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Apostila do curso de Direito Preparação OAB BY JULIANE LIMA @_JULIANESLIMA RESUMO DIGITAL <<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> • ↝ Sanção Penal = É a coação ou a resposta do Estado imposta àqueles que violam as normas penais incriminadoras → É a sanção imposta pelo Estado ao condenado pela prática de infração penal, que consiste na privação ou restrição de determinados bens jurídicos do agente. (CULPABILIDADE); → É a sanção imposta pelo Estado ao agente não imputável, pela violação da norma penal incriminadora, com finalidade exclusivamente preventiva. Pode ser imposta, ainda, ao semi-imputável. (PERICULOSIDADE). • ↝ Teoria Absoluta ou da Retribuição: a finalidade da pena é a punição do agente ↝ Teoria Relativa, finalista, utilitária ou da Prevenção: a pena é um meio para se alcançarem determinados resultados. • → ↝ Negativa: a pena deve coagir toda a sociedade de maneira psicológica ↝ Positiva: objetiva demonstrar à sociedade a eficácia da lei • → ↝ Negativa: objetiva evitar que o agente volte a cometer crimes (neutralização – evitar a reincidência) ↝ Positiva: objetiva a eficácia da lei e que o agente se reeduque/ não pratique crimes • ↝ Objetiva a punição do agente de forma concomitante a coibição da prática de crimes (por meio da ressocialização e da intimidação) • ↝ Retributiva e Preventiva: - Art. 59 do CP: “O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:” ↝ Ré educativa: - Art. 1º da LEP: “A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.” • ↝ Teoria Negativa ou Agnóstica da pena: como o próprio nome demonstra, essa concepção entende que, na grande maioria das vezes, a pena não é capaz de cumprir nenhuma das funções que lhe são atribuídas, além do fato de não serem funções não declaradas, que causam efeitos diversos daqueles desejados, nos termos da lição de Robert K. Merton). ↝ Teoria Correcionalista: a pena tem como função a correção ou melhora do indivíduo. • ↝ Condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico. São normas jurídicas • ↝ Determina que as penas se submetam a reserva legal e a anterioridade ↝ Art. 5º, inciso XXXIX da CF/88 ↝ Art. 1º do CP • ↝ A pena já deve estar prevista, em lei, ao tempo do crime, para que possa ser aplicada ao agente. “[....] Não há pena sem prévia cominação legal.” • ↝ Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, exceto até o limite do valor do espólio aos herdeiros em caso de obrigação de reparar o dano e de decretação do perdimento de bens ↝ Art. 5º, inciso XLV da CF/88 • ↝ A pena deve ser individualizada para cada caso, não podendo o legislador estabelecer uma sanção penal para todos que cometerem determinado crime, nem padronizar a forma de execução. ↝ Art. 59, incisos I, II, III e IV do CP. • ↝ A pena deve obrigatoriamente ser aplicada, se for cometido um crime ou uma contravenção penal Exceções: Perdão judicial, transação penal são exemplos • ↝ Refere-se à necessidade que as penas observem a legitimidade do fim a que elas visam, à legitimidade da sua forma de aplicação e sua dosimetria, a necessidade das penas, a sua adequação e a proporcionalidade estrita ou ponderação. ↝ Art. 59, incisos I a IV do CP • ↝ Consiste na vedação a que o legislador adote sanções penais violadoras da dignidade da pessoa humana, atingindo de forma desnecessária a incolumidade físico-psíquica do agente. ↝ Art. 5º, incisos I I I e XLVII da CF/88 <<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> • ↝ Art. 5º, inciso XLVII da CF/88: • “Não haverá penas de morte, salvo em caso de guerra declarada nos termos do art. 84, XIX:” Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: [...] XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; • Art. 75 do CP: O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40 (quarenta) anos. *Art. 75 do CP tem a ver com a lei penal do tempo pois quem cometeu crimes antes de janeiro de 2020, poderá cumprir pena até 30 anos, com o pacote anticrime, a pessoa que cometeu crime após janeiro de 2020, poderá cumprir pena de até 40 anos. *Pacote Anticrime: Lei 13.964/2019 Art. 10. da Lei das Contravenções penais: A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser superior a cinco anos, nem a importância de as multas ultrapassar cinquenta contos. • ↝ Distingue-se, do trabalho forçado, a prestação de serviços à comunidade, pena alternativa, ou seja, pena restritiva de direitos aplicada em substituição à pena privativa de liberdade. Pois, a prestação de serviços não é forçada, mas sim um benefício para o preso. Caso