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Danyela Trindade Imunidade inata Bradicinina causa dor Histamina causa rubor e calor (vasodilatação e aumento da permeabilidade) Imunidade inata/ natural/ nativa: sempre presente no organismo, reconhece e elimina microrganismos e células mortas A resposta imune inata combate o microrganismo imediatamente, já a resposta imune adquirida precisa ser induzida pelo antígeno e é, portanto, tardia. ESPECIFICIDADE DAS RESPOSTAS IMUNES INATAS O sistema imunológico inato desempenha suas funções de defesa com um conjunto restrito de reações. Os 2 principais tipos de reações do sistema imunológico inato são a inflamação e a defesa antiviral. A inflamação consiste no acúmulo e na ativação de leucócitos e proteínas plasmáticas em locais de infecção ou lesão tecidual. A defesa imunológica inata contra vírus intracelulares é mediada principalmente por células natural killer (NK), que matam células infectadas por vírus, e por citocinas chamada interferons tipo I, que bloqueiam a replicação viral dentro das células do hospedeiro O que é citocina? Proteína que regula a resposta imunológica O sistema imunológico inato responde da mesma maneira em encontros subsequentes com um patógeno, enquanto o sistema imunológico adquirido responde de maneira mais eficaz a cada encontro sucessivo com um patógeno. Ou seja, o sistema imunológico inato não se lembra de encontros anteriores com microrganismos, ao passo que o sistema imunológico adquirido se lembra e reage de maneira mais intensa após cada encontro (memória imunológica) O sistema imune inato reconhece PAMPs (padrões moleculares associados à patógenos, ou seja, estruturas que não estão presentes nas células normais do hospedeiro), que podem ser: • Ácidos nucléicos presentes apenas em microrganismos (Exemplo: RNA de fita dupla) • Proteínas com características observadas em microrganismos • Lipídeos e carboidratos que são sintetizados apenas por microrganismos (Exemplo: LPS de bactérias gram- negativas- PROVA). LPS é lipopolissacarídeo bacteriano. Reconhece produtos microbianos que são essenciais à sobrevivência desses microrganismos, ex: • RNA de fita dupla • LPS presente na membrana plasmática Assim, impede que os microrganismos possam criar mecanismos para se livrar dessas estruturas na tentativa de evitar seu reconhecimento pelo hospedeiro, garantindo que os microrganismos sejam sempre reconhecidos pelas células do sistema imune inato. Reconhece DAMPs (padrões moleculares associados à danos celulares), ou seja, moléculas que são liberadas das células danificadas ou necróticas. As moléculas microbianas que estimulam a imunidade inata são muitas vezes chamadas de padrões moleculares associados ao patógeno (PAMP). Os receptores da imunidade inata que reconhecem essas estruturas compartilhadas são chamados de receptores de reconhecimento de padrões. Os patógenos frequentemente escapam da imunidade adquirida pela mutação dos antígenos que são reconhecidos pelos linfócitos, pois tais antígenos normalmente não são essenciais para a sobrevivência dos patógenos. O sistema imunológico inato não reage contra o hospedeiro. Danyela Trindade A resposta imunológica inata proporciona defesa nos seguintes estágios de infecções microbianas: • Nos portais de entrada para microrganismos: a maior parte das infecções é adquirida através do epitélio da pele e dos sistemas gastrointestinal e respiratório. Os primeiros mecanismos de defesa ativos nesses locais são epitélios oferecendo barreiras físicas e moléculas antimicrobianas e células linfoides • Nos tecidos: microrganismos que rompem o epitélio, bem como células mortas em tecidos, são detectados por macrófagos residentes, células dendríticas e outras células sentinelas. • No sangue: proteínas plasmáticas reagem contra microrganismos e promovem sua destruição RECEPTORES CELULARES PARA MICRORGANISMOS E CÉLULAS DANIFICADAS Os receptores usados pelo sistema imunológico inato para reagir contra os microrganismos e células danificadas são expressos nos fagócitos, células dendríticas, linfócitos e células epiteliais e endoteliais. Muitos receptores estão presentes na superfície celular para que reconheçam os produtos dos microrganismos extracelulares, outros no retículo endoplasmático