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Danyela Trindade Células do sistema imune Quase todas as células que atuam nas respostas imunes inata e adaptativa derivam de células-tronco hematopoiéticas (CTHs) da medula óssea As células imunes são classificadas em: • Células mieloides, que incluem os fagócitos e a maioria das células dendríticas (DCs) • Células linfoides, que englobam os linfócitos Embora a maioria das células sejam encontrada no sangue, as respostas geralmente ocorrem em tecidos linfoides ou outros tecidos Proteínas de membrana são usadas para distinguir populações de células no sistema imune. Por exemplo, a maioria das células T auxiliares expressam uma proteína de superfície chamada CD4, enquanto a maioria dos linfócitos T citotóxicos expressam uma proteína de superfície chamada CD8. Essas proteínas são chamadas de marcadores. FAGÓCITOS Os fagócitos, incluindo neutrófilos e macrófagos, são células cuja função primária é ingerir e destruir microrganismos e remover tecidos danificados As respostas dos fagócitos na defesa do hospedeiro consistem em etapas sequenciais: 1. Recrutamento das células para os sítios de infecção 2. Reconhecimento e ativação por microrganismos 3. Ingesta de microrganismos por fagocitose 4. Destruição dos microrganismos ingeridos Por meio do contato direto e secreção de citocinas, os fagócitos se comunicam com outras células de maneira a promover ou regular as respostas imunes. Os neutrófilos e monócitos são produzidos na medula óssea, circulam o sangue e são recrutados para sítios inflamatórios. Embora sejam fagocíticos, se diferem. As funções dos fagócitos são importantes para a imunidade inata e na fase efetora de algumas respostas imunes adaptativas Neutrófilos -Sua resposta é rápida e dependente de atividade enzimática -Sua expectativa de vida é curta Monócitos -Se transformam em macrófagos nos tecidos -Podem vivem por longos períodos -Resposta pode ter duração prolongada -Contam com a transcrição de novos genes para a geração de suas respostas Danyela Trindade iNOS: óxido nítrico síntese induzível NET: armadilhas extracelulares de neutrófilo NEUTRÓFILOS Constituem a população mais abundante de leucócitos circulantes e o principal tipo celular nas reações inflamatórias agudas. Produz POUCA citocina Também são chamados de leucócitos polimorfonucleares (PMNs) O citoplasma contém 2 tipos de grânulos ligados à membrana: • grânulos específicos, repletos de enzimas, como lisozima, colagenase e elastase. • grânulos azurofílicos (ou azurófilos), contêm enzimas e outras substâncias microbicidas, como defensinas e catelicidinas Os neutrófilos atuam apenas 1-2 dias no tecido e, então, morrem. A principal função dos neutrófilos é fagocitar microrganismos, especialmente microrganismos opsonizados, e produtos de células necróticas, bem como destruir esse material nos fagolisossomos Os neutrófilos produzem conteúdos de grânulos e substâncias antimicrobianas que matam microrganismos extracelulares, mas também danificam tecidos sadios FAGÓCITOS MONONUCLEARES São os monócitos que se transformam em macrófagos ao migrarem para os tecidos, e macrófagos residentes teciduais, derivados principalmente de precursores hematopoiéticos durante a vida fetal Danyela Trindade Prova: DESENVOLVIMENTO DE MONÓCITOS E MACRÓFAGOS Em adultos, as células da linhagem monócito-macrófago surgem a partir de células existentes na medula óssea, dirigidas por uma citocina chamada fator estimulante de colônia de monócito (ou macrófago). Esses precursores amadurecem em monócitos, que entram e circulam no sangue, e então migram para os tecidos, especialmente durante as reações inflamatórias, onde amadurecem em macrófagos. Muitos tecidos são povoados por macrófagos residentes de vida longa, os quais derivam do saco vitelínico ou de precursores do fígado fetal, durante o desenvolvimento fetal, e assumem fenótipos especializados de acordo com o órgão. São exemplos as células de Kupffer, que revestem os sinusoides no fígado SUBPOPULAÇÕES DE MONÓCITOS Os monócitos são heterogêneos e consistem em diferentes subpopulações distinguíveis pelos marcadores de superfície celular e por suas funções Monócitos clássicos ou inflamatórios -Produzem mediadores inflamatórios -São fagocíticos -São rapidamente recrutados para os sítios de infecção ou lesão tecidual -Essas células são também encontradas no baço, de onde podem ser recrutados para a circulação em resposta a estímulos inflamatórios sistêmicos -São identificados pela expressão de CD14 na superfície celular, ausência de expressão de CD16 e expressão do receptor de quimiocina CCR2 Monócitos não clássicos -Recrutados para o tecido após a infecção ou lesão -Pode contribuir para o reparo -São identificados por baixos níveis de CD14, altos níveis de CD16 e do receptor de quimiocina CX3CR1 Danyela Trindade FUNÇÕES DOS MACRÓFAGOS • Ingere microrganismos por meio de fagocitose e destrói esses microrganismos • Ingere células necróticas, incluindo as células que morrem nos tecidos em consequência dos efeitos de toxinas, traumatismo ou interrupção do suprimento sanguíneo, e também os neutrófilos que morrem após se acumularem em sítios de infecção • Reconhecem e englobam células apoptóticas antes de estas poderem liberar seus conteúdos e induzir respostas inflamatórias. No decorrer da vida de um indivíduo, as células indesejadas morrem por apoptose. • São ativados por substâncias microbianas e secretam diferentes citocinas que atuam sobre as células endoteliais do revestimento dos vasos sanguíneos, intensificando o recrutamento de mais monócitos e outros leucócitos para os sítios de infecção • Atuam como células apresentadoras de antígeno que exibem fragmentos de antígenos proteicos e ativam linfócitos T. Esta função é importante na fase efetora das respostas imunes mediadas pela célula T • Promovem o reparo de tecidos lesados estimulando o crescimento de novos vasos sanguíneos (angiogênese) e síntese de matriz extracelular rica em colágeno (fibrose). Essas funções são mediadas pelas citocinas secretadas pelos macrófagos OBS: os macrófagos respondem rapidamente e sobrevivem por um tempo maior nos sítios de inflamação. Eles podem sofrer divisão celular em um sítio inflamatório, diferente dos neutrófilos. Os macrófagos são as células dominantes nos estágios mais tardios da resposta imune inata, decorridos vários dias do início de uma infecção Citocina interferon gama produz o macrófago M1 (faz fagocitose do agente infeccioso), citocina interleucina 4 e 13 produz o macrófago M2 (reparo tecidual e angiogênese) RECEPTORES E ATIVAÇÃO DE MACRÓFAGOS São ativados através do reconhecimento de moléculas microbianas, bem como moléculas do hospedeiro produzidas em resposta a infecção e lesão. Essas moléculas ativadoras se ligam a receptores localizados na superfície ou dentro do macrófago. Os macrófagos também são ativados quando outros receptores na membrana plasmática se ligam a opsoninas (cobrem as partículas, marcando para serem fagocitadas) presentes na superfície dos microrganismos MASTÓCITOS, BASÓFILOS E EOSINÓFILOS Atuam na resposta inata e adaptativa Contêm grânulos citoplasmáticos com mediadores inflamatórios e antimicrobianos, os quais são liberados das células mediante ativação. Envolvidas nas respostas imunes que conferem proteção contra helmintos e nas reações causadores de doenças alérgicas MASTÓCITOS Derivadas da medula óssea e presentes nos epitélios da pele e mucosas Normalmente, os mastócitos maduros não são encontrados na circulação, mas estão presentes nos tecidos Seus grânulos contêm mediadores inflamatórios pré-formados, como histamina, bem como proteoglicanas acídicas Os mastócitos expressam receptores na membrana plasmática com alta afinidade por um tipo de anticorpo denominado IgE, e geralmentesão recobertos por esses anticorpos. Quando os anticorpos presentes na superfície do mastócito se ligam ao antígeno, são induzidos eventos que levam à ativação do mastócito (grânulos liberam a histamina) Os mastócitos também são ativados quando reconhecem produtos microbianos, independentemente da IgE, atuando como sentinelas do sistema imune inato. Danyela Trindade BASÓFILOS São granulócitos sanguíneos Derivam de precursores hematopoiéticos, amadurecem na medula óssea e circulam no sangue Como os mastócitos, os basófilos expressam receptores de IgE, ligam-se à IgE e podem ser ativados pela ligação do antígeno à IgE Normalmente ausentes nos tecidos, mas podem ser recrutados para alguns sítios inflamatórios Leucócitos encontrados com menor frequência no sangue EOSINÓFILOS Granulócitos com grânulos contendo enzimas nocivas às paredes celulares de parasitas, mas que também podem danificar os tecidos do hospedeiro Derivados da medula óssea e circulam no sangue, de onde podem ser recrutados para os tecidos As citocinas GM-CSF (fator estimulador de colônia), interleucina-3 (IL-3) e IL-5 promovem a maturação do eosinófilo a partir de precursores