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1 TRICOTERAPIA 1 Sumário TERAPIA CAPILAR ......................................................................................... 3 UNIDADE 1 ..................................................................................................... 5 O CABELO E SUAS CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS, QUÍMICAS E ANATÔMICAS ........................................................................................................... 5 1.1 Fisiologia e anatomia do cabelo ............................................................. 5 1.2 Ph do cabelo .............................................................................................. 9 1.3 A estrutura química do cabelo .............................................................. 10 1.4 A Coloração dos cabelos ......................................................................... 15 UNIDADE 02................................................................................................. 19 PATOLOGIAS DOS CABELOS E COURO CABELUDO ............................... 19 2.1 SEBORREIA ............................................................................................ 19 2.2 Dermatite seborréica ............................................................................... 20 2.3 Alopecia ................................................................................................... 22 2.4 Eflúvio Telógeno ...................................................................................... 26 2.5 TRICOTILOMANIA .................................................................................. 28 2.6 Psoríase .................................................................................................. 28 2.7 Tinha Do Couro Cabeludo ....................................................................... 30 2.8 Caspa ...................................................................................................... 31 2.9 Foliculite .................................................................................................. 32 3.0 Pediculose ............................................................................................... 34 UNIDADE 03.................................................................................................. 36 PATOLOGIAS DA HASTE ............................................................................. 36 3.1 Triconodose ............................................................................................. 36 3.2 Tricoptilose .............................................................................................. 37 3.3 Tricorrexe Nodosa ................................................................................... 38 2 UNIDADE 04 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS NA TERAPIA CAPILAR .... 40 RECURSOS ELETROTERÁPICOS NA TERAPIA CAPILAR ........................ 40 4.1 Vapor de ozônio ....................................................................................... 41 4.2 Alta Frequência........................................................................................ 41 4.3 Desincruste .............................................................................................. 41 4.4 O Led e Laser .......................................................................................... 42 4.5 Lâmpada De Wood .................................................................................. 42 4.6 Carboxiterapia ......................................................................................... 43 4.7 Microagulhamento ................................................................................... 44 5.0 RECURSOS COSMÉTICOS UTILIZADOS NA TERAPIA CAPILAR ....... 46 5.1 Xampus ................................................................................................... 46 5.2 Peeling ..................................................................................................... 47 5.3 Massagem ............................................................................................... 47 5.4 Hidratação Capilar ................................................................................... 48 5.5 Cauterização............................................................................................ 49 5.6 Reconstrução........................................................................................... 49 5.7 Desintoxicação Capilar ............................................................................ 50 5.8 Argilas ...................................................................................................... 51 5.9 Óleo de Coco ........................................................................................... 56 UNIDADE 06.................................................................................................. 58 PROCEDIMENTOS QUÍMICOS CAPILARES ............................................... 58 6.1 Alisamentos ............................................................................................. 58 6.2 Tinturas .................................................................................................... 63 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 66 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 TERAPIA CAPILAR Quando falamos dos cabelos, sabemos que eles contam histórias e ditam tendências de várias épocas, e percebemos a sua importância nos costumes de vários povos. Atualmente, temos o ramo da medicina especializada em tratamentos capilares. Estamos falando da TRICOLOGIA, ciência que estuda os pelos ou cabelos e suas afecções ou doenças do couro cabeludo. Seus conhecimentos ajudam a melhorar a qualidade de vida das pessoas e solucionar os problemas do couro cabeludo em geral. No ramo da estética, temos as terapias capilares, que necessariamente relaciona os conhecimentos da tricologia para suas terapias. As terapias capilares são os tratamentos para cada tipo de cabelo e de cada afecção que podem ocorrer nos cabelos e couro cabeludo. Para tratá-los, precisamos entender a anatomia e fisiologia do cabelo. Veremos neste conteúdo as características anatômicas e fisiológicas do pelo ou cabelo, assim como a haste e raiz , para sabermos avaliar corretamente cada tpo de afecção e como indicar tratamentos. 5 UNIDADE 1 O CABELO E SUAS CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS, QUÍMICAS E ANATÔMICAS Começaremos este estudo falando sobre as características fisiológicas e anatômicas dos cabelos , para assim entender como ocorrem as patologias e como são suas estruturas. 1.1 Fisiologia e anatomia do cabelo O couro cabeludo possui as mesmas características da pele, igual às outras partes do corpo, com um único diferencial denão revestir músculo, e sim caixa craniana óssea, com milhares de fios de cabelo, mais desenvolvidos que os pelos do corpo. Podemos citar como principais funções dos pelos e cabelos, proteger algumas áreas de contaminação por microrganismos, bactérias e vírus que possam causar doenças, como a região da boca, nariz, ouvido, ânus e região genital. No caso do couro cabeludo, servem como proteção do crânio. Os pelos também podem bloquear parte das radiações ultravioleta que atingem a pele. Os pelos são encontrados em quase toda superfície do corpo, independente da região do corpo os pelos tem basicamente a mesma estrutura, são estruturas filiformes, constituídas de células queratinizadas produzidas pelo folículo piloso. Existem dois tipos de pelo: o fetal ou lanugo, uma pilosidade fina e clara, idêntica aos pelos pouco desenvolvidos do adulto chamados de vellus. Destaca-se também o pelo terminal, que é espesso e pigmentado, que constitui os cabelos, a barba, os pelos pubianos e das axilas. Os pelos possuem uma parte livre, a haste e uma parte intradérmica, a raiz (RIVITTI E SAMPAIO, 2014). 6 A haste do pelo é a parte acima da superfície da epiderme, que pode ser vista e cortada sem sentirmos dor porque não contém nervos. A raiz é a parte do pelo que está abaixo da pele. Ela é envolvida pelo folículo piloso(APLEGATE, 2012). A constituição da haste capilar é basicamente: - Córtex: o córtex é uma camada intermediária, responsável pela elasticidade, resistência e fixação dos pigmentos que dão cor aos cabelos; - medula: a medula está na parte central da haste capilar por onde sobrem os pigmentos naturais e lipídeos secretados pelas glândulas sebáceas. A medula é a matriz produtora de pigmento; - cutícula: a cutícula é composta de células justapostas, fazendo assim uma barreira protetora de agentes químicos, é responsável pelo brilho, proteção e porosidade do fio. O folículo piloso é a estrutura que dará origem ao pelo, junto ao folículo piloso temos algumas estruturas anexas, a glândula sebácea, e músculo eretor, em algumas regiões temos o ducto excreto de uma glândula apócrina que desemboca no folículo, acima da glândula sebácea. O músculo eretor é formado de fibras musculares lisas, presas a bainha conjuntiva do folículo piloso, que se contraem a qualquer sinal do sistema nervoso, sensações de mudança de temperatura ou emoções . A estrutura do folículo piloso possui 4 partes importantes: - o infundíbulo, que fica entre o óstio e o ponto de inserção da glândula sebácea; - o acrotrício que é a parte intraepidérmica do folículo; - o istmo que fica entre a abertura da glândula sebácea no folículo e a inserção do músculo eretor do pelo; 7 - o segmento inferior que é a parte restante abaixo do músculo eretor. É nesta parte que encontramos o bulbo piloso, que temos a matriz do pelo (RIVITTI E SAMPAIO, 2014). O bulbo piloso é uma expansão dentro do folículo piloso, o fio se desenvolve dentro do bulbo, as células dos pelos se desenvolvem dentro dele. Na unidade polissebácea, temos também a papila dérmica, que é um grupo de células especializadas e entrelaçadas por vasos capilares, que nutrem as células que estão se dividindo por mitose, e estão em contato com células epiteliais do bulbo capilar. A parte interna do pelo é chamada de medula, que é envolvida por várias camadas de células chamadas de córtex, a camada mais externa e composta de células queratinizadas chamada cutícula. Na haste do pelo a cutícula fica exposta as agressões do ambiente, como vento, calor, poluição e sujeita a abrasão. Assim, tende a desgastar sua extremidade. Quando acontece isso, as fibras de queratina nas células do córtex e da medula se projetam a partir da ponta da haste, assim ocorrem as pontas duplas do cabelo (APLEGATE,2012). 