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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/290604593 Padrões florísticos e análise estrutural de remanescentes de Florestas com Araucária no Brasil Article · January 2009 CITATIONS 50 READS 211 2 authors: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Functional and phylogenetic diversity of trees in the Atlantic Forest Biome: from data management to the search for ecological patterns and determinants View project Florística na Região de Santa Maria View project João André Jarenkow Universidade Federal do Rio Grande do Sul 80 PUBLICATIONS 1,657 CITATIONS SEE PROFILE Jean Carlos Budke URI Campus de Erechim 65 PUBLICATIONS 1,279 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Jean Carlos Budke on 22 April 2020. 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Kuntze]. Essa formação, distribuída principalmente no Brasil meridional, poderia ser detalhada por descritores variados, desde florístico-estruturais até aqueles ligados ao seu funcionamento, em que cada elemento estaria compondo uma parte deste desse sistema. Embora a fisionomia possa sugerir uniformidade, uma análise biológica, especialmente relacionada à flora e fitossociologia dessas formações, poderia revelar distinções peculiares ao longo da distribuição geográfica das Florestas com Araucária. Os primeiros relatos sobre a Araucaria angustifolia remontam a períodos bem anteriores aos estudos contemporâneos. Desde as cartas ânuas, proferidas pelo punho do jesuíta Diego de Boroa, na primeira metade do século XVI, às descrições peculiares exercitadas por naturalistas europeus a partir do século XIX, o vislumbre e fascínio por essa árvore galgaram páginas e páginas de diários de viagem e cunharam, com grande clareza, a imponência que essas florestas exerciam sobre os viajantes recém-chegados. Durante boa parte do século XX, os relatos e estudos revelaram um caráter analítico, 1 Departamento de Botânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Av. Bento Gonçalves 9500, Prédio 4343, Porto Alegre, RS. CEP: 91501-970. jarenkow@portweb.com.br 2 Programa de Pós-Graduação em Botânica, Instituto de Biociências – UFRGS. Av. Bento Gonçalves 9500, Prédio 43433, Porto Alegre, RS. CEP: 91501-970. budke_jc@yahoo.com.br 2 onde as descrições procuravam abranger o máximo de informação, detalhando minuciosamente a paisagem, a dinâmica da vegetação e a sua distribuição. Nos três estados do sul do Brasil, destacaram-se diferentes pesquisadores, os quais procuraram contribuir para a descrição das Florestas com Araucária. No Rio Grande do Sul, o padre jesuíta Balduíno Rambo realizou um monumental trabalho de história natural, abrangendo desde a petrografia e geologia até a catalogação de espécimes animais e vegetais, além da unificação do seu trabalho, com a descrição da fisionomia sul-rio-grandense (Rambo 1956a). Além da vasta contribuição em diversos campos da ciência, a obra de Rambo destaca-se pelas abordagens originais e profundidade nas discussões. Diversos trabalhos foram produzidos por Rambo (1956b, 1957) acerca das Florestas com Araucária, em especial sobre “o elemento andino no pinhal riograndense” (Rambo 1951). Em Santa Catarina, Raulino Reitz e Roberto Miguel Klein iniciaram no princípio da década de 1950 o projeto da “Flora Ilustrada Catarinense”, empreitada que perdura até os dias atuais, sob auspícios do Herbário Barbosa Rodrigues. Klein destacou-se pela grande contribuição ao estudo da dinâmica do pinheiro-brasileiro no sul do Brasil (Klein 1960), pela assessoria técnica à comissão de vegetação do projeto RADAMBRASIL, realizado na década de 1980, além da autoria do “mapa fitogeográfico do estado de Santa Catarina” (Klein 1978), salientando que as formações com araucária formavam diferentes tipologias florestais(Klein 1984, 1985). Nas descrições fisionômicas de Florestas com Araucária do Paraná, distinguiu- se o alemão Reinhard Maack, com trabalhos nas áreas de clima, solo e vegetação, esboçados para que posteriormente (Maack 1950) surgisse o esquema fitogeográfico do Paraná. Por outro lado, trabalhando até o presente, destaca-se o botânico Gerdt 3 Hatschbach que, famoso por suas coletas botânicas em muitos estados brasileiros, há muito vem catalogando a flora paranaense, em especial a Floresta com Araucária. Estudos florísticos e estruturais foram e estão sendo amplamente realizados no Brasil, especialmente a partir da década de 1980. A informação taxonômica dada por listas de espécies em áreas determinadas, constitui o requisito básico para o conhecimento e descrição de uma formação vegetacional. Num segundo momento, a aplicação de técnicas fitossociológicas possibilita estimar parâmetros estruturais de uma determinada amostra, ou seja, aqueles aspectos que servem de base para as descrições fitossociológicas, além de comparações com outras áreas. Tais estudos iniciam-se pela aplicação de técnicas de amostragem, que resultam numa lista das espécies localmente mais comuns, no número de indivíduos de cada uma e a distribuição de seus indivíduos no espaço vertical e horizontal da formação (a estrutura, determinada a partir da estimativa de parâmetros fitossociológicos). Com a propagação de novas técnicas de análise, especialmente utilizando os avanços da informática, bem como a ampliação dos conhecimentos sobre os biomas ocorrentes no Brasil, deu-se o passo seguinte a essas “fotografias”, obtidas por meio da estimativa desses parâmetros, buscando informações que permitam relacionar as modificações florísticas, estruturais e fisionômicas com elementos abióticos e biológicos, fatores promotores de variação. A soma de todos esses elementos, desde os conhecimentos adquiridos sobre a paisagem ao aprimoramento das técnicas de estudo, culminou na possibilidade de compararem-se diversas áreas, sob diferentes pontos temáticos e em diferentes escalas (Levin 1992). Pelo grau de descaracterização promovido na paisagem, seria de um contexto muito restrito, ou mesmo uma incoerência, descrever a estrutura das Florestas com Araucária não inserindo o uso e ocupação do solo pelo homem moderno. Como exemplo, o conhecido “ciclo do pinho”, que perdurou durante cerca de 50 anos no 4 Paraná, chama a atenção. No começo do século XX, antes do café tornar-se o esteio da economia paranaense, a extração da erva-mate representava mais de 30% da sua economia. Com o estopim aceso pela primeira guerra mundial (1914-1918), a procura pela madeira do pinheiro intensificou-se devido à impossibilidade da compra do concorrente estrangeiro (pinheiro-de-riga, Pinus sylvestris). Pelas sucessivas crises no setor ervateiro e a abertura do mercado externo para a exploração madeireira, sobretudo o mercado argentino, a exportação da madeira da araucária logo superou a extração da erva-mate em arrecadação, tornando-se a principal fonte econômica do estado. Em 1920, calculava-se que o Paraná possuía reservas de pinheiros para cerca de 370 anos (Wachowics 2002). Multiplicaram-se as serrarias, as quais penetraram intensamente para o oeste e sudoeste, especialmente com o advento do transporte feito por caminhão a partir da década de 1930 (Wachowics 2002). No sul do estado, a ocupação desordenada do território iniciava-se com a expulsão dos Kaingáng e Xokleng, membros da Família Jê e primeiros habitantes da região (Becker & Laroque 1999). Com o desenvolvimento de grandes empreendimentos ferroviários, como a Estrada de Ferro São Paulo–Rio Grande (1906-1912), a supressão florestal irradiou-se não só longitudinalmente, mas também, paralelamente ao caminho dos trilhos. Para a empresa construtora dessa ferrovia, a Brazil Railway Company, foram concedidos 15 km de terras, paralelas aos dois lados do curso da ferrovia, como pagamento dos trabalhos. Somente dessa área, que se iniciava no vale do rio Ivaí (PR) e chegava até o vale do rio Uruguai (RS), estima-se que a Southern Lumber Corporation, considerada na época como a maior serraria do mundo e responsável pelo “manejo” das áreas, tenha retirado mais de um milhão de araucárias (Derengoski 1987). O ciclo da madeira perdurou até meados de 1950, quando então, restaram apenas 39,7% da cobertura original abrangida pelas Florestas com Araucária (Maack 1968). 