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37 1 Violação sexual mediante fraude - 5 Semestre

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Violação sexual mediante fraude (art. 215) 
Disciplina: Direito Penal IV 
 Art. 215, CP: ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, 
mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de 
vontade da vítima. 
- Pena: reclusão, de 2 a 6 anos. 
→ Objeto Jurídico 
 Tutela-se aqui a liberdade sexual de qualquer pessoa, homem ou mulher, ou 
seja, a liberdade de dispor de seu corpo, de consentir na prática da conjunção 
carnal ou de outro ato libidinoso, sem que essa anuência seja obtida mediante 
fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da 
vítima. 
→ Elementos do tipo 
1. Ação nuclear 
 O tipo penal passou a reprimir a conduta de ter cópula vagínica ou praticar 
outro ato libidinoso com alguém, mediante a obtenção fraudulenta de seu 
consentimento ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de 
vontade da vítima. 
2. Meios executórios 
 O delito tem como nota característica o emprego de fraude, assim, o agente 
obtém a prestação sexual mediante o emprego de meio enganoso, ou seja, meio 
iludente da vontade da vítima e não com o emprego de violência ou grave 
ameaça, motivo pelo qual ele é considerado delito de menor gravidade. 
- Assim, se não fosse empregada a fraude, a vítima jamais teria se prestado 
à relação sexual. 
 Observação: o crime de violação sexual mediante fraude é incompatível não só 
com a violência real ou grave ameaça, mas também com a violência presumida. 
Dessa forma, o curandeiro que, a pretexto de curar os males de uma menina 
de 13 anos, mantém com ela conjunção carnal não responderá pelo crime em 
estudo, mas sim pelo delito de estupro de vulnerável. 
 A conduta do agente tanto pode consistir em induzir a vítima em erro como em 
aproveitar-se do erro dela. Na primeira hipótese, o próprio sujeito ativo 
provoca o erro na vítima; já na segunda, a vítima espontaneamente incorre em 
erro, mas o agente se aproveita dessa situação para manter com ela conjunção 
carnal ou praticar outro ato libidinoso. 
3. Sujeito ativo 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (crime comum), então, tanto o homem 
quanto a mulher podem praticar o delito em tela. 
4. Sujeito passivo 
 Qualquer pessoa pode ser vítima do crime em tela, ou seja, tanto o homem 
quanto a mulher podem ser sujeitos passivos do crime em questão. 
 Observação: note-se que, se a vítima fosse maior de 14 e menor de 18 anos, e 
não fosse mais virgem, o agente respondia pelo crime de corrupção de menores 
(art. 218, CP). 
- Ademais, se a vítima for menor de 14 anos, ou pessoa com doença ou 
deficiência mental que retire o discernimento sexual ou que, por qualquer 
causa, tenha reduzida sua capacidade de resistência, haverá o crime de 
estupro de vulnerável. 
Violação sexual mediante fraude (art. 215) 
Disciplina: Direito Penal IV 
→ Elemento subjetivo 
 É o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de ter conjunção carnal 
ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que 
impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. 
- Ademais, se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, 
aplica-se também multa. 
→ Consumação e tentativa 
 Consuma-se com a introdução completa ou incompleta do pênis na cavidade 
vaginal da mulher, no caso de conjunção carnal, ou com a prática de atos 
libidinosos diversos. 
- Ademais, a tentativa é possível. Assim, o crime será tentado se, por exemplo, 
um curandeiro, ao solicitar os favores sexuais de mulher rústica sob o 
argumento de que curará seus males, é surpreendido no momento em que está 
prestes a introduzir seu órgão genital na vagina da mulher. 
→ Formas 
1. Simples (art. 215, caput) 
 Está prevista no caput do art. 215. 
2. Qualificada 
 Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se 
também multa. 
→ Ação Penal 
 A ação penal será pública incondicionada. 
 Observação: os processos em que se apuram os crimes definidos neste título 
correrão em segredo de justiça. 
- Entretanto, apenas o estupro entra no rol de crimes hediondos. 
 Importunação sexual (art. 215-A) 
 Art. 215-A: praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com 
o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro. 
- Pena: reclusão, de 1 a 5 anos, se o ato não constituir crime mais grave. 
→ Objeto jurídico 
 Tutela-se aqui a liberdade sexual de qualquer pessoa, homem ou mulher, ou 
seja, a liberdade de dispor de seu corpo, de consentir na prática da conjunção 
carnal ou de outro ato libidinoso. 
→ Elementos do tipo 
1. Ação nuclear 
 A ação nuclear está consubstanciada pelo verbo praticar (executar, realizar), 
sem a sua anuência (concordância, consentimento, permissão), ato libidinoso 
(outras formas de realização do ato sexual, que não a conjunção carnal. 
Exemplo, passar a mão nas partes íntimas, a masturbação direcionada ao 
sujeito ativo), com o objetivo de satisfazer a lascívia (desejo sexual) do próprio 
sujeito ativo ou de terceiros. 
- Ademais, o crime pode ser praticado por qualquer meio executório (forma 
livre). 
 Observação: se o ato for praticado mediante violência ou grave ameaça contra 
a pessoa, o crime será o de estupro (art. 213, CP). 
Violação sexual mediante fraude (art. 215) 
Disciplina: Direito Penal IV 
2. Sujeito ativo 
 Trata-se de crime comum, portanto o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, 
homem ou mulher. 
3. Sujeito passivo 
 Trata-se de crime comum, portanto o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, 
homem ou mulher. 
→ Elemento subjetivo 
 É o dolo, exigindo-se a finalidade específica de objetivar satisfazer a própria 
lascívia ou a de terceiro. Ademais, não se admite a forma culposa. 
→ Consumação e tentativa 
 A consumação se dá no momento da prática do ato lascivo. 
- Ademais, por se tratar de crime plurissubsistente, a tentativa é admissível. 
→ Ação penal 
 O crime é de ação penal pública incondicionada.

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