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1 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ricardo Baronovsky Instagram @ricardobaronovsky APOSTILA DE DIREITO CONSTITUCIONAL Apostila de Oficial de Promotoria MP/SP: como mencionado na aula de Mentoria Geral, o seu edital é relativamente "curto" comparado com outros certames. Em "noções de Direito", você precisará ler cerca de 438 artigos¹. Além disto, sua prova cobrará fortemente a "lei seca", principalmente os detalhes destes artigos: quóruns, róis, exceções, competências... Raramente uma questão de Oficial do MP/SP cobrará doutrina ou jurisprudência. Por este motivo, é imprescindível que você domine a integralidade do edital e consiga ler cada dispositivo dele. Metodologia desta Apostila: a fim de bem memorizar cada dispositivo lido, esta APOSTILA trará três ferramentas importantes: (i) O compilado completo dos 438 artigos do edital (agosto/2022) → correspondente à cor preta da sua apostila. (ii) Comentários doutrinários e jurisprudencias porventura relevantes para sua prova → correspondente à cor azul da sua apostila. (iii) Questões inéditas elaboradas pelos Professores, além de outras cobradas em provas anteriores → correspondente à cor verde da sua apostila. Em suma, esta APOSTILA visa trazer o material mais completo possível para os seus estudos². Esperamos que goste e impulsione seus estudos! Forte abraço, Prof. Ricardo Baronovsky. ¹ *OBS1: o edital de Escrevente TJ/SP possuía cerca de 1.061 artigos. Note, portanto, como este edital é "menor" que os demais. ² *OBS2: você terá 10 Apostilas completas (uma para cada matéria) - o que corresponderá a centenas de páginas de leitura. Por isto, recomendo que realize a leitura das Apostilas nos moldes sugeridos pelo Cronograma Diário de Estudos. 2 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ricardo Baronovsky Instagram @ricardobaronovsky CONTEÚDO DE DIREITO CONSTITUCIONAL O edital de Oficial de Promotoria do MP/SP - em Direito Constitucional - cobra os seguintes artigos da Constituição Federal¹: (i) Título II - Capítulos I, II, III e IV = arts. 5º a 16 da CF (ii) Título III - Capítulo VII, Seções I e II = arts. 37 a 41 da CF (iii) Título IV - Capítulo IV, Seção I = arts. 127 a 130-A da CF O edital de Direito Constitucional é muito enxuto. São cobrados apenas 22 artigos. Por esta razão, você precisa dominar cada detalhe destes dispositivos. ¹ *OBS: Deixaremos para estudar a Lei Orgânica do MP/SP na Apostila de "Legislação Específica do MP". 3 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ricardo Baronovsky Instagram @ricardobaronovsky ➢ TAXONOMIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: Os Direitos e Garantias Fundamentais representam o "gênero" (Título II), possuindo cinco espécies (Capítulos): - os Direitos Individuais e Coletivos (art. 5º, CF); - os Direitos Sociais (arts. 6º a 11, CF); - a Nacionalidade (arts. 12 e 13, CF); - os Direitos Políticos (arts. 14 a 16, CF); e - os Partidos Políticos (art. 17, CF). Este desenho pode lhe ajudar a fixar a natureza jurídica dos Direitos Fundamentais: Na prova de Oficial do MP/SP não é cobrado o Capítulos V (Partidos Políticos). Assim sendo, você deverá ler apenas os arts. 5º a 16 da CF. Senão vejamos: 4 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ricardo Baronovsky Instagram @ricardobaronovsky TÍTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: ➢ Titularidade dos Direitos Fundamentais: cuidado com o lapso cometido pelo art. 5º e que pode ser uma "pegadinha" de prova: a Constituição de 1988 esqueceu de mencionar os "estrangeiros não residentes" (isto é, os turistas). Foi a jurisprudência e a doutrina que os incluíram, por meio de interpretação extensiva do art. 5º, caput, CF. Então, cuidado: se a questão lhe indagar "nos termos expressos da Constituição", coloque apenas os brasileiros e os estrangeiros residentes. (Questão inédita 1 - Oficial de Promotoria MP/SP) Assinale a assertiva que estipule corretamente os titulares dos direitos individuais e coletivos segundo o texto expresso do art. 5º, caput, da Constituição Federal: a) Apenas brasileiros residentes. b) Brasileiros residentes e não residentes. c) Brasileiros e estrangeiros residentes. d) Brasileiros, estrangeiros residentes e não residentes. e) Qualquer pessoa que transite sobre o território nacional. ➢ O art. 5º da CF possui 79 incisos. Alguns incisos são complexos e outros autoexplicativos. Farei comentários apenas nos incisos que demandem alguma interpretação, a fim de não lhe tomar tempo desnecessário. Lembre-se que a 5 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ricardo Baronovsky Instagram @ricardobaronovsky VUNESP gosta da "lei seca", sobretudo quando ela abordar quóruns, róis, competências, exceções... Vamos lá: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; ➢ Princípio da Igualdade: a VUNESP já indagou se a Constituição faz alguma distrinção entre homens e mulheres e se isso não violaria o art. 5º, I, CF. Sim, ela faz! Isto porque, não se pode confundir a igualdade formal (genérica) com a igualdade material (caso concreto). A própria CF faz essa distinção na concessão da aposentadoria, dizendo que homens aposentarão com 65 anos e mulheres com 62 anos (art. 40, § 1º, III, CF). Trata-se de discriminação positiva, que analisa as diferenças biológicas e sociais que existem entre homens e mulheres. (Questão inédita 2 - Oficial de Promotoria MP/SP) É correto afirmar que: a) Nossa Constituição Federal assegura de forma absoluta a igualdade entre homens e mulheres. b) Vige, apenas, o princípio da igualdade formal no Texto Constitucional. c) A regra é que homens e mulheres recebam tratamento distinto, segundo a Constituição Federal. d) Embora a regra seja a igualdade entre homens e mulheres, há dispositivos no Texto Constitucional que conferem tratamento distinto entre eles. e) Não é possível fazer distinção entre homens e mulheres. II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; ➢ Princípio da Legalidade: a Constituição prevê dois tipos de legalidade – a legalidade administrativa e a legalidade civil. Na legalidade civil o particular pode fazer tudo que a lei não proíbe, enquanto na