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Análise das 
Demonstrações Contábeis
Unidade 1
Um overview sobre 
demonstrações contábeis
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
MICHEL TEIXEIRA PEREIRA
AUTORIA
Michel Teixeira Pereira
Sou formado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do 
Rio Grande do Sul (UFRGS) e professor do Departamento de Administração 
do Centro de Ensino Grau Técnico Curitiba, com experiência em ministrar 
as disciplinas de Contabilidade Societária, Análise das Demonstrações 
Contábeis, Economia e Mercado, Gestão da Qualidade e Contabilidade 
Introdutória. Possuo experiência profissional em empresa de gestão 
financeira, onde trabalhei com avaliação de empresas e gestão de 
recursos por meio de indicadores econômicos e financeiros. Também fui 
assistente contábil e financeiro em empresas da área de comunicação 
(TV, rádio e jornal) com ênfase em gestão contábil e financeira. Atuei no 
setor bancário com atendimento a empresas de pequeno e médio portes 
realizando visitas técnicas e negociações. Sou apaixonado pelo que faço 
e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando 
em suas profissões. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a 
integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder 
ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Objetivos e usuários da análise das demonstrações 
contábeis ........................................................................................................ 10
Conceitos e objetivos da análise das demonstrações ........................................ 10
Usuários da análise das demonstrações contábeis .............................................. 16
Finalidades da análise das demonstrações contábeis ....................................... 19
Padronização e limitação na análise das demonstrações 
contábeis ........................................................................................................22
Padronização na análise das demonstrações contábeis ...................................22
Modelos de padronização ........................................................................................................25
Limitações da análise das demonstrações contábeis .........................................27
Estrutura das demonstrações contábeis ..........................................32
Principais alterações introduzidas no Brasil pela Lei nº 11.638/2007 e 
complementos ..................................................................................................................................32
Balanço Patrimonial (BP) ............................................................................................................33
Demonstrações de resultados .............................................................. 41
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) .................................................... 41
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) ..........................45
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) ...................... 46
7
UNIDADE
01
Análise das Demonstrações Contábeis
8
INTRODUÇÃO
Esta unidade visa introduzir o leitor no estudo das principais 
características da Análise das Demonstrações Contábeis. O que 
pretende a análise de balanços? Quais são os seus métodos? Quem 
a usa? Qual a sua validade? Qual a sua confiabilidade, extensão e 
profundidade? Onde obter os dados contábeis sobre a empresa? Quais 
informações são possíveis obter com a análise de balanço? A presente 
obra foi preparada de forma bastante objetiva e direta e busca integrar 
teoria e prática. Espero que este livro possa ser uma efetiva contribuição 
não somente para a sua formação acadêmica, leitor, mas também para 
o seu aprimoramento e evolução profissional. Faça uma boa leitura e 
mergulhe de cabeça neste universo!
Análise das Demonstrações Contábeis
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo(a) à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar 
você no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Interpretar os objetivos, quem são os usuários e finalidades das 
análises das demonstrações contábeis.
2. Parafrasear a padronização e os limites da análise das 
demonstrações contábeis.
3. Identificar a estrutura das demonstrações contábeis e o Balanço 
Patrimonial.
4. Interpretar a Demonstração do Resultado do Exercício, 
a Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados e a 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
Análise das Demonstrações Contábeis
10
Objetivos e usuários da análise das 
demonstrações contábeis
OBJETIVO:
Ao término desta competência, você será capaz de 
entender a finalidade das demonstrações contábeis. Quais 
são elas? Quem são os seus usuários? Motivado(a) para 
desenvolver esta competência? Então, vamos lá. Avante!
Conceitos e objetivos da análise das 
demonstrações
Figura 1 – Análise das demonstrações contábeis
Fonte: Freepik
A comunicação internacional proporcionada pela globalização 
reforçou a necessidade de as empresas apresentarem relatórios 
contábeis harmônicos, com alto grau de comparabilidade entre os países. 
A contabilidade é a principal linguagem de comunicação dos agentes 
econômicos na busca de oportunidades de investimentos e na avaliação do 
risco de suas transações. Por consequência, a evidenciação da informação 
contábil deve ser a mais homogênea possível nos diferentes países.
Análise das Demonstrações Contábeis
11
A contabilidade aborda a mensuração e a supervisão do patrimônio. 
É aplicada em entidades em geral, sendo utilizada com a finalidade de 
gestão e controle. As informações contábeis são evidenciadas com base 
nas demonstrações contábeis, as quais seguem uma formatação padrão, 
com variações específicas para bancos e seguradoras, por exemplo, as 
quais seguem uma legislação especial.
As demonstrações contábeis apresentam diversas finalidades, 
dependendo do propósito de quem as analisa. Devem ser elaboradas 
impreterivelmente na moeda corrente do país (em real, no caso brasileiro). 
É interessante observar que elas se complementam e são consistentes 
entre si, pois há uma lógica que permite comparar dados de uma 
demonstração contábil com os de outras ao longo do tempo. 
O lucro apresentado na Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE), por exemplo, tem efeito no Patrimônio Líquido (PL) refletido no 
Balanço Patrimonial (BP) e, casualmente, no passivo circulante, se houver 
dividendos a pagar, ou até mesmo no caixa, se houver dividendos a pagar 
no próprio exercício social (SAPORITO, 2015).
Por meiodas demonstrações contábeis, é possível examinar a 
situação da companhia para a qual foram elaboradas. Entretanto, às 
vezes, é necessário transformar os dados em informações úteis, como 
indicadores, para que possam contribuir para o entendimento e objetivo 
do analista.
Nesse contexto, o analista é quem irá definir quais são as partes 
de interesse do seu objeto do estudo. Se a finalidade for a obtenção de 
crédito no curto prazo, normalmente se avaliam a situação financeira, a 
situação estrutural e o desempenho da empresa. Geralmente, para fins 
de análise, esses são os três componentes avaliados em uma companhia.
Sendo assim, faz-se necessária a transformação dos dados 
brutos contidos nas demonstrações contábeis em indicadores que 
possam contribuir para o processo de avaliação de cada um desses três 
componentes em que a companhia foi dividida. Após a obtenção dos 
indicadores, é possível compará-los ao longo do tempo.
Análise das Demonstrações Contábeis
12
A análise das informações contábeis permite uma avaliação da 
situação econômica, financeira e de desempenho da entidade, bem como 
fazer inferências sobre tendências e perspectivas futuras. Os investidores 
e credores são os destinatários prioritários das demonstrações contábeis, 
já que os investidores basicamente tomam decisões de compra, 
manutenção e venda, e os credores tomam decisões associadas à 
concessão de crédito à empresa (HENDRIKSEN; BREDA, 1999).
O objetivo primordial da contabilidade é fornecer informações úteis 
para seus usuários, que auxiliem na tomada de decisões.
O trabalho do profissional de contabilidade inicia-se com a 
interpretação e o registro dos fatos econômicos, ou seja, a escrituração. 
Em seguida, por meio da elaboração das demonstrações contábeis, 
verifica-se a posição econômica, financeira e patrimonial da empresa. 
