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Literatura Infantojuvenil 
Margarete Louzano
AULA 05 – Tipologia: 
Fábulas e Apólogos 
Fábulas
Segundo Hênio Tavares, a Fábula “foi entre os antigos
uma espécie de forma quase sempre em versos. A
partir do Romantismo a prosa começou a ser sua
forma mais comum.(...) a fábula de modo geral
apresenta duas características:
a) Ter por assunto a vida dos animais;
b) Ter por finalidade uma lição moral.”
Nesse sentido entendemos, a grosso modo, as fábulas
na atualidade: apresentam fundo moral e suas
personagens são animais. Este autor, nos apresenta
em sua Teoria Literária possibilidades mais amplas e
nos remete a olhares mais apurados.
“Por vezes as personagens não são apenas animais,
mas entidades personificadas, como o Tempo, as
Estações, o Sol, o Rio, as Ninfas, o Amor. Assume
então a fábula, uma significação mais ampla,
confundindo-se com a ficção pura, no âmbito do
inverossímil. Destarte, todos os mitos e lendas podem
ser tomados como fábulas, tais como aqueles que
constituem o magnífico repertório da mitologia
clássica antiga. Nesse sentido traduz todo o
significado alegórico da vida.” (TAVARES, 1984,
p.124)
“Fábula provem de fabla, isto é, falar. É o mesmo que
narrar ou fabular contos e lendas. É uma pequena
narração de acontecimentos fictícios que tem dupla
finalidade: instruir e divertir. (...) devem ser escritas
em estilo simples e fácil; os diálogos devem ser
apropriados aos caracteres e à situação das
personagens.”(GÓES, 1984, p.144)
Origens da Fábula
“...é sabido que Esopo a transladou do oriente para a
Grécia, assim como Fedro a levou para Roma.”
(GÓES, 1984, p. 145)
Lembrando que Esopo nasceu e viveu por volta de
620/560 a.C. e Fedro, que adaptou várias das fábulas
de Esopo, cerca de três séculos depois, 330 a. C.
Atualmente, as versões das quais temos contato são
originárias de uma nova versão por La Fontaine e
outros autores que as reuniram por volta dos séculos
XVII e XVIII, quando do surgimento ‘oficial’ do livro
infantil, na França.
“(...) a fábula (...) considerada como uma das formas
simbólicas aparecidas naturalmente, consequência do
desenvolvimento histórico da ideia de arte, sendo o
Oriente o seu berço, como o foi o do conto e do mito.
(...) Na nossa américa, o povo anônimo é dono de
vastíssimo folclore animalista com personagens tão
importantes (...) capaz de caracterizar toda época do
nosso picaresco.” (GÒES, 1984 p.145)
Posto isto, encontramos razões para dizer que Góes
(1984), também defende a tese de Tavares (1984)
quanto a relação da fábula com as lendas e os mitos.
Estrutura da Fábula 
As fábulas apresentam estruturas próximas às do conto, 
porém mais simplificadas e mais concisas. É obrigatório 
que seu fechamento venha acompanhado da mensagem 
de moral substituindo o final feliz. As personagens nem 
sempre se dão bem, são exemplos para ‘educar’.
• Apresentação (contexto inicial);
• Desenvolvimento (problema e tentativa de solução);
• Desfecho: (resultado final);
• Clímax: (moral);
Observa-se que o Clímax, apresenta-se com a moral.
Elementos e Características da Fábula
Apresenta elementos da narrativa (narrador, enredo, 
personagens, espaço e tempo)
• Narrativa: curta, normalmente acompanhada de 
diálogo, em que o narrador apresenta-se em 3ª 
pessoa;
• Personagens: poucos, geralmente, animais;
• Espaço: típico da vida animal ou humana (floresta, 
casa);
• Tempo: normalmente indeterminado;
• Ação: traz uma reflexão;
• Desfecho: traz uma moral.
Exemplo de fábula: O lobo e a cabra (Esopo)
Um lobo viu uma cabra pastando em cima de um rochedo
escarpado e, como não tinha condições de subir até lá,
resolveu convencer a cabra a vir mais para baixo.
– Minha senhora, que perigo! – disse ele numa voz
amistosa. – Não seja imprudente, desça daí! Aqui embaixo
está cheio de comida, uma comida muito mais gostosa.
Mas a cabra conhecia os truques do esperto lobo.
– Para o senhor, tanto faz se a relva que eu como é boa ou
ruim! O que o senhor quer é me comer!
Moral: Cuidado quando um inimigo dá um conselho amigo.
Exemplo de fábula: O leão e o ratinho (Esopo)
Um leão, cansado de tanto caçar, dormia espichado debaixo da
sombra boa de uma árvore. Vieram uns ratinhos passear em
cima dele e ele acordou. Todos conseguiram fugir, menos um,
que o leão prendeu debaixo da pata. Tanto o ratinho pediu e
implorou que o leão desistiu de esmagá-lo e deixou que fosse
embora.
Algum tempo depois o leão ficou preso na rede de uns
caçadores. Não conseguindo se soltar, fazia a floresta inteira
tremer com seus urros de raiva.
Nisso apareceu o ratinho, e com seus dentes afiados roeu as
cordas e soltou o leão.
Moral: Uma boa ação ganha outra.
