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Uma teoria da religião - Stark e Bainbridge

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Uma teoria da religião - Stark e Bainbridge
Desde o século XIX, acreditava-se que havia uma relação entre a natureza das
sociedades e a natureza dos deuses que elas reverenciavam. Em Durkheim, vemos que há
a identificação do objeto da devoção religiosa com a sociedade em si. Vemos em Marx,
Engels, Comte, Taylor, Evans Pritchard, Swanson, Underhill, Simpson e Spencer que a
cultura religiosa reflete a cultura geral de uma sociedade. Entretanto, nenhum desses
trabalhos possui um esforço de teorização. Ao examinar as sociedades e seus deuses,
devemos perguntar como ambos se desenvolveram. No primeiro capítulo ele apresenta
estruturas sociais e culturais fundamentais, e deduz, a partir de uma teoria nuclear, alguns
princípios gerais acerca da evolução social e cultural. Daí aplica esse modelo para descobrir
as origens e a evolução dos deuses. Além disso, mostra pq as pessoas acham possível
entrar em relação de troca com os deuses e quando procuram ou não essas trocas; Depois
pq os deuses tendem a crescer em alcance e diminuir em número e pq caem na dicotomia
bem/mal.
Ele concebe uma estrutura social como a rede de relações que liga os indivíduos por
trocas regulares. Na troca, ambas as partes podem se dar bem se derem algo menos
valioso do que o que estão recebendo. Comparamos os prováveis custos e recompensas
associados a diferentes linhas de ação, a opções concorrentes. A mente humana
frequentemente busca explicações sobre quais trocas levarão a recompensa desejada.
Entre as que podem lhe dar o que você deseja, somente algumas estão dispostas a fazer a
troca por um preço desejável. Os indivíduos trocam com certos parceiros mais que com
outros, dependendo das recompensas desejadas e da razão da troca percebida com
diferentes parceiros. Afirma que a maioria das recompensas buscadas pelos humanos é
consumível.
Não há recompensa permanente desejada pelos humanos, a maioria se perde antes
da vida acabar: a comida, as casas, os bens intangíveis (ex: boa vontade dos amigos)
desaparecem. Para satisfazer o desejo por recompensas consumíveis, as pessoas se
envolvem repetidamente em trocas que busquem a mesma recompensa. Diferentes
parceiros de troca trarão a mesma recompensa a custos diferentes. Os indivíduos preferem
parceiros de troca que ofereçam o melhor negócio. Pela troca ser vantajosa a ambos e a
experimentação com novos parceiros ser muito cara, os indivíduos desenvolvem padrões
fixos de troca com os mesmos parceiros. As pessoas tendem a se ater a explicações que
funcionaram razoavelmente bem no passado, por causa do alto custo de terem de testar
novas explicações, As melhores explicações com frequência chegarão a ponto de identificar
o parceiro de troca ideal. As pessoas estabelecerão parceiros de troca fixos para alcançar
determinadas recompensas. Os indivíduos se voltarão a seus parceiros de troca habituais
quando quiserem recompensas relevantes e geralmente buscarão um parceiro semelhante
quando não houver outro disponível em seu universo-padrão de trocas.
As relações com outros humanos são recompensas de alto valor. As recompensas
são distribuídas de maneira desigual e complexa entre a população: os bebês recebem tudo
de suas mães/pais, e pessoas mais desenvolvidas desejam recompensas de várias fontes.
Um único fornecedor estaria em uma posição bastante poderosa, capaz de determinar um
alto preço pelas recompensas, alcançando uma razão de troca altamente favorável. A
atração social, segundo Peter M. Blau, é um sinônimo do valor que as pessoas atribuem às
outras. Os humanos tendem a desenvolver diversas relações distintivas com outros seres
humanos, isso nos permite entender a natureza da sociedade e como ela difere da cultura.
A cultura é composta de explicações, enquanto a sociedade é composta de trocas.