5 Considerando a vegetação como aquela anterior ao processo de colonização, as Florestas com Araucária e os campos foram as formações determinantes da fisionomia no Planalto Sul-Brasileiro, em geral misturando-se. Os campos predominavam nas partes centrais e mais altas do planalto, nos divisores de água, sobre solos mais rasos. Já as matas com araucária ocorriam em extensos maciços, em capões disseminados em áreas de campo, em matas ciliares e em contato com outras formações florestais (Rambo, 1956a). Os objetivos do presente trabalho foram os de revisar os estudos florísticos e os quantitativos, que empregaram técnicas fitossociológicas, desenvolvidos em Florestas com Araucária, na sua área nuclear de distribuição, fornecendo uma síntese sobre a sua estrutura. Também, investigar as relações entre a florística do componente arbustivo-arbóreo e variáveis ambientais e discutir os efeitos da interferência humana na distribuição atual dessa formação florestal. Material e métodos Base de dados – Para a realização das análises florísticas e estruturais, foram selecionados da literatura e de outras fontes disponíveis trabalhos referentes a 38 áreas (Tab. 1), realizados por diversos autores nas diversas formações de Floresta com Araucária no sul e sudeste do Brasil (Fig. 1). Dos trabalhos com dados quantitativos efetivamente publicados (16 artigos), foram extraídas informações para a caracterização da estrutura fitossociológica dessa formação. A constância relativa das espécies (CRi) nas 38 unidades amostrais foi determinada [CRi = 100 (Pi/38), onde Pi representa o número estandes nas quais a espécie “i” foi amostrada], como uma forma de estimar a amplitude de distribuição das espécies ao longo da formação Floresta com Araucária. As espécies foram consideradas 6 como de ampla distribuição (CR ≥ 80%), distribuição intermediária (20 < CR < 80%) ou distribuição restrita (CR ≤ 20%) (Scudeller et al. 2001). As listas florísticas foram utilizadas para a confecção de uma matriz binária de presença-ausência, formada pelas áreas e as espécies arbóreas amostradas em cada levantamento. A seleção dos trabalhos seguiu os seguintes critérios: a) o estudo tenha sido realizado numa área definida e pequena o bastante para que pudesse ser apresentada como uma unidade amostral, dentro da escala aqui proposta; b) o estudo, a priori, tenha sido desenvolvido em uma área com baixa intensidade de perturbação antrópica; c) o trabalho tenha uma lista com pelo menos 70% das espécies do levantamento identificadas. A lista de táxons obtidos nos trabalhos passou por uma revisão, em que foram verificadas sinonímias, de acordo com a bibliografia disponível e consulta a especialistas, sendo que apenas espécies efetivamente identificadas foram incluídas na matriz final para as comparações florísticas. Além das informações contidas nas listas de espécies, uma segunda matriz de dados foi confeccionada, extraindo-se de cada trabalho, informações geográficas e climáticas (geoclimáticas) de: latitude, longitude, altitude (s.n.m.), temperatura média anual, temperatura do mês mais frio, temperatura do mês mais quente, amplitude média de temperatura, precipitação média anual e distância do oceano. Quando informações sobre o clima não estivessem disponíveis nos trabalhos, utilizaram-se dados provenientes das estações meteorológicas mais próximas de cada área (DNMet 1992). Relações florístico-ambientais– Padrões espaciais entre as diferentes áreas amostradas, além de possíveis relações com variáveis ambientais, foram explorados por meio de técnicas multivariadas de análise de agrupamento e análise de congruência. 7 Nessas análises, foram utilizadas duas matrizes de dados. A primeira, chamada de matriz de espécies, constituiu-se na presença-ausência de espécies nos diferentes levantamentos estruturais, sendo incluídas somente as espécies presentes em dois ou mais levantamentos (CR ≥ 5%). A segunda matriz, ou matriz de dados ambientais, incluiu os valores das 11 variáveis geoclimáticas amostradas para cada uma das 38 áreas. Para a análise de agrupamento, utilizou-se a variância mínima como método aglomerativo, empregando a distância euclidiana, como medida de semelhança entre as unidades amostrais. Posteriormente, os grupos formados pela análise de agrupamento foram avaliados quanto à nitidez utilizando a técnica de auto-reamostragem com 1.000 iterações, num limiar de α = 0,05. Esse procedimento gera probabilidades que permitem avaliar quais grupos formados são consistentes. As análises de agrupamento, bem como avaliações por auto-reamostragem foram implementadas com o programa Multiv (Pillar 2005). A congruência entre vegetação e variáveis ambientais foi avaliada pelo ordenamento das variáveis geoclimáticas e suas correlações com a matriz de vegetação, formando um perfil de congruência. A partir desse perfil, extraiu-se um subconjunto ótimo de variáveis geoclimáticas, as quais maximizaram a correlação entre vegetação e espaço-clima (Pillar & Orlóci 1993). Essas análises foram efetuadas no aplicativo SYNCSA (Pillar 2004). Ainda, a fim de verificar se o subconjunto de variáveis geoclimáticas variou em função dos grupos formados pela análise de agrupamento, aplicou-se o teste de Mantel, obtendo-se posteriormente médias e desvios-padrão para cada uma das variáveis com as maiores correlações. Visando a identificar, a posteriori, as espécies indicadoras de cada grupo da análise de agrupamento, a técnica de TWINSPAN – Two Way INdicator Species ANalysis (Hill 1979) foi aplicada com as 38 unidades amostrais. Pelo fato dos padrões 8 mais amplos indicados pela técnica de TWINSPAN serem semelhantes aos grupos encontrados pela análise de agrupamento, as espécies preferenciais indicadas pela técnica de TWINSPAN foram comparadas com os valores intermediários de constância relativa (20 < CRi < 80%) para cada espécie (Scudeller et al. 2001). Aquelas espécies com maiores constâncias dentro de cada grupo foram consideradas como indicadoras dos padrões encontrados na análise de agrupamento. Resultados Os artigos com dados quantitativos encontrados foram 16, com métodos pouco uniformes, adaptados a objetivos específicos. O método amostral mais comumente empregado foi o de parcelas, com unidades amostrais variáveis em número, forma e tamanho, tendo sido demarcadas em parcelas de 0,18 ha a 8,7 ha, onde se incluíram árvores com diâmetro à altura do peito (DAP) a partir de 5 cm, ou mesmo iniciando em 19,1 cm (CAP a partir de 60 cm). Três trabalhos usaram o método de quadrantes centrados (70 a 79 pontos amostrais). A riqueza nos trabalhos quantitativos variou de 23 espécies amostradas, em Itaara (Longhi et al. 1991), a 127, em Tibagi (Dias et al. 1998). Alguns trabalhos distinguiram morfoespécies ou definiram grupos, determinando-os em nível de gênero ou família, ou reuniram todas como indeterminadas, sem mesmo se referirem a morfoespécies, nestes casos impossibilitando a estimativa da diversidade. Entre os trabalhos que apresentam a estimativa da diversidade (H’ de Shannon), estas situaram- se entre 2,247 a 3,538 (nats). Myrtaceae e Lauraceae em geral foram as famílias de maior riqueza específica. As estimativas de densidade total por área variaram de 455 indivíduos.ha-1 a 1.972 indivíduos.ha-1, mas muitos se situaram-se no intervalo entre 700 e 900 9 indivíduos.ha-1. A área basal total foi de 17,63 m2.ha-1, em áreas com vegetação alterada, até 50,83 m2.ha-1 em estandes bem conservados, embora se tenham a ressaltar os distintos critérios amostrais. Muitos dos trabalhos analisaram a distribuição diamétrica dos indivíduos de espécies cuja madeira é considerada economicamente importante (Araucaria angustifolia, Ocotea porosa, Cedrela fissilis, entre outras). Em geral, a área basal de Araucaria angustifolia foi a que apresentou os maiores valores, impondo-se como espécie de maior cobertura. A distribuição no espaço vertical dos indivíduos das espécies amostradas se restringiu a poucos trabalhos, a maioria omitindo esse importante caráter fisionômico nas descrições estruturais, para a definição do porte das florestas, presença de árvores emergentes, alturas do dossel e do sub-bosque e mesmo da estratificação, embora seja difícil determiná-la. A altura máxima de indivíduos, nos levantamentos que o fizeram, variou de 24 m a 38 m e, com raras exceções, estes foram de Araucaria angustifolia, ocorrendo como emergentes. O dossel situou-se a partir do 12-15 m, onde as copas de indivíduos de A. angustifolia em desenvolvimento misturam-se com as de outras espécies. O sub-bosque distribuiu-se entre 5 m até aproximadamente 15 m. A matriz final de espécies de levantamentos florísticos e estruturais resultou em 583 espécies, as quais se distribuíram em 73 famílias botânicas (Anexo 1). Embora os levantamentos