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1 
Estação Científica - Juiz de Fora, nº 20, julho – dezembro / 2018 
 
ESTUDO DE LIDERANÇA NA ESCOLA DE APRENDIZES-MARINHEIROS 
DE SANTA CATARINA 
 
 Roger Makoto Shimizu1 
Juliane Ines Di Francesco Kich2 
 
 
RESUMO 
Esta pesquisa tem por objetivo analisar os estilos de liderança utilizados pelos 
líderes da Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina. Para o 
desenvolvimento desta pesquisa foi utilizado o método de pesquisa aplicada. Para o 
estudo do fenômeno foi utilizada abordagem qualitativa e quantitativa, com o método 
foi o estudo de caso. Na coleta de dados, foram entrevistados militares líderes e 
liderados da organização, para identificar a características de liderança dos líderes e 
motivação dos liderados. Os dados foram analisados por departamento da 
Instituição em estudo, sendo identificadas diferentes estilos de liderança em cada 
área. Com o decorrer da pesquisa chegou-se a conclusão de que o estilo de 
liderança mais presente dentro desta organização é a situacional, sendo adaptável 
para cada situação, porém constatou-se que existe uma dificuldade na motivação 
dos liderados. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Liderança. Motivação. Organização militar. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 O tema liderança vem sendo discutido desde antigamente, entre estudiosos, 
instituições de ensino, organizações privadas e públicas. É crescente o número de 
artigos e livros que são publicados mensalmente, havendo também uma oferta 
significativa de seminários, palestras e conferências sobre o tema. Dessa forma, a 
 
1 Roger Makoto Shimizu - Bacharel em Administração pelo Centro Universitário Estácio de Santa 
Catarina. 
2 Juliane I. Di. F. Kich - Doutora em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina. 
Professora pesquisadora do Departamento de Administração do Centro Universitário Estácio de 
Santa Catarina. 
 
2 
Estação Científica - Juiz de Fora, nº 20, julho – dezembro / 2018 
 
liderança se caracteriza como um elemento de grande importância no mundo dos 
negócios, e na vida pessoal. 
 Maximiano (2010) liderança é uma arte de conduzir, guiar ou dirigir as 
pessoas, para fins de alcançar uma meta, objetivos ou resultados planejados. Essa 
habilidade é uma das principais características para destacar-se tanto na vida social, 
quanto no mercado de trabalho. 
[…] em crise não há liderança partilhada, quando o barco está afundando o 
capitão não pode convocar uma reunião para ouvir as pessoas, tem de dar 
ordens. Esse é o segredo da liderança partilhada: saber em que situações 
deve agir como chefe e em que situações atuar como parceiro. Para ele “a 
tarefa do líder é desenvolver lideres”, pois toda empresa necessita deles, 
ainda que muitas negligenciem o seu desenvolvimento (DRUCKER, 1996, 
p. 162). 
 
 
 Partindo deste tema foi definido como o objeto de estudo, a Escola de 
Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina, situada na cidade de Florianópolis, é 
uma organização militar da Marinha do Brasil, que tem como a sua missão “Formar 
Marinheiros para o Corpo de Praças da Armada”. Sendo uma instituição de ensino 
militar naval, é cobrado diariamente uma postura de líder diante dos seus liderados 
(ESCOLA, 2017). 
 Desde os tempos antigos do militarismo, a liderança foi uma das principais 
ferramentas utilizados pelos Comandantes das Forças Armadas e auxiliares. Diante 
disso, foi levantado seguinte questão da pesquisa: Quais são os estilos utilizadas 
pelos líderes da Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina para o alcance 
da eficácia? E teve como objetivo: analisar os estilos de liderança utilizadas nesta 
organização militar. 
 Esta pesquisa é original, importante para instituição, podendo ser de 
referência para próximas pesquisas acadêmicas. Pode também auxiliar nas 
mudanças do ambiente organizacional, principalmente militar. 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1 COMPORTAMENTO ORGANIZACINAL 
 
 De acordo com Chiavenato (2016) o comportamento organizacional é uma 
prática das organizações e o comportamento do grupo e indivíduos dentro delas. A 
 
3 
Estação Científica - Juiz de Fora, nº 20, julho – dezembro / 2018 
 
organização somente pode alcançar suas metas se o seu pessoal cooperarem seus 
esforços, afim de alcançar objetivos que individualmente não teria conseguido. Para 
Ruffatto, Pauli e Ferrão (2016) a liderança está diretamente relacionada com a 
motivação. De acordo com a pesquisa deles, dentro de uma empresa familiar os 
gestores evitam com que uma pessoa que não seja um membro da família exerça 
uma função de líder. E que deveria considerar esta possibilidade, pois nem todo 
gestor é um líder. 
 