8 A cor do pelo é determinada pelo tipo de melanina produzida pelos melanócitos, temos pigmentos amarelos, marrom e pretos em quantidades variadas, para produzir diferentes cores de pelos, com o passar dos anos os melanócitos ficam menos ativos. Nesse sentido, os cabelos brancos aparecem, pela substituição da melanina por bolhas de ar(APLEGATE,2012). Podemos considerar na estética capilar três regiões importantes dos cabelos: - Zona do cabelo permanente: é a região do cabelo onde os profissionais cabeleireiros podem trabalhar, é considerada morta. Nesta parte do cabelo, podemos analisar a presença ou não de produtos químicos e condições higiênicas. - zona de queratinização: esta é a área responsável pelo crescimento do cabelo, fica próximo ao bulbo capilar. - zona de diferenciação capilar: esta região é responsável pela renovação da haste, saúde e vitalidade capilar. Esta área se for atingida por alguma patologia afetar o crescimento do pelo porque pode ocorrer falta de nutrientes na papila dérmica e impedindo assim a formação de uma nova haste. Outro fator importante a ser considerado é o diâmetro dos fios, que podem ser divididos em grosso, médio e fino. Os cabelos grossos possuem diâmetro acima de 0,06mm, os cabelos considerados de diâmetro médio possui de 0,04mm a 0,06mm. Já os cabelos finos possuem diâmetro menores de 0,04mm. 9 1.2 Ph do cabelo Um dos fatores mais importantes para o metabolismo celular é a quantidade de hidrogênio livre presente na célula. O pH é uma medida padrão que indica se o meio está ácido, básico(alcalino) ou neutro. E para isso temos uma medida padrão que varia de 0 a 14, onde : No caso dos cabelos, o pH capilar é em torno de 4,5 . Em qualquer tratamento cosmético ou dermatológico é muito importante saber o pH, do couro cabeludo para uma boa tolerância dos produtos a serem utilizados. No caso de condicionadores, o ideal é pH 4 para manterem as cutículas alinhadas para a queratina dos cabelos. No caso de utilizar produtos com pH muito alcalino ou muito ácido, pode ocorrer um inchaço do fios, ficando assim a cutícula aberta e deixando o córtex exposto e isso aumenta a porosidade do cabelo(MACHADO,2012). 10 1.3 A estrutura química do cabelo O componente principal dos cabelos é a queratina, alguns aminoácidos como a cisteína, arginina, e a citrulina e água. Os fios possuem também uma quantidade variada de elementos traços, em baixas quantidades cerca de 1%, estes componentes podem ter características internas ou serem incorporados aos fios durante a síntese do cabelo. Mas geralmente vem do ambiente mesmo, no caso da água, cada cabelo possui uma capacidade de absorção de água e este fator é que vai influenciar principalmente em relação a hidratação dos cabelos. Quimicamente os cabelos são compostos cerca de 80% de queratina e os outros 20% de outros compostos como minerais. Essa queratina é produzida pelos queratinócitos, única parte viva dos cabelos, e sua principal função é produzir a queratina. Essa queratina é formada de cadeias polipeptídicas, que se diferenciam das outras proteínas pelo alto teor de pontes dissulfeto vindas da cistina, isso lhe da propriedade química, térmica e mecânica da fibra capilar. As pontes dissulfeto formam uma rede tridimensional com alta densidade proporcionando aos cabelos resistência a produtos químicos. Já as ligações salinas e de hidrogênio também estão presentes na proteína molecular do cabelo. Porém, sua força de ligação é fraca, e pode ser afetada por algum conteúdo de água presente no cabelo. Cada um desses componentes irá contribuir para o crescimento e desenvolvimento saudável do cabelo. Os pelos crescem continuamente, alternando fase de crescimento e repouso. Vamos falar sobre cada etapa. 11 Primeiramente, teremos a fase anágena, ou de crescimento onde ocorre intensa atividade mitótica, a papila do folículo está em contato com os vasos sanguíneos, onde as substâncias nos fluidoscirculantes serão absorvidas pelo cabelos. Nesta fase, o cabelo está em máxima expressão estrutural. No couro cabeludo, esta fase dura em torno de 2 a 6 anos. Segundo terá a fase catágena, onde os folículos regridem a 1/3 da sua dimensão anterior. Esta fase dura em torno de 3 a 4 semanas. As células da porção do bulbo continuam sua diferenciação a haste do pelo que fica continua ao córtex e à membrana radicular interna até que o bulbo se reduza a uma coluna desorganizada de células. Durante a fase de regressão ou catágena ocorre uma degeneração dos queratinócitos ou células mesenquinais, conhecidas como papilas dérmicas, esta fase dura em torno de 2 a 3 semanas. Assim, na fase telógena as papilas dérmicas se liberam das ligações epidérmicas e assim ocorre uma reorganização do bulbo de crescimento e o pelo se solta e assim começa a surgir um novo pelo. A próxima fase é a fase telógena de desprendimento do pelo, no caso do couro cabeludo dura em torno de 3 a 4 meses. È a fase em que o pelo cai ou é removido. No caso do couro cabeludo, encontramos os cabelos, 85% na fase anágena, 14% na fase telógena e 1% na fase catágena. Levando em consideração uma contagem de 100 a 150 folículos no couro cabeludo. Quanto ao crescimento de 0,4mm na região do vértex e 0,35mm na região das têmporas. No caso do cabelo das mulheres crescem mais rápido. Em um adulto saudável é normal a perda de 50 a 100 fios de cabelo por dia. Enquanto ocorre o crescimento capilar o fio é aderido a matriz do folículo piloso. No final do ciclo de crescimento do fio, o folículo fica inativo e o fio torna-se haste. Assim, o folículo vai diminuindo e a ligação entre a haste vai se romper e um novo ciclo de crescimento começará, assim um novo pelo vai nascer e impulsionar pra fora a haste 12 mais antiga, onde ela vai se soltar do couro cabeludo e um novo cabelo vai aparecer . A perda de cabelos acima de 100 fios por dia pode ocorrer e vários fatores são importantes para isso, como fatores emocionais como estresse, uso de drogas, fatores alimentares, deficiência de vitaminas, radiação, febre muito alta, fatores hormonais e relacionados à gestação. O ciclo de vida e desenvolvimento do pelo, depende de alguns fatores para que se desenvolva dentro da sua normalidade ele depende de alguns fatores importantes: - Irrigação sanguínea do folículo piloso; - presença de doenças sistêmicas ou locais como alopécias e dermatites seborreicas; - uso de medicamentos; - fatores emocionais e psíquicos; - fatores externos como calor excessivo, traumas mecânicos, exposição solar, água do mar, frio, vento, agentes químicos; - equilíbrio hormonal, pois os hormônios são jogados no sangue e vão estimular o metabolismo orgânico. São os hormônios os responsáveis pela textura e estrutura dos fios, e pela mudança nas fases da vida, de infância para adolescência e fase adulta; 13 - proteínas, os nossos cabelos dependem muito das proteínas, logo se a pessoa não tiver uma boa ingestão de alimentos ricos em proteínas, poderá ter um desequilíbrio do sistema pilífero, crescimento e saúde dos cabelos; - as vitaminas são muito importantes no desenvolvimento dos cabelos, principalmente a vitamina B que a sua carência pode ocorrer queda dos cabelos, a carência de vitamina C causa fragilidade e escassez dos fios, a falta de vitamina D afeta o bulbo piloso, que também compromete o crescimento saudável do fio; - minerais, existem alguns minerais que alteram por exemplo a cor dos cabelos , como o cobre, a sua deficiência causa mudanças na coloração dos fos. O ferro e o zinco podem causar fragilidade e queda dos fios (MACHADO, 2012); Podemos analisar os cabelos de acordo com o grau de oleosidade e nutrição, assim teremos: - Cabelos normais: são cabelos onde as glândulas sebáceas liberam oleosidade suficiente para manter os cabelos, brilhosos, sedosos, macios, maleáveis, com equilíbrio e saudáveis. Possuem cutículas fechadas; - cabelos oleosos: neste tipo de cabelo ocorre maior produção sebácea, ocasionando em excesso de oleosidade no couro cabeludo. Trata-se de um cabelo com pouco volume e com aparência de sujo; - cabelos secos: geralmente é um cabelo áspero, os fios são rebeldes e quebradiços, as cutículas são abertas, embaraçados, e as pontas se rompem; - cabelos mistos: este tipo de cabelo é o mais comum, com a raiz oleosa devido à produção sebácea e às pontas secas e desidratadas. Pois o sebo não se espalha igualmente pelo fo. - cabelos frágeis: este tipo de cabelo geralmente é de cunho genético ou causado por deficiências nutricionais e metabólicas. Seus fios são finos e se quebram facilmente possui algumas estruturas importantes, que veremos agora, são os queratinócitos e os melanócitos. 