legalidade administrativa o agente público só pode fazer o que lei determina. Isso acarretará implicações 6 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ricardo Baronovsky Instagram @ricardobaronovsky práticas importantes: enquanto o agente público possui o dever de licitar antes de realizar uma contratação (indisponibilidade do interesse público), o particular é livre para adquirir o que bem entender, pelo preço que for (autonomia privada). III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; ➢ Princípio da Liberdade de Manifestação do Pensamento: este é um dos poucos incisos que exigem algum aprofundamento. Vejamos alguns julgados / pontos importantes que tratam deste tema: a) Não recepção da Lei de Imprensa: o STF declarou não recepcionada a Lei de Imprensa (ADPF 130). Esta Lei impunha limitações descabidos à liberdade de imprensa e de expressão, o que é incompatível com a atual Constituição Federal. b) Desnecessidade do diploma de jornalista: a Constituição de 1988 diz que é livre a atividade de comunicação, independentementede licença prévia ou censura posterior. Ou seja, não caberia ao legislador fazer exigências (diploma de jornalista) para divulgação de notícias. c) Investigação de "Fake News": embora a liberdade de pensamento seja um princípio com "grande peso" e alta "hierarquia material", ele não é absoluto e convive com outros direitos. Em junho/2020, o STF entendeu lícita a abertura de Inquérito Policial para apurar “fake news” e/ou acarretassem crimes contra a honra e a segurança do STF, membros ou familiares. *OBS: A investigação ainda não terminou e este é um tema polêmico na doutrina. Por ora, guarde que a liberdade de pensamento encontra limitações na própria Ordem Jurídica. 7 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ricardo Baronovsky Instagram @ricardobaronovsky d) Possibilidade de humor em período eleitoral: o STF declarou inconstitucional a Lei Eleitoral que proíbe trucagem, montagem e sátira em época eleitoral (ADI 4451). Isto violaria a liberdade de pensamento e de expressão assegurada pela Constituição de 1988. e) Possibilidade de proselitismo religioso: o STF entendeu inconstitucional a lei que proíbe o proselitismo religioso. O que significa proselitismo? Representa a conduta de convencer várias pessoas sobre suas ideias. Assim, o legislado não pode proibir a conduta do religioso que deseje converter outras pessoas. Trata-se de decorrência da liberdade de pensamento religioso e da dignidade da pessoa humana. f) Vedação do anonimato: a Constituição assegura a liberdade de pensamento, mas veda o anonimato. Isto é, o garante-se uma liberdade com responsabilidade, pois embora o indivíduo seja livre para se manifestar, ele deverá ser responsável pelas consequências de sua manifestação. g) Sacrifício de animais X culto de religiões: o STF entendeu que é constitucional a lei estadual que permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana, desde que sem excessos ou crueldades. Tutela-se a liberdade religiosa nesta ponderação. h) Ensino religioso confessional: o ensino religioso nas escolas públicas (ou privadas) pode ter natureza confessional, desde que se garanta oportunidade a todas as doutrinas religiosas (o aluno escolhe). Esse ensino religioso deverá ser disciplina do horário normal, mas de matrícula facultativa. i) Direito ao silêncio e de não produzir provas contra si: a liberdade de pensamento não possui apenas uma acepção positiva (manifestar-se), mas também acepção negativa (calar-se), a fim de evitar prejuízos criminais. É o que revela o brocardo nemo tenetur se detegere, isto é, ninguém é obrigado a se descobrir (se acusar). 8 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ricardo Baronovsky Instagram @ricardobaronovsky j) Crucifixos em repartições públicas: segundo o CNJ, a fixação de crucifixos em repartições públicas não viola o princípio da laicidade do Estado (neutralidade de religiões). Laicidade (neutralidade) não se confunde com laicismo (negação de religião). O que o Estado não pode ser é confessional, isto é, adotar determinada religião. (Questão inédita 3 - Oficial de Promotoria MP/SP) No tocante ao princípio da liberdade de expressão, assinale a alternativa correta: a) O princípio da liberdade de expressão representa, segundo o STF, um direito absoluto, não admitindo restrições ou mitigações. b) Embora a Constituição Federal garanta a liberdade de expressão, ela veda o anonimato. c) Por ser um direito relativo, o princípio da liberdade de expressão recepcionou a chamada Lei de Imprensa. d) O direito ao silêncio não extrai fundamento da Constituição Federal, mas sim do Código de Processo Penal. e) É inconstitucional a investigação das chamadas fake news. V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; ➢ Este direito decorre do Princípio da Liberdade da Manifestação de Pensamento. O Estado Brasileiro é laico, mas não laicista, ou seja, ele não é antirreligioso. Simplesmente: o Estado Brasileiro admite todas os credos; não podendo, contudo, subvencionar ou embaraçar sua existência (art. 19, I, CF). O Estado teísta estaria confessado pelo próprio Preâmbulo, que admite a existência da proteção de Deus. Contudo, não diz a qual religião específica pertenceria este Deus. Em suma, liberdade religiosa é um direito fundamental. 