma é constituído por, aproximadamente, 90% de água com substâncias 
dissolvidas como a glicose, hormonas, enzimas e, também, produtos residuais como a ureia e o 
ácido láctico. O plasma contém, também, proteínas como albuminas, fibrinogénio e proteínas 
globulares ou globulinas. As globulinas alfa e beta ajudam a transportar os lípidos como o 
colesterol. 
As gama-globulinas são na sua maior parte as substâncias que combatem as doenças conhecidas 
por anticorpos. A percentagem restante de sangue (45/50%) é composta por três tipos de células 
especializadas. Os glóbulos vermelhos ou eritrócitos transportam oxigénio, os glóbulos brancos 
ou leucócitos fazem parte do sistema de imunitário e os fragmentos celulares (plaquetas ou 
trombócitos) estão envolvidos no processo de coagulação do sangue. 
Os eritrócitos e as plaquetas actuam inteiramente dentro dos vasos sanguíneos, enquanto, os 
leucócitos actuam principalmente nos tecidos externos aos vasos sanguíneos. 
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Figura 93 – Constituintes do sangue (retirado de Parker S., 2007) 
 
ERITRÓCITOS 
Os eritrócitos têm uma estrutura semelhante a discos bicôncavos. A sua função é transportar 
oxigénio para os tecidos corporais e remover dióxido de carbono a partir destes. Contêm a 
hemoglobina (proteína contendo ferro), substância que transporta oxigénio e que dá cor vermelha 
ao sangue. 
Os eritrócitos têm um ciclo médio de vida de 120 dias. A medula óssea lança na circulação células 
imaturas, como reticulócitos. Os reticulócitos amadurece tornando-se 
eritrócitos ao final de 1 dia. O baço isola os eritrócitos velhos e disfuncionais, removendo-os da 
circulação. 
A velocidade de recuperação do reticulócito, geralmente, é igual à velocidade de remoção dos 
eritrócitos velhos. Quando acontece uma diminuição do número de eritrócitos (por exemplo, devido 
à hemorragia), a medula óssea aumenta a produção de reticulócitos, para manter o número normal 
de eritrócitos. 
 
LEUCÓCITOS 
Existem cinco tipos de leucócitos que participam nos sistemas corporais de defesa e imunidade. 
Estas células são classificadas como granulócitos ou agranulócitos (devido à existência ou não de 
grânulos no seu citoplasma). 
� Os neutrófilos (granulócitos mais numerosos) são responsáveis por 47,6% a 76,8% dos 
leucócitos circulantes. Estas células fagocíticas ingerem e digerem materiais estranhos. Podem 
deixar a corrente sanguínea, passando através das paredes dos capilares para os tecidos 
(diapedese), migram e acumulam-se nos locais de infecção. Os neutrófilos mortos formam o 
principal componente do pus. A medula óssea produz os seus substitutos, neutrófilos imaturos, 
denominados bastões. Em resposta à infecção, a medula óssea produz muitas células 
imaturas e lança-as na circulação, aumentando assim o seu número; 
� Easinófilos ou acidófilos (granulócitos) – são responsáveis pelo combate das infecções 
provocadas por parasitas; 
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� Basófilos (granulócitos) - acredita-se que participam nos processos alérgicos, produzem 
histamina e heparina; 
� Monócitos ou macrófagos – efectuam fagocitose de antigénios e percorrem livremente todo o 
corpo, quando estimulados por inflamação. Geralmente permanecem imóveis, habitando entre 
órgãos e tecidos. Os macrófagos concentram-se nas estruturas que filtram grandes 
quantidades de líquido, como o fígado, o baço e os linfónodos, onde se defendem dos 
organismos invasores. Os macrófagos são eficientes fagócitos, células que ingerem 
microorganismos, restos celulares e o tecido necrótico. Quando mobilizados no local de 
infecção fagocitam restos celulares e promovem a cicatrização da ferida; 
� Linfócitos – são os linfócitos de menor tamanho mas os segundos mais numerosos (6,2% a 
43%) Existem dois tipos de linfócitos: 
• Linfócitos T, que atacam directamente a célula infectada. 
• Linfócitos B, que produzem anticorpos contra antigéneos específicos. 
 
PLAQUETAS 
As plaquetas são pequenos fragmentos citoplasmáticos, incolores, em formato de disco, 
provenientes de células na medula óssea, denominadas megacariócitos. 
Estes fragmentos, que possuem um ciclo médio de vida de aproximadamente 10 dias e realizam 
funções vitais: 
� Iniciam a contracção dos vasos sanguíneos danificados para minimizar a perda sanguínea; 
� Formam os tampões hemostáticos nos vasos sanguíneos lesados; 
� Aceleram a coagulação sanguínea. 
 
CORAÇÃO 
O coração é um órgão do tamanho aproximado de um punho fechado, que se situa na cavidade 
torácica entre os pulmões (figura 94). 
 
 
 
Figura 94 – Localização do coração (retirado de Reyes, E., 1998) 
 
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Apresenta uma parede constituída, essencialmente, por tecido muscular miocárdio ou músculo 
cardíaco, revestido externamente por uma membrana denominada pericárdio. 
As células do miocárdio são fisiologicamente contínuas, permitindo a passagem de estímulos de 
umas para as outras. Assim, quando é estimulada qualquer parte do coração, o estímulo é 
transmitido, imediatamente, para o resto do tecido e todo o órgão responde. 
O coração apresenta quatro cavidades: duas aurículas, na região superior e dois ventrículos, na 
região inferior. Em resultado da existência de um septo, que separa a parte esquerda do coração 
da parte direita, só há comunicação entre as cavidades cardíacas situadas do mesmo lado, através 
de orifícios aurículo-ventricular. A abertura destes orifícios é controlada por estruturas finas, 
membranosas e designadas válvulas cardíacas ou aurículo-ventriculares: mitral ou bicúspide, 
a esquerda, e tricúspide, à direita (figura 95). Estas válvulas só permitem a passagem do sangue 
num sentido, pois, devido à sua estrutura, fecham-se, quando a pressão é maior em sentido 
contrário. 
Cada uma das cavidades cardíacas comunica com um vaso sanguíneo. A aurícula esquerda 
comunica com as veias pulmonares e a aurícula direita com as veias cavas. O ventrículo esquerdo 
comunica com a artéria aorta e o ventrículo direito com a artéria pulmonar. 
As artérias aorta e pulmonar possuem, à saída do coração, válvulas, designadas semilunares ou 
sigmóides, que impedem o retrocesso do sangue para os ventrículos. 
 
Figura 95 – Morfologia do Coração e das válvulas cardíacas (retirado de Reyes E., 1998) 
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CICLO CARDÍACO 
O coração funciona de modo involuntário e rítmico, através de dois tipos de movimento: sístole ou 
contracção e diástole ou relaxamento. Dado que a sístole ocorre em dois momentos, 
consideram-se três fases principais, durante o funcionamento desse órgão (figura 96): 
� Sístole auricular — consiste na contracção do miocárdio das aurículas, que provoca aumento 
da pressão sanguínea nessas cavidades. Consequentemente, o sangue é expulso para os 
ventrículos; 
� Sístole ventricular — corresponde à contracção do miocárdio dos ventrículos. Há aumento 
de pressão do sangue nessas cavidades, provocando o encerramentodas válvulas 
cardíacas e a abertura das semilunares. O sangue é, assim, bombeado, sob pressão, para 
as artérias e as válvulas semilunares fecham-se. Produzem-se dois ruídos típicos, que podem 
ser ouvidos por auscultação. O primeiro corresponde ao encerramento das válvulas cardíacas 
e o segundo ao encerramento das semilunares; 
� Diástole geral — consiste no relaxamento do miocárdio. O sangue entra nas aurículas e, 
quando a sua pressão aumenta nestas cavidades, as válvulas cardíacas abrem. Há passagem 
de sangue, de modo passivo, para os ventrículos. 
Estas etapas decorrem sucessivamente durante toda a vida, podendo variar na duração e na 
intensidade. 
A estes fenómenos (sístole auricular, sístole ventrícular e diástole geral), que ocorrem em 
sequência, dá-se o nome de ciclo cardíaco. Num adulto em situação de repouso, o número de 
ciclos cardíacos por minuto, ou ritmo cardíaco, é cerca de 70. O ritmo cardíaco varia, no entanto, 
com vários factores, entre os quais a idade e a actividade física desenvolvida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 96 – Fases sucessivas e isoladas do ciclo cardíaco (A - lado direito do coração, B - lado esquerdo do coração) 
(retirado de Reyes E., 1998) 
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VASOS SANGUÍNEOS 
O sangue movimenta-se por todo o organismo, através de um sistema de canais, os vasos 
sanguíneos. Consideram-se três tipos de vasos sanguíneos: artérias, capilares e veias. 
As artérias são os vasos que transportam o sangue, desde os ventrículos aos diferentes órgãos e, 
independentemente, do tipo de sangue transportado, estes vasos apresentam parede espessa, 
elástica e musculosa. 
As artérias de maior calibre são as que comunicam com o coração (aorta e pulmonares). 
Ao longo do seu percurso, as artérias ramificam-se, progressivamente, noutras de calibre cada vez 
menor. As arteríolas, artérias de menor diâmetro, ramificam-se, ainda, noutros vasos de calibre 
mais reduzido, chamados capilares sanguíneos. 
Os capilares resultam da ramificação das artérias em vasos cada vez mais finos. Estes possuem 
uma parede extremamente fina, constituída por uma só camada de células (fig. 97). Esta 
característica possibilita as trocas de substâncias entre o sangue e as células. 
Os capilares sanguíneos reúnem-se em vénulas e estas em veias. É através das veias que o 
sangue regressa ao coração. Estes vasos possuem uma parede menos espessa que a das 
artérias e, por isso, menos resistente sendo, também, constituídas por tecido elástico. O sangue 
fluí mais lentamente nestes vasos que nas artérias. Muitas veias apresentam válvulas, que só 
permitem a passagem do sangue no sentido do coração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 97 – Esquema de um corte dos vasos sanguíneos (A – artéria; B – veia; C – capilar) e da ligação entre os capilares 
e as veias (retirado de Parker S., 2007) 
 
 
 
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CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA 
O coração e os vasos sanguíneos formam dois trajectos independentes, que são percorridos, 
simultaneamente, pelo sangue. Um desses percursos constitui a circulação sistémica ou grande 
circulação e o outro, a circulação pulmonar ou pequena circulação (figura 98). É o coração 
que fornece ao sangue o impulso necessário para a deslocação sanguínea. 
 
CIRCULAÇÃO PULMONAR OU PEQUENA CIRCULAÇÃO 
O sangue segue até os pulmões para captar oxigénio e libertar dióxido de carbono (passando de 
sangue venoso a arterial). 
O sangue venoso sai do ventrículo direito, através da válvula semilunar direita, para dentro das 
artérias pulmonares, seguindo, progressivamente, através de pequenas artérias e arteríolas em 
direcção aos capilares pulmonares. Nos alvéolos, o sangue perde dióxido de carbono e ganha 
oxigénio. O sangue oxigenado (arterial) retorna através das vénulas e veias para as veias 
pulmonares, as quais o transportam de volta para a aurícula esquerda do coração. 
 
CIRCULAÇÃO SISTÉMICA OU GRANDE CIRCULAÇÃO 
O sangue arterial é bombeado a partir do ventrículo esquerdo para a artéria aorta, que se ramifica 
em vasos que suprem órgãos específicos e áreas do corpo. Conforme ela se arqueia, a partir da 
parte superior do coração, e desce para o abdómen, os três ramos de artéria, na parte superior do 
arco da aorta, suprem a parte superior do corpo com o sangue: 
� A artéria carótida comum esquerda abastece de sangue o cérebro; 
� A artéria subclávia esquerda abastece os braços. 
À medida que a aorta desce através do tórax e do abdómen, os seus ramos abastecem os órgãos 
dos sistemas gastrointestinais, genitais e urinários, coluna vertebral e tórax inferior e músculos 
abdominais. A aorta divide-se, então, em artérias ilíacas, as quais posteriormente se dividem em 
artérias femorais. 
Enquanto as artérias se dividem em unidades menores (arteriolas e posteriormente capilares 
arteriais), o número de vasos aumenta drasticamente, crescendo assim a área tissular para a qual 
o sangue flúi. 
A pressão capilar é extremamente baixa para permitir a troca de nutrientes, oxigénio e dióxido de 
carbono entre as células corporais e o sangue. A partir dos capilares, o sangue flúi para dentro das 
vénulas e, eventualmente, para dentro das veias. As válvulas nas veias evitam o refluxo 
sanguíneo. O sangue acumulado em cada segmento da válvula é movimentado em direcção ao 
coração, pela pressão proveniente do volume de sangue, que circula posteriormente, pela 
contracção muscular e pela pressão negativa criada no coração. As veias fundem-se, até que se 
formem dois ramos principais, a veia cava superior e a veia cava inferior, as quais devolvem o 
sangue para a aurícula direita. 
 
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Figura 98 – Esquema da circulação sanguínea (Brites M., 2006) 
 
 
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TENSÃO ARTERIAL 
A força que o sangue exerce contra qualquer área da parede arterial é designada de pressão 
sanguínea. A artéria, cuja parede é elástica, distende-se e origina uma força contrária e igual ao 
valor da pressão sanguínea — tensão arterial (pressão arterial). 
A tensão arterial aumenta durante a sístole, tensão máxima, e diminui durante a diástole, tensão 
mínima. Essa tensão é medida através de um aparelho que se chama esfigmomanómetro. 
Os valores da tensão arterial máxima e mínima diferem de indivíduo para indivíduo e dependem da 
idade, do sexo, do estado emocional, das doenças, da hora do dia (ritmo circadiano), etc. 
Quando se avalia a tensão arterial e se obtém determinados valores, tal significa que os valores 
obtidos têm como referência a pressão atmosférica. Por exemplo, quando o valor da tensão mínima 
é 70 mm de mercúrio, quer dizer que este valor está 70 mm de mercúrio acima da pressão 
atmosférica. Quando o valor da tensão máxima é 120 mm de mercúrio, o mesmo significa que o 
valor está 120 mm de mercúrio acima da pressão atmosférica. 
Quando os valores de tensão arterial se situam acima dos valores habitualmente obtidos, num 
determinado indivíduo, diz-se que se está perante uma hipertensão arterial. Quando esses valores 
se situam abaixo dos valores habitualmente obtidos, diz-se que se está perante uma hipotensão 
arterial. 
 
EM SÍNTESE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEVE SABER: 
 
Sistema Cardiovascular 
• Constituição (Sangue, Coração e Vasos Sanguíneos) 
• Formação das Células Sanguíneas 
• Ciclo Cardíaco 
• Estrutura dos Vasos Sanguíneos 
• Circulação Sanguínea(Pulmonar e Sistémica) 
• Principais Vasos Sanguíneos (ver Circulação Pulmonar e 
Sistémica) 
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SISTEMA LINFÁTICO 
O sistema linfático é de extrema importância no sistema imunitário (defesa do corpo contra a 
invasão por organismos ou toxinas químicas perigosas). A outra parte importante do sistema 
imunitário é desempenhada pelo sangue. Embora sejam entidades distintas, o sistema linfático e o 
cardiovascular estão intimamente relacionados. As suas células partilham uma origem comum, na 
medula óssea e o sangue é extremamente importante no transporte das células que participam na 
defesa, bem como dos próprios anticorpos (toxinas produzidas para combater substâncias 
estranhas ao organismo). 
 
ÓRGÃOS E TECIDOS LINFÁTICOS PRIMÁRIOS 
Os órgãos e tecidos linfáticos primários propiciam o ambiente apropriado para as células 
totipotentes se dividirem e se tornarem completamente desenvolvidas em linfócitos B ou linfócitos 
T, que são os tipos de linfócitos que executam as respostas imunes. A medula óssea e o timo 
exercem um papel no desenvolvimento dos linfócitos B e dos linfócitos T - os dois principais tipos 
de linfócitos. A medula óssea contém células, que podem diferenciar-se em qualquer um dos vários 
tipos de célula. Tais células são totipotentes, ou seja, são capazes de dar origem e especializarem-
se em diversas funções. O sistema imune e as células sanguíneas desenvolvem-se a partir dessas 
células num processo denominado hematopoiese. As células hematopoiéticas, situadas na medula 
óssea vermelha, dão origem aos linfócitos B maduros (Bone, osso em inglês) e às pré-células T. 
As pré-células T migram para o timo onde amadurecem (T de timo). 
 
TIMO 
No feto e no lactente, o timo é uma massa de tecido linfático com dois lobos que estão localizados 
sobre a base do coração no mediastino. Ajuda a formar os linfócitos T, durante vários meses, após 
o nascimento. Após este período, perde a função na imunidade do corpo, começando 
gradualmente a atrofiar até ficar quase um órgão vestigial no adulto. 
No timo, as células T submetem-se a um processo denominado especialização das células T, no 
qual as células são "treinadas" para reconhecer outras células provenientes do mesmo corpo 
(células endógenas) e distingui-las de todas as outras células (células exógenas). 
 
ÓRGÃOS E TECIDOS LINFÁTICOS SECUNDÁRIOS 
As estruturas periféricas ou secundárias incluem os linfónodos, a linfa, os vasos linfáticos e o 
baço. 
 
BAÇO 
O baço regula a renovação celular do sangue, bem como o volume sanguíneo em circulação, 
graças à sua particular estrutura vascular e à abundante quantidade de tecido linfoide existente. 
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diferenciação dos linfócitos B e as interacções entre linfócitos B e T responsáveis pela resposta 
imunitária. 
 
LINFÓNODOS 
Os linfónodos (ou gânglios linfáticos) são estruturas pequenas e de formato oval (figura 99), 
localizados ao longo de uma rede de canais linfáticos. Mais abundantes na cabeça, no pescoço, 
nas axilas, no abdómen, pélvis e virilha. A sua função é ajudar a remover e destruir os antigéneos 
(substâncias capazes de activar uma resposta imune) que circulam no sangue e na linfa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 99 – Esquema de um linfónodo (retirado de Parker S., 2007) 
 
LINFA , VASOS LINFÁTICOS E CIRCULAÇÃO LINFÁTICA 
A linfa é um líquido claro que banha os tecidos corporais e que se forma a partir das perdas de 
substâncias, por parte do plasma sanguíneo, que passam por difusão. desde os capilares 
sanguíneos para o espaço intersticial. Contém uma parte líquida, que se assemelha ao plasma 
sanguíneo, assim como leucócitos (basicamente linfócitos e macrófagos) e antigéneos. A linfa é 
recolhida a partir dos tecidos corporais, e passa para dentro dos vasos linfáticos através das finas 
paredes dos vasos. 
 
 
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Os capilares linfáticos iniciam-se nos espaços intercelulares e recolhem parte da linfa intersticial. 
Estes capilares reúnem-se em veias linfáticas de calibre cada vez maior, até que originam o canal 
torácico e a grande veia linfática, que conduzem a linfa circulante para a corrente sanguínea. 
O canal torácico recolhe toda a linfa dos membros inferiores, do membro superior esquerdo e lado 
esquerdo da cabeça, lançando-a na veia subclávia esquerda. 
A grande veia linfática recolhe toda a linfa do membro superior direito e lado direito da cabeça, 
abrindo na subclávia direita (figura 100). À medida que se vai dando a circulação linfática, a linfa 
passa pelos linfónodos, onde sofre uma filtragem, para remoção dos antigéneos. 
No sistema linfático não existe órgão propulsor para movimentar a linfa. A circulação da linfa é 
devida a vários factores, entre quais se referem os seguintes: 
� Contracção dos músculos esqueléticos e contracção da parede dos próprios vasos linfáticos; 
� Existência de válvulas ao longo dos vasos linfáticos, que impedem o retrocesso da linfa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 100 – Esquema de válvulas dos vasos linfáticos 
 
A circulação da linfa ocorre num único sentido, a partir dos capilares linfáticos existentes nos 
tecidos, que drenam parte do fluido intersticial para vasos cada vez maiores e que vão ligar aos 
vasos sanguíneos através das veias sub- clávias direita e esquerda. A figura 101 representa 
alguns dos principais vasos linfáticos. 
O sistema linfático tem funções importantes no nosso organismo,tais como: 
� Manter o fluido e o equilíbrio dos iões no corpo; 
� Transportar certos ácidos gordos das vilosidades intestinais para o sangue; 
� Contribuir para a imunidade; 
� Drenar proteínas e plasma para o sangue; 
� Contribuir para as trocas entre o sangue e as células. 
 
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EM SÍNTESE 
 
DEVE SABER: 
 
Sistema Linfático 
• Órgãos e Tecidos Linfáticos Primários 
o Linfócitos B e T 
o Timo 
• Órgãos e Tecidos Linfáticos Secundários 
o Baço 
o Linfónodos 
o Linfa 
o Vasos Linfáticos e Circulação Linfática 
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SISTEMA ENDÓCRINO 
A acção do sistema nervoso é complementada através do sistema endócrino ou hormonal, que 
actua por intermédio de substâncias químicas, na coordenação do organismo. 
Do sistema endócrino, fazem parte as glândulas endócrinas, cuja função é produzir hormonas — 
substâncias químicas que interferem no funcionamento das células, activando ou inibindo reacções 
químicas. As glândulas endócrinas (figura 102) não possuem canais excretores e são muito 
vascularizadas. Estas lançam as hormonas no sangue, através do qual percorrem todo o 
organismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 102 – Esquema das glândulas endócrinas (retirado de Reyes E., 1998) 
 
pineal 
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Cada hormona actua sobre determinadas células, designadas por células-alvo, que possuem 
receptores específicos, onde as moléculas hormonais encaixam por complementaridade. Esses 
receptores encontram-se na membrana citoplasmáticas das células-alvo ou no citoplasma. 
O efeito de uma hormona é característico e consiste na modificação da permeabilidade da 
membrana citoplasmáticas e do metabolismo das células-alvo, activando ou inibindo determinadas 
reacções químicas. 
Em consequênciada sua acção sobre as células-alvo, as hormonas alteram a actividade dos 
órgãos, influenciando o seu desenvolvimento e diferenciação. Afectam, por isso, a actividade geral 
do organismo (tabela 4). 
Após a sua actuação, as hormonas são destruídas nas próprias células-alvo ou no fígado, logo, 
não se acumulam e têm de ser produzidas, sempre que é necessário. 
As principais glândulas do sistema endócrino são: 
� Hipófise; 
� Tiróide; 
� Glândulas paratiróides; 
� Glândulas supra-renais; 
� Pâncreas; 
� Timo; 
� Glândula pineal; 
� Gônadas (ovários e testículos). 
 
