Buscar

Cetáceos da Costa Brasileira

Prévia do material em texto

SAL V A TORE SICILIANO 
UMA ABORDAGEM BIOGEOGRÁFICA DOS CETÁCEOS DA COSTA BRASILEIRA 
Tese apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Zoologia da 
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção 
do grau de Doutor em Ciências Biológicas - Zoologia. 
Programa de Pós-Graduação em Zoologia 
Museu Nacional 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Rio de Janeiro, novembro de 2001. 
UMA ABORDAGEM BIOGEOGRÁFICA DOS CETÁCEOS DA COSTA BRASILEIRA 
Salvatore Siciliano 
Orientador: Prof. Luiz Flamarion Barbosa de Oliveira 
Programa de Pós-Graduação em Zoologia 
Museu Nacional 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Novembro de 2001. 
11 
SALVATORE SICILIANO 
UMA ABORDAGEM BIOGEOGRÁFICA DOS CETÁCEOS DA COSTA BRASILEIRA 
BANCA EXAMINADORA: PROF. DR. LUIZ FLAMARION BARBOSA DE OLIVEIRA 
PROF. DR. CIBELE R. BONVICINO 
PROF. DR. HELENA DE GODOY BERGALLO 
PROF. DR. LÍLIAN P. BERGQVIST. 
PROF. DR. LEANDRO DE OLIVEIRA SALLES 
SUPLENTE: PROF. DR. JOÃO ALVES DE OLIVEIRA 
lll 
Ficha Catalográfica 
Siciliano, Salvatore 
Uma abordagem biogeográfica dos cetáceos da costa brasileira. Rio de Janeiro, UFRJ, Museu Nacional, 
2001. 
v1, xxxp.; il. 
Tese (doutorado)- UFRJ, Museu Nacional, Programa de Pós-Graduação em Zoologia. 
1. Cetáceos-Distribuição geográfica- Brasil. 2. Biogeografia - Brasil. 3. Atlântico, Oceano, Costa 
(Brasil). I. Universidade Federal do Rie de Janeiro. II. Museu Nacional (Brasil). Programa de Pós-
Graduação em Zoologia. III. Título. 
IV 
Agradecimentos 
As diversas organizações que apoiaram os estudos de campo, especialmente ao Fundo 
Mundial para a Natureza-WWF Brasil, Cetacean Society Intemational, Redley Surfing & 
Board Riding Co. e Fundação O Boticário de Proteção à Natureza. 
Aos companheiros de Museu pelo convívio diário, especialmente Stella, Andréa, João, 
Alexandra, Raquel, Patrícia e tantos outros. 
A Vera de Figueiredo Barbosa pela revisão das citações bibliográficas em alguns trabalhos. 
A Ana Paula M. Di Beneditto pela revisão de alguns manuscritos. 
A Fernanda Marques pela (super) ajuda na formatação dos arquivos. 
Ao meu orientador, Luiz Flamarion, que em meio aos Bolomys, resolveu encarar o desafio 
de ter um "peixe fora d' água" para orientar e ao Junior que, naquele momento, aceitou 
assinar minha orientação. 
E finalmente, aos estudantes envolvidos no Projeto Baleias e Golfinhos de Arraial do Cabo: 
Tatiana, Érico, Lucas, Andréa, Fagner, Aniela, Patrícia, ... , que fazem valer muito a pena 
estar fazendo pesquisa com baleias e golfinhos. 
Além disso, agradecer pai e mãe é redundância. Sem eles seria simplesmente impossível! 
V 
Índice 
Capítulo 1. Introdução geral. 
Capítulo 2. Distribution and possible migratory routes ofhumpback whales (Megaptera 
novaeangliae) in the Western South Atlantic. 
Capítulo 3. Summer sightings of dwarf minke whales (Balaenoptera acutorostrata) offthe 
eastern coast of Rio de Janeiro state, Brazil. 
Capítulo 4. Occurrence of southern right whales (Eubalaena australis) along southeastern 
Brazil. 
Capítulo 5. A note on strandings and age of sperm whales (Physeter macrocephalus) on 
the Brazilian coast. 
Capítulo 6. A toninha, Pontoporia blainvillei (Gervais & d'Orbigny, 1844) (Mammalia, 
Cetacea, Pontoporiidae) nos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo: 
caracterização dos hábitats e, fatores de isolamento das populações. 
Capítulo 7. Considerações finais. 
Anexo I. Lista das espécies de cetáceos da costa brasileira com seus respectivos nomes 
comuns em português e inglês e status de conservação de acorco com-a IUCN (The 
World Conservation Union). 
Anexo II. Para informação: Winter distribution and abundance ofhumpback whales 
(Megaptera novaeangliae) off northeastern Brazil. 
vi 
STATUS DE PUBLICAÇÃO DOS TRABALHOS QUE COMPÕEM A TESE: 
Capítulo 2. Distribution and possible migratory routes of humpback whales 
(Megaptera novaeangliae) in the Western South Atlantic. 
Status: Submetido, com os revisores, Journal of Cetacean Research and Management, 
lnternational Whaling Commission, Cambridge, UK. 
Capít1;1lo 3. Summer sightings of dwarf minke whales (Balaenoptera acutorostrata) off 
the eastern coast of Rio de Janeiro State, Brazil. 
Status: Apresentado ao 53° Comitê Científico da Comissão Internacional Baleeira 
(Intemational Whaling Commission), London, julho de 2001. Em consideração para 
publicação no Journal ofCetacean Research and Management. 
Capítulo 4. Occurrence of southern right whales (Eubalaena australis) along 
southeastern Brazil. 
Status: publicado, J Cetacean Res. Manage (Special Issue) 2, 153-156, 2001. 
Capítulo 5. A note on strandings and age of sperm whales (Physeter macrocephalus) 
on the Brazilian coast. 
Status: em publicação, J Cetacean Res. Manage. 2002. 
Capítulo 6. A toninha, Pontoporia blainvillei, (Gervais & d'Orbigny) (Mammalia, 
Cetacea, Pontoporiidae) nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo: 
caracterização dos hábitats e fatores de isolamento das populações. 
Status: em publicação, Boletim do Museu Nacional, Nova Série - Zoologia. 
Vil 
Resumo 
Uma abordagem biogeográfica dos cetáceos da costa brasileira 
Os hábitats costeiros e oceânicos dos cetáceos da costa brasileira são descritos a partir das 
características oceanográficas básicas entre seis diferentes áreas: Natal-Costinha (5-7ºS), 
Recife-Salvador (7-lOºS), Bancos dos Abrolhos (17º30'S-18º20'S), Bacia de Campos 
(22º-24ºS), Bacia de Santos (24º-26ºS) e Bacia de Pelotas (28º-30ºS). A comunidade de 
cetáceos da costa brasileira está representada por 40 espécies, pertencentes a sete famílias: 
Balaenidae (n=l espécie), Balaenopteridae (7), Physeteridae (3), Delphinidae (20), 
Ziphiidae (7), Phocoenidae (1) and Pontoporiidae (1). As Bacias de Campos e Santos 
abrigam as comunidades mais ricas (n=32 espécies), seguidas pela Bacia de Pelotas (31), 
Recife-Salvador (23), Natal-Costinha (21) e Bancos dos Abrolhos (10). A maior riqueza de 
espécies nas Bacias de Campos e Santos pode ser explicada pela penetração da Água 
Cent~al do Atlântico Sul (ACAS) que causa aporte considerável de nutrientes para estes 
ambientes. A ocorrência de algumas espécies parece estar fortemente vinculada a 
ressurgência costeira, como nos golfinhos do gênero Delphinus, o golfinho-pintado-do-
Atlântico (Stenella frontalis) e a orca ( Orcinus orca) assim como algumas baleias, p. ex., 
baleia-de-Bryde (Balaenoptera edeni) e minke-afía (B. acutorostrata). Em contraste, estas 
espécies não estão presentes em águas costeiras do Nordeste, indicando a condição 
oligotrófica destas águas. A comunidade offshore é representada por três espécies do 
gênero Stenella, pantropical, S. attenuata, clymene, S. clymene e rotador, S. longirostris, o 
cachalote, Physeter macrocephalus, e espécies migratórias, como a baleia-minke-antártica 
(B. bonaerensis) e a baleia-sei (B. borealis). Três espécies são amplamente distribuídas em 
águas costeiras da costa brasiléira: o boto (Sotalia fluviatilis), o golfinho-nariz-de-garrafa 
(Tursiops truncatus) e a baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae). Como resultado de um 
esforço contínuo de observação e monitoramento na costa sudeste do Brasil, fica 
demonstrado a distribuição disjunta da toninha (Pontoporia blainvillei). Este fato causa 
especial consideração a respeito da implantação de medidas de manejo e conservação da 
espécie. A costa brasileira abriga uma rica diversidade de espécies de cetáceos quando 
comparada a outras comunidades tropicais. Entretanto, a estrutura das comunidades são 
diferentes entre as áreas de estudo e outros oceanos tropicais. Futuros estudos são 
necessários para compreender as diferenças entre a composição de espécies e os fatores 
oceanográficos que determinam estas variações. 
Vlll 
Abstract 
Biogeography of cetaceans of the Brazilian coast 
Cetaceans habitats along the Brazilian coast are described according to environmental 
features in six different areas: Natal-Costinha(5-7ºS), Recife-Salvador (7-lOºS), Abrolhos 
Banks (l 7º30'S-18º20'S), Campos Basin (22º-24ºS), Santos Basin (24º-26ºS) and Pelotas 
Basin (28º-30ºS). The cetacean community along the Brazilian coast is comprised of 40 
species, belonging to seven families: Balaenidae (n=l species), Balaenopteridae (7), 
Physeteridae (3), Delphinidae (20), Ziphiidae (7), Phocoenidae (1) and Pontoporiidae (1). 
Campos and Santos Basins support the highest species richness (n=32 species), followed by 
Pelotas Basin (31 ), Recife-Salvador (23), Natal-Costinha (21) and Abrolhos Banks (1 O). 
The highest diversity of cetacean species in Campos and Santos Basin can be explained by 
the penetration of South Atlantic Central waters (ACAS) which causes enrichment of such 
environment. The occurrence of some species are well connected to these upwelling 
conditions such as the dolphins of the genus Delphinus, the Atlantic spotted dolphin 
(Stenella fronta/is) and the killer whale (Orcinus orca) as well as whales (Bryde's, 
Balaenoptera edeni and dwarf minke whale B. acutorostrata). ln contrast, such species are 
lacking along the coastal waters of the northeastern coast, indicating the oligotrophic 
structure of these waters. The offshore community is represented by three species of the 
genus Stenella, pantropical spotted, S. attenuata, clymene, S. clymene and spinner, S. 
longirostris, the sperm whale, Physeter macrocephalus, and migratory species, the 
Antarctic minke whale (B. bonaerensis) and the sei whale (B. borealis). Three species are 
widely distributed along the coastal waters of the Brazilian coast: the tucuxi (Sotalia 
jluvia(ilis), the bottlenose (Túrsiops truncatus) and the humpback whale (Megaptera 
novaeangliae). As a result of intensive observation and collection effort it was found that 
the franciscana (Pontoporia blainvillei) presents a disjunct distribution along the 
southeastern coast. This causes special concern for management and conservation issues 
regarding the franciscana. The Brazilian coast hosts a highly rich ce~acean community 
when compared to other tropical oceans. Conversely, the species composition is different 
among the study sites and between ocean basins. Further studies are needed to better 
understand the variation among species composition within tropical oceans. 
IX 
Capítulo 1 
Introdução geral: Uma abordagem biogeográfica dos cetáceos da costa brasileira 
Os padrões de distribuição dos cetáceos atuais tem sido categorizados em quatro tipos 
gerais, a saber: transequatorial (antitropical), circumpolar, endêmico ou cosmopolita 
(Davies, 1963; Marcuzzi & Pilleri, 1971; Gaskin, 1976; Fordyce, 1985; Findlay et al., 
1992). Segundo estes autores, os limites de distribuição são determinados por uma série de 
fatores topográficos e oceanográficos, incluindo a temperatura de superfície da água 
(Sergeant & Fisher, 1957; Gaskin, 1968; Würsig & Würsig, 1980; Au & Perryman; 1985, 
Polacheck, 1987; Selzer & Payne, 1988; Ross & Cockcroft, 1990), profundidade da coluna 
d' água (Kenney & Winn, 1986; Würsig & Würsig, 1980), topografia do fundo oceânico 
(Dohl et al., 1986; Hui, 1979; Selzer & Payne, 1988), área de convergência frontal (Gaskin, 
1968; 1982, Polacheck, 1987), profundidade da termoclina (Au et al., 1979; Au & 
Perryman, 1985, Polacheck, 1987), turbidez e coloração da água (Smith et al.; 1986) e . 
salinidade (Perrin et al., 1983). 
As 40 espécies de cetáceos que até o presente momento foram registradas na costa 
brasileira representam uma surpreendente riqueza de táxons. Comparando apenas os 
pequenos cetáceos, 28 espécies são conhecidas para a África do Sul e Namíbia, 27 em todo 
o Pacífico Norte e 28 no Atlântico Norte (Findlay et al., 1992), enquanto no Brasil este 
número alcança 24. A diferença poderia ser atribuída às espécies de baleias-bicudas 
(Ziphiidae) que são mal conhecidas na costa brasileira e às formas antitropicais 
(Phocoenidae ). 
Muitos registros de cetáceos encalhados, avistados ou emalhados na costa brasileira têm 
sido publicados (vide Pinedo et al., 1992). Entretanto, apesar deles fornecerem 
isoladamente testemunhos da presença em uma área, não estão definidos os padrões de 
distribuição para cada espécie dentro das regiões. 