9 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ricardo Baronovsky Instagram @ricardobaronovsky (Questão inédita 4 - Oficial de Promotoria MP/SP) Assinale a alternativa que corresponda adequadamente ao Texto Constitucional: a) É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material ou moral. b) É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem. c) É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material. d) São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material, moral ou à imagem decorrente de sua violação e) São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano moral decorrente de sua violação. VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; ➢ Escusa de consciência (também chamada de imperativo de consciência ou objeção de consciência): a liberdade religiosa e de convicção política são constitucionalmente asseguradas, mas podem sofrer restrição em uma hipótese: descumprir obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa. Trata-se da chamada "escusa de consciência", "imperativo de consciência" ou "objeção de consciência". Exemplo: jurado, mesário eleitoral e alistamento eleitoral. A Constituição permite que o indivíduo invoque uma convicção política ou religiosa para se eximir destas obrigações legais a todos imposta (indivíduo anarquista que não deseja ser mesário eleitoral 10 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ricardo Baronovsky Instagram @ricardobaronovsky ou indivíduo pacifista que não deseja servir às forças armadas). Contudo, ele deverá cumprir uma prestação alternativa, cujo descumprimento acarretará a suspensão dos seus direitos políticos (art. 15, IV, CF/88). Vejamos dois julgados recentes e importantes sobre esse tema: a) Escusa de Consciência X Concurso Público: em novembro/2020, o STF decidiu que, nos termos do art. 5º, VIII, da CF/88, é possível a realização das provas de um concurso público em datas e horários distintos dos previstos em edital, por candidato que invoca escusa de consciência por motivo de crença religiosa, desde que (i) presentes a razoabilidade da alteração, (ii) a preservação da igualdade entre todos os candidatos e (iii) não acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira fundamentada. Embora o Brasil seja um País laico (sem religião oficial), ele protege a liberdade religiosa - ex.: se uma avaliação cair no sábado de manhã, eventual membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia poderia pedir a remarcação da prova, pois estão impossibilitados de exercer atividades profissionais ou acadêmicas entre o pôr do sol de sexta-feira e o pôr do solde sábado. b) Escusa de Consciência X Vacinação obrigatória: em dezembro/2020, o STF entendeu que a vacinação obrigatória é constitucional e não viola a liberdade individual. Em razão do direito à saúde coletiva, entendeu o STF que a imposição da vacina prevaleceria sobre a liberdade de consciência e de convicção filosófica. (Questão inédita 5 - Oficial de Promotoria MP/SP) Em relação à chamada escusa de consciência, assinale a alternativa integralmente correta: a) Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta ou recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. 11 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ricardo Baronovsky Instagram @ricardobaronovsky b) Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa. c) Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei específica. d) Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei complementar. e) Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. (Questão inédita 6 - Oficial de Promotoria MP/SP) Ainda sobre a chamada escusa de consciência, assinale a alternativa que corresponda ao entendimento correto do Supremo Tribunal Federal: a) É possível a remarcação de provas de concurso público, por motivos de convicção religiosa, desde que (i) presentes a razoabilidade da alteração, (ii) a preservação da igualdade entre todos os candidatos e (iii) não acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira fundamentada. b) É possível a remarcação de provas de concurso público, por motivos de convicção religiosa, desde que (i) presentes a razoabilidade da alteração e (ii) a preservação da igualdade entre todos os candidatos. c) É possível a remarcação de provas de concurso público, bastando a comprovação de relevante convicção religiosa. d) É possível a chamada vacinação obrigatória ou compulsória; sendo vedada, contudo, a imposição de sanções contra o indivíduo que não se vacina. e) É possível a chamada vacinação forçada. 12 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ricardo Baronovsky Instagram @ricardobaronovsky IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; ➢ Também é um Direito que decorre do Princípio da Liberdade da Manifestação de Pensamento. Lembre-se, ademais, que "é vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística" (art. 220, § 2º, CF). X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; ➢ Direito à privacidade, intimidade e vida privada: embora nossa Constituição seja eclética (admite e incentiva várias ideologias) e confira grande peso ao Princípio da Liberdade da Manifestação ao Pensamento, este princípio não é absoluto e deve respeitar à Privacidade do indivíduo. Ou seja, caberá ao Juiz no caso concreto vislumbrar se a manifestação do pensamento acarretou violação indevida à privacidade de alguém - ex.: um paparazzi que tirasse fotos de um artista em algum momento íntimo e em seu domicílio. Lembre-se: nenhum direito fundamental é absoluto, pois coexistem (convivência das liberdades públicas). XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; ➢ Direito à Inviolabilidade de Domicílio: este também exige algum aprofundamento doutrinário e jurisprudencial. Isto porque, este inciso representa o direito fundamental mais cobrado de seu concurso. - Mitigações à Inviolabilidade de Domicílio: Vejamos este esquema prático: 13 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ricardo Baronovsky Instagram @ricardobaronovsky Recomendo a leitura desta tabela na véspera da prova. É provável que haja uma questão envolvendo as exceções à inviolabilidade de domicílio. Vejamos, então, um processo mnemônico para fixar este conteúdo: se alguém entrar no Domicílio de outra pessoa fora das exceções acima, a pessoa se C F O D S C onsentimento do morador F lagrante delito O rdem judicial D esastre prestar S ocorro Agora você não esquece mais as exceções constitucionais do Domicílio. - Pontos importantes sobre a Inviolabilidade de Domicílio: Vejamos alguns pontos relevantes sobre este inciso: a) Conceito de "Dia": há três correntes na doutrina para definir "dia" no caso de cumprimento de determinação judicial: Conceito de noite para fins de cumprir determinação judicial: Dois critérios: (i) Critério Físico-astronômico: dia e noite seriam revelados pela aurora e pelo crepúsculo de cada lugar. Aponta esta corrente que o Brasil é um 14 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ricardo Baronovsky Instagram @ricardobaronovsky País continental, razão