não cumpridas as horas a que foi condenado, o executado deverá cumprir a pena privativa de liberdade imposta originariamente e substituída pelo juiz. ↝ Lei de Execução Penal -----------> Art. 6º, 31, 39, 50 • ↝ O banimento é o ato de expulsar um brasileiro do território nacional, levando-o a viver no estrangeiro (perda da cidadania). ↝ Art. 52 do Código Penal do Império: “A pena de desterro, quando outra declaração não houver, obrigará os réos a sahir dos termos dos lugares do delicto, da sua principal residencia, e da principal residencia do offendido, e a não entrar em algum delles, durante o tempo marcado na sentença.” • ↝ Decorre do princípio da humanidade. Esta vedação é mais genérica, pois envolve, de modo mais amplo, todas as penas que sejam dotadas de crueldade. Pode ser considerada cruel, por exemplo, a determinação de amputação de um membro do corpo do condenado. • ↝Art. 5º, inciso XLVI da CF/88 ↝Art. 32 do CP: As penas são: I - Privativas de liberdade; II - Restritivas de direitos; III - de multa. • : ↝ Utilizada para crimes mais graves: a) Homicídio simples Art. 121. Matar alguém: Pena – reclusão, de seis vinte anos. b) Furto Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena – reclusão, de um a quatro anos e multa. c) Injúria: Art. 140 – injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: Pena – reclusão, de um a três anos e multa. <<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> • ↝ Utilizada para crimes menos graves a) Lesão corporal: Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena – detenção, de três meses a um ano. b) Dano: Art. 163 – destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. • ↝ Contravenções penais: Art. 42 LEP: Perturbar alguém o trabalho ou o sossego alheio: I – com gritaria ou algazarra; II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais; III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos; IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a guarda: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. • ↝ PRISÃO SIMPLES: ↝ RECLUSÃO E DETENÇÃO: • RECLUSÃO: Art. 33 do CP - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. [...] DETENÇÃO: Art. 33 do CP – [...] A de detenção,em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. PRISÃO SIMPLES: Art. 6º da Lei de Contravenções: A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime semiaberto ou aberto. • - Ler artigos: 91 e 92 do CP que trata sobre os efeitos genéricos e específicos da condenação • • INFRAÇÃO QUE IMPÕE RECLUSÃO: Medida de segurança detentiva que representa a internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. Obs.: a Resolução nº 113 do CNJ, no art. 17, determina que deve ser buscada, sempre que possível, a implementação de medidas antimanicomiais. INGRAÇÃO QUE IMPÕE DETENÇÃO: Medida de segurança restritiva, no caso, tratamento ambulatorial. • RECLUSÃO DETENÇÃO PRISÃO SIMPLES - Concurso Material: Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. - Concurso de Infrações: Art. 76 - No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena mais grave. • FECHADO SEMIABERTO ABERTO *Do mais grave ao mais leve *É um sistema progressivo do cumprimento de pena - Regressão (de baixo para cima): do aberto para o semiaberto ou fechado; - Progressão (de cima para baixo): do fechado para o semiaberto e depois, aberto. 0bs.: Um regime poderá regredir do aberto diretamente para o fechado. Mas não poderá progredir do fechado diretamente para o aberto. PARA NÃO ESQUECER!!! Art. 33 do CP: A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado • º ↝ Regime fechado: a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; *Também é possível o regime fechado em pena de detenção somente em caso de regressão de pena, por falta disciplinar, quando regride de aberto para fechado <<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> ↝ Regime semiaberto: a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; ↝ Regime aberto: a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. (podendo ser prisão domiciliar) Obs.: A casa de albergado também abriga quem cumpre a limitação de fim de semana (pena restritiva de direito) • Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação para individualização da execução. § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno. § 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena. § 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas. *Quem cumpre pena em regime fechado não tem direito de frequentar cursos, quer de instrução, quer profissionalizantes. (BITENCOURT, 2021, p. 838) *Em