HIPÓFISE 
A hipófise é uma pequena glândula que se encontra numa depressão do osso esfenóide na base 
do encéfalo. Esta glândula é do tamanho de uma ervilha (possui cerca de 1cm de diâmetro e pesa 
cerca de 1g). Apesar do seu pequeno tamanho, é ela que comanda o sistema endócrino. Esta 
glândula liga-se ao hipótalamo, a partir do qual, recebe estimulação química e nervosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tabela 4 – Algumas hormonas produzidas pelas glândulas endócrinas e suas funções 
 
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MODO DE ACTUAÇÃO DAS HORMONAS 
O sistema nervoso é responsável pela coordenação geralmente rápida e precisa de todos os 
órgãos. 
O sistema endócrino exerce uma coordenação mais lenta do que os impulsos nervosos. No 
entanto, os dois modos de coordenação neuro-hormonal completam-se, sendo fundamentais para 
um equilíbrio harmonioso do organismo. 
Os estímulos ou factores que activam as glândulas endócrinas podem ter origem no sistema 
nervoso ou na composição química do meio interno. O organismo, ao aperceber-se dos estímulos 
provenientes do meio exterior envia “ordens”, através do sistema nervoso, às glândulas endócrinas 
para produzirem substâncias químicas. Estas substâncias são dirigidas ao órgão para 
responderem de acordo com esta concentração hormonal. 
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A composição química do sangue e do meio interno estimula ou inibe a actividade da glândula. Se 
a quantidade de hormona no sangue não atinge determinados valores mínimos, a glândula é 
estimulada e começa a segregar essa hormona. A concentração desta hormona aumenta até um 
certo valor, a partir do qual a glândula diminui ou cessa a sua produção. É a concentração 
hormonal que influencia o modo de funcionamento da glândula endócrina. Este mecanismo que 
contribui para a regulação do organismo, designa-se retroacção ou feed-back. 
A maioria das glândulas endócrinas é coordenada por hormonas segregadas pela hipófise. A 
actividade desta glândula é, por sua vez, controlada pelo sistema nervoso central, através de 
hormonas produzidas pelo hipotálamo. Estes órgãos apresentam uma relação fisiológica estreita, 
pois o lobo anterior da hipófise está ligado ao hipotálamo por uma rede especial de vasos 
sanguíneos. É através destes vasos que as hormonas produzidas pelo hipotálamo são conduzidas 
ao lobo anterior da hipófise. As hormonas segregadas pela hipófise vão, por sua vez, actuar sobre 
outras glândulas, que constituem os órgãos-alvo. Quando a concentração de hormonas produzidas 
nessas glândulas-alvo aumenta no sangue, o hipotálamo actua sobre o lobo anterior da hipófise, 
diminuindo a secreção da respectiva hormona hipofisária. Pelo contrário, quando a concentração 
dessas hormonas, diminui no sangue, o lobo anterior da hipófise é activado para produzir mais 
hormona estimuladora da actividade da glândula em causa. Estes mecanismos, em que o efeito 
actua sobre a sua causa, são designados mecanismos de feedback negativo ou retroacção 
negativa. 
Um exemplo deste controlo ocorre quando a hormona luteinizante (LH), produzida pela hipófise, 
estimula os testículos a produzir testosterona, que é lançada na corrente sanguínea. Quando a 
testosterona atinge uma concentração elevada, o hipotálamo fica inibido de produzir LRH 
(hormona que controla a secreção de LH). Por consequência, a hipófise deixa de ser estimulada, 
baixando assim a produção de LH. Nesta situação, a produção de testosterona, pelos testículos, 
diminui. A diminuição da concentração desta hormona estimula, por sua vez, a produção de LRH 
pelo hipotálamo, até se obter uma concentração adequada dessa hormona no organismo. 
 
EM SÍNTESE 
 
 DEVE SABER: 
 
Sistema Endócrino 
• Principais Glândulas Endócrinas 
o Hipófise 
o Tiróide 
o Paratiroide 
o Supra-renais 
o Pâncreas 
o Ovários 
o Testículos 
• Principais Hormonas produzidas por cada Glândula Endócrina e 
respectivas Funções 
• Modo de actuação das Hormonas 
 
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SISTEMA URINÁRIO 
O sistema urinário é constituído por uma série de estruturas que têm como finalidade recolher, de 
todo o organismo, as substâncias residuais resultantes dos processos bioquímicos e metabólicos 
que permitem a manutenção da vida, nomeadamente, dois rins, dois ureteres, a bexiga e a uretra 
(figura 103). Os rins formam a urina, a partir de um processo de filtração do sangue. 
As funções do sistema urinário são: 
� Formação da urina no rim; 
� Transporte da urina para a bexiga através dos ureteres; 
� Armazenamento da urina na bexiga; 
� Eliminação da urina através da uretra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 103 – Esquema do sistema urinário (retirado de Brites M., 2006) 
 
RINS 
Os rins (figura 104) têm formato de feijão, cor avermelhada e são altamente vascularizados. Cada 
rim possui três regiões: 
� O córtex renal (região externa) - contém mecanismos de filtração do sanguee é protegido por 
uma cápsula fibrosa e lâminas de gordura; 
� A medula renal (região intermediária do rim) - contém de 8 a 12 pirâmides renais, pontes que 
são compostas, principalmente, por estruturas tubulares. A porção estreita de cada pirâmide 
 
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desemboca numa estrutura tipo cálice. Estes cálices direccionam a urina formada nas 
pirâmides para a o tubo colector; 
� Tubo colector da urina – é constituído pelos cálices e pela pélvis renal. Em cada cálice 
abrem-se várias papilas, nome que têm os vértices das pirâmides de Malpighi. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 104 – Esquema de um rim em corte (retirado de Brites M., 2006) 
 
Em cada rim existe cerca de um milhão de tubos uriníferos, também chamados nefrónios (figura 
105 - A), que são as suas unidades base. Cada tubo urinífero apresenta, numa das suas 
extremidades, uma cápsula, a cápsula de Bowman, que contém um capilar enovelado, o 
glomérulo de Malpighi. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 105 – Esquema de um nefrónio (A) e de um glomérulo de malpighi (B) (retirado de Brites M., 2006) 
 
GLOMÉRULO DE MALPIGHI 
É a zona onde se forma a urina. É um grupo de capilares, no interior da cápsula de Bowman (figura 
105 - B) que destilam um líquido muito claro, a futura urina, que é recolhido pela cápsula de 
Bowman. 
Desta cápsula sai um túbulo tortuoso, o túbulo contornado proximal, que se prolonga e assume a 
forma de U, denominando-se ansa de Henle. Depois, volta a tornar-se sinuoso, túbulo 
contornado distal, terminando quando se abre, conjuntamente com outros tubos uriníferos, num 
dos tubos colectores. Os rins são órgãos muito vascularizados. O sangue rico em oxigénio entra 
nestes órgãos pelas artérias renais. Uma das suas ramificações, a arteríola aferente, entra na 
cápsula de Bowman, ramifica-se e forma o glomérulo de Malpighi. O sangue sai desta cápsula 
através da arteríola eferente que se subdivide e cujos capilares envolvem o tubo urinífero. O 
sangue pobre em oxigénio abandona os rins por meio das veias renais. 
 
EXCREÇÃO RENAL 
A urina é produzida nos rins a partir, essencialmente, das substâncias transportadas pelo sangue. 
Na formação da urina estão implicados processos de: 
� Filtração; 
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� Reabsorção; 
� Secreção. 
Inicialmente há filtração de uma parte do plasma, que passa do glomérulo de Malpighi para a 
cápsula de Bowman do tubo urinífero e que constitui o filtrado glomerular. 
 
FILTRAÇÃO 
O rim funciona como um filtro selectivo. Como a arteríola aferente tem maior calibre que a 
arteríola eferente esta oferece resistência à saída do sangue e, consequentemente, o sangue no 
glomérulo de Malpighi atinge uma grande pressão. As paredes do capilar e da cápsula de 
Bowman, funcionam como um filtro, deixando passar alguns constituintes e retendo outros. Assim, 
as grandes moléculas, como lípidos e proteínas, não atravessam as paredes do capilar para a 
cápsula de Bowman. Contudo, moléculas mais pequenas, como água, sais minerais, glicose, ureia 
e ácido úrico, atravessam as paredes do glomérulo e passam para o tubo urinífero, isto é, para o 
meio externo. 
Está calculado que o volume do filtrado glomerular é de cerca de 180 litros/dia mas o volume da 
urina eliminada é aproximadamente 1,5 litros/dia. 
 
REABSORÇÃO 
Em cada minuto formam-se cerca de 120 ml de filtrado glomerular e, no entanto, só 1 ml passa a 
constituir a urina. Daqui conclui-se que grande quantidade da água filtrada na cápsula é de novo 
reabsorvida ao longo do tubo urinífero. Se assim não fosse, bastariam apenas 25 minutos para 
ficarmos desidratados, o que levaria à morte. 
Se compararmos a composição do filtrado com a composição da urina, podemos concluir que, 
além da água, são reabsorvidas muitas outras substâncias. Estas substâncias voltam a passar 
para o plasma do sangue que circula na rede de capilares, que envolve cada tubo urinífero. 
Algumas, como a glicose, são em regra totalmente reabsorvidas. Outras, porém, são reabsorvidas 
parcialmente, como acontece com os sais minerais e a ureia. Assim, o rim tem a possibilidade de 
regular a concentração dessas substâncias no sangue, reabsorvendo as quantidades necessárias 
e deixando sair o excesso na urina. Por exemplo, o cloreto de sódio é reabsorvido até que a sua 
concentração no sangue seja de cerca de cinco gramas por litro, sendo o restante eliminado. 
Quando a concentração da glicose no sangue é superior a 1,6 gramas por litro, caso dos 
diabéticos, a sua reabsorção não é total, sendo detectada na urina. 
As substâncias tóxicas para o organismo, como aditivos alimentares e resíduos de medicamentos, 
passam para o filtrado glomerular e não são reabsorvidas. 
 
 
 
 
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SECREÇÃO 
Há substâncias que não existem no plasma e aparecem na urina. As células da parede do tubo 
urinífero segregam certas moléculas que são eliminadas na urina, como acontece com o 
amoníaco, certos ácidos orgânicos e iões H+. A urina é fundamentalmente constituída por água 
com diversas substâncias dissolvidas (figura 106). Diariamente o organismo humano elimina cerca 
de 18 gramas de substâncias minerais e 30 gramas de substâncias orgânicas. Estes valores 
podem sofrer alterações, que são consideradas ligeiras, quando comparadas com as oscilações do 
volume da água. 
 
 
Figura 106 – Conteúdo da urina (retirado de Parker S., 2007) 
 
A urina formada continuamente nos tubos uriníferos (figura 107) passa para os tubos colectores e 
vai gotejando nos cálices renais (bacinete). 
 
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Figura 107 – Representação esquemática da formação da urina (retirado de Parker S., 2007) 
 
Destes, a urina segue para a bexiga, com a ajuda das contracções peristálticas das paredes dos 
ureteres. Quando a bexiga está suficientemente distendida, contrai-se e expulsa a urina através da 
uretra para o exterior. Apesar de a urina ser produzida continuamente ao nível dos rins, a sua 
eliminação é descontínua. 
 
EM SÍNTESE 
DEVE SABER: 
 
Sistema Urinário 
• Função do Sistema Urinário 
• Constituição do Sistema Urinário 
o Rim (Constituição, Funcionamento e Formação da 
Urina) 
o Uréter 
o Bexiga 
o Uretra 
 
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SISTEMA RESPIRATÓRIO 
O sistema respiratório (figura 108) é o conjunto de estruturas, que permitem a obtenção de 
oxigénio, pela corrente sanguínea e a eliminação de dióxido de carbono. Os pulmões são os 
órgãos mais importantes deste sistema e comunicam com o exterior através de uma série de 
canais, as vias respiratórias. Das vias respiratórias fazem parte as fossas nasais, a faringe, a 
laringe, a traqueia, os brônquios e os bronquíolos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 108 – Esquema do aparelho respiratório (retirado de Brites M., 2006) 
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As fossas nasais são duas cavidades, situadas acima da boca, que comunicam com o exterior por 
dois orifícios, as narinas. A membrana interna das fossas nasais, designada pituitária, é muito 
vascularizada e apresenta numerosas glândulas que produzem uma secreção mucosa. O ar que 
entra pelas narinas é, por isso, aquecido, humedecido e limpo de partículas estranhas. 
Na parte posterior, as fossas nasais comunicam com a faringe, que permite a passagem do ar 
para a laringe, através da glote. A laringeé um órgão cuja parede possui cartilagens. 
Internamente, apresenta pregas membranosas, as cordas vocais que, quando ficam tensas, vibram 
por acção do ar expirado, produzindo sons (figura 109). 
 
Figura 109 – Esquema do aparelho respiratório (retirado de Brites M., 2006) 
 
À parte inferior da laringe segue-se a traqueia, tubo cuja parede apresenta cartilagens sucessivas, 
em forma de ferradura, com o bordo aberto para a parte posterior, onde se situa o esófago. 
Internamente, a traqueia encontra-se revestida por células produtoras de muco e células ciliadas. 
O muco humedece o ar e retém partículas estranhas. Este muco é continuamente deslocado para 
a faringe, por acção dos cílios. 
A traqueia ramifica-se em dois canais denominados brônquios. Cada brônquico penetra num 
pulmão e subdivide-se sucessivamente, até formar bronquíolos. Estes apresentam dilatações na 
extremidade - as vesículas pulmonares, formadas por um conjunto de estruturas arredondadas, 
os alvéolos pulmonares (figura 110). 
A parede dos brônquios é idêntica à da traqueia, mas os anéis cartilagíneos são completos. Ao 
longo das suas ramificações, a parede torna-se progressivamente mais delgada e com menor 
reforço de cartilagem. A parede dos alvéolos pulmonares não possui cartilagem e apresenta uma 
só camada de células. 
Os pulmões são órgãos esponjosos de cor rósea, que se situam na caixa torácica, de cada lado 
do coração. A caixa torácica é uma cavidade delimitada pela coluna vertebral, costelas, esterno e 
diafragma. Os pulmões encontram-se divididos em lóbos: o direito possui três e o esquerdo, 
apenas dois. 
A superfície de cada pulmão é revestida por uma membrana dupla, lisa e transparente, chamada 
pleura. O folheto interno adere aos pulmões, enquanto o folheto externo adere às paredes da 
caixa torácica. 
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Nos pulmões existe elevada quantidade de alvéolos, calculada em mais de 100 milhões, por cada 
um desses órgãos. 
Em cada pulmão penetra uma artéria pulmonar, cujas ramificações acompanham as dos brônquios 
e se capilarizam à volta dos alvéolos. 
Nos capilares alveolares, o sangue fica em estreito contacto com o ar e ocorrem as trocas gasosas 
— hematose pulmonar. 
 
 
Figura 110 – Representação esquemática dos brônquios com a respectiva rede capilar para poder ocorrer a hematose 
(retirado de Parker S., 2007) 
 
VENTILAÇÃO PULMONAR 
A renovação do ar dos pulmões, ou ventilação pulmonar, pressupõe: 
� Inspiração, entrada de ar; 
� Expiração, saída do ar. 
Esta renovação é assegurada por movimentos da caixa torácica, designados por movimentos 
respiratórios. Os movimentos da caixa torácica são provocados pela contracção e relaxamento 
de vários músculos: diafragma, músculos elevadores das costelas e músculos intercostais. 
 
Inspiração 
Ocorre quando o diafragma se contrai (figura 111), baixa, fazendo aumentar o diâmetro vertical da 
caixa torácica. Simultaneamente, a contracção dos músculos elevadores das costelas e os 
músculos intercostais provoca o levantamento e a projecção do esterno para a frente, 
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aumentando, assim, o volume da cavidade torácica. Os pulmões, ligados pela pleura à parede 
interna dessa cavidade, como são elásticos, acompanham passivamente essa dilatação. Em 
consequência do aumento de volume, a pressão do ar, no interior dos pulmões, fica inferior à 
pressão atmosférica e o ar entra pelas vias respiratórias ate aos alvéolos pulmonares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 111 – Representação dos mecanismos de inspiração (retirado de Parker S., 2007) 
 
EXPIRAÇÃO 
O relaxamento do diafragma, dos músculos elevadores das costelas e dos músculos intercostais 
provoca a diminuição do volume da caixa torácica. Como os pulmões acompanham essa 
diminuição de volume, a pressão do ar, no interior dos pulmões, fica superior à pressão 
atmosférica e o ar é expulso para o exterior. 
À inspiração é desencadeada por um fenómeno activo de contracção muscular, enquanto que a 
expiração resulta de um fenómeno de relaxamento muscular. 
 
 
 
 
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Figura 112 – Representação dos mecanismos de expiração (retirado de Parker S., 2007) 
 
Ao conjunto de uma inspiração seguida de uma expiração chama-se ciclo respiratório. 
Os movimentos respiratórios normais são de fraca amplitude e são efectuados involuntariamente. 
Um homem adulto e em repouso realiza em média 16 a 18 ciclos respiratórios por minuto. Este 
número varia no entanto devido a diversos factores, como por exemplo a idade, o sexo, a altura e 
o esforço físico. 
Num homem adulto em cada inspiração normal entra, em média, cerca de 0,5 litros de ar, sendo 
expelida a mesma quantidade numa expiração normal. Há, no entanto, situações em que se 
efectuam movimentos mais amplos, permitindo a circulação de maior volume de ar. Pode fazer-se 
assim uma inspiração forçada ou uma expiração forçada. Nestes casos intervêm ainda outros 
músculos, como os músculos do pescoço e os do abdómen respectivamente, tornando-se a 
expiração forçada também um processo activo. 
 
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FISIOLOGIA DAS TROCAS GASOSAS 
É ao nível pulmonar que o sangue realiza trocas gasosas com o meio externo. 
O sangue venoso, que chega aos pulmões, tem uma pressão de oxigénio menor que a pressão do 
ar pulmonar, enquanto que a do dióxido de carbono no sangue é maior do que a existente no ar 
pulmonar. 
As diferenças de pressão vão provocar uma difusão de cada um dos gases, isto é, um movimento 
da região onde a pressão do gás é maior para a zona onde a pressão do gás é menor. Assim, ao 
nível pulmonar, ocorre: 
� Difusão do dióxido de carbono do sangue, onde a pressão é maior, para os alvéolos 
pulmonares, onde a pressão é menor; 
� Difusão do oxigénio dos alvéolos pulmonares, onde a pressão é maior, para o sangue, onde a 
pressão é menor. 
Deste modo, há a transformação do sangue venoso em sangue arterial, ou seja, ocorre a 
hematose. 
O sangue arterial, que chega aos tecidos, tem uma pressão de oxigénio maior do que a existente 
nas células e uma pressão de dióxido de carbono menor. 
Então ao nível dos tecidos ocorre: 
� Difusão do oxigénio do sangue, onde a pressão desse gás é maior, para as células, onde a 
pressão é menor; 
� Difusão de dióxido de carbono das células, onde a pressão é maior, para o sangue, onde a 
pressão é menor. 
 
EM SÍNTESE 
DEVE SABER: 
 
Sistema Respiratório 
• Constituição 
o Vias Respiratórias 
o Pulmões 
• Ventilação Pulmonar 
o Inspiração 
o Expiração 
o Mecanismos de entrada e saída de ar nos pulmões 
• Fisiologia das Trocas Gasosas 
 
 
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SISTEMA DIGESTIVO 
O sistema digestivo (figura 113) é constituído pelo tubo digestivo (ao longo do qual os alimentos 
são transformados) e por órgãos anexos, dos quais fazem parte as glândulas, responsáveis pela 
produção de substâncias que são lançadas no tubo digestivo. Estas substâncias intervêm na 
transformação dos nutrientes complexos em mais simples, de modo a poderem atravessar a 
parede do tubo digestivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 113 – Representação do sistema digestivo (retirado de Rigutti A., S/d) 
 
 
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TUBO DIGESTIVO 
O tubo digestivo é um longo canal, com cerca de 9 metros de extensão. Permite o contacto entre o 
meio externo e o meio interno. É constituídopor um conjunto de órgãos, que desempenham 
funções específicas na digestão e na absorção. 
 
BOCA 
A boca é o órgão que corresponde ao início do tubo digestivo. Na boca encontram-se a língua e os 
dentes. 
A língua é um órgão musculoso; contém papilas gustativas, que permitem detectar os diversos 
sabores. Os dentes estão implantados nos alvéolos e desempenham uma acção mecânica no 
processo digestivo, reduzindo os alimentos a pequenas porções — mastigação. 
Existem quatro tipos de dentes com funções específicas na mastigação: 
� Incisivos (cortam); 
� Caninos (rasgam); 
� Pré-molares (trituram os alimentos); 
� Molares (trituram os alimentos). 
Depois de mastigados e ensalivados, os alimentos passam para o faringe através da deglutição. 
 
FARINGE 
A faringe é um órgão comum aos sistemas digestivo e respiratório. Permite a passagem dos 
alimentos da boca para o esófago. 
 
ESÓFAGO 
O esófago é um órgão constituído, essencialmente, por tecido muscular e localiza-se entre a 
faringe e o estômago. Comunica com o estômago através de um orifício – cárdia, cuja abertura é 
controlada por um músculo circular — esfíncter. 
 
ESTÔMAGO 
O estômago é um órgão volumoso e elástico, em forma de saco (figura 114). Nas suas paredes 
musculosas, existem as glândulas gástricas ou estomacais, que produzem o suco gástrico ou 
estomacal. A comunicação entre o estômago e o intestino delgado é controlada pelo esfíncter 
pilórico 
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Figura 114 – Representação do estômago (retirado de Rigutti A., S/d) 
 
INTESTINO DELGADO 
O intestino delgado (figura 115) é um órgão de grande extensão (cerca de 6,5 m de comprimento e 
2,5 cm de diâmetro num indivíduo adulto), que se encontra alojado na cavidade abdominal. A parte 
inicial do intestino delgado é o duodeno e a restante, que se encontra toda dobrada, é o jejuno e 
o íleo. 
A parede interna do intestino delgado apresenta numerosas pregas, as válvulas coniventes, com 
pequenas saliências, em forma de dedo de luva, denominadas vilosidades intestinais. 
Estas estruturas aumentam bastante a superfície interna do intestino, facilitando o contacto com os 
nutrientes, o que é indispensável para a sua passagem através da parede intestinal — absorção. 
No interior das vilosidades intestinais encontram-se vasos capilares sanguíneos e linfáticos. 
O vaso linfático, existente em cada uma das vilosidades intestinais, designa-se vaso quilífero. 
Os líquidos que circulam nesses vasos estão separados, do interior do intestino, unicamente, por 
duas camadas de células (uma da vilosidade e outra da parede do vaso). Da parede do intestino 
fazem parte numerosas glândulas, que produzem o suco intestinal ou entérico. O intestino 
delgado comunica com o intestino grosso através de um orifício, controlado pelo esfíncter íleo-
cecal. 
 