Dessa forma, a Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 26 – 
Apresentação das Demonstrações Contábeis, editada pelo Conselho 
Federal de Contabilidade (CFC), define que:
As demonstrações contábeis são uma representação 
estruturada da posição patrimonial e financeira e do 
desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações 
contábeis é o de proporcionar informação acerca da 
posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos 
fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande 
número de usuários em suas avaliações e tomada de 
decisões econômicas. (CFC, 2017, on-line)
Nesse sentido, as demonstrações contábeis retratam a situação 
atual da companhia, da mesma forma que uma fotografia retrata um 
determinado momento no tempo. 
ACESSE:
Para saber mais, leia a NBC TG 26 – Apresentação das 
Demonstrações Contábeis, Clique aqui.
Abordar a análise das demonstrações contábeis pode ser um 
assunto extremamente amplo. Porém, de forma sucinta, é possível 
resumi-la como uma “técnica” que visa à coleta de dados e apuração de 
Análise das Demonstrações Contábeis
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57
13
indicadores que possibilitam avaliar a capacidade de solvência (situação 
financeira), compreender a estrutura patrimonial (situação patrimonial) 
e analisar a capacidade da entidade de gerar bons resultados (situação 
econômica).
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre o objetivo da contabilidade, leia o 
artigo: “O real objetivo da Contabilidade” (LUNELLI, s.d, 
on-line), Clique aqui.
O analista de demonstrações contábeis exerce importante 
tarefa dentro do processo contábil. Enquanto o contador procura 
captar, organizar e compilar dados, oferecendo como produto final as 
demonstrações contábeis, o analista se preocupa com as informações ali 
contidas. Para que os dados das demonstrações contábeis sejam úteis, 
a NBC TG Estrutura Conceitual – Estrutura Conceitual para Elaboração e 
Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro (CFC, 2011) elenca algumas 
características fundamentais da informação.
Características qualitativas fundamentais (CFC, 2011, p. 12-13).
Leia a definição das características qualitativas fundamentas na 
NBC TG Estrutura Conceitual. São elas: 
 • Relevância.
 • Materialidade. 
 • Representação fidedigna.
Características qualitativas de melhoria (CFC, 2011, p. 14-16).
A definição das características qualitativas de melhoria na NBC TG 
Estrutura Conceitual são: 
 • Comparabilidade.
 • Verificabilidade.
 • Tempestividade.
 • Compreensibilidade.
Análise das Demonstrações Contábeis
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/real-objetivo-da-contabilidade.htm
14
SAIBA MAIS:
Para saber mais, faça uma leitura completa da NBC TG 
Estrutura Conceitual – Estrutura Conceitual para Elaboração 
e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, Clique aqui.
Essas características são muito importantes para tornar melhor 
a informação divulgada. Daí a importância de transformar dados em 
informação inteligível. Na Figura 2, é possível observar a sequência do 
processo de análise das demonstrações contábeis.
Figura 2 – Sequência do processo de análise
Fatos ou eventos 
econômicos-
financeiros
Demonstrações 
financeiras = 
dados
Informações 
financeiras para 
a tomada de 
decisões
Processo
Contábil
Técnicas de
Análise de 
balanços
Fonte: Matarazzo (2010, p. 4).
As análises das demonstrações contábeis podem gerar como 
produto relatórios escritos em linguagem corrente. É recomendado o 
uso de gráficos como auxílio para simplificar conclusões mais complexas. 
O analista tem a função de elaborar um relatório de análise dirigido a 
leigos, mesmo que não o sejam, pois o objetivo é simplificar a leitura das 
demonstrações contábeis a qualquer dirigente da companhia, gerente de 
banco ou outras pessoas interessadas. 
Por outro lado, as demonstrações contábeis não têm nenhuma 
preocupação nesse sentido e seguem normas específicas de divulgação. 
As demonstrações contábeis exprimem termos técnicos e suas 
notas explicativas, às vezes, são singulares a tal ponto que permitem 
frequentemente manipulações e acobertamentos. Assim, a análise das 
demonstrações contábeis deve assumir também a função de tradução 
dos elementos nelas contidos.
 Exemplo: O que se pode incluir em um relatório de análise de 
balanços, segundo Matarazzo (2010, p. 6), são:
 • A situação financeira.
 • A situação econômica.
Análise das Demonstrações Contábeis
http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_1374.pdf
15
 • O desempenho.
 • A eficiência na utilização dos recursos.
 • Os pontos fortes e fracos.
 • As tendências e perspectivas.
 • O quadro evolutivo.
 • A adequação das fontes às aplicações de recursos.
 • As causas das alterações na situação financeira.
 • As causas das alterações na rentabilidade.
 • A evidência de erros da administração.
 • As providências que deveriam ser tomadas e não foram.
 • A avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras.
Muitas podem ser as finalidades de analisar as demonstrações 
contábeis. O relatório elaborado dependerá do objetivo da análise e 
carregará características de cunho pessoal do analista. Dois analistas 
com vivências e experiências diferentes podem até chegar a uma mesma 
conclusão, mas a elaboração do relatório será diferente. Outro aspecto 
que influencia na preparação do relatório são os interesses dos seus 
usuários. Existem aqueles que querem uma análise rápida e o objetiva; 
por outro lado, há também outros que desejam a informação detalhada 
e minuciosa.
Normalmente, o analista prepara indicadores para a análise. Na 
Figura 3, verifica-se o processo que o analista realiza nas Etapas 1, 2 e 3. O 
gestor ou usuário realiza apenas a Etapa 4.
Figura 3 – Processo de tomada de decisão na análise de balanços
1. Escolha de 
indicadores
2. Comparação 
com padrões
3. Diagnóstico 
ou conclusões
4. Decisões
Análise
Fonte: Matarazzo (2010, p. 7).
Análise das Demonstrações Contábeis
16
Analistas que demonstrem maior nível de experiência poderão 
apresentar conclusões bem próximas.Entretanto, raramente apresentarão 
conclusões exatamente iguais. Por meio de estudos e interpretações de 
dados extraídos das demonstrações financeiras, a análise de balanços 
tem por finalidade prestar informações sobre a situação econômica e 
financeira da entidade, para que as pessoas interessadas possam tomar 
decisões.
Para Iudícibus (2017, p. 9), as demonstrações contábeis são úteis 
para os usuários para tomada de decisões, como:
 • Definir quando comprar, manter ou vender instrumentos 
patrimoniais.
 • Avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que 
lhe tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho 
e de sua prestação de contas.
 • Avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e de 
realizar sua prestação de contas.
 • Avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros 
emprestados à entidade.
 • Determinar políticas tributárias.
 • Determinar a distribuição de lucros e dividendos.
 • Elaborar e usar estatísticas da renda nacional.
 • Regulamentar as atividades das entidades.
Usuários da análise das demonstrações 
contábeis
A necessidade de interpretação das informações contábeis pode 
ser diversificada, assim como há uma variedade dos possíveis usuários 
desse material. Os resultados obtidos nas análises destinam-se a um 
grupo muito abrangente de usuários, que utilizarão essas informações 
principalmente como ferramenta para tomada de decisões de 
financiamento e investimento.
Análise das Demonstrações Contábeis
17
Em tempos passados, a análise das demonstrações contábeis 
era utilizada preponderantemente por instituições financeiras com o 
propósito de avaliar os riscos de crédito. Entretanto, no decorrer do 
tempo, estabeleceu-se como instrumento de auxílio gerencial e provedor 
de informações para investidores.
Os usuários das demonstrações contábeis, sejam eles internos ou 
externos, têm diferentes necessidades a serem satisfeitas. Silva (2012) 
elenca alguns possíveis usuários das demonstrações contábeis e o que 
pretendem eles com a análise.