O presente estudo vem a preencher algumas lacunas para o conhecimento sobre espécies 
costeiras e pelágicas de cetáceos. Estão sendo consideradas as três espécies de baleia-de-
barbatanas com hábitos costeiros [i.e., baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae), baleia-
franca (Eubalaena australis) e baleia-minke-anã (Balaenoptera acutorostrata)], um 
pequeno cetáceo costeiro e ameaçado de extinção (torrinha, Pontoporia blainvillei) e um 
odontoceto pelágico (cachalote, Physeter macrocephalus) de águas brasileiras. 
Breve histórico da pesquisa com mamíferos marinhos no Brasil 
O estudo dos mamíferos marinhos é um evento recente na história da pesquisa dos recursos 
vivos' da plataforma continental brasileira. Apesar disso, diversos grupos de pesquisa 
surgiram nas duas últimas décadas para tratar do inventariamento das espécies de cetáceos -
baleias, botas e golfinhos; pinípedes - focas, lobos e leões-marinhos e sirênios - peixes-bois 
(Pinedo & Castello, 1980). A contribuição destes grupos para a ampliação do conhecimento 
sobre cetáceos é significativa, ainda que para a maioria das espécies se desconheçam 
parâmetros básicos da sua biologia. 
A cos~a brasileira estende-se por e. 9.500 km e está sob influência de uma variedade de 
condições oceanográficas (e.g., Emílsson, 1959, 1961; Evans & Signorini, 1985; 
Luedemann, 1979; Mesquita et ai., 1979; Siedler et ai., 1996; Signorini, 1976; Signorini et 
ai.; 1989). Devido a esta vasta extensão costeira, muitos trechos estão fracamente cobertos 
por pesquisadores e instituições voltadas para o estudo dos cetáceos. O conhecimento 
acumulado nesta área até o presente momento está concentrado nas regiões Sul e Sudeste, 
onde surgiram os primeiros grupos de pesquisa com cetáceos no Brasil. 
A partir dos anos 80, foi observado o surgimento de alguns grupos de pesquisa na região 
Nordeste, enquanto na costa Nbrte a ausência de pesquisadores ou instituições dedicadas 
aos mamíferos aquáticos é notória. 
Os estudos no extremo sul do país estiveram concentrados em monitoramentos de praia 
para coleta de carcaças e aspectos da interação de mamíferos marinhos com a pesca 
artesanal (Pinedo, 1986). O mesmo se seguiu na costa Sudeste onde, a princípio, foram 
conduzidos estudos com espécies costeiras fortemente impactadas por ações antrópicas 
como o boto (Sotalia jluviatilis) e a torrinha (Pontoporia blainvillei) (Di Beneditto et ai., 
2 
1998). 
A maioria dos trabalhos realizados com cetáceos no Brasil está direcionada para espécies 
costeiras devido às facilidades de acesso aos espécimes e seus locais de concentração. A 
dificuldade de obtenção de meios flutuantes adequados toma escassos os estudos com a 
fauna pelágica. 
Nesta primeira abordagem pretende-se (1) caracterizar a comunidade de cetáceos em seis 
diferentes áreas ao longo da costa brasileira; (2) verificar a variação na composição das 
faunas de cetáceos de acordo com fatores oceanográficos e (3) contribuir significativamente 
para o conhecimento acerca da distribuição, biologia e ecologia de algumas das espécies de 
cetáceos representativas da fauna brasileira. 
Material & Métodos 
Este estudo baseou-se nas espécies de cetáceos associadas a seis áreas selecionadas da costa 
brasil~ira - Natal-Costinha, Recife-Salvador, Bancos dos Abrolhos, Bacia de Campos, 
Bacia de Santos e Bacia de Pelotas -, descritas logo abaixo. Uma lista das espécies de 
cetáceos envolvidas, com seu respectivo nome comum em português, nome comum em 
inglês e status de conservação de acordo com a IUCN (The World Conservation Union), 
encontra-se no Anexo I. 
A composição e distribuição das espécies foram determinadas através de (i) estudos 
originais nestas seis regiões; (ii) de revisãodos dados da literatura (Tab. 1 ); (iii) e de 
visitas a coleções osteológicas [Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro 
(MNRJ); Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo (MZUSP); Museu Oceanográfico 
de Rio Grande, Fundação Universidade do Rio Grande (MORG); Grupo de Estudos de 
Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul, Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e 
Marinhos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (GEMARS/CECLIMAR) e 
Departamento de Sistemática e Ecologia, Universidade Federal da Paraíba (UFPB)]. 
Neste estudo, a fim de descrever a complexidade de uma comunidade biológica, o termo 
3 
riqueza de espécies foi aplicado ao número de espécies em um sistema (Thome-Miller, 
1999). 
Áreas de Estudo 
Os limites e as características essenciais de cada área de estudo encontram-se a seguir: 
Área 1. Natal a Costinha (05°S-07°30'S) 
Trata-se de uma região sob influência contínua das águas oligotróficas da Corrente 
Equatorial Sul (cf Maida & Ferreira, 1997; Ekau & Knoppers, 1999). A plataforma 
continental é estreita (e. 35 km de largura) com temperatura de superfície da água variando 
entre '26ºC e 28ºC e a produtividade primária é acentuadamente baixa (0,02 - 0,2 gCm2d1) 
(Ekau & Knoppers, 1999). 
Área 2. Recife a Salvador (07°31'S-10°00'S) 
A região tem influência permanente do ramo da Corrente Equatorial Sul, que origina a 
Corrente do Brasil, ambas igualmente pobres em nutrientes e produtividade primária (0,02 -
0,2 gCm2d1) e temperaturas elevadas (25ºC - 28ºC) (Ekau & Knoppers, 1999). A presença 
de elevações submarinas nesta região (seamounts) poderia resultar em manchas de 
produtividade pesqueira. 
Área 3. Bancos dos Abrolhos (17º20'S-18°10'S) 
Os Bancos dos Abrolhos abrigam o mais extenso e diverso complexo recifal do Oceano 
Atlântico Sul, sob influência permanente da Corrente do Brasil. A temperatura de superfície 
da água varia entre 22ºC e 27ºC e a produtividade primária entre 0,3 e 1,1 gCm2d1 (Ekau & 
Knoppers, 1999). 
Área 4. Bacia de Campos (21°00'S-23°00'S) 
A Bacia de Campos apresenta predomínio da Corrente do Brasil, mas está sob forte 
influência da penetração da Água Central do Atlântico Sul (ACAS) na camada superior 
sobre a plataforma continental. A ressurgência costeira é mais intensa durante as épocas de 
fim de primavera e verão ( outubro a março) e a termoclina marcante é formada a meia água 
4 
durante esses meses (Matsuura, 1986). Por essa razão, a temperatura de superfície da água 
varia entre 18°.C e 23ºC, mas em determinados períodos pode ainda ser menor, em tomo de 
15ºC ou menos. A produtividade primária é das mais elevadas da costa brasileira, variando 
entre 0,3 e 1,3 gCm2d 1• Outra característica é a aproximação da linha batimétrica dos 1 00m 
ao continente na altura de Arraial do Cabo, influenciando permanentemente as condições 
oceanográficas da área. 
Área 5. Bacia de Santos (23º10'S-25°30'S) 
A Bacia de Santos apresenta características semelhantes a Bacia de Campos, com regime de 
águas sob influência da Corrente do Brasil e penetração da ACAS. A temperatura de 
superfície da água varia entre 18ºC e 22ºC e a produtividade primária situa-se entre 0.1 e 
0.5 gCm2d1 (Ekau & Knoppers, 1999). A plataforma continental é extensa, alcançando e. 
170km de largura. 
Área 6. Bacia de Pelotas (26°00'S-30°00'S) 
A Bacia de Pelotas apresenta regime de águas sob influência da Corrente do Brasil, 
especialmente na primavera e · verão, e da Corrente da Malvinas. A temperatura de 
superfície da água varia entre 17ºC e 21 ºC e a produtividade primária entre 0,03 e 0,3 
gCm2d1 (Odebrecht & Garcia, 1997). 
Este estudo baseou-se nas espécies de cetáceos presentes nas áreas descritas acima (Anexo 
I). A composição e distribuição das espécies foram determinadas através de estudos nestas 
seis regiões, de revisão dos dados da literatura (Tab. 1) e de visitas a coleções osteológicas 
[Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (MNRJ); Museu de Zoologia, 
Universidade de São Paulo (MZUSP); Museu Oceanográfico de Rio Grande, Fundação 
Universidade do Rio Grande (MORG); Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio 
Grande do Sul, Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos, Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul (GEMARS/CECLIMAR) e Departamento de Sistemática e 
Ecologia, Universidade Federal da Paraíba (UFPB)]. 
Neste estudo, a fim de descrever a complexidade de uma comunidade biológica, o termo 
5 
riqueza de espécies foi aplicado ao número de espécies em um sistema (Thome-Miller, 
1999). 
Padrões de distribuição de cetáceos e fatores oceanográficos relacionados 
A costa Nordeste do Brasil: cetáceos em um ambiente tropical oligotrófico 
A costa Nordeste do Brasil apresenta características singulares quanto a sua estrutura 
oceanográfica: plataforma continental estreita, com apenas 35 km de extensão em média, 
permanentemente banhada pela Corrente do Brasil. Esta corrente, oligotrófica desde a sua 
origem, caracteriza a região Nordeste como de baixíssima produtividade pesqueira, reflexo 
da produtividade primária. 
Entre 1998 e 2000, foram conduzidos três cruzeiros para avaliação dos estoques da baleia-
minke-antártica (B. bonaerensis) e da baleia-jubarte (M novaeangliae) no Nordeste do 
Brasil. Os cruzeiros cobriram a costa do Estado do Rio Grande do Norte, a antiga área de 
caça a baleia ao largo de Costinha, no Estado da Paraíba, e áreas mais ao sul, até Salvador, 
Estadç da Bahia. Informações detalhadas sobre os três cruzeiros realizados no Nordeste do 
Brasil encontram-se disponíveis no Anexo II. 
A comunidade de cetáceos costeiros da região Nordeste 
A comunidade de cetáceos costeiros desta região é representada essencialmente pelo boto 
(S. fluviatilis) e pelo golfinho-nariz-de-garrafa (T. truncatus). O boto está restrito às águas 
costeiras rasas, observado nas proximidades das desembocaduras de rios [p. ex., rio 
Potengi, Natal (RN); porto de Recife (PE); porto de Salvador e nas áreas adjacentes a baía 
de Todos os Santos (BA)]. Grupos do golfinho-nariz-de-garrafa foram observados ao longo 
de toda a zona costeira nordestina, em profundidade média de 75 m. Apenas uma única 
avistagem de um grupo de golfinho-de-dentes-rugosos (S. bredanensis) foi realizada nos 
três cruzeiros, em profundidade inferior a 100 m, supondo baixa densidade da espécie para 
esta região. 
Ao longo de toda a faixa costeira, entre cinco e 800m de profundidade, foi observada a 
baleia-jubarte (M novaeangliae) sendo que 93 .5% dos registros ocorreram dentro da 
6 
isóbata de 300m. O tamanho de grupo variou entre um e seis indivíduos (média 1.92; 
DP=0.95) e filhotes estiveram presentes em 29.5% dos 56 grupos avistados nos três 
cruzeiros. A distribuição da baleia-jubarte na costa brasileira e as possíveis rotas 
migratórias das espécies durante sua migração no Atlântico Oeste Tropical são discutidas 
em detalhe no Capítulo 1. 
A comunidade costeira de cetáceos do Nordeste apresenta baixa diversidade de espécies 
quando comparada àquelas que se distribuem nas bacias de Campos, Santos e Pelotas, 
discutidas a seguir. Nesta região, a falta de elementos faunísticos típicos de águas costeiras, 
como o golfinho-pintado-do-Atlântico (S. frontalis), o golfinho-de-bico-longo (D. capensis) 
e a orca (O. orca), que caracterizam os ambientes mais produtivos ao sul, é notável. 
A comunidade de cetáceos pelágicos da região Nordeste 
A comunidade de pequenos cetáceos pelágicos desta região é caracterizada por três 
elementos essenciais: o golfinho-pintado-pantropical (S. attenuata), o golfinho-de-Clymene 
(S. cl91mene) e o golfinho-rotador (S. longirostris). Nesta ordem, estão representadas as 
espécies mais abundantes de pequenos cetáceos em termos de indivíduos e grupos avistados 
nos trçs cruzeiros. Outros elementos presentes, típicos de águas pelágicas tropicais foram o 
golfinho-cabeça-de melão (P. electra), a orca-pigméia (F. attenuata), a falsa-orca(P. 
crassidens) e a baleia-piloto-de-peitorais-curtas (G. macrorhynchus). 
A comunidade de grandes cetáceos pelágicos é representada por espécies-migratórias, como 
a baleia-sei (B. borealis) e a baleia-minke-antártica (B. bonaerensis), e uma residente, o 
cachalote (P. macrocephalus). 
As informações decorrentes de encalhes para esta área (e.g., Lucena et al., 1998; Maia-
Nogueira et al., 2001a), de modo geral, não refletem a estrutura básica da comunidade 
costeira e pelágica de cetáceos. Nas coleções zoológicas estão ausentes ou pouco 
