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Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann “O desafio das energias renováveis: um debate sobre as políticas de inovação” Mesa Temática 3: Célio Bermann Prof. Associado do Instituto de Eletrotécnica e Energia Universidade de São Paulo-USP Rio de Janeiro – 13 a 15 de setembro de 2011 – FIRJAN Seminário Internacional: Políticas estratégicas de inovação e mudança estrutural em um contexto de crescimento e crise http://apple.com/br/mac http://apple.com/br/mac Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Fonte: IEA - Key World Energy Statistics, 2010. ● não-renováveis: 87,1% ● renováveis: 12,9% Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Fonte: MME - Resenha Energética Brasileira – exercício de 2009 (preliminar), março/2010. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Fonte: MME - Resenha Energética Brasileira – exercício de 2009 (preliminar), março/2010. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA EXCLUINDO HIDRO (MW) 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 M W Uranio Gás natural Carvão Óleo combustivel Óleo diesel Gás de processo PCH Biomassa Eólica Fonte: MME/EPE – Plano Decenal de Expansão de Energia 2020, 2011. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Energia Eólica Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Fonte: CRESESB – Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, 2001. Total: 49 Usinas – Potência Fiscalizada Total: 928,5 MW (Aneel-BIG, abril 2011) Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Fonte: GWEC (Global Wind Energy Council), 2010. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Fonte: GWEC, 2010. Fonte: GWEC, 2010. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Nordeste: 75.000 MW – 144,3 TWh/ano Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Uso do solo: Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Leilão No Usinas Capacidade Instalada (MW) Garantia Física (MW) Energia Contratada (MW) FC (%) 2 Reserva 71 1805,7 783,1 753 43,4 2 Fonte Alternativa 50 1519,6 658,5 643,9 43,3 3 Reserva 20 528,2 266,8 255,1 50,5 4 Reserva 34 861,1 428,8 422,1 49,8 A-3 - 2011 44 1067,6 484,2 410,0 45,4 Total 219 5782,2 2621,4 2484,1 45,3 Resumo dos Últimos Leilões (Empreendimentos Eólicos) Fonte: CCEE, 2011. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Fonte: CCEE 2011, ANEEL 2011. Elaboração própria. Curva de Aprendizagem: queda de 35% em dólar Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Energia Solar ● fotovoltaica ● térmica Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Cada metro quadrado de área no mundo está exposto em média a radiação solar suficiente para gerar 1.700 KWh de energia por ano usando tecnologias disponíveis; O total de energia solar que irradia para a Terra poderia atender a demanda global em 10.000 vezes; IEA calculou se 4% da superfície de todos os desertos do mundo fossem cobertos por placas, a demanda de energia primária mundial poderia ser atendida; Potencial solar: Fonte: EPIA/Greenpeace, Solar Generation 6, 2010. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio BermannEvolução dos preços do solar fotovoltaico Fonte: EPIA/Greenpeace, Solar Generation 6, 2010. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Preços “turn-key” para grandes sistemas fotovoltaicos (2008 E/KW) e redução anual esperada (%) Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann • Panorama internacional (2009) Fonte: OECD-IEA, 2011. Aquecedor solar de água Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Aquecedor solar de água • Panorama internacional (2009) Fonte: OECD-IEA, 2011. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Aquecedor solar de água • Uso de coletores solares no Brasil ► área acumulada: 6.238 mil m2 (2010) ► em 2010 = + 967 mil m2 Fonte: DASOL – Departamento Nacional de Aquecimento Solar da ABRAVA, 2010. http://www.dasolabrava.org.br/wp-content/uploads/2011/04/dadosdemercado-vendas-20101.bmp Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Aquecedor solar de água • Ações do governo – Locais no Brasil que têm legislação sobre aquecedores solares: Americana Estado MT Marília São J do Rio Preto Assis Estado PR Peruíbe São Paulo Avaré Estado RJ Piracicaba Varginha Belo Horizonte Franca Porto Alegre Vitória Birigüi Gramado Ribeirão Diadema Juiz de Fora Ribeirão Preto Estado GO Jundiaí São Caetano do Sul Fonte: Cidades Solares, 2011. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Aquecedor solar de água • Ações do governo Leis Estaduais que obrigam o uso de coletores solares: São Paulo LEI Nº 326, DE 2007 – em edificações de natureza pública, no âmbito do Estado de São Paulo Rio de Janeiro LEI Nº 5184, de 2008 - Dispõe sobre a instalação de aquecimento solar de água em prédios públicos no Estado do Rio de Janeiro Fonte: Cidades Solares, 2011. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Aquecedor solar de água Fonte: Cidades Solares, 2011. • Ações do governo – Leis Municipais que obrigam o uso de coletores solares: • São Paulo/SP – Lei 14459 - Decreto Nº 49.148 - nas novas edificações • Peruíbe-SP – Lei 2883-2007 - em edificações públicas ou privadas • Juiz de Fora-MG – Lei 31-2006 - aquecedores solares e/ou gás natural nas residências, hospitais, escolas e creches Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Etanol Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Etanol de 2ª geração A função da hidrólise é o aproveitamento do bagaço e da palha da cana-de-açúcar como matéria prima para quebra das moléculas de celulose e hemicelulose transformando-as em açúcares. Pode ser feita de duas maneiras: na forma ácida ou na forma enzimática. Para a obtenção da reação da hidrólise é necessário o uso de um catalisador, que pode ser um ácido porém a reação é lenta e apresenta baixo rendimento além de favorecerem a degradação dos acúcares antes do fim da reação . Na hídrólise enzimática o catalisador é uma enzima produzida a partir de material celular. Embora este meio não apresente a degradação, é um processo lento que leva entre 60 a 72 horas para ocorrer. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Etanol de 2ª geração As pesquisas conduzidas mostram que para ser viável será necessário o uso da hidrólise ácida combinada com o uso de solvente orgânico conhecido como (organosolv). Com a utilização combinada de ambos é possível, mesmo que em escala não industrial, completar o processo em menos de 20minutos e com um teor de açúcar adquirido entre 10% e 20% um pouco inferior ao do caldo da cana onde se obtém ente 14% e 16%. Estima-se que com o processo da hidrólise é possível ampliar a produção de etanol de uma usina em 30%, embora hajam estimativas de que o aumento possa alcançar 87%. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Principais obstáculos: . Não temos a cultura de interação entre universidade e empresas, que permita dinamizar o fluxo de pesquisa, inovação e desenvolvimento de novas tecnologias, novos produtos e processos. . Temos o domínio e liderança da tecnologia de produção de biocombustíveis de primeira geração, um programa muito competitivo e bem sucedido de etanol e motores flex. Uma vantagem que vem sendo anulada por políticas contraditórias para combustíveis, com incentivos que favorecem os fósseis e prejudicam os biocombustíveis. O Brasil precisaria investir nas tecnologias e processos para biocombustíveis de segunda geração. Investimentos em inovações nesta área, nos permitiria manter a liderança nesse mercado global que vai mudar para a segunda geração ao longo desta década. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Principais obstáculos: . O governo, ao invés de estimular, impede a comercialização, pesquisa e desenvolvimento de veículos elétricos no país. Esse é o setor que mais crescerá da indústria automotiva neste século e que será dominante no futuro. O Brasil devia estar investindo e incentivando a busca de melhores soluções para veículos elétricos de todo tipo e para todo uso, mas tem preferido bloquear a entrada desse setor. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Principais obstáculos: . O governo, ao invés de estimular, impede a comercialização, pesquisa e desenvolvimento de veículos elétricos no país. Esse é o setor que mais crescerá da indústria automotiva neste século e que será dominante no futuro. O Brasil devia estar investindo e incentivando a busca de melhores soluções para veículos elétricos de todo tipo e para todo uso, mas tem preferido bloquear a entrada desse setor. . Outro setor de energia renovável em crescimento acelerado, no qual o Brasil tem enorme potencial, e deveria estar atuando agressivamente e incentivando inovações, mas despreza e bloqueia, é o de energia solar fotovoltaica. A China investe em inovação na produção de placas fotovoltaicas de baixo custo. EUA e Europa investem na busca de novos materiais para placas fotovoltaicas e novas tecnologias, inclusive nanotecnologias, para geração solar. Aqui, nem usamos essa fonte abundante, o que dizer de incentivos à pesquisa, inovação e desenvolvimento nessa área. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Principais obstáculos: . A única política pública brasileira de promoção da energia solar fotovoltaica foi o PRODEEM (Programa para o Desenvolvimento da Energia nos Estados e Municípios), recentemente substituído pelo Programa Luz para Todos. Estes dois programas instalaram uma capacidade ínfima, com um índice de nacionalização nulo, e não foram capazes de incentivar o desenvolvimento tecnológico e industrial dessa tecnologia. . A conexão à rede de distribuição de sistemas fotovoltaicos ainda aguarda uma definição regulatória e encontra resistência das empresas concessionárias de distribuição que encaram essa possibilidade como uma “perda de mercado”. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Principais obstáculos: . O PROINFA (2004-2008) é um programa de porte pequeno (3.300 MW) se comparado às iniciativas de diversos outros países como Alemanha, EUA, França, Índia, China e Espanha. Contempla um número limitado de tecnologias (biomassa, eólica e PCH’s) e restringe a quantidade de energia contratada a um total de capacidade instalada relativamente baixo. O Brasil contratou por meio do Proinfa um total de apenas 1.400 MW em energia eólica, dos quais apenas 572 MW se encontram em operação. . Ausência de políticas públicas que incentivassem a criação de uma indústria de turbinas eólicas de grande porte no Brasil. O programa definiu uma meta mínima de equipamentos nacionais (60%) sem desenhar políticas de incentivo que possibilitassem a oferta de componentes e serviços necessários à construção dessas usinas. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Principais obstáculos: . O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (2004), que hoje define a obrigatoriedade da adição de 5% de biodiesel ao diesel mineral, tem a soja como responsável por cerca de 85% da produção total. Dessa forma, o objetivo da inclusão social a partir da agricultura familiar foi abandonado, tornando a produção nacional do biodiesel dependente da monocultura e sujeita a volatilidade dos preços no mercado internacional. Nota: Elaboração própria com base em ABRANCHES, S. – “Inovação para a sustentabilidade”, 08/09/2011. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Recomendações: . Garantia de preço ao produtor de energias renováveis através de tarifas “feed-in”. . Manutenção e ampliação dos leilões voltados exclusivamente para as tecnologias energéticas renováveis. . Criação de linhas de financiamento com juros diferenciados para o setor de energias renováveis. . Criação de subsídios diretos e incentivos fiscais para financiar projetos de energias renováveis. . Adoção de sistemas de cotas (Renewable Portfolio Standards-RPS) com o estabelecimento de um percentual mínimo de fontes renováveis para toda a energia comprada pelas empresas concessionárias. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Recomendações: . Pagamento por produção de energias renováveis, com redução do imposto devido e créditos fiscais proporcionais à quantidade de energia renovável gerada pela empresa concessionária de geração. . Definição de metas de capacidade instalada em tecnologias de energias renováveis para cada tipo de tecnologia. . Criação de incentivos à demanda por energias renováveis dirigidos aos consumidores finais de energia. . Promoção da utilização de energias renováveis em domicílios, através de incentivos fiscais e creditícios para a compra de equipamentos de geração de energias renováveis como painéis solares fotovoltaicos, equipamentos solar-térmicos e mini turbinas eólicas. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Recomendações: . Adoção do sistema de net-metering, para que os consumidores que instalarem equipamentos de geração de energia renovável em seus domicílios possam receber pela energia que geram. . Promoção da utilização de energias renováveis no setor público, para atendimento da demanda própria, com a adoção do sistema net- metering, a exemplo dos domicílios, para a redução dos gastos dos prédios públicos com energia elétrica. Nota: Elaboração própria a partir de IEDI – “Políticas para a promoção da economia verde”. In: Contribuições para uma Agenda de Desenvolvimento do Brasil, dezembro de 2010. Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE Universidade de São Paulo - USP Prof. Célio Bermann Contato: Prof. Célio Bermann Tel.: (11) 3091.2636 e-mail: cbermann@iee.usp.br OBRIGADO!!!
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