Prévia do material em texto
Resumo: Mecanismo de ação dos antimicóticos ou antifúngicos • Os antifúngicos surgiram muito mais tarde do que as drogas antibacterianas. Pelo fato das células fúngicas serem eucarióticas, assim como as células do hospedeiro humano, muitas drogas antifúngicas causam ações prejudiciais também nas células do hospedeiro, o que pode levar a efeitos colaterais durante a terapia antifúngica. Contudo, há esforços consideráveis para a busca de agentes antifúngicos que sejam mais específicos em sua ação, tendo uma maior segurança para o hospedeiro humano (SIDRIM, 2012). Griseofulvina • A griseofulvina é uma droga antifúngica, sem atividade antibacteriana e com potencial anti-inflamatório. Ela é isolada do Penicillium griseofulvum e sua aplicação clínica foi possível em 1958, depois da investigação de sua eficácia. O mecanismo de ação desta droga antifúngica ocorre através da penetração da mesma na célula fúngica, em um processo dependente de energia. No núcleo da célula, a droga interage com os microtúbulos, desfazendo o fuso mitótico e, dessa maneira, inibindo o processo de multiplicação da célula fúngica. A griseofulvina se distribui bem nos tecidos queratinizados, como é o caso de unhas, pelos e pele. Por esse modo, a griseofulvina é uma das drogas de escolha para o tratamento das dermatofitoses. Essa droga antifúngica mostra atividade fungistática contra espécies de fungos dos gêneros Epidermophyton, Microsporum e Trichophyton (SIDRIM, 2012). Derivados poliênicos • Os derivados poliênicos, como a anfotericina B e a nistatina, possuem ação primária relacionada à alteração da permeabilidade da membrana celular fúngica. A anfotericina B é produzida a partir do actinomiceto Streptomyces nodosus, e tem sido utilizado no tratamento das micoses profundas, podendo também ser utilizado associado a outros agentes antifúngicos. O sinergismo apresentado entre a anfotericina B e a flucitosina, quando utilizadas conjuntamente, permite que a administração da anfotericina B seja diminuída e, assim, ocorra uma diminuição de seus efeitos colaterais, sem haver prejuízo na resposta terapêutica (SIDRIM, 2012). Derivados poliênicos • Já a nistatina é isolada do Streptomyces noursei e possui estrutura farmacodinâmica e molecular semelhante à anfotericina B, apresentando predominante atividade antifúngica contra diversas espécies de Candida (SIDRIM, 2012). • Os derivados poliênicos atuam ligando-se ao ergosterol que está presente na membrana da célula fúngica, o que promove a produção de poros e/ou canais que levam ao aumento da permeabilidade da membrana e, consequentemente, em uma grande perda de moléculas pequenas e eletrólitos do meio intracelular, como o potássio, o que leva à alteração da homeostase da célula fúngica e, consequentemente, à morte celular (SIDRIM, 2012). Flucitosina • A flucitosina (5-FC) é um agente antifúngico utilizado em um estreito espectro de infecções fúngicas, geralmente sendo utilizada em combinação com a anfotericina B para o tratamento de algumas micoses profundas, como as causadas por espécies de Candida e por Cryptococcus neoformans. Este antifúngico penetra na célula fúngica por meio de uma enzima citosina-permease específica, denominada citosina-desaminase, que não é encontrada em células de mamíferos. Após a penetração, a flucitosina é convertida em 5- fluorouracil, que é um antimetabólito que atua inibindo a enzima timidilato-sintase e, desse modo, inibe a síntese de DNA. A flucitosina é bastante utilizada com a anfotericina B por agirem em sinergismo, pois a anfotericina B afeta a permeabilidade celular, permitindo que ocorra uma maior penetração e distribuição da flucitosina no interior da célula fúngica (SIDRIM, 2012) Derivados azólicos • Os derivados azólicos são um grupo de compostos sintéticos que apresentam estruturas semelhantes e amplo espectro de atividade antifúngica. Exemplos de derivados azólicos são o miconazol, clotrimazol, econazol, bifonazol, tioconazol, isoconazol, sertaconazol, oxiconazol, terconazol, cetoconazol, itraconazol e fluconazol. Os antifúngicos derivados azólicos interferem na síntese do ergosterol, realizando o bloqueio da enzima 14-α-demetilase, que está presente no citocromo P-450 da célula fúngica e, desse modo, impede a demetilação do precursor lanosterol em ergosterol. Assim, os derivados azólicos alteram a função da membrana celular e aumentam a sua permeabilidade. Ao agirem sinergicamente com a flucitosina, os derivados azólicos têm a sua penetração na célula fúngica facilitada (SIDRIM, 2012). Alilaminas • As alilaminas são antifúngicos inibidores da biossíntese de ergosterol, sendo representados pela terbinafina e naftifina. Estes antifúngicos agem inibindo a enzima esqualeno epoxidase e, dessa maneira, bloqueiam uma etapa precoce da biossíntese do ergosterol, além de provocarem um acúmulo tóxico de esqualeno na parede da célula fúngica, resultando na morte celular. Este mecanismo de ação é considerado específico, pois não há interferência sobre outras enzimas que estão envolvidas na biossíntese do ergosterol (SIDRIM, 2012). Derivados morfolínicos • Os derivados morfolínicos agem através da inibição da biossíntese do esteróide fúngico, o ergosterol, promovendo o bloqueio de dois processos enzimáticos sucessivos. A inibição pelos derivados morfolínicos é na ação das enzimas 14Δ- redutase e 7Δ-8Δ-isomerase, sendo, desse modo, capazes de induzir a um drástico efeito sobre o metabolismo da célula fúngica, apresentando uma potente atividade fungicida. Um exemplo de antifúngico em uso deste grupo é a amorolfina (SIDRIM, 2012). Slide 1: Resumo: Mecanismo de ação dos antimicóticos ou antifúngicos Slide 2: Griseofulvina Slide 3: Derivados poliênicos Slide 4: Derivados poliênicos Slide 5: Flucitosina Slide 6: Derivados azólicos Slide 7: Alilaminas Slide 8: Derivados morfolínicos