por que o sol nasce e se põe nos mais diversos horários (STF já adotou essa corrente); (ii) Critério Cronológico: dia corresponde ao período das 6h da manhã até às 18h da tarde. Ainda que não acompanhe as peculiaridades geográficas de todo País, trata-se do critério mais seguro e objetivo para evitar a nulidade da diligência (é a corrente majoritária na doutrina); e (iii) Critério Misto: sugere a adoção combinada das duas anteriores. Contudo, resvala em problemas práticos, em exigir minudente conhecimento do executor da medida e potencializar o risco de nulidade do cumprimento do mandado judicial. *OBS: é provável que na sua prova o examinador adore a primeira corrente (6h às 18h), a fim de tentar lhe confundir com o horário de cumprimento do ato processual previsto no art. 212, caput, do Código de Processo Civil: 6h às 20h. Ou seja: - Cumprimento de Ordem Judicial (CF): 6h às 18h; e - Tempo para prática dos atos processuais (CPC): 6h às 20h. b) Conceito de "casa": o STF tem adotado interpretação extensiva ao conceito casa, a fim de abranger não apenas o domicílio tradicional das pessoas, mas também os lugares que ela utiliza reservadamente - ex.: trailers, qualquer compartimento habitado ou lugar onde se exerce a profissão ou atividade. *OBS: o art. 150, §§ 4º e 5º do Código Penal auxiliaram o STF a conceituar "casa" para fim de cumprimento de determinação judicial: "§ 4º - A expressão 'casa' compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. § 5º - Não se compreendem na expressão 'casa': I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior; II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero". 15 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ricardo Baronovsky Instagram @ricardobaronovsky c) Autoridade expedidora do mandado judicial: apenas o Juiz pode expedir o mandadoà baila, relativizando a inviolabilidade de domicílio. Isto é, Ministério Público, Delegados de Polícia, autoridades administrativas em geral não possuem competência constitucional para determinar a invasão ao domicílio. d) Exigência de "fundadas razões": a mera intuição de que está havendo tráfico de drogas na casa não autoriza o ingresso sem mandado judicial ou consentimento do morador. Exige o STF a existência de fundadas razões, justificadas a posteriori, isto é, um mínimo de segurança para a entrada forçada em domicílio. (Questão inédita 7 - Oficial de Promotoria MP/SP) Qual alternativa abaixo representa, corretamente, as mitigações à Inviolabilidade de Domicílio: a) Consentimento de terceiros. b) Flagrante Delito, desde que durante o dia. c) Ordem Judicial, desde que cumprida entre 6h e 20h. d) Desastre. e) Determinação do Delegado de Polícia, desde que cumprida durante o dia. (Questão inédita 8 - Oficial de Promotoria MP/SP) Ainda sobre o princípio da inviolabilidade de domicílio, marque a alternativa correta, segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal: a) É pacífico que "dia" - para cumprimento de busca domiciliar - corresponde ao critério físico astronômico, isto é, da aurora ao crepúsculo. b) O critério de casa compreende tão somente a residência do indivíduo. c) Desde que esteja suficientemente motivada, a mera intuição de que está ocorrendo tráfico de drogas, autoriza o ingresso no interior do domicílio. d) A mera intuição de que está havendo tráfico de drogas na casa não autoriza o ingresso sem mandado judicial ou consentimento do morador. São necessárias, também, as fundadas razões, justificadas a posteriori. 16 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ricardo Baronovsky Instagram @ricardobaronovsky e) O local onde se exerce reservadamente a profissão não pode ser compreendido como "casa" para fins de proteção constitucional. XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; ➢ Direito ao Sigilo (ou Direito à Liberdade de Comunicação Pessoal): a Constituição protege os seguintes tipos de sigilo (art. 5º, XII): • o sigilo de correspondência; • o sigilo das comunicações telegráficas; • o sigilo das comunicações de dados (bancário e fiscal); e • o sigilo das comunicações telefônicas. - Pontos Importantes sobre a “quebra judicial” do sigilo: a) Qualquer quebra é excepcional e depende de autorização judicial; b) Qualquer dessas quebras somente podem ocorrer para investigação criminal ou instrução processual (persecução penal); c) Nada impede que a prova produzida na persecução penal sirva de prova emprestada no processo cível e administrativo - ex.: demissão do servidor público decorrente de uma interceptação do processo penal; d) CPI pode determinar a quebra de sigilo bancário, fiscal e dados (inclusive telefônico, ou seja, o extrato da conta e não o conteúdo/grampo da conversa). Contudo, a CPI não pode determinar, por si só, a interceptação telefônica e a quebra do sigilo das correspondências. Estas exigem autorização judicial. 17 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ricardo Baronovsky Instagram @ricardobaronovsky (Questão inédita 9 - Oficial de Promotoria MP/SP) No tocante ao direito à liberdade de comunicação pessoal, assinale a alternativa que corresponde à literalidade do Texto Constitucional: a) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, nos últimos casos, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. b) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal, instrução processual penal ou administrativa. c) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. d) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. e) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telefônicas, de dados e das comunicações telemáticas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; ➢ Direito ao Livre Exercício do Trabalho (ou Liberdade de Trabalho): embora nossa Constituição proteja e incentive todas as profissões, ela permite que a lei restrinja o exercício de algumas. É o que ocorre com o advogado, que para poder exercer sua profissão precisa ser aprovado no Exame de Ordem. O STF afirmou ser constitucional o Exame de Ordem, pois o inciso XIII do art. 5º 1 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Pedro Campos Instagram @profpedrocampos APOSTILA DE MATEMÁTICA Sumário: 1. Aritmética (Operações com Números Reais) ➢ Fatoração ➢ Mínimo Múltiplo Comum ➢ Operações com Números Reais 2. Álgebra ➢ Equação do 1º grau ➢ Equação do 2º grau 3. Porcentagem 4. Razão e Proporção ➢ Regra de três e relações entre grandezas. 