14 Os queratinócitos do folículo piloso são células que se multiplicam mais do que na pele, se diferenciam para formar variadas estruturas de cabelo. Os melanócitos são células grandes que produzem melanina em organelas especializadas chamadas melanossomos, as diferenças de cores, estão relacionadas à quantidade, tamanho e arranjo dos melanossomos. Quanto maior a produção de melanina, mais escuro o cabelo. 15 1.4 A Coloração dos cabelos Quando analisamos a coloração dos fios o principal componente responsável pela coloração é a melanina, que existe no cabelo em forma de dois tipos de pigmentos: a eumelanina e feumelanina. A eumelanina é um polímero em forma de grânulos dentro do melanossomos, é gerada a partir da tirosina por ação da tirosinase. Possui formato parecido com um grão de arroz, e sua coloração varia de vermelho escuro a preto (BAYARDO, 2017). A feumelanina ocorre em melanossomos, e pode ser vista em forma de pontos difusos, sua coloração varia de amarelo para vermelho. A diferença entre a feumelanina e a eumelanina é que além da tirosina, tem a cisteína na sua produção. A proporção a da presença de cada uma é que determina a cor do cabelo. Com isso a distribuição da melanina, determinada pela herança genética, oferece uma infinidade de cores, desde o loiro claro ate o negro mais escuro (BAYARDO, 2017). Agora vamos analisar como acontece nos cabelos brancos. O cabelo branco geralmente ocorre ao longo do processo de envelhecimento, onde algumas enzimas vão diminuindo ou parando com seu funcionamento. 16 O cabelo branco vai perdendo seu pigmento, devido a uma enzima a tirosinase que para de atuar na função enzimática no processo de formação da melanina. Uma vez que a melanina provém da oxidação da tirosinase. Logo não havendo oxidação não há formação de pigmento. Um outro fator que influencia na cor é a formação de bolhas na formação do fio e isso resulta em um cabelo mais poroso. Temos também como agente que provoca o branqueamento dos fios, a ação dos radicais livres, através de moléculas de oxigênio produzidas pelo próprio organismo que podem provocar dano celular. Os radicais livres formam na pele e cabelos o melano-aldeído, é uma substância tóxica que provoca o envelhecimento precoce cutâneo e grisalhamento dos cabelos. Nós possuímos mecanismos no nosso corpo de defesa contra o envelhecimento precoce, porém com a idade, estresse e exposição solar, faz com que o nosso organismo vá ficando menos eficaz. 17 Quando falamos em tipos de cabelos, podemos classificar em três tipos de cabelos em relação as etnias: - Caucasianos: são cabelos ondulados, geralmente descendentes de europeus, e várias etnias, são cabelos resistentes, e ótimos para trabalhos capilares; - mongol ou asiáticos: são cabelos lisos, de origem asiática, oriental, esquimó e índios americanos. São cabelos de estruturas grossas e resistentes, porém com maior dificuldade em processos de descoloração;- Negróide: é o tipo mais característico da raça negra, este cabelo possui espessura fina, são mais frágeis e se quebram com facilidade, tendem a ser mais ressecados e precisam de cuidados especiais. Lembrando que estas definições não querem dizer que as pessoas devem pertencer a cada etnia, pois no Brasil por exemplo há uma intensa miscigenação, podendo ocorrer características de cabelos negróides em pessoas brancas, ou vice- versa. 18 Cada um desses tipos de cabelos tem suas características próprias e podem ser acometidos por vários tipos de afecções e distúrbios, sendo eles adquiridos ou congênitos. Vamos agora falar sobre os problemas que podemos ter na saúde dos fios e do couro cabeludo, que vão influenciar diretamente na autoestima e qualidade de vida das pessoas. 19 UNIDADE 02 PATOLOGIAS DOS CABELOS E COURO CABELUDO A Patologia (derivado do grego pathos, sofrimento, doença, e logia, ciência, estudo) é o estudo das doenças em geral sob aspectos determinados. Ela envolve tanto a ciência básica quanto a prática clínica, e é devotada ao estudo das alterações estruturais e funcionais das células, dos tecidos e dos órgãos que estão ou podem estar sujeitos a doenças. 2.1 SEBORREIA Vamos começar falando da seborreia uma das mais comuns patologias que ocorrem no couro cabeludo. A seborreia está ligada a fatores hormonais, alimentares ou climáticos. É o excesso de produção de sebo pelas glândulas sebáceas, tanto no couro cabeludo como no rosto, e não causa descamação nem vermelhidão local. Nas imagens temos um couro cabeludo com excesso de sebo . 20 2.2 Dermatite seborréica Uma outra afecção do couro cabeludo é a dermatite seborréica. Trata-se de lesões que acometem o couro cabeludo, orelhas, face e região central do tórax. Ela se diferencia da seborreia, pois neste caso há uma formação de placas e descamação. Geralmente, em indivíduos com predisposição genética. É causada por uma produção excessiva de sebo pelas glândulas sebáceas e pela presença de um fungo Malassézia furfun. 21 Podemos citar algumas características clínicas: A presença de manchas bem delimitadas avermelhadas e placas finas de coloração rosa amarelado ao vermelho escuro, escamas parecidas com focos e gordurosas; Geralmente acomete áreas com maior produção sebácea; Causa desconforto e coceiras. A dermatite seborréica do couro cabeludo além da caspa, tem infamação e plurido; Esse tipo de afecção do couro cabeludo pode comprometer a qualidade de vida do paciente. O tratamento pode ser feito com loções com corticoides e xampus antifúngicos ou antibióticos. 22 2.3 Alopecia Vamos falar agora sobre a alopecia. existem dois tipos de alopecia, a aerata e a androgenética. A diferença básica entre elas é que: A aerata pode ocorrer tanto no couro cabeludo como em qualquer outra parte do corpo e geralmente está ligada a fatores autoimunes e emocionais. Já a alopecia androgenética ocorre mais em homens. É mais conhecida como calvície, e está relacionada aos hormônios sexuais masculinos mais especificamente a testosterona. Vamos falar agora sobre as características de cada uma delas. A alopecia areata ou pelada, que é caracterizada pela perda dos cabelos em áreas do couro cabeludo, pode ocorrer em algumas áreas do corpo também, não possui sinal externo de infamação. Este tipo de alopecia pode ocorrer no corpo todo também em alguns casos, aparecem em forma de placas sem pelos. A incidência em ambos os sexos, e os pelos em volta das placas lisas e brilhantes sem cabelos costumam ser quebradiços e fáceis de retirar. A causa é desconhecida, mas geralmente vem associada a outras doenças como vitiligo, hipoparatreoidismo e candidose mucocutâneo, isso leva a sugerir um processo de doença autoimune ant-bulbo piloso, ou seja, imunidade baixa ligado ao estresse emocional, e desencadeia o processo de alopecia areata. O tratamento pode ser feito de várias formas: - Uso de óleos vaso dilatadores e antinflamatórios, aplicados no couro cabeludo seguido de massagem e associar o pente de alta frequência; - a biotina via oral é muito eficiente no tratamento; - o laser é muito usado pois reduz o processo infamatório em volta da raiz do cabelo; - infiltrações com corticóides. 23 - o microagulhamento tem sido usado nos tratamentos com resultados excelentes, associado à aplicação de corticoides tópicos, que estimulam a circulação local e assim induzem ao crescimento dos fios. Temos nesta imagem um exemplo de alopécia areata: A alopecia androgenética é um tipo de alopecia que acomete mais homens do que mulheres, esta relacionada geneticamente a dependência e uso de andrógeno. Ocorre na parte frontal do couro cabeludo na maioria dos casos e em homens brancos em torno dos 50 anos de idade. Não causa dano à saúde, porém pode afetar na qualidade de vida do indivíduo. 24 As principais causas da alopecia são: O uso de medicamentos, Tratamentos de câncer, Anticoncepcionais, Baixo nível de ferro no sangue, Doenças crônicas, Infecções por fungos, Pós-parto, Doenças da tireoide e Stress físico e mental. O tratamento pode ser feito com a utilização de terapias capilares e associação com medicamentos como minoxidil. Nas terapias capilares para tratamento de alopécias utilizamos alguns princípios ativos importantes . Veremos no quadro abaixo os ativos e sua função. 