2.1.1 Motivação 
 
 Robbins (2005) define a motivação como o processo responsável pela 
intensidade, direção e persistência dos esforços de um indivíduo para o alcance dos 
objetivos. Bruning (2015) acrescenta que” A intensidade diz respeito ao tamanho do 
esforço, e a persistência refere-se a dimensão temporal dele, ou seja, uma pessoa 
pode estar disposta a se esforçar intensamente para alcançar um objetivo, porém 
pode ser que desista na primeira tentativa ou pode estar disposto a fazer várias 
tentativas podendo levar um longo período, até chegar no objetivo. A direção do 
esforço relaciona-se ao caminho que a pessoa quer tracejar até alcançar a meta. 
 Chiavenato (2016) para compreender a motivação humana, primeiro passo é 
entender o que provoca e dinamiza. A motivação existe dentro das pessoas, e 
dinamiza de acordo com as suas necessidades, sendo que em cada pessoa tem 
suas próprias necessidades, que são chamados de desejos, aspirações, objetivos 
individuais ou motivo. 
 De acordo com Chiavenato (2016) A teoria motivacional mais conhecida é a 
de Maslow, baseando na hierarquia da necessidade humana, colocando as numa 
escala universal. As necessidades que compõe esta pirâmide a partir da base são: 
as fisiológicas (salário e benefícios), segurança (plano de carreira dentro da 
empresa), social (interações com colegas), estima (promoções e trabalho que 
valorize a identidade pessoal) e auto realização (encorajamento ao completo 
comprometimento do empregado). Cavalcanti (2005) acrescenta que um 
comportamento pode relacionar-se a diferente necessidade de acordo com a 
pessoa. 
 
 
4 
Estação Científica - Juiz de Fora, nº 20, julho – dezembro / 2018 
 
2.2 LIDERANÇA 
 
 Para Bergamini (2002) o tema liderança é de imensa extensão, em maioria 
das vezes não sendo estudado em sua totalidade, mesmo tendo diversas 
publicações sobre o assunto. Não existem organizações sem as pessoas que 
obtêm o poder ou alguma autoridade formal. Mas isso não significa que quem tem o 
poder sejam necessariamente líderes. 
 Para o Cortella (2009) liderança não é um cargo em que o indivíduo 
desempenhe uma atividade específica. Trata-se de uma atitude, de uma função a 
ser exercida. 
 Para o Chiavenato (2006, p.18-19): 
[…] a liderança é necessária em todos os tipos de organização humana, 
seja nas empresas, seja em cada um de seus departamentos. Ela é 
essencial em todas as funções da administração: o administrador precisa 
conhecer a natureza humana e saber conduzir as pessoas, isto é, liderar. 
 
 Adicionalmente, Chiavenato (2016) completa que a influência e o conceito de 
poder e autoridade estão conectados. O poder significa a capacidade de influenciar 
uma pessoa sobre outras. Cortella (2009) acrescenta que liderança não é um dom, 
mas sim, uma virtude, que pode ser compartilhada e desenvolvida. 
 
2.2.1 Teorias da liderança 
 
Para Cavalcanti (2005) definir liderança seria uma tarefa complexa, sendo 
mais fácil reconhecer quem possui do que a definir. Sendo a descrição mais básica, 
a capacidade de influenciar as pessoas. Com o passar dos tempos o conceito da 
liderança vem passando por transformações, devido ao contexto cultural, social e 
ambiental dos pesquisadores. 
 
Quadro 1: teorias da LiderançaTEORIA CARACTERÍSTICAS 
Teoria dos 
traços 
Esta teoria diferencia os líderes dos não-líderes com a base nas qualidades e 
características pessoais. Eram estudadas as características dos líderes da 
década de 1930, e descreviam as suas características como carisma, coragem. 
Muitas das pesquisas para identificar os traços de um líder deram em fracasso. 
Porém, com as últimas descobertas, chegou a conclusão que os traços podem 
indicar a liderança, funcionando melhor para prever o surgimento da liderança 
do que distinguir a eficácia e a eficiência. 
Teoria Diferentemente da teoria de traços, ela estuda quais são as características, 
 
5 
Estação Científica - Juiz de Fora, nº 20, julho – dezembro / 2018 
 
comportamental 
 
atributos necessários para um líder, ou seja, a liderança poderá ser ensinada. 
Algumas universidades estudaram quais seriam o comportamento dos líderes 
eficazes descrito pelos funcionários, e a Universidade Estadual de Ohio 
identificou a estrutura de iniciação e consideração. Universidade de Michigan a 
orientação para o funcionário e orientação para produção. 
Fonte: Robins (2005) e Robins (2010) _ adaptado pelos autores 
 