mieloides Alguns eosinófilos estão presentes nos tecidos periféricos, em especial nos revestimentos de mucosa dos tratos respiratório, gastrointestinal e geniturinário Atuam nas respostas aos helmintos CÉLULAS APRESENTADORAS DE ANTÍGENOS (APCs) Capturam microrganismos e outros antígenos, apresentam-nos aos linfócitos e fornecem sinais que estimulam a proliferação e diferenciação dos linfócitos O principal tipo de APC que está envolvido na iniciação das respostas da célula T é célula dendrítica A célula dendrítica folicular apresenta antígenos aos linfócitos B durante fases particulares das respostas imunes humorais Muitas APCs, como células dendríticas e macrófagos ligam as reações imunes inatas às respostas do sistema imune adaptativo CÉLULAS DENDRÍTICAS (DCs) Células residentes nos tecidos e também circulantes que percebem a presença de microrganismos e iniciam reações de defesa imune inata, além de capturarem as proteínas microbianas para exibi-las às células T e iniciar as respostas imunes adaptativas. Respondem aos microrganismos secretando citocinas que recrutam e ativam células inatas nos sítios de infecção Eficientes na captura de antígenos proteicos de microrganismos, degradação desses antígenos e exibição de parte desses antígenos para o reconhecimento pelas células T DESENVOLVIMENTO DAS CÉLULAS DENDRÍTICAS Distribuídas nos tecidos linfoides, epitélio mucoso e parênquima de órgãos Surge de um precursor que também pode se diferenciar em monócitos A maturação das DCs depende da citocina Flt3-ligante, que se liga ao receptor tirosina quinase Flt3 nas células precursoras. As células de Langerhans, um tipo de DC encontrada na camada epitelial da pele, desenvolvem-se a partir de precursores embrionários no saco vitelínico ou fígado fetal, no início do desenvolvimento do organismo, e assumem a residência na pele antes do nascimento. Danyela Trindade Prova: SUBPOPULAÇÕES DE CÉLULAS DENDRÍTICAS Células dendríticas clássicas/ convencionais -Presentes na pele, mucosa e parênquima de órgãos -Capturam e transportam antígenos proteicos para os linfonodos, onde elas apresentam antígenos proteicos microbianos aos linfócitos T Células dendríticas plasmocitoides -Respondedores celulares precoces à infecção viral (reconhecem ácidos nucleicos de vírus intracelular e produzem proteínas solúveis chamadas de interferons tipo I, que têm potentes atividades antivirais) Células dendríticas foliculares (FDCs) -Ativadas nos folículos linfoides de linfonodos, baço e tecidos linfoides mucosos -Não são derivadas de precursores na medula óssea -Ligam e apresentam antígenos proteicos em suas superfícies para o reconhecimento pelos linfócitos B -Contribuem para a organização estrutural dos folículos OUTRAS CÉLULAS APRESENTADORAS DE ANTÍGENOS Macrófagos e linfócitos B são células apresentadoras de antígenos para as células T auxiliares CD4 Macrófagos: apresentam antígenos para os linfócitos T auxiliares nos locais de infecção, o que leva à ativação da célula T auxiliar e produção de moléculas que ativarão os macrófagos Linfócitos B: apresentam antígenos às células T auxiliares, importantes para as respostas de anticorpos aos antígenos proteicos Linfócitos T citotóxicos (CTLs): são células T CD8 efetoras que podem reconhecer antígenos de qualquer tipo de célula nucleada e se tornar ativados para matar a célula. Dessa maneira, as células nucleadas são potencialmente APCs para CTLs LINFÓCITOS As únicas células da imunidade adaptativa Expressam receptores de antígenos clonalmente expressos, cada um específico para um determinante antigênico diferente, ou seja, cada clone de linfócito T e B expressa receptores de antígenos com uma única especificidade, que é diferente das especificidades dos receptores e outros clones Danyela Trindade São mediadores da imunidade humoral e celular Linfócitos virgens são linfócitos B e T maduros, mas que ainda não tiveram contato com antígeno. Portanto, assim que saem da medula ou do timo, respectivamente, migram para os órgãos linfoides periféricos, onde são apresentados aos antígenos. Após esse contato, eles sofrem alterações sequenciais no fenótipo, proliferam-se e diferenciam-se em linfócitos efetores ou de memória. • Linfócitos efetores: têm a função de eliminar o antígeno • Linfócitos de memória (de vida longa): têm a função de mediar repostas rápidas e potentes em uma eventual reexposição aos antígenos. Linfócitos virgens podem ser encontrados tanto nos órgãos linfoides periféricos quanto