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Figura 115 – Representação do estômago (retirado de Rigutti A., S/d) 
 
INTESTINO GROSSO 
O intestino grosso é um tubo com cerca de 180 cm de comprimento e 6,5 cm de diâmetro, onde se 
distinguem três regiões principais (figura 116): ceco ou cego, cólon ascendente, transverso, 
descendente e sigmóide e recto. Este comunica com o exterior através do ânus, controlado pelo 
esfíncter anal. 
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Figura 116 – Esquema do intestino grosso (retirado de Brites M., 2006) 
 
GLÂNDULAS DIGESTIVAS 
Existem diversas glândulas digestivas, tais como: glândulas salivares, gástricas intestinais, 
fígado e pâncreas. As glândulas digestivas segregam substâncias que são lançadas no tubo 
digestivo e contribuem para a digestão. 
 
GLÂNDULAS SALIVARES 
As glândulas salivares segregam a saliva, que é lançada na boca, onde actua sobre os alimentos. 
Estas glândulas (figura 117), são classificadas em: 
� Parótidas - as que se encontram perto das orelhas; 
� Submaxilares - as que se localizam na parte posterior da boca, por baixo da língua; 
� Sublinguais - as que se situam na parte anterior da boca, por baixo da língua. 
 
Figura 117 – Esquema do intestino grosso (retirado de Brites M., 2006) 
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FÍGADO 
O fígado (figura 118) tem cor vermelha-acastanhada e localiza-se na parte superior direita da 
cavidade abdominal. Segrega a bílis, que é conduzida pelo canal hepático ao canal cístico, para 
ser armazenada na vesícula biliar. Posteriormente, é conduzida ao duodeno, através dos canais 
cístico e colédoco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 118 – Esquema do fígado (retirado de Brites M., 2006) 
 
PÂNCREAS 
O pâncreas (figura 119) é um órgão comprido e estreito, situado entre o estômago e o duodeno. 
Segrega o suco pancreático, que é conduzido ao duodeno pelo canal pancreático. 
 
 
 
Figura 119 – Esquema do pâncreas (retirado de Brites M., 2006) 
 
 
 
 
 
 
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DIGESTÃO 
Ao longo do tubo digestivo, os alimentos sofrem transformações mecânicas e químicas que 
constituem a digestão. 
As substâncias simples da nossa dieta, como a água, os sais minerais e as vitaminas (excepto a 
vitamina B12) podem ser absorvidas ao longo do tubo digestivo, sem sofrerem transformações. 
Contudo, as moléculas de grandes dimensões, como as proteínas, os lípidos e os glúcidos 
complexos, têm de ser transformadas em moléculas simples. 
As proteínas são divididas sucessivamente em polipéptidos, péptidos e aminoácidos. Os glícidos 
são transformados em açúcares simples (monossacarídeos), como a glucose, a frutose e a 
galactose, entre outros. 
Os lípidos, como os triglicerídeos, são separados em ácidos gordos e glicerol. 
Para facilitar a digestão, é necessária a presença de substâncias químicas, denominadas enzimas, 
contidas nos sucos digestivos. 
As enzimas ou biocatalisadores são proteínas que regulam a velocidade das reacções químicas, 
sem se alterarem. Cada enzima é específica, pois actua apenas sobre uma substância ou grupo de 
substâncias, designada(s) substrato(s). Assim, por exemplo, a sacarase actua sobre a sacarose e 
as proteases sobre as proteínas. 
A actividade dos biocatalisadores é influenciada por diversos factores, tais como a temperatura e o 
pH do meio. 
Na boca, os alimentos são misturados com a saliva formando uma mistura designada de bolo 
alimentar. No estômago forma-se o quimo, por acção dos sucos estomacais ou gástricos e no 
intestino delgado forma-se o quilo. Para a deslocação dos alimentos ao longo do tubo digestivo 
existe uma contracção involuntária de vários músculos provocando os movimentos peristálticos. 
A tabela 5 apresenta as transformações químicas dos nutrientes por acção das enzimas digestivas. 
Todas as substâncias não absorvidas são eliminadas a partir do intestino grosso através do 
esfíncter anal. 
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Tabela 5 – Transformações dos alimentos (retirado de Parker S., 2007) 
 
EM SÍNTESE 
DEVE SABER: 
 
Sistema Digestivo 
• Constituição 
o Tubo Digestivo 
o Glândulas Digestivas 
• Digestão 
• Eliminação de Substâncias 
 
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FICHA DE TRABALHO 
 
Assinale com X a opção correcta. 
 
1. A anatomia estuda: 
A. O funcionamento das estruturas. 
B. A forma das estruturas e a relação entre a forma e a função. 
C. A união dos tecidos. 
2. O crescimento do organismo pode dar-se da seguinte forma: 
A. Por hipertrofia e hiperplasia. 
B. Por hipocondria e hipertrofia. 
C. Nenhuma das anteriores é correcta. 
3. O plano de referência, que divide o corpolongitudinalmente, em regiões direita e 
esquerda é o: 
A. Plano frontal. 
B. Plano sagital. 
C. Plano transverso. 
4. Na célula, os ribossomas produzem: 
A. Energia. 
B. Proteínas. 
C. Inclusões celulares. 
5. A mitocôndria: 
A. Armazena substâncias. 
B. É constituída por uma membrana dupla. 
C. Produz lípidos. 
6. Os quatro tipos básicos de tecido que o corpo humano contém são: 
A. Tecidos epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. 
B. Tecidos ósseo, cartilaginoso, glandular e adiposo. 
C. Tecidos conjuntivo frouxo, conjuntivo denso, denso regular e denso irregular. 
7. As principais funções da pele incluem: 
A. Apoio, nutrição e sensação. 
B. Protecção, percepção sensorial e regulação da temperatura. 
C. Transporte de líquidos, percepção sensorial e regulação do envelhecimento. 
8. A camada mais externa da pele é a: 
A. Epiderme. 
B. Derme. 
C. Hipoderme. 
9. Os anexos da pele incluem todos os que se seguem excepto: 
A. Unhas. 
B. Pêlo. 
C. Nervos. 
10. As glândulas sudoríparas que estão amplamente distribuídas ao longo do corpo são: 
A. Apócrinas. 
B. Écrinas. 
C. Adiposas. 
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11. Que tipo de músculo é considerado voluntário (a contracção é controlada pela vontade)? 
A. Cardíaco. 
B. Visceral. 
C. Esquelético. 
12. Qual das que se seguem não é uma função da cartilagem? 
A. Proteger as estruturas corporais. 
B. Apoiar e modelar as estruturas corporais. 
C. Acolchoar as estruturas corporais. 
13. O tipo de articulação, que permite o movimento livre, é classificada como: 
A. Sinartrose. 
B. Anfiartrose. 
C. Diartrose. 
14. A articulação carpometacárpica do polegar é classificada como: 
A. Articulação em eixo. 
B. Articulação em sela. 
C. Articulação em elipse. 
15. Os componentes do sistema nervoso central incluem: 
A. A espinal-medula e os nervos cranianos. 
B. O encéfalo e a espinal-medula. 
C. Os sistemas nervoso simpático e parassimpático. 
16. O encéfalo é protegido contra choque e infecção por: 
A. Ossos, meninges e líquido cefaloraquidiano. 
B. Substância cinzenta, ossos e estruturas primitivas. 
C. Barreira hematoencefálica, líquido cefaloraquidiano e substância branca. 
17. Os nervos cranianos transmitem mensagens motoras e sensoriais entre: 
A. Coluna vertebral e dermátomos corporais. 
B. Encéfalo e a cabeça e o pescoço. 
C. Víscera e encéfalo. 
18. Durante a sístole, os ventrículos contraem-se. Isto provoca: 
A. Todas as quatro válvulas cardíacas fecham-se. 
B. As válvulas AV fecham-se e as válvulas entre os ventrículos e os principais vasos abrem. 
C. As válvulas AV abrem e as válvulas semilunares fecham-se. 
19. Os vasos que transportam sangue oxigenado de volta para o coração e aurícula 
esquerda são: 
A. Capilares. 
B. Veias pulmonares. 
C. Artérias pulmonares. 
20. A camada do coração responsável pela contracção é: 
A. Miocárdio. 
B. Pericárdio. 
C. Endocárdio. 
21. A linfa é um líquido esbranquiçado com composição semelhante: 
A. Ao plasma. 
B. Ao sangue. 
C. Ao suco gástrico. 
Lília Vasconcelos
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22. Qual destes tipos de linfa não existe: 
A. Linfa intersticial. 
B. Linfa celular. 
C. Linfa circulante. 
23. As glândulas endócrinas produzem: 
A. Saliva. 
B. Linfa. 
C. Hormonas. 
24. Uma das funções da tiroxina é: 
A. Estimular o crescimento. 
B. Regular o metabolismo do cálcio. 
C. Promover a diurese. 
25. A unidade fundamental do rim é: 
A. O nefrónio. 
B. O tubo urinífero. 
C. Ambas as hipóteses estão correctas. 
26. Qual dos que se seguem é a principal unidade respiratória para a troca gasosa? 
A. Ácino. 
B. Alvéolos. 
C. Bronquíolos terminais. 
27. Quantos lóbos possui o pulmão direito? 
A. Seis. 
B. Dois. 
C. Três. 
28. Durante a troca gasosa, a difusão de oxigénio e de dióxido de carbono acontece: 
A. Nas vênulas. 
B. Nos alvéolos. 
C. Nos eritrócitos. 
29. Qual das que se seguem não é uma função do estômago? 
A. Actua como área de armazenagem temporária. 
B. Mistura de alimento com secreções gástricas. 
C. Finalização da digestão alimentar. 
30. O intestino delgado é constituído por: 
A. Piloro, cárdia e ileo-cecal. 
B. Cólon ascendente, transverso e descendente. 
C. Duodeno, jejuno e íleo. 
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31. Complete as legendas das figuras seguintes, identificando os músculos seleccionados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Lília Vasconcelos
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MÓDULO II 
CCIIEENNTTÍÍFFIICCOO--TTEECCNNOOLLÓÓGGIICCOOELABORADO POR: HUGO PEDROSA 
 
 
 
 
 
2006 
 
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ENQUADRAMENTO DO MÓDULO 
As técnicas e manipulações de massagem ensinadas, neste manual, são explicadas e 
organizadas de forma a consolidar, condensar e simplificar os conhecimentos anatómicos e 
fisiológicos aprendidos no Módulo 1 – Fundamentos Biológicos do Corpo Humano, sempre com 
base na vertente histórica e na teoria e terminologia aceites até à data. 
Depois de dominadas as vertentes críticas e a destreza manual, o profissional de massagem 
precisa de fazer determinados preparativos antes de iniciar a sessão. A sala precisa de ser 
organizada e todos os materiais reunidos. O tipo de lubrificante deve ser avaliado, a 
temperatura da sala e o calor das mãos do profissional. Os massagistas devem desenvolver 
um método, classificado de centragem, para os ajudar a focalizar melhor os seus objectivos. A 
UF2: Massagem – Procedimentos ajuda o profissional a desenvolver estes importantes 
procedimentos antes, durante e após a massagem, auxiliando no relacionamento com o cliente 
e no ambiente profissional. 
A organização das várias técnicas e manipulações de massagem segue um padrão coeso. 
Durante uma massagem geral, quase todos os tecidos do corpo são manipulados e até as 
articulações podem ser movidas dentro dos limites da amplitude de movimento confortável para 
o cliente. Na UF3: Massagem – Elaboração de Uma Rotina Global aborda-se todas as 
competências práticas adquiridas até à data e apresenta algumas sugestões simples para 
padrões de fluxo organizado pelo corpo. Alguns formandos, vão considerar essas directrizes 
valiosas simples, ao passo que outros não terão problemas, para desenvolverem uma estrutura 
por si só. Para propósitos de aprendizagem e para não tornar a massagem monótona para 
massagista e cliente, ajuda possuir cerca de três padrões/rotinas gerais de massagem. 
Em geral, as manipulações e técnicas de massagem estimulam ou inibem uma resposta. Dito 
em palavras simples, os desequilíbrios incidem em duas categorias: "excessivo" ou "não 
suficiente". Os métodos de massagem ajudam o corpo na restauração do equilíbrio por meio da 
inibição de estados "excessivos" e por meio da estimulação de condições "não suficientes". 
Quando pensarmos em termos de respostas musculares, pense em contracção ou relaxamento 
do músculo com desequilíbrio reflectido num músculo tenso ou forte demais, ou num músculo 
fraco ou muito relaxado. Os métodos do tecido conjuntivo tratam de tecido que é duro, macio, 
grosso ou fino demais. A circulação pode ter um fluxo de fluido impetuoso ou lento. No caso da 
actividade do sistema nervoso, pense em superactividade e hipoactividade. 
Todos os métodos de massagem usam alguma forma de informação sensória externa que 
pode estimular ou inibir processos do corpo, dependendo do seu uso. Alguns métodos são 
melhores para a estimulação e outros são melhores na inibição. Alguns trabalham melhor com 
efeitos mecânicos, outros com efeitos reflexos, outros ainda são melhores para iniciar 
respostas químicas. Em geral, a aplicação específica rápida dos métodos tende a estimular, ao 
passo que as aplicações gerais lentas tendem a inibir. Considerem-se as directrizes gerais: 
� Os métodos que activam a pele até o tecido subjacente tendem a ser mais mecânicos e a 
estimular respostas químicas localizadas; 
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� As técnicas e manipulações de massagem, que permanecem na pele e na camada 
superficial da fascia, tendem a ter um efeito reflexo mais directo sobre o sistema nervoso, 
porque muitos nervos sensitivos estão localizados na pele. Esses métodos também tendem 
a estimular a libertação de hormonas e de outras substâncias químicas do corpo, que 
proporcionam um efeito sistémico geral; 
� Os métodos que movem o corpo, fazem com que os músculos se contraiam e relaxem, 
mudam as posições das articulações e fornecem entrada sensória aos pro-prioceptores 
são de natureza mais reflexa; 
� Os métodos que alongam os tecidos moles são reflexos, mecânicos e químicos. 
A UF4: Marketing Pessoal e Criação do Próprio emprego, apresenta informações muito úteis 
específicas acerca das competências de sucesso na carreira, elaboração de um Currículo Vitae 
e preparação para entrevista de emprego. Para além disso, inclui informações acerca da 
criação do próprio emprego. 
 
UF1: MASSAGEM – FUNDAMENTOS E TÉCNICAS 
OBJECTIVOS 
1. Traçar a progressão geral da massagem, dos tempos passados ao presente, e relacionar a 
informação histórica com a actualidade; 
2. Compreender a abrangência pratica da profissão; 
3. Preparar material de apoio para a identificação de cada cliente; 
4. Explicar as influências anatómicas e fisiológicas da massagem, com base em estudos 
científicos; 
5. Avaliar o cliente para determinar se a massagem é contra-indicada; 
6. Categorizar os efeitos dos métodos e técnicas de massagem como sendo estimulantes e 
sedativas. 
 
PERSPECTIVAS E ASPECTOS GERAIS DA HISTÓRIA DA MASSAGEM 
 
 “A não esquecer” 
Considera-se que a palavra "massagem" deriva de várias fontes. 
A raiz latina massa significa tocar, manusear, apertar ou amassar. 
O verbo francês masser, também, significa amassar. 
A raiz árabe mass ou mass'h é traduzida como "pressionar suavemente". 
 
TEMPOS ANTIGOS 
De acordo com relatos de pesquisa, as mais antigas culturas praticavam alguma forma de 
toque de cura. Muitas vezes, um líder cerimonial, tal como um curandeiro, um sacerdote ou 
xamã, era seleccionado para realizar rituais de cura. Com frequência, os métodos de cura 
usavam ervas, óleos e formas primitivas de hidroterapia. Arqueólogos encontraram muitos 
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artefactos pré-históricos representando o uso de massagem para cura e propósitos cosméticos. 
Alguns especulam que a massagem era usada para o alívio da dor e incorporou conceitos de 
contra-irritação, tais como esfregar, cortar e queimar a pele, como parte do processo. A 
massagem pode ter sido usada como procedimento de limpeza, junto com o jejum e o banho, 
em preparação para muitos rituais tribais. 
Na China, a massagem tem sido conhecida por dois nomes. Anmo ou amma, o nome mais 
antigo, significa pressão-fricção. Tui-na, de origem mais recente, significa empurre puxe. Esses 
métodos chineses eram administrados fazendo-se massagem ou esfregando todo o corpo com 
as mãos e usando-se uma leve pressão e tracção em todas as articulações. 
A prática da acupunctura envolvia a estimulação de pontos específicos ao longo do corpo, em 
geral com a inserção de minúsculas agulhas sólidas mas, também, era usada a massagem e 
outras formas de pressão. Tais práticas, eram, ainda, encontradas na medicina tradicional dos 
esquimós e da África, na qual se usavam pedras afiadas para raspar a superfície da pele. Hoje 
em dia, os cientistas são capazes de dar razões fisiológicas para o valor destas práticas 
antigas. 
O conhecimento da massagem e das suas aplicações já era bem estabelecido na medicina 
chinesa na época da dinastia Sui (589-617). Os Japoneses conheceram a massagem através 
dos escritos dos chineses. A massagem faz parte da vida, na Índia, desde há mais de três mil 
anos. Como a acupuntura chinesa, o Hatha yoga, que se desenvolveu na Índia, reapareceu em 
formas modernas de terapia corporal, com os seus conceitos energéticos de prana, chakras e 
equilíbrios humorais. 
Os antigos egípcios deixaram obras de arte que mostravam a massagem do pé. Antes de 
participarem nos jogos olímpicos, os atletas gregos, eram submetidos a tratamento de fricção e 
unção com areia. O uso do toque, como um modo de cura, está registado nos escritos das 
tradições dos hebreus e cristãos. A "imposição de mãos" era especialmente proeminente no 
cristianismo do primeiro século.A massagem de corpo inteiro com óleos remonta às práticas 
judaicas. Os antigos judeus praticavam a unção para benefícios rituais, higiénicos e 
terapêuticos. A cultura judaica exaltava o esfregar com óleos a um tal ponto, que a palavra raiz 
para esfregar o corpo com óleos e para Messias é a mesma (Mashiah). 
O antigo povo Maia da América Central, os Incas da América do Sul e outros povos nativos do 
continente americano, também, usavam métodos de massagem e de manipulação das 
articulações. 
Hipócrates foi o primeiro médico grego a descrever especificamente os benefícios médicos da 
unção e da massagem, junto com as propriedades químicas dos óleos usados para esse 
propósito. Ele chamou a sua arte de anatripsis, que significa "friccionar". Disse, sobre essa 
arte: "O médico deve conhecer muitas coisas e, de maneira segura, a anatripsis, pois coisas 
que têm o mesmo nome nem sempre têm os mesmos efeitos, já que esfregar pode ligar uma 
articulação que está solta demais ou soltar uma articulação que está dura demais". Os métodos 
de Hipócrates sobreviveram bem, virtualmente não modificados, até à Idade Média. Muitas 
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técnicas similares a esses métodos, em especial os princípios de tracção e de alongamento, 
ainda estão em uso hoje em dia. 
Claudius Galenus ou Galeno, outro médico grego, contribuiu com muito material escrito, para a 
antiga medicina manual, inclusive com muitos comentários sobre os métodos de Hipócrates. 
A massagem chegou aos romanos através dos gregos. Júlio César era "beliscado no corpo 
todo" diariamente para aliviar as suas neuralgias e prevenir ataques epiléticos. Aulus Cornelius 
Celsus, médico romano, teve o crédito de haver compilar uma série de oito livros que abrangia 
um conjunto de conhecimentos médicos da época. Sete, dos livros, tratam de maneira 
exaustiva, da prevenção e da terapia com o uso do esfregar, do exercício, do banho e da 
unção. 
 
SÉCULO XIX 
Per Henrik Ling tem o crédito de ter desenvolvido a massagem sueca, porém não foi ele quem 
a inventou. Aprendeu a massagem com outros e, através de experimentação persistente, 
juntou a informação num formato exequível. 
Ling propôs um programa integrado para o tratamento da doença, usando movimentos activos 
e passivos, e massagem. Afirma-se que o interesse de Ling nesses métodos foi animado por 
uma artrite no seu próprio cotovelo. Desenvolveu um sistema de massagem que usava muitas 
das posições e dos movimentos da ginástica sueca. Combinando esses movimentos com 
exercícios, ele conseguiu curar o seu cotovelo. O programa de Ling era baseado no co-
nhecimento recém-descoberto da circulação do sangue e da linfa (é interessante notar que os 
chineses utilizavam estes métodos desde há séculos). 
Com o apoio de clientes influentes, Ling recebeu uma licença para praticar e ensinar seu 
método e fundou o Royal Gymnastic Central Institute. O foco primário do sistema de Ling, 
especialmente em seus escritos tardios, era na ginástica aplicada ao tratamento da doença. 
Essa posição, era uma mudança em relação à sua antiga educação e ginástica militar, 
planeada, apenas, para pessoas saudáveis. 
 
O RENASCIMENTO MODERNO DA MASSAGEM 
Per Henrik Ling e outros que praticavam a cura merecem crédito por reviverem a massagem 
após a Idade Média. O Dr. Jo-hann Mezger, da Holanda (1839-1909), tem o crédito de ter 
levado a massagem para a comunidade científica. Ele apresentou a massagem a colegas 
médicos como uma forma de tratamento médico. Os termos franceses effleurage e pêtrissage, 
além de tapotagem, não chegaram através de Ling. Seguidores de Mezger na Holanda 
começaram a usar esses nomes, embora referências históricas não expliquem por que foram 
escolhidos termos franceses. 
Quando os médicos passaram a falar uns com os outros sobre a massagem, a sua 
popularidade começou a crescer. Eles procuraram um terreno comum entre seus os métodos e 
a massagem, tanto para justificar a sua visão actual da massagem como para expandi-la. 
Revistas leigas e jornais médicos publicavam manuscritos sobre massagem. A experiência 
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bem-sucedida e o testemunho de pessoas distintas, em especial, monarcas e diplomatas, 
favoreceram, mais ainda, a imagem da massagem e aumentaram a aceitação pública e 
médica. Muitos médicos foram atraídos para estudar a massagem porque tinham um forte in-
teresse científico nos seus efeitos. Eles realizaram estudos em animais e experiências clínicas 
bem projectadas, que persuadiram, ainda mais, os médicos do valor do método e aumentaram 
o interesse da comunidade médica. A mesma situação se confirmou para a massagem nos 
anos de 1990. No momento, ela é favorecida pela obra da Dra. Tiffany Field, no Instituto de 
Pesquisa do Toque, na Escola de Medicina da Universidade de Miami e por estudos realizados 
com subvenção dos Institutos Nacionais de Saúde. 
 