representadas espécies comuns da zona costeira, destacando-se o golfinho-nariz-de-garrafa 
(T truncatus) e a baleia-jubarte (M novaeangliae). Em relação às espécies da zona 
pelágica é marcante o reduzido número de exemplares de S. attenuata disponíveis para 
exame no Nordeste (< 6 crânios). Como a plataforma continental é estreita, surgem 
freqüentemente cetáceos oceânicos encalhados como o golfinho-de-Clymene (S. clymene), 
o golfinho-rotador (S. longirostris) e o cachalote (P. macrocephalus). Quanto ao cachalote 
7 
(P. macrocephalus), os encalhes são mais freqüentes na costa nordestina na primavera e 
verão, o que poderia estar relacionado ao regime de ventos predominantes nesta época do 
ano ou abundância sazonal da espécie. Tais registros foram selecionados a parte e 
discutidos no Capítulo 4. 
De modo geral, a comunidade de cetáceos desta região, quando comparada a outros 
oceanos tropicais (vide Ballance & Pitrnan, 1998), está representada por espécies comuns, 
amplamente distribuídas [ e.g., golfinho-pintado-pantropical (S. attenuata), golfinho-rotador 
(S. longirostris), golfinho-nariz-de-garrafa (T truncatus) e cachalote (P. macrocephalus)]. 
Entretanto, a região carece de espécie(s) representativa(s) para a Corrente do Brasil, seja 
em águas costeiras corno oceânicas, e ainda mais marcante é a falta de espécies 
consideradas comuns em outros ecosisternas tropicais [e.g., golfinho-listrado (S. 
coeruleoalba), golfinho-pintado-do-Atlântico (S. frontalis) e golfinho-de-Risso (G. 
griseus)]. 
Talvez a estrutura oligotrófica da Corrente do Brasil não seJa capaz de abrigar urna 
comunidade de cetáceos diversificada e abundante, urna vez que não há aporte significativo 
de nutrientes (fosfatos e nitrogênio dissolvido) por meio de ressurgências, ou de 
contri~uintes continentais. Ainda que algumas áreas de maior produtividade biológica 
estejam presentes, corno ilhas e outras formações oceânicas (p. ex. Fernando de Noronha, 
Atol das Rocas, Penedos de S. Pedro e S. Paulo e os seamounts), estas não seriam capazes 
de fornecer as condições ideais para o estabelecimento de algumas espécies de cetáceos. 
Os cetáceos dos Bancos dos Abrolhos (17°20 ·s, 39°00 'W) 
O mito da diversidade e abundância da fauna de vertebrados marinhos de Abrolhos 
Os Bancos dos Abrolhos abrigam as maiores formações recifais da costa brasileira, 
chegando a cobrir 60.000km2 (Ferreira & Gonçalves, 1999). Algumas destas formações 
chegam a vários quilômetros de extensão, representando um hábitat único para 
invertebrados marinhos e peixes recifais. A produtividade biológica dos ambientais recifais 
de Abrolhos é alta (Ekau & Knoppers, 1999) e sustenta urna significativa atividade 
pesqueira (Ferreira & Gonçalves, 1999). Apesar da reconhecida importância biológica dos 
Bancos de Abrolhos para alguns grupos de invertebrados marinhos, a região abriga poucos 
8 
elementos da fauna de cetáceos. Apenas três espécies de pequenos cetáceos vivem nas 
partes rasas, i.e., águas entre 2-50m de profundidade, a saber: o boto (S. fluviatilis), o 
golfinho-nariz-de-garrafa (T truncatus) e o golfinho-de-dentes-rugosos (S. bredanensis) 
(Borobia et al., 1991; Siciliano, 1995). Nas partes mais profundas do complexo recifal, ou 
seja, águas com mais de 50m de profundidade, ocorrem o golfinho-pintado-pantropical (S. 
attenuata) e o golfinho-rotador (S. longirostris). Talvez a maior importância dos Bancos de 
Abrolhos esteja no fato de abrigar sazonalmente uma das maiores concentrações da baleia-
jubarte (M novaeangliae) do Atlântico Oeste Tropical (Siciliano, 1995, 1997). Os Bancos 
oferecem um hábitat ideal para o estabelecimento sazonal de uma área de reprodução e cria 
da baleia-jubarte: águas permanentemente quentes (acima dos 21 ºC, protegidas dos alíseos 
de nordeste e das frentes frias) e, talvez o mais significativo, um ambiente livre de 
predadores potenciais, entre os quais a orca (O. orca). A presença dajubarte em Abrolhos 
está concentrada entre julho e novembro com um claro pico de ocorrência entre meados de 
agosto e meados de outubro (Siciliano, 1997). A partir de novembro, a jubarte abandona a 
área para retornar aos locais de alimentação, em águas subantárticas e antárticas. 
Em ten"lpos recentes, a única outra espécie de baleia-de-barbatanas registrada nos Bancos 
dos Abrolhos é a baleia-franca (E. australis). Para esta espécie, os Bancos de Abrolhos 
representam o limite norte da ocorrência em águas do Oceano Atlântico Oeste Tropical 
(Lodi et al., 1996). O reduzido número de avistagens da baleia-franca nos Bancos de 
Abrolhos indica a pouca importância deste ambiente para as demais espécies de baleias-de-
barbatanas. 
De modo geral, avaliando as ocorrências de cetáceos nos Bancos de Abrolhos, fica evidente 
a pobreza da comunidade residente de cetáceos neste sítio em contraste com sua 
importância como concentração reprodutiva e de cria da baleia-jubarte (M novaeangliae). 
Quando se generalizou a idéia · de que os recifes de corais senam, nos oceanos, os 
equivalentes em biodiversidade às florestas tropicais, certamente não foi levado em 
consideração a complexidade dos ambientes, especialmente dos cetáceos. Mais ainda, para 
a maioria dos pesquisadores brasileiros, criou-se o mito dos Abrolhos como ambiente de 
altíssima diversidade de espécies, entre invertebrados, peixes recifais, aves marinhas e 
cetáceos. Estudos recentes a respeito da variação geográfica dos peixes recifais da costa 
brasileira indicam que os recifes de Abrolhos não figuram entre as comunidades mais ricas 
9 
da costa brasileira (Floeter et al., 2001), corroborando com os dados sobre cetáceos 
apresentados acima. 
A Bacia de Campos: ressurgência e diversidade de cetáceos 
A ressurgência de Cabo Frio (-23°S, 42ºW) é uma anomalia na costa do Estado do Rio de 
Janeiro decorrente de vários fatores principais. Uma mudança na direção de costa de norte-
sul para leste-oeste em Cabo Frio e a proximidade da isóbata de 1 00m criam uma 
topografia que favorece a ressurgência da ACAS (Água Central do Atlântico Sul). 
Entretanto, o principal mecanismo da ressurgência é o vento norte-nordeste predominante 
que empurra a água de superfície para oeste e trás a ACAS até a superfície (Valentin, 1994, 
2000). A ressurgência de Cabo Frio tem amplo efeito na costa sudeste do Brasil e alcança, 
segundo Matsuura (1986), a região da Ilha Grande. Em conseqüência, o fenômeno da 
ressurgência tem um impacto direto na composição e estrutura trófica das espécies do 
plâncton. A distribuição vertical e a intensidade do bloom fitoplantônico são controladas 
pela profundidade e intensidade da termoclina na · camada eufótica próxima a costa. A 
elevada abundância de lulas neríticas, como Loligo sanpaulensis (74% das capturas) e 
Loligo piei (13%), está relacionada ao recrutamento e a alta produtividade das zonas de 
alimentação (Costa & Fernandes, 1993). Loligo sanpaulensis é um dos mais importantes 
recursos pesqueiros da ressurgência e as. maiores capturas estão associadas com as 
ressurgências de primavera-verão em profundidades entre 45m e 60m (Haimovici & Perez, 
1991). Da mesma forma, a chegada da ACAS por sobre a plataforma continental influencia 
a composição e a abundância das espécies de peixes bênticos e demersais (79 espécies; 
Fagundes-Netto & Gaelzer, 1991). A ressurgência fornece condições favoráveis para peixes 
pelágicos planctívoros,como a sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis) a qual suporta 
uma das mais importantes pescarias da região. A abundância de pequenos pelágicos e lulas 
mantêm a produtividade elevada da cadeia biológica em outros níveis tróficos. Em 
conseqüência, diversos peixes pelágicos carnívoros são capturados na região em volume 
significativo, entre os quais figuram as capturas do peixe-espada (Trichiurus lepturus), do 
"bonito" [Scombridae: bonito-cachorro (Auxis thazard), bonito-pintado (Euthynnus 
alletteratus), Katsuwonus pelamis, Scomber japonicus], do dourado (Coryphaena hippurus) 
10 
e da enchova (Pomatomus saltator). 
A abundância do nécton garante uma importante fonte de alimento para aves marinhas da 
plataforma continental [atobá-marrom (Sula leucogaster) e trinta-réis (Sterna spp.)], assim 
como cetáceos. 
Os cetáceos costeiros da ressurgência estão representados pelo golfinho-de-bico-longo (D. 
capensis), golfinho-nariz-de-garrafa (T truncatus), golfinho-pintado-do-Atlântico (S. 
fronta/is) e a orca (O. orca). Os pelágicos incluem o golfinho-pintado-pantropical (S. 
attenuata), o golfinho-rotador (S. longirostris), o golfinho-cabeça-de-melão (P. electra), o 
golfinho-de-Risso (G. griseus), a orca-pigméia (F. attenuata), a baleia-piloto-de-peitorais-
curtas (G. macrorhynchus), a falsa-orca (P. crassidens) e o cachalote (P. macrocephalus). 
A comunidade de cetáceos da Bacia de Campos parece mostrar-se mais complexa que as 
outras comunidades tropicais, abrigando maior riqueza de espécies, que se beneficiam dos 
ambientes biologicamente mais produtivos. A ressurgência pode contribuir 
significativamente para ampliar a oferta de recursos para forrageamento de espécies de 
baleias-de-barbatanas e golfinhos (Siciliano et al., 2001a). Entre as baleias, a ocorrência no 
verão da baleia-minke-anã e da baleia-de-Bryde, ao largo de Arraial do Cabo, demonstra a 
dispo~ibilidade de presas poteneiais para estas espécies, tais como sardinhas e lulas (Hassel 
et al., 2001; Venturotti et al., 2001; Siciliano et al., 2001a). Da mesma forma, algumas 
espécies de golfinhos dependentes de ambientes produtivos estão presentes em águas 
costeiras [golfinho-de-bico-longo (D. capensis) e o golfinho-pintado-do-Atlântico (S. 
fronta/is)] e pelágicas (golfinho-de-Risso, G. griseus). Ainda notável é a presença regular 
da orca (O. orca) que, aproveitando-se desta abundância de presas potenciais, poderia ser 
considerada uma das espécies indicadoras da zona de ressurgência. 
O estreitamento da plataforma continental na altura de Arraial do Cabo e o tipo de massa 
d'água presente seriam, em conjunto, responsáveis por causar uma distribuição disjunta da 
toninha (Pontoporia blainvillei) no sudeste do Brasil. Este assunto merece especial 
consideração no presente estudo uma vez que causa implicações no manejo e conservação 
da espécie. A distribuição da toninha nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo é 
tratada em separado no Capítulo 5. 
11 
As comunidades de Cetáceos da Bacia de Santos 
A comunidade de cetáceos da Bacia de Santos revelou-se muito semelhante àquela da 
Bacia de Campos. Todos os elementos da fauna costeira são comuns entre si e as únicas 
diferenças encontradas devem-se a registros de encalhe de espécies pelágicas temperadas 
ou antárticas (golfinho-liso-do-sul Lissodelphis peronii e baleia-bicuda-de-Arnoux 
Berardius arnuxii). Como estes registros podem representar indivíduos errantes e não 
refletem um verdadeiro padrão de deslocamento, devem ser interpretados com cautela. 
As condições oceanográficas similares entre as duas Bacias, i. e., Santos e Campos parecem 
determinar estruturas de comunidades de cetáceas praticamente idênticas. Para algumas 
espécies essencialmente tropicais pelágicas (e.g. Peponocephala, Feresa, Lagenodelphis, 
G. macrorhynchus), a Bacia de Santos deve representar o limite austral esperado. 
As comunidades de Cetáceos da Bacia de Pelotas 
As comunidades de cetáceos da Bacia de Pelotas apresentam elementos de duas províncias 
bioge0gráficas distintas: uma tropical, dominada pela Corrente do Brasil, e outra 
subtropical-temperada, com influência da Corrente das Malvinas. Um limite claro parece 
ser a região de Florianópolis, delimitando a fauna essencialmente tropical (e.g., Sotalia), 
mas que simultaneamente recebe elementos temperados (e.g., Phocoena spinipinnis, G. 
melas). A influência da Corrente das Malvinas na costa brasileira demarca o limite austral 
de espécies tropicais pelágicas (e.g., S. longirostris, S. clymene) e costeiras (S. bredanensis, 
S. fronta/is). 
12 
T
ab
el
a 
1:
 L
is
ta
 d
as
 e
sp
éc
ie
s 
de
 c
et
ác
eo
s 
re
gi
st
ra
da
s 
na
s 
re
sp
ec
ti
va
s 
ár
ea
s 
de
 e
st
ud
o,
 p
ro
fu
nd
id
ad
e 
e 
há
bi
ta
t d
e 
oc
or
rê
nc
ia
, t
ip
o 
de
 r
eg
is
tr
o 
e 
re
fe
rê
nc
ia
( s
) 
bá
si
ca
( s
). 
E
sp
éc
ie
 