selecionados constituam-se de pequenas amostras de um espaço muito maior, o grande número de espécies arbóreo-arbustivas encontradas revela uma elevada heterogeneidade florística. As famílias de maior riqueza em espécies foram Myrtaceae, com 98 espécies, Fabaceae com 51, Lauraceae com 44, Melastomataceae com 35 e Solanaceae com 32 que juntas abrangeram 45% das espécies amostradas. Do conjunto total de espécies identificadas, 323 (54%) foram amostradas em apenas uma ou duas áreas (Fig 2); por outro lado, apenas Araucaria angustifolia foi 10 amostrada em todos os levantamentos, seguida de Prunus myrtifolia, com constância de 97,4%, e de Matayba elaeagnoides, com 92,1%. Quando observadas as demais espécies (Tab. 2), verifica-se que um número muito pequeno delas (16) possuem valores de constância relativa maior do que 80%, sendo a maioria espécies de ampla distribuição geográfica e abundante também em outras formações florestais. A análise de agrupamento identificou a formação de três grupos de unidades amostrais (Fig. 3). O primeiro grupo reuniu os dois trabalhos realizados próximo ao limite norte de distribuição da araucária, nas localidades de Campos do Jordão e Visconde de Mauá. Essas áreas, localizadas nas cristas das serras do Jordão e maciço do Itatiaia, caracterizam-se pelo elevado número de espécies, sendo muitas delas encontradas exclusivamente nessas áreas, elevando a dissimilaridade em relação ao restante das unidades amostrais. Floristicamente, essas áreas possuem muitas espécies típicas de ambientes alto-montanos, especialmente melastomatáceas dos gêneros Miconia e Tibouchina. Outras espécies características dessas áreas são Maytenus gonoclada, Rollinia dolabripetala, Roupala rhombifolia, Dictyoloma vandellianum e espécies dos gêneros Cyathea e Alsophila, as quais vão se tornando raras ou mesmo ausentes com o aumento da latitude. O segundo grupo foi formado pelos levantamentos realizados no Paraná e mais a área de Três Barras, município localizado no extremo norte de Santa Catarina. O número de espécies encontradas em cada área variou de 71 (Rio Branco do Sul e Jaguariaíva) até 148 em Irati. Por fim, o terceiro grupo abrangeu levantamentos realizados em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Estes três grupos revelaram-se consistentes pelo processo de auto-reamostragem (Gº ≥ G*), diferentemente do que se esperaria se fossem formados ao acaso. 11 Em diversos grupos, verificou-se maior similaridade entre aqueleslevantamentos que estão mais próximos geograficamente, sendo que os três grupos separaram-se no sentido norte-sul. Além disto, dentro do segundo grupo, houve a distinção de dois blocos (Fig. 4); o primeiro composto pelas áreas situadas em grandes altitudes do primeiro planalto paranaense e as áreas de Guarapuava e Palmas, distribuídas no segundo e terceiro planalto, respectivamente. Um segundo bloco abrangeu as áreas de baixa altitude do oeste paranaense (Cascavel e Quedas do Iguaçu) e outros levantamentos com particularidades locais como Jaguariaíva (contato com o Cerrado) e Tibagi (influência fluvial). A análise de congruência revelou que a variável “latitude” obteve uma correlação de 0,58 (P < 0,001) com a matriz de vegetação (Fig. 5). Além disto, associando-se a latitude com “longitude”, esta correlação aumentou para 0,63 (P < 0,001), identificando a grande variação vegetacional em função do espaço geográfico. O acréscimo de duas variáveis climáticas eleva esta correlação para 0,65 (P < 0,001), sendo elas a “temperatura no mês mais quente” e a “precipitação média anual”. Incluindo-se outras variáveis isoladas ou mesmo conjuntos de variáveis, a correlação com a matriz de vegetação passou a ser menor. As Florestas com Araucária distribuem-se predominantemente sob o clima Cfb de Köppen, que se caracteriza por ser um clima temperado úmido, com chuvas bem distribuídas durante o ano e com média do mês mais quente superior a 22ºC (Backes 1999). Entretanto, algumas áreas estão localizadas sob o clima Cfa, como por exemplo, Cascavel e Quedas do Iguaçu no estado do Paraná. Essas diferenças de temperatura média interferem principalmente no inverno, quando são freqüentes as geadas e, eventualmente, precipitações de neve, o que restringe a distribuição de diversas espécies tropicais. Por outro lado, a presença de temperaturas superiores no terceiro planalto 12 paranaense abre caminho para que diversas espécies típicas da floresta estacional interpenetrem nas Florestas com Araucária. Dentre as mais características, encontram-se Annona cacans, Apuleia leiocarpa, Aspidosperma polyneuron, Euterpe edulis, Gymnanthes concolor, Anadenanthera colubrina, Parapiptadenia rigida, Balfourodendron riedelianum, Jacaratia spinosa e Peltophorum dubium, dentre outras, que foram espécies preferenciais no grupo de baixas altitudes do este paranaense, de acordo com a análise de TWINSPAN. Um outro aspecto peculiar dessas áreas é a falta de espécies típicas das Florestas com Araucária, como Podocarpus lambertii e Ocotea odorifera, além de Dasyphyllum spinescens, Inga lentiscifolia e Myrcia bombycina. Ou seja, com o decréscimo da altitude, aparentemente as espécies do pinhal vão sendo substituídas gradativamente por espécies da floresta estacional, conforme sugerem Rambo (1956a, 1956b) e Klein (1960, 1985). Como espécies indicadoras das Florestas com Araucária do primeiro planalto paranaense, destacam-se Ocotea porosa, Ocotea odorifera, Lithraea brasiliensis, Podocarpus lambertii, Maytenus ilicifolia, Dalbergia frutescens, Persea willdenowii, Myrceugenia miersiana e Zanthoxyllum kleinii. Ligadas ao grupo do primeiro planalto estão Palmas e Guarapuava, localizadas no terceiro e segundo planaltos, respectivamente. Embora estivessem mais próximas de Cascavel e Quedas do Iguaçu, Palmas e Guarapuava situam-se nas cristas da serra da Esperança, cujas baixas temperaturas médias implicam em maior similaridade florística com as áreas do primeiro planalto. O grupo formado pelas unidades amostrais de Santa Catarina e Rio Grande do Sul não possuiu subgrupos significativos, separando as áreas especialmente pela distância geográfica (Fig. 3). Dentre as espécies mais características dessas áreas, indicadas pela análise de TWINSPAN, destacam-se Trichilia elegans, Allophylus 13 guaraniticus, Acca sellowiana, Zanthoxyllum fagara, Myrcianthes gigantea, Celtis erhembergiana, Myrceugenia glaucescens e Myrcia bombycina. Além da formação de grupos de unidades amostrais, um outro aspecto que emerge a partir desta análise diz respeito ao decréscimo de espécies no sentido norte- sul. Embora não tenham ocorrido médias significativamente diferentes entre o número de espécies dos grupos 2 e 3 (Tab. 3), uma consulta às listas de espécies evidencia que muitas daquelas que ocorrem no terceiro grupo são de grande distribuição geográfica, enquanto que espécies de distribuição mais restrita ocorrem preferencialmente nos grupos 1 e 2, ou seja, na metade norte da distribuição da araucária. Discussão O conjunto de dados proporcionados pelos trabalhos quantitativos mostrou-se insuficiente para contemplar as caracterizações qualitativas realizadas pelos pioneiros nas descrições da Floresta com Araucária no Paraná (Maack 1968), Santa Catarina (Klein 1960, 1985) e Rio Grande do Sul (Rambo 1951, 1956a, 1956b). Primeiro, pela maioria dos trabalhos se ater a aspectos silviculturais, centrando a atenção sobre as espécies economicamente importantes. Também, pelos estudos terem sido realizados em fragmentos florestais freqüentemente alterados pelo corte seletivo e, o mais importante, pela ampla distribuição da formação, principalmente nesses três estados, nos quais está submetida a numerosos gradientes (latitudinal, longitudinal, climáticos, edáficos, entre outros) e ao contato com outras formações florestais. A presença de um extenso planalto constitui-se no mais importante fator de distribuição de três principais tipos de florestas no Brasil meridional: a Floresta Atlântica (stricto sensu), localizada entre o mar e as encostas das serras Geral e do Mar; as Florestas com Araucária, sobre as porções mais elevadas do planalto, cujas maiores 14 altitudes regionais ocorrem próximas às escarpas e com diminuição gradativa para o oeste; as florestas estacionais da Bacia Paraná-Uruguai, que aparecem inicialmente na calha dos principais rios que drenam o planalto, para, mais tarde, expandirem-se ao oeste, acompanhando o decréscimo de altitude. As duas primeiras formações florestais são consideradas