Usuários internos da entidade
 • Sócios e gestores:
 • Aumentar ou reduzir investimentos.
 • Aumentar o capital ou emprestar recursos.
 • Expandir ou reduzir as operações.
 • Comprar/vender à vista ou a prazo instituições financeiras, clientes 
e fornecedores em geral.
Usuários externos da entidade
 • Instituições financeiras:
 • Conceder ou não empréstimos.
 • Estabelecer termos do empréstimo (volume, taxa, prazo e 
garantias).
 • Clientes e fornecedores em geral
 • Avaliar com vistas à concessão ou não de crédito, com quais valor 
e prazo.
 • Informar sobre a continuidade operacional da entidade, 
especialmente quando há um relacionamento a longo prazo com 
ela, ou dela depender como fornecedora importante.
Análise das Demonstrações Contábeis
18
 • Investidores
 • Adquirir ou não o controle acionário.
 • Investir ou não em ações na bolsa de valores.
 • Avaliar o risco inerente ao investimento e potencial de retorno 
proporcionado (dividendos).
 • Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
 • Observar se as demonstrações contábeis de uma empresa de 
capital aberto respondem aos requisitos legais do mercado 
de valores mobiliários, como periodicidade de apresentação, 
padronização e transparência.
 • Poder Judiciário
 • Proceder à solicitação e apreciação objetiva de perícia.
 • Fiscalização tributária
 • Buscar indícios de sonegação de impostos.
 • Comissões de licitação
 • Avaliar o vulto dos equipamentos e instalações, do capital de giro 
próprio, da solidez econômico-financeira, buscando identificar se 
há garantia acessória para o início ou continuidade no fornecimento 
dos bens ou serviços. 
A Lei nº 8.666/1993, que institui normas para licitações e contratos 
da Administração Pública, em seu art. 31, estabelece que a exigência de 
índices [constantes em editais de licitação] limitar-se-á à demonstração 
da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que 
terá de assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência 
de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou 
lucratividade.
Estabelece ainda que a comprovação de boa situação financeira 
da empresa será feita de forma objetiva, por meio do cálculo de índices 
contábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo 
administrativo da licitação que tenha dado início ao certame licitatório, 
Análise das Demonstrações Contábeis
19
vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados para 
a correta avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento das 
obrigações decorrentes da licitação.
 • Empregados e sindicatos
 • Informar sobre a estabilidade e a lucratividade de seus 
empregadores (solvência, distribuição de lucros etc.).
 • Avaliar a capacidade que tem a entidade de prover sua 
remuneração, seus benefícios de aposentadoria e oferta de 
oportunidades de emprego.
Na concepção de Hendriksen e Breda (1999), os investidores e 
credores são os destinatários prioritários das demonstrações contábeis, 
já que os investidores basicamente tomam decisões de compra, 
manutenção e venda, e os credores tomam decisões associadas à 
concessão de crédito à empresa.
Finalidades da análise das demonstrações 
contábeis
Vistos os diversos usuários da análise das demonstrações contábeis 
e os seus múltiplos interesses em relação às empresas analisadas, vamos 
agora entender o que pretendem eles com essas informações. Iniciamos 
com dois exemplos práticos: uma instituição financeira pode utilizar a 
análise como forma de decidir se concederá um empréstimo de curto 
prazo a uma empresa. Um investidor do mercado de capitais pode valer-
se da análise dessa empresa para decidir se compra ou não suas ações.
Evidentemente, o foco de análise de uma instituição financeira será 
muito diferente daquele do investidor, pois os interesses nos resultados 
da análise que ambos fazem são diferentes. O gerente do banco está 
interessado principalmente na capacidade de pagamento do empréstimo 
e nos juros da operação em curto prazo, e o investidor procura elementos 
para avaliar se vale a pena participar da companhia na condição de 
acionista, vislumbrando os ganhos futuros que poderão ocorrer. 
Análise das Demonstrações Contábeis
20
É importante observar que nem todas as instituições financeiras 
utilizam a análise das demonstrações contábeis para tomar decisões no 
curto prazo. Se uma mesma companhia solicitasse um financiamento de 
vários anos, a prioridade do gerente de banco passaria a ser a capacidade 
de quitação da dívida que essa empresa teria a longo prazo. Nesse 
caso, entende-se que o investidor poderia tanto ter seus interesses mais 
direcionados a curto prazo, priorizando ganhos a curto prazo, como 
também poderia ter horizontes a longo prazo.
De acordo com a necessidade específica de cada usuário, podem 
ser criados diferentes modelos de análise das demonstrações contábeis 
(RIBEIRO, 2014). Há uma tendência de o analista atribuir maior importância 
aos conceitos que se associem mais diretamente aos interesses do 
usuário em relação à companhia estudada.
A análise das demonstrações contábeis é, portanto, um instrumento 
flexível que permite a seus usuários valorizar o que for mais importante 
para a sua necessidade específica. Não existe uma única forma de analisar 
as demonstrações contábeis. Há conceitos de análise cuja relevância 
relativa pode mudar de um usuário para outro.
Assim, é fundamental que, antes de se iniciar um processo de 
análise das demonstrações contábeis, seja bem definido qual é o objetivo 
do usuário nessa análise, ou seja, que uso será feito dela.
Análise das Demonstrações Contábeis
21
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que 
você realmente entendeu o tema de estudo deste item, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deveter aprendido 
que o objetivo primordial da contabilidade é fornecer 
informações úteis, que auxiliem na tomada de decisões 
de seus usuários. Para que essas informações contábeis 
sejam úteis, a NBC TG Estrutura Conceitual elenca algumas 
características fundamentais da informação. O preparador 
das demonstrações contábeis deve orientar-se por essas 
características na elaboração dos demonstrativos, para 
que o analista tenha informações úteis na hora da análise. 
O trabalho do analista é interpretar, analisar e comparar de 
forma a tornar o conteúdo perceptível a todos os usuários. 
Os usuários podem ser externos ou internos à empresa, 
pessoa física ou jurídica, com os mais diversos interesses na 
interpretação das demonstrações contábeis. E aí? Você já 
se interessou em analisar a situação econômico-financeira 
de alguma empresa/instituição?
Análise das Demonstrações Contábeis
22
Padronização e limitação na análise das 
demonstrações contábeis
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
o porquê da padronização das demonstrações contábeis. 
Você também vai entender as limitações que ocorrem na 
análise. Motivado(a) para desenvolver esta competência? 
Então, vamos lá. Avante!
Padronização na análise das 
demonstrações contábeis
As demonstrações contábeis são a linguagem dos negócios. Por 
isso, é importante que sejam padronizadas, tornando-se intelegíveis 
universalmente. 
Vamos a um exemplo: uma consulta médica é um processo de 
análise no qual a primeira etapa é realizada na recepção do consultório. 
Naquele local, é preenchida a ficha do paciente com conteúdo que vai 
desde o nome, dados e patologias, até os motivos que levaram o paciente 
à consulta. Em alguns casos, é realizada a medição de temperatura 
e pressão antes de sua entrada no consultório. Quando iniciado o 
atendimento, o médico dispõe dessas informações previamente 
coletadas, que serão complementares durante a consulta.
As demonstrações contábeis devem ser preparadas para análise, 
da mesma forma que um paciente se submete a exames médicos 
(SAPORITO, 2015).