5. Média Aritmética simples e ponderada. 6. Matemática Financeira (Juros Simples) ➢ Fator de Aumento ➢ Fator de Redução ➢ Introdução à Matemática Financeira ➢ Juros Simples 7. Geometria 2 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Pedro Campos Instagram @profpedrocampos 1. ARITMÉTICA Fatoração Para que possamos compreender a ferramenta por trás dos cálculos de MMC, devemos conhecer o processo da fatoração de um número. Fatorar significa transformar um número em uma multiplicação de outros números (fatores); para isso, fazemos uma série de divisões até reduzirmos um número a 1, da seguinte maneira: - Exemplo: Fatoração de 84 Primeiro escrevemos o número desejado (84) e traçamos uma linha vertical ao seu lado direito. Em seguida, colocamos os números que o dividem à direita da linha (por exemplo, como 84 é par, pode ser dividido por 2), calculamos a divisão (84 ÷ 2 = 42) e escrevemos o resultado da divisão abaixo do número original. Seguimos repetindo estas operações com os resultados obtidos até chegarmos em 1 no resultado da divisão: 84 2 42 2 21 3 7 7 1 2 × 2 × 3 × 7 Todos os números destacados à direita da linha são os fatores que compõe o número desejado. Logo, podemos dizer que . 3 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Pedro Campos Instagram @profpedrocampos Mínimo múltiplo comum Múltiplos Os múltiplos de um determinado número são números escritos na forma , ou seja, são números que já foram multiplicados por . - Exemplos: Os múltiplos de 12 são: 12, 24, 36, 48, 60, 72, 84, 96, 108, ... Os múltiplos de 18 são: 18, 36, 54, 72, 90, 108, 126, ... É possível reparar que existem alguns múltiplos que aparecem em ambas as sequências. Estes são os múltiplos comuns entre 12 e 18: 36, 72, 108 etc. O menor desses números é o Mínimo Múltiplo Comum (ou MMC) entre 12 e 18.Ou seja, . Porém, a maneira mais fácil e prática de se calcular o MMC entre dois (ou mais) números é através de uma fatoração simultânea, na qual devemos escolher os fatores que dividam um ou os dois números, seguindo o processo da fatoração até reduzir os números a 1. Assim, 12, 18 2 6, 9 2 (Verificamos que um dos números restantes é par e o outro, não) 3, 9 3 (Observe que, como 9 não é par, não se calcula a divisão 9÷ 2) 1, 3 3 1, 1 2 × 2 × 3 × 3 = 36 Assim, verificamos que o MMC entre 12 e 18 é 36. 4 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Pedro Campos Instagram @profpedrocampos Exemplo: Vamos calcular o MMC entre 24 e 42: 24, 42 2 12, 21 2 6, 21 2 3, 21 3 1, 7 7 1, 1 2 × 2 × 2 × 3 × 7 = 168 Logo, o MMC entre 24 e 42 é 168. Operações com frações É comum nos depararmos com diversos problemas que envolvem frações, às vezes mesmo nos estudos de Estatística e Matemática Financeira, então é muito importante perder o medo dessas operações. • Soma e subtração de frações Para podermos somar ou subtrair frações, elas devem estar com o mesmo denominador. Quando isso ocorre, basta juntarmos as duas frações em uma só, como o exemplo a seguir: Quando as frações não possuem o mesmo denominador, devemos transformá- las para que passem a ficar iguais, seguindo os passos do exemplo a seguir. Primeiro, calculamos o MMC entre os denominadores. 5 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Pedro Campos Instagram @profpedrocampos Isso significa que para somarmos as duas frações, o denominador em comum deve ser 30. Para descobrir como as frações originais entram nesta nova, devemos dividir o novo denominador por cada um dos anteriores e multiplicar os resultados pelos numeradores (conhecemos essa regra como: divide pelo de baixo e multiplica pelo de cima). Continuando o exemplo: 30 dividido por 10 resulta em 3, que multiplicado por 3 resulta em 9. 30 dividido por 15 resulta em 2, que multiplicado por 7 resulta em 14. Assim: Os mesmos passos devem ser seguidos no caso de uma subtração. Exemplo: Produto de frações Para multiplicarmos duas frações, basta calcular o produto dos numeradores pelo produto dos denominadores: 6 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Pedro Campos Instagram @profpedrocampos Exemplo: Independente de quantas frações forem, o processo é mantido: Divisão de frações Para calcularmos a divisão de duas frações, devemos transformar em uma multiplicação, conforme o seguinte processo: Exemplo: Mantém a primeira fração e multiplica pelo inverso da segunda : 7 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Pedro Campos Instagram @profpedrocampos Exercícios resolvidos: 1. Dividir certo número por 0,00125 equivale a multiplicá-lo por um número inteiro a) menor que 100. b) compreendido entre 100 e 400. c) compreendido entre 40 e 1000. d) compreendido entre 1000 e 5000. e) maior que 5000. Resolução: Alternativa: C. QUESTÕES PARA TREINAR: (Questão inédita 1 - Oficial de Promotoria MP/SP) Os números a seguir devem ser colocados em ordem crescente. I - 13,1. II - 13,018. III - 13,8. IV - 13,08. V - 13,0001. Assinale a alternativa correspondente ao que se pede: a) III, II, IV, I e V. 8 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Pedro Campos Instagram @profpedrocampos b) III, IV, I, II e V. c) V, II, IV, I e III. d) V, IV, III, I e II. e) I, II, III, IV e V. 2 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ivan Gitahy Neto Instagram @ivan.gneto CONTEÚDO DA LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DO MP Embora o edital traga a "Legislação Específica do MP/SP" dentro de cada matéria (Constitucional, Processo Penal e Direito Administrativo), por uma questão didática é conveniente que você estude todos esses diplomas conjuntamente. (i) Lei Orgânica do Ministério Público de São Paulo (Lei Complementar Estadual nº 734, de 26 de novembro de 1993) = arts. 1° ao 9°; 43 a 48; 59 a 75 (32 artigos). (ii) Resolução / Ato Normativo n° 664-PGJ-CGMP-CSMP, de 08.10.2010 (36 artigos). (iii) Ato Normativo nº 484-CPJ, de 05.10.2006. Tenha cuidado! Ele foi revogado pela Resolução nº 1.342/2021 (131 artigos). (iv) Resolução nº 23/2007 do CNMP (17 artigos). (v) Ato Normativo nº 314-PGJ/CPJ, de 27.06.2003. Tenha cuidado! Ele foi revogado pela Resolução nº 1.364/2021 (23 artigos). Extensão da matéria: são cobrados na parte de "Legislação do MP/SP" 239 artigos - em consonância com o último edital (atualizado para 2022). Como estudar esta matéria? A análise das últimas provas de Oficial de Promotoria do MP/SP - bem como do estilo de prova VUNESP - revelam a cobrança literal dos artigos à baila. Isto é, sua banca jamais trouxe qualquer comentário doutrinário ou jurisprudencial sobre o tema. Por esta razão - e também devido a extensão da matéria (239 artigos) -, recomendo que você não busque a explicação doutrinária de cada artigo. Contudo, para chamar sua atenção nos pontos importantes, elaboramos algumas questões inéditas - com gabarito comentado - nos artigos mais importantes. 