ombrófilas, enquanto a terceira apresenta um caráter estacional. As Florestas com Araucária, estando em contato com as demais formações florestais, incluindo enclaves de cerrado na porção nordeste do Paraná, acabam por compartilhar muitas espécies, ampliando a riqueza específica ocorrente na formação e gerando dissimilaridades florísticas entre as áreas. A riqueza florística em trabalhos quantitativos, à semelhança dos resultados da análise multivariada, decresce com o aumento da latitude, e é maior nas áreas de contato com outras formações florestais, onde a araucária passa a desempenhar um papel secundário na estrutura florestal. Para Rambo (1956a), a Floresta com Araucária aparece com sua estrutura mais característica, isto é, acompanhada por espécies de mesma procedência (austral-antárticas), nas áreas mais elevadas do Planalto Sul- Brasileiro, próximas aos Aparados da Serra. Frente às florestas ombrófilas e estacionais que a circundam, as Florestas com Araucária apresentam-se floristicamente mais pobres (Teixeira et al. 1986, Leite & Klein 1990). As descrições qualitativas de Florestas com Araucária mencionam o aspecto pouco denso permitindo maior entrada de luz em seu interior (Lindman 1906, Cestaro et al. 1986), característica que é corroborada pelas estimativas de densidade, em geral muito mais baixas do que as registradas em levantamentos realizados no lado atlântico (Negrelle 1998), assim como nas florestas estacionais mais interiores (Jarenkow & Waechter 2001, Soares-Silva et al. 1998). A menor densidade, porém, não implica um decréscimo na área basal total por hectare, que em alguns levantamentos são superiores 15 aos registrados nessas formações florestais circundantes, proporcionadas pelos indivíduos de elevados diâmetros de Araucaria angustifolia. O porte elevadoalcançado pelos indivíduos de araucária imprime à formação o seu mais característico aspecto, a emergência das copas candelabriformes acima do dossel florestal. A ocupação do espaço vertical ao longo da área de distribuição das Florestas com Araucária é variável, com mudanças fisionômicas, florísticas e estruturais, as quais podem ser interpretadas em diferentes escalas. Apesar da aparente uniformidade percebida pela ocorrência do pinheiro, a simples comparação florística de levantamentos gerou a formação de subgrupos, os quais possuem espécies, dinâmica e estrutura peculiares de acordo com a região. Embora essas diferenças estejam apenas agora começando a serem analisadas, com uma base de dados ampla e com técnicas de exploração dos dados mais arrojadas, a descrição desses contrastes iniciou-se há várias décadas. O trabalho de Oliveira (1948) destacou que o pinheiro incluía-se em vários tipos florestais, sendo ora predominante em relação às outras espécies, ora rarefazendo- se e apresentando papel secundário na paisagem. Além disso, a Araucaria angustifolia apresentaria distribuição muito irregular (Hueck 1953). Segundo Klein (1960, 1984), as Florestas com Araucária dividiam-se em associações, as quais refletiam diferentes estádios temporais de desenvolvimento, desde associações “menos desenvolvidas” até aquelas “mais evoluídas”. Klein enfatizava que no primeiro planalto paranaense e porção norte de Santa Catarina, as áreas mais desenvolvidas constituíam-se por agrupamentos de Ocotea porosa (imbuia) e Sloanea monosperma, as quais acompanhavam o pinheiro no dossel superior, sendo apenas sobrepujadas pelos indivíduos emergentes da própria araucária, no maciço contínuo que estes formavam alguns metros acima do segundo andar. Além dessas espécies, muitas lauráceas, 16 mirtáceas, Ilex paraguariensis, Cedrela fissilis e Lamanonia ternata compunham o andar mais baixo da floresta, imprimindo um caráter denso e escuro nesses chamados “imbuiais”. Por outro lado, na região drenada pela bacia do Pelotas-Canoas, entre as áreas de campos de Curitibanos, Campos Novos e Lages-São Joaquim, as Florestas com Araucária bem desenvolvidas tinham a Ocotea pulchella (canela-lageana), como espécie predominante. As áreas menos desenvolvidas, para Klein, eram aquelas onde as araucárias expandiam-se sobre os campos, por exemplo nas áreas de grandes altitudes dos campos de Palmas (PR), Campo-Erê, Campos de Irani e São Joaquim, estes em Santa Catarina. Dentre as espécies que “acompanhavam” a araucária, destacavam-se principalmente espécies heliófilas: Myrceugenia euosma, Calyptranthes concinna, Lithraea brasiliensis, Blepharocalyx salicifolius, entre outras. O condicionamento à distribuição da araucária e de diversas espécies que a acompanham, gerando tipologias florestais e associações, deve ser compreendido em diferentes escalas de análise. Em escala local, a dinâmica das comunidades é grandemente influenciada por variações edáficas, as quais podem ampliar ou diminuir a produção de biomassa de uma comunidade. Em diversos trabalhos ou observações realizados nas zonas de contato entre a floresta e o campo (e.g., Rambo 1956b), conjetura-se que a maior pujança da floresta se dê em áreas com solos mais férteis e profundos, sendo as porções com solos mais rasos cobertas pelas formações campestres. Além dos fatores edáficos, os limites entre floresta e campo são atualmente resultantes do pastejo intensivo realizado por diversas espécies de gado, além do uso freqüente do fogo, como atividade ligada a essa prática extensiva (Pillar & Quadros 1997). Embora esses elementos já fizessem parte do contexto ambiental da região (Kern 1997), devido à presença de grandes ungulados até o início do quaternário, ou então, pelo uso do fogo pelos povos indígenas que habitavam 17 a região, a pressão desses fatores vem causando a manutenção de grandes áreas campestres num ambiente de franco desenvolvimento florestal (Pillar & Quadros 1997). Por outro lado, a análise das variações florísticas e estruturais das Florestas com Araucária, numa escala mais ampla, seria o reflexo de diferentes fatores, que combinados, respondem pelas mudanças encontradas ao longo de toda a sua área de distribuição. Sem dúvida, um elemento de grande contribuição a esse quadro é a evolução do clima e conseqüentemente da paisagem, ao longo do Quaternário. O processo de expansão das Florestas com Araucária se iniciou a partir de 3.000 anos A.P., sendo as florestas de galeria de fundo de vales, os principais eixos dessa irradiação (Behling 2002). Por volta de 1.500 e 1.000 anos A.P., essas florestas experimentaram uma rápida e pronunciada expansão pelos Campos Gerais (PR) e áreas de grande altitude de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, refletindo um clima mais úmido e sem a presença de períodos secos (Behling 2002). A dinâmica de expansão da floresta sobre o campo foi assunto de diversas discussões (Rambo 1956c, Klein 1984, Pillar & Quadros 1997). Paralela à expansão da Floresta com Araucária, ocorreu o paulatino avanço de espécies tropicais sobre a paisagem campestre que predominava. Essa migração diferenciada ao longo do espaço regional equacionou diferenças florísticas e estruturais, as quais puderam ser reconhecidas pelos agrupamentos ora apresentados. A história da migração dessa flora tem no clima o seu pilar de sustentação. Embora o mosaico geomorfológico e pedogenético resulte em mudanças na estrutura em pequena e média escala, as oscilações climáticas ocorridas nos últimos 5.000 anos sustentaram o panorama de migrações e desenvolvimento das florestas sul-brasileiras, onde os promotores de variação na paisagem (solo, fogo e pastejo) continuam moldando os limites entre floresta e campo, bem como a estrutura fitossociológica das Florestas com Araucária. 18 Implicações do tema para a conservação – A Floresta Ombrófila Mista ocupa um lugar de destaque nas diversas discussões proferidas sobre as formações florestais brasileiras, reflexo da grande importância econômica desempenhada no passado e, também, pela unicidade da beleza e importância ecológica. Porém, a exploração ilegal da madeira, que gera fragmentação florestal, a expansão da fronteira agrícola e, ultimamente, a construção de grandes empreendimentos energéticos e rodoviários são fatores que ameaçam a cada instante a integridade dessas florestas. Pelo já exposto, as Florestas com Araucária formam agrupamentos distintos, diferenciando-se florística e estruturalmente ao longo do espaço. A manutenção dessas formações necessita de instrumentos práticos de ação, os quais devem prioritariamente: I) garantir a conservação de áreas com baixo grau de perturbação antrópica, sendo que os fragmentos a serem mantidos devem estar abrangendo as diferentes áreas da formação, a fim de incluir as chamadas “áreas nucleares” de distribuição da Floresta Ombrófila Mista e, também, zonas de contato com outras formações florestais, conforme identificadas nas figuras 3 e 4; II) recuperar os fragmentos remanescentes, os quais abrangem diferentes estádios de perturbação, além de áreas em sucessão inicial. Essas áreas apresentam grande potencial para a ampliação florestal em longo prazo, o que ajudaria a diminuir a expansão desordenada da fronteira agrícola; III) sensibilizar a sociedade, para que esta aja como promotora de discussão e como instrumento de cobrança e fiscalização dos órgãos públicos, que são, a priori, os veículos gestores e, portanto, também responsáveis pela integridade do ambiente. 