O médico realiza seu diagnóstico, podendo constatar uma 
emergência e indicar a internação ou simplesmente prescrever um 
medicamento e solicitar que o paciente volte em outro dia, caso sua 
enfermidade não se resolva. Em outras situações, o médico solicita que 
o paciente faça exames específicos e volte para uma nova consulta com 
os resultados. Nesse caso, podemos inferir da situação que o profissional 
Análise das Demonstrações Contábeis
23
médico percebeu não ter elementos suficientes para chegar a uma 
conclusão definitiva, ou seja, faltam-lhe partes essenciais do que está 
analisando para que possa chegar a um entendimento. Os resultados dos 
exames solicitados, que o paciente deverá portar na consulta seguinte, 
ajudarão o médico a decidir o encaminhamento que dará ao tratamento.
Assim sendo, não se trata de uma ciência exata, mas sim de uma 
opinião com base em uma série de informações. Há casos em que dois 
médicos de uma mesma especialidade concordam no encaminhamento 
e tratamento dado a um determinado paciente. Entretanto, um dos 
médicos pode indicar cirurgia e o outro pode julgar mais conveniente 
um tratamento medicamentoso. Caberá ao paciente escolher qual das 
opiniões seguirá.
Entende-se que o processo de análise aplicado a uma consulta 
médica pode ser flexível. Duas partes podem constituir distintas 
conclusões, ou seja, há a possibilidade de que profissionais respeitáveis 
de uma mesma área médica, em função de suas experiências e crenças, 
discordem ou recomendem diferentes tipos de tratamento.
O mesmo raciocínio pode ser aplicado à área de análise das 
demonstrações contábeis. Antes de se iniciar uma análise, deve-se 
atentar para o detalhamento das demonstrações contábeis. Esse trabalho 
é conhecido como padronização e consiste em uma crítica às contas, bem 
como na transcrição delas para um modelo previamente definido. Assim, 
Matarazzo (2010) explica que a padronização é feita pelos seguintes 
motivos:
 • Simplificação – um Balanço Patrimonial (BP) apresentado 
segundo a Lei das S.A., compreende diversas contas. Isso dificulta 
sua visualização como um todo. Assim, a simplificação consiste 
em reduzir o número de contas do BP, ou seja, unindo aquelas 
contas que fazem sentido estarem juntas. 
 • Comparabilidade – toda companhia tem seu próprio plano de 
contas, com maior ou menor grau de detalhes e com rubricas 
das quais é difícil descobrir a origem. Como uma análise se 
baseia em comparação, só faz sentido analisar um BP após o 
Análise das Demonstrações Contábeis
24
seu enquadramento em um modelo que permita comparação 
com BPs de outras empresas. Há, como exceção, companhias 
que operam em ramos nos quais existe um plano de contas legal 
obrigatório (como acontece com bancos e seguradoras).
 • Adequação aos objetivos de análise – normalmente, há pelo 
menos uma conta que deve sempre ser reclassificada: Duplicatas 
Descontadas. Do ponto de vista contábil, é uma dedução de Duplicatas 
a Receber; do ponto de vista de financiamentos, entretanto, é um 
recurso tomado pela empresa em bancos, devido à insuficiência de 
recursos próprios. Em nada é diferente de empréstimos bancários, do 
ponto de vista financeiro. Por esse motivo, as Duplicatas Descontadas 
devem figurar no Passivo Circulante.
 • Precisão nas classificações de contas – com frequência, 
encontrarem-se demonstrações contábeis com falhas nas 
classificações de contas. Como é o exemplo de certos investimentos 
de caráter permanente que aparecem no Ativo Circulante, ou 
despesas do próprio exercício que figuram como Despesas do 
Exercício Seguinte. Gastos indevidamente lançados como Ativo 
Diferido quando deveriam fazer parte das despesas ou perdas 
do exercício, empréstimos de curto prazo que aparecem no 
Exigível a Longo Prazo. Todos esses detalhes distorcem o BP. Uma 
padronização rigorosa deve corrigir isso.
 • Descoberta de erros – há casos de erros, intencionais ou não, 
verificados nas demonstrações contábeis. O analista experiente 
pode desconfiar de itens que normalmente são usados para 
manipulação e solicitar esclarecimentos à companhia em análise.
 • Intimidade do analista com as demonstrações contábeis 
da empresa – a padronização obriga o analista a pensar em 
cada conta das demonstrações contábeis e a decidir sobre sua 
consistência com outras contas, sobre a classificação que deve 
dar a ela, enquanto a transcreve para um modelo predefinido de 
padronização. Ao realizar esse trabalho, o analista adquire grande 
familiaridade com os números da companhia e, em consequência, 
passa a visualizar detalhes que, de outra forma, não conseguiria.
Análise das Demonstrações Contábeis
25
Modelos de padronização
A seguir é apresentado o modelo de padronização do Balanço 
Patrimonial (BP).
Quadro 1 – Padronização do Balanço Patrimonial
Obs.: Valores fictícios. Fonte: Matarazzo (2010).
No Quadro 2, é possível verificar a padronização da Demonstração 
do Resultado do Exercício (DRE).
Análise das Demonstrações Contábeis
26
Quadro 2 – Padronização da Demonstração do Resultado do Exercício
Obs.: Valores fictícios. Fonte: Matarazzo (2010).
No Quadro 3, verifica-se a padronização da Demonstração dos 
Fluxos de Caixa (DFC).
Quadro 3 – Padronização da Demonstração dos Fluxos de Caixa
Simbologia: NCG = Necessidade de Capital de Giro. Obs.: Valores fictícios.
Fonte: Matarazzo (2010).
Análise das Demonstrações Contábeis
27
Prezado(a) estudante, fique tranquilo(a)! Esses são apenas modelos 
padronizados das demonstrações contábeis que veremos adiante.
Limitações da análise das demonstrações 
contábeis
Podemos considerar que a análise das demonstrações contábeis 
é um conjunto de técnicas capazes de transformar valores monetários 
das mais diversas contas abrangidas nas demonstrações em indicadores 
capazes de trazer informações úteis para o entendimentoda situação 
econômica e financeira da empresa analisada. No entanto, por ser uma 
das mais importantes ferramentas no auxílio à tomada de decisões, 
muitas vezes pode criar expectativas que estão acima de suas reais 
possibilidades, principalmente para aqueles que estão iniciando na área.
É importante entender que há algumas limitações inerentes ao 
processo de análise das demonstrações contábeis. As primeiras decorrem 
da própria qualidade das demonstrações analisadas. Se as demonstrações 
contábeis não são confiáveis, do ponto de vista de fidedignidade dos 
números e da efetiva obediência às normas contábeis em sua elaboração, 
não há processo de análise que possa trazer conclusões seguras.
Outro fator que não pode deixar de ser citado entre as limitações 
é a ausência da captação dos efeitos da inflação nas demonstrações 
contábeis. Mesmo que a inflação no Brasil no período Pós-Real (cuja 
circulação começou em 1994) não seja tão expressiva quanto já foi no 
passado, ela tem efeitos nos valores reais de várias contas e grupos 
mensurados pela contabilidade. Na hipótese de o nível de inflação 
anual ficar em patamares acima dos atuais, os números mostrados pela 
contabilidade podem ficar bastante alterados.
