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ABORTO NA ITÁLIA: ATÉ QUE PONTO É LEGAL?
A Liga de Ginecologistas Italianos denuncia que 90% dos médicos dessa 
especialidade se recusam a fazer abortos alegando objeção de consciência, 
embora os verdadeiros motivos não tenham de fato a ver com isso.
Segundo o Ministério da Saúde, de cada 10 médicos, 7 são contrários ao 
aborto, enquanto apenas 36,8% dos cidadãos italianos se declaram católicos 
praticantes. Porém, os números reais são bem mais elevados, porque esse 
dado inclui clínicas que não estão mais autorizadas a fazer abortos. Até nas 
cidades grandes, são poucos os ginecologistas que não optaram pela objeção 
de consciência. Por outro lado, a porcentagem dos que o fizeram cresceu de 
58,7% em 2005 para 70,7% em 2009.
Os profissionais da medicina que dizem “sim” ao aborto quando a maioria 
manifesta seu “não” fazem o papel de Dom Quixotes. Eles costumam dedicar-
se a só fazer interrupções da gravidez, e sua carreira acaba prejudicada, ainda 
mais se a direção dos hospitais em que exercem for oriunda de uma indicação 
política da área católica. Em 2009, totalizaram 1.655 os médicos que fizeram 
118.579 abortos (L’Espresso, 27 de dezembro de 2011). São as mulheres as 
que sofrem as consequências dessa queda na qualidade do atendimento, o 
que por vezes prejudica a necessidade de respeitar o limite dos 90 dias da 
gravidez. Muitas vão para o exterior à procura de países em que possam 
legalmente abortar. Outras recorrem ao serviço das aborteiras clandestinas, 
com os perigos decorrentes. Estima-se que houve 15.000 abortos clandestinos 
na Itália em 2005 (últimos dados disponíveis), em sua maioria em regiões do 
sul do país. É possível que o número real seja ainda maior.

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