2.2.2 Estilos de liderança 
 
Segundo Robbins (2005) os primeiros estudos de liderança não foram em 
empresas, mas sim, no grupo de crianças nas escolas. Tratava-se de observações 
casuais que foram sistematizadas bem mais adiante por Stogdill. As suas pesquisas 
foram o início da seleção de vários pontos de vista sobre a liderança. Por essa 
iniciativa que hoje conta com uma variedade de teorias da liderança. 
 Chiavenato (2016, p. 134) afirma que "muitos autores têm se preocupado em 
definir os estilos de liderança, sem se ater aos traços de personalidade do líder. 
Estilo de liderança é o padrão recorrente de comportamento exibido pelo líder. 
Maximiano (2010), acrescenta que os estilo autocrática e democrática, ambos 
podem ser válidos e eficazes, dependendo da circunstância. 
 Araujo (2006, p.342) defende que: 
[…] A liderança é excludente, ou seja, um líder autocrático em uma 
determinada situação é democrático em outra. Mas é preciso prestar 
bastante atenção, pois, esse fato não significa incoerência dos líderes nas 
atitudes, pelo contrário, demonstra que o líder é capaz de adaptar as 
principais necessidades do ambiente organizacional. 
 
Quadro 2: Estilos de Liderança 
Liderança 
autocrática 
 
Tem como característica a concentração do poder num líder, tomada de 
decisões sem consultar a equipe, maior preocupação com a tarefa e menor 
com o grupo que executa. Atenção concentrada no desempenho do grupo ou 
indivíduo, dando ênfase no cumprimento de prazos, na qualidade e a 
economia dos custos. Insistência no cumprimento de metas (MAXIMIANO, 
2016). Escorsin e Walger (2017) simplifica que o líder autocrático dita todas 
as tarefas do grupo e toma as decisões em nome de todo o membro. 
Liderança 
democrático 
 
Tem um grau de participação dos funcionários no poder de um chefe ou em 
suas decisões. Constitui-se em liderança amigável, apoia e defende 
funcionários. Dedicação do tempo à orientação dos membros da equipe. 
Acredita que deve criar um ambiente confortável para as pessoas. 
(MAXIMIANO, 2010). A pesquisa do Silva, Amestoy e Arriéira (2016), 
identificou que o estilo democrático de liderar está mais presente com os 
profissionais que trabalham de forma multifuncionais. Na pesquisa da 
Nogueira e Kubo (2013) onde apresenta o tema liderança das mulheres 
executivas, identificou que o gênero feminino apresenta as características 
como maior facilidade de comunicação, alto grau de relacionamento 
interpessoal com a equipe, tomada de decisões compartilhadas. 
Liderança liberal Segundo Escorsin e Walger (2017 p.42 e 43) o líder liberal "é aquele que evita 
conflitos e tenta agradar a todos o tempo todo. Assim acredita que a melhor 
 
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forma de dirigir é não dirigir, deixando que os indivíduos tenham completa 
liberdade, contudo sem oferecer orientação, controle e ajuda”. Chiavenato 
(2016) acrescenta que as características deste estilo de liderança, não faz 
nenhuma participação no grupo, apenas comentários quando perguntado. A 
participação do líder nas tomadas de decisões é a mínima. 
Liderança 
transformacional 
e transacionais 
 
Conduz ou motiva os seus liderados no cumprimento das metas através de 
esclarecimentos de papéis e das exigências das tarefas. Na liderança 
transformacional o líder inspira os seus seguidores a transcender os próprios 
interesses para o bem da organização, sendo capaz de criar um efeito 
profundo e admirável sobre seus liderados (ROBBINS. 2005). 
Pérsico e Bagatini (2012) completam que a liderança transformacional é 
aquela que desperta uma consciência de dever dentro da organização, 
agregando novas aprendizagens e incentivando novas abordagens na 
condução e resolução de problemas, para os trabalhadores da organização. A 
pesquisa do Rocha, Cavalcante e Souza (2010), identificou que o estilo mais 
utilizado, na organização pública federal militar no estado do Paraíba é a 
liderança transformacional. 
Liderança 
situacional 
Aqui a ideia desta liderança é para alcançar a eficácia deve se adaptar a 
situação, esta palavra é sujeita a várias interpretações. Os elementos 
funcionários, a empresa e a tarefa são as mais usadas para definir uma 
situação (MAXIMIANO, 2010) Segundo o modelo de Tunnenbaum e Schmidt o 
líder é um dos principais componentes da situação. O comportamento do líder 
é influenciado por sua formação, conhecimento, experiência e valores. As 
características dos funcionários influenciam na escolha do estilo de liderança. 
E a clima organizacional, o grupo de trabalho, a natureza da tarefa e o tempo 
caracterizam a situação dentro da qual os estilos funcionam com maior ou 
menor eficácia (MAXIMIANO, 2010). 
Fonte: elaborado pelos autores (2017) 
 
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
 Este trabalho tem como objetivo, analisar o estilo de liderança dos gestores 
da Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina, instituição militar de 
ensino, e verificar sua eficácia. 
 Para o desenvolvimento desta pesquisa exploratória descritiva foi utilizado o 
método de pesquisa aplicada que é a forma de meio científico que envolve a 
aplicação prática da ciência. Segundo Vergara (2004, p.47) este método 
[...] é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas 
concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática, ao contrário da 
pesquisa pura, motivada basicamente pela curiosidade intelectual do pesquisador e 
situada sobretudo no nível da especulação. 
 Na interpretação dos fenômenos foi utilizada a abordagem qualitativa, para Gil 
(1999) esta abordagem contribui para uma profunda investigação das questões 
relacionadas ao fenômeno em estudo. 
 