e são rapidamente recrutados para as vesículas (endossomas) dentro das quais os produtos microbianos são ingeridos, e outros no citosol, onde funcionam como sensores dos microrganismos citoplasmáticos. Alguns desses receptores respondem aos produtos de células danificadas e várias células estranhas. Receptores tipo Toll (TLR) Peptídeoglicano e ácido teicoico é da parede de bactéria gram positiva (PROVA) Presente no endossoma e superfície celular Percebe a parede lipídica da bactéria Diferentes receptores são específicos para diferentes componentes dos microrganismos: • O TRL-2 e TRL-6 reconhece lipoglicanos bacterianos • O TRL-3, 7 e 8 reconhece ácidos nucleicos virais • TRL-4 reconhece LPS (endotoxina) • O TRL-5 reconhece proteína flagelar bacteriana chamada flagelina • TRL-9 reconhece oligonucleotídeos CpG não metilados, que são mais abundantes no DNA microbiano do que no DNA dos mamíferos Ao reconhecer DAMPs ou PAMPs, os receptores ativam vias de sinalização que induzem a transcrição de genes, produzindo assim, moléculas, como citocinas e quimiocinas, que serão essenciais para as respostas inflamatórias e antivirais. Danyela Trindade Receptores tipo NOD (NLR) e o inflamassoma Presente no citosol São receptores citosólicos que detecta DAMP e PAMP no citoplasma: • O NLRP-3 (domínio de pirina contendo 3) detecta a presença de produtos microbianos, substâncias que indicam dano e morte celulares (como ATP liberado, cristais de ácido úrico derivados de ácidos nucleicos e alterações no íon potássio intracelular) e substâncias endógenas que são depositadas em células e tecidos em quantidades excessivas (como cristais de colesterol). Após o reconhecimento dessas substâncias, o NLRP-3 oligomeriza-se com uma proteína adaptadora e uma forma inativa da enzima caspase-1. A caspase-1 é ativada e cliva (separa) uma forma precursora da citocina interleucina-1 beta (IL-1beta) para gerar a IL-1beta ativa. A IL-1 induz inflamação aguda e causa febre. O complexo citosólico de NLRP-3 e a caspase-1 é reconhecido com inflamassoma. O inflamassoma pode contribuir para a gota, aterosclerose e diabetes tipo 2 • O NOD-2 é um NRL específico para peptídeos bacterianos que entram no citosol. Ele ativa o fator de transcrição NF-kB, mas não sinaliza através do inflamassoma. Alguns polimorfismos (várias formas) do gene NOD2 estão associados à doença intestinal inflamatória. Danyela Trindade Outros receptores celulares da imunidade inata • Receptor tipo RIG (RLR) reconhece o RNA viral. Presente no citosol • Um receptor de superfície celular expresso em fagócitos reconhece peptídeos que iniciam com a N- formilmetionina, que é específica para proteínas bacterianas e promove a atividade antimicrobiana dos fagócitos • Os receptores de lectina (que reconhecem e se ligam a carboidrato) estão envolvidos na fagocitose de fungos e bactérias e em respostas inflamatórias para esses patógenos. Percebe a manose na parede da bactéria. COMPONENTES DA IMUNIDADE INATA Células epiteliais Células sentinelas em tecidos (macrófagos, células dendríticas, etc) Células NK Proteínas plasmáticas Barreiras epiteliais • As portas de entrada frequentes dos microrganismos- pele, TGI e trato respiratório- são protegidas por um epitélio contínuo que fornece barreiras físicas e químicas contras as infecções. As células epiteliais também produzem antibióticos peptídicos, chamados defensinas e catelicidinas (PROVA), que destroem as bactérias. Além disso, o epitélio contém linfócitos chamados de linfócitos T intraepiteliais (tem receptores limitados). • Algumas dessas célulasT expressam receptores compostos de 2 cadeias, gama e delta. Os linfócitos intraepiteliais, incluindo as células T gama-delta, geralmente reconhecem os lipídios microbianos e outras estruturas que são compartilhadas por microrganismos do mesmo tipo. Esses linfócitos T intraepiteliais reagem contra agentes infecciosos que tentam romper o epitélio Danyela Trindade Prova: Fagócitos: neutrófilos e monócitos/ macrófagos Os 2 tipos de fagócitos são células sanguíneas recrutadas para locais de infecção, onde reconhecem e ingerem os microrganismos para que sejam destruídos. 