na corrente sanguínea. As citocinas são essenciais para a sobrevivência de linfócitos virgens. (A mais importante é a IL-7) Subgrupos de linfócitos: • Linfócitos B, são as células que produzem os anticorpos e são derivados da medula óssea. Seus principais subgrupos são as células B foliculares, células B da zona marginal e células B-1, encontradas em localizações distintas dentro dos tecidos linfoides. Terminam a maturação no baço. • Linfócitos T, são os mediadores da imunidade celular, surgem a partir de células precursoras na medula óssea e migram e amadurecem no timo. Logo, são os linfócitos derivados do timo. Podem ser armazenados no baço também. Danyela Trindade CÉLULAS B FOLICULARES Expressam grupos de anticorpos diversos que servem como receptores de superfície para antígenos e como moléculas efetoras secretadas e importantes na imunidade humoral adaptativa CÉLULAS B-1 E B DA ZONA MARGINAL Produzem anticorpos com diversidade muito limitada LINFÓCITOS T AUXILIARES CD4 E LINFÓCITOS T CITOTÓXICOS CD8 Expressam receptores para antígenos denominados receptores alfa-beta de célula T e agem como mediadores da imunidade celular CÉLULAS T REGULATÓRIAS CD4 Expressam receptores alfa-beta Função de inibir respostas imunes Regulação das respostas imunes DESENVOLVIMENTO DOS LINFÓCITOS Após o nascimento, os linfócitos, assim como as células sanguíneas, surgem a partir das células-tronco na medula óssea Os locais anatômicos onde ocorrem os principais passos no desenvolvimento do linfócito são chamados de órgãos linfoides geradores. Estes incluem a medula óssea, onde precursores de todos os linfócitos surgem e as células B amadurecem, e o timo, onde as células T amadurecem Danyela Trindade POPULAÇÃO DE LINFÓCITOS DIFERENCIADOS PELA HISTÓRIA DE EXPOSIÇÃO AO ANTÍGENO Os linfócitos naive (virgens, ou seja, não tiveram contato com o antígeno) -São células T ou B maduras situadas nos órgãos linfoides periféricos e circulação e que não encontraram antígeno estranho -Morrem após 1-3 meses se não reconhecerem antígenos -Linfócitos imaturos e de memória são chamados de linfócitosem repouso porque eles não estão em divisão, nem realizam funções efetoras -Antes da estimulação antigênica, os linfócitos imaturos estão em estado de repouso, ou em um estágio G0 do ciclo células. Em resposta à estimulação, eles entram no estágio G1 do ciclo celular antes de se dividirem -Os linfócitos ativados são maiores e são chamados de linfócitos grandes ou linfoblastos -A sobrevivência dos linfócitos imaturos depende de sinais gerados pelos receptores de antígenos e pelas citocinas. O receptor de antígeno das células B imaturas gera sinais de sobrevivência mesmo na ausência de antígeno. Os linfócitos T imaturos reconhecem rapidamente vários dos próprios antígenos, o que é suficiente para gerar sinais de sobrevivência, mas sem disparar os sinais mais fortes que são necessários para iniciar a expansão clonal e diferenciação em células efetoras. -As citocinas também são essenciais para a sobrevivência de linfócitos imaturos, e as células B e T expressam receptores para estas citocinas. As mais importantes destas citocinas são a interleucina-7 (IL-7) -Emergem da medula óssea ou do timo migram para os órgãos linfoides periféricos, onde são ativados pelos antígenos para proliferar e se diferenciar em células efetoras e de memória. Os linfócitos maduros que emergem da medula óssea ou do timo são chamados de linfócitos naive -As células naive proliferam, resultando em expansão dos clones antígeno-específicos, em um processo chamado expansão clonal -Em paralelo com a expansão clonal, os linfócitos estimulados por antígeno se diferenciam em células efetoras cujas funções são eliminar o antígeno Danyela Trindade Prova: Linfócitos efetores -Após os linfócitos imaturos serem ativados, eles se tornam maiores e começam a proliferar. Algumas destas células se diferenciam em linfócitos efetores que têm a habilidade de produzir moléculas capazes de eliminar antígenos. -Os linfócitos T efetores incluem as células auxiliares e os CTLs (células T citotóxicas), e os linfócitos B são células secretoras de anticorpos, incluindo plasmócitos. As células T auxiliares, que normalmente são CD4+, expressam moléculas de superfície, tais como ligante CD40 (CD154), e secretam citocinas que se ligam aos receptores nos macrófagos e linfócitos B, levando à sua ativação. Os CTLs possuem grânulos citoplasmáticos cheios de proteínas que, quando liberadas, matam as