19 Summary – The structural uniformity of Araucaria forests along their geographic range has been contested for a long time. To highlight the variation of the phytosociological structure and to seek for correlations between floristics and environmental variables, we present an overview of the studies about the shrubby-tree layeras a synthetic expression of the current knowledge. Data from floristic-structural surveys and geoclimatic variables were pulled together to investigate direct relationships and to elaborate both vegetational and environmental matrices, which were analyzed using multivariate methods. The quantitative surveys found generally low richness and density, but large basal area due mainly to Araucaria angustifolia, the most constant and physionomically dominant species. The cluster analysis generated three groups characterized by different species, with higher similarity among geographically close sites, and also a decrease on the specific richness southwards. Among the variables analyzed, latitude, longitude, mean temperature of the hottest month and mean annual precipitation were closely correlated and seem to have direct influence upon the vegetational variation within the geographic area analyzed. The studies about structure now available are not enough to encompass all the variation found in Araucaria forests, which is accentuated by the critical conservation status of the remaining fragments and the lack of public policies aiming their conservation. Resumo - A uniformidade estrutural de Florestas com Araucária, em sua área de distribuição, há muito tem sido contestada. Com o objetivo de evidenciar as variações na estrutura fitossociológica e investigar as relações entre a florística e variáveis ambientais, procedeu-se uma revisão de estudos do componente arbustivo-arbóreo, como expressão sintética dos conhecimentos atuais. Selecionaram-se trabalhos florístico-estruturais, com os quais compilaram-se dados para relacionamento direto e para a elaboração de matrizes, que foram posteriormente analisadas por técnicas 20 multivariadas. Os levantamentos quantitativos mostraram em geral baixa riqueza e densidade, mas grande cobertura por área basal, proporcionada principalmente por Araucaria angustifolia, a espécie de maior constância e fisionomicamente dominante. A análise de agrupamentos resultou na formação de três grupos caracterizados por espécies distintas, com maior similaridade entre os levantamentos geograficamente mais próximos, e em um decréscimo da riqueza específica no sentido norte-sul. Entre as variáveis analisadas, latitude, longitude, temperatura média do mês mais quente e precipitação média anual se mostraram estreitamente correlacionadas e parecem influir diretamente na variação vegetacional no espaço geográfico analisado. Os estudos estruturais até o momento realizados são insuficientes para abrangerem as variações encontradas nas Florestas com Araucária, deficiência esta acentuada pelo péssimo estado de conservação dos fragmentos remanescentes e a falta de políticas públicas para a sua conservação. Agradecimentos – Agradecemos ao Prof. Edmilson Bianchini (UEL-Londrina), pelo envio de trabalhos relacionados à bacia do rio Tibagi, Paraná, e ao Prof. Ary Teixeira de Oliveira-Filho (UFLA-Lavras) que disponibilizou um banco de dados sobre levantamentos estruturais desenvolvidos no Brasil, de onde se extraíram os dados climatológicos, além de vários levantamentos. Nosso agradecimento especial ao Biólogo Juliano Morales de Oliveira (UFRGS-Porto Alegre) pelo auxílio nas análises estatísticas bem como às inúmeras discussões sobre o tema. Ao mesmo tempo em que estas frases foram escritas, as águas estavam subindo e galgando as terras nuas, onde, “de primeiro”, tocavam o céu milhares de araucárias. O episódio da U.H. de Barra Grande, encravada no curso final do rio 21 Pelotas, evidenciou o viés traçado entre nossas políticas públicas e os setores privados, pelo insaciável “desenvolvimento necessário”. Esqueceram-se de perguntar: “necessário a quem?” Nossa homenagem póstuma àquele paraíso e nosso consentimento a todos que lutaram contra esse crime ambiental, inundado também de vergonha pública e empobrecimento moral. Os autores Referências bibliográficas APG II (ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP). 2003. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for orders and families of flowering plants: APG II. Botanical Journal of the Linnean Society 141: 399-346. BACKES, A. 1999. Condicionamento climático e distribuição geográfica de Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze no Brasil – II. Iheringia, Sér. Bot. 49: 31-51. BECKER, I.I.B. & LAROQUE, L.F.S. 1999. O índio Kaingáng do Paraná: subsídios para uma etno-história. Editora Unisinos, São Leopoldo. BEHLING, H. 2002. 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Sigla Município UF S Latitude Longitude Tmq P Ar Araucária PR 96 25º35’ 49º21’ 20,5 1548 Cb Campo Belo do Sul SC 110 28º00’ 50º49’ 19,1 1723 Cc Cascavel PR 84 25º06’ 53º40’ 22,8 1907 Cç Caçador SC 90 26º52’ 50º57’ 20,3 1702 Cj Campos do Jordão SP 132 22º45’ 45º38’ 16,2 1848 Cl Colombo PR 114 25º16’ 49º15’ 19,2 1506 Cs Castro PR 75 24º48’ 49º52’ 22,2 1573 Cr Curitiba PR 131 25º25’ 49º18’ 19,6 1408 Ct Curitibanos SC 89 27º18’ 50º36’ 19,4 1685 Cv Criúva RS 52 29º01’ 50º56’ 20,5 1826 Cx Caxias do Sul RS 123 29º01’ 51º12’ 20,6 1915 Er Erechim RS 64 27º38’ 52º16’ 21,9 1784 Es Esmeralda RS 67 28º13’ 51º10’ 19,6 1757 Fz Fazenda Rio Grande PR 85 25º39’ 49º16’ 19,8 1450 Fr Farroupilha RS 98 29º16’ 51º24’ 20,6 1915 Gr Guarapuava PR 76 25º21’ 51º28’ 21 1967 Tl Telêmaco Borba PR 87 24º26’ 50º42’ 22,1 1656 Ir Irati PR 148 25º26’ 50º25’ 22,5 1611 26 It Itaara RS 23 29º34’ 53º49’ 22,9 1381 Jg Jaguariaíva PR 71 24º07’ 49º43’ 22 1501 Np Nova Prata RS 67 28º46’ 51º35’ 21,4 1851 Pf Passo Fundo RS 89 28º05’ 52º20’ 22,1 1787 Pg Ponta Grossa PR 93 25º13’ 50º02’ 22,7 1592 Pl Palmas PR 79 26º15’ 51º50’ 20,5 2171 Pn Pinhão PR 88 25º35’ 51º47’ 21,8 2037 Qb Quatro Barras PR 81 25º28’ 49º03’ 19,5 1619 Qd Quedas do Iguaçu PR 82 25º29’ 52º49’ 23,8 2059 Rb Rio Branco do Sul PR 71 25º11’ 49º20’ 19 1536 Sf São Francisco de Paula RS 113 29º26’ 50º37’ 19,9 1953 Sj São José dos Pinhais PR 95 25º36’ 49º12’ 19,6 1408 Ss São Mateus do Sul PR 111 25º51’ 50º20’ 21 1688 Sm São Marcos RS 62 28º58’ 51º01’ 20,9 1826 St São João do Triunfo PR 96 25º34’ 50º06’ 21 1527 Tg Tibagi PR 122 24º29’ 50º24’ 22,5 1672 Tb Três Barras SC 76 26º10’ 51º17’ 21,4 1719 Ts Teixeira Soares PR 89 25º22’ 50º24’ 21 1611 Vm Visconde de Mauá RJ 119 22º20’ 44º36’ 19,7 2459 Ub Urubici SC 88 28º03’ 49º36’ 18,9 1659 27 Tabela 2. Espécies com constância relativa superiores a 80% nos levantamentos florísticos ou estruturais do componente arbustivo-arbóreo realizados em Florestas com Araucária no Brasil. CR = constância relativa; Total = número de levantamentos onde a espécie “i” foi amostrada. Table 2. Species with relative constancy upper than 80% in floristic or structural tree/shrub survey within Araucarian rain forests in Brazil. CR = Relative constancy; T = surveys in which species “i” was found. Espécie Família CR (%) Total Araucaria angustifolia (Bert.) Kuntze Araucariaceae 100 38 Prunus myrtifolia (L.) Urb. Rosaceae 97 37 Matayba elaeagnoides Radlk. Sapindaceae 92 35 Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B.Sm. & Downs Euphorbiaceae 89 34 Cedrela fissilis Vell. Meliaceae 87 33 Myrsine umbellata Mart. Myrsinaceae 87 33 Vernonanthura discolor (Spreng.) H.Rob. Asteraceae 87 33 Allophylus edulis (A.St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk. Sapindaceae 87 33 Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg Myrtaceae 84 32 Campomanesia xanthocarpa O.Berg Myrtaceae 84 32 Casearia decandra Jacq. Salicaceae 84 32 Cupania vernalis Cambess. Sapindaceae 84 32 Sapium glandulosum (L.) Morong Euphorbiaceae 84 32 Schinus terebinthifolius Raddi Anacardiaceae 84 32 Ilex paraguariensis A.St.