1960 ATÉ HOJE: O RENASCIMENTO MAIS RECENTE DA MASSAGEM 
O renascimento mais recente da massagem começou por volta de 1960 e continuou até os 
dias de hoje. Aumentou o reconhecimento de doenças crónicas que são resistentes ao 
tratamento cirúrgico ou com drogas. Nesses casos, parece que não funciona nem o conceito 
de tratamento agudo nem uma abordagem de solução única. Teve de ser desenvolvida uma 
maneira mais complexa de ver e tratar essas doenças, e a massagem é uma abordagem que 
se tem mostrado eficiente no decorrer do tempo. 
O movimento humanista, que começou durante os anos de 1960, espalhou-se para a medicina 
e o sistema de saúde aliado. Preocupações em relação aos benefícios do toque levantaram de 
novo a questão da legitimidade e de valor da massagem só pelo seu uso psíquico. Mais tarde, 
o movimento Esalen e a psicologia da Gestalt inspiraram psicólogos e psicoterapeutas a 
explorar a massagem e outras terapias de movimento. Muitos estudos controlados em clínicas 
sobre medicina, enfermagem, fisioterapia e psicologia inspiraram mais interesse académico e 
clínico na massagem. 
Em 1960, um maior conhecimento médico de que a falta de exercício contribuía para doenças 
cardiovasculares e outras enfermidades levou o presidente John F. Kennedy a enfatizar a boa 
forma física, sobretudo para as crianças. Esse novo interesse transformou-se no movimento de 
forma física do final dos anos de 1960 e levou as ciências de saúde a um movimento em 
direcção à medicina preventiva. Os benefícios do desporto foi redescoberto e, como resultado 
disso, revelou-se a literatura histórica no campo da massagem, como o livro de Albert 
Baumgartner, Massage in athletics, que discutia o relacionamento entre a massagem e o 
exercício e o valor da massagem no condicionamento e no controle do stress. 
Durante os anos 1970 e 1980, a acupressão recebeu mais atenção do que qualquer outro 
método de trabalho de corpo. A literatura médica, de fisioterapia e de enfermagem examinou-a 
a fundo na base de experiências clínicas controladas. Nos escritos sobre enfermagem e 
medicina de reabilitação, surgiu um conjunto, de conhecimentos associados aos benefícios da 
massagem na prevenção e no tratamento das úlceras de decúbito e no tratamento global da 
pressão sanguínea e do ritmo cardíaco em pessoas que sofrem de manifestações agudas e 
crónicas de doença cardiovascular. 
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Richard van Why disse: "Foi no campo da pesquisa sobre dor e do tratamento da dor que 
foram verificados os maiores ganhos para a massagem". 
Outros começaram a examinar o papel da massagem na liberação de endorfinas, substâncias 
químicas analgésicas, mais potentes do que a morfina, que são produzidas pelo cérebro em 
resposta a determinados estímulos, inclusive a massagem. No final dos anos de 1980, Melzack 
propôs uma teoria para explicar essa liberação de endorfina,no prestigiado jornal Clinics in 
anesthesiology. A sua teoria da hiperestimulação analgésica foi a primeira nas décadas 
recentes, inspirada por descobertas que dizem respeito à massagem. Ela argumentava que 
determinados estímulos sensoriais intensos, como a punção por meio de uma agulha ou a 
exposição à pressão ou frio extremo, quando aplicados próximo ao local de um ferimento, 
enviavam um sinal ao cérebro por um canal mais rápido do que aquele usado pelo sinal da dor 
que estava a tentar tratar, rompendo assim a própria dor. Talvez seja esse o motivo pelo qual 
os antigos homens e mulheres se raspavam com pedras. 
 
TENDÊNCIAS RECENTES 
As pessoas que vivenciaram o renascimento da massagem a partir de 1960 até hoje, podem 
perguntar-se se esse sucesso carrega consigo apenas positividade. Antes de 1985, os 
profissionais da massagem trabalhavam principalmente em ambientes independentes, com 
pouca ou nenhuma supervisão. O melhor dessa situação era a liberdade de atender às 
necessidades dos clientes sem os constrangimentos da regulamentação. O pior era a falta de 
treino consistente e a confusão entre outros profissionais e o público em relação ao que 
constituía a massagem. 
A frustração com a regulamentação das salas de massagem para controlar a prostituição e o 
desejo de muitos profissionais da massagem de entrar na consciência pública, pressionam a 
profissão a começar a procurar uma aliança com a estrutura existente do sistema de saúde, 
para justificar a validade da massagem. 
Em alguns casos, este movimento para o mundo, existente por parte do sistema de saúde, 
criou batalhas em torno de que profissão proporciona a terapia de massagem. 
A pesquisa continua para validar a massagem e transforma-se num curso profissional distinto, 
com formação digna de crédito e padronizada. São formadas equipas multidisciplinares, nas 
quais, muitos profissionais com profissões diferentes trabalham juntos. 
A pesquisa continua, no sentido de validar os benefícios da massagem, o que o futuro trará vai 
depender de nosso compromisso com os ideais da massagem. 
 
O FUTURO DA MASSAGEM 
O papel da massagem e dos métodos relacionados de trabalho corporal está a expandir-se de 
forma acelerada. Hoje em dia, a massagem tem validação suficiente para justificar o seu uso 
por parte do público, além dos profissionais do sistema de saúde. Ocorreu uma explosão de in-
formação e consciência. O futuro determinará a maneira como a profissão vai responder às 
necessidades criadas pelo seu sucesso. 
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Oportunidades de emprego tornam-se, cada vez mais, disponíveis na área dos cuidados 
médicos. Intervenções em saúde mental que usam a massagem vulgarizam-se. Alguns planos 
de saúde e sistemas de cuidados administrados estão a tentar encontrar maneiras de incluir a 
terapia de massagem entre os serviços passíveis de cobertura. 
Nas áreas de bem-estar e de serviço pessoal, os SPA’s levam a arte do tratamento ao público. 
Clínicas de massagem que se concentram na massagem para o bem-estar estão a tornar-se 
lugar comum, assim como os profissionais da massagem no ambiente da empresa. 
À medida que o mundo se torna uma comunidade global, a troca de informação sempre 
crescente, enriquecerá a base de conhecimento da massagem. A exploração de antigos 
métodos de cura revelará a sabedoria e a validade científica de uma abordagem de 
corpo/mente/espírito para o bem-estar. 
Também é importante, honrar aqueles que dedicaram grande parte de suas vidas para 
desenvolver um conjunto de conhecimentos sobre massagem. Hoje em dia, muitos dedicam-
se, de forma significativa, as suas vidas ao progresso profissional da massagem. 
 
COMUNICAÇÃO PELO TOQUE 
TOQUE 
É importante perceber a ideia de profissionalismo nas dimensões físicas, emocionais, sociais, 
culturais e, em alguns casos, espirituais do toque. As raízes da palavra massagem dizem 
respeito ao toque e às várias aplicações. É importante explorar as ideias que estão por trás da 
estrutura do toque. Precisamos diferenciar o valor do toque no sentido profissional, das formas 
de toque compartilhadas pelas pessoas em circunstâncias da vida fora do ambiente 
profissional. 
 
A CIÊNCIA DO TOQUE 
Anatómica e fisiologicamente, toque é o conjunto de sensações tácteis que surgem da 
estimulação sensorial, em primeiro lugar da pele, mas também de estruturas mais profundas do 
corpo, como os músculos. 
A pele é um órgão surpreendente. Tem muitas funções, mas a mais notável para essa 
discussão é sua função no toque. A pele é o maior órgão sensitivo do corpo. Por fora, somos, 
sempre, tocados, primeiro, através da nossa pele. Muitas estruturas internas somáticas de 
tecido mole (por exemplo, músculos e tecido conjuntivo) e estruturas viscerais (como pulmões, 
coração e órgãos digestivos) projectam sensações para a pele. O sistema nervoso autónomo, 
que regula a homeostase visceral e química do corpo, é muitíssimo sensível à estimulação da 
pele em apoio ao bem-estar. O humor (a maneira como a pessoa se sente) muitas vezes é 
reflectido na pele. Coramos de embaraço, ficamos vermelhos de excitação ou pálidos de medo. 
A anatomia da pele é descrita na parte destinada à anatomia. As partes anatómicas que 
compõem a pele - a epiderme (camada superior), a derme (camada interna) e os tecidos 
conjuntivos entrelaçados nestas camadas - e a rede compacta de nervos recebem e 
retransmitem informação do sistema nervoso central. Essa vasta rede associa-se à complexa 
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rede de vasos circulatórios que chegam à pele. No entanto, mesmo na sua complexidade, a 
anatomia e a fisiologia da pele não podem explicar a experiência do toque. De alguma maneira, 
a pressão, a vibração, a temperatura e o movimento muscular que excitam a pele animam-nos 
com sensações e experiências de prazer, ligação, alegria, dor, tristeza e saudade. 
Precisamos ser tocados para sobreviver. O toque é uma fome que precisa de ser saciada, não 
apenas para o bem-estar, mas para a própria essência da nossa sobrevivência. Cada vez 
mais, somos elucidados para a importância do toque ao estudar muitos grupos diferentes de 
pessoas, inclusive bebés, pessoas idosas, pessoas sob episódios de stress e pessoas muito 
doentes. A pesquisa apoia a crença de que tocar de maneira estruturada é uma necessidade 
muito importante, se não absoluta, de todos os seres vivos. 
A tecnologia científica possibilitou-nos descrever algumas respostas fisiológicas ao toque, tais 
como as mudanças na concentração de hormonas, alteração na actividade dos sistemas 
nervosos central e periférico e na regulação dos ritmos do corpo. Entretanto, mesmo essa 
explosão de informação é insuficiente para nos ajudar a compreender a experiência do toque. 
Com todas as interpretações científicas, a experiência do toque é muito mais do que a soma 
das suas partes. 
 
O TOQUE COMO COMUNICAÇÃO 
O toque é, de muitas maneiras, uma forma de comunicação emocionalmente mais poderosa do 
que a fala. A comunicação verbal usa palavras específicas com sentidos específicos para 
transmitir uma mensagem. A comunicação do toque é mais ambígua, depende da interpretação 
de seu sentido por meio de experiência passada e circunstâncias correntes. Transmitir uma 
mensagem verbal clara e concisa já é bastante difícil quando ambas as partes - a que 
transmite a mensagem e a que recebe - concordam sobre o sentido das palavras. É muito mais 
desafiador transmitir uma mensagem de toque, na qual muitos factores estão envolvidos na 
interpretação da mensagem. Isso aumenta o potencial de um mal entendido. Com frequência, 
tanto na comunicação verbal como na de toque, a mensagem intencionada não é a recebida. 
A comunicação de toque é influenciada por contextos pessoais, familiares e culturais. Cada 
indivíduo define uma área em volta desi mesmo como espaço pessoal, e a distância abrangida 
por esse espaço pessoal difere de pessoa para pessoa e de cultura para cultura. As terapias 
de toque entram nesse espaço pessoal. Portanto, o profissional precisa ser sensível aos vários 
factores que influenciam as respostas das pessoas quando se entra no seu espaço pessoal. 
 
DEFINIÇÃO DE MASSAGEM 
“Termo usado para designar certas manipulações dos tecidos moles do corpo; estas 
manipulações são efectuadas com maior eficiência com as mãos e são administradas com a 
finalidade de produzir efeitos sobre os sistemas nervoso, muscular e respiratório e sobre a 
circulação sanguínea e linfática local e geral.” (Beard, 1952) 
 
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CIENTIFICIDADE DA MASSAGEM 
DESCOBERTAS DAS PESQUISAS SOBRE OS BENEFÍCIOS DA MASSAGEM 
Estudos feitos no Touch Research Institute da Escola de Medicina da University of Miami 
demonstraram que a massagem apresenta os seguintes benefícios: 
� Facilita o crescimento; 
� Aumenta a atenção e a aprendizagem, com resultados positivos em pessoas com 
problemas de atenção, hiperactividade ou incapacidade de aprender; 
� Reduz o comportamento estereotipado e distante da tarefa em indivíduos autistas, 
enquanto normaliza comportamentos sociais; 
� Alivia a dor; 
� Melhora a função imunológica (a massagem aumenta o número de células assassinas 
naturais, o que tem implicações para as pessoas com síndrome de deficiência imunológica 
adquirida [AIDS], cancro e doenças viricas); 
� Reduz o stress; 
� Promove a cura de problemas psiquiátricos (crianças, adolescentes e pacientes 
psiquiátricos apresentaram comunicação verbal mais aberta, melhoraram o sono, pas-
saram a ter menos depressão e níveis de ansiedade mais baixos. Resultados semelhantes 
foram observados em mães adolescentes deprimidas e pacientes com problemas de 
alimentação); 
� Ajuda a superar vícios, como o fumar; 
� Melhora a digestão eficiente e a respiração, por meio da estimulação do nervo vago; 
� Diminui os sintomas pré-menstruais; 
� Encoraja a obediência à dieta na diabetes, levando a níveis de glicose mais normais; 
� Baixa a pressão sanguínea, reduz a ansiedade e os níveis de hostilidade em indivíduos 
com hipertensão; 
� Aumenta o desempenho no trabalho (após uma massagem de cadeira, de quinze minutos, 
o tempo de cálculo com números foi cortado pela metade e a precisão quase dobrou); 
� Reduz o número de dias com dor de cabeça, nas enxaquecas; 
� Diminui a dor e aumenta a amplitude de movimento em indivíduos com problemas 
lombares; 
� Melhora a preensão manual, as actividades funcionais, o estado de ânimo positivo, a auto-
estima e a imagem do corpo na esclerose múltipla; 
� Tem efeito terapêutico no profissional de massagem (a aplicação de massagem reduz o 
stress e melhora os padrões de sono nas pessoas que estão a aplicar a massagem). 
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PRINCÍPIOS ÉTICOS 
Cultura, época, localização, eventos, política, religião, conhecimento científico e muitos outros 
factores afectam a maneira como interpretamos o comportamento. A ética define o 
comportamento que esperamos de nós mesmos e dos outros e as expectativas da sociedade 
em relação a uma profissão. Uma definição simplificada de ética é "aquilo que é certo". Nossa 
sociedade determina que uma pessoa agiu eticamente quando a coisa certa foi feita. Mas o 
que é a coisa certa? Nenhum indivíduo ou grupo tem a resposta. Muitas vezes, a melhor coisa 
que pode ser apresentada em discussões sobre ética são questões e directrizes baseadas em 
princípios de conduta estabelecidos por um grupo. Por causa disso, o comportamento ético 
deve ser um processo dinâmico de reflexão e revisão. 
Para usar ética na tomada de decisão, devemos ser capazes de raciocinar sobre o que 
aprendemos a fim de captar o espírito de ser ético. Embora, em última instância, a ética seja 
uma coisa pessoal, também é o reflexo do carácter social e profissional da pessoa. O propósito 
de praticar a nossa profissão de forma ética é promover e manter o bem-estar do cliente. 
Muitas vezes, as leis reflectem os padrões mínimos necessários para proteger a segurança e o 
bem-estar do público, ao passo que os códigos de ética representam os padrões ideais estabe-
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lecidos por uma profissão. Através de seu comportamento, os profissionais podem cumprir 
tanto as leis como os códigos profissionais. Se o profissional se esforça para o mais alto 
benefício e bem-estar possível para o cliente, o profissional se comporta com "ética de 
aspiração". 
Na condição de profissionais, devemos estar constantemente alerta, não apenas para as 
violações grosseiras dos princípios éticos, mas também, para as violações éticas mais subtis 
que ocorrem quando o bem-estar do cliente não é o factor primário determinante do 
comportamento profissional. Um exemplo desse último é a hesitação em encaminhar o cliente 
a um profissional de massagem mais qualificado, porque o encaminhamento significa a perda 
desse cliente. 
Muitas vezes, este tipo de conduta não ética passa despercebido. No entanto, o bem-estar do 
cliente fica comprometido. A situação fica mais comprometida ainda porque, com frequência, o 
profissional não reconhece a ruptura do comportamento ético. A supervisão (acompanhamento 
por alguém com mais conhecimento especializado), o apoio de colegas (interacção e troca de 
informação entre colegas profissionais) e uma meticulosa reflexão pessoal objectiva sobre o 
comportamento profissional pode revelar esses tipos mais subtis de violações éticas. Os 
profissionais podem monitorar o seu próprio comportamento, perguntando-se com frequência 
se o que estão a fazer é o melhor para o cliente e se o seu comportamento é ético. 
Um código de ética profissional é um conjunto de normas morais adoptadas por um grupo 
profissional para dirigir escolhas carregadas de valor, de maneira compatível com a 
responsabilidade profissional. Temos de aferir o nosso comportamento pessoal e profissional 
não apenas pelo que é certo e bom para nós enquanto indivíduos, mas também pelo que é 
apropriado para o cliente e à profissão como um todo. 
Os principais princípios éticos passam por: consideração pelo cliente, por outros profissionais e 
por si mesmo. Dar liberdade ao cliente para decidir e o direito e o direito às informações 
suficientes para tomar uma decisão. O cliente tem direito a ser informado da verdade objectiva. 
As manobras não devem causar qualquer dano ao cliente. O tratamento deve contribuir para o 
bem-estar do cliente. Qualquer informação deve ser confidencial. 
Esses conceitos amplos dão lugar a conceitos mais específicos que formam os padrões de 
prática. 
 
PADRÕES DE PRÁTICA 
Padrões de prática são regras e directrizes específicas que formam uma estrutura profissional 
concreta. Por exemplo, em padrões de prática, o princípio ético do respeito se traduz em 
comportamento profissional, mantendo a privacidade e o decoro do cliente, proporcionando um 
ambiente seguro e chegando a tempo nas horas marcadas. A autonomia e a autodeterminação 
do cliente requerem consentimento informado e pronto acesso a arquivos de informação. 
Directrizes dos padrões de prática fornecem um meio para medir a qualidade dos cuidados. Em 
geral, são bastante mais específicos do que os princípios éticos. 
 
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CONCEITO DE COMPETÊNCIA PROFISSIONAL 
CONCEITO DE COMPETÊNCIA 
Se consultarmos alguma literatura verificamos a associação da palavra competência a 
“aptidão, idoneidade”, correspondendo competente a “proporcionado, oportuno, adequado”. A 
qualidade ou o estado de sercompetente corresponde “às propriedades de um campo 
embrionário que capacita o sujeito a responder de maneira característica a um organizador”. 
Podemos, também, definir como “qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo 
assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade”. A competência 
tem a ver, portanto, com uma combinação integrada de conhecimentos, habilidades e atitudes 
que conduzem a um desempenho adequado e oportuno em diversos contextos. O progresso 
tem de caminhar para uma visão de desenvolvimento centrada no ser humano, por meio de 
conceitos como igualdade de oportunidades, potencial do ser, segurança humana, eliminação 
das descriminações. 
� A ONU visa três objectivos com respeito ao desenvolvimento: o crescimento, a equidade 
social e a sustentabilidade por meio de uma relação harmoniosa com o meio ambiente. Em 
1991, o programa da ONU dizia “O salário não é tudo na existência humana; igualmente 
importante, podem ser a saúde, a educação, um bom ambiente físico, a liberdade... para 
mencionar apenas alguns componentes do bem-estar; 
� O desenvolvimento das competências na área da Massagem deve contextualizar-se no 
sentido de crescimento humano, aludindo ao desenvolvimento integral das pessoas, 
referenciando-se numa vontade de aprendizagem permanente. 
 
HISTÓRICO DO CLIENTE 
A entrevista para o histórico proporciona informação que diz respeito ao histórico de saúde do 
cliente, a razão para a procura de uma sessão de massagem, um perfil descritivo da pessoa, 
um histórico do estado actual, um histórico de saúde e doença passada e um histórico de 
quaisquer doenças na família. Também contém um relato das práticas de saúde actuais do 
cliente. 
A avaliação física compõe a segunda parte do banco de dados. Procedimentos de avaliação 
identificam desvios da norma, bem como o funcionamento eficiente. A extensão e a 
profundidade dessa avaliação variam de ambiente para ambiente, de profissional para 
profissional e da situação do cliente. Em geral, o massagista usa algum tipo de processo de 
avaliação visual que procura simetria bilateral e desvios. A apalpação é usada para identificar 
mudanças na textura do tecido e na temperatura, localizar mudanças de energia e identificar 
áreas de sensibilidade ao toque. 
 
CONSENTIMENTO INFORMADO 
Consentimento informado é um processo de protecção para o consumidor. Exige que os 
clientes compreendam o que irá ocorrer, que eles participem de modo voluntário e que sejam 
competentes para dar o consentimento. Consentimento informado é um procedimento 
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educacional que permite os clientes decidirem, com conhecimento, se querem receber uma 
massagem, se querem que um terapeuta específico trabalhe com eles e se a estrutura profis-
sional, inclusive as regras e regulamentos do cliente, é aceitável para eles. O consentimento 
informado dá suporte profissional ao comportamento ético. Reflecte o princípio ético da 
participação e autodeterminação do cliente numa abordagem centrada no cliente. 
Os clientes devem ser capazes de dar o consentimento informado e de demonstrar que 
compreendem a informação que lhes é apresentada. Pais ou tutores devem dar o 
consentimento informado para menores de idade. Tutores devem dar consentimento informado 
por aqueles incapazes de fazê-lo. A tomada de decisão ética torna-se importante nas "áreas 
cinzentas", tais como quando existe uma barreira de linguagem e o profissional da massagem 
não está seguro de que o cliente o compreende. 
O verdadeiro consentimento informado envolve a oportunidade de avaliar as opções 
disponíveis e os riscos contidos em cada método, e exige que o profissional de massagem 
inclua informação sobre perigos inerentes e potenciais do tratamento proposto, as alternativas 
disponíveis e os prováveis resultados se o tratamento não for feito. Os clientes têm o direito 
legal de escolher entre uma série de opções sugeridas e de receber informação suficiente para 
permitir-lhes seleccionar a abordagem mais apropriada a eles. Na condição de profissionais, o 
massagista é eticamente obrigado a assegurar que o cliente faz escolhas baseadas numa 
sólida compreensão da informação apresentada. 
 