25 Na figura abaixo um exemplo de alopécia androgenétca: 26 2.4 Eflúvio Telógeno É importante também tratarmos sobre eflúvio telógeno. Ele é caracterizado pela queda excessiva dos cabelos e podemos verificar essa situação no nosso cotidiano, durante o banho, por exemplo, ao lavar os cabelos. O normal de um cabelo saudável é cair até 100 fios diariamente. No caso do eflúvio, os fios passam a cair em média de 200 a 300 fios por dia. É a forma mais comum de queda de cabelo, e pode ser associada a efeitos colaterais de medicamentos ou associada a doenças sistêmicas ou fisiológicas. O eflúvio telógeno pode ser dividido em agudo ou crônico. A causa da queda está associada a algo que tenha acontecido três meses antes de iniciar a queda excessiva, pois este é o tempo que o folículo piloso leva para chegar na fase telógena e cair. As causas podem ser: - Alopecia em recém-nascidos; - pós –parto; - eflúvio telógeno crônico sem fator causal identificável; - pós-estado febril; - infecção grave; - doença crônica grave como a AIDS e lúpus eritematoso sistêmico; - stress psicológico grave e prolongado; - endocrinopatias; - dietas restritivas demais; - drogas; - retinoides e excesso de vitamina A; 27 - anticoagulantes; -antitireoidianos; - anticonvulsivantes; e - metais pesados. TRATAMENTO O tratamento em geral depende da condição patológica em que o paciente se encontra, se o eflúvio estiver associado a alguma outra doença deve-se tratar a doença. Posteriormente, as causas do eflúvio, na maioria dos casos também será tratada. Lembrando que geralmente essa queda excessiva dura em torno de 3 meses, e após este período os fios podem parar de cair, principalmente se estiver tratando qualquer doença associada à queda. EFLÚVIO ANÁGENO Temos também o eflúvio anágeno, que é a queda dos cabelos na fase de crescimento anágena. Essa queda de cabelo é temporária ou transitória. Ela pode ser causada por drogas, stress, medicamentos, febre alta, défcit de vitaminas. TRATAMENTO Uma das formas de tratamento de quaisquer das formas de eflúvio é o uso do minoxidil 2 -5%, no couro cabeludo para evitar a queda e estimular o crescimento de novos cabelos. 28 2.5 TRICOTILOMANIA Agora, vamosfalar sobre a tricotilomania, é uma doença que geralmente ocorre mais em mulheres do que nos homens, está relacionada aos níveis de estress psicológico ou transtorno de personalidade. É o arrancamento do fio de cabelo autoinduzido, causando placas de alopecia, com fios em tamanhos irregulares. TRATAMENTO O tratamento mais indicado além de terapias capilares, terapias comportamentais e terapias farmacológicas, um dos medicamentos indicados é a clomipramina. Por ser um distúrbio que está relacionado ao estress e ao psicológico, deve-se associar estes tratamentos para melhores resultados. 2.6 Psoríase Temos também uma outra doença que pode estar associada ao sistema imune. Estamos falando da PSORÍASE, é uma doença infamatória crônica da pele, couro cabeludo e articulações, de base genética. Ocorre igualmente em homens e mulheres, tanto na infância como fase adulta. 29 Manifesta-se em forma de placas eritemo-escamosas, nas regiões dos cotovelos, joelhos, couro cabeludo e região sacra. Os fatores que desencadeia a psoríase podem ser locais ou sistêmicos: - Fatores locais: podemos citar a luz solar, geralmente o sol é um fator que melhora a psoríase, mas em caso de exposição aguda intensa pode desencadear o surgimento das placas. Outro fator local são os traumas, todos os tipos de lesões, traumas químicos, físicos, infamatório ou escoriações da lesão. - Fatores sistêmicos: Nos fatores sistêmicos temos o tabagismo, uso de álcool, drogas, fatores psicogênicos e emocionais. O estress é o principal desencadeador da doença. TRATAMENTO O tratamento geralmente é feito com o uso de medicamentos tópicos podem ser loções, cremes ou pomadas sobre a lesão cutânea, a base de corticosteroides e manter sempre a área hidratada. Imagem de psoríase no couro cabeludo. 30 2.7 Tinha Do Couro Cabeludo A tinha do couro cabeludo é uma infecção fúngicas, conhecida como micose, tem como características a formação de placas de alopecia com plurido e descamação, com pontos pretos que são os fios de cabelos cortados ou quebrados. Geralmente, acomete crianças até os 16 anos, em condições de má higiene ou com doenças autoimunes como a AIDS. TRATAMENTO O tratamento e prevenção envolve o uso de xampu antifúngico, tanto do paciente como dos outros membros da família para evitar proliferação, assim como não compartilhar roupas de cama e acessórios de 31 cabelo. Animais domésticos devem ser avaliados por veterinários, pois podem estar contaminados. 2.8 Caspa Agora, vamos falar sobre a caspa. É uma descamação do couro cabeludo. Seu estado evoluído dá início a dermatite seborréica, que vem acompanhada de infamações e lesões avermelhadas. Nesse sentido, a caspa é a fase não infamatória da dermatite seborréica. Vários fatores podem contribuir para o surgimento da caspa, entre eles podemos citar o estress, alterações hormonais, o excesso de testosterona, excesso de produtos químicos, utilização inadequada de produtos e até processos alérgicos. A caspa é ocasionada por um fundo chamado Pityrosporum ovale, é um fungo da microbiota do couro cabeludo que quando é produzido em excesso pode ocasionar descamação. 32 2.9 Foliculite Entre os vários tipos de patologias capilares temos um tipo comum e muito importante, estamos falando da foliculite. Trata-se de uma infamação do folículo piloso causado pela infecção por Staphylococcus. Geralmente, causada por infecção bacteriana ou fúngica. A causa da foliculite é a obstrução do folículo piloso individual e de unidades polissebáceas associadas. As áreas mais afetas são o couro cabeludo, axilas, região inguinal, coxas e tronco. A foliculite se caracteriza pelo aparecimento de pústulas foliculares. As lesões podem ser pruriginosas, principalmente as presentes no couro cabeludo. Geralmente, a foliculite tem preferência por regiões de oclusão ou de pelos terminais. O fato de raspar como é o caso de barba, axila e virilha, pode fazer com que piore o quadro de foliculite. O tratamento depende do tipo de foliculite que ocorreu. 33 A foliculite pode ser superficial ou profunda. o Entre as superficiais temos a foliculite estafilocócica. Este tipo é causada pela infecção por Staphylococcus, causa coceira, vermelhidão local e pus. Ocorre em qualquer região do corpo. o Temos a foliculite superficial por Pseudomonas, mais conhecida como foliculite de banheira quente. É causada por bactérias Pseudomonas, que se proliferam no meio aquático onde cloro e pH não estão corretamente adicionados. Aparecem geralmente após 5 ou 8 horas após a exposição à bactéria e pode causar erupções vermelhas e bolhas de pus. o Outro tipo muito comum entre os homens é a pseudofoliculite da barba, geralmente afeta mais homens, na maioria das vezes negros, na face e pescoço. Em mulheres, ocorre quando se faz a depilação de áreas com cera. Isso pode levar a um processo infamatório e também a cicatrizes. o E por último a foliculite ptirospórica, esta é causada por um fungo que causa espinhas, pápulas avermelhadas e pode ocorrer coceira. Aparecendo no pescoço, ombros, braços, face e tórax anterior. Agora falando de foliculite profunda: Temos a foliculite sicose barba, é uma infamação que aparece geralmente na região do lábio superior, queixo e mandíbula. Normalmente, é causada pelo ato de barbear e pode deixar cicatrizes. Existem também a foliculite causada por bactérias gram-negativas. É causada pelo uso prolongado de antibióticos para tratamento de acne principalmente, como 34 estes medicamentos alteram as características da pele contribuem para o crescimento de bactérias gram-negativas. Temos também a foliculite eosinofílica, é caracterizada por apresentar vermelhidão e feridas com pus que geralmente coçam e podem afetar tanto rosto como os braços. Este tipo de foliculite acomete pessoas infectadas pelo vírus HIV. Existem algumas pessoas com tendência a hiperqueratose folicular, que consequentemente irá obstruir a saída do folículo, causando assim uma infecção no local. Esta é um tipo de foliculite secundária que pode agravar para uma foliculite dissecante do couro cabeludo, uma forma mais grave e crônica que acomete jovens. Sendo capaz de destruir o folículo piloso e causar assim áreas de alopecia e deixar cicatrizes hipertróficas. TRATAMENTO O tratamento é feito com antibióticos sistêmicos e isotretinoína via oral. 3.0 Pediculose Agora vamos falar de uma situação muito comum em crianças e escolas e no meio infantil, mas que pode ocorrer em adultos também. A Pediculose, mais conhecido como piolho, é causada por parasitas com hospedeiro humano que é classificado como um tipo de inseto, a sua picada provoca pápulas e coceira. Eles podem viver até 30 dias no couro cabeludo e depositar de 100 a 400 como lêndeas no folículo piloso, pode causar um prurido atrás da orelha ou da nuca. A sua ocorrência é maior em crianças e normalmente em meninas mais do que em meninos. A transmissão se dá por contato direto, cabeça com cabeça, e o seu tratamento pode ser feito com uso de xampus e pente fino para retirar as lêndeas, o indicado é colocar uma toalha molhada morna na cabeça por 30 minutos e após passar pente fino, retirando, assim, as lêndeas e piolhos. 35 Para combater a infestação a família toda deve ser tratada, as roupas de cama e toalhas devem ser lavadas com água quente, escovas e pentes devem ser descartados. 36 UNIDADE 03 PATOLOGIAS DA HASTE Os processos químicos capilares constituem um conjunto de agressões químicas aos cabelos. Qualquer que seja o processo o seu mecanismo de ação no cabelo, invariavelmente trará consequência, todas elas de degradação da cutícula ou de ruptura eperda da massa de queratina interna: ALTERAÇÃO DO PH DO CABELO E DO COURO CABELUDO (ALTERA A CONSTITUIÇÃO PROTÉICA DO CABELO) QUEDA DE LIGAÇÕES DE ENXOFRE TRANSFORMAÇÃO DA QUERATINA ALFA EM BETA DIMINUIÇÃO DA CISTINA E AUMENTO DO ÁCIDO CISTEICO (FRAGILIZANDO A FIBRA) (AUMENTA A POROSIDADE) AUMENTO DAS CARGAS ELETROSTÁTICAS DOS FIOS (OS CABELOS FICAM ÁSPEROS AO TOQUE, SENSÍVEIS A VARIAÇÃO DA UMIDADE RELATIVA AO AR) 3.1 Triconodose Vamos falar agora sobre situações bem comuns que ocorrem nos fios de cabelo, que são os nós e as pontas duplas, mais especificamente o nó é chamado de triconodose e as pontas duplas de tricoptlose. Com certeza vocês já viram um das duas situações ou as duas nos seus cabelos, principalmente cabelos longos. Estamos falando da triconodose. Trata-se da formação de nó. Ele pode ser simples ou duplo nos cabelos, geralmente causado por procedimentos cosméticos ou fricção. 