Com o passar do tempo, algumas trocas são regularizadas e produzem relações sociais. As
relações provêem a sociedade uma estabilidade , assim como as explicações gerais
estruturam a cultura. As relações estáveis são o esqueleto da sociedade e a carne são as
trocas mais efêmeras. Sociedade é a estrutura de trocas sociais. Na análise de uma rede de
trocas, entende-se que, parte de uma rede está fechada, quando grande proporção das
relações de seus membros acontece com outros membros; parte de uma rede está aberta
quando grande proporção das relações de seus membros se dá com não-membros, ou
quando se encontra rodeada por uma ruptura. Uma sociedade é uma estrutura fechada de
relações sociais. A estrutura de relações sociais completa ou predominantemente fechada, é
mais que um grupo. Para ser bem fechada, ela tem que proporcionar a seus membros muito
do que eles buscam nas trocas. Deve ser uma unidade econômica. As trocas com
não-membros são feitas esporadicamente.
Ele aplica o termo "uma sociedade" a estruturas sociais significativamente fechadas.
Na teoria, o conceito descreve uma unidade que pode ser razoavelmente bem entendida
sem referência às condições exteriores a ela. Uma característica notável das sociedades é a
forte tendência a "dominar" territórios. Mesmo as sociedades mais elementares adquirem
grande parte de sua aparente coesão a partir da necessidade de defender dos invasores os
bens de seus membros, inclusive o território. Os membros podem induzir outros membros a
virem em seu socorro oferecendo recompensas imediatamente ou prometendo ajudar
quando necessário. É de interesse imediato de qualquer pessoa proteger seus parceiros de
troca, pois se os recursos de um parceiro são roubados por alguém de fora a série de trocas
acabará. Além do mais, o total de recursos possuído pelos membros de uma sociedade é
tratado como se pertencesse a toda a sociedade. Quando uma rede social é fechada, seus
membros tendem a ocupar e possuir uma área de terra particular e limitada, pois a maioria
dos recursos humanos estão vinculados à terra.
O transporte implica custo nas trocas, por isso as trocas com parceiros
próximos serão preferidas a trocas com parceiros distantes. Se não houver uma densidade
demográfica elevada, será possível mapear redes sociais diretamente na superfície
terrestre. Rupturas brutais talvez equivalham a linhas no mapa que separa geograficamente
redes totalmente fechadas. Uma sociedade cobre um território. Nesse mundo
interdependente é mais apropriado descrever um bloco de nações como uma sociedade.
Nas nações essa territorialidade é bem desenvolvida, com a posse formal de terra definida e
mantida por instituições complexas. No caso dos nômades, eles têm um território no sentido
de uma área ou caminho migratório estabelecido. Nos limites de uma rede social extensa e
fechada pode haver rupturas significativas que levam a um fechamento relativo de certas
partes da rede. Dentro de uma sociedade pode haver subsociedades.
A cultura humana é o complexo total de explicações trocadas pelos humanos. Os
humanos buscam explicações sobre como as recompensas podem ser obtidas e os custos,
evitados. Eles fazem isso pela experimentação com o meio ambiente e das trocas com
outras pessoas (aprendizado). Nessas trocas a experiência de muitos se torna
compartilhada. A tecnologia tem sua existência última dentro da mente. O software de
significados e entendimentos transforma um graveto em um hardware, como um bastão. O
que unifica a cultura é a sociedade e também porque quando duas recompensas são
somadas o resultado é também uma recompensa. Por exemplo, duas explicações podem
ser unidas para produzir uma explicação maior que é a sua soma. Explicações relacionadas
conectam-se para formar um sistema cultural. As explicações de uma religião são um
sistema cultural. A palavra sistema implica a existência de relações funcionais que amarram
as partes reunidas. Cada explicação não se completa sem as outras. Uma cultura é criada
por uma sociedade e consiste em explicações que sejam aceitas pelos membros da
sociedade. Rupturas sociais tendem a produzir rupturas culturais. As sociedades humanas
tendem a aceitar uma ampla variedade de explicações não relacionadas, e inclusive
contraditórias. Umsistema cultural capaz de atender a todas as necessidades culturais
humanas, teria que ter uma explicação sobre como todas as recompensas podem ser
obtidas.