PLANO INICIAL DE ADMISSÃO 
Um procedimento abrangente de admissão, que inclua um processo de consentimento 
informado, é necessário para o cliente quando resultados definidos abarcarem uma série de 
sessões. Uma avaliação de necessidades, baseada no histórico do cliente e numa avaliação 
física, é usada para elaborar um plano inicial de tratamento. O plano inicial de tratamento 
declara os objectivos terapêuticos, a duração das sessões, o número necessário de consultas 
para cumprir os objectivos combinados, o custo, a classificação geral da intervenção a ser 
usada e uma medição objectiva de progresso para identificar objectivos que foram alcançados. 
Em geral, as massagens únicas ou casuais não necessitam de uma avaliação plena de 
necessidades ou um plano de tratamento. Em vez disso, são identificadas possíveis contra-
indicações para a massagem. O processo de consentimento informado mostra ao cliente as 
limitações de uma sessão única de massagem e descreve as abordagens usadas na ex-
periência de sessão única de massagem/trabalho corporal. 
Um formulário com toda a informação pertinente é assinado pelo cliente e guardado nos 
arquivos do profissional. Manter um registo dos formulários assinados de consentimento 
informado é uma importante questão legal. 
De seguida menciona-se uma possível sequência para se obter consentimento informado: 
1. O profissional de massagem dá uma explicação geral sobre a massagem, apoiada por 
informação escrita (muitas vezes na forma de um folheto) sobre indicações, benefícios, 
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contra-indicações e abordagens alternativas que proporcionam benefícios semelhantes 
àqueles da massagem/trabalho corporal. 
2. O profissional de massagem informa ao cliente sobre a abrangência prática para a 
massagem; o treino, experiência e credenciais do profissional; e quaisquer factores limitantes 
que possam afectar o relacionamento profissional, inclusive falta de conhecimentos numa 
área específica. 
O cliente assina um formulário de consentimento informado depois de ocorrerem estes 
procedimentos. O cliente não deve ser sobrecarregado com informações extensas e 
detalhadas, mas é importante fornecer informações suficientes para o cliente fazer uma 
escolha consciente. Consentimento informado é um processo contínuo, e a educação do 
cliente e o envolvimento crescente na massagem é são apoiado e encorajado. 
 
EFEITOS MECÂNICOS DA MASSAGEM 
Os movimentos de compressão, tracção, estiramento, pressão e fricção exercem evidentes 
efeitos mecânicos nos tecidos. As forças mecânicas associadas a cada técnica afectam os 
tecidos de diversas formas. Devemos esperar, por exemplo, que as várias técnicas de 
amassamento e torção exerçam um considerável efeito mobilizador (de amolecimento, ou 
estiramento) sobre a pele, tecidos subcutâneos e músculos, graças à alternância de 
compressões e estiramentos dos movimentos da massagem. Em contraste espera-se que a 
pressão gradualmente crescente da effleurage "empurre" o sangue venoso e a linfa presentes 
nos vasos superficiais na direcção do coração, promovendo assim uma boa circulação e a 
resolução do hematoma crónico. Embora seja importante a identificação dos efeitos mecânicos 
da massagem, são os efeitos fisiológicos que devem ser levados em consideração com mais 
detalhe, visto que eles dão origem ao potencial da massagem. Então, o efeito principal da 
massagem consiste em conduzir estimulação mecânica dos tecidos por meio de uma pressão 
e estiramento ritmicamente aplicados. A pressão comprime os tecidos moles e distorce as 
redes de receptores nas terminaçõesnervosas. O estiramento aplica tensão nos tecidos moles 
e distorce os plexos dos receptores nas terminações nervosas. Ao aumentar a luz dos vasos 
sanguíneos e espaços dos vasos linfáticos, estas duas forças afectam a circulação capilar, 
venosa, arterial e linfática. A massagem, também, pode soltar o muco e promover a drenagem 
do excesso de líquidos nos pulmões. 
O modo como estas forças mecânicas são aplicadas é determinado em grande parte pela 
escolha das técnicas de massagem (deslizamento, fricção, amassamento, percussão, 
vibração) pelo terapeuta e pela habilidade em ajustar a duração, qualidade, intensidade e ritmo 
do estímulo. Quais os efeitos que a massagem pode ter é um tópico que não está tão bem 
entendido nem definido. Muito se tem dito em prol do uso da massagem, alguns relatos são 
racionalizações de hipóteses baseadas no conhecimento da anatomia e da fisiologia. Outros 
baseiam-se em estudos laboratoriais controlados, e alguns, ainda, podem ser definitivamente 
descritos como sendo frutos de pura imaginação. Comparativamente, pouco tem sido escrito 
sobre a massagem, e um número relativamente pequeno de artigos foi publicado. 
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Um efeito puramente mecânico pode ser demonstrado pelo deslizamento sobre as veias 
superficiais e, com uma pressão directa, a remoção do sangue que está no interior da veia 
submetida ao deslizamento. É importante saber que a maioria dos tratamentos por massagem 
produz os seus efeitos no decorrer de uma combinação de factores mecânicos, fisiológicos e 
psicológicos. 
 
EFEITOS FISIOLÓGICOS DA MASSAGEM 
Para além dos efeitos relatados anteriormente (Cientificidade da massagem) através de 
recentes pesquisas científicas, podemos referir, também, as seguintes alterações fisiológicas: 
� Aumento da circulação sanguínea e linfática; 
� Aumento do fluxo de nutrientes; 
� Remoção dos produtos catabólicos e metabólitos; 
� Estimulação do processo de cicatrização; 
� Resolução do edema e hematoma crónico; 
� Aumento da extensibilidade do tecido conjuntivo; 
� Alívio da dor; 
� Aumento dos movimentos das articulações; 
� Facilitação da actividade muscular; 
� Estimulação das funções viscerais; 
� Remoção das secreções pulmonares; 
� Estímulo sexual; 
� Promoção do relaxamento local e geral. 
 
EFEITOS PSICOLÓGICOS DA MASSAGEM 
Foram publicados poucos relatos de pesquisa experimental sobre os efeitos psicológicos da 
massagem. A maioria das pessoas está familiarizada com o efeito calmante de uma massagem 
suave, embora não esteja presente qualquer lesão ou incapacidade física (definida inicialmente 
como "massagem de relaxamento"). Na massagem a atenção concentrada do terapeuta no 
paciente, em combinação com as agradáveis sensações físicas da massagem estabelecem, 
frequentemente, uma relação pessoal de proximidade e de confiança. Nestas circunstâncias, 
os pacientes podem revelar ao terapeuta problemas, preocupações, factos sobre a sua saúde 
que, em sua óptica, eram muito triviais para contar ao médico. 
O tratamento por massagem pode ter efeitos psicológicos negativos. O tempo e a atenção 
devotados à massagem podem exagerar a seriedade do problema de saúde na mente do 
cliente. 
Muitos dos efeitos fisiológicos da massagem descritos anteriormente têm um componente 
psicológico significativo. O alívio da dor, por exemplo, possui um componente psicológico, visto 
depender intensamente da percepção do paciente. Desta forma, o alívio da dor é um efeito psi-
cológico legítimo da massagem. 
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Quase todas as pessoas acham que os tratamentos por massagem são extremamente 
relaxantes. Certos movimentos em particular promovem relaxamento físico, contudo, o conceito 
de relaxamento não é principalmente físico. É, na verdade, tanto psicológico como fisiológico. 
Para que os músculos relaxem, sobretudo num membro inteiro, ou em todo o corpo, a pessoa 
deve ser capaz de minimizar o impulso cortical que transita pelos neurónios motores espinhais 
relevantes. Isso exige um esforço consciente para “se soltar". A razão porque algumas pessoas 
acham muito difícil relaxar os seus membros pode ser uma incapacidade de se soltar 
psicologicamente. Técnicas de massagem apropriadas podem contribuir para este processo, 
porque ajudam o paciente a deixar que os seus músculos e membros relaxem. 
 
ALÍVIO DA ANSIEDADE E DA TENSÃO (STRESS) 
O alívio da tensão por meio da massagem está intensamente ligado à promoção do 
relaxamento, identificada anteriormente. Um paciente que esteja significativamente ansioso e 
tenso (stressado) achará muito difícil, senão impossível, relaxar. À medida que a massagem 
promove relaxamento, também ajuda a reduzir a ansiedade e tensão. Este facto ocorre porque 
o relaxamento precisa de um desligamento psicológico da ansiedade e da tensão. Esta é uma 
das principais razões pela qual a massagem de relaxamento é tão popular, como parte dos 
programas de redução do stress. 
 
ESTIMULAÇÃO DA ACTIVIDADE FÍSICA 
Certas técnicas de massagem são bastante estimulantes, produzindo uma forte sensação de 
revigoramento. Estas técnicas mostram-se muito úteis no mundo desportivo, e deram origem 
ao conceito da massagem desportiva, que simplesmente reflecte a noção do uso de certas 
técnicas de massagem para a promoção da actividade física e melhoria no desempenho. Com 
frequência ocorre um forte impacto psicológico em função da aplicação das técnicas de 
massagem apropriadas. 
 
ALÍVIO DA DOR 
Nos processos fisiológicos, envolvidos no alívio da dor, temos que estar conscientes que a 
percepção da dor é em grande parte um conceito psicológico. A dor tem importantes substratos 
fisiológicos, mas há necessidade da mente consciente, para que exista percepção da dor. 
Assim, o alívio da dor obtido pela massagem é tanto um efeito psicológico como fisiológico, e é 
uma das razões para as sessões de massagem serem importantes para os pacientes 
terminais, que padecem de dor significativa. 
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INDICAÇÕES PARA A MASSAGEM 
As indicações para a massagem são baseadas nos seus benefícios, objectivos e subjectivos 
que realçam a saúde. Isto é, alguns resultados da massagem podem ser medidos (objectivos), 
outros supõe-se que sejam eficientes com base na experiência (subjectivos). Os efeitos da 
massagem tanto são físicos (observação objectiva) como mentais (percepção subjectiva). 
As manipulações de massagem podem ser aplicadas num plano ou abordagem sistemática, 
para influenciar condições que afectam a função física. Os músculos esqueléticos respondem 
com efeitos biomecânicos directos. Dentro dessa resposta, os efeitos biomecânicos encorajam 
ou produzem reacções reflexas que envolvem o sistema nervoso e respostas químicas. São al-
cançadas, uma variedade de respostas, em muitos níveis. O sistema nervoso pode responder 
através do arco reflexo, da secreção de endorfinas e outras substâncias químicas neurais e da 
liberação de histamina e outras secreções celulares. A libertação de substâncias químicas 
afecta a estrutura ou sistema do corpo, de maneira directa ou indirecta. 
O fundamento dos benefícios da terapia de massagem é a compreensão da natureza dos 
efeitos sobre a circulação, a eliminação e o controle do sistema nervoso. A circulação é 
melhorada principalmente por respostas biomecânicas directas às manipulações. É obtido um 
benefício secundário por meio de respostas reflexas que encorajam a secreção química, o que 
afecta o controle do sistema nervoso. 
Ocorre uma melhoria da circulação quando nutrientes, oxigénio e componentes do sangue 
arterial são fornecidos à área local que está a ser manipulada, ou distribuídos à circulação 
geral. O benefício da melhoria circulatória é o efeito secundário de filtrageme eliminação de 
dióxido de carbono, metabolitos e subprodutos bioquímicos que são transportados no sangue 
venoso. A circulação melhorada, com a sua capacidade de afectar a eliminação em geral, 
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acentua as capacidades das estruturas para beneficiar e dar suporte à função normal. Quando 
a nutrição é melhorada e a eliminação acentuada, as estruturas de áreas localizadas, os 
tecidos e os sistemas têm a oportunidade de maximizar o potencial para a função normal. 
As manipulações de massagem beneficiam directamente as restrições à função do tecido 
muscular. Benefícios mecânicos e respostas reflexas combinam-se para ajudar os tecidos 
musculares moles a responder por meio da melhoria da circulação e eliminação de 
subprodutos. Os efeitos mecânicos sobre os tecidos musculares incluem influência sobre 
receptores de alongamento, mecanismo de tendão e alongamento manual directo das fibras 
musculares. Os efeitos reflexos encorajam o relaxamento dos tecidos com a mudança no 
output de nervo motor e secreções químicas. 
Clientes que recebem massagem relatam uma variedade de sensações, emoções, sentimentos 
e percepções mentais que são subjectivas, difíceis de medir e únicas do indivíduo. 
A terapia de massagem beneficia as condições do corpo, estimulando-o por meio das fases 
envolvidas na reabilitação, restauração e normalização da capacidade e função anatómica e 
fisiológica. Ocorrem benefícios psicológicos subjectivamente de acordo com o indivíduo, em 
resposta à terapia com efeitos secundários que influenciam a sensação e a percepção de dor. 
Resultados objectivos e subjectivos da terapia combinam-se para criar respostas individuais 
que afectam o resultado de saúde desejado. 
 
CONTRA INDICAÇÕES GERAIS À MASSAGEM 
Como foi mencionado anteriormente, uma contra-indicação é qualquer problema que torne um 
tratamento específico impróprio ou indesejável ou quando existem advertências ao tratamento 
e é necessária uma supervisão. As contra-indicações à massagem são responsabilidade tanto 
dos médicos como dos profissionais de massagem. Não se espera que o profissional de 
massagem diagnostique algum problema, mas deve tomar conhecimento do estado específico 
do cliente, ouvindo um histórico completo e concluindo uma avaliação física. O profissional de 
massagem deve ser capaz de reconhecer indicações e contra-indicações baseadas nessa 
informação. 
O profissional de massagem deve, também, ter à disposição um dicionário médico actual para 
pesquisar termos desconhecidos e nomes de estados patológicos. Um profissional de 
massagem não é um médico nem é profissional de saúde mental, assim, não se espera que 
conheça os sintomas de todas as doenças, mas deve ter recursos à disposição para localizar 
informação específica quando necessário. 
É importante compreender quando se deve encaminhar um cliente para diagnóstico e quando 
se deve obter ajuda para modificar a abordagem da sessão de massagem, de modo que ela 
sirva melhor o cliente. Um profissional médico (inclusive de saúde mental) deve sempre ser 
consultado se existir alguma dúvida a respeito da conveniência da massagem. 
 
“A não esquecer” 
Quando estiver em dúvida, encaminhe! 
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As contra-indicações podem ser separadas em tipos regional e geral. 
Contra-indicações regionais são aquelas que se relacionam a uma área específica do corpo. 
Para os nossos propósitos, contra-indicação regional significa que a massagem pode ser dada, 
mas não em determinada área problemática. No entanto, o cliente deve ser encaminhado a um 
médico para obter um diagnóstico do seu estado e excluir quaisquer problemas latentes. 
Contra-indicações gerais são aquelas que requerem uma avaliação do médico para excluir 
sérios problemas latentes antes que qualquer massagem seja indicada. Se a massagem é 
recomendada pelo médico, este precisa ajudar o terapeuta a desenvolver um plano de trata-
mento abrangente. As disfunções de saúde mental incidem na categoria de contra-indicação 
geral. 
A massagem é benéfica muitas vezes para clientes que estejam a receber tratamento para um 
problema específico de saúde médica ou mental, mas indica-se cautela. Em geral, a 
massagem é indicada para desconforto músculo-esquelético, para acentuar a circulação, para 
o relaxamento, redução do stress e controle de dor, bem como em situações em que possam 
ser prescritos analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares, medicações contra a 
ansiedade e antidepressivas. A terapia de massagem, aplicada de maneira apropriada, pode 
ajudar o uso desses medicamentos e, em casos brandos, pode ser capaz de substituir essas 
medicações. 
Os efeitos gerais de redução do stress e da dor, do aumento de circulação e o conforto físico 
da massagem complementam a maioria de outras modalidades de tratamento de saúde 
médico e mental. 
No entanto, quando estiverem a ser usadas outras terapias, inclusive medicamentos, o médico 
deve ser capaz de avaliar com precisão a eficiência de cada tratamento que o cliente está a 
receber. 
Encaminhe imediatamente, para um médico, os pacientes com quaisquer sintomas vagos ou 
inexplicáveis de cansaço, fraqueza muscular e dores e sofrimentos gerais. Muitos processos de 
doença compartilham esses sintomas. A massagem deve ser evitada em todas as doenças 
infecciosas sugeridas por febre, náusea e letargia, até que se receba um diagnóstico e que 
possam ser seguidas as recomendações dadas por um médico. 
 
MEDICAÇÕES 
O profissional de massagem precisa de estar ciente das medicações do cliente. O cliente 
também deve ser capaz de fornecer informação sobre cada medicação que está a tomar. 
Em geral, um medicamento é prescrito para fazer uma das seguintes coisas: 
� Estimular um processo do corpo; 
� Inibir um processo do corpo; 
� Substituir uma substância química no corpo. 
A massagem pode, também, estimular, inibir e substituir funções do corpo. Quando tanto a 
medicação como a massagem estimulam o mesmo processo, os efeitos são sinérgicos e o 
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massagem inibe o mesmo processo, o resultado é de novo sinérgicos, mas dessa vez com 
inibição excessiva. Se a medicação estimula um efeito e a massagem inibe o mesmo efeito, a 
massagem pode ser antagonista da medicação. Embora a massagem raras vezes interaja de 
maneira substancial com uma medicação, que substitui uma substância química do corpo, é 
importante estar ciente dos possíveis efeitos sinérgicos ou inibidores. 
 
LUGARES DE PERIGO 
Lugares de perigo são áreas em que nervos e vasos sanguíneos emergem próximo à pele e 
não estão bem protegidos por músculo ou tecido conjuntivo. Em consequência, pressão 
profunda sustentada nessas áreas poderia danificar os vasos e nervos. Áreas que contêm 
protuberâncias ósseas frágeis e que poderiam ser quebradas, também, são consideradas 
lugares de perigo. A área do rim é incluída como um lugar de perigo porque os rins estão 
suspensos em gordura e tecido conjuntivo. Batidas fortes são contra-indicadas nessa área. 
Indica-se que se evite ou se faça pressão leve quando se estiver a trabalhar sobre um lugar de 
perigo, a fim de evitar qualquer dano na área. 
As seguintes áreas são consideradas em geral lugares de perigo para o terapeuta de 
massagem. Outros lugares e actividades de perigo incluem: 
� Olhos; 
� Inferior ao ouvido - nervo fascial, processo estilóide, artéria carótida externa; 
� Área cervical posterior: processo espinhoso, plexo cervical; 
� Linfónodos; 
� Braquial medial - entre o bíceps e o tríceps; 
� Nervos musculocutâneos, mediano e ulnar;� Artéria braquial; 
� Veia basílica; 
� Área cubital (anterior) do nervo mediano, das artérias radial e ulnar e da veia cubital 
mediana; 
� É contra-indicado o espremer profundo sobre uma veia numa direcção para longe do 
coração por causa de possível dano ao sistema de válvula; 
� Aplicação de pressão lateral nos joelhos; 
� Algumas autoridades em acupunctura indicam a área do tornozelo de mulheres grávidas. 
 
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MECÂNICA CORPORAL DO PROFISSIONAL DE MASSAGEM 
MECÂNICA CORPORAL ENQUANTO SE APLICA UMA MASSAGEM 
As seguintes regras aplicam-se à mecânica corporal: 
1. O corpo do profissional deve estar bem alinhado, com os pés separados para dar suporte. O 
braço que gera a pressão para baixo é oposto à perna direita que sustenta o peso. 
2. O peso do corpo é mantido no pé e na perna direita e o corpo do cliente fica diante do 
profissional. Essa posição proporciona uma alavanca adequada. Não se consegue efeito 
de alavanca colocando-se o peso na perna esquerda e colocando-se o corpo do cliente 
directamente abaixo da pressão. Por conseguinte, toda a pressão resulta do facto de se 
pressionar com os músculos da parte superior do corpo em vez de se usar o peso do 
corpo. A perna esquerda que não sustenta peso é usada para modular os níveis de 
pressão e proporcionar alguma estabilidade. O profissional de massagem deve ser capaz 
de elevar a perna esquerda do chão e ainda assim manter um ponto de equilíbrio estável 
no ponto de contacto entre cliente e profissional. É importante que o profissional utilize o 
peso do corpo. Embora a força muscular não seja um grande factor, a alavanca é 
essencial. 
3. É importante ficar atrás do movimento de massagem. O profissional deve ser capaz de olhar 
o braço abaixo num ângulo de 45 a 60 graus e ver a mão no ponto de contacto com o 
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cliente. Se o ângulo for de 90 graus, o profissional está em cima do movimento e o 
resultado será tensão muscular no braço. 
4. Os punhos e mãos devem estar sempre relaxados. A tensão nessa área transmite-se para o 
ombro e pode transformar-se em problemas de ombro e pescoço. Quando estiver a aplicar 
uma manipulação, o profissional deve estar seguro de que os músculos do ombro e 
deltóide permanecem moles e os punhos e as mãos ficam relaxadas. Quando o 
profissional estiver a trabalhar com as mãos, o cotovelo deve permanecer recto. 
5. Evite o uso de dedos e polegares. Essas articulações não foram construídas para forças 
compressivas. 
O polegar é uma parte única, versátil e eficiente em relação à função da mão. A capacidade do 
polegar de realizar o movimento de oposição auxilia o profissional de massagem a maximizar o 
desempenho óptimo durante as manipulações. A força compressiva repetitiva e o uso 
incorrecto do polegar e dos dedos, o posicionamento rígido do punho e a tensão excessiva 
colocada na mão podem dar origem a disfunções biomecânicas. Essa actividade combinada da 
mecânica corporal apropriada é comunicada para baixo através dos braços para as mãos. 
Algumas técnicas e manipulações de massagem podem ser realizadas com o uso do inclinar, 
levantar e embalar. Uma variedade de abordagens pode incluir o uso do braço, 
especificamente o antebraço e o cotovelo. O uso do braço reduz o stress no punho e na mão. 
Entretanto, o profissional deve realizar técnicas biomecânicas para maximizar o uso das mãos 
durante a manipulação de tecidos moles. As mãos produzem as vantagens resultantes do 
efeito alavanca e da força. 
A maioria dos métodos de massagem é realizada com o uso de toda a mão ou do antebraço. É 
importante o uso criativo do antebraço e da palma da mão. As manipulações de segurar, 
desgastam as mãos. A massagem não é aplicada com os dedos. Em vez disso, os dedos são 
usados como uma unidade e fechados contra a polpa do polegar. A posição é semelhante à de 
uma pinça de lagosta. A massagem é feita com a palma da mão. 
A pressão directa é melhor aplicada com o antebraço e não com o polegar, excepto em áreas 
pequenas quando o uso do antebraço não for possível. A outra mão é colocada próxima ao 
ponto de contacto para avaliar o tecido e a resposta do cliente, quando se estiver a usar o 
cotovelo ou o antebraço. 
O profissional segue os contornos naturais do corpo e isso permite que o profissional se incline 
"na ascendente" para fazer pressão ou, de modo inverso, deslize "na descendente" sem 
suportar a pressão, a fim de mover-se para uma outra posição enquanto protege os ombros. 
A hiperextensão do punho ou dos joelhos pode causar danos. O joelho que está a sustentar o 
peso, move-se para a posição normal de "joelho bloqueado", mas sem realizar hiperextensão. 
O ângulo do punho nunca deve ser menor que 110 graus para evitar compressão dos nervos 
no punho. 
O profissional deve ficar de frente para a área em que está a trabalhar, tendo o seu umbigo e 
pé direito, que sustenta o peso, apontados para a área que está a ser massajada. Quando a 
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dado para o pé direito. 
É importante permitir que o corpo do profissional embale e balance com os movimentos da 
massagem. O embalar lento mantém as manipulações da massagem lentas. Isto é decisivo 
para a adaptação eficiente ou mudança no tecido muscular do cliente ou na consistência do 
tecido conjuntivo. O movimento rítmico resultante mantém o corpo do profissional relaxado e é 
confortável para o cliente. Lembre-se de trabalhar com movimentos suaves e uniformes, 
mudando de posição com frequência. 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS 
Ponto de Equilíbrio 
O corpo do profissional está equilibrado e relaxado, o que permite que o peso do corpo faça o 
trabalho. O ponto de contacto entre o profissional e o cliente é o ponto de equilíbrio. Com o 
ponto de equilíbrio situado no ponto de contacto com o corpo do cliente, o profissional pode ser 
movido ou balançado pelos movimentos subtis do corpo do cliente. Isso previne o uso de 
pressão excessiva e permite que o cliente dirija o movimento e a intensidade da pressão da 
massagem sem se sentir pressionado contra a mesa. 
 