células que os CTLs reconhecem, que normalmente são infectadas com vírus ou células tumorais. Ambas as células T efetoras CD4+ e CD8+ normalmente expressam proteínas de superfície indicativas de ativação recente -Plasmócitos: são células B secretoras de anticorpos. Se desenvolvem nos órgãos linfoides e em locais das respostas imunes. Alguns plasmócitos migram para medula óssea, onde podem viver e secretar anticorpos por longos períodos após a resposta imune ser induzida e mesmo após o antígeno ser eliminado. -Plasmoblastos: são precursores circulantes de plasmócitos de vida longa, podem ser encontrados em baixo número no sangue. Linfócitos de memória Sobrevivem em estado quiescente (em repouso) por meses ou anos, sem a necessidade de estimulação pelo antígeno As células T de memória expressam altos níveis de receptor para IL-7 (CD127) e de moléculas de superfície que promovem sua migração para os locais de infecção em qualquer local do corpo. Os linfócitos B de memória podem expressar certas classes (isotipos) de Ig de membrana, tais como IgG, IgE ou IgA, como resultado da troca de isotipo, ao passo que as células B imaturas expressam somente IgM e IgD. CÉLULAS LINFOIDES INATAS (ILCs) Sem receptores de antígeno da célula. Funções: • Fornecer defesa inicial contra patógenos infecciosos • Reconhecimento de células estressadas e danificadas do hospedeiro Danyela Trindade • Auxilia na eliminação dessas células “estressadas” • Influenciar a natureza da resposta imune adaptativa subsequente. Qual é essa célula? Células NK (natural killer) que secretam citocina IFN-gama e matam células infectadas e danificadas. Células NK são células T Outra progênie dos linfócitos B e T estimulada por antígeno se diferencia em células de memória de longa vida, cuja função é mediar respostas rápidas e aumentadas a exposições aos antígenos Células T imaturas que emergem do timo e as células B que emergem da medula óssea, migram para órgãos secundários linfoides, incluindo linfonodos e baço As células B e T imaturas ativadas pelos antígenos se diferenciam em linfócitos efetores e de memória. Alguns linfócitos efetores e de memória migram para tecidos periféricos, locais de infecção Anticorpos secretados pelas células B efetoras nos linfonodos, baço e medula entram no sangue e são distribuídos aos locais de infecção ANATOMIA E FUNÇÕES DOS TECIDOS LINFOIDES Os tecidos linfoides são classificados como órgãos geradores, também denominados órgãos linfoides primários ou centrais (medula óssea e timo), onde os linfócitos primeiro expressam os receptores de antígenos e atingem a maturidade fenotípica e funcional, e órgãos periféricos, também chamados de órgãos linfoides secundários, onde as respostas dos linfócitos aos antígenos estranhos são iniciadas e se desenvolvem. Danyela Trindade Medula óssea Local de geração da maioria das células sanguíneas maduras circulantes, incluindo hemácias, granulócitos e monócitos, e o local dos eventos iniciais na maturação da célula B. A geração de todas as células sanguíneas, chamada de hematopoese. A proliferação e maturação das células precursoras na medula óssea são estimuladas pelas citocinas. Muitas destas citocinas são chamadas de fatores estimuladores de colônia. As citocinas hematopoiéticas são produzidas pelas células estromais e macrófagos na medula óssea, fornecendo, assim, o ambiente para a hematopoese. Elas também são produzidas pelos linfócitos T estimulados por antígeno e macrófagos ativados por citocina ou microrganismo, fornecendo um mecanismo para a reposição de leucócitos que podem ser consumidos durante as reações imune e inflamatória. Medula contém numerosos plasmócitos secretores de anticorpo de vida longa. Estas células são geradas nos tecidos linfoides periféricos como uma consequência da estimulação antigênica das células B e, então, migram para a medula óssea Timo Local da maturação da célula T As células epiteliais corticais tímicas produzem IL-7, que é necessária na fase inicial do desenvolvimento da célula T. Um subgrupo diferente de células epiteliais encontrado somente na medula, chamado de células epiteliais tímicas medulares (MTEC), tem um papel especial na apresentação dos próprios antígenos às células T em desenvolvimento Os linfócitos no timo, também chamados de timócitos, são linfócitos T em vários estágios de maturação. A maioria das células imaturas entra no timo, e sua maturação se inicia no córtex. Sistema linfático O sistema linfático consiste em