3 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ivan Gitahy Neto Instagram @ivan.gneto I) LEI COMPLEMENTAR nº 734, de 26 de novembro de 1993 Institui a Lei Orgânica do Ministério Público. LIVRO I Da Autonomia, Da Organização e Das Atribuições do Ministério Público TÍTULO I Das Disposições Gerais e da Autonomia do Ministério Público CAPÍTULO I Das Disposições Gerais Artigo 1º - O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. § 1º - A organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público são estabelecidos por esta lei complementar. § 2º - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. § 3º - A Chefia do Ministério Público cabe ao Procurador-Geral de Justiça. (Questão inédita 1 - Oficial de Promotoria MP/SP) Assinale a assertiva que contenha corretamente as caraterísticas do Ministério Público e seus respectivos princípios: a) O Ministério Público é instituição temporária, essencial à função jurisdicional do Estado. b) A Chefia do Ministério Público cabe ao Presidente da República. c) São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a divisibilidade e a independência funcional. 4 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Ivan Gitahy Neto Instagram @ivan.gneto d) São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a dependência funcional. e) São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. ➢ Comentário do gabarito: o gabarito é a letra E. O Art. 1° da Lei Complementar n° 734 assevera que os princípios institucionais do Ministérios Público são: unidade. Indivisibilidade e independência funcional. CAPÍTULO II Da Autonomia do Ministério Público Artigo 2º - Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, cabendo-lhe, especialmente: I - praticar atos próprios de gestão; II - praticar atos e decidir sobre a situação funcional e administrativa do pessoal, ativo e inativo, da carreira e dos serviços auxiliares, organizados em quadros próprios; III - elaborar suas folhas de pagamentos e expedir os competentes demonstrativos; IV - adquirirbens e contratar serviços, efetuando a respectiva contabilização; V - propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção de seus cargos, bem como a fixação e o reajuste dos vencimentos de seus membros; VI - propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção dos cargos de seus serviços auxiliares, bem como a fixação e o reajuste dos vencimentos de seus servidores; 1 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Pedro Campos Instagram @profpedrocampos APOSTILA DE RACIOCÍNIO LÓGICO Índice: 1. Conceitos Iniciais • Proposições • Os três princípios da lógica • Proposição Simples ou Atômica • Proposição Composta ou Molecular • Negação de proposições • Equivalência de proposições • Tautologia, Contradição e Contingência 2. Estruturas lógicas e Lógica de Argumentação • Estruturas Lógicas • Argumento • Quantificadores e Diagramas lógicos (Silogismos) 3. Associação 4. Diagramas Lógicos (Diagrama de Venn) • Diagrama de Venn para 2 (dois) conjuntos. • Diagrama de Venn para 3 (três) conjuntos. 2 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Pedro Campos Instagram @profpedrocampos 1. CONCEITOS INICIAIS Proposições Embora seja um conceito aceito sem definição, podemos dizer que proposição é toda sentença que possa ser classificada como verdadeira ou falsa, ou seja, possua um valor lógico. Exemplos: A Alemanha foi campeã mundial de futebol em 2014 (Proposição Verdadeira). 7 < 3 (Proposição Falsa). Assim, não serão proposições: • Sentenças exclamativas: Fala galera! Que frio! • Sentenças interrogativas: Que horas são? Qual o seu nome? • Sentenças imperativas (ordens) e pedidos: Façam as questões. Rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. • Promessas: Prometo que você vai conseguir. Eu prometo que voltarei. • Sentenças abertas: X > 3. Ele já sabe. 3 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Pedro Campos Instagram @profpedrocampos 1. Das sentenças abaixo, assinale quais são proposições. a) A vida não é eterna. b) 7 + 9 c) 4 < 1 d) O Brasil foi campeão de futebol em 2010. e) Quantas pessoas há nesta sala? f) x > 2 Resolução: a) A vida não é eterna. Proposição b) 7 + 9 Não é proposição (não existe uma afirmação na sentença) c) 4 < 1 Proposição d) O Brasil foi campeão de futebol em 2010. Proposição e) Quantas pessoas há nesta sala? Não é proposição (sentença interrogativa) f) x > 2 Não é proposição (sentença aberta) Os 3 Princípios da Lógica A Lógica Proposicional (lógica que se baseia na análise e julgamento de proposições) possuí sua base fundamentada em três princípios, Identidade, Não Contradição e Terceiro Excluído. • Princípio da Identidade: Uma proposição verdadeira será verdadeira e uma proposição falsa será falsa. • Princípio da Não Contradição: Uma proposição nunca será verdadeira e falsa ao mesmo tempo. • Princípio do Terceiro Excluído: Uma proposição será verdadeira ou falsa, não existe outra possibilidade. 