Algumas recompensas não podem ser obtidas, sendo substituídas por
compensadores. As explicações (compensadores), prometem recompensas que não podem
ser obtidas, e por isso, são explicações que não podem ser testadas empiricamente (ao
mesmo tempo verificável e não verificável - uma contradição). Por isso seria um equívoco
identificar subcultura com subsociedade. É possível que um sistema cultural ou até uma
cultura seja possuído, em algum momento, por duas sociedades diferentes. Ele separa
certos grupos de pessoas dos produtos de sua experiência e criatividade, para examinar a
interação entre eles. Ao delinear a distinção entre cultura e sociedade, eles omitem certas
propriedades em comum encontradas na definição de sociedade e cultura e tentaram reter
os aspectos críticos desses conceitos. O princípio da avaliação exerce um papel crítico
nesse processo por meio do qual os humanos acumulam cultura: o que funciona ou parece
funcionar será repetido. A cultura será filtrada com base na percepção de sua eficácia em
produzir recompensas desejadas, assim só certos tipos de padrão cultural terão
probabilidade de serem retidos. Mesmo que seja uma falsa suposição, enquanto ela parecer
produtiva, esta guia a ação. Quanto maior o número e a diversidade de trocas ocorridas ao
longo do tempo, mais complexa e aparentemente mais recompensadora a cultura vai se
tornar. Complexidade é o número, alcance e detalhamento das explicações e a quantidade
de tecnologia. À medida que uma sociedade cresce e perdura, terá uma cultura
progressivamente mais complexa. O acúmulo de cultura é possível quando as explicações
são inventadas mais rapidamente do que esquecidas. As boas invenções aumentam a
riqueza e o número de seres humanos (que contribuem para o aumento da cultura). A
invenção da escrita e o crescimento populacional permite que mais ideias sejam lembradas
por alguém e ocasionalmente compartilhadas com o grupo por meio das trocas. Mais
pessoas significa que um número maior de trocas ocorrerá na sociedade.
Sociedades tecnicamente estáticas podem resultar do tamanho e localização
geográfica, ou de fatores sociais que retardam o progresso, como a tirania e a escravidão,
que impedem as pessoas de considerar novos procedimentos tecnicos (explicações),
avalia-los para implementação de procedimentos mais eficazes. As sociedades, assim como
os indivíduos, alcançarão recompensas progressivamente maiores, com explicações mais
eficazes, quando o mercado de interação estiver livre para funcionar à vontade. Quanto mais
complexa a cultura, menor a porção dela que poderá ser controlada por um único indivíduo.
Por isso, os membros adultos de uma sociedade intercambiam cultura e assim o grau de
especialização cultural aumentará.
O núcleo de especialização cultural é sem dúvida a tendência das pessoas a se
sustentarem por meio da especialização em determinadas tarefas de grande importância
para a sobrevivência do grupo (divisão de trabalho). Mesmo entre os grupos mais simples
de agricultores e caçadores, as tarefas essenciais tendem a ser divididas de acordo com o
sexo e a idade. As pessoas intercambiam cultura o tempo todo, de maneira que esclarecem
a noção de divisão de trabalho. A divisão de trabalho e a especialização cultural fluem, em
parte, pela complexidade e dispersão dos recursos naturais na terra. Quem mora no mar
tem mais chance de se tornar um velejador, assim como os mineiros nas colinas. a
distribuição desigual dos recursos significativos, incluindo o poder, estimulará a
diferenciação cultural. Conforme as sociedades com uma cultura relativamente complexa
crescem, inúmeros indivíduos compartilharão determinada especialização cultural. Conforme
se desenvolvem grupos de pessoas especializadas em prover alguma especialização
cultural importante, eles formam conjuntos distintivos dentro das sociedades, podendo
facilmente serem diferenciados de acordo com suas atividades. A cultura humana evolui
para encontrar explicações que ofereçam mais e custam menos. Se um conjunto de
explicações foi acumulado de modo a prover inúmeras recompensas (a,b,c,d ...), e uma
nova explicação conseguiu juntar todas as outras explicações, reduzindo os custos para
obter o conjunto completo de recompensas, essa nova explicação será preservada, e
englobará as explicações em um sistema cultural.