Á
re
a 
1 
Á
re
a2
 
Á
re
a3
 
Á
re
a4
 
Á
re
a 
5 
Á
re
a6
 
P
ro
fu
nd
id
ad
e 
(m
) 
H
ãb
it
at
 
E
nc
al
he
 
C
aç
a 
C
ap
tu
ra
 
R
ef
er
ên
ci
as
 
ac
id
en
ta
l 
E
ub
a/
ae
na
 a
us
tr
al
is
 
o 
o 
1 
1 
1 
1 
5 
-
10
0 
T
R
, 
S
T
, T
M
 
1 
1 
1 
1;
 2
 
M
eg
ap
te
ra
 n
ov
ae
an
gl
ia
e 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
20
 -
70
0 
T
R
, 
S
T
, T
M
 
1 
1 
1 
3 
B
al
ae
no
pt
er
a 
m
us
cu
lu
s 
1 
1 
o 
1 
1 
1 
>
1.
00
0 
T
R
, 
S
T
, T
M
 
1 
1 
o 
4;
 5
 
B
al
ae
no
pt
er
a 
ph
ys
al
us
 
1 
1 
o 
1 
1 
1 
>
1.
00
0 
T
R
, 
S
T
, T
M
 
1 
1 
o 
5 
B
al
ae
no
pt
er
a 
bo
re
al
is
 
1 
1 
o 
1 
1 
1 
>
1.
00
0 
T
R
, 
S
T
, T
M
 
1 
1 
o 
5;
 6
 
B
al
ae
no
pt
er
a 
ed
en
i 
1 
1 
o 
1 
1 
1 
25
 -
>
1.
00
0 
T
R
, 
S
T
, T
M
 
1 
1 
o 
5;
 7
; 
8;
 9
 
B
al
ae
no
pt
er
a 
bo
na
er
en
si
s 
1 
1 
o 
1 
1 
1 
>
80
0 
T
R
, 
S
T
, T
M
 
1 
1 
o 
5;
 1
0 
B
al
ae
no
pt
er
a 
ac
ut
or
os
tr
at
a 
1 
1 
o 
1 
1 
1 
20
 -
70
0 
T
R
, 
S
T
, T
M
 
1 
1 
1 
11
; 
12
 
P
hy
se
te
r 
m
ac
ro
ce
ph
al
us
 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
>
1.
00
0 
T
R
, 
S
T
, T
M
 
1 
1 
1 
13
; 
14
; 
15
; 
16
 
K
og
ia
 b
re
vi
ce
ps
 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
? 
T
R
, 
S
T
, T
M
 
1 
o 
1 
1
7
-2
2
 
K
o
g
ia
si
m
u
s 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
? 
T
R
, 
S
T
, T
M
 
1 
o 
1 
2
3
-2
7
 
D
el
ph
im
,s
 c
ap
en
si
s 
o 
o 
o 
1 
1 
o 
20
 -
20
0 
T
R
&
S
T
 
1 
o 
1 
2
8
-3
1
 
D
el
ph
in
us
 d
el
ph
is
 
o 
o 
o 
o 
o 
1 
>
20
0 
S
T
 
1 
o 
1 
32
 
T
ur
si
op
s 
tr
un
ca
tu
s 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
5 
-
>
1.
00
0 
T
R
&
S
T
 