37 Geralmente, ocorre em cabelos mais crespos e finos. Esses nós podem acarretar desgaste da cutícula do cabelo. O que poderá resultar na quebra do fio e embaraçar com frequência. 3.2 Tricoptilose Já a tricoptlose é uma fissura longitudinal na haste do cabelo, que ocasiona a ponta dupla ou múltiplas pontas, geralmente seguida de situação de cabelo ressecado, seco e quebradiço. Para que não ocorra, são necessários cuidados diários com os fios, hidratação, reconstrução e nutrição para manter assim os cabelos saudáveis. Pode ser causada pelo uso de produtos químicos, falta de corte nos cabelos, falta de hidratação e o uso excessivo de secador e prancha. Isso é muito comum quem possui cabelo longo ou que passa por processos químicos sempre irá encontrar nos fios este tipo de fissura. 38 3.3 Tricorrexe Nodosa Temos também outra situação bem comum, a tricorrexe nodosa. Esta é a formação de nódulos, resultado de algum trauma ou desgaste. É a forma mais comum de cabelos quebradiços ou quebra dos fios, onde ocorre o rompimento das células cuticulares e as células corticais se alargam e quebram. Existem vários fatores que contribuem para que isso ocorra, como a exposição solar, o ato de pentear, escovar, xampu, banho de mar e desgaste natural. Podem ocorrer tanto próximo a raiz como no comprimento dos fios longos. Para tratar com terapias capilares, devemos primeiramente evitar o calor excessivo de secadores e pranchas, além de hidratação e reconstrução dos fios e corte a cada 3 meses. Isso fará os fios crescerem saudáveis. 39 40 UNIDADE 04 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS NA TERAPIA CAPILAR Existem vários protocolos e recursos que podemos associar e utilizar de forma a prevenir, tratar, recuperar e fortalecer o couro cabeludo e os cabelos. Assim, veremos os recursos eletroterápicos e procedimentos que podemos utilizar na terapia capilar. RECURSOS ELETROTERÁPICOS NA TERAPIA CAPILAR Nas terapias capilares, podemos utilizar alguns equipamentos eletroterápicos para auxiliar nos tratamentos, que vão auxiliar na penetração de qualquer medicamento que esteja sendo utilizado, melhorar a estrutura do couro cabeludo para receber os ativos dos produtos e estimular a oxigenação e o fluxo sanguíneo. Vamos falar sobre alguns equipamentos muito utilizados a seguir. 41 4.1 Vapor de ozônio Vamos começar falando sobre o Vapor de ozônio. O vapor de ozônio possui função bactericida, fúngica, antisséptico e age como emoliente. Nos casos de seborreia, por exemplo, é uma ótima opção de recurso. Vai agir no couro cabeludo, combatendo qualquer tipo de contaminação por bactérias, aumentar a oxigenação local e eliminação de toxinas através da sudorese. 4.2 Alta Frequência Temos a alta frequência também muito usada na terapia capilar. O aparelho de alta frequência pode ser usado, pois possui função bactericida, antiinflamatória, antisséptico e aumenta o fluxo sanguíneo. É muito indicado nos casos de seborreia e psoríase, pois ajuda a cicatrização das feridas da descamação no caso da psoríase. Indicada para tratamentos antiqueda, pois estimula o crescimento dos fios com aumento do fluxo sanguíneo. No caso de revitalização, também pode ser usada. O pente da alta frequência deve ser utilizado nos cabelos secos e limpos. 4.3 Desincruste Outro equipamento indicado na terapia capilar é o equipamento de desincruste. O desencruste pode atuar no controle da produção sebácea do couro cabeludo, associando produtos com ativos de carbonato de sódio ou algum outro de característica alcalina. Promove a saponifcação, assim com os ácidos graxos do couro cabeludo formam um sabão que poderá ser removido com água . 42 4.4 O Led e Laser Atualmente, a tecnologia vem avançando suas pesquisas e trouxe a novidade do recurso de laser e led nos tratamentos estéticos, com sua eficácia comprovada, tanto em tratamentos faciais como corporais e nas terapias capilares. O Led e Laser possui ação ant-infamatória, melhora a irrigação sanguínea, contribuindo assim para melhoria no crescimento do pelo e hidratação e controla a oleosidade. É importante fazer uma leve esfoliação local antes da aplicação do led e associar com produtos que contenham princípios ativos que estimulem o crescimento dos fios. 4.5 Lâmpada De Wood Indicado tanto para tratamento de seborreia, como queda de cabelo, revitalização e protocolos de hidratação. Temos também a Lâmpada de wood que há anos é utilizada para análise de pele, e como o couro cabeludo também faz parte da epiderme, é muito utilizada na análise do couro cabeludo, dos fios e da pele do rosto, é importante em análises de afecções do couro cabeludo, define lesões epidérmicas, micoses, cabelos desidratados, seborréia e câncer de pele. Temos que ter cuidado com os olhos do paciente, não deve utilizar sem proteção nos olhos. A lâmpada é formada de mercúrio e seu vidro de silicato de Bário, 9 % de óxido de níquel, permite a passagem de radiações ultravioletas de 340 a 450nm. Podemos através da lâmpada determinar se a lesão epidérmica está a nível epidérmico ou dérmico. 43 No caso de uma hipercromia, se estiver a nível epidérmico, com a análise da lâmpada de wood ,ela apresentará coloração escura. Já se estiver a nível dérmico apresenta coloração azulada. Com o uso da lâmpada, podemos definir a extensão da lesão, o grau e a localização da lesão tanto na pele como no couro cabeludo. 4.6 Carboxiterapia Um outro recurso que vem sendo usado nas terapias capilares é a carboxiterapia, principalmente em tratamento de alopecia. A carboxiterapia promove a vasodilatação local, aumenta o fluxo sanguíneo, a pressão parcial de oxigênio (PO2), aumentando assim a afinidade da hemoglobina pelo gás carbônico e liberando oxigênio para os tecidos. Assim, chega mais oxigênio e nutrientes às células dos tecidos. Vamos explicar como é o princípio da carboxiterapia. Aplica-se o gás carbônico com um agulha fina no tecido subcutâneo, isso irá causar uma lesão, e iniciará um processo infamatório com o objetivo de cicatrizar e recuperar o tecido lesado. Desta forma acontecerá uma proliferação de vasos sanguíneos e fibroblastos. Isso levará a um aumento no calibre dos vasos sanguíneos e aumento do fluxo de sangue no local. 44 Existem vários procedimentos e recursos que a estética e a medicina disponibilizam para os tratamentos capilares. Os eletroterápicos mais indicados são estes que citamos anteriormente. 4.7 Microagulhamento Há na área da estética outro recurso que vem dando muitos resultados positivos, para tratamentos de pele e também nos tratamentos capilares. Estamos falando do microagulhamento associado a princípios ativos, principalmente para tratamento da alopecia. A técnica domicroagulhamento surgiu nos anos 90 na Alemanha, mas somente em 2006 ela se espalhou pelo mundo e vários profissionais da área médica e estética começaram a utilizar em protocolos. Pode ser utlizado no tratamento de cicatrizes, flacidez, estrias, rugas, alopecias e rejuvenescimento facial. Na administração transdérmica de fármacos. Dessa maneira, os canais que o microagulhamento produz na pele facilitam a permeação de ativos. Assim, podemos associar princípios ativos para tratamentos capilares como fatores decrescimento 45 por exemplo que auxiliarão no desenvolvimento dos fios e melhor oxigenação e vascularização do couro cabeludo. O microagulhamento age no couro cabeludo, ativando o sistema plaquetário mediante as feridas, assim estimula fatores de crescimento derivados das plaquetas e dos fatores de crescimento epidérmico. Nas áreas onde é feito o procedimento as células-tronco do bulbo capilar são ativadas. Isso fará com que os genes relacionados ao crescimento capilar sejam ativados. Para efetuar o procedimento devemos delimitar a região a ser tratada, passar um anestésico de uso tópico 30 minutos, antes de passar o roler. Após este tempo, conferir com a paciente se está anestesiado. Se não estiver, deixar agir mais uns 30 minutos, e após retirar o excesso com uma gaze úmida com soro fisiológico. Fazer a antissepsia da região a ser tratada. Escolher o roller para o procedimento. Existem rollers de 0,5 mm até 2,0mm que podemos utilizar o mais indicado é de 1,5mm. O movimento na região tratada deve ser no sentido vertical, longitudinal e diagonal até que ocorra eritema. O procedimento dura em torno de 30 minutos. A terapia capilar envolve vários tipos de procedimentos desde os eletroterápicos até aplicação de compostos mais naturais como a argila, com a finalidade de recuperação da saúde e função dos cabelos e couro cabeludo. Para cada afecção ou necessidade dos cabelos existe um protocolo/ procedimento ideal a cada tipo de cabelo. Veremos neste conteúdo alguns procedimentos que podemos utilizar. 