Entre o momento que se faz uma análise e a data de elaboração das 
demonstrações que servem de base para ela, podem ocorrer mudanças 
significativas na empresa que não foram incluídas no processo de 
estudo. Por exemplo, uma análise que faz uso de demonstrações que se 
referem às atividades do fim do ano, mas que são analisadas apenas em 
março do ano seguinte pode concluir que a empresa praticamente não 
Análise das Demonstrações Contábeis
28
tem endividamento, ainda que em fevereiro esta tenha feito um grande 
empréstimo. Isso quer dizer que a dívida da organização pode aumentar 
sem que o analista responsável pela análise tome conhecimento disso. 
Com isso, fica fácil concluir que, quanto maior é a defasagem temporal 
entre as demonstrações analisadas e o momento da análise, maior é o 
risco de as demonstrações não mais refletirem a realidade da empresa 
estudada. 
É preciso ter em mente que os estudos de análise com base em 
demonstrações contábeis são válidos para os períodos específicos de 
tais demonstrações e não podem ser entendidos como válidos para 
estendê-los no futuro. Os resultados dos estudos são sobre o passado 
da empresa estudada; julgá-los como tendência para o futuro, além de 
altamente arriscado, não é correto. O fato de uma empresa apresentar 
retornos crescentes nos últimos três anos não é um argumento válido 
para inferir que no próximo ano o retorno será ainda maior, até porque, 
dependendo da economia, do mercado de atuação da empresa e das 
decisões tomadas por sua administração, o retomo obtido pode ser muito 
menor e até negativo.
A análise por meio de índices deve ser realizada com muito cuidado 
e critério técnico rigoroso, haja vista suas limitações. Existem entidades 
que operam simultaneamente em vários ramos de atividade, o que pode 
levar à não existência de concorrentes com o mesmo perfil econômico. Em 
tais situações, a análise de um usuário externo se torna mais complexa, 
em razão de não haver acesso às informações contábeis separadas de 
cada uma das atividades exploradas pela companhia.
Por outro lado, quando a multiplicidade de atividades é 
explorada por um conglomerado de empresas, no qual 
cada uma desempenha uma atividade específica, a análise 
fica mais objetiva, pois o analista poderá analisar não 
somente a empresa holding, mas também cada empresa 
do grupo em si, comparando os dados com os respectivos 
concorrentes setoriais. (SILVA, 2012, p. 10)
Dessa forma, é esperado que as empresas holding sejam uma forma 
mais fácil de analisar um conglomerado de companhias e atividades.
Análise das Demonstrações Contábeis
29
VOCÊ SABIA?
Holding: é uma empresa que possui a maioria das 
ações de outras empresas e detém o controle de sua 
administração e das políticas empresariais. Trata-se de uma 
sociedade gestora de participações sociais que administra 
conglomerados de um determinado grupo.
Outros casos de distorções das demonstrações contábeis são os 
efeitos da inflação. Empresas com dívidas de longo prazo contratadas 
em moeda estrangeira podem apresentar um alto lucro ao final de um 
exercício caso a cotação da moeda tenha caído em relação ao exercício 
anterior. Nessa situação, o analista deve atentar-se para o volume de 
resultados estritamente operacional versus os resultados financeiros. 
Distorções poderão surgir quando comparadas empresas do mesmo 
segmento que tenham e não tenham contraído empréstimos em moeda 
estrangeira.
O analista poderá trabalhar com softwares ou modelos 
de planilhas que façam os ajustes necessários, de 
forma a expurgar os efeitos da inflação, ou trabalhar 
com demonstrativos já corrigidos pelo método de 
correção integral. Algumas companhias de capital aberto 
disponibilizam na web acesso a suas demonstrações 
contábeis em dólar. (SILVA, 2012, p. 10)
No caso de adoção de práticas contábeis diferentes entre 
as diversas companhias de um mesmo segmento, sem dúvida, os 
indicadores apurados serão distorcidos. Critérios diversos na avaliação 
dos estoques, taxas de depreciação utilizadas e forma de contabilização 
dos contratos de leasing são apenas alguns exemplos (SILVA, 2012). O 
analista irá desempenhar melhor o seu papel à medida que conhecer os 
princípios e as convenções contábeis, visto que a falta de conhecimento 
pode ser um limitador para sua capacidade de julgamento dos índices e 
quocientes obtidos.
Análise das Demonstrações Contábeis
30
VOCÊ SABIA?
Leasing: negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica 
na qualidade de arrendadora e pessoa física ou jurídica 
na qualidade de arrendatária, que tenha por objeto o 
arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora 
segundo especificações da arrendatária, para uso próprio 
desta.
Mesmo em um ambiente de convergência às normas internacionais 
de contabilidade, em que mais de 100 países passaram a adotar as 
International Financial Reporting Standards (IFRS) do International 
Accounting Standards Board (IASB), que é a organização internacional sem 
fins lucrativos que publica e atualiza as IFRS em língua inglesa, o analista 
poderá se deparar, por exemplo, com critérios diversos de valoração 
de ativos e passivos entre empresas do mesmo segmento econômico. 
A metodologia aplicada para ajustes ao valor presente e mensuração 
do valor justo sendo divergentes poderá acarretar sérias distorções na 
apuração do valor patrimonial e nos resultados das empresas analisadas. 
Visando minimizar as distinções entre as nações, o principal 
objetivo das International Financial Reporting Standards (IFRS) divulgadas 
pela IFRS é adequar as demonstrações contábeis, de modo que possam 
ser comparáveis entre si, fazendo com que se tenha maior credibilidade 
no que diz respeito à transparência, responsabilidade e eficiência aos 
mercados financeiros em todo o mundo (IFRS, 2019).
As notas explicativas devem trazer informações sobre os princípios 
contábeis adotados pela companhia. Sendo assim, o analista deve se 
debruçar sobre elas a fim de identificar possíveis distorções caso a 
empresa adote práticas não condizentes com a melhor técnica contábil 
e também verificar se as práticas adotadas estão em sintonia com as dos 
concorrentes.
Análise das Demonstrações Contábeis
31
Além da leitura das notas explicativas, o acompanhamento das 
notícias veiculadas sobre a empresa e seu segmento econômico pode 
revelar eventos subsequentes à data de levantamento das demonstrações 
contábeis, que sinalizem problemas de continuidade ou ampliação 
da própria atividade econômica da empresa analisada. A leitura atenta 
do Relatório dos Auditores Independentes, em especial dos possíveis 
destaques quanto aos critérios e práticas contábeis utilizados, permitirá 
aoanalista identificar a aderência das demonstrações contábeis aos 
Princípios Contábeis e saber se elas foram elaboradas com um mínimo 
de qualidade.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste item, vamos 
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a 
padronização das demonstrações contábeis é necessária 
já que não se trata de uma ciência exata, mas de uma 
opinião com base em uma série de informações. Assim, 
o processo de análise pode ser flexível no momento em 
que diferentes partes podem construir entendimentos que 
não levam a uma única e indiscutível conclusão. Desse 
modo, a padronização é feita por motivos de simplificação, 
comparabilidade, adequação aos objetivos de análise, 
precisão nas classificações de contas, descoberta de 
erros e intimidade do analista com as demonstrações 
contábeis da empresa. Por fim, é importante entender 
que há algumas limitações inerentes ao processo de 
análise das demonstrações contábeis, como os efeitos da 
inflação e do câmbio. Você sabia que é possível analisar as 
demonstrações contábeis de qualquer empresa de capital 
aberto no Brasil?