7 
Estação Científica - Juiz de Fora, nº 20, julho – dezembro / 2018 
 
 O método de abordagem escolhido para esta pesquisa foi o estudo de caso, 
caracterizado por manter intacto o assunto investigado. Para Gil (2010 p.37) o 
estudo de caso “Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, 
de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente 
impossível mediante outros delineamentos já considerados”. 
 Na coleta de dados, foram entrevistados, através de um roteiro semi-
estruturado de entrevista, um oficial superior instrutor da disciplina de liderança 
naval, um oficial ex-comandante da Escola, para analisar as suas características de 
liderança e a sua visão de um líder dentro desta organização. Também foi aplicado 
um questionário a 50 liderados (desde o marinheiro até o oficial intermediário) e dois 
líderes de cada um dos cinco departamentos desta instituição. Os questionários 
utilizaram a escala likert, para identificar as características presentes de liderança e 
na motivação dos liderados. Segundo Gil (2010, p. 120) “na maioria dosestudos de 
caso bem conduzidos a coleta de dados é feita mediante entrevistas, observação e 
análise de documentos. 
 Os dados qualitativos, coletados nas entrevistas foram tratados através da 
análise de conteúdo. 
 
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 
 
4.1 A INSTITUIÇÃO EM ESTUDO 
 
A Escola de Aprendizes-Marinheiros surgiu devido aos diversos conflitos 
internos e guerras externas, no Período Regencial, a Marinha sentiu a necessidade 
de organizar e recrutar seu pessoal. Um Decreto Legislativo, de 1836, cria as 
Companhias Fixas de Marinheiros, inicialmente no Rio de Janeiro. Jovens de 12 a 
16 anos recebiam as primeiras instruções da arte naval. Posteriormente, foram 
transformadas nas Companhias de Aprendizes-Marinheiros, criadas em diversas 
províncias brasileiras. (ESCOLA, 2017) 
A Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina foi criada pelo Decreto 
nº 2003, de 24 de outubro de 1857. A Escola teve sede em diversos locais, tais 
como: a bordo do Transporte Tapajós, a bordo da barca São Francisco, na ala do 
Quartel do Campo do Manejo, no prédio da Praia de Fora, no edifício que serviu de 
 
8 
Estação Científica - Juiz de Fora, nº 20, julho – dezembro / 2018 
 
Hospedaria de Imigrantes em Coqueiros, onde hoje está instalado o Portal Turístico. 
Ali, permaneceu até o seu fechamento, em 1943, quando foi iniciada a construção 
das atuais instalações no bairro Jardim Atlântico, inauguradas em 24 de outubro de 
1950. (ESCOLA, 2017) 
Desde o início do curso, os aprendizes são ensinados e cobrados os 
princípios básicos da carreira militar: hierarquia e disciplina. A formação é o período 
em que se busca o desenvolvimento da lealdade, sinceridade, compostura pessoal, 
firmeza de atitudes, coragem moral, iniciativa, dedicação ao serviço, garbo e 
tenacidade militar. (MINISTÉRIO, 2017) 
Atualmente a Escola é comandada por um militar no posto de Capitão de 
Fragata. A instituição é composta aproximadamente por duzentos efetivos, sendo 
elas 73% militares da ativa, 18% de militares da reserva que ainda prestam serviços 
dentro da instituição e 9% servidores civis. Dentro de seu organograma compõem 
departamentos de corpo de alunos, ensino, administração, intendência e saúde. 
(ESCOLA, 2017) 
 
Figura 1 – Organograma genérico da Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina 
 
Fonte: Adaptado de Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina (2017) 
 
4.2 APLICAÇÃO DO ESTUDO DE LIDERANÇA 
 
A liderança é uma ferramenta importante numa organização, na elaboração 
desta pesquisa foram entrevistados colaboradores, instrutores da disciplina de 
liderança, foi aplicado um questionário e observações na conduta dos líderes e 
liderados de cada departamento da Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa 
Catarina. Com o objetivo de verificar as características da liderança e fatores 
 
9 
Estação Científica - Juiz de Fora, nº 20, julho – dezembro / 2018 
 
motivacionais da organização, levando em consideração o que dizem os autores 
citados no referencial teórico. 
 