4 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Pedro Campos Instagram @profpedrocampos Exercícios 2. As proposições são divididas em dois tipos, as proposições simples e as proposições compostas. Em lógica, pelo princípio do terceiro excluído, a) uma proposição falsa pode ser verdadeira e uma proposição falsa pode ser verdadeira b) uma proposição verdadeira pode ser falsa, mas uma proposição falsa é sempre falsa. c) uma proposição ou será verdadeira, ou será falsa, não há outra possibilidade. d) uma proposição verdadeira é verdadeira e uma proposição falsa é falsa. e) nenhuma proposição poderá ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo. 3. O princípio lógico que garante que uma proposição nunca será verdadeira e falsa ao mesmo ao mesmo tempo é o princípio a) da Não Contradição. b) da Identidade. c) da Lógica. d) do Terceiro Excluído. e) da Probabilidade. 4. Aristóteles disse certa vez “Quem diz de uma coisa que é ou que não é, ou dirá o verdadeiro ou dirá o falso. Mas se existisse um termo médio entre os dois contraditórios nem do ser nem do não ser poder- se-ia dizer que é ou que não é”. Esta frase se refere ao princípio a) da Não Contradição. b) da Identidade. c) da Lógica. d) do Terceiro Excluído. e) da Probabilidade. 5. "Cada coisa é aquilo que é" LEIBNIZ, Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano. O princípio lógico citado na frase acima é o da a) da Não Contradição. b) da Identidade. c) da Lógica. 5 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Pedro Campos Instagram @profpedrocampos d) do Terceiro Excluído. e) da Probabilidade. Gabarito 2. C 3. A 4. D 5. B Proposição Simples ou Atômica A proposição simples é a proposição formada por uma única ideia, o julgamento se seu valor lógico depende unicamente do conhecimento da informação apresentada. Exemplos: Pelé é o nome de um planeta (Proposição Falsa). 4 + 7 = 11 (Proposição Verdadeira). Proposição Composta ou Molecular A proposição composta é a proposição formada pela junção de duas ou mais proposições simples através de conectivos lógicos. Existem cinco tipos de conectivos que geram cinco tipos de proposições compostas diferentes, o valor lógico final dessa proposição vai depender, não somente do valor lógico das proposições simples envolvidas, mas também no conectivo lógico que foi utilizado na junção. Para entender completamente a atribuição do valor lógico de uma proposição composta, primeiro precisamos entender o conceito de tabela verdade. Tabela Verdade É uma tabela que serve para representar todas as possibilidades de valores lógicos para uma ou mais proposições simples. Para simplificar a tabela, utilizamos letras para representar as proposições simples envolvidas 6 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Pedro Campos Instagram @profpedrocampos Exemplos de tabelas verdade: • Tabela verdade para 1 proposição simples p = Bruno é feliz. p V Bruno é feliz F Bruno não é feliz • Tabela verdade para 2 proposições simples p = Bruno é feliz. q = Hoje não está sol. p Q V V Bruno é feliz e hoje não está sol V F Bruno é feliz e hoje está sol F V Bruno não é feliz e hoje não está sol F F Bruno não é feliz e hoje está sol • Tabela verdade para 3 proposições simples p = Bruno é feliz. q = Hoje não está sol. r = Vou para a praia p q r V V V Bruno é feliz, hoje não está sol e vou para a praia V V F Bruno é feliz, hoje não está sol e não vou para a praia V F V Bruno é feliz, hoje está sol e vou para a praia V F F Bruno é feliz, hoje está sol e não vou para a praia F V V Bruno não é feliz, hoje não está sol e vou para a praia F V F Bruno não é feliz, hoje não está sol e não vou para a praia F F V Bruno não é feliz, hoje está sol e vou para a praia F F F Bruno não é feliz, hoje está sol e não vou para a praia Número de linhas de uma tabela verdade. Observando os exemplos acima, é fácil perceber que quanto maior o número de proposições simples que a tabela possuir maior será seu número de linhas (situações), como cada proposição simples possuí duas possibilidades (Verdadeiro e Falso), para 7 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Pedro Campos Instagram @profpedrocampos prever o número de linhas que uma tabela verdade terá basta multiplicar um “2” para cada proposição simples envolvida, assim: Tabela verdade para uma proposição simples: 2 linhas Tabela verdade para duas proposições simples: 2.2 = 22 = 4 linhas Tabela verdade para três proposições simples: 2.2.2 = 23 = 8 linhas Tabela verdade para quatro proposições simples: 2.2.2.2 = 24 = 16 linhas . . . Tabela verdade para dez proposiçõessimples: 2.2.2.2.2.2.2.2.2.2 = 210 = 1024 linhas Exercícios 6. Qual o número de linhas de uma tabela verdade utilizada para determinar o valor lógico de uma proposição composta formada por 4 (quatro) proposições simples? a) 16 b) 24 c) 48 d) 8 e) 4 Resolução: Uma proposição composta formada por 4 proposições simples terá um total de 24 = 16 linhas em sua tabela verdade. Alternativa A QUESTÕES: 01. Qual o número de linhas de uma tabela verdade utilizada para determinar o valor lógico de uma proposição composta formada por 11 (onze) proposições simples? a) 2048 b) 1024 c) 512 d) 22 8 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Pedro Campos Instagram @profpedrocampos e) 4 Gabarito: 01) A Julgamento de uma Proposição Composta • Conjunção É a proposição composta que utiliza o conectivo “e”, todo conectivo possuí um símbolo para sua representação sendo “˄” o símbolo do conectivo “e”. Exemplo: Hoje é sábado e está sol A tabela verdade que representa os possíveis valores lógicos de uma conjunção formada por duas proposições simples pode ser representada da seguinte forma: p Q p ˄ q V V V V F F F V F F F F Analisando a tabela podemos perceber que “as conjunções somente serão verdadeiras quando as duas proposições simples envolvidas forem verdadeiras”. • Disjunção Inclusiva É a proposição composta que utiliza o conectivo “ou” que é representado pelo símbolo “˅”. Exemplo: Hoje é sábado ou está sol 2 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Milena Sapienza Instagram @milenasapi CONTEÚDO DE DIREITO PENAL O edital de Oficial de Promotoria do MP/SP - em Direito Penal - cobra os seguintes artigos do Código Penal - Arts. 293 a 301 e §§ 1° e 2°; - Arts. 305; - Arts. 311-A a 317 e §§ 1° e 2°; - Arts. 319 a 333; - Art. 337; - Arts. 339 a 344; - Art. 347; - Art. 357; e - Art. 359 O edital de Direito Penal também é bastante enxuto. São cobrados apenas 42 artigos. Por esta razão, você precisa dominar cada detalhe destes dispositivos. 