Análise das Demonstrações Contábeis
32
Estrutura das demonstrações contábeis
OBJETIVO:
 Esta competência é de fundamental importância para toda 
a análise das demonstrações contábeis. Pelo entendimento 
da estrutura contábil, podem-se desenvolver avaliações 
mais acuradas das empresas. Mais especificamente, todo 
processo de análise requer conhecimentos sólidos da 
forma de contabilização e apuração das demonstrações 
contábeis, sem os quais ficam seriamente limitadas as 
conclusões extraídas sobre o desempenho da empresa. 
Motivado(a) para desenvolver esta competência? Então, 
vamos lá. Avante!
Principais alterações introduzidas 
no Brasil pela Lei nº 11.638/2007 e 
complementos
No Quadro 4, é possível visualizar as principais alterações no 
Balanço Patrimonial (BP) trazidas pela Lei nº 11.638/2007.
Quadro 4 – Nova estrutura do Balanço Patrimonial
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Análise das Demonstrações Contábeis
33
No Quadro 5, visualizam-se as principais alterações nas 
demonstrações contábeis obrigatórias trazidas pela Lei nº 11.638/2007.
Quadro 5 – Nova composição das demonstrações contábeis obrigatórias
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Balanço Patrimonial (BP)
Apresenta a situação patrimonial e financeira da empresa em 
determinado momento (período/data). A informação é de natureza 
estática e, provavelmente, sua estrutura será diferente algum tempo após 
seu encerramento.
Diversas informações relevantes de tendências podem ser extraídas 
de seus grupos de contas. Assim, o balanço servirá como elemento de 
partida indispensável para o conhecimento da situação econômico-
financeira de uma empresa.
Compõe-se de três partes essenciais: Ativo, Passivo e Patrimônio 
Líquido. Cada uma dessas partes apresenta suas diversas contas 
classificadas em “grupos”. O conceito de balanço origina-se do equilíbrio 
dessas partes, situando-se o passivo e o patrimônio líquido no lado direito 
e o ativo do lado esquerdo. Sendo sua identidade básica aprsentada na 
Figura 4.
Análise das Demonstrações Contábeis
34
Figura 4 – Conceito de balanço
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Fonte: Elaborada pelo autor (2021).
Sua estrutura configura-se da seguinte forma:
Figura 5 – Estrutura do balanço
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
PASSIVO
ATIVO
Fonte: Elaborada pelo autor (2021).
No Ativo, relacionam-se todas as aplicações de recursos efetuadas 
pela empresa. Esses recursos podem estar distribuídos em ativos 
circulantes (caixa, contas a receber em curto prazo) e ativos não circulantes 
(realizável em longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível).
Somente compõem o Ativo de uma entidade os itens que promovem 
a geração de benefícios econômicos futuros. Bens nos quais não exista 
nenhum comprador potencial no mercado e que também não possam 
representar um benefício para a empresa não são classificados no Ativo. 
Conceito conhecido como a essência sobre a forma, ou seja, a essência 
econômica prevalece sobre a forma jurídica.
SAIBA MAIS:
Sobre o conceito de a essência sobre a forma na NBC TG 
Estrutura Conceitual, Clique aqui.
O Passivo identifica as exigibilidades da empresa e suas obrigações 
cujos valores encontram-se investidos em ativos. Classificam-se em 
Passivo Circulante (curto prazo) e Passivo Não Circulante (longo prazo). 
O Passivo é composto de todas as obrigações atuais da entidade, 
geradas por eventos ocorridos no passado, cuja liquidação futura exigirá 
um desembolso de caixa da empresa.
Análise das Demonstrações Contábeis
http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_1374.pdf
35
O Patrimônio Líquido é representado pela diferença entre o total 
do Ativo e do Passivo em determinado momento e identifica os recursos 
próprios da empresa, sendo formado por:
Capital investido pelos sócios (CAPITAL SOCIAL) + Lucros 
gerados nos exercícios, que foram retidos na empresa (LUCROS NÃO 
DISTRIBUÍDOS)
O que determina a classificação entre curto e longo prazo? O 
exercício social ou ciclo operacional. A lei estabelece ser de longo prazo 
valores com vencimento após o término do exercício social seguinte. 
Normalmente, o exercício social coincide com o ano-calendário (inicia em 
1º de janeiro e termina em 31 de dezembro), mas isso é relativo em cada 
empresa.
NOTA:
Ciclo operacional equivale ao tempo despendido por uma 
companhia desde a aquisição de matérias-primas (indústria) 
ou mercadorias (comércio) até o recebimento da venda.
O Exercício Social é definido no estatuto da empresa. Companhias 
como estaleiros, atividades na pecuária ou agrícola podem ter ciclo 
operacional muito maior que o ano-calendário. Alterando o que seria 
curto e longo prazo para a maioria dos casos.
Para estruturar o Balanço Patrimonial, os grupos e as contas são 
dispostos em ordem decrescente de liquidez para o ativo e decrescente 
de grau de exigibilidade para o passivo.
Quadro 6 – Estrutura básica do Balanço Patrimonial
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Análise das Demonstrações Contábeis
36
Observe, no Quadro 7, como estão dispostas as contas no Balanço 
Patrimonial. Comentaremos algumas em seguida.
Quadro 7 – Estrutura mais completa do Balanço Patrimonial
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Os valores do Balanço Patrimonial consideram a posição no 
momento de sua apuração e não a continuidade do negócio. 
O Balanço Patrimonial não reflete o futuro (tendência) dos ativos 
operacionais da empresa.
Análise das Demonstrações Contábeis
37
Como devem ser registrados os valores das contas no Balanço 
Patrimonial?
 • Contas a receber (circulante) – valor dos títulos a receber líquido de 
estimativas de não recebimento (perdas) [Duplicatas descontadas 
e Provisão para Devedores Duvidosos – PDD].
 • Aplicações em instrumentos financeiros – pelo valor econômico 
(valor justo) ou pelo valor principal atualizado de juros e outros 
rendimentos previstos na operação.
 • Estoques – custo de compra ou de fabricação (custo histórico). 
Deduzir do valor calculado estimativa de eventuais perdas caso o 
preço de mercado dos estoques seja inferior [diferentes critérios 
de avaliação possíveis, só um aceito pela lei].
 • Ativo Imobilizado – custo de aquisição líquido da depreciação 
(tangíveis), amortização (intangíveis) e exaustão (recursos naturais). 
Ao final de cada exercício social, a empresa deve aplicar o teste de 
recuperabilidade dos ativos (impairment1).
 • Participações relevantes em Coligadas e Controladas – método de 
equivalência patrimonial.
 • Ativos Realizáveis e Passivos – de maneira geral, todos os ativos 
realizáveis e passivos, notadamente de longo prazo, devem ser 
avaliados a valor presente pela taxa de juros de mercado.
 • Empréstimos – não exigem a destinação específica de recursos.
 • Financiamentos– devem apresentar uma destinação aos recursos, 
como aquisição de máquinas e equipamentos, aquisição de 
veículos, edificações etc.
 • Passivos – com encargos financeiros explícitos, são avaliados pelo 
valor atualizado até a data do balanço.
Em moeda estrangeira, são convertidos em moeda nacional pela 
taxa de câmbio vigente na data do balanço.