Pressão Firme Distribuída Sobre Uma Grande Área 
Os clientes gostam de uma pressão firme e uniforme que seja distribuída sobre uma ampla 
área. Por exemplo, uma pressão firme na coluna com o uso do antebraço é agradável. 
Entretanto, a mesma pressão usando a ponta do cotovelo ou o polegar seria dolorosa, posto 
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que a pressão fica concentrada numa pequena área, em vez de ficar dispersa sobre uma 
grande área. Quando o peso do profissional é mantido no pé direito, os níveis de pressão são 
mais uniformes, porém, quando o peso muda para o pé esquerdo, a pressão torna-se mais 
concentrada e desigual e pode ser desconfortável para o cliente. 
 
 
 
 
 
DISFUNÇÕES RESULTANTES DE MECÂNICA CORPORAL IMPRÓPRIA 
As áreas do corpo afectadas, em geral, no caso do profissional de massagem que não está 
atento à sua mecânica corporal, incluem o pescoço e ombro, punho e polegar, a coluna lombar, 
o joelho, o tornozelo e o pé. As recomendações seguintes são métodos para proteger o corpo 
do profissional. 
 
Pescoço e Ombro 
Os problemas no pescoço e ombro resultam, com frequência, do facto de o profissional de 
massagem usar a força da parte superior do corpo para empurrar e exercer pressão para a 
massagem. Esses problemas podem ser evitados se o formando aprender a usar a alavanca e 
inclinar o peso do corpo parafazer pressão. Os braços e as mãos do profissional devem estar 
relaxados enquanto ele aplica a massagem, porque a tensão nos braços e nas mãos é 
transmitida para os ombros e o pescoço. 
 
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Punhos e Mãos 
O profissional de massagem precisa de proteger os seus punhos, evitando excesso de forças 
compressivas, que se desenvolvem da aplicação de métodos de massagem. Usar um ângulo 
apropriado do punho e manter-se atrás dos movimentos da massagem protege o punho. 
Punhos e mãos tensos, também, contribuem para que haja problemas nos ombros. É 
importante conservar sempre a mão e o punho relaxados enquanto se aplica uma massagem. 
 
Coluna Lombar 
Algumas razões para os problemas na coluna lombar são o curvar impróprio, as posições 
curvadas estáticas, o girar, a posição imprópria do joelho, a posição imprópria do pé e estender 
a mão para uma área, em vez de, nos movermos até essa área enquanto aplicamos a 
massagem. O profissional de massagem precisa de aprender a manter bem posicionada a 
coluna lombar e a evitar curvar-se ou contorcer-se pela cintura quando está a trabalhar. Manter 
a coluna estável ajuda a evitar esse problema. A mudança frequente de postura do corpo do 
profissional de massagem, também, ajuda a proteger a coluna lombar. A coluna lombar é mais 
apoiada mantendo o ponto de contacto com o cliente abaixo da cintura do profissional de 
massagem. 
 
Joelho 
Os problemas de joelho podem ser evitados respeitando-se o desenho de estabilidade básica 
do joelho e mudando frequentemente o peso de um pé para o outro. A posição em pé mais 
eficiente envolve a posição normal de joelho fixado ou bloqueado nos últimos 15 graus de ex-
tensão. Essa posição proporciona a menor força compressiva na cápsula do joelho e a menor 
acção muscular para estabilidade. Quando o joelho é flectido, as forças compressivas 
aumentam na cápsula da articulação e aumenta a acção muscular para a estabilidade. Deve 
ser evitada a hiperextensão completa. 
O joelho precisa de estar numa posição um tanto ou quanto flectido, quando o profissional de 
massagem muda de posição e se movimenta em volta da marquesa. Entretanto, quando a 
pressão está a ser aplicada, o desenho anatómico do joelho proporciona estabilidade na 
posição normal encaixada ou de "joelho bloqueado" nos últimos 15 graus de extensão. Os 
profissionais precisam de respeitar os seus próprios corpos, em termos da abordagem 
individualizada à posição do corpo. 
 
Tornozelo e Pé 
A posição em pé mais eficiente é a posição em pé assimétrica. O peso é mudado de um pé 
para o outro num mecanismo de conservação de energia. A posição em pé simétrica, com 
peso igual em ambos os pés é cansativa, interfere na circulação e deve ser evitada. O 
tornozelo e o pé estão protegidos na postura assimétrica, pela mudança frequente de posição e 
pelo sentar, quando possível, para fazer a massagem. A mecânica corporal apresentada é fun-
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e para evitar fadiga. 
 
CUIDADO DO PROFISSIONAL 
A atenção à mecânica corporal começa, ainda, antes da massagem se iniciar. O profissional 
deve fazer algum aquecimento. O profissional de massagem precisa de estar confortável e 
vestido com roupas folgadas e não restritivas, que não interfiram no movimento. O profissional 
de massagem deve fazer pausas entre cada massagem. Durante essas pausas, todos os 
músculos usados para dar a massagem devem ser alongados. Além de receber uma 
massagem profissional semanalmente, o profissional deve mobilizar as suas próprias mãos, 
braços e ombros durante o dia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TÉCNICAS DE MASSAGEM 
Na maioria das circunstâncias, a melhor maneira de evitar excessiva excitação simpática é com 
uma abordagem lenta e firme da parte do profissional, com deliberada hesitação no limite da 
distância de um braço, junto com um anúncio verbal de que vamos começar a tocar. Na 
maioria das vezes, o que o profissional de massagem procura activar no cliente é o estado 
parassimpático restaurador. No entanto, mesmo numa situação em que a massagem está 
destinada a estimular a activação simpática, o primeiro toque deve ser lento e gradual. 
Aplique a posição de repouso de forma lenta e gradual, de uma maneira segura e confiante. 
Como parte do mecanismo de sobrevivência, o corpo responderá congenitamente a um toque 
hesitante retraindo-se. Um toque inseguro é difícil de ser interpretado e é perturbador para o 
cliente. Quando a aplicação da posição em repouso é dominada, é fácil para fluir com outros 
métodos. 
 
EFFLEURAGE OU MOVIMENTOS DESLIZANTES 
O termo corrente para effleurage é "movimento deslizante". Vem do verbo francês que significa 
"deslizar" e "tocar levemente em". As aplicações mais superficiais desse movimento fazem 
isso, mas o pleno espectro do effleurage é determinado pela pressão, pelo arrastamento, pela 
velocidade, direcção e ritmo, tornando essa manipulação uma das mais versáteis. 
Após a aplicação do toque inicial ou da posição em repouso, muitas vezes o effleurage é a 
próxima na sequência, sobretudo se for utilizado um lubrificante. O movimento longo e amplo 
deste método é excelente para espalhar o lubrificante sobre a superfície da pele. A facilidade 
da aplicação torna o effleurage uma manipulação eficaz para se usar de modo repetido, 
enquanto gradualmente se aumenta a profundidade da pressão. Esta é uma das manipulações 
preferidas para aquecer ou preparar o tecido para um trabalho corporal mais específico. Por 
causa da natureza horizontal da manipulação, o padrão de fluxo da massagem pode progredir, 
de modo suave, de uma área do corpo para outra. É um bom método para se usar quando se 
for avaliar à procura de tecido duro e mole, áreas quentes e frias ou áreas que parecem tensas. 
O effleurage, também, é o método preferido para a massagem abdominal e para massagem 
para facilitar a circulação. 
Quanto mais superficial o movimento, mais reflexo será o efeito. Movimentos superficiais lentos 
são muito calmantes, ao passo que os movimentos superficiais rápidos são estimulantes. Se 
for usada uma pressão mais profunda do movimento com uma taxa mais lenta de aplicação, o 
efeito será mais mecânico. 
 
Como Aplicar o Effleurage ou Movimentos Deslizantes 
A característica peculiar do effleurage, ou movimento deslizante, é o facto de ser aplicado na 
horizontal em relação aos tecidos. 
Durante este movimento deslizante, a pressão leve permanece na pele e a pressão moderada 
estende-se através da camada subcutânea da pele para alcançar o tecido muscular, mas não 
tão fundo a ponto de comprimir o tecido contra a estrutura óssea subjacente. Uma pressão de 
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moderada a forte que imponha suficiente arrasto no tecido afecta mecanicamente o tecido 
conjuntivo e os proprioceptores (fuso muscular e órgãos tendinosos de Golgi) encontrados no 
músculo. A pressão forte produz uma força compressiva nítida do tecido mole contra o osso. 
A pressão profunda é o resultado da alavanca e do apoio no corpo. A pressão aumenta à 
medida que aumenta o ângulo de inclinação. Não são atingidos aumentos na pressão, se 
empurrarmos com força muscular. 
O aumento de pressão agrega força compressiva e arrasto ao movimento. O movimento leve é 
feito com as pontas dos dedos ou com a palma da mão. A superfície de contactoaumenta com 
a aplicação das manipulações feitas com toda a mão e o antebraço. 
Os movimentos que usam pressão moderada em direcção ao coração, seguindo a direcção da 
fibra muscular, são excelentes para estimulação mecânica e reflexa do fluxo sanguíneo, em 
particular do retorno venoso e do sistema linfático. Pressão de leve a moderada, com 
movimentos de effleurage curtos e repetidos, seguindo os padrões dos vasos linfáticos, é a 
base para a drenagem manual linfática. 
 
 
 
 
 
 
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PÉTRISSAGE OU AMASSAMENTO 
O pétrissage que significa "amassar", requer que o tecido mole seja levantado, rolado e 
apertado pelo massagista. 
Assim como o effleurage é concentrado horizontalmente no corpo, o pétrissage concentra-se 
na vertical. O objectivo principal dessa manipulação é levantar o tecido. 
Depois de levantados os tecidos, toda a mão é usada para apertar o tecido à medida que ele 
rola para fora dela, enquanto a outra se prepara para levantar o tecido adicional e repetir o 
processo. 
Como a pele e os músculos subjacentes não podem ser levantados sem que primeiro seja 
pressionado, às vezes a compressão é classificada como pétrissage. Este manual separa a 
compressão numa manipulação distinta, mas um elemento de compressão é parte do processo 
de levantar o tecido. 
O pétrissage/amassamento é muito bom para reduzir a tensão muscular. A acção de levantar, 
rolar e apertar afecta os proprioceptores do fuso muscular do ventre do músculo. Quando o 
ventre do músculo é pressionado (comprime, assim, o fuso muscular), o músculo fica menos 
tenso. Quando levantados, os tendões são estendidos, aumentando assim a tensão nos 
tendões e nos órgãos de Golgi, que têm uma função protectora. O resultado dessa informação 
sensorial é relaxar - via reflexo - o músculo para protegê-lo contra qualquer dano. O pétrissage 
é um método de "induzir" o músculo ao relaxamento. 
O pétrissage/amassamento é muito bom para amaciar de forma mecânica a fascia superficial. 
Esse tipo de tecido conjuntivo localizado sob a pele é semelhante à gelatina. É composto de 
uma proteína de glicose (açúcar) que se liga à água. Se a gelatina for misturada com água e 
puder assentar-se, ela torna-se grossa e solidifica-se. Se a gelatina for pressionada, transfor-
mando-se em peças menores e for agitada, amaciará. 
Isto assemelha-se ao efeito do pétrissage no tecido conjuntivo. A diferença da sensação nos 
músculos, depois do pétrissage, pode ser comparada com a diferença entre a rigidez de um 
par de sapatos, ou de um par de jeans novos e o conforto de um par de jeans surrados ou um 
par de sapatos usados. 
A fascia compõe uma grande parte de cada músculo. O pétrissage tem o efeito mecânico de 
suavizar e criar espaço em volta das fibras musculares, tornando os tendões mais elásticos. A 
tensão no tendão, quando ele é levantado, durante o pétrissage, deforma o tecido conjuntivo e 
aquece-o mecanicamente, da mesma maneira como uma peça de metal é aquecida quando 
vergada de um lado para o outro. Em vez das fibras metálicas, são fibras de colágeno que são 
vergadas e aquecidas. Quando alguma coisa está quente, as suas moléculas movem-se mais 
rápido e estão mais separadas. O espaço que é criado no nível molecular traduz-se numa 
estrutura mais macia e mais flexível. O pétrissage pode incorporar um componente de 
espremer ou torcer depois de o tecido ser levantado. Mudanças na profundidade da pressão e 
no arrasto determinam se a manipulação é sentida pelo cliente como sendo superficial ou pro-
funda. Pela natureza da manipulação, a pressão e a tracção atingem o pico quando o tecido é 
levantado no seu ponto máximo e diminuem no começo e no fim da manipulação. 
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Rolamento da Pele 
Uma variação da manipulação de levantamento é o rolamento da pele. Enquanto o pétrissage 
profundo tenta levantar o componente muscular, separando-o do osso, o rolamento de pele 
levanta, apenas a pele, separando-a da camada muscular subjacente. Isso tem um efeito 
aquecedor e amaciador na fascia superficial, provoca estimulação reflexa nos nervos espinais 
e é um excelente método de avaliação. Áreas de pele "presa" muitas vezes sugerem 
problemas subjacentes. O rolamento de pele é um dos poucos métodos de massagem que é 
seguro usar directamente sobre a coluna vertebral. Como só a pele é mobilizada e a direcção 
da tracção da pele é para cima e afastando-a dos ossos abaixo, a coluna não corre qualquer 
risco de dano, como é o caso quando se aplica algum tipo de pressão vertical. 
Às vezes, o tecido do cliente não levanta. Isso pode ser consequência de edema excessivo 
(tecido inchado), de uma camada grossa de gordura, de cicatriz que se estende a camadas 
mais profundas do corpo ou de áreas espessas de tecido conjuntivo, especialmente sobre 
aponeuroses (camadas achatadas de tecido conjuntivo superficial). Se essas condições 
existem, as aplicações de pétrissage ou de rolamento de pele serão desconfortáveis para o 
cliente. A mudança para effleurage e compressão pode amaciar o tecido o suficiente para que 
o pétrissage possa ser usado de maneira mais eficiente, se for aplicado mais tarde na sessão 
de massagem. 
O excesso de pêlos no corpo pode interferir no uso do pétrissage e rolamento. O profissional 
de massagem deve ter o cuidado de não puxar os pêlos do cliente, quando estiver a usar o 
pétrissage ou o rolamento de pele. 
 
Como Aplicar o Pétrissage ou Amassamento 
O pétrissage/amassamento deve ser rítmico para ser correcto. A velocidade da manipulação é 
limitada. A velocidade e frequência da aplicação são determinadas pela quantidade de tecido 
que pode ser levantada e pelo tempo que leva para esse tecido ser rolado e apertado pela 
mão. Se o tecido é levantado rapidamente ou apertado rápido demais, fica desconfortável para 
o cliente. Embora seja difícil explicar o conceito, assim como o é o ordenhar de uma vaca ou 
cabra, ou o amassar a massa de fazer pão, a consistência do material decide como ele deve 
ser amassado. 
O pétrissage/amassamento começa com compressão palmar num ângulo de 45 graus para 
impelir o tecido à frente. A pressão da compressão resulta do facto de se inclinar no corpo, e 
não de empurrar para baixo usando força muscular. Quando o tecido se amontoa na frente da 
mão, os dedos, usados como uma unidade combinada com a palma da mão, fecham-se sobre 
o monte de tecido. O tecido é então levantado, rolado e apertado pela mão enquanto o 
profissional de massagem balança todo o seu corpo afastando-se da posição inicial usada para 
produzir a força compressiva e inicia a acção de levantar. Quando o corpo do profissional se 
inclina para trás, os tecidos levantam-se e rolam pelas mãos que estão a segurar. O 
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massagista balança outra vez para a frente e inclina-se no corpo para aplicar compressão e os 
movimentos são repetidos para criar um padrão rítmico de pétrissage. 
Com a excepção de áreas muito delicadas, como o rosto, deve ser evitado o uso dos dedos e 
polegares para levantar o tecido por causa de uma tendência a beliscar e causar desconforto 
no cliente. 
O rolamento da pele usa toda a mão para levantar a pele. Em seguida, os polegares são 
usados para sentir a pele passar pelos dedos num movimento de rolamento. 
 
 “A NÃO ESQUECER” 
Embora o pétrissage seja muito eficiente para amaciar e relaxar o tecido, o seu uso consome 
energia do massagista. Os dedos devem ser usados como uma unidade junto com a saliência 
tenar do polegar. Deve ser evitado o uso excessivo dessa manipulação. É melhor usar o pétris-
sage de maneira intermitente com o effleurage e a compressão, que não precisamdo uso das 
mãos com tanta intensidade de trabalho. Deve-se prestar atenção constante na mecânica 
corporal. 
 
 
 
 
 
COMPRESSÃO 
Quando estiver a usar a palma da mão para fazer compressão, evite a hiperextensão ou 
hiperflexão do punho, mantendo a mão da aplicação na frente em vez de directamente sob o 
ombro do profissional de massagem. Embora a pressão compressiva seja perpendicular ao 
tecido, a posição do antebraço em relação ao punho é mais ou menos de 120 a 130 graus. Se 
estiver a usar as falanges dos dedos ou o punho, assegure-se de que o antebraço esteja numa 
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linha directa com o punho. Se possível, o uso do polegar deve ser evitado. O uso extensivo do 
polegar, especialmente em grandes massas musculares, pode ter como resultado uma lesão. 
A compressão prossegue para baixo nos tecidos; a profundidade é determinada pelo que deve 
ser realizado, pelo lugar em que a compressão deve ser aplicada e pela amplitude ou 
especificidade do contacto com o corpo do cliente. 
A compressão profunda pressiona o tecido contra o osso subjacente. Por causa do padrão 
diagonal dos músculos, o profissional de massagem deve ficar perpendicular ou num ângulo de 
90 graus em relação ao osso, enquanto a verdadeira compressão se situa num ponto entre um 
ângulo de 45 e 90 graus em relação ao corpo. Além desses ângulos, o movimento pode 
escorregar e transformar-se num deslizamento. 
A compressão pode ser usada para substituir o effleurage caso, por alguma razão, não se 
possa ou não se devam usar movimentos deslizantes. Exemplos disso incluem o trabalho em 
áreas onde haja excesso de pêlos no corpo, áreas onde as pessoas sentem cócegas e áreas 
onde a pele seja sensível a lubrificante. A compressão evita a resposta de cócegas ao activar 
receptores profundos de toque. Além disso, a compressão não desliza nem rola sobre o tecido. 
 
 
 
 
 
VIBRAÇÃO 
A vibração é um movimento muito poderoso, se puder ser feita durante um tempo 
suficientemente longo e com bastante intensidade para produzir efeitos fisiológicos reflexos. A 
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vibração manual pode ser usada de modo bem sucedido pelo profissional de massagem para 
estimular os músculos, aplicando-se a técnica aos tendões dos músculos até trinta segundos. 
Quando concluído, o padrão do músculo antagonista relaxa pela inibição neurológica recíproca. 
Um outro uso da vibração é para romper a monotonia da massagem. Se os mesmos métodos 
são usados repetidamente, o corpo adapta-se e não responde tão bem à sensação ou 
estimulação. Como a vibração é usada para "despertar" os nervos, ela é um bom método para 
estimular a actividade nervosa. A componente nervosa dos músculos em volta de uma 
articulação, também se estende, à própria articulação. Muitas vezes, a dor muscular é 
interpretada pelo cliente como sendo dor de articulação e vice-versa. Usada de maneira 
específica e deliberada, a vibração é uma óptima manipulação de massagem para confundir e 
mudar a percepção de dor no músculo/articulação. 
 
Como Aplicar Vibração 
Toda a vibração começa com compressão. Depois de atingida a profundidade da compressão, 
a mão precisa tremer e transmitir a acção para os tecidos vizinhos. Como foi descrito por 
Cyriax os músculos acima do cotovelo devem estar relaxados. A acção vem apenas da 
contracção/relaxamento alternados dos músculos do antebraço. De todos os métodos de 
massagem, talvez o mais difícil de ser dominado seja a vibração. 
 
 
 
 
 
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Exercício: Para começar com vibração rudimentar, coloque a mão no cliente e comprima 
levemente. Comece movimentando a mão para a frente e para trás, usando apenas os 
músculos do antebraço e limitando o movimento a cerca de cinco centímetros de espaço. 
Acelere gradualmente o movimento para a frente e para trás, garantindo que a parte superior 
de seu braço permanece relaxada. A seguir, diminua o movimento para a frente e para trás até 
que a mão não se mexa em absoluto no tecido. 
Por causa da energia necessária para realizar essa manipulação, ela deve ser usada com 
moderação e durante períodos curtos. Sugere-se que um effleurage de antebraço se siga à vi-
bração porque a acção do effleurage essencialmente massaja e relaxa o braço do profissional 
de massagem, protegendo-o contra problemas causados pelo uso repetitivo. 
 
SACUDIR 
Sacudir é um método de massagem eficiente para relaxar grupos de músculos ou todo um 
membro. As manipulações de sacudir confundem os proprioceptores de posição porque a 
informação sensitiva é desorganizada demais para ser interpretada pelos sistemas integrantes 
do cérebro. 
O sacudir aquece e prepara o corpo para um trabalho corporal mais profundo e trata as 
articulações de uma maneira geral. O sacudir é eficiente quando os músculos parecem muito 
tensos. Essa técnica tem um efeito reflexo, mas também, pode haver uma pequena influência 
mecânica sobre o tecido conjuntivo por causa das componentes de levantar e puxar do 
método. 
Às vezes, o sacudir é classificado como uma vibração. No entanto, a aplicação é muito 
diferente porque a vibração começa com compressão e o sacudimento começa com 
levantamento. 
 