46 5.0 RECURSOS COSMÉTICOS UTILIZADOS NA TERAPIA CAPILAR Primeiramente devemos ter na consciência que em qualquer caso de distúrbios no couro cabeludo devemos procurar um profissional médico qualificado para tratar tal disfunção. Na área da estética, temos recursos preventivos e procedimentos que podem ser associados a medicações para obter o melhor resultado possível e melhorar a qualidade de vida do paciente. Na terapia capilar podemos associar várias técnicas com o objetivo de prevenir, fortalecer e recuperar a saúde do couro cabeludo e dos fos. A eletroterapia é importante nesse processo e juntamente a ela temos procedimentos como a hidratação, a cauterização, a reconstrução, o peeling, a argila e as máscaras capilares, que irão completar os tratamentos. Lembrando que para qualquer procedimento a higienização e limpeza dos fios e do couro cabeludo é o primeiro passo para um tratamento bem feito. Assim, falaremos um pouco sobre a limpeza dos cabelos. 5.1 Xampus O principal produto para limpeza dos cabelos e couro cabeludo são os xampus, que tem finalidade remover, sebo, suor, restos celulares, íons, ácidos graxos de outros produtos para cabelos e impurezas dos cabelos. É a limpeza do couro cabeludo e dos fios que prepara o cabelo para receber outros tratamentos. As formulações dos cabelos têm princípios de tratamento também, temos no mercado hoje xampu para cada tipo de cabelo, oleoso, seco, desidratado, normal, tingido, misto entre outros. Hoje em dia, um xampu pode ter mais de 30 componentes em sua fórmula. Assim, além de limpar podem conter ativos condicionantes que irão diminuir a agressão ao fio e deixa-los menos estáticos. 47 5.2 Peeling O peeling também é uma forma de retirar impurezas do couro cabeludo, o produto utilizado possui grânulos que vão fazer uma esfoliação local, removendo células mortas, impurezas, ativando a circulação com a massagem na aplicação do produto, desobstrui poros, retira o excesso de oleosidade. Este processo além de limpar o couro cabeludo e ativar a circulação vai preparar a pele para melhor absorção de um posterior tratamento, seja com medicamentos ou com cosméticos. 5.3 Massagem A massagem é um recurso que sempre podemos utilizar nas terapias capilares, pois vai ativar a circulação sanguínea, estimular o couro cabeludo, revitaliza os fios, promove a oxigenação do folículo piloso, transporta nutrientes essenciais para o desenvolvimento dos fios, acelera o retorno venoso e assim potencializa a ação dos cremes e outro produtos utilizados posteriormente(GUIRRO;GUIRRO,1996). Muitos são os benefícios da massagem, podemos citar os mais importantes, promover relaxamento, alívio do estress, aliviar tensões e melhorar a qualidade do sono. E através da massagem podemos associar ativos e óleos essenciais para a finalidade de cada tratamento, como ativos antissépticos, bactericidas, ou que estimulem o crescimento e fortalecimento dos fios em tratamentos de alopécia por exemplo. A massagem promove estimulação de várias substâncias neuroquímicas do corpo, ela estimula a histamina que favorece as defesas do corpo, a melatonina que melhora a qualidade do sono, estimula serotonina e endorfina que causam sensação de bem-estar, possui ação analgésica diminuindo a sensação de dor, podemos dizer que em todo tratamento capilar que for possível associar a massagem é primordial para um resultado mais rápido e melhora da qualidade de vida do paciente . 48 5.4 Hidratação Capilar Vamos falar da hidratação capilar, ela é responsável pela reposição hídrica aos fios. Para isso podemos utilizar máscaras com princípios hidratantes, com objetivo de reposição da oleosidade e emoliência dos cabelos. A grande maioria das mulheres gastam dinheiro com tinturas, mechas, alisamentos mas esquecem do principal para manter os fios saudáveis, que é a hidratação. O ideal é você manter o hábito de cuidar dos cabelos com produtos que não sejam profissionais e que possa usar em casa, se não souber avaliar qual o produto correto para seu tipo de cabelo procurar um profissional para auxiliar ou fazer a hidratação no salão de beleza. As máscaras hidratantes geralmente contém ativos antestáticos que vão agir na fibra capilar deixando-os mais alinhados. Elas podem conter ativos como o silicone, óleos minerais, vegetais e animais, lanolina, manteiga de karité, todos estes princípios ativos possuem ação de formar filme protetor nos fios que ajuda a diminuir pontas duplas, diminuindo a perda de água e a desidratação. 49 Quando a fibra do cabelo está bem hidratada o resultado é um cabelo com brilho, maleável, sedoso, sem fios estáticos e mais saudável(GOMES;GABRIEL, 2006) Podemos fazer a hidratação capilar com máscaras indicadas para cada tipo de cabelo, de acordo com a necessidade de cada um, o ideal é pelo menos a cada 15 dias fazer uma hidratação profunda, deixando o produto agir no cabelo de 20 a 30 minutos. 5.5 Cauterização A cauterização faz uma reestruturação da fibra capilar, a principal função da cauterização é recuperar a elasticidade do cabelo, este tratamento age do córtex até a cutícula do cabelo. Assim a cauterização é uma hidratação profunda que sela as cutículas do cabelo, diminui as pontas duplas e elimina o aspecto arrepiado dos fos. 5.6 Reconstrução A reconstrução assim como a cauterização é um procedimento que utiliza a queratina para selar as cutículas ou escamas do cabelo, porém na reconstrução teremos outros ativos importantes como a vitamina E e o óleo de macadâmia. A vitamina E possui ação antioxidante, e auxilia na remoção de impurezas como, resíduos químicose cloro. E o óleo de macadâmia, possui ação emoliente além de hidratar e proteger os fios. Vejamos como seguir o procedimento: 50 - Primeiro passo sempre limpeza dos cabelos e couro cabeludo, utiliza-se neste procedimento xampu ant-resíduos, que irá abrir as escamas dos fos para facilitar a penetração dos outros produtos; - tira o excesso de água e separa o cabelo em mechas para aplicação da solução de queratina; - aplica-se um reestruturador instantâneo, com pH 4,5 , a base de queratina. Deixe agir por 2 ou 3 minutos; - enxaguar completamente o cabelo; - aplica-se um recondicionador instantâneo de pH 4,0, que irá fechar as cutículas dos cabelos; - deixe agir por 2 ou 3 minutos e enxague; - aplicar o finalizador térmico, que irá hidratar, proteger e deixar os fios mais fáceis de pentear; - secar o cabelo com secador e para fixar melhor os produtos finaliza com a chapinha. A reconstrução é indicada para cabelos extremamente danificados, e irá recuperar os cabelos proporcionando maciez e brilho. 5.7 Desintoxicação Capilar A desintoxicação capilar é indicada para tratamento de couro cabeludo e dos fios que foram muito expostos a tratamentos químicos, uso de henna, henê, metais pesados, toxinas. Vai agir desintoxicando o couro cabeludo, removendo toxinas e estimulando o fortalecimento do bulbo. Lembrando que em qualquer procedimento é essencial a higienização das mãos do profissional e da cliente, o uso de luvas pela profissional e a avaliação da haste do cabelo e couro cabeludo antes de iniciar o procedimento. Veremos a seguir a sequência do processo: - Começamos com a higienização do couro cabeludo e dos fios, podendo associar a eletroterapia se for necessário com o desincruste; 51 - podemos também associar o peeling capilar para eliminar células mortas, caspas, seborréia, e todas as impurezas presentes no couro cabeludo; -preparar a mistura de argila, misturada com água destilada e óleos essenciais, a argila vai auxiliar no controle da produção sebácea, tem ação desintoxicante e antiinflamatório; - ocluir com filme osmótico por 10 minutos; - enxaguar bem; - lavar com xampu indicado para o tipo de cabelo, duas vezes; - aplicar um creme de ação hidratante, podemos nesta etapa associar o vapor de ozônio, ocluir com filme osmótico e deixar agir por 10 minutos; - enxaguar bem; - se estiver tratando um paciente com alopécia, queda de cabelo ou cabelo oleoso, podemos associar o uso de alta frequência com os cabelos quase secos; - finaliza com creme sem enxágue ou leave-in com fator de proteção solar e térmico. 5.8 Argilas As argilas são muito utilizadas em procedimentos estéticos faciais e corporais, também são muito usadas nas terapias capilares. Ela pode ser utilizada pura, sendo diluída em água ou em algum tipo de chá que tenha princípios calmantes ou estimulantes como a camomila e o chá verde é um exemplo. Temos também a argila combinada, que pode ser misturada com algum sérum ou creme, e a argiloterapia por oclusão, isso é quando usamos a argila ocluída com filme osmótico para que sua penetração seja maior . A argila possui várias propriedades e age de várias maneiras no nosso organismo, possui ação antiinflamatória, cicatrizante, antibacteriana, desintoxicante, antisséptica, possui ação descongestionante auxiliando na eliminação de líquidos e toxinas. Tem ação calmante, refrescante desinfetante. Além de propriedades tensora e hidratante. Muito utilizada no controle de oleosidade capilar, seborréia e caspa. 