1 O termo se refere à redução ao valor recuperável de bens ativos.
Análise das Demonstrações Contábeis
38
Com encargos financeiros classificados no passivo circulante, são 
apurados pelo seu valor presente. 
Obrigações de curto prazo são ajustadas sempre que produzirem 
efeitos relevantes.
Capital Social – Lei nº 6.404/1976, art. 182: A conta do capital social 
discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não 
realizada.
Capital Social
Capital Social Subscrito
(-) Capital Social a Integralizar
SAIBA MAIS:
Leia a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, Clique aqui.
RESERVAS DE CAPITAL
Ganhos patrimoniais não relacionados com os valores integrantes 
do Ativo e que, por isso, não podem ser computadas na apuração do 
resultado.
As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:
 • Absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e 
as reservas de lucros (art. 189, parágrafo único).
 • Resgate, reembolso ou compra de ações.
 • Resgate de partes beneficiárias.
 • Incorporação ao capital social.
 • Pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa 
vantagem lhes for assegurada.
O art. 182 § 1º (BRASIL, 1976) diz que serão classificadas como 
Reservas de Capital:
Análise das Demonstrações Contábeis
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm
39
 • A contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor 
nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor 
nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do 
capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de 
debêntures ou partes beneficiárias.
 • O produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de 
subscrição.
 • O resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto 
não capitalizado.
A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias 
poderá ser destinada ao resgate desses títulos.
AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL
Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto 
não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de 
competência:
 • (+-) as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valores 
atribuídas a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da 
sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta lei ou em 
normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com 
base na competência conferida pelo § 3º do art. 177.
RESERVAS DE LUCROS
Serão classificadas como reservas de lucros as contas constituídas 
pela apropriação de lucros da companhia.
O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:
 • Indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade.
 • Fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos 
que serão destinados à sua constituição.
 • Estabeleça o limite máximo da reserva.
O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de 
incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderão ultrapassar o capital 
social.
Análise das Demonstrações Contábeis
40
Atingindo esse limite, a assembleia deliberará sobre a aplicação do 
excesso na integralização/aumento do capital social ou na distribuição de 
dividendos.
AÇÕES EM TESOURARIA
 • Representam a compra no mercado acionário das próprias ações 
pela empresa.
 • Mantêm-se guardadas para posterior revenda.
 • As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como 
dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem 
dos recursos aplicados na sua aquisição.
PREJUÍZOS ACUMULADOS
Art. 5º – No encerramento do exercício social, a conta 
de lucros e prejuízos acumulados não deverá apresentar 
saldo positivo.
Parágrafo único. Eventual saldo positivo remanescente 
na conta de lucros e prejuízos acumulados deverá ser 
destinado para reserva de lucros, nos termos dos arts. 
194 a 197 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, ou 
distribuído como dividendo. (SILVA, 2012, p. 46-47).
Na publicação do balanço patrimonial, constará somente saldo 
quando existir prejuízos acumulados.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você verificou quais são 
as demonstrações contábeis obrigatórias no Brasil. Viu a 
estrutura completa do Balanço Patrimonial e como devem 
ser registrados os valores das suas contas. É importante 
lembrar que as sociedades por ações são orientadas pela 
Lei nº 6.404/1976, legislação que orienta os contadores na 
excelência da preparação das demonstrações contábeis.
Análise das Demonstrações Contábeis
41
Demonstrações de resultados
OBJETIVO:
Esta competência é de fundamental importância para toda 
análise das demonstrações contábeis. Pelo entendimento 
da estrutura contábil, podem-se desenvolver avaliações 
mais acuradas das empresas. Mais especificamente, todo 
processo de análise requer conhecimentos sólidos da 
forma de contabilização e apuração das demonstrações 
contábeis, sem os quais ficam seriamente limitadas as 
conclusões extraídas sobre o desempenho da empresa. 
Motivado(a) para desenvolver esta competência? Então, 
vamos lá. Avante!
Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE)
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) visa a fornecer os 
resultados, seja lucro ou prejuízo, auferidos pela empresa em determinado 
período (exercício social), os quais são transferidos para contas do 
patrimônio líquido. O lucro ou prejuízo é resultante de receitas, custos e 
despesas incorridos pela empresa no período e apropriados segundo o 
regime de competência, ou seja, independentemente de serem esses 
valores pagos ou recebidos.
Análise das Demonstrações Contábeis
42
Quadro 8 – Estrutura da Demonstração do Resultado 
do Exercício de acordo com a Lei nº 6.404/1976
RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Vendas de Produtos
Vendas de Mercadorias
Prestação de Serviços
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 
Devoluções de Vendas 
Abatimentos 
Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas
= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTOS DAS VENDAS
Custo dos Produtos Vendidos 
Custo das Mercadorias
Custo dos Serviços Prestados
= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS 
Despesas Com Vendas 
Despesas Administrativas
(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS
Despesas Financeiras
(-) Receitas Financeiras
Variações Monetárias e Cambiais Passivas
(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS
Resultado da Equivalência Patrimonial
Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
(-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
= RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO 
SOCIAL E SOBRE O LUCRO
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro
= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) Debêntures, Empregados, Participações de Administradores, Partes Beneficiárias, 
Fundos de Assistência e Previdência para Empregados
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Fonte: Matarazzo (2010).
 • Receita Bruta: Por regime de competência. 
 • (-) Deduções: descontos incondicionais; devoluções; abatimentos 
e impostos incidentes sobre vendas (ICMS é o mais comum).
 • Receita Líquida = Receita Bruta (-) Deduções.
Análise das Demonstrações Contábeis
43
 • (-) Custo da Mercadoria Vendida (CMV), Custo do Produto Vendido 
(CPV), Custo do Serviço Prestado (CSP): O custo no período é 
influenciado pelo método de avaliação de estoques usado e pelo 
método de custeio (no caso do custo industrial).
 • CMV = Estoque Inicial (EI) + Compras (CO) – Estoque Final (EF) 
(Semelhante nas Indústrias).
 • ReceitaOperacional Líquida ou Lucro Bruto = Receita Líquida (-) 
CMV.
DEFINIÇÃO:
O montante apurado do lucro bruto destina-se a cobrir as 
despesas operacionais, despesas financeiras, despesas de 
impostos (imposto de renda) e remunerar os proprietários 
da empresa por meio de geração de lucro líquido.
Despesas com vendas – constam, entre outras, as comissões sobre 
vendas, despesas com salários dos vendedores, promoções, publicidade, 
provisão para devedores duvidosos etc.
Despesas administrativas – incluem salários do pessoal da 
administração, encargos sociais, honorários da diretoria, despesas legais 
e judiciais, material de escritório etc.
Despesas financeiras líquidas – a atual Lei nº 6.404/1976 entendeu 
que as despesas financeiras e as receitas financeiras como itens 
operacionais, apresentando-se geralmente por seu valor líquido, ou seja, 
do montante de despesas financeiras incorridas no período, são deduzidas 
das receitas financeiras auferidas. Evidentemente, se as receitas excederem 
as despesas, têm-se receitas financeiras líquidas. Exemplos de despesas 
financeiras: juros de empréstimos e financiamentos, variações monetárias, 
encargos de mora, descontos concedidos etc. Exemplos de receitas 
financeiras: juros de aplicações financeiras, descontos obtidos etc.