1 
o 
1 
3
2
-3
7
 
St
en
o 
br
ed
an
en
si
s 
o 
1 
1 
1 
1 
1 
5 
-
1.
60
0 
T
R
 
1 
o 
1 
32
; 
3
8
-4
4
 
L
ag
en
od
el
ph
is
 h
os
ei
 
o 
o 
o 
1 
1 
1 
>
1.
00
0 
T
R
 
1 
o 
o 
4
5
-4
8
 
G
ra
m
pu
s 
gr
is
eu
s 
o 
o 
o 
1 
1 
1 
>
50
0 
T
R
, 
S
T
, 
T
M
 
1 
o 
1 
1
8
;4
9
-5
1
 
O
rc
in
us
 o
rc
a 
1 
1 
o 
1 
1 
1 
5 
-
>
1.
00
0 
T
R
, 
S
T
, 
T
M
 
1 
o 
o 
45
; 
5
2
-5
4
 
P
se
ud
or
ca
 c
ra
ss
id
en
s 
o 
1 
o 
1 
1 
1 
>
20
0 
T
R
, 
S
T
, T
M
 
1 
o 
1 
5
5
;5
6
 
G
/o
bi
ce
ph
al
a 
m
el
as
 
o 
o 
o 
o 
1 
1 
>
1.
00
0 
T
M
 
1 
o 
1 
5
7
-6
0
 
G
/o
bi
ce
ph
a/
a 
m
ac
ro
rh
yn
ch
us
 
1 
1 
o 
1 
o 
o 
>
1.
00
0 
T
R
 
1 
o 
1 
6
1
-6
2
 
P
ep
on
oc
ep
ha
la
 e
/e
ct
ra
 
o 
1 
o 
1 
o 
o 
>
 1
.0
00
 
T
R
 
1 
o 
o 
14
; 
63
 
F
er
es
a 
at
te
nu
at
a 
o 
1 
o 
1 
1 
o 
>
 1
.0
00
 
T
R
 
1 
o 
o 
64
; 
65
 -
71
 
St
en
el
/a
 c
oe
ru
le
oa
/b
a 
1 
o 
o 
1 
1 
1 
? 
T
R
&
S
T
 
1 
o 
o 
7
2
;7
3
 
St
en
el
la
 a
tt
en
ua
ta
 
1 
1 
1 
t 
1 
o 
>
30
0 
T
R
 
1 
o 
o 
7
3
-7
6
 
St
en
el
/a
fr
on
ta
li
s 
o 
o 
o 
1 
1 
o 
20
 -
20
0 
T
R
 
1 
o 
1 
76
; 
7
7
-7
9
 
Sten
el
/a
 c
ly
m
en
e 
1 
1 
o 
1 
1 
1 
>
70
0 
T
R
 
1 
o 
o 
80
 
13
 
T
ab
el
a 
1:
 c
on
ti
nu
aç
ão
. 
E
sp
éc
ie
 
Á
re
a 
1 
Á
re
a2
 
Á
re
a3
 
Á
re
a4
 
Á
re
a 
5 
Á
re
a6
 
P
ro
fu
nd
id
ad
e 
(m
) 
H
âb
it
at
 
E
nc
al
he
 
C
aç
a 
C
ap
tu
ra
 
R
ef
er
ên
ci
as
 
ac
id
en
ta
l 
St
er
ze
lla
 l
on
gi
ro
st
ri
s 
1 
1 
1 
1 
1 
o 
>
l.
0
0
0
 
T
R
 
o 
o 
81
 
So
ta
li
af
lu
vi
at
il
is
 
1 
1 
1 
1 
1 
o 
2 
-
50
 
T
R
 
o 
1 
82
 
L
is
so
de
lp
hi
s 
pe
ro
ni
i 
o 
o 
o 
o 
1 
o 
>
1.
00
0 
T
M
 
1
. 
o 
o 
8
2
-8
4
 
P
on
to
po
ri
a 
bl
ai
nv
il
le
i 
o 
o 
o 
1 
1 
1 
2 
-
30
 
S
T
&
T
M
 
o 
1 
85
 
P
ho
co
en
a 
sp
in
ip
in
ni
s 
o 
o 
o 
o 
o 
1 
>
 1
50
 
S
T
&
T
M
 
o 
o 
86
 
L
ag
en
or
hy
nc
hu
s 
au
st
ra
/i
s 
o 
o 
o 
o 
o 
1 
? 
T
M
 
o 
1 
87
 
Z
ip
hi
us
 c
av
ir
os
tr
is
 
1 
1 
o 
1 
l 
1 
>
1.
00
0 
T
R
&
S
T
 
o 
o 
88
 
M
es
op
lo
do
n 
de
ns
ir
os
tr
is
 
o 
o 
o 
o 
o 
.
1 
>
 1
.0
00
 
T
R
&
S
T
 
o 
o 
89
 
M
es
op
lo
do
n 
gr
ay
i 
o 
o 
o 
o 
o 
1 
>
l.
0
0
0
 
T
R
&
S
T
 
o 
o 
90
 
M
es
op
lo
do
n 
he
ct
or
i 
o 
o 
o 
o 
o 
1 
>
l.
0
0
0
 
S
T
&
T
M
 
o 
o 
91
 
M
es
op
lo
do
n 
sp
. 
o 
o 
o 
1 
o 
o 
>
l.
0
0
0
 
T
R
 
o 
o 
o 
92
 
H
yp
er
oo
do
n 
pl
an
if
ro
ns
 
o 
o 
o 
o 
1 
1 
>
1.
00
0 
T
R
, 
S
T
, T
M
 
o 
o 
93
 
B
er
ar
di
us
 a
rn
ux
ii
 
o 
o 
o 
o 
1 
o 
>
1.
00
0 
T
M
 
o 
o 
94
 
L
eg
en
da
: 
(O
)=
 A
us
en
ci
a;
 (
l)
=
 P
re
se
nc
a;
 T
R
=
 T
ro
pi
ca
l;
 S
T
=
 S
ub
tr
op
ic
al
; 
T
M
=
 T
em
pe
ra
do
 
R
ef
er
ên
ci
a(
s)
 b
âs
ic
a(
s)
 
1)
 C
as
te
ll
o 
&
 P
in
ed
o 
(1
97
9)
; 
2)
 L
od
i 
et
 a
i. 
(1
99
6)
; 
3)
 G
re
ig
 e
t a
i. 
(2
00
1)
; 
4)
 S
an
to
s 
et
 a
i. 
(2
00
1)
; 
5)
 S
ic
il
ia
no
 (
19
97
);
 6
) 
D
al
la
 R
os
a 
&
 S
ec
ch
i 
(1
99
7)
; 
7)
 Z
er
bi
ni
 e
t a
i. 
(1
99
7)
; 
8)
 B
ar
ro
s 
(1
99
1)
; 9
) 
O
m
ur
a 
(1
96
2)
; 
10
) 
S
ic
il
ia
no
 &
 S
an
to
s 
(1
99
4)
; 
11
) 
Z
er
bi
ni
 e
t 
ai
. 
(2
00
0)
; 
12
) 
Z
er
bi
ni
 e
t 
ai
. 
(1
99
9)
; 
13
) 
Z
er
bi
ni
 e
t 
ai
. 
(1
99
6)
; 
14
) 
S
ic
il
ia
no
 e
t a
i. 
(2
00
1)
; 
15
) 
C
ar
va
lh
o 
(1
97
5)
; 
16
) 
S
im
õe
s-
L
op
es
 &
 X
im
en
ez
 (
19
93
);
 1
7)
 Z
er
bi
ni
 &
 
K
ot
as
 (
19
98
);
 1
8)
 R
am
os
 e
t 
ai
. 
(2
00
0)
; 
19
) 
C
ar
va
lh
o 
(1
96
6)
; 
20
) 
G
ei
se
 &
 B
or
ob
ia
 (
19
88
);
 2
1)
 R
os
as
 &
 P
in
ed
o 
(1
98
9)
; 
22
) 
L
uc
en
a 
et
 a
i. 
(1
99
8)
; 
23
) 
M
ui
lo
z-
H
in
ca
pi
é 
et
 a
i. 
(1
99
8)
; 
24
) 
M
ai
a-
N
og
ue
ir
a 
et
 a
i. 
(2
00
1 
);
 2
5)
 P
in
ed
o 
(1
 <
;8
7)
; 
26
) 
Z
er
bi
ni
 &
 K
ot
as
 (
19
98
);
 2
7)
 C
as
in
os
 (
19
84
);
 2
8)
 D
i 
B
en
ed
it
to
 e
t a
i.
 (
19
98
);
 2
9)
 S
an
to
s 
et
 a
i. 
( 1
99
9)
; 
30
) 
H
as
se
l 
et
 a
i. 
(2
00
 !)
; 
31
) 
C
as
te
ll
o 
&
P
in
ed
o 
(1
98
6)
; 
32
) 
S
ic
il
ia
no
 e
t a
i. 
(1
98
7)
; 
33
) 
B
ar
ro
s 
(1
99
1)
; 
34
) 
S
an
to
s 
(1
99
7)
; 
35
) 
S
im
õe
s-
L
op
es
 e
t 
ai
. 
(1
99
8)
, 
36
) 
D
i 
B
en
ed
it
to
 &
 R
am
os
 (
20
00
);
 3
7)
 C
os
ta
 (
19
88
);
 3
8)
 L
od
i 
(1
99
0)
; 
39
) 
O
tt
 &
 D
an
il
ew
ic
z 
(1
99
6)
; 
40
) 
S
ot
o 
(1
99
6)
; 
41
) 
F
lo
re
s 
&
 
X
im
en
ez
 (
19
97
);
 4
2)
 D
al
la
 R
os
a 
(1
99
8)
; 
43
) 
M
or
en
o 
et
 a
i. 
(1
99
8)
; 4
4)
 V
an
 B
re
ss
em
 e
t a
i. 
(2
00
1)
; 
45
) 
G
ei
se
 &
 B
or
ob
ia
 (
ln
);
 4
6)
 S
ic
il
ia
no
 e
t a
i. 
(1
99
2)
, 4
7)
 D
al
la
 R
os
a 
(1
99
8)
; 
48
) 
B
it
te
nc
ou
rt
 (
19
83
);
 4
9)
 G
ei
se
 
&
 B
or
ob
ia
 (
19
88
);
 5
0)
 S
ec
ch
i 
&
 V
as
ke
 J
r.
 (
19
98
);
 5
1)
 S
ic
il
ia
no
 e
t 
ai
. 
(1
99
9)
; 
52
) 
C
as
te
ll
o 
&
 G
ia
nu
ca
 (1
97
6)
; 
53
) 
P
in
ed
o 
&
 R
os
as
 (
19
89
);
 5
4)
 S
an
to
s 
&
 H
ai
m
ov
ic
i 
(2
00
1)
; 
55
) 
C
ar
va
lh
o 
(1
97
5)
; 
56
) 
C
as
in
os
 
(1
98
1 
);
 5
7)
 S
ch
m
ie
ge
lo
w
 &
 P
ai
va
 F
il
ho
 (
19
89
);
 5
8)
 S
ic
il
ia
no
 (
 1
99
4)
; 
59
) 
L
od
i 
et
 a
i. 
( 1
99
0)
; 
60
) 
G
as
pa
ri
ni
 &
 S
az
im
a 
(1
99
6)
; 
61
) 
Z
er
bi
ni
 &
 S
an
to
s 
(1
99
7)
; 6
2)
 S
ic
il
ia
no
 e
t a
i. 
( 1
99
5,
 2
00
1 
);
 6
3)
 O
tt
 &
 D
an
il
ew
ic
z 
(1
99
6)
; 
64
) 
L
ai
ls
on
-B
ri
to
 e
t 
ai
. (
19
96
);
 6
5)
 S
im
õe
s-
L
op
es
 e
t 
ai
. 
(1
99
4)
; 6
6)
 D
al
la
 R
os
a 
(1
99
8)
; 
67
) 
L
od
i 
&
 F
io
ri
 (
19
87
),
 6
8)
 S
ec
ch
i 
&
 S
ic
il
ia
no
 (
19
95
);
 6
9)
 B
or
ob
ia
 &
 B
ar
ro
s 
(1
98
9)
; 
70
) 
B
or
ob
ia
 e
t a
i. 
(1
99
1)
; 7
1)
 
S
il
va
 &
 B
es
t (
19
96
);
 7
2)
 F
lo
re
s 
(1
99
9)
; 
73
) 
G
ei
se
 e
t a
i. 
(1
99
9)
; 
74
) 
R
am
os
 e
t a
i. 
(2
00
0)
; 
75
) 
M
ar
tu
sc
el
li
 e
t 
ai
. 
(1
99
5
, 
19
96
);
 7
7)
 P
in
ed
o 
et
 a
i. 
(1
98
9)
; 
78
) 
P
ra
de
ri
 e
t a
i.
 (
19
89
);
 7
9)
 S
ec
ch
i 
et
 a
L
 (1
99
8)
; 
80
) 
D
an
il
ew
ic
z 
et
 a
i. 
(2
00
0)
; 
81
) 
P
in
ed
o 
&
 P
ol
ac
he
ck
 (
19
99
);
 8
2)
 P
in
ed
o 
&
 H
oh
n 
(2
00
0)
; 
83
) 
S
ec
ch
i 
et
 a
i. 
(2
00
1)
; 
84
) 
P
in
ed
o 
(1
98
9)
, 
85
) 
S
im
õe
s-
L
op
es
 &
 X
im
en
ez
 (
19
89
),
 8
6)
 Z
an
el
at
to
 e
t a
i. 
(1
99
5)
; 
87
) 
C
as
te
ll
o 
&
 
P
in
ed
o 
(1
98
0)
; 
88
) 
S
im
õe
s-
L
op
es
 &
 X
im
en
ez
 (
19
93
);
 8
9)
 S
ec
ch
i 
&
 Z
ar
zu
r 
(1
99
9)
; 
90
) 
S
ot
o 
&
 V
eg
a 
(1
99
7)
; 
91
) 
S
ic
il
ia
no
 e
t a
i. 
(1
99
5)
; 
92
) 
S
ic
il
ia
no
, 
da
do
s 
nã
o 
pu
bl
ic
ad
os
; 9
3)
 G
ia
nu
ca
 &
 C
as
te
ll
o 
(1
97
6)
; 
94
) 
B
ar
ce
ll
os
 (
19
77
);
 9
5)
 A
. 
B
ar
re
to
 &
 M
.Ç
. 
P
in
ed
o 
(e
m
 p
re
p.
).
 