3 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Milena Sapienza Instagram @milenasapi TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO II DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS Falsificação de papéis públicos Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; III - vale postal; IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público; V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município. Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. § 1o Incorre na mesma pena quem: I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo; II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributário; III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado; 4 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Milena Sapienza Instagram @milenasapi b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação. § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior. § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recebido de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. § 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em residências. ✓ O objeto protegido nesse artigo é a FÉ PÚBLICA. ✓ Fé pública é a confiança atribuída aos agentes públicos para a prática de atos públicos, cuja veracidade e legalidade se presumem. Somente os atos públicos (sejam eles atos administrativos, legislativos, jurisdicionais, notariais ou registrais) possuem fé pública e, por tal, somente os agentes públicos exercem a fé pública. ✓ A fé pública garante a autenticidade dos documentos emitidos por agentes públicos. ✓ Esse crime pode ser praticado por qualquer pessoa. Porém, CUIDADO!! Quando praticado por FUNCIONÁRIO PÚBLICO, prevalecendo-se das facilidades do seu cargo, a pena será majorada, conforme previsto no artigo 295 do CP. ✓ A conduta criminalizada nesse artigo é FALSIFICAR, criando o papel ou alterando um papel já existente, tornando o mesmo um documento falso. 5 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Milena Sapienza Instagram @milenasapi ✓ O artigo prevê expressamente quais são os papéis públicos que podem ser objetos de falsificação, quais sejam: • Selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; • Papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; • Vale postal; • Cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público; • Talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; • Bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município. ✓ A conduta deve ser dolosa para ser punível, não respondendo o agente que age com culpa. ✓ A consumação se dá com a falsificação, independente do resultado danoso. Trata-se, portanto, de um CRIME FORMAL. ✓ Em regra, a tentativa é possível. ✓ O § 1º prevê outras condutas que incorrem na mesma pena: • Usar guardar, possuir ou deter um papel público falsificado; • Importar, exportar, adquirir, vender, trocar, ceder, emprestar, guardar, fornecer ou restituir à circulação selo falsificado de controle tributário; • Importar, exportar, adquirir, vender, expor à venda, manter em depósito, guardar, trocar, ceder, emprestar, fornecer, portar ou utilizar no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria com selo de controle tributário falsificado ou sem selo oficial, quando obrigatório. ✓ IMPORTANTE: Trata-se de crime próprio, só pode ser cometido por quem pratica atividade comercial ou industrial, mesmo sendo comércio irregular ou clandestino. ✓ O § 2º prevê a conduta de SUPRIMIR carimbo ou sinal de inutilização de algum desses papéis, quando legítimos, visando a sua reutilização. ATENÇÃO: A pena dessa conduta é menor do que a pena das condutas anteriores. 6 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Milena Sapienza Instagram @milenasapi ✓ O § 3º prevê a mesma pena para quem usa qualquer desses papéis alterados. ✓O § 4º prevê uma pena menor para que recebe de boa-fé o título o papel falsificado e, depois de ciente da sua origem ilícita, o usa ou restitui à circulação. (Questão inédita 1 – Oficial de Promotoria MP/SP) Sobre os crimes contra a fé pública, assinale a alternativa correta: a) O Código Penal prevê expressamente o conceito de fé pública. b) A fé pública é exclusiva de atos públicos emanados por agentes públicos. c) Alguns atos particulares podem ser dotados de fé pública. d) A fé pública garante a autenticidade dos atos emanados por agentes públicos, presumindo sua veracidade, mas não sua legalidade. e) Os documentos que possuem fé pública estão listados expressamente no Código Penal. Petrechos de falsificação Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. ✓ Esse artigo prevê a punição dos atos preparatórios da falsificação. Em regra, o Direito Penal não pune atos preparatórios, exceto quando previstos como crime autônomo, como nesse caso. ATENÇÃO: Esse crime é absorvido pelo crime previsto no artigo 293, caso falsifique o papel. ✓ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa. Mas, CUIDADO: Quando praticado por FUNCIONÁRIO PÚBLICO, prevalecendo-se das facilidades do seu cargo, a pena será majorada, conforme previsto no artigo 295 do CP. ✓ A punição do agente depende de DOLO. 7 PROJETO OFICIAL MP/SP: do ZERO ao CEM Prof. Milena Sapienza Instagram @milenasapi (Questão inédita 2 – Oficial de Promotoria MP/SP) Sobre a punição dos atos preparatórios de um crime, assinale a alternativa correta: a) Em regra, o Código Penal não prevê punição, exceto havendo previsão legal específica, como ocorre no crime de petrechos de falsificação, artigo 294 do CP. b) O Código Penal não prevê punição para atos preparatórios em nenhuma hipótese. c) Em regra, o Código Penal prevê punição a atos preparatórios. d) O Código Penal prevê punição aos atos preparatório ao crime de homicídio, mesmo que esses atos não configurem crime autônomo. e) O Código Penal jamais poderá punir os atos preparatórios. Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo- se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. ✓ Forma majorada. Exige não só a condição de funcionário público, mas que o mesmo se utilize das facilidades decorrentes de seu cargo para cometer os delitos anteriormente previstos (artigos 293 e 294).
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