4.2.1 Entrevista sobre liderança na Marinha 
 
De acordo com os dados coletados com o instrutor de liderança, este 
informou que segundo a doutrina da Marinha do Brasil, “o conceito da liderança é a 
arte de influenciar as pessoas para que voluntariamente consigam atingir o objeto da 
instituição”. 
O estilo de liderança mais utilizado nas forças armadas atualmente é o 
situacional, diferentemente do senso comum, em que as pessoas têm um 
entendimento de que os militares são autocráticos. O instrutor explicou que nos 
tempos antigos como no período de governo militar, a liderança autocrática era 
predominante, porém com o passar dos tempos onde o nível de ensino da 
população vem subindo, a autocracia tende a perder a eficácia. Citou um exemplo 
da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militares de Santa Catarina, que hoje o 
requisito para ingressar na instituição é o nível superior. A aparição dos líderes 
situacionais pode ter sido ocasionado com o ingresso das mulheres nas forças 
armadas, devido as suas características naturais as pessoas do sexo feminino 
utilizam mais a comunicação e tomadas de decisões democráticas. Sendo que hoje 
existem mulheres que exercem cargo de comando. 
Sobre a questão de que nas forças armadas dos Estados Unidos, fazem o 
uso da liderança carismática, o instrutor informou que este tipo de líder não é o ideal. 
Explicou que o carisma pode gerar o fanatismo, assim como ocorre no futebol, 
política e religião, este tipo de comportamento faz com que o indivíduo perca a 
noção do que é o correto e o errado, muitas vezes acarretando em violência. Da 
mesma forma, a Escorsin e Walger (2017, p. 44) cita que “muitas vezes, os líderes 
transformacional-carismáticos são vistos por seus liderados como se tivessem uma 
capacidade heroica ou extraordinária de liderança, o que pode gerar paixão e até 
fanatismo”. 
Segundo o entrevistado a única forma de motivação exercidos pelo líder nas 
forças armadas é a demonstração de exemplos. Algumas instituições premiam os 
militares que mais se destacaram pelo comportamento, no caso da Escola de 
 
10 
Estação Científica - Juiz de Fora, nº 20, julho – dezembro / 2018 
 
Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina todo semestre é feito uma cerimônia 
militar para agraciar aqueles destaques. Em relação com a pirâmide de 
necessidades do Maslow, o plano de carreira militar oferece estabilidade, promoções 
conforme o tempo e mérito, sendo para muitos que ingressaram nesta carreira foi 
um sonho realizado. O Cavalcanti (2005) cita que comportamento pode relacionar-se 
a diferente necessidade de acordo com a pessoa, podendo assim, ter uma pirâmide 
de necessidades com algumas alterações na ordem prioritária. 
 
4.2.2 Entrevista com Ex-Comandante 
 
 Segundo os dados coletados com o ex-comandante da Escola de Aprendizes-
marinheiros de Santa Catarina, onde comandou por dois anos, estando a frente dos 
atuais chefes de departamento. Informou que a “liderança é uma ação de influenciar 
pessoas a realizarem algo que não fariam sem a sua influência. É trabalhar e fazer 
os membros de sua equipe trabalharem, motivando e inspirando os liderados”. Este 
conceito é semelhante ao estilo de liderança transacional do Robbins (2005), no qual 
o líder conduz ou motiva os seus liderados no cumprimento das metas através de 
esclarecimentos de papéis e das exigências das tarefas. 
 Ao questionar sobre o entrevistado se considerar um líder, respondeu que 
sim, por assumir as responsabilidades, diante de uma equipe, onde dependem de 
sua atitude. Ainda, o ex-comandante citou que as principais competências 
interpessoais são: disciplina, comunicação, assertividade, conhecimento profissional 
e cultura geral. 
 Para o entrevistado, a motivação é “a primeira das condições de seus 
subordinados que o líder deve buscar. Motivar e reconhecer os esforços. Por meio 
de pesquisas e da experiência pessoal, deve procurar conhecer seus liderados e 
saber o que motiva cada membro da equipe. Procurar ser justo, leal e agir de forma 
institucional a fim de cumprir sua missão com excelência”. 
 Ainda, o oficial entrevistado complementa que o papel do líder na motivação 
é, ter a compreensão de que cada indivíduo é diferente. Provêm de gerações 
distintas, tendo aspirações e motivações próprias. Os líderes devem se conhecer as 
técnicas motivacionais, para adaptar às características divergentes dos 
subordinados. Saber comunicar de forma compreensiva sem deixar dúvidas. Ser o 
 
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Estação Científica - Juiz de Fora, nº 20, julho – dezembro / 2018 
 
gestor de estresse. E saber incentivar sempre que possível as ações curativas de 
sua equipe. Por fim um exemplo para todos, conforme a doutrina da Marinha. 
 O ex-comandante, avalia os atuais chefes de departamento como bons 
líderes. Ressaltando algumas competências como dedicação ao trabalho, o respeito 
à instituição e a capacidadeadministrativa. Podendo aprimorar a comunicação mais 
efetiva com os liderados e a capacidade de antever os problemas. 
 