Como Aplicar o Sacudir 
O sacudir começa com um componente de levantar e puxar. Um grupo de músculos ou um 
membro é seguro, levantado e sacudido. Todo movimento é fluido, como o vento numa brisa 
suave ou um balanço de varanda numa noite quente de verão. O balançar é uma das técnicas 
de relaxamento mais eficientes que são usadas pelo profissional de massagem. Muitas 
respostas parassimpáticas são extraídas pelo balançar do corpo durante o effleurage, o 
pétrissage e a compressão. 
 
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TAPOTAGEM OU PERCUSSÃO 
O termo tapotagem vem do francês tapoter, que significa "bater de leve, tamborilar ou dar 
pancadinhas". As técnicas de tapotagem requerem que as mãos ou partes da mão dêem 
pancadas ágeis no corpo numa proporção rápida. As pancadas são direccionadas para baixo a 
fim de criar uma compressão rítmica no tecido. 
A tapotagem/percussão é dividida em duas classificações: leve e pesada. A diferença entre 
tapotagem leve e pesada é determinada pelo facto de se a força dos golpes penetra apenas no 
tecido superficial da pele e nas camadas subcutâneas (leve), ou se penetra mais 
profundamente nos músculos, tendões e estruturas viscerais (órgãos), como por exemplo a 
pleura na cavidade torácica (pesada). 
A tapotagem é uma manipulação estimulante que opera através da resposta dos nervos. Por 
causa do seu intenso efeito estimulante sobre o sistema nervoso, a tapotagem inicia ou 
acentua a actividade simpática do sistema nervoso autónomo. Os efeitos das manipulações 
são reflexos, excepto pelos resultados mecânicos da tapotagem em soltar e mover o muco no 
tórax. Crianças com fibrose cística são tratadas com tapotagem, mas a terapia de massagem 
desse tipo está acima dos níveis iniciais de habilidade do técnico de massagem. 
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O efeito mais notável da tapotagem resulta da resposta dos reflexos tendinosos. Um golpe 
rápido no tendão alonga-o. Em resposta, ocorre uma contracção muscular protectora. Para 
obter o melhor resultado, alongue primeiro o tendão. O exemplo mais comum desse 
mecanismo reflexo é a pancada no joelho ou reflexo do tendão patelar, mas essa respostaacontece em todos os tendões em algum grau. Saber isso é muito útil quando prepararmos os 
músculos para o alongamento, por exemplo, se o cliente indica que os seus isquiotibiais estão 
tensos e precisam ser relaxados. Com o cliente em supinação, o quadril flectido a 90 graus e o 
joelho dobrado em 90 graus, a tapotagem no tendão do quadríceps alongado fará com que o 
quadríceps se contraiam. Como resultado os isquiotibiais relaxam e é mais fácil alongá-los para 
um comprimento em repouso mais normal. 
Quando aplicada nas articulações, a tapotagem afecta os receptores cinestésicos da 
articulação, responsáveis pela determinação da posição e movimento do corpo. Os golpes rápi-
dos confundem o sistema, de modo semelhante ao efeito do balançar e sacudir concentrado na 
articulação, mas os músculos do corpo contraem-se em vez de relaxar. Esse método é útil para 
estimular os músculos enfraquecidos. A força usada precisa de mover a articulação, mas não 
deve ser forte o suficiente a ponto de lhe causar dano. Por exemplo, um dedo pode ser usado 
sobre as articulações cárpicas, ao passo que o punho pode ser usado sobre a articulação 
sacroilíaca. 
A tapotagem/percussão é muito eficiente quando usada em pontos motores que, em geral, 
estão localizados na mesma área que os pontos tradicionais da acupunctura. A estimulação 
repetitiva faz com que o nervo dispare repetidas vezes, estimulando o trajecto nervoso. 
A tapotagem/percussão concentrada sobretudo na pele afecta os vasos sanguíneos 
superficiais da pele, fazendo inicialmente com que eles se contraiam. A tapotagem pesada ou a 
aplicação leve e prolongada dilata os vasos como resultado da libertação de histamina, um 
vasodilatador. Embora pareça que a tapotagem prolongada aumenta o fluxo sanguíneo, a 
tapotagem de superfície acentua o efeito da aplicação de frio, usada na hidroterapia. 
 
Como Aplicar Tapotagem/Percussão 
Na tapotagem, em geral são usadas as duas mãos alternadamente. Quando estiver a dar 
pancadinhas num ponto motor, um ou dois dedos podem ser usados. Os músculos do 
antebraço contraem-se e relaxam em rápida sucessão para pôr em flexão a articulação do 
cotovelo e depois deixar que se liberte rapidamente. Essa acção desce até ao punho relaxado, 
estendendo-o. Então, o punho move-se para a frente e para trás para proporcionar a acção da 
tapotagem. A tapotagem/percussão é um movimento oscilante controlado pelos braços 
enquanto os punhos batem para a frente e para trás. Lembre-se de que o punho deve estar 
sempre relaxado. Formandos iniciados, em geral, querem usar os punhos para proporcionar a 
acção de bater. Isso é, especialmente tentador, quando se estiver a usar pequenos 
movimentos de dedos, no entanto, não deve ser feito porque causará danos no punho. 
A tapotagem pesada não deve ser feita sobre a área dos rins, nem em qualquer lugar em que 
haja dor ou desconforto. Os métodos característicos são classificados da seguinte maneira. 
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Corte - aplicado com ambos os punhos relaxados e os dedos estendidos, somente o dedo 
mínimo ou o lado ulnar da mão bate na superfície. Os outros dedos tocam-se com um toque 
elástico. O corte de ponta pode ser feito usando-se as pontas dos dedos da mesma maneira. 
O corte é usado com toda a mão nas áreas maiores de tecido mole, como por exemplo na 
coluna torácica e ombros. O corte de ponta é usado em áreas menores, como os tendões indi-
viduais dos dedos dos pés ou sobre os pontos motores. 
Mão em concha - os dedos e polegares são colocados como se formassem uma concha. As 
mãos são viradas e é feita a mesma acção que no corte. Usado na parte anterior e posterior do 
tórax, a mão em concha é boa para estimulação do sistema respiratório e para soltar o muco. 
Se o cliente solta o ar e faz um barulho enquanto a mão em concha está a ser aplicada, usa-se 
pressão suficiente de modo que o tom começa a mudar de "AAAAAAAAAAAAHHHHHH" para 
"AH AH AH AH AH AH". 
Bater e socar - esses movimentos são realizados usando-se o punho mole com as falanges 
(nódulos) dos dedos para baixo, ou verticalmente com o lado ulnar da palma. O bater e socar 
são feitos sobre músculos grandes, como os glúteos e o quadríceps. 
Palmadas - toda a palma da mão achatada faz contacto com o corpo. Esse é um bom método 
para libertar histamina a fim de aumentar a vasodilatação e seus efeitos na pele. É um bom 
método, também, para usar na sola dos pés. O contacto amplo de toda a mão transmite a força 
lateralmente em vez de para baixo, e os efeitos permanecem no tecido superficial. 
 
 
 
 
 
 
 
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FRICÇÃO 
Um método de fricção consiste em pequenos movimentos profundos realizados numa área 
local. Esse método foi formalizado por James Cyriax e usa a massagem de fricção transversa 
sem aplicar qualquer lubrificante. A pele move-se com os dedos. Caso se deixe que os dedos 
deslizem para a frente e para trás sobre a pele, o resultado pode ser uma queimadura por 
fricção. 
A manipulação de fricção previne e dissolve aderências locais no tecido conjuntivo, 
especialmente sobre tendões, ligamentos e cicatrizes ao criar inflamação terapêutica. Esse 
método não é usado sobre lesão aguda ou cicatrizes recentes. 
O uso modificado da fricção, depois de a cicatriz estabilizar ou passar a fase aguda, pode 
prevenir aderências e promover um processo de cura mais normal. 
A aplicação de Cyriax, também proporciona redução de dor, através do mecanismo de contra-
irritação e analgesia por hiperestimulação. Em muitos livros didácticos antigos, a fricção é 
explicada como um movimento enérgico para a frente e para trás, concentrado na pele e no 
tecido subcutâneo para a dilatação dos vasos da pele. O uso excessivo provoca uma 
queimadura por fricção na pele semelhante a uma queimadura de tapete. A literatura histórica 
sobre massagem indica que queimaduras por fricção eram feitas de propósito para produzir 
estimulação de longo prazo no nervo. Esse é um método de contra-irritação que raras vezes é 
usado hoje em dia. 
O tecido conjuntivo tem um alto conteúdo de água. Para que o tecido conjuntivo continue 
flexível, ele deve permanecer hidratado. A fricção aumenta a capacidade de fixar água da 
substância fundamental do tecido conjuntivo. 
Em geral, o movimento na fricção é transversal à direcção da fibra. Geralmente, é realizado de 
trinta segundos a dez minutos. O resultado desse tipo de fricção é a iniciação de uma pequena 
resposta inflamatória controlada. As substâncias químicas, libertadas durante a inflamação, 
resultam na activação dos mecanismos de reparo de tecido, com a reorganização do tecido 
conjuntivo. Por causa da sua natureza específica e foco directo na reabilitação, o uso da fricção 
transversal profunda não é apropriado para o formando que se inicia na massagem. 
O apropriado para o principiante em massagem é uma aplicação modificada da fricção, usada 
para manter macias e flexíveis as áreas de alta concentração de tecido conjuntivo. A aplicação 
modificada é essencialmente a mesma que a fricção transversal profunda, porque o foco é 
transversal à direcção da fibra muscular e move o tecido por baixo da pele, mas a duração e a 
especificidade são reduzidas. 
A fricção é uma abordagem mecânica que é melhor aplicada a áreas de alta concentração de 
tecido conjuntivo, como por exemplo a junção musculotendinosa. Nessas áreas são comuns os 
microtraumas causados pelo movimento repetitivo e por alongamento excessivo. O 
microtrauma predispõe a junção musculotendinosa a problemas inflamatórios, a mudanças no 
tecido conjuntivo e aderência. A fricção é uma boa maneira de manter esse tecido saudável. 
Um outro uso para a fricção é combiná-la com a compressão. A combinação acrescenta um 
pequeno componentede alongamento. O movimento não inclui deslizamento. Essa aplicação 
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tem um efeito mecânico, químico e reflexo e hoje em dia é a abordagem mais comum para o 
uso da fricção. 
 
Como Aplicar Fricção 
O foco principal quando, se for aplicar a fricção, é mover o tecido por baixo da pele. Não se usa 
lubrificante porque os tecidos não devem deslizar. A área a ser friccionada deve ser colocada 
numa posição agradável ou relaxada. O movimento é produzido começando-se com uma 
compressão específica, de moderada a profunda, usando os dedos, a palma da mão ou a parte 
plana do antebraço próximo ao cotovelo. Depois de se atingir a pressão necessária para 
contactar o tecido, o tecido superficial é movido para a frente e para trás de um lado a outro na 
fibra do tecido profundo para a fricção transversal ou cruzada, ou em volta, num círculo para a 
fricção circular. 
Quando o tecido responder à fricção, comece gradualmente a alongar a área e a aumentar a 
pressão. O cliente deve ter uma sensação intensa, mas se for dolorosa, a aplicação deve ser 
modificada para um nível tolerável de modo que o cliente informe essa sensação como sendo 
uma "dor boa". A maneira recomendada para se trabalhar dentro da zona de conforto do cliente 
é usar pressão suficiente para ele sentir a área específica, mas não se queixar de dor. A fricção 
deve ser continuada até que a sensação se reduza. Aumente a pressão pouco a pouco até que 
o cliente sinta de novo a área específica. 
A área que está a ser friccionada deve ficar sensível ao toque durante 48 horas após a técnica 
ter sido usada. A sensação deve ser semelhante a uma suave sensibilidade pós-exercício. 
Como o foco da fricção é a aplicação controlada de uma pequena resposta inflamatória, ela 
provoca calor e vermelhidão pela libertação de histamina. Além disso, a circulação aumentada 
resulta numa pequena quantidade de inchaço quando mais água se liga ao tecido conjuntivo. 
 
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EFEITOS DAS TÉCNICAS DE MASSAGEM NOS TECIDOS 
Tabela 6 – Efeitos das técnicas de massagem nos tecidos 
Movimento Efeitos 
Effleurage, deslizamento, rolamento da 
pele 
Estimulação da circulação linfática e 
sanguínea superficial; mobilização da pele 
e do tecido subcutâneo; promoção do 
relaxamento local e geral; alivio da dor. 
Amassamento, torção, belisco Mobilização do tecido muscular; 
estimulação da circulação mais profunda; 
promoção do relaxamento; alivio da dor 
Percussão, cutiladas, pancadas, palmadas Estimulação da actividade muscular e da 
circulação profunda 
Tapotagens , vibrações, agitação Mobilização e remoção das secreções 
pulmonares 
Fricção profunda Mobilização e alivio da dor em tendões, 
músculos, ligamentos e cápsulas 
articulares 
 
DIFERENTES ÁREAS DE CONTACTO DA MÃO (PARA REALIZAÇÃO DE MASSAGEM) 
Nos tratamentos por massagem, as mãos desempenham duas funções: dão movimento à pele, 
tecidos subcutâneos, músculos e outras estruturas e adquirem informação acerca do estado 
destes tecidos. Desta forma, as mãos podem ser vistas como sensores móveis, transmitindo 
informação para o terapeuta sobre o estado dos tecidos que estão a massajar. 
 
ÁREAS DAS MÃOS QUE PODEM SER USADAS NA ADMINISTRAÇÃO DE MASSAGENS 
� Toda a superfície palmar de uma ou das duas mãos; 
� A borda ulnar da eminência hipotenar; 
� Uma ou mais pontas dos dedos; 
� Uma ou mais almofadas dos dedos 
� Uma ou ambas as almofadas do polegar. 
 
COMPONENTES CRÍTICAS DA MASSAGEM 
Os factores que devem ser levados em consideração na aplicação das técnicas de massagem 
são a direcção do movimento, a intensidade da pressão, a velocidade e o ritmo dos 
movimentos, a duração e frequência do tratamento. 
Cada um destes factores será considerado sob uma perspectiva histórica. No início do capítulo 
4 o tema voltará a ser discutido. 
 
 
 
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DIRECÇÃO 
A literatura mostra que até a época de Hipócrates, a direcção da massagem era centrífuga 
(Johnson, 1866). As contribuições de Hipócrates para a medicina são excepcionais, ele 
demonstrou o seu génio no uso da massagem e, também, em muitos outros tratamentos 
médicos. Hipócrates preferia a direcção centrípeta para os movimentos da massagem. Ele 
ficou conhecido pela grande ênfase na observação clínica. Assim, podemos assumir que a sua 
escolha de direcção teve por base observações clínicas dos efeitos do tratamento. A circulação 
do sangue não foi descrita senão perto de dois mil anos mais tarde. 
Galeno, cinco séculos depois de Hipócrates, variava a direcção dos movimentos da 
massagem, dependendo da sua finalidade e da sua relação com o exercício. No início do 
século XIX, Ling defendeu o alisamento suave numa direcção centrífuga, e a pressão mais 
profunda com movimentos centrípetos. Este conceito mantém-se válido até aos dias actuais. 
Escritores mais próximos da nossa época expressavam de forma muito clara quais os efeitos 
esperados com base nos movimentos de direcção centrípeta, em comparação aos de direcção 
centrífuga. Murrell (1886) afirmou que a direcção devia ser "de baixo para cima" e na direcção 
das fibras musculares. Hoffa e Bucholz encontram-se entre os primeiros a mencionar que a 
direcção devia ser congruente com a circulação venosa e linfática. Muitos autores defenderam 
o início do movimento na parte proximal (e não distal) de um segmento, mas com a direcção da 
pressão em cada movimento concordando com a direcção do fluxo venoso (centrípeta), ainda 
que a sucessão dos movimentos ocorresse na direcção oposta (centrífuga). 
Algumas técnicas de massagem, como a fricção profunda e a massagem do tecido conjuntivo 
(MTC), são específicas acerca da direcção do movimento na área de sua aplicação. 
 
PRESSÃO 
A consideração da pressão parece ter sido importante desde a descrição mais antiga dos 
movimentos de massagem, embora não houvesse consenso entre os primeiros praticantes da 
arte. Hipócrates diferenciou os tipos de pressão, mencionando as pressões: delicada, firme, 
suave e moderada. Hipócrates enfatizava a importância de seleccionar a pressão correcta para 
determinada técnica, para a obtenção do resultado desejado, como na declaração 
frequentemente citada, " A fricção firme une; a fricção suave solta; muita fricção faz com que as 
partes se percam; fricção moderada faz com que cresçam". 
Durante o final do século XIX e o início do século XX, muitos autores deram a impressão de 
que, quanto maior a pressão, mais efectiva seria a massagem. Eles começavam o tratamento 
ou a série de tratamentos, com uma suave pressão e iam aumentando a força até o nível de 
tolerância do paciente à pressão. 
Mennell foi excepcional no seu raciocínio para o uso da massagem. Este autor afirmou que a 
intensidade da pressão depende somente do relaxamento muscular. Quando os músculos 
estão relaxados durante todo o tratamento, mesmo uma ligeira pressão deverá influenciar 
todas as estruturas na parte sob tratamento. Mennell acreditava que o movimento pode ser 
profundo, sem que seja vigoroso. 
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Este autor argumentava que, se os músculos estão relaxados, estas estruturas oferecerão uma 
resistência semelhante à de uma massa líquida e qualquer pressão aplicada à superfície será 
transmitida livremente, para todas as estruturas situadas sob a mão. Disse, ainda, que a 
prática, acompanhada de uma habilidade gerada exclusivamente por um delicado sentido do 
tacto, demonstrará quão extremamente pequena pode ser a pressão suficiente para a 
compressão de qualquer estruturana sua mais ampla extensão, capaz, aliás, de esvaziar veias 
e espaços linfáticos. Mennell, também, afirmou que "há uma ilusão profundamente arraigada — 
e que demorará a desaparecer — de que a estimulação na massagem é impossível sem o 
dispêndio de energia muscular e de vigor. Entretanto, esta é somente uma ilusão". As técnicas 
de massagem do tecido conjuntivo usam uma pressão firme, mas buscam evitar a dor. 
 
VELOCIDADE E RITMO 
Alguns autores mencionaram brevemente a velocidade dos movimentos de massagem, mas 
poucos estudaram o ritmo. Outros autores combinaram estes dois factores. Beveridge, 
evidentemente, considerava a grande velocidade uma vantagem: este autor acreditava que a 
flexibilidade dos dedos é importante, por permitir uma rápida movimentação. Ling variava a 
velocidade de acordo com o tipo de movimento: a effleurage devia ser administrada 
lentamente, o rolamento, a agitação, e a tapotagem rapidamente. Mezger concordava que a 
effleurage devia ser praticada lentamente. 
Varia-se a velocidade de acordo com a área tratada. A massagem deve ser lenta e uniforme, 
com repetições rítmicas. Zabludowski afirmava que a área coberta determina, até certo ponto, 
a velocidade. Variamos a velocidade e o ritmo de acordo com o efeito desejado. Para um efeito 
calmante, recomenda-se que a effleurage seja administrada lenta e ritmicamente e para um 
efeito estimulante os movimentos devem ser "rápidos e fortes”. 
Identificam-se os seguintes aspectos essenciais: 
1. Os movimentos devem ser lentos, suaves e rítmicos, e não deve haver hesitação nem 
irregularidade na sua prática. 
2. O tempo entre o final do movimento e o início do movimento seguinte deve ser idêntico ao 
tempo gasto ao longo do movimento. 
3. O ritmo deve ser uniforme, para que seja produzido um estímulo igualmente uniforme. 
Para o deslizamento profundo não existe necessidade de grande velocidade, pois o fluxo do 
sangue venoso é lento e o da linfa, ainda mais lento. O amassamento praticado com 
demasiada rapidez é inimigo do êxito, e para as fricções o ritmo deve ser lento e uniforme. 
 
DURAÇÃO 
Qual deve ser a duração da massagem é algo impossível de registar em palavras, mas o 
massagista sendo experiente, deverá formar uma ideia no primeiro dia, que não será muito 
apurada, mas reduzirá esta conjectura continuamente, ganhando em precisão". 
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Uma massagem geral deve prolongar-se por 50 minutos. A duração da massagem depende, 
obviamente de diversos factores, no entanto, a figura procura relembrar os timings que 
normalmente se utilizam para a realização de uma massagem de relaxamento. 
 
 
 
 
 
FREQUÊNCIA 
Reconhece-se que a frequência do tratamento faz parte da "dosagem" da massagem. A 
frequência deve ser regulada de acordo com o estado do paciente. Para que o organismo 
possa retirar o máximo de benefícios da massagem é necessário induzir uma adaptação às 
alterações fisiológicas provocadas. Desta forma, entende-se que a massagem geral realizada 
todos os dias poderá ser uma assiduidade pouco adequada, aconselhando-se a sua realização 
em dias alternados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FICHA DE TRABALHO 
 
1. Durante a realização da massagem a movimentação /balancear do técnico deverá ser: 
a) Esporádica. 
b) Lenta e constante. 
c) Rápida e esporádica. 
2. As componentes críticas da mecânica corporal do técnico envolvem: 
a) Todas as principais articulações móveis do esqueleto apendicular. 
b) Apenas os pés, ombros e mãos. 
c) Coluna vertebral e membros superiores. 
3. Colocar por ordem crescente de pressão as seguintes zonas: 
a) Polegares. 
b) Antebraço. 
c) Dedos. 
d) Zona tenar. 
4. A massagem deverá ser feita na sua generalidade: 
a) Na direcção do coração com o propósito de promover a mobilização do sague venoso. 
b) Evitando o sentido distal para que o sistema de válvulas nas veias não seja danificado. 
c) Sem demasiada pressão para não prejudicar o fluxo-arterial. 
5. Quais os efeitos fisiológicos da manobra de manipulação – pressão? 
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
6. Faz a correspondência entre os seguintes significados e sufixos? 
Algia Estudo de... 
 
Patia Dor... 
 
Logia Doença... 
7. As técnicas manuais de massagem são fisiologicamente específicas e bem definidas 
por: 
a) O modo de aplicação. 
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____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
b) A velocidade e a profundidade da pressão. 
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____________________________________________________________________________ 
 
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c) A intensidade do toque. 
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
d) A parte do corpo do técnico usada. 
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
8. Menciona 3 lugares de perigo sobre os quais não deveremos aplicar demasiada 
pressão sobre a anatomia de superfície. 
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
9. Onde se situa o ponto de equilíbrio durante uma massagem? 
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
10. Como é que o técnico pode proteger a sua coluna lombar? 
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
 
 
 
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BIBLIOGRAFIA 
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UF2: MASSAGEM – PROCEDIMENTOS DE PREPARAÇÃO, 
EXECUÇÃO E FINALIZAÇÃO 
OBJECTIVOS 
1. Identificar padrões de comunicação adequados e formas de escuta reflexiva; 
2. Desenvolver estratégias para manutenção de limites profissionais com o cliente; 
3. Identificar os procedimentos higiénicos básicos importantes para um ambiente profissional; 
4. Desenhar um ambiente eficiente para a execução de uma massagem. 
 