Outras receitas/despesas operacionais – itens que não se 
enquadram como despesas de vendas, administrativas e financeiras. Em 
um sentido restrito, podem ainda não ser identificadas como operacionais. 
Análise das Demonstrações Contábeis
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Nesse grupo, estão incluídos dividendos recebidos de investimentos 
societários, variações nos investimentos avaliados pelo método de 
equivalência patrimonial, receitas de vendas de sucatas etc.
O cálculo do imposto de renda a pagar é processado com base no 
lucro tributável denominado lucro real. O lucro real é igual ao lucro antes 
do imposto de renda, conforme aparece na Demonstração do Resultado 
do Exercício, acrescido de determinados ajustes previstos pela legislação.
O lucro líquido final é calculado deduzindo-se do lucro líquido, após 
o imposto de renda, as diversas participações e contribuições previstas no 
estatuto da companhia.
Lucro por ação
Exigido pela legislação societária, o Lucro por Ação (LPA) é registrado 
normalmente logo após o resultado líquido do exercício na DRE.
LPA = (Lucro Líquido do Exercício) / (Número de Ações)
Exemplo: determinada empresa aferiu lucro líquido de R$ 
50.000.000 em determinado exercício social e possui 125.000.000 ações 
em circulação, seu LPA é:
LPA = (R$ 50.000.000) / (125.000.000 ações)
LPA= R$ 0,40/ação
O LPA é um indicador útil para análise, principalmente por parte 
dos investidores, que verificam os resultados gerados pela empresa em 
relação às ações possuídas. Mede o ganho potencial, e não o efetivo, 
de cada ação, dado que o lucro do exercício não é normalmente todo 
distribuído.
Dividendos no Brasil
O valor de dividendos a ser distribuído é de competência dos 
estatutos da companhia. Não há percentual fixado legalmente e as 
empresas têm liberdade de estabelecer em seus estatutos o percentual 
de lucro que deve ser pago aos acionistas.
Análise das Demonstrações Contábeis
45
Quando o estatuto for omisso com relação ao montante a ser 
distribuído, determina a legislação que o dividendo deverá ser de 50% do 
lucro líquido do exercício.
Por outro lado, se o estatuto for omisso e a assembleia geral de 
acionistas decidir alterá-lo fixando um valor, o dividendo obrigatório não 
poderá ser inferior a 25% do lucro líquido do exercício.
O dividendo deixa de ser obrigatório caso a administração declare à 
assembleia geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira 
da companhia.
Juros Sobre o Capital Próprio (JSCP)
O JSCP é uma forma de remuneração do capital investido na 
empresa pelos seus proprietários. Para a companhia, reduzem a carga 
tributária em razão dos valores pagos serem dedutíveis para o cálculo do 
Imposto de Renda e Contribuição Social.
Para a pessoa física que o recebe, sofrem tributação do Imposto de 
Renda Retido na Fonte (IRRF) na alíquota atual de 15%, ao contrário dos 
dividendos que não são tributados no Brasil.
Demonstração de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados (DLPA)
A DLPA promove a integração entre o BP e a DRE. Seu objetivo 
básico é o de demonstrar a destinação do lucro líquido, ou seja, a parcela 
distribuída aos acionistas e aquela retida para reinvestimento.
A DRE apura o lucro líquido e a DLPA destaca como foi decidida 
a sua destinação. Pela Lei nº 6.404/1976, a conta Lucros Acumulados 
no BP não pode apresentar saldo positivo ao final do exercício social. Os 
resultados apurados no exercício que não foram pagos aos acionistas 
(permanecem retidos para reinvestimentos) devem obrigatoriamente ser 
destinados a reservas próprias.
Assim, a estrutura da DLPA é apresentada no Quadro 9.
Análise das Demonstrações Contábeis
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Quadro 9 – Estrutura da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
SALDO INICIAL
(+/-) Ajustes de Exercícios Anteriores
(-) Parcela de Lucros Incorporada ao Capital Social
(+) Reversões de Reservas
(+/-) Resultado Líquido do Exercício
(-) PROPOSTA DE DESTINAÇÃO DO LUCRO
Transferências para Reservas
Dividendos a Distribuir
Juros Sobre o Capital Próprio
(=) SALDO FINAL
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido (DMPL)
A DMPL é um demonstrativo contábil mais abrangente que a DLPA. 
A DMPL abrange todas as contas do Patrimônio Líquido, identificando os 
fluxos ocorridos entre uma conta e outra, e as variações (acréscimos e 
diminuições) verificadas no exercício.
A DMPL complementa as informações fornecidas pelo BP e pela 
DRE. Revela, de forma mais elucidativa, a formação e as movimentações 
das reservas e dos lucros, a apuração dos dividendos do exercício, as 
variações patrimoniais incorridas nas empresas investidas, entre outras 
informações e dados relevantes.
SAIBA MAIS:
A estrutura da DMPL pode ser consultada no Apêndice A 
da NBC TG 26, Clique aqui.
Análise das Demonstrações Contábeis
http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTG26(R5).pdf
47
RESUMINDO:
E então? Você aprendeu a diferença entre DRE, DLPA e 
DMPL? Só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Você verificou quais são as demonstrações 
contábeis de resultado obrigatórias no Brasil. Viu a estrutura 
completa dessas demonstrações e suas peculiaridades. 
Sem dúvida, a DRE apura o resultado da companhia em 
determinado exercício e a DLPA e DMPL ajudam a entender 
a destinação desses recursos na companhia.
Análise das Demonstrações Contábeis
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REFERÊNCIAS
BRASIL, Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Lex: Legislação 
Federal. Disponível em: http://bit.ly/2LOP6Ml. Acesso em: 30 jun. 2021.
CFC. Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral NBC TG 26 
(R5) – Apresentação das demonstrações contábeis, Brasília, DF, 2017. 
Disponível em: http://bit.ly/2YWKPvL. Acesso em: 30 jun. 2021.
CFC. Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral NBC 
Estrutura Conceitual – Estrutura conceitual para elaboração e divulgação 
de relatório contábil-financeiro, Brasília, DF, 2011. Disponível em: 
http://bit.ly/2SdwTMD. Acesso em: 30 jun. 2021.
IFRS. Who we are: about us, London, 2019. Disponível em: 
http://bit.ly/38QkGTG. Acesso em: 30 jun. 2021.
IUDÍCIBUS, S. de. Análise de balanços. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: abordagem 
básica e gerencial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. Acompanha CD-ROM.
RIBEIRO, O. M. Estrutura e análise de balanços fácil. 11. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2014.
SAPORITO, A. Análise e estrutura das demonstrações contábeis. 
Curitiba: Intersaberes, 2015.
SILVA, A. A. da. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações 
contábeis. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012. Disponível em: http://bit.ly/2M3x5dc. 
Acesso em: 13 ago.2019. 
Análise das Demonstrações Contábeis
	Objetivos e usuários da análise das demonstrações contábeis
	Conceitos e objetivos da análise das demonstrações
	Usuários da análise das demonstrações contábeis
	Finalidades da análise das demonstrações contábeis
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	Padronização na análise das demonstrações contábeis
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	Limitações da análise das demonstrações contábeis
	Estrutura das demonstrações contábeis
	Principais alterações introduzidas no Brasil pela Lei nº 11.638/2007 e complementos
	Balanço Patrimonial (BP)
	Demonstrações de resultados
	Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
	Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
	Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)

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