4.2.3 Resultado do Autopercepção de liderança 
 
As tabelas a seguir apresentam resultados de questionários de 
autopercepção dos líderes da Escola no exercício da liderança, comparando com a 
avaliação dos seus liderados, com a base nas quatro dimensões que são: a 
capacidade de comunicação, dar e receber feedback, empoderamento e exercer 
influência, e apoiar a equipe para alcance de resultados. 
Tabela 1 – Percepção dos líderes e dos liderados 
Determinantes Média Mediana Desvio 
Padrão 
Mínimo Máximo 
Pontuação Total (líder) 87,3 91 9,57 72 100 
Pontuação Total (liderado) 80,97 84 16,01 40 100 
Comunicação (líder) 21,2 21,5 3,15 17 25 
Comunicação (liderado) 20,68 22 3,55 13 25 
Dar e receber Feedback (líder) 22,3 23 2,4 18 25 
Dar e receber Feedback (liderado) 20,82 22 4,26 9 25 
Dar poder e exercer Influência (líder) 21,7 21,5 2,87 16 25 
Dar poder e exercer Influência (liderado) 19,39 20 5,04 7 25 
Apoiar a equipe para alcance de resultados 
(líder) 
22,1 22,5 2,28 19 25 
Apoiar a equipe para alcance de resultados 
(liderado) 
20,08 21 4,57 9,6 25 
Fonte: Dados da pesquisa (2017) 
 
A partir dos dados da tabela 1 que apresenta os dados dos líderes e liderados 
de toda a instituição, constatou-se que houve uma diferença estatisticamente 
significante entre a percepção dos líderes em relação a todas as dimensões com 
média de 87,3 (desvio padrão: 9,57), e dos liderados com média de 80,97 (desvio 
padrão: 16,01), entre as dimensões, na comunicação os líderes apresentaram a 
 
12 
Estação Científica - Juiz de Fora, nº 20, julho – dezembro / 2018 
 
média de 21,2 (desvio padrão: 3,15), e dos liderados, com média de 20,68 (desvio 
padrão: 3,55), e sobre dar e receber feedback para os líderes, com a média de 22,3 
(desvio padrão: 2,4), dos liderados a média de 20,82 (desvio padrão: 4,26), no dar 
poder e exercer influência para os líderes com a média 21,7 (desvio padrão: 2,87), e 
liderados com 19,39 (desvio padrão: 5,04), e para apoiar a equipe para alcance de 
resultados, o líder teve a média de 22,1 (desvio padrão: 2,28) e liderados de 20,08 
(desvio padrão de 4,57). Tendo uma diferença variando de 0,52 a 2,31 na média das 
dimensões, e dar poder e exercer influência, apresentando uma maior discordância, 
também pode ser observada que esta dimensão possui uma menor média entre 
outras. 
 
Tabela 2 – Percepção no Departamento de Corpo de Alunos 
Determinantes Média Mínimo Máximo 
Pontuação Total (líder) 96,5 93 100 
Pontuação Total (liderado) 76,9 60 100 
Comunicação (líder) 24 23 25 
Comunicação (liderado) 19,75 15 25 
Dar e receber Feedback (líder) 24,5 24 25 
Dar e receber Feedback (liderado) 19,65 12 25 
Dar poder e exercer Influência (líder) 24 23 25 
Dar poder e exercer Influência (liderado) 18,75 14 23 
Apoiar a equipe para alcance de resultados (líder) 24 23 25 
Apoiar a equipe para alcance de resultados (liderado) 18,75 14 25 
Fonte: Dados da pesquisa (2017) 
 
 O departamento de Corpo de Alunos apresenta uma maior discordância entre 
todos os departamentos, com a média dos líderes de 96,5, e dos liderados com 
76,9. Esta diferença pode ser interpretada como falta de comunicação entre os 
líderes e liderados, apesar de que a média de comunicação dos liderados é a maior 
entre outras dimensões. Porém, segundo observações nos comportamentos, este 
grupo aparenta ter um maior entrosamento em comparação com outros 
departamentos, podendo perceber muitas vezes que o líder acatando a opiniões dos 
subordinados. Devido a essas variáveis pode ser observado um estilo situacional de 
liderar. 
 
 
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Tabela 3 – Percepção no Departamento de Ensino (Continua) 
Determinantes Média Mínimo Máximo 
Pontuação Total (líder) 94,5 92 97 
Pontuação Total (liderado) 87,7 59 100 
Comunicação (líder) 23,5 23 24 
Comunicação (liderado) 23,1 19 25 
Dar e receber Feedback (líder) 24 24 24 
Dar e receber Feedback (liderado) 21,75 12 25 
Dar poder e exercer Influência (líder) 23 22 24 
Dar poder e exercer Influência (liderado) 20,85 8,8 25 
Apoiar a equipe para alcance de resultados (líder) 24 23 25 
Apoiar a equipe para alcance de resultados (liderado) 22 14 25 
Fonte: Dados da pesquisa (2017) 
 