14
 
Capítulo 2 
Distribution and possible migratory routes of humpback whales Megaptera 
novaeangliae in the Western South Atlantic 
ABSTRACT 
The humpback whale (Megaptera novaeangliae) is a migratory species which feeds in high-
latit1,1de waters during spring, summer and autumn and migrates to tropical mating and calving 
grounds in the winter. This paper presents the results of dedicated surveys of humpback 
whales on the northem coast of the State of Rio de Janeiro, Brazil and examines data from 
severa! Brazilian original sources in an attempt to describe migratory routes and winter 
destinations for humpback whales in the Western South Atlantic. Besides two migratory 
routes already proposed in the l_iterature, a third migratory route, which is suggested by the 
data presented in this study, departs from Antarctic waters and roughly follows a north 
direction until it reaches Trindade Island, a possibly final destination for migrating humpback 
whales in the Westem South Atlantic. The available data show that the feeding grounds of 
Brazilian whales remain essentially unknown. 
INTRODUCTION 
The humpback whale (Megaptera novaeangliae) is a migratory species which feeds in high-
latitude waters during spring, summer and autumn and migrates to tropical mating and càving 
grounds in the winter. Humpback whales were heavily exploited in the Southem Hemisphere 
during this century (Mackintosh, 1965, Tomilin, 1967, Small, 1971). Between 1904 and 1966, 
when commercial humpback whaling was banned, over 68,000 animais were killed in the 
Antarctic (Bonner, 1982). Humpback whales were the first and only species captured off 
Costinha, Paraíba State, Brazil up to 1928,when data collection on whaling statistics was 
interrupted. A total of 1542 humpbacks were taken until 1963 off Paraíba and at least 10 were 
15 
taken off Arraial do Cabo, Rio de Janeiro State, Brazil between 1960-1963 (Paiva and 
Grangeiro, 1965). 
While the timing and pattem of migrations are known in general for southern humpback 
whales (Dawbin, 1966) and the routes and destinations in some detail for humpback whales in 
the Australasian region (Dawbin, 1956; Chittleborough, 1965), much speculation remains for 
other areas of the Southem Hemisphere, particularly the Western Indian (Best et al., 1998) 
and Western South Atlantic Oceans (Siciliano, 1997). 
Only recently the breeding and calving grounds for humpback whales along the Brazilian 
coast were described (Siciliano and Lodi, 1989; Siciliano, 1995, 1997). The Abrolhos Bank 
(l7º20'S-18º10'S, 38º35'W-39º20'W) representa major destination for migrating humpback 
whales in the Western South Atlantic. Despite the increasing number of studies on that 
particular site, the widespread occurrence of the species along the Brazilian coast raises the 
need for an evaluation of its distribution, migratory routes and movements. Furthermore, the 
origii;i of humpbacks found in Brazil should be addressed. 
This paper presents the results of dedicated surveys of humpback whales on the northern coast 
of the State of Rio de Janeiro, Brazil and examines data from severa! Brazilian original 
sources in an attempt to describe migratory routes and winter destinations for humpback 
whales in the Western South Atlantic. The original sources include sightings from the catcher 
boat attached to the former Costinha whaling station (State of Paraíba, northeastem coast of 
Brazil); data provided upon request to fishing boats for notification of humpback whale 
sightings in the northern coast of Rio de Janeiro; a shipboard survey for minke and humpback 
whales along northeastern Brazil; incidental observations at Trindade Island and Arraial do . 
Cabo (Rio de Janeiro) as well as severa! other localities along Bahia, Espírito Santo and São 
Paulo coasts during recent years. Based on the data here presented, we suggest that, besides 
two principal migratory routes proposed in the reviewed literature, a third migratory stream 
for humpback whales might exist in the Westem South Atlantic. 
16 
MATERIAL AND METHODS 
Dedicated surveys 
Ship surveys for humpback whales were conducted between August 1998 and January 1999 
on the northern coast of the State of Rio de Janeiro. The observations were carried out aboard 
supply ships operating for Petrobras, the Brazilian oil company. A total of 5 surveys, lasting 
3-5 days each, were conducted in the area known as Campos Basin, the largest extraction 
petroleum fields in Brazil (Fig. 1 and 2). Systematic watches for cetaceans were held between 
06:00 and 18:00, weather permitting, with two observers on top of the bridge (viewing height 
was approximately 10m above sea surface). For each leg, densities of baleen whales in the 
whole transect (D101• 1) were calculated by dividing the number of whales sighted in the whole 
transect ,(n101• 1) by an estimate of the surveyed area, obtained by multiplying the total transect 
length (L101• 1) by two times the assumed half-width ofthe transect (a): 
The quantity a was the visibility (in nautical miles) on each survey, available upon request to 
' 
the Brazilian Navy. This Navy data was used because no distance to the sightings was 
measured. 
Additionally, estimated densities for apparent patches of whales inside each transect (L?,.rch) 
were calculated by a similar formula: 
where npatch = number of whales sighted in the patch; Lpatch = patch length; a = assumed half-
width of the transect (the sarne as above). 
For the four legs in which we observed an apparent concentration of whales in a patch (Table 
1 ), we analyzed the differences in whale density between the patch and the total area of the 
transect. We performed a paired analysis of D 101• 1 versus Dpatch for those four legs, testing the 
hypothesis D 101• 1 < Dpatch· Densities in the whole transect and in the patch areas were compared 
17 
by means of a paired t-test anda non-parametric Wilcoxon signed-rank test (Zar, 1996). The 
statistical analyses were performed by using the software Systat 7. 
We calculated also the number of sightings per nautical mile (.v'nm), both for the whole 
transect and for the patches (Table 1 ). These quantities were not further analyzed in this paper. 
Data provided upon request 
Between 1994 and 1998 an annual request for notification of humpback whale sightings on 
the northern coast of Rio de Janeiro was circulated among fishermen and boat owners by a 
research team based in Atafona, State of Rio de Janeiro, using pamphlets and a local radio 
station. The resultant data set is presented in Figures 1 and 2. 
Shipboard survey for minke and humpback whales 
Three surveys for estimating abundance of minke and humpback whales were conducted 
between 23 September and 05 October 1998, 06-27 September 1999 and 14 August to 151 
September 2000, along the northeastem Brazilian coast. The first cruise was conducted 
onboard the Brazilian Navy tug "Rbam Alte. Guilhem", a 63.2m long ship. The two other . 
cruises were conducted onboard the 72m long Navy ship "NF Alte. Graça Aranha". Further 
information on the surveys is available in Zerbini et ai., (2000, 2001 ). 
Sightings from the catcher boat 
Sighting data collected by the crew of the whaling ships operating off Paraíba from 1979 to 
1984 were reviewed and included in this paper. These data are available from the first author. 
Incidental observations 
Opportunistic sightings of humpback whales provided by one of the authors (S. Siciliano) as 
well as other trained observers off Trindade Island (1984, 1993, 1994 and 1998), northem 
Bahia (1984, 1986, 1988, 1989, 1990 and 1995), Espírito Santo (1989, 1990 and 1995), 
Arraial do Cabo, State of Rio de Janeiro (1979, 1986, 1988, 1991, 1995, 1997 and 1998) and 
São Paulo (1990 and 1996) are considered in this study. 
A review of literature indicated additional sources of humpback whales occurrence along the 
Brazilian coast as well as the oceanic islands ofFemando de Noronha and Trindade. 
18 
RESULTS 
Northern coast ofRio de Janeiro (21 º35'S, 41 º03'W to 22º37'S, 41 °11 'W) 
The dedicated surveys conducted on the northern coast of Rio de Janeiro from August 1998 to 
January 1999, in total of 10d (10 legs), and 70.12h of observations, which resulted in the 
sighting of 23 groups of humpback whales, two groups of southern right whales and one 
group of Bryde's whale. The whales were not observed along the whole path travelled by the 
research ship in each leg, but were apparently concentrated in patches (Table 1). Densities 
varied between 0.0030 and 0.0291 for the surveys and between 0.0333 and 0.0909 for patch 
areas (Table 1 ). Given the direction of movement recorded for humpback whales - northward 
from August to October, these whales must have been heading for a major wintering ground 
up north, possibly the Abrolhos Bank (see Discussion). 
Figure 3 shows D 101• 1 and Dpatch for each of the four legs where patches were noted. A graphical 
analysis (not presented) shows that D101• 1 departs somewhat from a normal distribution, while 
Dpatch does not. Testing the hypothesis D 101• 1 < Dpatch• a one-tailed paired t-test (D101• 1 - Dratch) 
gives t = -3.7301, df = 3, p = 0.0168 (one sided probability). A non-parametric Wilcoxon . 
signed-rank test gives Z = 1.8257, p = 0.0340 (one sided probability, normal approximation). 
We conclude that Dpatch is significantly greater than D 101• 1, or, in other words, for those four legs 
there was indeed a concentration ofthe whales in patches in thesea. 
Based on notifications by fishermen and boat owners, between 1994 and 1998 as many as 100 
groups ofhumpback whales were reported on the northern coast of Rio de Janeiro (Figure 2). 
Fernando de Noronha Island (03º51 'S, 32º25'W) . 
The presence ofhumpback whales in Fernando de Noronha is mentioned by Townsend (1935) 
and more recently by Lodi (1994) and Silva Jr et ai. (1996, 1999). 
Paraíba whaling ground (06º54'S, 34º37'W to 07º20'S, 34º19'W) 
A total of 46 groups of humpback whales were sighted from 1979 to 1984 during commercial 
operations for minke whales in the former whaling ground off Paraíba. The recent surveys 
(1998-2000) for estimating abundance of minke and humpback whales off Northeastern Brazil 
provided 81 sightings of 156 humpback whales (Zerbini et al., 2001). 
19 
Trindade lsland (20º30'S, 029º19'W) 
A total of 16 groups of humpback whales were incidentally sighted off Trindade Island, 
located some 600nm off the eastern coast of Brazil, in 1993, 1994 and 1998. Observations 
were conducted aboard ships on the way to Trindade and around the island. These represent 
the most eastward known destination for migrating humpback whales in the Western South 
Atlantic. 
Northern coast of Bahia (12°01 'S, 38º10'W to 17º09'S, 37º01 'W) 
A total of 15 incidental sightings of humpback whale groups are available for the northem 
coast nf Bahia. These sightings may represent the continuation of the northern route of 
migration for other wintering grounds (see Discussion). This could be the case of groups that 
have passed through Abrolhos Bank, which has been systematically surveyed since 1988 
(Siciliano, 1995). 
Other localities on the southeastern Brazilian coast 
Sixteen groups of humpback 'Yhales were reported for localities widespread on the 
Southeastern Brazilian coast, south of Abrolhos Bank, from 1989 to 1998 (Appendix I). These 
sightings are distributed in an area between Espírito Santo (1 CJ'S) and São Paulo (24ºS). 
Seven groups were migrating southward, three groups northward, and the others with no 
direction available. 
DISCUSSION 
The severa! sources of data present the best possible picture of the humpback whale 
distribution in Brazil. Ali available data were considered, including the existence of a major 
breeding ground of humpback whales on the Abrolhos Bank. Due to the very large number of 
observations, the Abrolhos data were not plotted on the maps, although the information they 
provide has been used in the forthcoming discussion. 
20 
The largest concentration of whale sightings were observed in northern Rio de Janeiro 
(Campos Basin), off Paraíba, Abrolhos Bank and Trindade, although at the latter place the 
observation effort was minimal. 
A review of the available literature shows that there are two principal proposed migratory 
streams for humpback whales in the western South Atlantic, which were indicated by Slijper 
and van Utrecht (1959) and Slijper (1962, 1965) for the humpback whale stock of Antarctic 
Area II (Fig. 4, routes a and b ). According to these authors, the migration routes are pretty 
much restricted to the coastal waters off the continents. One possible route departs from the 
Antarctic Península and follows the east coast of South America, onto the continental shelf up 
north to the, Brazilian coast; a second possible route departs from the South Georgia Island, 
crossing the edge of the continental shelf, until it reaches the eastern Brazilian coast and 
follows up north to the former northeastern whaling ground. This route only approaches the 
Brazilian coastline when reaching Rio de Janeiro. 
Severa! authors mention that humpback whales clearly migrate along the coastline until they 
arrive to their breeding grounds (Kellogg, 1929; Harmer, 1931; Matthews, 193 7; Mackintosh, 
' 
1942; Dawbin, 1956, 1966). Although this may be true for most stocks of humpback whales 
some mid-ocean migrations can be observed (Darling and McSweeney, 1985; Mate et ai. 
1998). 
A review of records of humpback whales on the coasts of Argentina and Uruguay indicates 
that they are uncommon there although a long term effort of collecting and observing 
cetaceans has been developed in the area (Hamilton, 1952; Praderi; 1981, 1984; Bastida and 
de Bastida, 1984; Lichter and Hooper, 1984; Lichter, 1992). Humpback whales are known to 
occur in the southern tip of South America, including Falkland Islands and "Isla de los 
Estados", Argentina (Hamilton, 1952), but are rarely observed in coastal waters of Argentina 
and Uruguay. A similar situation is observed in the southern coast of Brazil, where records of 
humpback whales are scarce, considering the long term effort of monitoring stranded 
cetaceans (Pinedo, 1985; Pinedo et ai. 1992; Simões-Lopes and Ximenez, 1993) as well as 
recent sighting effort (Zerbini et ai. 1997, Cremer, 1996, Palazzo Jr. et ai., 1997). Only nine 
humpback whales were captured off Imbituba, Santa Catarina State, southern Brazil, from 
1949 to 1955 according to the IWC/Whaling Statistics. 
21 
The scarcity of sightings and strandings of humpback whales along Argentina, Uruguay and 
the southern coast of Brazil may suggest that the first possible route, along the southern coast 