condenações a penas prisionais não superiores a quatro anos, só excepcionalmente se justifica a aplicação do regime fechado, isto é, somente quando as circunstâncias judiciais a recomendarem. ↝ Súmula 269 do STJ: “é admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais” • - Regras: Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o cumprimento da pena em regime semiaberto (EXAME CRIMINOLÓGICO). § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. § 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a frequência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. ↝ A execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; ↝ Não há previsão para o isolamento durante o repouso noturno; ↝ É possível a concessão do benefício da saída temporária – 7 dias sem vigilância • ↝ Baseia-se na autodisciplina e no senso de responsabilidade do apenado; ↝ O condenado só permanecerá recolhido (em casa de albergado ou em estabelecimento adequado) durante o repouso noturno e nos dias de folga; ↝ Na prática, em face da ausência de casas de albergado ou estabelecimento, os apenados do regime aberto cumprem suas penas em prisão domiciliar. REGRAS DO REGIME ABERTO: Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. § 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. § 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo não pagar a multa cumulativamente aplicada. • § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. *A questão da não reincidência é relativizada, a depender das circunstâncias do caso na dosimetria. - Súmula 269 do STJ: “é admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais” • Art. 117 da LEP: Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de: I - condenado maior de 70 (setenta) anos; II - condenado acometido de doença grave; <<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; IV - condenada gestante. - A “I Jornada de Direito e Processo Penal”, em seu 20º enunciado conclui que: “É possível, em situações excepcionais, a aplicação da prisão domiciliar humanitária, prevista no art. 117 da Lei n. 7.210/84, também aos condenados em cumprimento de regime fechado e semiaberto”. - A Súmula Vinculante 56, com o seguinte verbete: “A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS”. • *Antes da Lei 11.464/2007, havia a proibição legal de progressão de regime para os delitos hediondos e equiparados (“A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em regime fechado”), o que foi considerado inconstitucional pelo STF. - Súmula Vinculante 26: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico. * Art. 112 § 3º da LEP: Ler! - Após a vigência do pacote anticrime: Art. 112. A pena privativa de liberdade será executadaem forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário; *Continuar lendo Art. 112, inciso VI e continuação.... ↝ o juiz também analisará o mérito do condenado, por meio do seu atestado de comportamento carcerário, em que consta se houve o cometimento de faltas por ele. Além disso, a jurisprudência tem admitido que se determine, fundamentadamente, a realização de exame criminológico para tal fim. ↝ não há mais necessidade, para a progressão de regime, do parecer da Comissão Técnica de Classificação ou do Exame Criminológico. - Súmula 534 do STJ: “A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração” -Art. 112 § 6º LEP: O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente. *A porcentagem volta a contar do zero, no entanto, de acordo com o que ainda falta para o condenado, descontando o tempo que ele já passou preso *Art. 50 da LEP em relação à falta grave: ler! *Condenado por crime contra a administração pública: Art. 33, § 4º do CP • ↝ Transferência de um regime menos rigoroso para um mais rigoroso - Art. 118 da LEP. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: I – praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; I I – sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime ↝ Pode haver regressão per saltum? SIM, de qualquer regime para os mais rigorosos (art. 118 LEP) - Art. 1 1 1 da LEP. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição. • Ex.: Luísa estava presa preventivamente, por um ano e seis meses, quando a magistrada da comarca proferiu sentença que a condenou a 9 anos de reclusão. Para a fixação do <<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> regime a magistrada deve considerar o período em que Luísa ficou presa preventivamente? - Art. 42 do CP. Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. ↝ Detração penal é descontar na pena ou na medida de segurança, o tempo de prisão ou de internação que o condenado cumpriu antes da condenação. Esse período anterior à sentença penal condenatória é tido como de pena ou medida de segurança efetivamente cumpridas. ↝ A competência para deliberar sobre a detração penal é do Juiz da condenação • - Art. 28 da LEP. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva. § 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene. § 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho. - Art. 30 da LEP. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas. - Art. 39 do CP. O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social. - Art. 31 da LEP. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade. ↝ Sobre algumas limitações: Art. 32, § 1º, 2º e 3º da LEP • ↝ PRESOS PROVISÓRIOS (art. 31, parágrafo único da LEP) – apenas trabalho interno -----> nesses casos o preso não é ainda condenado então presume-se sua inocência o liberando da obrigação ↝ CONDENADOS POR CRIMES POLÍTICOS (art. 200 da LEP) • - Art. 29 da LEP O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo. *Parágrafo 1º fala sobre a destinação desse salário. *´Parágrafo 2º fala sobre a “caderneta de poupança” do condenado • ↝ A jornada não será inferior a seis nem superior a oito horas, com descanso nos domingos e feriados. ↝ Art. 33, 34 (§ 1º e 2º) e 35 da LEP • ↝ Permitido para presos em regime fechado somente em serviço ou obras públicas ↝ Art. 36 § 1º, 2º e 3º ↝ Art. 37, parágrafo único • ↝ Remir significa resgatar, abater, descontar, pelo trabalho realizado dentro do sistema prisional, parte do tempo de pena a cumprir, desde que não seja inferior a seis horas nem superior a oito. ↝ Remissão por: trabalho, estudo ou obra lida ↝ Quem pode gozar da remição: Art. 126 § 6º e 7º da LEP ↝ Importante: Art. 127 e 128 da LEP • ↝ Art. 126 § 1º, II da LEP • ↝ REGRA: a contagem é feita em dias Ex.: Paulo trabalhou 7 horas durante 5 dias. Quantos dias de remição ele terá? RESPOSTA: Paulo possui 3 dias de trabalho (um dia de remição) e dois dias para uma outra contagem. (dentro do intervalo de 6 a 8 horas por dia, conta-se como um dia de trabalho apenas) Ex. 2: Paulo trabalhou em uma jornada inferior a 6 horas. Trabalhou 4 horas durante 6 dias. Quantos dias de remição ele terá? RESPOSTA 1: Se a jornada foi reduzida em virtude de indisciplina do apenado, NÃO HAVERÁ REMIÇÃO RESPOSTA 2: Se a jornada foi reduzida em virtude da estrutura do presídio, HAVERÁ A SOMA DAS HORAS Ex. 3: Paulo trabalhou em uma jornada superior a 8 horas diárias. Trabalhou por 10 horas durante 3 dias. RESPOSTA: Paulo trabalhou 10 h durante 3 dias. Dessa forma, considerando que o limite máximo da jornada são 8h por dia. Paulo possui 3 dias de trabalho e possui 6 horas extras. Uma vez que a soma das horas extras equivale a o mínimo de um dia de trabalho. Paulo tem direito a um dia de remição e um dia para uma nova contagem. • ↝ Segundo STJ, pode subsidiar a remição desde que o artesanato tenha sido disponibilizado como trabalho pelo presídio, visando a reeducação do preso. ↝ Art. 3 § 1º da LEP • ↝ Art. 126 § 1º, I da LEP Ex.: Paulo estudou 6 horas por dia durante três dias. Quantos dias de remição ele terá? RESPOSTA: Paulo trabalhou 12h nos dois primeiros dias. Considerando os três dias, esse possui 6 horas extras ao necessário para 1 dia de remição. Em razão disso essas horas extras serão consideradas para nova contagem, em entendimento análogo ao da remição para horas extras de trabalho ↝ BENEFÍCIOS: § 2º, 3º, 4º E 5º • <<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> ↝ Art. 4º da Portaria Conjunta nº 276/2012 • ↝ Procedimento para a aplicação de sanções por falta disciplinar: Art. 59 LEP. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimento para sua apuração, conforme regulamento, assegurado o direito de defesa. Parágrafo único. A decisão será motivada. Art. 53. Constituem sanções disciplinares: I – advertência verbal; II – repreensão;III – suspensão ou restrição de direitos (art. 41, parágrafo único) IV – isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei. V – inclusão no regime disciplinar diferenciado. ↝ Ler Art. 53 (§ 1º e 2º) e art. 60 da LEP. • 1) Prática de fato previsto como crime doloso que ocasione subversão da ordem ou disciplina internas (art. 52, caput, LEP): - Há necessidade de cumulação desses requisitos + análise do magistrado da real necessidade do RDD ao caso concreto. - SUBVERSÃO DA ORDEM OU DISCIPLINA INTERNA: seria compreendido como o total estado de emergência, perda de controle da penitenciária. 