O departamento de Ensino, apesar de apresentar uma diferença estatístico 
significante, com a média dos líderes de 94,5 dos liderados de 87,7, apresenta uma 
nota alta com maior concordância na média de comunicação com os líderes 23,5 e 
liderados 23,1. 
Ensino é responsável pelo todo corpo docente desta Escola, 80% dos 
servidores civis estão alocados neste departamento, e tem o maior número de 
militares feminino pertencendo nela, ainda conta com maior parte dos subordinados 
com nível superior. Devido a esses fatores, indicam os traços de liderança 
democrática, que segundo o Maximiano (2010) se caracteriza como uma liderança 
amigável, onde tem espaço para opiniões dos subordinados criando um ambiente 
mais confortável. 
O departamento de Administração foi o único departamento onde a média da 
autopercepção dos líderes foi menor do que a avaliação dos liderados, sendo 77 e 
80,55 respectivamente. E apresenta uma menor média nas dimensões de 
comunicação e delegação de poder e exercer influência. 
 
 
 
 
 
 
 
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Tabela 4 – Percepção no Departamento de Administração 
Determinantes Média Mínimo Máximo 
Pontuação Total (líder) 77 72 82 
Pontuação Total (liderado) 80,55 46 96 
Comunicação (líder) 17 17 17 
Comunicação (liderado) 20,35 14 23 
Dar e receber Feedback (líder) 21 19 23 
Dar e receber Feedback (liderado) 20,75 12 25 
Dar poder e exercer Influência (líder) 18 16 20 
Dar poder e exercer Influência (liderado) 19,6 8 25 
Apoiar a equipe para alcance de resultados (líder) 21 20 22 
Apoiar a equipe para alcance de resultados (liderado) 19,85 12 23 
Fonte: Dados da pesquisa (2017) 
 
Este departamento tem como setores que exercem uma função mais 
operacional, como serviços gerais. Sua força de trabalho conta com um grande 
número de militares no posto de Marinheiro (menor posto dentro da Marinha), que 
exercem em sua maioria o “serviço braçal”. De acordo com as observações 
comportamentais os traços do líder são muito semelhantes com o que o Maximiano 
(2016) cita como característica de concentração do poder num líder, tomada de 
decisões sem consultar a equipe, constata-se que é predominante o estilo de 
liderança autocrática. 
 
Tabela 5 – Percepção no Departamento de Intendência 
Determinantes Média Mínimo Máximo 
Pontuação Total (líder) 77 77 77 
Pontuação Total (liderado) 72,7 40 99 
Comunicação (líder) 19,5 19 20 
Comunicação (liderado) 17,7 13 25 
Dar e receber Feedback (líder) 19 18 20 
Dar e receber Feedback (liderado) 19,45 9 25 
Dar poder e exercer Influência (líder) 19,5 20 19 
Dar poder e exercer Influência (liderado) 16,75 7 25 
Apoiar a equipe para alcance de resultados (líder) 19 19 19 
Apoiar a equipe para alcance de resultados (liderado) 18,8 9,6 25 
Fonte: Dados da pesquisa (2017) 
 
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 Segundo os dados apresentados, o departamento de Intendência apresenta a 
menor média de pontuação total dos liderados com 72,7. Dentre as dimensões que 
mais apresentaram uma discordância são: comunicação e dar poder e exercer 
influência. Este departamento tem como uma característica particular de que o chefe 
é um militar do sexo feminino, que geralmente possui um perfil mais comunicativo. 
Segundo observações feitas neste departamento, existe um fluxo de comunicação, 
porém, relacionando com os dados, muitos das informações passadas podem não 
ser coerentes com assuntos do serviço. 
 
Tabela 6 – Percepção no Departamentode Saúde 
Determinantes Média Mínimo Máximo 
Pontuação Total (líder) 91,5 90 93 
Pontuação Total (liderado) 87 67 100 
Comunicação (líder) 22 19 25 
Comunicação (liderado) 22,5 19 25 
Dar e receber Feedback (líder) 23 23 23 
Dar e receber Feedback (liderado) 22,5 16 25 
Dar poder e exercer Influência (líder) 24 24 24 
Dar poder e exercer Influência (liderado) 21 14 25 
Apoiar a equipe para alcance de resultados (líder) 22,5 21 24 
Apoiar a equipe para alcance de resultados (liderado) 21 19 25 
Fonte: Dados da pesquisa (2017) 
 
O departamento de saúde, segundo os dados, apresenta entre todos os 
departamentos estudados, médias com mais concordâncias, sendo todas as 
dimensões com pontuações acima de 20. Este departamento tem como 
característica, compõe grande quantidade de mulheres na sua força de trabalho, no 
qual as características como a comunicação e o feedback se destacaram em 
concordâncias. O seu chefe de departamento não é um militar com a formação em 
medicina, mas sim em bioquímica, devido a este fato, os médicos têm uma maior 
liberdade nas decisões nos e assuntos médicos e atendimentos, assim como na 
divisão de odontologia, os dentistas têm a liberdade de decisões dentro dela. O 
estilo de liderança do departamento de saúde segundo as citadas características é a 
situacional, na interpretação do Maximiano (2010) este tipo de liderança se adapta 
 