of South America, is not significantly used by humpback whales. The second possible route, 
however, is supported by the data collected during recent years and presented in this paper: 
humpback whales are observed in considerable numbers only when approaching the coastline 
at Rio de Janeiro (23ºS). Stranding data for humpback whales in the southeastern Brazilian 
coast also corroborate the hypothesis of an existing migratory corridor off Rio de Janeiro 
(Siciliano, 1997; Pizzorno et ai. 1998). These authors present a number of strandings of 
humpback whales higher on the coast of Rio de Janeiro than at any other area along the 
Brazilian coast, although the sampling effort is not uniform along the Brazilian coast. 
The calculated density of whales (including humpback whales) in the Campos Basin, both 
total and in patches, could be a means to better analyse the occurrence of strandings, which 
could possibly be related to the overall density of whales in the Rio de Janeiro coast. 
Although in Brazil some data is available regarding strandings ali along the coast, density data 
is lacking. It is recommended that such data should be obtained in future observations. 
' 
The observations presented in this study, regarding the presence of humpback whales in and 
between the Abrolhos Bank and Trindade Island, suggest a third possible migratory route 
(Fig. 4, route e): it also departs from Antarctic waters, approximately following a broadly 
north direction until reaching Trindade Island, a possibly final destination for migrating 
humpback whales in the Western South Atlantic. Historical accounts revealed the presence of 
humpback whales off Trindade and Fernando de Noronha Islands (Townsend, 1935) but only 
recently some new data on humpback whale occurrence off the Brazilian oceanic islands were . 
available. Based on this evidence, Trindade and nearby Martin Vaz Islands (20'15'S, 
28º55'W) could forma suitable habitat for overwintering humpback whales. Recent sightings 
from these island groups (J.L. Gasparini and F.P.F. Neto, pers. comm.) at least confirm that 
they are utilised by humpback whales in the austral winter/spring. 
Movements of humpback whales between Abrolhos and Trindade could possibly be regular. 
The Vitória-Trindade seamount chain could represent a possible path for humpback whales 
22 
moving from Trindade to Abrolhos. Future studies on photo-identification and increased 
observation efforts off Trindade and Martin Vaz Islands should possibly clarify the question. 
Humpback whales found off the Brazilian coast are generally supposed to come from 
Antarctic Area II (Mackintosh, 1965, Slijper, 1962, 1965). However, this is a matter of 
debate, as the available data show that humpback whales are relatively scanty in this area, 
compared to thenumbers observed off the Brazilian coast. IWC Antarctic database (G. 
Donovan pers. com.) report 114 sightings of humpback whales in Antarctic Area II between 
1982 and 1997. Moore et ai. (1999) show that humpback whales are scarce around South 
Georgia, as this species was severely depleted by the whaling industry. These authors consider 
data from ,three sources, spanning a time period of 19 years: only 29 groups were observed in 
this period. On the other hand, Kinas and Bethlem (1998) estimated the number ofhumpbacks 
in the Abrolhos Bank in 1995 to be 1634 ± 155 (mean ± 1 standard deviation), a number 
vastly different from those given by the other data sources. Many reported humpback 
sightings have been done in Area II west ofthe Antarctic peninsula (Stoneet ai., 1990, Secchi 
et ai., 1998) and it is known that humpbacks sighted in this part of Area II are found to the 
west of South America, in Colomb!a (Storie et ai., 1990). No match has been observed 
between humpbacks photographed in Abrolhos and those in the Antarctic Peninsula (E.R. 
Secchi, Projeto Baleias/FURG/SECIRM, pers. com.). 
Together, these data, mainly the great disagreement between population estimates in Abrolhos 
and the number of sightings in Area II, suggest two possible interpretàions: either Area II 
data are quite incomplete, due to small or incomplete sampling effort, or the humpback 
whales found off the Brazilian coast generally do not come from Area II. Possibly, the South 
Atlantic should be more thoroughly surveyed for humpbocks. The available data show that the . 
location of the feeding grounds of Brazilian humpback whales remain an open question. As a 
consequence, the proposed migratory routes for these humpbacks found in the literature (Fig 
4, routes a and b) and that suggested by the data presented in this paper (Fig. 4, route c) 
should possibly be revised in the light of future information concerning the origin of those 
animais. 
23 
ACKNOWLEDGEMENTS 
We thank Petrobras for the kind permission to go aboard their supply ships operating in the 
Campos Basin. A .. M. Scofano and H .. A.C. Fernandes (SEGEN/ DENPRO/ SETlM/ 
Petrobras) kindly provided logistical support for map preparation. J.L. Gasparini and F.P.F. 
Neto provided information on humpback whale sightings off Trindade lsland. Greg Donovan 
kindly provided unpublished data from humpback whales in Antarctic Area II. A.N. Zerbini 
and C. Alvarez-F. revised early drafts of the manuscript. S. Siciliano has been supported by 
CAPES, Fundo Mundial para a Natureza-WWF/Brasil and Cetacean Society lnternational. 
REFERENCES 
Bastida, R. and de Bastida, V.L. 1984. Avistajes de cetáceos realizados por buques balleneros 
en águas argentinas. Rev. Mus. Arg. Cien. Natur. "Bernardino Rivadavia", Zoología. 
13(22):211-24. [ln Spanish ]. 
Best, P.B., Findlay, K.P., Sekiguchi, K., Peddemors, V.M., Rakotonirina, B., Rossouw, A. 
and Gove, D. 1998. Winter distribution and possible migration routes of humpback whales 
Megaptera novaeangliae in the southwest lndian Ocean. Mar. Eco!. Prog. Ser. 162:287-
99. 
Bonner, N. 1982. Humpback sightings in Antarctica. Oryx 16: 231-232. 
Chittleborough, R.G. 1965. Dynamics of two populations of humpback whalt'; Megaptera 
novaeangliae (Borowski). Aust. J Mar. Freshwater Res.16(1 ):33-128. 
Cremer, M.J. 1996. Ocorrência de baleia jubarte, Megaptera novaeangliae, no Cabo de Santa 
Marta Grande, área de reprodução de baleia franca, Eubalaena australis. 7ª. Reunión de 
Trabajo de Especialistas en Mamíferos Acuáticos de América dei Sur. Vifia dei Mar, 
Chile. Programa y Resúmenes, p. 73. [ln Portuguese]. 
Darling, J.D. and McSweeney, D.J. 1985. Observations on the migrations of North Pacific 
humpback whales (Megaptera novaeangliae). Can. J. Zool. 63: 308-314. 
Dawbin, W.H. 1956. The migrations of humpback whales which pass the New Zealand mast. 
Trans. Roy. Soe. New Zealand. 84:147-196. 
24 
Dawbin, W .H. 1966. The seasonal migratory cycle of humpback whales. pp.145-170.In: K.S. 
Norris ( ed.) Whales, dolphins and porpoises. University of California Press, Berkeley, CA. 
[i-xv ]+ 789pp. 
Hamilton, J.E. 1952. Cetacea ofthe Falkland Islands. Com. Zoo!. Mus. Hist. Nat. Montevideo. 
4(66):1-6. 
Harmer, S.F. 1931. Southern whaling. Proc. Linn. Soe. London. 142:85-163. 
Kellogg, R. 1929. What is known of the migration of some of the whalebone whales. Ann. 
Rep. Smithson. Inst. 1929:467-94. 
Kinas, P.G. and Bethlem, C.B.P. 1998. Empirical Bayes abundance estimation of a closed 
population using mark-recapture data, with application to humpback whales, Megaptera 
novaeangliae, in Abrolhos, Brazil. Rep. Int. Whal. Commn. 48: 447-450. 
Lichte~, A. and Hooper, A. 1984. Guia para el reconocimiento de cetáceos de! Mar 
Argentino. Fundación Vida Silvestre Argentina. 96pp. [ln Spanish]. 
Lichter, A.A. 1992. Huellas en la arena, sombras en e! mar. Los mamiferos marinas de la 
Argentina y la Antártida. Ediciones Terra Nova. 288pp. [ln Spanish]. 
Lodi, L. 1994. Ocorrências de baleias-jubarte, Megaptera novaeangliae, no Arquipélago de 
Fernando de Noronha, incluindo um resumo de registros de capturas no Nordeste do . 
Brasil. Biotemas 7(1/2): 116-123. [ln Portuguese]. 
Mackintosh, N.A. 1942. The southern stocks ofwhalebone whales. Disc. Rep. 22:197-300. 
Mackintosh, N.A. 1965. The Stocks of Whales. Fishing News (Books) Ltd. London. 232pp. 
Mate, B.R., Gisiner, R. and Mobley, J. 1998. Local and migratory movements of Hawaiian 
humpback whales tracked by satellite telemetry. Can. J. Zoo!. 76: 863-868. 
Matthews, L.H. 1937. The humpback whale-Megaptera nodosa. Disc. Rep. 17:7-92. 
Moore, M.J., Berrow, S.D., Jensen, B.A., Carr, P., Sears, R., Rowntree, V.J., Payne, R. and 
Hamilton, P.K. 1999. Relative abundance of large whales around South Georgia (1979-. 
1998). Mar. Mam. Se. 15(4): 1287-1302. 
Palazzo Jr., J.T., Ruschel, M. and Flores, P.A. 1997.Mamíferos marinhos do Sul do Brasil. 
Editora Mares do Sul. 48p. 
Paiva, M.P. and Grangeiro, B.F. 1965. Biological investigations on the whaling seasons 1960-
1963, off northeastern coast ofBrazil. Arq. Estac. Biol. Mar. Univ. Ceará 5(1): 29-64. 
Pinedo, M.C. 1985. A note on a stranding of the humpback whale on the southern coast of 
Brazil. Sei. Rep. Whales Res. Inst. 36:165-8. 
25 
Pinedo, M.C.; Rosas, F.C.W. and Marmontel, M. 1992-Cetáceos e pinípedes do Brasil: uma 
revisão dos registros e guia para identificação das espécies, Manaus, UNEP/FUA. 213p. 
Pizzorno, J.L.A; Laílson-Brito Jr, J.; Dorneles, P.R.; Azevedo, A.F. and Gurgel, I.M.G. do N. 
1998. Review of strandings and additional information on humpback whales, Megaptera 
novaeangliae, in Rio de Janeiro, Southeastern Brazilian coast (1981-1997).Rep. Int. Whal. 
Commn. 48: 443-446. 
Praderi, R. 1981. Varamientos ocasionales de cetáceos en costas del Rio de La Plata. Res. 
Com. Jorn. C. Nat. Montevideo. 3:13-4. [ln Spanish]. 
Praderi, R. 1984. Registro de Megaptera novaeangliae (Borowski, 1781) (Cetacea, 
Balaenopteridae) para águas del Uruguay. Boi. Soe. Zoo!. Uruguay (2ª. época). 2:36-40. 
[In· Spanish]. 
Secchi, E.R., Dalla Rosa, L., Kinas, P.G., Zerbini, A.N., Jana, D.V., Bethlem, C., Santos, 
M.C.O. and Walter, T. 1998. Density and photo-identification of humpback whales, 
Megaptera novaeangliae, around the Antarctic Peninsula with special reference to the 
Gerlache Strait and South Shetlands Islands: summer 1997/98. Rep. Int. Whal. Commn. 
Technical Paper SC/50/CAW36. 
Siciliano, S. 1995. Preliminary report on the occurrence aid photo-identification of humpback . 
wháles in Brazil. Rep. Int. Whal. Commn. 45: 138-140. 
Siciliano, S. 1997. Características da população de baleias-jubarte (Megaptera novaeangliae) 
na costa brasileira, com especial referência aos Bancos de Abrolhos. Master's thesis, 
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Brazil. [xvi] + l 13pp. [ln Portuguese] 
(unpublished). 
Siciliano, S. and Lodi, L. 1989. Observationsof humpback whales,Megaptera novaeangliae, 
in the Abrolhos Bank, Northeastern Brazil, and a summa-y of records for the Brazilian 
coast. Parque Nacional Marinho dos Abrolhos Technical Report. 38pp. (unpublished). 
Silva Jr., J.M., Lima Silva, F.J., Pereira, J.A. and Groch, K. 1996.Ocorrências de cetáceos na 
região oceânica entre o Atol das Rocas, Arquipélago de Fernando de Noronha e Penedos 
de São Pedro e São Paulo, Brasil. 7ª. Reunión de Trabajo de Especialistas en Mamíferos 
Acuáticos de América dei Sur. Vifia dei Mar, Chile. Programa y Resúmenes, p. 29. [ln 
Portuguese]. 
Silva Jr., J.M., Gabriella, Mello, G.P.M.B. and Borghoff, C. 1999.Observação de um grupo 
de baleias-jubarte, Megaptera novaeangliae (Borowski, 1781), em Fernando de Noronha 
26 
(32º25'W; 03º5 l 'S). XII Encontro de Zoologia do Nordeste, Resumos. Universidade 
Estadual de Feira de Santana. p. 447. [ln Portuguese]. 
Simões-Lopes, P.C. and Ximenez, A. 1993. Annotated list of the cetaceans of Santa Catarina 
coastal waters, Southern Brazil. Biotemas. 6(1 ):67-92. 
Slijper, E.J. 1962. Whales. Hutchinson, London. 
Slijper, E.J. 1965. A hundred years of modem whaling. Mededelingen. 19:29-61. 
Slijper, E.J. and van Utrecht, W.L. 1959. Observing whales. Participation of the Netherlands 
mariners in the Whale Research Project has proved a great success. The Norwegian 
Whaling Gazette. 3: 1 O 1-17. 
Small, G.L. 1971. The blue whale. Columbia University Press. 248p. 
Stone, · G., Flórez-Gonzalez, L. and Katona, S. 1990. Whale migration record. Nature. 
346(6286): 705. 
Tomilin, A.G. 1967. Mammals of the U.S.S.R. and adjacent countries. Volume IX. Cetacea. 
Israel Program for Scientific Translations. 
Townsend, C.H. 1935. The distribution of certain whales as shown by logbook of American 
whaleships. Zoologica. 19(1-2): 1-50+6maps. 
Zar, J.H. 1996. Biostatistical Áf!alysis. Third edition. Prentice Hall, Upper Saddle River, 
Ne~ Jersey, USA. 662pp+appendix. 
Zerbini, A.N., Secchi, E.R., Bassoi, M., Dalla Rosa, L., Higa, A., Mõller, L.M., Santos, M.C. 
de O. and de Sousa, L. 1997. Observação de cetáceos durante os cruzeiros do Programa de 
Avaliação do Potencial de Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva (REVIZEE) nas 
regiões Sul e Sudeste do Brasil. Report presented to Instituto Oceanográfico da 
Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. 35pp. [ln Portuguese]. 
Zerbini, A.N., da Rocha, J.M., Andriolo, A., Siciliano, S., Moreno, I.B., Lucena, A., Simões 
Lopes, P.C., Pizzorno, J.L., l_)anilewicz, D. and Bassoi, M. 2000. An outline of the 
cetacean sighting surveys conducted off the Northeastern Brazilian coast with preliminary 
abundance estimation of minke whales. Paper SC/52/IA 18 presented to the IWC Scientific 
Committee. May 2000. 14pp. 
Zerbini, A.N.; Andriolo, A.; da Rocha, J.; Simões-Lopes, P.C.; Siciliano, S.; Pizzorno, J.L.; 
Waite, J.; DeMaster, D.P. & VanBlaricom, G.R. 2001. Winter distribution and abundance 
of humpback whales (Megaptera novaeangliae) off northeastern Brazil. Paper SC/53/IA2 
presented to the IWC Scientific Committee. July, 2001. 14pp. 
27 
5• 
10· BRAZIL 
15" 
20· 
25• 
Salvador..,. 
Fernando de Noronha Is . . -.,.. 
~ Âbrolhos Bank 
• Trindade Is. 
·s-= 
Campos Basin 
Atlantic Ocean 
~-...._ ___ ,._ _________________ ____._ 
55• 50" 40" 35• 30" 25" 
Figure 1. Humpback whale (Megaptera novaeangliae) sightings along the Brazilian obtained 
from several sources (see text). 
28 
·.·.·.· .·.·.·. ·.·.·.·.· .· .·.·.·.·.·.· .·.· 
·.·@]··················.· ) ·::: •.i (;Jraz,l { 
: > ·> ·,: . 
·:: .. ....... ........ ·> 
Campos Basin 
Figure 2. Campos Basin, northern coast of Rio de Janeiro. The dots mark the positions of 
humpback whale sightings in surveys between 1994 and 1999 (see text). The area 
demarcated indicates the petróleum fields. 
29 
T
ab
le
 1
. 
O
bs
er
va
ti
on
s 
an
d 
re
su
lts
 o
ft
h
e 
de
di
ca
te
d 
su
rv
ey
s 
on
 t
he
 n
or
th
er
n 
co
as
t o
fR
io
 d
e 
Ja
ne
ir
o 
be
tw
ee
n 
A
ug
us
t 
19
98
 a
nd
 J
an
ua
ry
 1
99
9.
 