2) Presos que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade (art. 52 § 1º, I da LEP): - Diversas críticas pontuam essa hipótese, especialmente pelo apenado já iniciar o cumprimento da sua pena em RDD. - “A única possibilidade, que nos parece razoável, para salvar o texto legal, é estender a interpretação do caput do art. 52, para conjugá-la com essa previsão de seu inciso I do § 1º, nos seguintes termos: quando da prática do fato definido como crime doloso, no interior da penitenciária, não decorrer a “subversão da ordem ou disciplina internas”, mas se constatar que, in concreto, prisioneiros envolvidos nesse fato “apresentem alto risco para a ordem e a segurança” do estabelecimento penal (inciso I do § 1º).” (BITENCOURT, 2021, p. 898) 3) Quando recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, independentemente da prática de falta grava (art. 52, § 1º, II da LEP): - Diversas críticas pontuam essa hipótese, especialmente pelo apenado “supostamente” estar envolvido em um dos citados grupos. - Nessas hipóteses e também em caso de que atuação criminosa seja em dois ou mais Estados da Federação, o RDD deve ser cumprido em estabelecimento prisional federal. • ↝ Aplica-se tanto ao preso provisório, quanto ao que está cumprindo pena ↝ Duração máxima de até dois anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie ↝ Recolhimento em cela individual ↝ Visitas quinzenais de duas pessoas por vez, a serem realizadas em instalações sem o contato físico ou passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de duas horas. (gravadas por sistema de áudio ou de áudio e vídeo, bem como, desde que com autorização judicial, fiscalizada por agente penitenciário) ↝ Se nos primeiros seis meses, o apenado não receber visitas, ele poderá, após prévio agendamento, ter contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, duas vezes por mês e por dez minutos (art. 52, § 7º da LEP) ↝ Duas horas diárias para banho de sol, em grupos de até quatro presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso ↝ Entrevistas sempre monitoradas, exceto com seu defensor, em instalações que não permitam o contato ou passagem de objetos, salvo autorização judicial em sentido contrário. ↝ Participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferências, garantindo-se a participação do defensor no mesmo ambiente do preso. - Crítica: sendo, assim, mitigada a possibilidade de contato pessoal com o juiz, o que finda por limitar a ampla defesa, diante da qualidade inferior do interrogatório tomado por esse meio tecnológico (TÁVORA; ALENCAR, 2022) art. 52 § 4º, I e II da LEP • ↝ Pena de multa ↝ Penas restritivas de direitos (art. 43 do CP): - REAIS: prestação pecuniária/perda de bens e valores - PESSOAIS (LIBERDADE EM RELAÇÃO AO TEMPO): prestação de serviços à comunidade ou à entidade pública/limitação de fim de semana/interdição temporária de direitos • ↝ Art. 44 do CP. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade quando: I - Aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo. II – o réu não for reincidente em crime doloso (HÁ EXCEÇÃO) <<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente • ↝ Lucas estava muito embriagado, bebeu muita cerveja no show do Zé vaqueiro na sua cidade. Seus amigos insistiram para que ele pegasse um Uber na volta para casa, mas ele recusou e voltou dirigindo. Acabou dormindo no volante, perdeu o controle do carro, saindo da via e atingindo, Severina, moradora de rua. Lucas foi preso em flagrante. Severina foi levada ao hospital de emergência, contudo não resistiu aos ferimentos e faleceu. - Resposta: o artigo 312-B ao Código de Trânsito Brasileiro (CTB), dispondo que, quando os crimes de homicídio culposo e lesão corporal de natureza grave ou gravíssima forem cometidos após o uso de álcool pelo motorista, não se aplica o artigo 44, inciso I, do Código Penal (CP), que estabelece condições para a substituição da pena. (não aplicável aos fatos anteriores a vigência da Lei 14.071/2020) • ↝ Art. 54 do CP. As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independentemente de cominação na parte especial, em substituição à pena privativa de liberdade, fixada em quantidade inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes culposos. Obs.: No caso do artigo citado acima, substitui-se pelo art. 44 do CP ↝ Art. 44 § 2º do CP: - Condenação ≤ a um ano: multa ou restrição de direitos - Condenação > a um ano: multa + restrição de direitos ou duas restrições de direitos ↝ Art. 44 § 3º do CP: - Exceção ao art. 44, II do CP (reincidente em crime doloso): não reincidência no