vasos que drenam fluido dos tecidos para dentro e para fora dos linfonodos e, então, para o sangue. O fluido absorvido, chamado de linfa, é bombeado para vasos linfáticos convergentes e progressivamente maiores através da contração de células musculares lisas perilinfáticas e da pressão exercida pelo movimento dos tecidos musculoesqueléticos. Rompimento do sistema linfático por tumores ou algumas infecções parasíticas pode levar a um grave inchaço tecidual. O sistema linfático coleta antígenos de seus portais de entrada e liberam para os linfonodos, onde eles podem estimular as respostas imunes adaptativas. Danyela Trindade Os antígenos capturados podem, então, ser localizados pelas células do sistema imune adaptativo Linfonodos São órgãos linfoides secundários, encapsulados (constituídos por tecido linfoide e que aparecem espalhados pelo corpo, sempre no trajeto de vasos linfáticos), vascularizados e favorecem a iniciaçãodas respostas imunes adaptativas aos antígenos carreados dos tecidos pelos vasos linfáticos, ou seja, pela linfa. O córtex externo contém agregados de células denominadas folículos. Alguns folículos possuem áreas centrais chamadas de centros germinativos. Cada centro germinativo consiste em uma zona escura com células B em proliferação denominadas centroblastos e uma zona clara contendo células chamadas de centrócitos que interromperam a proliferação e estão sendo selecionadas para sobreviver e se diferenciar. Organização anatômica dos linfócitos B e T: • Os linfócitos B e T são sequestrados em regiões distintas do córtex dos linfonodos • Células B estão nos folículos. Eles estão localizados no córtex do linfonodo. Os folículos primários contêm principalmente linfócitos B virgens maduros. • Linfócitos B também estão localizados na zona marginal. Danyela Trindade • Os centros germinativos se desenvolvem em resposta à estimulação antigênica. Eles são locais de grande proliferação de célula B, seleção de células B produtoras de anticorpos de alta afinidade e geração de células B de memória e plasmócitos de vida longa. • Os linfócitos T estão localizados principal e mais centralmente sob os folículos do córtex na região paracortical. Estas zonas ricas em células T, frequentemente denominadas paracórtex, contêm uma rede de células reticulares fibroblásticas (FRCs), (FRCs), muitas das quais formam a camada externa de estruturas similares a tubos chamadas de conduítes FRC. A segregação anatômica dos linfócitos B e T nas áreas distintas do nódulo é dependente de citocinas que são secretadas pelas células estromais do linfonodo Baço É local de amostragem antigênica do sangue Armazena LB foliculares e LT virgens Órgão vascularizado, cujas principais funções são remover células sanguíneas velhas e danificadas e partículas (tais como imunocomplexos e microrganismos opsonizados) da circulação e iniciar a resposta imune adaptativa/ adquirida/ específica aos antígenos originados no sangue. O parênquima esplênico é dividido em polpa vermelha, que é composta, principalmente de sinusoides vasculares cheios de sangue, e polpa branca rica em linfócitos. A polpa branca contém as células que medeiam as respostas imunes adaptativas aos antígenos originados no sangue O linfonodo e a polpa branca do baço são organizados em zonas de célula B (os folículos) e zonas de célula T. As áreas de célula T também são locais de residência das células dendríticas maduras, que são APCs especializadas para a ativação das células T imaturas. Na bainha linfoide periarteriolar encontram-se os linfócitos T No folículo linfoide encontram-se os linfócitos B Sistema imune cutâneo Proporciona barreira física à entrada de microrganismos Queratinócitos respondem a patógenos e a lesões com a produção de peptídeos microbicidas (defensinas e catelicidinas) e citocinas (IL-1, IL-6, IL-18, IL-10). Células dendríticas na pele: células de Langerhans, as quais capturam antígenos e migram para órgãos linfoides periféricos, onde servirão como APCs para linfócitos. Linfócitos intraepiteliais também fazem parte do sistema imune cutâneo. Danyela Trindade Sistema imune das mucosas Protege as barreiras mucosas gastrointestinais, broncopulmonares e geniturinárias Em cada um desses locais ele recebe um nome: • BALT (tecido linfoide associado aos brônquios) • GALT (tecido linfoide associado ao trato gastrointestinal) Em geral pode ser chamado de MALT – tecido linfoide associado às mucosas.
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