16 
Estação Científica - Juiz de Fora, nº 20, julho – dezembro / 2018 
 
às situações, o gestor lida com os assuntos da administração pública em geral, mas 
dando liberdade aos outros profissionais com outras especialidades. 
 Por fim, as forças armadas vêm se adaptando as formas de liderança 
conforme as mudanças da sociedade, porém a maior dificuldade é a capacidade de 
motivar os liderados. A Escola de Aprendizes Marinheiros de Santa Catarina, por ser 
subordinadas as forças maiores por ser uma organização militar pública federal, tem 
uma restrição em fazer o uso dos recursos para aplicação nestes fins. Mas existem 
outros meios para criar incentivo nos subordinados, como a utilização da liderança 
transformacional. Apesar de a Marinha não considerar como uma forma não 
eficiente de liderar, tem uma grande eficácia quando o assunto é motivação. 
 
Quadro 3 – Estilos de liderança por departamento 
Departamento Estilo de Liderança Autor 
Corpo de Alunos Situacional 
Maximiano (2010) a ideia desta liderança é para alcançar a 
eficácia deve se adaptar a situação, esta palavra é sujeita 
a várias interpretações. Os elementos funcionários, a 
empresa e a tarefa são as mais usadas para definir uma 
situação. 
Ensino Democrática 
Chiavenato (2016) a participação do líder no estilo 
democrático procura ser o membro normal do grupo. é 
objetivo e estimula com fatos, elogios ou críticas. E na 
divisão do trabalho fica a critério do grupo e cada membro 
de liberdade de escolha dos companheiros de trabalho. 
Administração Autocrática 
Maximiano (2016) a liderança autocrática tem como 
característica a concentração do poder num líder, tomada 
de decisões sem consultar a equipe, maior preocupação 
com a tarefa e menor com o grupo que executa. 
Intendência Democrática 
Maximiano (2010) na liderança democrática tem um grau 
de participação dos funcionários no poder de um chefe ou 
em suas decisões. 
Saúde Situacional 
Robbins (2005) a liderança bem-sucedida é a escolha 
adequada de estilos. Os estilos de liderança variam de 
acordo com a adaptação com os seus liderados, pois, 
segundo ele, reflete a realidade de que eles aceitam ou 
não, um líder. 
Fonte: Análise dos dados de pesquisa (2017) 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 O objetivo da pesquisa foi analisar as características de liderança da 
organização militar, Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina. A 
liderança tem um papel fundamental no ambiente organizacional, nas influências 
 
17 
Estação Científica - Juiz de Fora, nº 20, julho – dezembro / 2018 
 
motivacionais do liderado e condução da equipe na execução de uma tarefa. Sendo 
de importância para toda organização pública e privada. Com isso constata-se que a 
má gestão de liderança interfere diretamente no alcance dos objetivos da 
organização. Com a base na revisão bibliográfica realizada, bem como nas 
entrevistas, questionários através da escala likert e visitas ao campo. Pode-se 
responder a questão principal proposta para esta pesquisa. 
 Analisando as entrevistas constatou-se que, segundo a doutrina da Marinha o 
estilo de liderança mais utilizada é a situacional por ser adaptável conforme as 
características do liderado, e, sendo não recomendável o estilo transformacional, 
pois pode gerar o fanatismo. As pesquisas de autopercepção dos líderes, pode 
verificar as formas variadas de liderar de cada departamento. Ainda, pode se 
interpretar que o estio de liderança na Escola como um todo é a situacional, por 
utilizar diferentes formas. 
 Também se constatou que a maior dificuldade nas organizações públicas 
militar é a influência na motivação dos liderados, por ter limitação ao incentivo 
financeiro. 
 Esta pesquisa tem como foco o estudo do estilo de liderança dentro da 
organização militar, tendo a limitação, um aprofundamento na influência do líder na 
motivação do liderado. Nas próximas pesquisas em complemento a esta, poderia ter 
um foco maior na motivação dos subordinados, analisando o melhor estilo de 
liderança na influência e identificar os fatores motivacionais dos liderados. 
 
LEADERSHIP STUDY IN THE SANTA CATARINA SCHOOL 
OF LEARNS-MARINERS 
 
ABSTRACT 
This research aims to analyze the leadership styles, used by the leaders, in the 
School of Learners-Mariners of Santa Catarina. For the development of this research 
will be used the applied research method. For the study of the phenomenon will be 
used qualitative and quantitative approach, with the method will be the case study. 
For the data collection, the military will be interviewed leaders and leaders of the 
organization, to identify the characteristics of leadership and motivation of the 
subordinates. Regarding the surveys, data were analyzed by department, and 
 
18 
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different leadership styles were identified in each area. Throughout the research, it 
was concluded that the leadership styles within this organization are situational, 
being adaptable for each situation, but it was verified that there is a difficulty in the 
motivation of the leaders. 
KEYWORDS: Leadership. Motivation. Military Organization. 
 
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