mesmo crime + medida socialmente recomendável • ↝ Art. 44 § 4º do CP: - Paulo foi condenado a uma PRD de prestação de serviço à comunidade em uma biblioteca pública em substituição a uma pena privativa de liberdade de um ano. O juízo de execução foi informado que, após seis meses comparecendo, Paulo deixou de ir. O juízo intima Paulo para justificar o descumprimento, mas esse não justifica. Nesse caso, Paulo terá sua PRD convertida em detenção ou reclusão, devendo cumprir o restante da sua pena (seis meses). ↝ Art. 44 § 5º do CP: sobre mudança para pena privativa de liberdade ↝ Art. 181 da LEP (§ 1º de A a E): sobre conversão em privativa de liberdade ↝ Art. 181 § 2º da LEP: sobre limitação de fim de semana ↝ Art. 181 § 3º da LEP: sobre pena de interdição temporária de direitos • ↝ Art. 45 § 1º e 2º do CP *Exemplo de caso: [...] tomada pela raiva, Paula avança com o carro, chocando-se com o trailer de José, danificando-o gravemente. Após o devido processo penal, Paula é condenada pelo crime de dano a pena de prestação pecuniária de 80 salários mínimos em favor de José. Paula se desespera, uma vez que seu carro deu perda total e sua padaria passa por dificuldades financeiras. Paula, em juízo, sugere a José a prestação dos pães para o seu trailer em lugar da prestação pecuniária. ↝ Resposta: art. 45 § 2º. No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. • ↝ Art. 45, § 3º do CP *Prestação pecuniária: espécie de reparação à vitima *Perda de bens: confisco de bens e valores do infrator. Esse valor não irá para vítima ↝ Há duas distinções básicas entre “confisco-pena” e “confisco -efeito da condenação” (BITENCOURT, 2021) 1ª) o confisco-efeito destina-se à União, como receita não tributária, enquanto o confisco-pena destina-se ao Fundo Penitenciário Nacional; 2ª) o objeto do confisco-efeito são os instrumentose produtos do crime (art. 91, II, do CP), enquanto o objeto do confisco-pena é o patrimônio Exceção ao princípio da intranscendência da pena (art. 5º XLV) - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; • ↝ Art. 46, § 1º, 2º, 3º e 4º do CP ↝ Art. 312-A, incisos I a IV do CTB • Art. 48 do CP. A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. Parágrafo único. Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas. Art. 152 da LEP. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de permanência, cursos e palestras, ou atribuídas atividades educativas. Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm <<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> • Art. 17 da LPM. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar conta a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. • Art. 47 do CP. As penas de interdição temporária de direitos são: I – proibição do exercício do cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; ↝ Não confundir efeitos da condenação de perda de mandato/cargo com a pena acima Ex. de caso: João analista administrativo, por imperícia, acabou não seguindo o procedimento correto durante um procedimento e praticou o crime de peculato culposo, razão pela qual foi condenado a proibição do exercício de cargo pelo tempo que seria a pena privativa de liberdade. II – proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; Ex. de caso: um médico que estava passando atestados falsos. Pode ser condenado a proibição do exercício da sua profissão pelo tempo que seria a pena privativa de liberdade. *Art. 56 do CP. As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo crime cometido no exercício da profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes. Art. 47 do CP. As penas de interdição temporária de direitos são: III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. IV – proibição de frequentar determinados lugares. V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. *Art. 57 do CP. A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos crimes culposos de trânsito. (CTB traz regulamentação específica) • ↝ Art. 55 e 46 (§ 4º) do CP • ↝ A prestação pecuniária e a perda de bens e valores, por sua própria natureza, duram o tempo necessário para o cumprimento, podendo ser imediato ou diferido (no caso de parcelamento, por exemplo). • ↝ Art. 28, incisos I, II e III da Lei 11.343/2006 ↝ Parágrafos de 1º, 2º, 3º, 4º, 6º e 7º • ↝ A pena de multa também pode ser chamada de pena pecuniária ↝ Pena pecuniária ≠ Prestação pecuniária (reparação do dano) - Art. 45, § 1º do CP ↝ A pena de multa consiste em uma sanção penal patrimonial voltada ao pagamento de um valor ao FUNDO PENITENCIÁRIO - Multa Originária: Preceito secundário