As explicações culturais evoluem para sistemas culturais, dependendo da descoberta
de explicações que se provem capazes de unir as sub-explicações relevantes. As
especializações culturais tendem a ser divididas através das linhas que dividem os sistemas
culturais. Religião refere-se a sistemas de compensadores gerais baseados em suposições
sobrenaturais. Sendo uma especialização cultural, esta tende a evoluir de uma coleção de
explicações religiosas para um sistema cultural, tornando-se assim, uma religião. A
emergência de organizações religiosas formais acelera a diferenciação de um sistema
cultural religioso. Pessoas poderosas frequentemente buscam o monopólio de uma
recompensa no mercado, para possuí-la ou vendê-la aos outros por um alto preço. Mas
nenhum indivíduo consegue monopolizar todas as recompensas, por isso os indivíduos vão
se especializar em fornecer recompensas a custos mais baixos, mas suficientemente altos
para garantir um bom lucro.
Se a sociedade progride para um tamanho e complexidade maiores, a divisão do
trabalho será aplicada não somente a indivíduos e categorias de indivíduos, mas também a
redes e grupos. Estruturas complexas emergem quando os fornecedores individuais
desenvolvem relações de troca para obter os componentes das recompensas que vão
vender a seus clientes. O desejo de organizar o poder social para alcançar o monopólio é
uma fonte de organização social; e o monopólio é uma recompensa bastante geral.
Organizações sociais são empresas coletivas que se especializam em prover algum tipo de
recompensa específica. A religião exige uma divisão do trabalho entre os fornecedores. Para
ter um compensador de qualidade para vender, eles devem se conectar a um sistema de
distribuidores que sustente uma tradição religiosa que proporcione a distribuição destes
compensadores. Nossa relação com uma organização formal pode ser conceituada como
uma estrutura hierárquica de explicações e avaliações relacionadas, que vão além das
trocas particulares e que são equivalentes a um conjunto complexo de relações de tipos e
valores variados.
Quando há várias culturas (ou subculturas) distintas dentro de uma sociedade, a
diversidade de trocas culturais amplia-se, tornando cada cultura distinta mais complexa. O
princípio de difusão cultural aplica-se tanto dentro como entre sociedades, sendo que por
causa da maior frequência de trocas, a difusão é mais rápida entre as culturas contidas na
mesma sociedade. O cosmopolitismo tipicamente pode ocorrer quando as sociedades se
expandem e anexam outras sociedades e suas culturas distintas. Mas também pode
acontecer por conta da imigração, ou do crescimento das sociedades e que depois forma
subculturas baseadas em fundamentos regionais, de classe, ou ocupação, que promovem
interação e conflito.
Algumas especializações culturais produzirão mais poder que outras, pois algumas
recompensas são mais valiosas que outras. Essa especialização e diferenciação culturais
aumentam a estratificação nas sociedades até o surgimento de classes (grupo de pessoas
com um grau semelhante de controle sobre suas razões de troca com outros grupos). A
promessa de vida após a morte pode ser trocada por riquezas e servir como fonte de maior
controle sobre as razões de troca (poder). Altas razões de troca podem prevalecer sem
nenhuma coerção. Quando a troca é voluntária, está no nível do valor de mercado. Desde
que as necessidades/desejos de cada negociador interessados na recompensa do outro
entre na troca. A coerção ocorre quando um negociador não está livre pararecusar o
negócio. Infligir custos desproporcionais à maioria das recompensas disponíveis é coerção.