1) Neutrófilos • Também chamados de leucócitos polimorfonucleares (PMN) • São os leucócitos mais abundantes no sangue • Sua produção cresce rapidamente na medula óssea em resposta à uma infecção • Sua produção é estimulada por citocinas, conhecidas como fatores estimulantes de colônias (CSF), que são produzidas por muitos tipos celulares em resposta às infecções • É o primeiro tipo celular a responder uma infecção. Logo, é a célula dominante na inflamação aguda • Ingere os microrganismos na circulação e entram nos tecidos extravasculares nos locais de infecção, onde também ingere microrganismos e os destroem • Também é recrutado para locais de dano tecidual na ausência de infecção • Não fazem uma defesa prolongada (sobrevivem por curto período) 2) Monócitos • Ingerem microrganismos no sangue e tecidos • Os monócitos que entram nos tecidos extravasculares diferenciam-se em macrófagos, os quais sobrevivem por longo período • São leucócitos mononucleares 3) Macrófagos • Produzem citocinas que iniciam e regulam a inflamação, ingerem e destroem microrganismos e limpam tecidos mortos e iniciam o processo de reparação tecidual • Macrófagos residentes são encontrados no tecido conjuntivo saudável e em todos os órgãos do corpo • Os macrófagos são ativados e se ligam aos receptores de reconhecimento discutidos anteriormente, como TLR e NLR • As funções fagocíticas dos macrófagos são mediadas pelos receptores de superfície da célula, como receptores de manose (carboidrato) e necrófagos. Os neutrófilos utilizam os mesmos receptores para reconhecer e ingerir os microrganismos • Podem ser ativados por 2 vias diferentes: clássica e alternativa (PROVA). • A ativação clássica é induzida por sinais imunológicos inatos, como aqueles dos TLR, e pela citocina IFN (interferon)-gama, que podem ser produzidas nas respostas imunes inata e adquirida. Os macrófagos ativados classicamente (macrófagos M1), estão envolvidos na destruição de micróbios e na ativação da inflamação. Danyela Trindade • A ativação alternativa ocorre na ausência de sinais fortes do TRL e é induzida pelas citocinas IL-4 e IL-13. São chamados de macrófagos M2 e são mais importantes para reparação tecidual e para o controle da inflamação Células dendríticas • Responde aos microrganismos por meio da produção de citocinas, que desempenham 2 funções: iniciam a inflamação e estimulam as repostas imunes adquiridas • Constituem uma ponte entre a imunidade inata e adquirida • Ação antigênica (reconhecem antígenos para apresentar aos linfócitos T) Mastócitos • Derivadas da medula óssea. • Com grânulos citoplasmáticos que contêm aminas vasoativas, como histamina, que causam vasodilatação e aumento da permeabilidade dos capilares (rubor e calor). Contêm também enzimas proteolíticas que podem matar as bactérias ou toxinas microbianas inativas. • Presentes na pele e epitélio mucoso. • Podem ser ativados por produtos microbianos ligando-se aos TLR (receptor tipo Toll) ou por um mecanismo dependente de um anticorpo. • Sintetizam e secretam mediadores lipídicos (como prostaglandina) e citocinas (como TNF), que estimulam a inflamação. • Seus produtos conferem defesa contra os helmintos e são responsáveis pelos sintomas das doenças alérgicas. Células natural killer (NK) • Também chamadas exterminadoras naturais. • São uma classe de linfócito que reconhecem células infectadas e destroem essas células e produzem uma citocina que ativa os macrófagos, chamada de IFN-gama. • Contêm grânulos citoplasmáticos e expressam algumas proteínas de superfícies. • Quando ativadas, esvaziam o conteúdo de seus grânulos no espaço extracelular no ponto de contato com a célula infectada. As proteínas do grânulo entram nas células infectadas e ativam enzimas (óxido nítrico sintase induzida, iNOS, e intermediários reativos de oxigênio, ROS) que induzem a apoptose (autodestruição de uma célula). Os mecanismos citotóxicos das células NK, que são os mesmos usados pelos linfócitos T citotóxicos (CTL), resultam na morte de células infectadas. • As citocinas ativadoras de células NK são a interleucina-15 (IL-15), os interferons tipo 1 (IFN tipo 1) e a interleucina-12 (IL-12). A IL-15 é importante para o desenvolvimento e maturação das células NK, e os IFN tipo 1 e a IL-12 reforçam as funções das células NK. Logo, as células NK e os macrófagos são células que funcionam cooperativamente para eliminar microrganismos: os macrófagos ingerem os microrganismos e produzem IL-12. A IL-12 ativa as células NK a secretar IFN-gama, o qual ativa os macrófagos para matar os microrganismos ingeridos. MHC1 é expressado na célula normal. O MHC1 é a primeira estrutura a parar de se expressar quando a célula se torna infectada. Os receptores de ativação reconhecem moléculas de superfície células expressas em células infectadas, bem como células com algum dano. Assim, as células NK eliminam as células infectadas, lesionadas e tumorais. O reconhecimento das células cobertas com um anticorpo resulta em morte dessas células, fenômeno chamado citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC). As células NK são os principais mediadores (os seja, que intervém) da ADCC. Danyela Trindade Prova: Outras classes de linfócitos São parte do sistema imunológico inato Os receptores têm diversidade limitada As células B-1 são linfócitos B que são encontrados principalmente na cavidade peritoneal e em tecido mucosos, onde elas produzem anticorpos em resposta aos microrganismos e às toxinas microbianas que passam através das paredes do intestino A maioria dos anticorpos IgM encontrados no sangue, chamado de anticorpos naturais, são produtos das células B-1, e muitos desses anticorpos são específicos para carboidratos que estão presentes nas paredes celulares de muitas bactérias. Um outro tipo de linfócito B, chamado célula B da zona marginal está presente nas terminações dos folículos linfoides no baço e em outros órgãos, e está envolvida na rápida resposta doa anticorpo aos microrganismos ricos em polissacarídeos e nascidos no sangue. Assim, essas populações de linfócitos executam respostas que são características de imunidade adquirida (como a produção de anticorpos), mas têm aspecto de imunidade inata (resposta rápida, diversidade limitada ao reconhecimento do antígeno) Sistema complemento É uma coleção de proteínas presentes na circulação e ligadas à membrana, e são importantes na defesa contra microrganismos Danyela Trindade Muitas proteínas do complemento são enzimas proteolíticas. A ativação de uma enzima ativa as outras- Cascata Enzimática. A cascata do complemento pode ser ativada por 3 vias: • Via alternativa, que é desencadeada quando a proteína (C3) reconhece diretamente certas estruturas da superfície microbiana como o LPS e ativa a cascata. É componente da imunidade inata. • Via clássica, em que a proteína (Cq1) detecta anticorpos ancorados na superfície de um microrganismo ou de uma estrutura. É componente da imunidade adquirida • Via da lectina, que é ativada quando uma proteína plasmática ligante de carboidrato, a lectina ligante de manose (MBL), liga-se à manose terminal nas glicoproteínas da superfície dos microrganismos. É um componente da imunidade inataO componente central do complemento é uma proteína plasmática chamada C3, que é clivada pelas enzimas geradas nas etapas iniciais. O principal fragmento proteolítico de C3, chamado C3b, se liga de maneira covalente a microrganismos, sendo capaz de ativar proteínas do complemento presentes na superfície bacteriana As 3 vias de ativação do complemento diferem em como são iniciadas, mas compartilham as etapas finais, desempenhando as mesmas funções. O principal fragmento de C3, chamado de C3b, reveste os microrganismos, ligando-se às células fagocitárias por meio de receptores para C3b expresso nos fagócitos. Assim, os microrganismos que são revestidos com as proteínas do complemento são ingeridos rapidamente e destruídos pelos fagócitos. Esse processo de revestir um microrganismo com moléculas que são reconhecidas por receptores em fagócitos é chamado de opsonização. Outros fragmentos da proteína do complemento são a C5a e C3a, que são quimioatrativos para leucócitos (sobretudo neutrófilos e monócitos), promovendo o recrutamento dos leucócitos para o local da ativação do complemento (inflamação) A ativação do complemento também forma um complexo proteico polimérico que se insere na membrana celular microbiana, que leva à lise osmótica ou à apoptose do microrganismo Danyela Trindade Outras proteínas plasmáticas da imunidade inata O surfactante pulmonar é pertencente à família de proteínas chamadas de colectinas (assim como a MBL), protegendo as vias aéreas de