PROCESSO DE RECEPÇÃO, ORIENTAÇÃO DO CLIENTE E FINALIZAÇÃO 
Uma das componentes obrigatórias da nossa sessão de massagem é a explicação acerca da 
forma de deitar na marquesa. Desta forma, vamos apresentar termos consensuais durante a 
realização da massagem. 
1. Posição anatómica - A postura do corpo quando está erecto, com os braços pendendo 
para os lados e as palmas voltadas para a frente. 
2. Posição erecta - o corpo em posição em pé. 
3. Posição supina - o corpo deitado numa posição horizontal com o rosto para cima; 
4. Posição em pronação - o corpo deitado numa posição horizontal de rosto para baixo; 
5. Posição lateralmente deitado - o corpo deitado numa posição horizontal sobre o lado direito 
ou esquerdo; 
6. Decúbito ventral - o corpo deitado numa posição horizontal de rosto para baixo; 
7. Decúbito dorsal - o corpo deitado numa posição horizontal de rosto para cima. 
 
PROCEDIMENTOS DE POSICIONAMENTO/COBERTURA 
A posição do paciente é crucial para uma massagem efectiva. Um paciente desconfortável não 
será capaz de relaxar e isto irá interferir seriamente no efeito da massagem. Precisamos ter 
apoios em número suficiente para o apoio de todas as partes do corpo do paciente, para que o 
relaxamento seja maximizado. 
O paciente deve ser mantido aquecido durante todo o tratamento e qualquer parte que não 
esteja a ser massajada deve ficar coberta, quando possível, com um toalhão, lençol ou outra 
coberta adequada. Para que seja induzido o relaxamento do paciente, a sala deve estar 
aquecida, de preferência em silêncio e, sempre que possível, o paciente deve ser tratado de 
forma exclusiva. É muito importante que em todas as ocasiões seja preservada a privacidade 
do paciente, e por isso, o paciente deve ficar adequadamente coberto. Por outro lado, as partes 
do corpo que estão a ser massajadas devem estar acessíveis. 
 
POSICIONAMENTO 
Posicionar é ajudar o cliente a ficar na posição que melhor acentue os benefícios da 
massagem. As quatro posições básicas da massagem são a supina/dorsal (rosto para cima), a 
prona/ventral (face para baixo), a deitada de lado e a sentada. Esta secção explica o uso dos 
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apoios de corpo e da cobertura apropriada para essas posições básicas. O cliente pode usar 
as quatro posições durante uma sessão de massagem, já que pode ser desconfortável per-
manecer mais do que quinze minutos na mesma posição. 
Para deixar o cliente confortável, são usadas almofadas ou outros apoios, como toalhas 
dobradas, cobertas, cunhas ou rolos. Os suportes preenchem as lacunas de contorno quando o 
cliente está posicionado e proporcionam áreas macias nas quais ele pode apoiar-se. Em geral, 
os suportes são colocados debaixo dos joelhos, dos tornozelos e do pescoço. 
É provável que, depois do primeiro trimestre de gravidez, a mulher fique mais confortável na 
posição deitada de lado. Se o cliente tiver um abdómen grande, devem-se usar apoios para 
levantar o peito e dar-lhe suporte. Isso pode ser feito usando-se uma forma de espuma, em 
que haja uma área recortada para acomodar o abdómen. As mulheres com seios grandes 
podem precisar de uma almofada para o peito. 
 
 
 
 
 
As posições em que se fica deitado de lado exigem almofadas ou apoios para os braços e um 
pequeno suporte entre os joelhos. Clientes com dor na coluna lombar podem ficar mais 
confortáveis com um suporte debaixo do abdómen quando estiverem deitados em pronação. 
A mudança da posição do cliente exige mudança dos suportes de corpo. Todos os suportes 
devem permanecer debaixo do lençol ou papel que cobre a marquesa, trocados após cada 
cliente. Se os apoios estiverem localizados debaixo do lençol, simplesmente dobre-o a fim de 
expor os apoios e movê-los. 
A Cobertura (serve dois propósitos): 
1. Para manter a privacidade e o sensação de segurança do cliente. A coberta torna-se o limite 
entre o profissional e o cliente. É uma maneira de estabelecer o toque enquanto profissional. 
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É muito mais profissional e menos invasivo descobrir com jeito a área a ser massajada e 
voltar a cobrir para esse propósito do que deslizar as mãos por baixo do material de 
cobertura. O respeito pela privacidade pessoal e limites do cliente proporciona um ambiente 
de bem-estar. 
2. Para proporcionar calor. 
 
PRINCÍPIOS DE COBERTURA 
 
“A não esquecer” 
Todo material de cobertura deve ter sido lavado há pouco tempo. A roupa de cama descartável 
deve ser nova para cada cliente. 
 
A cobertura pode ser feita de muitas maneiras. Os princípios primordiais são os seguintes: 
1. Só deve ficar descoberta a área que estiver a ser massajada. 
2. A região dos órgãos genitais jamais é descoberta. A área dos seios das mulheres não é 
descoberta durante a massagem convencional de relaxamento. A massagem médica 
específica, sob a supervisão de um profissional médico, pode precisar de procedimentos de 
cobertura especiais para a área dos seios no caso das mulheres. 
3. Os métodos de cobertura devem manter o cliente coberto em todas as posições, inclusive na 
posição sentada. 
Para que estes princípios possam ser respeitados e “todas” as zonas corporais possam ser 
tocadas, aconselha-se a seguinte metodologia/rotina de colocação de toalhas, a envolver o 
corpo do cliente. Esta forma de cobertura é indicada quando o cliente inicia a massagem em 
decúbito dorsal, e para o caso de este ser do sexo feminino: 
1. Colocar uma toalha pequena e uma grande em cima da marquesa e instruir o cliente da 
seguinte maneira. Depois de estar deitado (em decúbito dorsal) o cliente deverá colocar a 
toalha pequena transversalmente por cima dos seios. De seguida, a toalha grande será 
colocada por cima da primeira ao comprimento do corpo do cliente (desde as clavículas aos 
pés). 
PS: O procedimento de colocação de uma toalha pequena apenas se aplica a um cliente do 
sexo feminino. 
2. Para massajar o abdómen basta deslocar a toalha grande a partir do topo e colocá-lo à 
disposição. 
3. Quando se finaliza o trabalho sobre a parte anterior do corpo, retiramos a toalha que cobre 
os seios por baixo da grande. 
4. O cliente é instruído para se sentar na marquesa e com a nossa ajuda roda para o lado 
contrário à nossa posição colocando-se em decúbito ventral, sendo a nossa função 
acompanhar este movimento acertando a posição da toalha grande. 
 
 
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AJUDAR O CLIENTE A SAIR DA MESA DE MASSAGEM 
Use o seguinte procedimento quando for ajudar um cliente a sair da mesa. 
1. Estenda as mãos por baixo do pescoço e dos joelhos do cliente. 
2. Sustente a toalha grande em volta do pescoço do cliente e segure-o de modo a que ele não 
escorregue quando o cliente for levantado. 
3. Erga o tronco do cliente para fora da mesa enquanto gira os joelhos para a borda. Assegure-
se de que o braço do cliente esteja colocado no seu ombro e não em volta do pescoço. 
4. Em caso de tontura, estabilizar o cliente por alguns momentos e depois de ficar na posição 
sentada. 
5. Ainda segurando a toalha, ajudar o cliente a ficar em pé. 
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6. Deixar o cliente segurar na tolha para garantir privacidade. 
Em raros casos, o cliente pode precisar de ajuda para se vestir. Deixe que o cliente faça o 
máximo possível. Seja prático e cauteloso em qualquer assistência. 
Se for deixar o cliente sair da mesa sozinho, lembre-o do seguinte: 
1. Gire para um lado. 
2. Use os braços para se colocar na posição sentada. 
3. Fique sentado por um minuto antes de pôr-se em pé. 
4. Deixe as toalhas na marquesa. 
5. Vista-se e saia da sala. 
 
SKILLS DE COMUNICAÇÃO COM O CLIENTE 
Muitas vezes, a comunicação eficiente é um processo difícil tanto para o profissional como para 
o cliente. Sem uma abordagem de comunicação directa, os dilemas éticos tendem a aumentar 
progressivamente, e ambas as partes sofrem no processo. Os profissionais procuram 
estabelecer genuína consideração positiva em relação a todos os clientes e relacionar-se com 
cada um deles, com sensibilidade para com a singularidade dessa pessoa. A ética profissional 
exige que, quando ocorre um sentimento de crítica e julgamento negativo de um cliente, 
devemos ter consciência disso e trabalhar para impedir que interfira no nosso compromisso 
com a qualidade. A comunicação directa e honesta, concentrada na situação em vez de ser na 
pessoa é feita de uma maneira gentil e respeitosa, abre as portas para a resolução. 
Comunicação: um acto de troca alta de pensamentos, sentimentos e comportamentos. Muitos 
dilemas éticos e profissionais resultam de dificuldades de comunicação. Para tomar decisões 
éticas e resolver problemas éticos é necessário comunicar-se de modo eficiente. Como já foi 
mencionado o toque é um modo de comunicação poderoso. A intenção do toque profissional 
pode ser influenciada por muitos factores, inclusive a contratransferência e o processo de 
pensamento do terapeuta no momento do toque. 
Colocar em acção princípios éticos requer algumas habilidades de comunicação básicas. São 
necessárias técnicas de comunicação para obter informação, manter gráficos e registos de 
cliente, e dar informação de maneira eficiente, de modo que o cliente possa permitir o 
consentimento informado. O uso das seguintes técnicas de comunicação ajudará o técnico a 
manter práticas éticas no relacionamento terapêutico. 
A mensagem mais segura é dada através do modo cinestésico, ou linguagem corporal. Quando 
nos expressamos através dos nossos corpos, os outros recebem as mensagens visualmente e 
sentem o nosso toque. É importante que haja congruência entre aquilo que é ouvido, aquilo 
que é visto e o que é sentido. Quando a falta de continuidade é um problema, a mensagem 
cinestésica parece ter o efeito mais forte. 
O tom de voz é mais importante do que as palavras faladas. O tom é cinestésico e auditivo por 
causa das ondas emitidas. Ouvimos e sentimos as ondas de som pelo tom de voz. 
As palavras são a parte menos eficiente do padrão de comunicação. Palavras podem ter um 
sentido mesclado, dependendo da definição de cada pessoa sobre uma palavra específica. É 
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importante assegurar que cada uma das pessoas que está a comunicar opere a partir da 
mesma definição da palavra. Por exemplo, a definição do técnico de massagem para a palavra 
despir-se pode ser diferente da definição do cliente. Para um profissional da massagem, 
despir-se pode significar tirar as roupas externas, mas continuar com a roupa de baixo. O 
cliente interpreta a mesma palavra com o significado de tirar todas as roupas. Durante o 
processo de consentimento informado, o técnico de massagem pode dizer: "Está fora de meu 
âmbito de prática diagnosticar ou tratar alguma condição específica". O técnico define a palavra 
tratar com o significado de prover procedimentos medicinais ou de reabilitação. O cliente in-
terpreta a palavra tratar como sendo qualquer tipo de método usado. 
 
PADRÕES PREFERIDOS DE COMUNICAÇÃO 
Cada pessoa tem um método preferido de dar e receber informação num estilo que é o mais 
confortável para si. Isso é determinado por predisposição genética e condicionamento 
(aprendizagem). 
Aqueles que preferem o modo visual fazem imagens na sua mente e usam muitas palavras 
descritivas enquanto pintam quadros de palavras durante a conversa. Eles tendem a usar a 
expressão "está a ver" e querem fazer contacto visual durante a conversa. 
Outros preferem o modo auditivo. Essas pessoas usam palavras de "ouvir" durante a conversa 
e são muito atentas ao tom e o ritmo da fala. Com frequência, sussurram, falam para si 
mesmas e ouvem com os olhos fechados. 
Quase todos nós processamos mensagens visuais e auditivas através do modo cinestésico. O 
padrão mais comum é visual/cinestésico, e o segundo padrão mais comum é o 
auditivo/cinestésico. As pessoas vêem e sentem ou ouvem e sentem. 
A maneira como a informação é dada e recebida também depende de estilos fundamentais de 
processamento. Algumas pessoas preferem factos e sequências, ao passo que outras 
preferem conceitos e ideias. Algumas pessoas tomam decisões baseadas sobretudo em 
processos de causa e efeito, e outras estruturam as decisões em termos de pessoas e 
estrutura social. Nenhuma maneira é melhor do que outra, apenas diferente. 
Quando estiver a dar informação, é importante transmitir a mensagem no estilo em que a 
pessoa que a recebe prefere para processar a informação. 
 
FENÓMENOS DE TRANSFERÊNCIA E CONTRATRANSFERÊNCIA 
TRANSFERÊNCIA 
Questões de transferência e contratransferência diminuem a eficiência do relacionamento. 
Transferência é a personalização do relacionamento profissional por parte do cliente. Quando 
uma pessoa procura um profissional, questões muito importantes de poder, confiança e 
controle no relacionamento profissional tornam-se responsabilidade do profissional. Quanto 
mais desorganizada é uma pessoa, mais forte é o sentimento de perda de poder. Muitas vezes, 
os clientes procuram uma sensação de controle fora de si mesmos para ajudar a restabelecer 
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vulnerável. 
A situação é mais comum com pessoas que estão doentes ou sob considerável stress, mas 
mesmo o cliente que está bem fica vulnerável neste ambiente. Embora falemos idealmente da 
massagem de relaxamento para ajudar um cliente a manter ou atingir o bem-estar óptimo, a 
verdade é outra. Infelizmente, muito poucas pessoas procuram a massagem por puro prazer e 
para realçar a sua saúde. A maioria dos clientes que servimos, mesmo fora do ambiente dos 
cuidados de saúde, não está muito bem. Eles apenas, ainda não estão doentes. A maioria 
procura serviços de massagem porque não se sente bem e deseja sentir-se melhor. 
Manifestações de transferência incluem exigências de mais tempo do terapeuta, o facto de 
darem presentes pessoais ao terapeuta, a tentativa de colocar o profissional em conversa 
pessoal, propostas de amizade ou actividade sexual e expressões de raiva e culpa. A 
transferência ocorre quando o cliente vê o terapeuta como uma luz pessoal, em vez de o ver de 
uma maneira profissional. É fácil para o cliente ver o profissional como alguém que sabe tudo. 
Se o cliente se tornar dependente do profissional em vez de restabelecer o seu funcionamento 
normal, podem-se desenvolver expectativas irreais. Se as expectativas do cliente não forem 
satisfeitas, ele pode culpar o profissional. Se as expectativas do cliente forem satisfeitas, ele 
pode projectar o crédito ao terapeuta em vez de reconhecer seus próprios esforços. Em ambos 
os casos, o profissional assume uma imagem sobre-humana, que mais cedo ou mais tarde se 
desintegra, muitas vezes deixando o cliente desiludido e sem poder. 
O profissional do trabalho corporal deve compreendere separar os sentimentos apropriados e 
genuínos do cliente das questões de transferência. Por exemplo, um cliente pode ficar furioso 
se o terapeuta chega continuamente atrasado para a consulta, esse é um sentimento 
justificado, não uma transferência. O cliente também pode apreciar, de verdade, a habilidade 
do terapeuta de massagem e expressar essa estima, mas isso não constitui transferência a 
menos que interfira nos limites do relacionamento. 
 
CONTRATRANSFERÊNCIA 
Contratransferência é a incapacidade do profissional de separar o relacionamento das 
expectativas e dos sentimentos pessoais para com o cliente, é a personalização do 
relacionamento da parte do profissional. A Contratransferência apresenta-se em sentimentos 
de ligação com o cliente, como os sentimentos sexuais, o pensar excessivo sobre um cliente 
entre as visitas, um sentimento de inadequação profissional, se o cliente não faz o progresso 
previsto, ou um sentimento de que o cliente é especial. Também se pode manifestar como 
favoritismo, raiva ou repulsa em relação a um cliente. Muitas vezes, a Contratransferência é 
alimentada pelas seguintes necessidades pessoais do terapeuta. 
� A necessidade de curar as pessoas; 
� A necessidade de remover dor e desconforto; 
� A necessidade de ser perfeito; 
� A necessidade de ter a resposta; 
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� A necessidade de ser amado. 
Os problemas do cliente podem servir como um reflexo das experiências pessoais de vida do 
profissional. O profissional de massagem é inteligente para considerar as suas próprias 
necessidades pessoais e desenvolver uma sensação de consciência de si mesmo. 
Sem um alto nível de consciência de si mesmo por parte do profissional, é possível que o foco 
da sessão de massagem mude, deixando de atingir os objectivos do cliente para atingir as 
necessidades do terapeuta. 
Uma outra forma é quando o profissional de massagem dá ao cliente o tipo de massagem que 
ele gostaria de receber, em vez da massagem apropriada ao cliente. Na verdade, esta situação 
ocorre com frequência. Por exemplo, o profissional de massagem prefere deitar em decúbito 
ventral quando recebe uma massagem, e gosta de trabalho firme na coluna. Como o técnico 
gosta dessa posição e nível de pressão, pode ter tendência a manter os clientes na posição de 
decúbito ventral e a usar pressão firme na coluna, mesmo que isso não seja aquilo que o 
cliente necessita. O profissional de massagem, também, pode evitar o uso de um método de 
que não gosta, mas do qual o cliente pode gostar. 
Os massagistas personalizam o relacionamento profissional quando assumem 
responsabilidade excessiva pelo resultado da sessão. Identificar a contratransferência no 
relacionamento assinala áreas que o profissional pode querer explorar e resolver com um 
profissional qualificado a fim de permanecer objectivo e aumentar a eficiência enquanto 
profissional de trabalho do corpo. 
 
FEEDBACK (TERAPEUTA/CLIENTE E VICE VERSA) 
FEEDBACK DO CLIENTE 
Seja a trabalhar com um novo cliente ou a prestar serviços regulares de massagem a um 
cliente já existente, é muito importante encorajar o feedback por parte do cliente. Explique a 
sua importância no que diz respeito aos níveis de conforto (por exemplo, calor, 
posicionamento) e a qualidade de alguma sensação de dor (por exemplo, "dor boa", tal como é 
sentida com frequência no caso de métodos de massagem profunda, e "dor indesejável", que o 
cliente pode sentir se os métodos forem agressivos demais). 
O profissional beneficia com o feedback em relação à eficiência ou ineficiência dos vários 
métodos de massagem. Relatórios de sessão a sessão sobre o progresso, as sensações e 
experiências pós-massagem e a duração dos efeitos, ajudam o profissional a ajustar a 
aplicação da massagem. Também é valioso o feedback do cliente a respeito do 
profissionalismo e da qualidade do relacionamento profissional. 
Muitos clientes têm manifesta dificuldade em dar feedback. Talvez eles não tenham 
consciência suficiente do próprio corpo para dar um relatório preciso sobre as sensações 
durante a massagem ou sobre a eficiência dos métodos usados. Com a informação dada pelo 
profissional, essa comunicação pode melhorar. 
Muito mais comum é que os clientes tenham dificuldade em dar feedback sobre aquilo de que 
não gostaram na massagem, sobre métodos que foram desconfortáveis ou ineficientes e sobre 
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o comportamento impróprio do profissional de massagem. Em geral, as pessoas tendem a 
evitar situações de confronto, ou então tentam "não ferir os sentimentos da outra pessoa". 
Esses comportamentos interferem na capacidade do cliente de fornecer feedback eficiente ao 
profissional. É responsabilidade do técnico de massagem desenvolver um relacionamento 
profissional de confiança, permitindo que o cliente se sinta seguro para dar um retorno positivo 
e construtivo. 
Durante os procedimentos pré-massagem, deve-se esclarecer os clientes sobre a importância 
do feedback. Explicar que todo o feedback é considerado construtivo, não é encarado 
pessoalmente e acentua o serviço da massagem. É importante acalmar a preocupação do 
cliente a respeito da possível reacção do profissional ao "feedback negativo". O feedback é 
encorajado por perguntas abertas antes, durante e depois da massagem. 
� Perguntas e afirmações simplificadas que podem ser usadas antes da massagem: 
� Existe alguma posição na qual fique mais confortável? 
� A temperatura da sala está confortável? 
� Lembre-se de dizer se um método é profundo demais ou doloroso. 
� Agradecia se me indicasse quando um método parecer especialmente benéfico ou 
agradável. 
Perguntas e afirmações, de lembrete, que podem ser usadas durante a massagem: 
� Vou usar três diferentes níveis de pressão nas suas costas, por favor, diga-me qual 
prefere. 
� Poderia haver alguma posição que lhe fosse mais confortável? 
� A massagem nesta área é confortável? 
� Lembre-se de que não há problema em dizer se estiver desconfortável. 
� Lembre-se de se virar bem devagar. 
Perguntas e afirmações a serem usadas depois da massagem: 
� Que métodos foram os mais eficientes hoje? 
� O que entende que se pode melhorar durante a próxima sessão? 
� Lembre-se de avaliar os efeitos posteriores à massagem, para discutirmos na próxima 
sessão. 
Uma maneira de encorajar o feedback do cliente é instigar a ideia do "cliente enquanto 
professor". O cliente ensina coisas a seu respeito, ao profissional de massagem e orienta-o 
para que ele proporcione a melhor massagem para ambos. 
 
FEEDBACK DO PROFISSIONAL 
Os profissionais de massagem, também dão feedback aos seus clientes. Os profissionais de 
massagem precisam de desenvolver habilidades de comunicação, para terem a certeza de que 
o feedback que dão não é encarado pessoalmente pelo cliente, mas sim considerado 
informação valiosa a ser usada. 
As formas de feedback que o profissional pode dar ao cliente incluem: 
� Notou que a sua respiração começa a diminuir um pouco à medida que relaxa? 
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� Sabia que tem um hematoma na perna? 
� A tensão muscular no seu ombro parece mais acentuada hoje. Sente? 
� Parece que fica tenso quando aplico pressão nessa área. 
� Notei que a cor da sua pele melhorou depois da massagem. 
 
O AMBIENTE DA MASSAGEM 
Os clientes voltam para outra massagem porque gostaram da qualidade do serviço, do 
ambiente e da personalidade profissional. Planei, meticulosamente, a imagem, que o seu 
ambiente de massagem, deve transmitir ao público. Para manter a integridade do 
relacionamento profissional, o ambiente criado para o cenário da massagem, inclusive a 
decoração e o material de leitura fornecido aos clientes, precisa reflectir o âmbito de prática da 
massagem.

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