52 A sua composição é muito rica em vários tipos de minerais, são ele: - Silício, responsável pela produção de colágeno e antiinflamatório; - titânio: antioxidante e aumenta a resistência imunológica; - cálcio: age na flacidez; - sódio: auxilia no controle de pH, elimina toxinas e aumenta a circulação; - manganês: tem ação antialérgica; - enxofre: possui ação microbiano e antifúngico; o alumínio possui ação ant- infamatória e cicatrizante. No couro cabeludo podemos associar a argila verda ao chá verde ou vinhoterapia, para um efeito detox e melhorar a vitalidade dos cabelos. Veremos uma sugestão de como utilizar em tratamento de seborréia: - Começamos fazendo higienização do couro cabeludo , utilizando um peeling capilar; - enxaguar bem e retirar o excesso de água; - separe o cabelo em mechas; - preparar a argila com um tônico específco para o tratamento; - aplicar no couro cabeludo da região cervical para a frontal; - colocar touca e deixar agir por cerca de 30 minutos; - lavar duas vezes com xampu para cabelos oleosos; - enxaguar e aplicar condicionador; - aplique sempre um finalizador hidratante ou leave-in; - deixar secar. Uma dica é repetir o procedimento a cada 15 dias para manutenção dos resultados. Para tratamento de caspa, queda de cabelos e oleosidade excessiva, também podemos utilizar a argila vermelha com óleo essencial de alecrim. 53 Os tratamentos para recuperação da haste dos cabelos, são importantes tanto para recuperação dos fios, como para auxiliar nos tratamentos de afecções do couro cabeludo. Veremos aqui alguns protocolos e cuidados com os cabelos. De maneira geral a beleza e saúde dos cabelos está ligada ao teor hídrico dos fios, pois a perda de água resulta em um cabelo com cutículas abertas, áspero e sem brilho. O cabelo normal possui teor hídrico ideal, cutículas fechadas e produção sebácea controlada. Necessita apenas de manter a integridade dos fios. Podemos utilizar xampu e condicionador com princípios ativos como , lavanda, alecrim e sálvia. Possuem ação bactericida, antisséptica, estimulante e tonificante. No caso de cabelos escuros para realçar o brilho podemos indicar xampus que tenham em sua composição lavanda e alecrim. Para os cabelos loiros temos xampus com camomila, calêndula e limão irão deixar os fios mais brilhosos. Já no caso de cabelos ruivos o hibisco e a canela irão realçar a cor e dar brilho. Cabelos oleosos precisam ser lavados com maior frequência e evitar usar água morna ou quente na lavagem, é importante em cada lavagem utilizar duas vezes o xampu, e não passar condicionador próximo a raiz. Para controlar a oleosidade podemos usar argila branca, que pode ser usada tanto para esfoliar o couro cabeludo como em forma de máscara, de 15 em 15 dias. E a eletroterapia pode ser associada na lavagem como o uso do desincruste, dá resultados ótimos no controle da oleosidade e caspas, seborreias. 54 Este tipo de cabelo apesar de oleoso também precisa de hidratação, então sempre que fazer deve-se usar máscaras de hidratação específicas para cabelos oleosos, não passar na raiz do cabelo, apenas no comprimento as pontas. Podemos usar touca metálica e vapor de ozônio também para melhor penetração dos ativos da máscara nos fios. Entre os ativos indicados para cabelos oleosos podemos citar, hamamélis, alecrim, lavanda e limão. O cabelos secos geralmente são mais porosos, opacos, ásperos e frágeis. Essa textura é causada geralmente por calor excessivo de secadores e chapinhas, exposição ao sol, vento, tratamentos químico ou tinturas. Para tratar este tipo de cabelo primeiro temos que lembrar que ele precisa de reposição hídrica, e nutrientes. Podemos usar substâncias como sândalo, lavanda, gerânio e camomila. Que estejam presentes tanto em xampu como no condicionador e máscara de hidratação. E alguns óleos também dão ótimos resultados, como o óleo de prímula, linhaça, óleo de amêndoas, óleo de abacate e óleo de côco. Quando o cabelo esta com queda e fragilizado, é necessário melhorar a oxigenação do couro cabeludo, para melhor penetração de ativos e estimular o crescimento dos fos. Para isso podemos fazer usode peeling capilar, xampu, condicionador e máscaras de hidratação com ativos de fortalecimento e estimulantes, massagem capilar para melhorar a oxigenação do couro cabeludo, além de recursos eletroterápicos como a alta frequência. Alguns ativos que previnem a queda dos fios é o jaborandi, queratina, própolis, pantenol, ceramidas, argila, aminoácidos, etc. Estes podem ser usados em xampu, condicionador, máscaras de hidratação e leaven-in sem enxágue. 55 Os cabelos tingidos também precisam de um cuidado especial, e seus cuidados visam além de manter ou prolongar a cor, amenizar os efeitos indesejáveis das tinturas, manter a integridade dos fios e prevenir o fotoenvelhecimento. Como as tinturas tendem a deixar os cabelos mais ásperos, ressecados e opacos, é muito importante a hidratação, nutrição e reconstrução dos fos. Podemos utilizar ativos como óleo de girassol, germém de trigo, e produtos específicos para cabelos tintos, que irão auxiliar na manutenção da cor e na hidratação dos fos. O uso de eletroterapia é sempre indicado pois em qualquer tipo de cabelo irá aumentar a permeação dos ativos e melhorar a circulação sanguínea do couro cabeludo. A caspa é algo que realmente incomoda muitas pessoas e comumente aparece no couro cabeludo com frequência. Existem alguns tratamentos naturais que também podem auxiliar no controle. Como por exemplo o aloe vera ou babosa. Além de combater a caspa é um ótimo hidratante, a babosa age acalmando o couro cabeludo para que ele não fque vermelho nem irritado. 56 Para utilizar no cabelo, poderá usar tanto um loção que qualquer marca como retirar da própria planta. Assim lave os cabelos com xampu, aplique a babosa em todo o comprimento do cabelo e couro cabeludo, deixe agir por 30 minutos. E depois enxague com água morna. Lembrando que deverá trocar a fronha do travesseiro todo os dias para evitar contaminação novamente. Se caso for utilizar loção cosmética a base de babosa, use a noite e lave os cabelos assim que acordar. 5.9 Óleo de Coco Existem vários produtos naturais que podemos usar em tratamentos capilares. Um outro produto é o óleo de coco, quem podemos usar na pele, nos cabelos e até ingerir. São muitos os benefícios do óleo de coco, desde auxiliar no controle do colesterol até a melhorar digestão, aumentar imunidade e acelerar o metabolismo. O óleo de coco possui princípios antioxidantes, antimicrobiano, antifúngico e antibactérias. Assim, podemos analisar que muitos problemas e patologias capilares estão relacionadas a proliferação de fungos no couro cabeludo. E o óleo de côco é um produto natural que podemos utilizar a nosso favor. Podemos usar para massagear o couro cabeludo, isso além de ativar a circulação local com a massagem vai garantir que o couro cabeludo ficará livre de caspas, piolhos e lêndeas. Também por sua ação hidratante e humectante, podemos associar aos tratamentos para cabelos secos. Pois vai garantir uma hidratação nos fios. 57 58 UNIDADE 06 PROCEDIMENTOS QUÍMICOS CAPILARES Alguns dos fatores que mais agridem os cabelos são os processos químicos que fazemos ao longo do tempo, como alisamentos, tinturas, descolorações, relaxamentos, entre outros. Além da exposição solar e a poluição que naturalmente vão causar danos a saúde dos fios, iremos neste capítulo conhecer alguns processos químicos e entender o que cada um pode causar ao couro cabeludo e a haste dos cabelos. 6.1 Alisamentos Vamos começar falando sobre alisamentos. Existem muitos procedimentos que alisam os cabelos , as escovas progressivas, escovas definitivas, alisamento, recondicionamento capilar, todo com a mesma finalidade, deixar os cabelos mais lisos e com menos volume. O alisamento consiste na quebra da molécula de queratina, pode ser temporário ou permanente. No caso, só alisamento permanente ocorre maior agressão aos fios pois há o rompimento de muitas ligações químicas que mantém a integridade do fio. Podemos citar como alguns dos danos causados pelos alisamentos, diminuição da resistência dos fios, porosidade, fios opacos, ressecados e embaraçados. Geralmente, estes danos se acumulam nos fios após os procedimentos. Nesse sentido, o ideal é não fazer mais de um procedimento no mesmo dia. Todos os alisantes inclusive os importados devem ser registrados pela ANVISA, pois podem possuir substâncias proibidas, ou de uso restrito que podem causar algum dano a saúde , alergias, queimaduras, quebra ou queda dos fios. 59 Existem algumas substâncias específicas com propriedades alisantes como o ácido toglicólico, hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, hidróxido de lítio, hidróxido de cálcio e hidróxido de guanidina, que são registrados e autorizados pela ANVISA. Já o formol e o glutaraldeído nãosão permitidos como alisantes. O formol de acordo com a RDC nº 36 de17.06.2009 da Vigilância Sanitária, não pode ser comercializado com supermercados, empórios, farmácias, drogarias e lojas de conveniência. Pois o uso desse produto como alisante pode causar vários danos a saúde tanto do profissional como do cliente, como irritação coceira, queimaduras, inchaço, descamação vermelhidão, queda, ardência e lacrimejação dos olhos, falta de ar, tosse, dores de cabeça, ardência e coceira no nariz, seja pelo contado direto com o produto ou pela inalação. No caso do profissional cabeleireiro o contato frequente pode levar a danos ainda maiores, como dores de barriga, enjoos, vômitos, desmaios, feridas na boca, narinas e olhos, e câncer nas vias aéreas superiores. Antes de fazer qualquer aplicação de qualquer produto de alisamento químico o profissional deve fazer perguntas a sua cliente para saber o histórico de produtos que já foram aplicados no cabelo e ha quanto tempo. Para garantir uma margem de segurança no procedimento, devido aos produtos químicos que compõem cada um, seja alisamento, tinturas ou descolorações. A ANVISA permite o uso de formol e do glutaraldeído em produtos cosméticos em porcentagens bem baixas apenas como um tipo de conservante, que neste caso não teria danos a saúde e também não causaria efeito de alisante nos cabelos. No caso do formol é de 0,2% e do gluaraldeído de 0,1%. 