infecções. A proteína C-reativa (CRP) é uma pentraxina que se liga à fosforilcolina dos microrganismos e opsoniza (fixa opsoninas no antígeno para facilitar a fagocitose deste) os microrganismos para que sejam fagocitados pelos macrófagos, que expressam um receptor para CRP Citocinas da imunidade inata São proteínas solúveis que servem de mediadores nas reações imunológicas e inflamatórias, sendo responsáveis pela comunicação entre os leucócitos e outras células. A maioria das citocinas é chamada de interleucina Na imunidade inata, as principais fontes de citocinas são as células dendríticas e os macrófagos ativados pelo reconhecimento de microrganismos, embora as células epiteliais e outros tipos de células também possam secretar citocinas. O reconhecimento de componentes bacterianos é um estímulo poderoso para a secreção de citocina. A maioria das citocinas age nas células que as produzem (ações autócrinas) ou nas células adjacentes (ações parácrinas) Na reação imunológica inata, as citocinas podem atuar em locais distantes de onde foram secretadas (ações endócrinas). O fator de necrose tumoral (TNF), a interleucina-1 (IL-1) e as quimiocinas (citocinas quimioatrataivas) são as principais citocinas envolvidas no recrutamento de neutrófilos e monócitos aos locais de infecção. O TNF e a IL-1 também induzem a febre pela atuação no hipotálamo Em altas concentrações o TNF produz trombos no endotélio e reduz a pressão arterial. Os macrófagos e as células dendríticas também produzem IL-12. O papel da IL-12 é ativar células NK, as quais levam à ativação dos macrófagos. As células natural killer e células T produzem IFN-gama, cuja função é ativar os macrófagos. Células dendríticas e outras células infectadas produzem IFN tipo 1, que inibem a replicação viral e evitam a disseminação da infecção para as células sadias. Danyela Trindade Prova: Importante: TNF, IL-1. IL-12, IFN-gama, INF tipo I, IL-6 e IL-15 REAÇÕES IMUNES INATAS As principais reações do sistema imune inato são a resposta inflamatória aguda e os mecanismos de defesa antiviral. Diferentes tipos de reações podem ocorrer com diferentes microrganismos: • Bactérias extracelulares e fungos são combatidos pela resposta inflamatória aguda, na qual neutrófilos e monócitos são recrutados ao local de infecção e pelo sistema de complemento • A defesa contra bactérias fagocitadas e intracelulares é mediada por macrófagos, que são ativados por receptores tipo Toll e outros sensores, bem como citocinas • A defesa contra vírus é oferecida por interferons tipo I e células NK Inflamação É uma reação tecidual que rapidamente envia células e proteínas circulantes aos locais de infecção e dano ao tecido. O processo de inflamação consiste em múltiplas etapas, incluindo o recrutamento de células e o vazamento de proteínas plasmáticas através dos vasos sanguíneos, ingestão de microrganismos e material morto por fagócitos, e destruição dessas substâncias prejudiciais. Recrutamento de fagócitos aos locais de infecção e dano tecidual: • A migração dos leucócitos do sangue para os tecidos consiste em interações adesivas fracas dos leucócitos às células endoteliais, seguidas por uma adesão firme e, então, pela transmigração através do endotélio. • Se um agente infeccioso penetra em um epitélio e entra no tecido subepitelial, os macrófagos residentes e outras células reconhecem o patógeno e respondem produzindo citocinas. • Duas dessas citocinas, o TNF e a IL-1, atuam no endotélio de vênulas próximas à infecção. Danyela Trindade • Essas citocinas estimulam as células endoteliais para que expressem duas moléculas de adesão da família selectina, chamadas de E-selectina e P-selectina (selectina refere-se às propriedades de essas moléculas ligarem carboidrato ou lectina). • Os neutrófilos e os monócitos circulantes expressam carboidratos de superfície que se ligam fracamente às selectinas. • Os neutrófilos ligam-se ao endotélio (marginação: aderência dos leucócitos às paredes vasculares), o fluxo de sangue destrói essa ligação, e a ligação se forma novamente mais adiante, e assim sucessivamente, resultando no “rolamento” dos leucócitos ao longo da superfície endotelial. • Quimiocinas (produzidas no local da infecção, por macrófagos teciduais e células endoteliais, ou