A
li
 d
is
ta
nc
es
 a
re
 i
n 
na
ut
ic
al
 m
il
es
. 
Je
g 
· d
at
e 
L,o
,a1
 
a 
ar
ea
,o
,a
l 
n,o
taI
 
s/
nm
, 0
ta1
 
D,
o,a
1 
Lp
atc
h 
ar
ea
pa
tch
 
np
atc
h 
s/n
m
pa
tc
h 
Dp
atc
h 
hu
m
pb
ac
k 
ri
gh
t 
B
ry
de
's
 
un
id
en
ti
fi
ed
 
06
/A
ug
/9
8 
36
.6
3 
2.
5 
18
3.
15
 
o 
o 
o 
2 
08
/A
ug
/9
8 
77
.0
0 
6.
5 
10
01
.0
0 
3 
0.
03
90
 
0.
00
30
 
2 
3 
22
/A
ug
/9
8 
11
9.
17
 
6.
5 
15
49
.2
1 
13
 
0.
10
91
 
0.
00
84
 
11
.0
0 
14
3.
00
 
13
 
1.
18
18
 
0.
09
09
 
13
 
4 
25
/A
ug
/9
8 
11
0.
00
 
6
.5
 
14
30
.0
0 
18
 
0.
16
36
 
0.
01
26
 
29
.8
8 
38
8.
44
 
18
 
0.
60
24
 
0.
04
63
 
17
 
5 
19
/S
ep
/9
8 
13
2.
00
 
3.
5 
92
4.
oo
· 
7 
0.
05
30
 
0.
00
76
 
30
.0
7 
2I
0.
'li
9 
7 
0.
23
28
 
0.
03
33
 
6 
6 
21
/S
ep
/9
8 
55
.0
0 
5.
0 
55
0.
00
 
16
 
0.
29
09
 
0.
02
91
 
21
.4
5 
21
4.
50
 
16
 
0.
74
59
 
0.
07
46
 
15
 
7 
25
/N
ov
/9
8 
44
.0
0 
N
A
 
o 
o 
o 
8 
27
/N
ov
/9
8 
11
.0
0 
N
A
 
o 
o 
o 
9 
27
/J
an
/9
9 
72
.0
0 
6.
5 
93
6.
00
 
o 
o 
o 
10
 
30
/J
an
/9
9 
35
.0
0 
6.
5 
45
5.
00
 
3 
0.
08
57
 
0.
00
66
 
3 
L,
0
,a1 
=
 to
ta
l 
le
ng
th
 o
ft
ra
ns
ec
t;
 a
=
 h
al
fw
id
th
 o
ft
h
e 
tr
an
se
ct
; 
ar
ea
, 0
,a1
 =
 a
re
a 
o
ft
h
e 
tr
an
se
ct
; 
n,
0
ta1
 =
 n
um
be
r 
o
f s
ig
ht
in
gs
 in
 t
he
 w
ho
le
 t
ra
ns
ec
t;
 s
/n
m
, 0
,a1
 =
 si
gh
ti
ng
s 
pe
r 
na
ut
ic
al
 
m
il
e 
in
 t
he
 w
ho
le
 t
ra
ns
ec
t;
 L
pa
,ch
 =
 le
ng
th
 o
ft
h
e 
pa
tc
h;
 a
re
ap
at
ch
 =
 a
re
a 
o
ft
h
e 
pa
tc
h;
 n
pa
,ch
 =
 n
um
be
r 
o
f s
ig
ht
in
gs
 i
n 
th
e 
w
ho
le
 t
ra
ns
ec
t;
 s
/n
m
pa
tc
h 
=
 si
gh
ti
ng
s 
pe
r 
na
ut
ic
al
 m
il
e 
in
 
th
e 
pa
tc
h;
 D
, 0t
a1
 =
 d
en
si
ty
 o
f w
ha
le
s 
in
 t
he
 t
ra
ns
ec
t;
 D
pa
tch
 =
 d
en
si
ty
 o
f w
ha
le
s 
in
 t
he
 p
at
ch
. N
A
 =
 d
at
a 
no
t 
av
ai
la
bl
e 
30
 
0.1 
O.O 
~O.O 
C/) 
e 
~ O.O 
TRANSECT PATCH 
Figure 3. Density (whales/nm2) in the whole transect area (left) and in the patches 
(right). Each patch density is connected by a line to the corresponding transect density. 
31 
r 
I 
I 
1 
• 
Atlantic 
Ocean 
Figure 4. Migration routes of humpback whales (Megaptera novaeangliae) in the 
western South Atlantic. Routes (a) and (b) were previously proposed by Slijper and van 
Utrecht (1959) and Slijper (1962, 1965). Data presented in this paper suggest that route 
(e) could possibly be a third migration path (see text). Route (d) indicates possible 
movements of humpback whales between Trindade Island and the Abrolhos Bank. 
32 
Capítulo 3 
Summer sightings of dwarf minke whales (Balaenoptera acutorostrata) off the eastern 
coast of Rio de Janeiro state, Brazil 
ABSTRACT 
Twenty-two sightings of dwarf minke whales were made during shorn-based surveys for 
cetaceans conducted from the Pontal do Atalaia headland, Arraial do Cabo, southeastern 
Brazil, in January 2001. Whales were observed associated with brown boobies, kelp gull and 
terns, in apparent feeding behaviour. The white patch on the tlippers and shoulder was clearly 
visible in most whales as the majority of the sightings were made in close proximity to land. 
The nutrient rich waters of the Cabo Frio Upwelling Ecosystem seem to provide a permanent 
food supply for whales as well as dolphins that benefit from these locally abundant resources. 
INTRODUCTION 
According to a recent review (Brownell et ai., 2000), the distribution of the dwarf minke 
whale (Balaenoptera acutorostrata) in low latitudes extends as far north as 11 ºS in the Pacific 
Ocean (Arnold et ai., 1987). They have been observed off Australia, New Caledonia

Continue navegando