60 Uma das substâncias registradas pela ANVISA e permitida como alisante é o Tioglicolato de amônia, é uma das mais procuradas e mais caras substâncias utilizadas nos alisantes. Pois causa um alisamento menos agressivo do que os outros e mais rápido, é necessário o uso de um neutralizante. O togliconato é o componente mais utilizado no Brasil, porem sempre é indicado o teste de mecha para verificar a resistência dos fos. Este produto não é compatível com hidróxidos por isso é necessário saber da composição de qualquer outro produto que vá passar no cabelo, para que não ocorra danos nem aos cabelos nem ao couro cabeludo (VARELA,2007). Existem também os hidróxidos, temos o hidróxido de sódio e o hidróxido de guanidina. Os hidróxidos, agem no cabelo pelo processo de lantonização, como este produto após retirado dos cabelos deixa o cabelo com pH muito alto ele não pode ser submetido a outro tipo de alisamento pelo risco de quebra dos cabelos. No caso de submeter os cabelos a outro procedimento de alisamento tem que ser com o mesmo princípio ativo hidróxido, para não sofrer danos ao cabelo. O hidróxido de sódio também conhecido como soda cáustica, é classificado como um produto químico corrosivo e se utilizado acima do permitido pode causar graves queimaduras e quebra dos fios, é um dos maispotentes alisantes e sua concentração nos produtos é de 5 a 10% em pH alcalino, de 9 a 14% permitindo abertura das cutículas do cabelo, após o alisamento é necessário aplicação de um xampu para acidifcar o pH, para interromper o processo, neutralizando os íons de hidrogênio restantes e diminuindo o pH do cabelo do cabelo e do couro cabeludo (VARELA,2007). Outro hidróxido usado em alisamentos é o de guanidina, neste caso o alisante é composto de hidróxido de cálcio e carbonato de guanidina, formando assim o hidróxido de guanidina. Este tpo de alisante é mais fraco e menos agressivo ao couro cabeludo. Abaixo um exemplo de cabelo que passou por processo de alisamento: 61 VEJAMOS ALGUMAS TÉCNICAS MAIS USADAS DE ALISAMENTOS: - Escova definitiva ou japonesa: Esta técnica deixa o cabelo liso na primeira seção, são usados produtos com amônia e efeito termoativado, que redistribui a queratina pelos fios, com auxílio de prancha ou chapinha. Conforme o cabelo vai crescendo é necessário fazer retoque da raiz ela vai crescendo de acordo com o crescimento dos fos. - escova francesa: Essa escova utiliza compostos de amônia e queratina, o procedimento dura em torno de 3 a 6 horas dependendo do comprimento e volume do cabelo. É indicada para controle do volume dos fios, e não para um alisamento imediato. - escova progressiva: A escova progressiva é indicada para reduzir o volume e alisar um pouco os cabelos, ela não é feita apenas de formol, já existem produtos que utilizam o togliconato de amônio e guanidina como agente alisante. - escova de chocolate: Esta técnica utiliza queratina, proteína da seda e extratos naturais como o de cacau e a cafeína, ela faz uma drenagem capilar á base de chocolate que hidrata e tira o volume dos cabelos. Seu efeito vai saindo do cabelo conforme vai crescendo. 62 - selagem térmica: O produto usado na selagem é bem menos agressivo tem em torno de 2% de amônia, queratina hidrolizada, proteínas e substâncias hidratantes. O efeito é apenas de redução de volume, melhora a textura dos fios e da muito brilho, porque a amônia não possui a finalidade de alisar como o formol, então esta é uma opção para quem tem alergias ou reações em relação ao formol. Podemos dizer que os alisamentos ,independentes dos principio ativo, irão modificar a estrutura do fio de cabelo, deixando-os mais fáceis de modelar. Em muitos casos, é positiva esta mudança pois os cabelos ficarão mais lisos e mais brilhantes. Mas devemos nos atentar aos danos que possam surgir. Sempre para garantir cabelos sempre bonitos e bem cuidados. Os danos causados pelos processos de alisamentos químicos são cumulativos e após o processo os fios sem capacidade de recuperação natural, pois ocorre danificação das ligações químicas que mantém a integridade dos cabelos. Entre estes danos podemos citar: diminuição da resistência do fio, aumento da porosidade e danifica a cutícula do cabelo, deixando os cabelos sem brilho. Por este motivo, não se deve associar vários procedimentos químicos. 63 6.2 Tinturas Outro procedimento que interfere na qualidade dos cabelos são as tinturas, veremos os tipos de colorações para os cabelos existem. O sistema de coloração dos fios podem ser classificados em três tipos diferentes, levando em consideração o tempo de duração da coloração. Podem ser temporária, semipermanente e permanente. - tinturas capilares temporárias: são tinturas que colorem os cabelos temporariamente e saem dos fios logo após a lavagem com xampu, esse tpo de coloração possui moléculas grandes, que não conseguem alcançar o córtex do cabelo, são apenas depositados na haste dos cabelos. Os corantes usados nesta tintura são de característica ácida, são selecionados para ter maior solubilidade em água e menor penetração nos cabelos, para que sejam removidos na primeira lavagem (FRANÇA,2014). Esse tipo de coloração não possui a finalidade de descolorir os cabelos, porém quando utilizados em cabelos mais claros ou descoloridos é possível maior percepção da cor da tintura. As tinturas temporárias são em forma de xampu, gel, emulsão e solução líquida. Pode ser aplicada de forma continua, várias vezes até chegar na intensidade da cor desejada ou em apenas uma única aplicação. Geralmente é necessário uma lavagem para retirar o excesso do produto, para que os fios fiquem com aspecto mais natural. No caso da aplicação contínua é devido o produto ter baixa concentração de corantes, assim tem que aplicar várias vezes até a cobertura dos fos. Em fios brancos geralmente são os primeiros a colorir. A forma mais comum de coloração temporária é em xampu, e sua aplicação é feita diariamente, deixando agir por 5 minutos, o efeito é gradual, a cada aplicação vai se depositando mais coloração sobre os fios. 64 Quando o produto é de aplicação única, é porque na sua formulação a concentração de corantes é maior, e da um resultado mais acentuado na cor, e o tempo de aplicação em torno de 30 minutos. - Tinturas semipermanente: utiliza corante básico de alta afinidade com a queratina do cabelo. A aplicação é simples, geralmente em forma de xampu, loções, mousses, emulsões que irão agir durante 10 a 40 minutos, enxaguando após este tempo. E a cor pode resistir até 6 lavagens (FRANÇA,2014). Atualmente já temos produtos que resistem até 20 lavagens, A hena, por exemplo, é um dos corantes mais utilizados, promove tonalidades laranja avermelhada, que pode ser misturada com outros tipos de corantes para aumentar a variedade de cor. A hena é derivada de uma planta Lawsonia alba , que é cultivada no norte da África, no meio oeste e na Índia (FRANÇA,2014). - Tinturas permanentes: As colorações permanentes são as mais utilizadas, pois proporciona uma coloração permanente, resistente a lavagem, assim como secadores, chapinhas e exposição ao sol. As principais vantagens dessa coloração é que além de resistente possui ótima cobertura dos fios brancos(DRAELOS, 1991). 65 Para que a coloração obtenha melhores resultados temos algumas dicas a serem seguidas nos procedimentos de tintura dos cabelos: 66 REFERÊNCIAS APPLEGATE, Edith; Anatomia e Fisiologia, Elsevier Brasil, São Paulo, 2012. COLENCI, Ana; Efeito de uma formulação contendo o biopolímero quitosana sobre a fibra capilar caucasiana, São Carlos, 2007. Como deixar os cabelos lindos e saudáveis, Lebooks, 2016 CONTIN, L. A. Alopecia androgenetica masculina tratada com microagulhamento isolado e associado a minoxidil injetável pela técnica de microinfusão de medicamentos pela pele. Surg. Csmet. Dermatol , 2016. DOWBER, Rodney; VAN NESTE, Dominique. Doenças dos cabelos e do couro cabeludo: diagnóstico diferencial e tratamentos. São Paulo: Manole, 1996. FRANÇA, Simone; Caracterização dos cabelos submetidos ao alisamento/relaxamento e posterior tintura. São Paulo, 2014. GOMES, R.K.; GABRIEL,M.; Cosmetologia descomplicando os princípios ativos, São Paulo,2006 GUIRRO, Elaine Caldeira; GUIRRO, Rinaudo Roberto. Fisioterapia em Estética. 2º ed., São Paulo, Manoele, 1996. HALAL, John. Tricologia e a química cosmética capilar. 5ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. KADUNC, Bogdana; Tratado de Cirurgia Dermatológica, Cosmiatria e Laser da SBD, Elsevier Brasil, 2013. KALIL, Célia; Manual Prátco do Laser e Outras Fontes de Energia Eletromagnétca na Dermatologia, Elsevier , Rio de Janeiro, 2016. KLIEGMAN, Robert; Tratado de Pediatria, Elsevier, 2014 MACHADO, Rosiléa. Apostla de Terapia capilar, Rio de Janeiro,2012. MARCDANTE,Karen; Princípios de Pediatria, Elsevier, Rio de Janeiro, 2016. MARTINI, Frederic; Anatomia Humana 6º edição.Artmed Editora, PortoAlegre- RS, 2009. 67 PEREIRA, José Marcos; Propedêutca de doenças do cabelo e couro cabeludo, São Paulo, Ateneu,2001.