-Hil. Aquifoliaceae 82 31 Styrax leprosus Hook. & Arn. Styracaceae 82 31 28 Tabela 3. Variáveis geoclimáticas mais correlacionadas aos três grupos formados pela análise de agrupamento (ver Fig. 3) obtidos a partir de levantamentos florísticos ou estruturais do componente arbóreo em Florestas com Araucária no Brasil. Os valores são médias ± desvios-padrão para cada um dos três grupos formados. Lat = latitude; Long = longitude; Tja = Temperatura do mês mais quente; Plu = precipitação média anual; S = número de espécies. Letras diferentes indicam diferenças significativas em testes t (P < 0,01). Table 3. Most significant geoclimatic variables in cluster analysis (see Figure 3) from tree/shrub floristic or structural surveys within Araucarian rain forests in Brazil. Values are means ± standard deviations for each group. Lat = Latitude; Long = Longitude; Tja = Temperature of the hottest month; Plu = Annual precipitation; S = Number of species. Different letters indicate significant differences in t tests (P < 0.01). Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Lat (dec.) 22,5 ± 0,3 a 25,3 ± 0,5 b 28,4 ± 0,8 c Long (dec.) 45,1 ± 0,7 a 50,4 ± 1,2 b 51,3 ± 1 b Tja (ºC) 18 ± 2,5 a 21,2 ± 1,3 b 20,6 ± 1,2 a Plu (mm) 2.153,7 ± 432,3 a 1.671,5 ± 218,6 b 1.770,5 ± 143,9 b S 125,5 ± 9,1 a 93,1 ± 20,2 ab 80,2 ± 26,8 b 29 Figura 1. Distribuição das Florestas com Araucária (Floresta Ombrófila Mista, modificado de IBGE 1993) e localização das áreas com levantamentos florísticos ou estruturais do componente arbustivo-arbóreo realizados no Brasil (para abreviatura dos locais vide tab. 1). Áreas com marcadores semelhantes pertencem ao mesmo grupo identificado na análise de agrupamento (Fig. 3). Figure 1. Araucarian rain forests distribution (modified from IBGE 1993) and localities of tree/shrub surveys in Brazil (see areas in Tab. 1). Areas with same sign are closely in the cluster analysis (Fig. 3). 30 0 10 20 30 40 50 60 1-2 3-4 5-6 7-8 9-10 11-12 13-14 15-16 17-18 19-20 ≥ 21 Número de trabalhos E sp éc ie o co rr en te s ( % ) Figura 2. Freqüência de espécies arbustivo-arbóreas constantes nos levantamentos florísticos ou estruturais realizados em Florestas com Araucária no Brasil. Figure 2. Frequency of tree/shrub species surveyed within Araucarian rain forests in Brazil. 31 Figura 3. Dendrograma da análise de agrupamento das 38 áreas com levantamentos florísticos ou estruturais do componente arbustivo-arbóreo de Florestas com Araucária no Brasil, identificadas pela sigla do estado e por abreviatura do local (ver tab. 1). Os grupos identificados são nítidos (P > 0,05) pela técnica de aleatorização (ver métodos). Figure 3. Cluster analysis of 38 tree/shrub surveys within Araucarian rain forests in Brazil identified by state and locality abbreviators (see tab. 1). Identified groups were sharp in randomization tests (P > 0.05, see methods). 32 Figura 4. Dendrograma da análise de agrupamento das 22 áreas que compunham o grupo de levantamentos florístico-estruturais do componente arbustivo-arbóreo de Florestas com Araucária localizados no Paraná e extremo norte de Santa Catarina, identificadas pela sigla do estado e porabreviatura do local (ver tab. 1). Os grupos identificados são nítidos (P > 0,05) pela técnica de aleatorização (ver métodos). Figure 4. Cluster analysis of 22 tree/shrub surveys that encompassed Paraná and Santa Catarina states being identified by state and locality abbreviators (see tab. 1). Identified groups were sharp in randomization techniques (P > 0.05, see methods). 33 0.52 0.54 0.56 0.58 0.6 0.62 0.64 0.66 Lat Long Tja Plu Tem Alt Trg Tju Dis Variáveis geoclimáticas C or re la çã o Figura 5. Perfil da congruência entre as 38 áreas com levantamentos florísticos ou estruturais do componente arbustivo-arbóreo de Florestas com Araucária no Brasil, correlacionadas a nove variáveis geoclimáticas (Lat = latitude, Long = longitude, Tja = temperatura do mês mais quente, Plu = precipitação média anual, Tem = temperatura média anual, Alt = altitude, Trg = amplitude média de temperatura, Tju = temperatura do mês mais frio, Dis = distância do oceano). Figure 5. Congruence among 38 tree/shrub surveys within Araucarian rain forests in Brazil and correlations with nine geoclimatic variables (Lat = latitude, Long = longitude, Tja = temperature of the hottest month, Plu = Annual precipitation, Tem = Annual mean temperature, Alt = altitude, Trg = Mean amplitude of temperature, Tju = temperature of the coldest month, Dis = distance from the ocean). 34 Anexo 1. Espécies arbustivo-arbóreas constatadas em 38 levantamentos em áreas de Floresta com Araucária no Brasil, organizadas por famílias, senso APG II (2003). Appendix 1. Tree/shrub species found in 38 surveys within Araucarian rain forests in Brazil grouped by families (sensu APG II 2003). 35 1- ADOXACEAE Sambucus australis Cham. & Schltdl. 2- ANACARDIACEAE Astronium graveolens Jacq. Lithraea brasiliensis Marchand Lithraea molleoides (Vell.) Engl. Schinus lentiscifolius Marchand Schinus polygamus (Cav.) Cabrera Schinus terebinthifolius Raddi 3- ANNONACEAE Annona cacans Warm. Guatteria australis A.St.-Hil. Rollinia dolabripetala (Raddi) R.E.Fries Rollinia emarginata Schltdl. Rollinia sylvatica (A.St.-Hil.) Mart. 4- APOCYNACEAE Aspidosperma australe Müll.Arg. Aspidosperma camporum Müll.Arg. Aspidosperma olivaceum Müll.Arg. Aspidosperma parvifolium A.DC. Aspidosperma polyneuron Müll.Arg. 5- AQUIFOLIACEAE Ilex amara (Vell.) Loes. Ilex brasiliensis (Spreng.) Loes. Ilex brevicuspis Reissek Ilex kleinii Edwin Ilex microdonta Reissek Ilex paraguariensis A.St.-Hil. Ilex taubertiana Loes. Ilex theezans Mart. 6- ARALIACEAE Oreopanax fulvus Marchal Schefflera angustissima (Marchal) Frodin Schefflera calva (Cham.) Frodin & Fiaschi Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. & Frodin 7- ARAUCARIACEAE Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze 8- ARECACEAE Euterpe edulis Mart. Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman 9- ASTERACEAE Austroeupatorium laetevirens (Hook. & Arn.) R.M.King & H.Rob. Austrocritonia velutina (Gardner) R.M.King & H.Rob. Baccharis brachylaenoides DC. Baccharis dentata (Vell.) G.M.Barroso Baccharis dracunculifolia DC. Baccharis semiserrata (Steud.) G.M.Barroso Baccharis serrulata Pers. Chromolaena laevigata (Lam.) R.M.King & H.Rob. Dasyphyllum spinescens (Less.) Cabrera Dasyphyllum tomentosum (Spreng.) Cabrera Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish Eremanthus incanus (Less.) Less. Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera Gochnatia tomentosa Baker Moquinia racemosa (Spreng.) DC. Piptocarpha angustifolia Dusén Piptocarpha axillaris (Less.) Baker Piptocarpha organensis Cabrera Piptocarpha regnellii (Sch.Bip.) Cabrera Piptocarpha tomentosa Baker Raulinoreitzia leptophloebia (B.L.Rob.) R.M.King & H.Rob. Senecio glaziovii Baker Symphyopappus compressus (Gardner) B.L.Robinson Verbesina claussenii Sch.Bip. Verbesina floribunda Gardner Vernonia appendiculata Less. Vernonanthura chamaedrys (Less.) H.Rob. Vernonanthura diffusa (Less.) H.Rob. Vernonanthura discolor (Spreng.) H.Rob. Vernonanthura petiolaris (DC.) H.Rob. Vernonanthura phosphorica (Vell.) H.Rob. Vernonia quinqueflora Less. Vernonanthura tweediana (Baker) H.Rob. 10- BERBERIDACEAE Berberis laurina Billb. 11- BIGNONIACEAE Jacaranda micrantha Cham. Jacaranda puberula Cham. Jacaranda subalpina W.Morawetz Tabebuia alba (Cham.) Sandwith Tabebuia catarinensis Gentry Tabebuia impetiginosa (Mart.) Standley 12- BORAGINACEAE Cordia ecalyculata Vell. Cordia magnoliifolia Cham. Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. Patagonula americana L. 13- BURSERACEAE Protium widgrenii Engl. 14- CANELLACEAE Capsicodendron dinisii (Schwacke) Occhioni 15- CANNABACEAE Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. Trema micrantha (L.) Blume 16- CARDIOPTERIDACEAE Citronella engleriana (Loes.) Howard Citronella gongonha (Mart.) Howard Citronella paniculata (Mart.) Howard 17- CARICACEAE Vasconcella spinosa A.St.-Hil. 18- CELASTRACEAE Maytenus aquifolia Mart. Maytenus evonymoides Reissek Maytenus glauscescens Reissek Maytenus gonoclada Mart. Maytenus ilicifolia Mart. Maytenus robusta Reissek Maytenus subalata Reissek Salacia elliptica (Mart.) G.Don Schaefferia argentinensis Speg. 19- CLETHRACEAE Clethra scabra Pers. Clethra uleana Sleumer 20- CLUSIACEAE Clusia criuva Cambess. 