seja, células residentes) chegam à superfície luminal das células endoteliais das vênulas pós-capilares. Nesse local, ligam- se a receptores de quimiocinas, presentes na membrana dos leucócitos em rolamento. Essa ligação provoca o aumento da afinidade de ligação das integrinas (moléculas de adesão expressadas pelos leucócitos) leucocitárias com seus ligantes na superfície endotelial. • Citocinas quimioatraentes são chamadas de quimiocinas. • Citocinas (TNF e IL-1) aumentam a expressão endotelial de ligantes de integrina, o que leva à uma fixação firme dos leucócitos no endotélio • Os leucócitos transmigram entre as bordas das células endoteliais para alcançar os tecidos extravasculares. Logo, a sequência de eventos envolvidos no recrutamento de leucócitos polimorfonucleares ao sítio inflamatório é: • Marginação • Rolamento • Adesão • Transmigração Fagocitose e destruição de microrganismos: • Fagocitose é um processo ativo, dependente de energia. É a incorporação de partículas grandes em vesículas. • As vesículas fagocíticas se fundem aos lisossomos, onde as partículas ingeridas são destruídas, sem danificar o fagócito. • Etapa 1 é o reconhecimento do microrganismo pelo fagócito. Ocorre a partir da ligação de patógenos aos receptores presentes nos neutrófilos e macrófagos • Tipos de receptores: receptores de reconhecimento padrão (principalmente: receptores Lectina tipo C e receptores scavenger) e receptores de alta afinidade por opsoninas • Opsonização de microrganismos pode ser feita por proteínas do sistema de complemento, anticorpos e lectinas plasmáticas • Etapa 2 é que a membrana plasmática do fagócito se fecha em torno do patógeno. O fechamento da membrana em torno do patógeno forma uma vesícula intracelular que é chamada de fagossomo ou de vacúolo fagocítico. Danyela Trindade • Etapa 3 é a fusão do fagossomo com os lisossomos (formação do fagolisossomos). Nos lisossomos estão concentradas a maioria dos mecanismos microbicidas. Ao fundir-se com o fagossomo, as substâncias microbicidas entramem contato com o patógeno, promovendo a sua destruição. Mecanismos microbicidas: • Enzimas no fagolisossomo são ativadas. Uma dessas enzimas, chamada de oxidase fagocitária, converte oxigênio molecular em ânion superóxido e radicais livres (produzido principalmente quando é pela ativação do IFN-gama), processo chamado surto oxidativo (ou surto respiratório). Esses radicais livres são chamados de intermediários reativos do oxigênio (ROS), sendo tóxicos para os microrganismos. • Enzima, chamada de óxido nítrico sintase induzida (iNOS), catalisa (estimula) a conversão da arginina em óxido nítrico (ON), que também é uma substância microbicida. • Enzimas proteases lisossômicas, quebra as proteínas microbianas Defesa antiviral Envolve interferons, células NK e outros mecanismos Interferons tipo I induzem a resistência a infecção e replicação virais, chamada de estado antiviral. IFN tipo I, que incluem várias formas de IFN-alfa e um IFN-beta, são secretados por muitos tipos de células infectadas por vírus. Uma fonte importante dessas citocinas é um tipo de célula dendrítica chamada de célula dendrítica plasmacitoide. Quando IFN tipo I secretado de células dendríticas ou outras células infectadas se ligam ao receptor IFN em células não infectadas adjacentes, são ativadas vias de sinalização que inibem a replicação viral e destroem genomas virais. Essa ação é a base para o uso do IFN-alfa para tratar algumas formas de hepatite viral crônica. Regulação das respostas imunes inatas Mecanismos reguladores incluem a produção de citocinas anti-inflamatórias por macrófagos e células dendríticas, incluindo a interleucina-10 (IL-10), que inibe as funções microbicidas e pró-inflamatórias de macrófagos e o receptor antagonista de IL-1, que bloqueia as ações da IL-1 Há também mecanismos que induzem a expressão de inibidores da sinalização da citocina. Por ex, a sinalização do TLR estimula a expressão de proteínas chamadas supressores de sinalização de citocina (SOCS), que bloqueiam as respostas de células a diversas citocinas, incluindo IFN. Danyela Trindade EVASÃO MICROBIANA DA IMUNIDADE INATA Os patógenos evoluíram de forma a resistir contra mecanismos da imunidade inata.
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