Apólogo
Apólogo é uma narrativa que busca ilustrar lições
de sabedoria ou ética, através do uso de personagens
inanimados com personalidades diversas. Temos como
exemplos, os clássicos apólogos de Esopo e de La
Fontaine. Serve como texto moralizante, como as
fábulas, porém, não é explicito na narrativa do
apólogo.
É comumente confundido com a fábula, que é focada
nas personagens que são animais com características
humanas (falam, usam roupas, tocam instrumentos,
etc.). No apólogo estas características são atribuídas a
objetos (móveis, utensílios, roupas, agulhas, etc.)
“Tal como a fábula, é uma breve narrativa de sentido
alegórico e moral, marcada pela presença dominante
da prosopopeia (...) Muitos autores chegam mesmo a
fundir as duas espécies em um único subgênero. O que
distingue o apólogo da fábula serão os personagens,
conforme alguns autores; no apólogo as figuras são
inanimadas, ao passo que na fábula serão estes
animados.” (TAVARES, 1984, p. 124)
Elementos e Características do Apólogo
Assim como as Fábulas, o Apólogo apresenta elementos 
da narrativa como narrador, enredo, personagens, espaço 
e tempo. 
• Narrativa: curta, normalmente acompanhada de 
diálogo entre as personagens;
• Personagens: poucas, normalmente objetos, por vezes 
animais.;
• Espaço: típico da vida humana (casa, escola, lojas);
• Tempo: normalmente indeterminado;
• Ação e desfecho: traz reflexão traz moral implícita.
Estrutura do Apólogo
O Apólogo apresenta estrutura quase idêntica à Fábula.
A diferença é bem sutil e refere-se especificamente às
personagens, que deixam de ser apenas animais e passam
aos objetos inanimados. O clímax se dá com o desfecho
e a mensagem de moral pode existir ou não, contudo se
existir será de forma implícita, permitindo ao leitor
ouvinte que tire suas conclusões.
Temos no Apólogo:
• Apresentação (contexto inicial);
• Desenvolvimento (problema e tentativa de solução);
• Clímax e Desfecho ( resultado final ).
Na Literatura Brasileira, os principais autores que se
dedicaram ao gênero são: D. Francisco Manuel de
Melo (Apólogos Dialogais, 1721); João Vicente
Pimentel Maldonado (Apólogos, 1820); Machado de
Assis (Um Apólogo, integrante do volume Várias
Histórias, de 1896); e Coelho Neto (Apólogos, 1904).
O Famoso Apólogo de Machado de Assis: Um 
Apólogo
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de
linha:
- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda
enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste
mundo?
- Deixe-me, senhora.
- Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo
que está com um ar insuportável? Repito que sim, e
falarei sempre que me der na cabeça.
- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é
agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o
meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu.
Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
- Mas você é orgulhosa.
- Decerto que sou.
- Mas por quê?
- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de
nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
- Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose?
Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu?
- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo
um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou
adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo
ao que eu faço e mando...
- Também os batedores vão adiante do imperador.
- Você é imperador?- Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um
papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o
caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo.
- Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da
baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa
de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para
não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do
pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha
na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das
sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os
galgos de Diana - para dar a isto uma cor poética. E
dizia a agulha:
- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há
pouco? Não repara que esta distinta costureira só se
importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos
dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima.
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto
pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa
como quem sabe o que faz, e não está para ouvir
palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava
resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo
silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que
o plic-plic plic-plic da agulha no pano.
Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia
seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até que no
quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. Veio a
noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira,
que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no
corpinho, para dar algum ponto necessário. E quando
compunha o vestido da bela dama, e puxava a um lado
ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando,
abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da
agulha, perguntou-lhe:
- Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no
corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da
elegância? Quem é que vai dançar com ministros e
diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da
costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?
Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete,
de cabeça grande e não menor experiência, murmurou
à pobre agulha:
- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho
para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí
ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não
abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que
me disse, abanando a cabeça: - Também eu tenho
servido de agulha a muita linha ordinária!
(Machado de Assis)
Neste Apólogo fica clara a mensagem de
‘ensinamento’, porém não explícita, como nas fábulas.
Referências Bibliográficas
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. 22
ed. Paz e terra, 2007.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil. São
Paulo: Ed. Moderna, 2000.
_________ Panorama histórico da literatura
infantil/juvenil: das origens indo européias ao Brasil
contemporâneo. 4 ed. Ática, 1991.
___________ A Literatura Infantil - Teoria , Análise, 
Didática. São Paulo : Ática, 1991.
__________. Literatura: arte, conhecimento e vida. 
São Paulo. Peirópolis, 2000.
Referências Bibliográficas
__________. O conto de Fadas: símbolos mitos 
arquétipos. São Paulo, DCI, 2003.
COLOMER, Teresa. A formação do leitor literário: 
narrativa infantil e juvenil atual. São Paulo. Global, 
2003.
CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura Infantil 
Teoria e Prática. São Paulo. Àtica, 2004 
GÓES, Lucia Pimentel. Introdução à Literatura Infantil 
e Juvenil. São Paulo, Pioneira, 1984.
Referências Bibliográficas
SOSA, Jesualdo. A Literatura Infantil. São Paulo:
Cultrix, 1978.
TAVARES, Hênio. Teoria Literária. Belo Horizonte.
Itatiaia, 8ª edição, 1984.
ZILBERMAN, Regina. A Literatura Infantil na
Escola. São Paulo; Global Ed., 6ª ed. 1987.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Esopo

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