21- COMBRETACEAE Terminalia triflora (Griseb.) Lillo 22- CUNONIACEAE Lamanonia grandistipularis (Taub.) Taub. Lamanonia ternata Vell. Weinmannia discolor Gardner Weinmannia hirta Sw. Weinmannia humilis Engl. Weinmannia paulliniifolia Pohl 23- CYATHEACEAE Alsophila setosa Kaulf. Alsophila sternbergii (Sternb.) Conant Cyathea atrovirens (Langsd.& Fisch.) Domin Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin Cyathea delgadii Sternb. Cyathea glaziovii (Fée) Domin Cyathea phalerata Mart. Sphaeropteris gardneri (Hook.) Tryon 24- DICHAPETALACEAE Stephanopodium organense (Rizz.) Prance 25- DICKSONIACEAE Dicksonia sellowiana Hook. 26- EBENACEAE Diospyros inconstans Jacq. 27- ELAEOCARPACEAE Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. Sloanea lasiocoma K.Schum. Sloanea monosperma Vell. 28- ERICACEAE Agarista breviflora (Meisn.) Hook. f. Agarista eucalyptoides (Cham. & Schltdl.) G.Don Agarista glaberrima (Sleumer) Judd Agarista hispidula (DC.) Hook. f. Agarista oleifolia (Cham.) G.Don Gaultheria serrata (Vell.) Sleumer Gaylussacia amoena Cham. Gaylussacia chamissonis Meisn. 29- ERYTHROXYLACEAE Erythroxylum ambiguum Peyr. Erythroxylum amplifolium (Mart.) O.E.Schulz Erythroxylum argentinum O.E.Schulz Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. Erythroxylum myrsinites Mart. Erythroxylum vaccinifolium Mart. 36 30- ESCALLONIACEAE Escallonia bifida Link & Otto 31- EUPHORBIACEAE Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. Alchornea sidifolia Müll.Arg. Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll.Arg. Bernardia pulchella (Baill.) Müll.Arg. Croton alchorneicarpus Croizat Croton celtidifolius Baill. Croton floribundus Spreng. Croton hecatomandrum Müll.Arg. Croton organensis Baill. Gymnanthes concolor Spreng. Pachystroma longifolium (Nees) I.M.Johnston Sapium glandulosum (L.) Morong Sebastiania brasiliensis Spreng. Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B.Sm. & Downs Sebastiania schottiana (Müll.Arg.) Müll.Arg. Stillingia oppositifolia Baill. 32- FABACEAE – Caesalpinioideae Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. Bauhinia forficata Link Bauhinia longifolia (Bongard) D.Dietrich Cassia leptophylla Vogel Copaifera langsdorffii Desf. Gleditsia amorphoides (Griseb.) Taub. Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. Pterogyne nitens Tul. Senna macranthera (Collad.) Irwin & Barneby FABACEAE – Faboideae Ateleia glazioviana Baill. Dalbergia brasiliensis Vogel Dalbergia foliolosa Benth. Dalbergia frutescens (Vell.) Britton Erythrina cristagalli L. Erythrina falcata Benth. Holocalyx balansae Micheli Lonchocarpus campestris Benth. Lonchocarpus muehlbergianus Hassl. Lonchocarpus subglaucescens Benth. Machaerium hatsbachii Rudd Machaerium minutiflorumTul. Machaerium nictitans (Vell.) Benth. Machaerium paraguariense Hassl. Myrocarpus frondosus Allemão Ormosia arborea (Vell.) Harms Ormosia friburgensis Taub. Platymiscium floribundum Vogel Platycyamus regnellii Benth. Poecilanthe parviflora Benth. FABACEAE – Mimosoideae Acacia polyphylla DC. Acacia recurva Benth. Albizia edwallii (Hoehne) Barneby & J.Grimes Albizia niopoides (Spruce) Burkart Albizia polycephala (Benth.) Killip Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Calliandra brevipes Benth. Calliandra foliolosa Benth. Inga heterophylla Willd. Inga lentiscifolia Benth. Inga marginata Willd. Inga sessilis (Vell.) Mart. Inga striata Benth. Inga vera Willd. Inga virescens Benth. Leucochloron incuriale (Vell.) Barneby & Grimes Mimosa artemisiana Heringer & Paula Mimosa pilulifera Benth. Mimosa scabrella Benth. Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr. Piptadenia micracantha Benth. 33- GRISELINIACEAE Griselinia ruscifolia (Clos) Taub. 34- LAMIACEAE Aegiphila graveolens Mart. & Schauer Aegiphila brachiata Vell. Aegiphila mediterranea Vell. Aegiphila obducta Vell. Aegiphila sellowiana Cham. Aegiphila tomentosa Cham. Aegiphila verticilata Vell. Vitex cymosa Bert. Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke 35- LAURACEAE Aiouea saligna Meisn. Beilschmiedia rigida (Mez) Kosterm. Cinnamomum amoenum (Nees & Mart.) Kosterm. Cinnamomum glaziovii (Mez) Kosterm. Cinnamomum hatschbacchii Vattimo-Gil Cinnamomum pseudoglaziovii Loréa-Hernandez Cinnamomum sellowianum (Nees & Mart.) Kosterm. Cinnamomum stenophyllum (Meisn.) Vattimo- Gil Cryptocarya aschersoniana Mez Cryptocarya moschata Nees & Mart. Cryptocarya saligna Mez Endlicheria paniculata (Spreng.) Macbr. Licaria armeniaca (Nees) Kosterm. Nectandra grandiflora Nees Nectandra lanceolata Nees Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez Nectandra membranacea (Sw.) Griseb. Nectandra oppositifolia Nees Nectandra puberula (Schott) Nees Nectandra reticulata (Ruiz & Pav.) Mez Ocotea aciphylla (Nees) Mez Ocotea acutifolia (Nees) Mez Ocotea brachybotra (Meisn.) Mez Ocotea catharinensis Mez Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez Ocotea daphnifolia (Meisn.) Mez Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez Ocotea glaziovii Mez Ocotea indecora (Schott) Mez Ocotea lancifolia (Schott) Mez Ocotea laxa (Nees) Mez Ocotea microbothrys (Meisn.) Mez Ocotea notata (Nees & Mart.) Mez Ocotea nutans (Nees) Mez Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Ocotea porosa (Mez) Barroso Ocotea puberula (Rich.) Nees Ocotea pulchella (Nees) Mez Ocotea silvestris Vattimo-Gil Ocotea urbaniana Mez Persea alba Nees Persea venosa Nees Persea willdenowii Kosterm. Rhodostemonodaphne macrocalyx (Meisn.) Rohwer 36- LAXMANNIACEAE Cordyline australis Hook.f. Cordyline spectablis Kunth & Bouché 37- LOGANIACEAE Antonia ovata Pohl Strychnos brasiliensis (Spreng.) Mart. 38- LYTHRACEAE Lafoensia vandelliana Cham. & Schltdl. 39- MALPIGHIACEAE Byrsonima laxiflora Griseb. Byrsonima ligustrifolia A.Juss. Byrsonima variabilis A.Juss. 40- MALVACEAE Abutilon macranthum A.St.-Hil. Ceiba speciosa (A.St.-Hil., Juss. & Cambess.) Ravenna Luehea divaricata Mart. & Zucc. 41- MELASTOMATACEAE Huberia nettoana Brade Leandra australis (Cham.) Cogn. Leandra barbinervis (Cham.) Cogn. Leandra regnellii (Triana) Cogn. Leandra sublanata Cogn. Meriania claussenii Triana Meriania glabra Triana Miconia albicans Triana Miconia biglomerata DC. Miconia castaneifolia Naudin Miconia cinerascens Miq. Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin Miconia conferta DC. 37 Miconia corallina Spring Miconia hyemalis A.St.-Hil. & Naudin Miconia inconspicua Miq. Miconia latecrenata (DC.) Naudin Miconia minutiflora (Bonpl.) DC. Miconia paulensis Naudin Miconia petropolitana Cogn. Miconia pusilliflora (DC.) Triana Miconia rimalis Naudin Miconia sellowiana Naudin Miconia theaezans (Bonpl.) Cogn Miconia trianae Cogn. Miconia tristis Spring Tibouchina adenostemon (DC.) Cogn. Tibouchina arborea (Gardner) Cogn. Tibouchina fothergillae (DC.) Cogn. Tibouchina moricandiana (DC.) Baill. Tibouchina mutabilis Cogn. Tibouchina organensis Cogn. Tibouchina sellowiana (Cham.) Cogn. Tibouchina semidecandra (DC.) Cogn. Tibouchina stenocarpa (DC.) Cogn. 42- MELIACEAE Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Cedrela fissilis Vell. Guarea macrophylla Vahl Trichilia catigua A.Juss. Trichilia claussenii C.DC. Trichilia elegans A.Juss. Trichilia pallens C.DC. 43- MONIMIACEAE Hennecartia omphalandra J.Poiss. Macropeplus ligustrinus (Tul.) Perkins Mollinedia clavigera Tul. Mollinedia elegans Tul. Mollinedia hatschbachii Peixoto Mollinedia schottiana (Spreng.) Perkins Mollinedia triflora (Spreng.) Tul. Mollinedia widgrenii A.DC. 44- MORACEAE Brosimum lactescens (S.Moore) C.C.Berg Ficus enormis (Mart.) Miq. Ficus eximia Schott Ficus gomelleira Kunth & Bouché Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Naucleopsis oblongifolia (Kuhlman) Carauta Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger, Lanjouw & Boer 45- MYRISTICACEAE Virola bicuhyba (Schott) Warb. 46- MYRSINACEAE Cybianthus peruvianus (A.DC.) Miq. Myrsine coriacea (Sw.) R.Br. Myrsine gardneriana A.DC. Myrsine laetevirens (Mez) Arechav. Myrsine lancifolia Mart. Myrsine lineata (Mez) Pipoly Myrsine loefgrenii (Mez) Imkhan. Myrsine lorentziana (Mez) Arechav. Myrsine umbellata Mart. 47- MYRTACEAE Acca sellowiana (O.Berg) Burret Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg Calyptranthes clusiifolia (Miq.) O.Berg Calyptranthes concinna DC. Calyptranthes dardanoi Mattos Calyptranthes grandifolia O.Berg Calyptranthes lucida Mart. Calyptranthes pileata D.Legrand Calycorectes psidiiflorus (O.Berg) Sobral Calyptranthes tricona D.Legrand Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk. Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O.Berg Campomanesia rhombea O.Berg Campomanesia xanthocarpa O.Berg Eugenia blastantha (O.Berg) D.Legrand Eugenia brasiliensis Lam. Eugenia burkartiana (D.Legrand) D.Legrand Eugenia cerasiflora Miq. Eugenia florida DC. Eugenia handroi (Mattos) Mattos Eugenia hiemalis Cambess. Eugenia involucrata DC. Eugenia neomyrtifolia Sobral Eugenia neoverrucosa Sobral Eugenia opaca O.Berg Eugenia pluriflora DC. Eugenia prasina O.Berg Eugenia pyriformis Cambess. Eugenia ramboi D.Legrand Eugenia rostrifolia D.Legrand Eugenia rotundifolia Casar. Eugenia schuechiana O.Berg Eugenia sonderiana O.Berg Eugenia speciosa Cambess. Eugenia uniflora L. Gomidesia anacardiifolia (Gardner) O.Berg Gomidesia eriocalyx (DC.) O.Berg Gomidesia kunthiana O.Berg Gomidesia palustris (DC.) D.Legrand Gomidesia sellowiana O.Berg Gomidesia spectabilis (DC.) O.Berg Gomidesia hebepetala O. Berg Gomidesia lindeniana O. Berg Marlierea eugeniopsoides (D.Legrand & Kausel) D.Legrand Mosiera prismatica (D.Legrand) Landrum Myrceugenia alpigena (DC.) Landrum Myrceugenia bracteosa (DC.) D.Legrand & Kausel Myrceugenia brevipedicellata (Burret) D.Legrand & Kausel Myrcia breviramis (O.Berg) D.Legrand Myrceugenia cucullata D.Legrand Myrceugenia euosma (O.Berg) D.Legrand Myrceugenia foveolata (O.Berg.) Sobral Myrceugenia glaucescens (Cambess.) D.Legrand & Kausel Myrceugenia hatschbacchii Landrum Myrceugenia kleinii D.Legrand & Kausel Myrceugenia mesomischa (Burret) D. Legrand & Kausel Myrceugenia miersiana (Gardner) D.Legrand & Kausel Myrceugenia myrcioides (Cambess.) O.Berg Myrceugenia myrtoides O.Berg Myrceugenia ovata (Hook. & Arn.) O.Berg Myrceugenia oxysepala (Burret) D.Legrand & Kausel Myrceugenia pilotantha (Kiaersk.) Landrum Myrcia bombycina (O.Berg) Nied. Myrcia eriopus DC. Myrcia glabra (O.Berg) D.Legrand Myrcia guianensis (Aubl.) DC. Myrcia hatschbachii D.Legrand Myrcia lajeana D.Legrand Myrcia laruotteana Cambess. Myrcia multiflora (Lam.) DC. Myrcia oligantha O.Berg Myrcia ovalifolia (O.Berg) Kiaersk. Myrcia retorta Cambess. Myrcia selloi (Spreng.) N.Silveira Myrcia sosias D.Legrand Myrcia splendens (Sw.) DC. Myrcia tomentosa (Aubl.)DC. Myrcia venulosa DC. Myrcianthes gigantea (D.Legrand) D.Legrand Myrcianthes pungens (O.Berg) D.Legrand Myrciaria cuspidata O.Berg Myrciaria delicatula (DC.) O.Berg Myrciaria floribunda (West) O.Berg Myrciaria plinioides D.Legrand Myrciaria tenella (DC.) O.Berg Myrrhinium atropurpureum Schott Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum Plinia rivularis (Cambess.) Rotman Plinia trunciflora (O.Berg) Rotman Psidium cattleyanum Sabine Psidium longipetiolatum D.Legrand Psidium rufum Mart. Psidium spathulatum Mattos Siphoneugena densiflora O.Berg Siphoneugena kiaerskoviana (Burret) Kausel Siphoneugena kuhlmannii Mattos Siphoneugena reitzii Legrand Siphoneugena widgreniana O.Berg 48- NYCTAGINACEAE 38 Guapira graciliflora (Schmidt) Lundell Guapira opposita (Vell.) Reitz Pisonia zapallo Griseb. 49- OCHNACEAE Ouratea semiserrata (Mart. & Nees) Engl. 50- PHYTOLACCACEAE Phytolacca dioica L. Seguieria langsdorffii Moq. 51- PICRAMNIACEAE Picramnia excelsa Kuhlm. Picramnia glazioviana Engl. Picramnia parvifolia Engl. 52- PIPERACEAE Piper aduncum L. 53- PODOCARPACEAE Podocarpus lambertii Klotzsch Podocarpus sellowii Klotzsch 54- POLYGONACEAE Ruprechtia laxiflora Meisn. Ruprechtia paranensis Pendry 55- PROTEACEAE Euplassa cantareirae Sleumer Euplassa incana (Klotzsch) I.M.Johnst. Euplassa itatiae Sleumer Euplassa organensis (Gardner) Johnston Roupala brasiliensis Klotzsch Roupala gracilis Meisn. Roupala montana Aubl. Roupala rhombifolia Mart. 56- QUILLAJACEAE Quillaja brasiliensis (A.St.-Hil. & Tul.) Mart. 57- RHAMNACEAE Scutia buxifolia Reissek 58- ROSACEAE Prunus myrtifolia (L.) Urb. 59- RUBIACEAE Alibertia concolor (Cham.) K.Schum. Alibertia myrciifolia K.Schum. Bathysa australis (A.St.-Hil.) Hook.f. Chomelia obtusa Cham. & Schltdl. Coussarea contracta (Walp.) Müll.Arg. Coutarea hexandra (Jacq.) K.Schum. Faramea porophylla (Vell.) Müll.Arg. Guettarda uruguensis Cham. & Schltdl. Posoqueria latifolia (Rudge) Roem. & Schult. Psychotria carthagenensis Jacq. Psychotria kleinii L.B. Sm. & Downs Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl. Psychotria longipes Müll.Arg. Psychotria stachyoides Benth. Psychotria suterella Müll.Arg. Psychotria vellosiana Benth. Randia nitida (Kunth) DC. Rudgea jasminoides (Cham.) Müll.Arg. Rudgea parquioides (Cham.) Müll.Arg. Rudgea recurva Müll.Arg. 60- RUTACEAE Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. Dictyoloma vandellianum A.Juss. Esenbeckia grandiflora Mart. Helietta apiculata Benth. Metrodorea stipularis Mart. Pilocarpus pennatifolius Lam. Zanthoxylum fagara (L.) Sarg. Zanthoxylum kleinii (R.S.Cowan) P.G.Waterman Zanthoxylum monogynum A.St.-Hil. Zanthoxylum petiolare A.St.-Hil. & Tul. Zanthoxylum rhoifolium Lam. Zanthoxylum riedelianum Engl. 61- SABIACEAE Meliosma itatiaiae Urb. Meliosma sellowii Urb. 62- SALICACEAE Banara parviflora (A.Gray) Benth. Banara tomentosa Clos Casearia decandra Jacq. Casearia grandiflora Cambess. Casearia lasiophylla Eichler Casearia obliqua Spreng. Casearia rufescens Cambess. Casearia silvestris Sw. Salix humboldtiana Willd. Xylosma ciliatifolia (Clos) Eichler Xylosma glaberrima Sleumer Xylosma prockia (Turcz.) Turcz. Xylosma pseudosalzmanii Sleumer Xylosma tweediana (Clos) Eichler 63- SAPINDACEAE Allophylus edulis (A.St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk. Allophylus guaraniticus (A.St.-Hil.) Radlk. Allophylus membranifolius Radlk. Allophylus sericeus Radlk. Cupania racemosa (Vell.) Radlk. Cupania vernalis Cambess. Diatenopteryx sorbifolia Radlk. Matayba cristae Reitz Matayba elaeagnoides Radlk. Matayba guianensis Aubl. 64- SAPOTACEAE Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler) Engl. Chrysophyllum inornatum Mart. Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk. Micropholis crassipedicelata (Mart. & Eichler) Pierre Micropholis gardneriana (A.DC.) Pierre Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. Pouteria gardneriana (A.DC.) Radlk. 65- SIMAROUBACEAE Picrasma crenata (Vell.) Engl. 66- SOLANACEAE Aureliana fasciculata (Vell.) Sendtn. Brunfelsia brasiliensis (Spreng.) L.B.Sm. & Downs Brunfelsia cuneifolia J.A.Schmidt Brunfelsia pauciflora (Cham. & Schltdl.) Benth. Brunfelsia pilosa Plowman Brunfelsia uniflora (Pohl) D.Don Cestrum amictum Schltdl. Cestrum corymbosum Schltdl. Cestrum intermedium Sendtn. Cestrum schlechtendalii G.Don Cestrum strigillatum Ruiz & Pav. Sessea regnellii Taub. Solanum compressum L.B.Sm. & Downs Solanum corymbiflorum (Sendtn.) Bohs Solanum gemellum Mart. ex Sendtn. Solanum intermedium Sendtn. Solanum itatiaiae Glaziou Solanum johannae Bitter Solanum kleinii L.B.Sm. & Downs Solanum lacerdae Dusén Solanum lepidotum Dunal Solanum leucodendron Sendtn. Solanum mauritianum Scop. Solanum megalochiton Sendtn. Solanum pabstii L.B.Sm. & Downs Solanum paranense Dusén Solanum pseudoquina A.St.-Hil. Solanum ramulosum Sendtn. Solanum reitzii L.B.Sm. & Downs Solanum sanctaecatharinae Dunal Solanum swartzianum Roem. & Schult. Solanum variabile Mart. 67- STYRACACEAE Styrax acuminatus Pohl Styrax latifolius Pohl Styrax leprosus Hook. & Arn. Styrax longiflorus A.DC. 68- SYMPLOCACEAE Symplocos aegrota Brand Symplocos brasiliensis Chancerel Symplocos lanceolata (Mart.) A.DC. Symplocos tenuifolia Brand Symplocos tetrandra (Mart.) Miq. Symplocos uniflora (Pohl) Benth. 69- THEACEAE Laplacea fruticosa (Schrad.) Kobuski 70- THEOPHRASTACEAE Clavija macrophylla (Link) Miq. 71- THYMELAEACEAE Daphnopsis fasciculata (Meisn.) Nevling Daphnopsis racemosa Griseb. 72- URTICACEAE 39 Boehmeria caudata Sw. Cecropia glaziovii Snethl. Cecropia hololeuca Miq. Cecropia pachystachya Trécul Urera baccifera (L.) Gaudich. 73- VERBENACEAE Aloysia sellowii (Briq.) Moldenke Citharexylum myrianthum Cham. Citharexylum solanaceum Cham. Duranta vestita Cham. 74- VOCHYSIACEAE Callisthene hassleri Briq. Vochysia bifalcata Warm. Vochysia glazioviana Warm. Vochysia laurifolia Warm. Vochysia rectiflora Warm. Vochysia schwackeana Warm. Vochysia tucanorum Mart. 75- WINTERACEAE Drimys brasiliensis Miers View publication stats https://www.researchgate.net/publication/290604593 Introdução Discussão Os autores
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