Uma troca é coercitiva quando é iniciada por uma ameaça feita pela parte com quem se
deve fazer a troca (que tem a vontade e os recursos para explorar parceiros de troca menos
poderosos). A coerção pode ser definida por suas consequências, onde uma das partes não
têm lucro, e outra, sim. Os meios de coerção são o conhecimento, as capacidades e as
tecnologias que podem infligir custos insuportáveis ao organismo humano. O Estado é o
monopólio dos meios culturais de coerção por parte de um grupo de especialistas
diferenciados. Os que monopolizam o uso da coerção formam a elite política. Um estado
repressivo existe quando a elite política usa seu monopólio sobre os meios culturais de
coerção para impor razões de troca abaixo do valor de mercado aos membros da sociedade
que não são da elite. O uso organizado da coerção proporciona uma ruptura social entre
aqueles controlados por um Estado e os controlados por uma sociedade sem este. O Estado
amplia as tendências à territorialidade e é altamente adaptável às sociedades. O
crescimento, duração e diferenciação das sociedades levam a emergência do Estado.
colar o que ta nas notas
Para que uma troca seja possível, alguns dos desejos dos deuses devem dizer
respeito aos humanos, e deve ser possível aos seres humanos recompensar os deuses,
com recompensas materiais, psíquicas e comportamentais. Os deuses são buscados como
parceiros de troca que proporcionam as melhores recompensas; parceiros de troca sempre
esperam algo em troca do que dão. Entre os antropólogos há um consenso de que a religião
é um padrão de interação (ou troca) entre humanos e deuses. Spiro (1996) diz que
quaisquer seres que, segundo se acredita, possuem mais poder do que o homem, que
podem fazer tanto o bem quanto o mal no homem, e cujas relações com o homem podem,
ser influenciadas por atividades que, alcançam, incorporam ou são consistentes com a
vontade ou desejos dos seres super-humanos. Logicamente, os deuses podem desejar tudo
o que os humanos tem pra dar: recompensas materiais como alimento, ouro e até a vida
humana. Além disso, podem desejar recompensas psíquicas, como a adoração, submissão
e outras formas de afeto e que os seres humanos se comportem de diversas maneiras,
como recursos para realizar propósitos divinos. Sociologicamente, certos humanos
assumem o papel de intermediário dos deuses e podem se beneficiar das recompensas
oferecidas pelas pessoas aos deuses.
Os deuses desfrutam de altas razões de troca. A taxa de admissão ao paraíso pode
ser a humilhante submissão à vontade de deus e uma grande quantidade de abnegação.
Além de ser um relacionamento caro, o processo pode ser lento. Explicações baseadas em
suposições sobrenaturais tendem a oferecer compensadores que se concretizam como
recompensa somente num futuro distante ou em algum contexto inverificável, as pessoas
não fazem trocas com os deuses quando tiver uma alternativa mais barata ou eficaz
disponível. Se o problema é jardinagem, ele não substitui o trabalho pela magia. O agricultor
primitivo só usa a magia para controlar o tempo, ou impedir que enxames devorem sua
plantação (frustra seus esforços e ultrapassa seu conhecimento). Nossa teoria concebe a
religião como uma atividade racional humana, e não como um rompante dos impulsos
profundos e irracionais. os ritos religiosos dos povos primitivos foram submetidos a tanto
pensamento e esforço criativo quanto os envolvidos em suas técnicas de jardinagem. Um
sistema religioso é um sistema que consiste em um conjunto de sugestões,
explícitas/implícitas a respeito de aspectos específicos do mundo que se afirma serem
verdadeiros. Muitas dessas sugestões, quando transmitidas a atores, evocam seu
consentimento pois eles gostariam que fossem verdadeiras. Outras evocam o
consentimento apesar de eles preferirem que não fossem verdadeiras. As crenças
agradáveis e desagradáveis continuam a ser sustentadas pois, não tendo outras
explicações, elas servem para descrever, dar sentido a, e estruturar fenômenos outrora
inexplicáveis, sem sentido e desestruturados. São vistas como verdadeiras pois sem
crenças concorrentes e nem evidencia que as desmascare, não há razão para achar que
são falsas.
Sobrenatural refere-se a forças além da ou exteriores à natureza que podem
suspender, alterar ou ignorar as forças físicas, os seres humanos tenderão a conceituar
como deuses as fontes sobrenaturais de recompensas e custos. Deuses são seres
sobrenaturais que têm os atributos da consciência e do desejo.
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