da norma penal – de forma isolada, alternativa ou cumulativa - Multa Substitutiva: submete-se a execução e cobrança através do procedimento previsto na Seção III do Título V do Codex Criminal, não decorrendo de seu inadimplemento por parte do apenado, pois, a possibilidade de conversão em pena de reclusão • Ex. de caso: Redução a condição análoga à de escravo Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência. • Ex. de caso 2: Violação de domicílio Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. ↝ É possível a aplicação de uma pena de multa originária e uma pena de multa substitutiva cumulativamente? Supressão ou alteração de marca em animais Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade: Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. ↝ Juiz na dosimetria fixou a pena de detenção de dois anos e multa condenação ≤ a um ano condenação > a um ano - É possível a aplicação de uma pena de multa originária e uma pena de multa substitutiva cumulativamente? Resposta: Sim, ele pode cumular uma pena de multa originária com uma pena de multa substitutiva. ↝ O juiz na dosimetria fixou pena de detenção de dois anos e multa (multa + restritivas de direitos ou duas restritivas de direitos) Multa Rest. De Direitos Multa +Rest. De Direito Duas rest. De direito <<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> • ↝ o valor de um dia-multa deverá corresponder à renda média que o autor do crime aufere em um dia, considerando- se sua situação econômica e patrimonial. Art. 49 do CP - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. § 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. § 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária. Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu. § 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo (15 vezes o salário mínimo), se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. Multa substitutiva: § 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código Ex. de caso: Cláudio, um empresário na cidade de Balsas/MA, faturando R$ 30.000,00 por mês, foi condenado, pela prática de um crime ambiental, a uma pena privativa de liberdade de um ano e 8 meses. Em que medida o juiz pode substituir a pena privativa de liberdade por penas alternativas? Resposta: Condenação maior que um ano = multa + restritiva de direito ou duas restritivas de direito ↝Caso o magistrado aplique a pena de multa e uma restritiva de direitos. Para a pena de multa (olhar situação econômica do réu): 1º) Fixar os dias-multa (10 a 360) – aplicando o critério trifásico (circunstâncias judiciais, agravantes e atenuantes, majorantes e minorantes); considerando que o magistrado fixou em 100 dias-multa. 2º) Valor do dia-multa (1/30 do sal. Mínimo – 5x o sal. Mínimo). Se o juiz aplicar o mínimo (1/30 de 30 mil), Cláudio teria que pagar 100 x 1.000,00 (R$ 100 mil reais). • Art. 50 DO CP A multa deveser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais. § 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do condenado quando: a) aplicada isoladamente; b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; c) concedida a suspensão condicional da pena. § 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família. Art. 164 da LEP. Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em julgado, que valerá como título executivo judicial, o Ministério Público requererá, em autos apartados, a citação do condenado para, no prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora. § 1º- Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depósito da respectiva importância, proceder-se-á à penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a execução. § 2º- A nomeação de bens à penhora e a posterior execução seguirão o que dispuser a lei processual civil. ↝ “Nos termos do novo entendimento desta Corte, firmado em consonância com o STF, no julgamento da ADI 3.150/DF, ocorrido em 13/12/2018, "a Lei n. 9.268/96, ao considerar a multa penal como dívida de valor, não retirou dela o caráter de sanção criminal que lhe é inerente por força do art. 5º, XLVI, c, da CF. Como consequência, por ser uma sanção criminal, a legitimação prioritária para a execução da multa penal é do Ministério Público perante a Vara de Execuções Penais" (CC 165.809/PR, Ministro ANTÔNIO SALDANHA PALHEIRO, TERCEIRA SEÇÃO, DJe 23/8/2019), razão pela qual, diante de seu caráter penal, não há falar em extinção da punibilidade da pena de multa nos casos de não pagamento. Art. 51 do CP - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. Art. 168 da LEP - O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se efetue mediante desconto no vencimento ou salário do condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º, do Código Penal, observando-se o seguinte: I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte da remuneração e o mínimo o de um décimo; II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de direito; III - o responsável pelo desconto será intimado a recolher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a importância determinada. • Art. 169 DA LEP. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164 desta Lei, poderá o condenado requerer ao Juiz o pagamento da multa em prestações mensais, iguais e sucessivas. § 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verificar a real situação econômica do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará o número de prestações. § 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação econômica, o Juiz, de ofício ou a requerimento do <<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> Ministério Público, revogará o benefício executando-se a multa, na forma prevista neste Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já iniciada. - E SE A PENA DE MULTA NÃO FOR PAGA? DEVE SER CONVERTIDA EM PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE? Resposta: NÃO, pois é considerada dívida de valor, aplicando-se as normas da dívida ativa da União. Dependendo do valor, pode nem chegar a ser executada. Art. 51 do CP. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. ↝ O STF já decidiu que o inadimplemento deliberado da pena de multa impede a progressão de regime, o que, pelo próprio termo “deliberado”, demonstra que essa regra não implica o impedimento do executado com absoluta impossibilidade econômica de realizar o adimplemento <<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> o ↝ Consiste no cometimento, pelo agente, de mais de uma infração penal (crime), mediante prática de uma ou mais condutas. Portanto, quando o agente pratica mais de um delito, há o que chamamos de concurso de crimes. - Art. 69 a 71 CP ↝ A grande relevância do estudo do tema é aplicação das penas no caso de concurso de crimes. Caso o agente pratique mais de um crime, é preciso verificar como será a individualização da pena neste caso. o CÚMULO MATERIAL: é o sistema pelo qual as penas de cada um dos crimes praticados pelo agente, em concurso, são somadas. Cuida-se, portanto, de mera adição das penas. (EM REGRA, É MAIS GRAVOSO) EXASPERAÇÃO: é o sistema pelo qual se aplica a pena de apenas um dos crimes, caso os delitos praticados sejam iguais, ou do crime mais grave, se os delitos forem diversos, com uma causa de aumento de pena. A exasperação se refere a um aumento da pena de um dos delitos, com a utilização da fração estabelecida por lei. *ABSORÇÃO: é o sistema pelo qual se aplica somente a pena do delito mais grave, desconsiderando-se a pena dos demais (não aplicado atualmente pela jurisprudência). o ↝ O reconhecimento da espécie de concurso de crimes e aplicação do sistema de imposição de penas adequado devem ser feitos pelo juiz do processo de conhecimento, ao sentenciar o caso. ↝ Entretanto, se os crimes forem tratados em autos diversos, ou seja, em processos diferentes, caberá, após as condenações, ao juiz da execução o reconhecimento da modalidade de concurso de crimes aplicável ao caso e a adequação das penas ao sistema previsto em lei. - Duas ou mais condutas/ dois ou mais crimes - Somam-se as penas - Aplicação da pena: cúmulo material Art. 69. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido (a pena concreta/definitiva de cada um dos crimes é somada). No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela § 1º. Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa (suspensão condicional da pena), por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código (isto é, deverá cumprir para todos os crimes as penas privativa de liberdade). § 2º. Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. - Uma conduta/ dois ou mais crimes Art. 70. Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade (CONCURSO FORMAL PRÓPRIO). As penas aplicam- se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior (CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO). = 1 conduta, 2 ou mais crimes idênticos ou não - O agente NÃO age com vontade (desígnios autônomos) - Todos os crimes são culposos ou apenas um é doloso e os depois são culposos - Aplicação da pena: Exasperação, aplica-se a pena do crime mais grave ou apenas de um (se idênticos) e aumenta, em qualquer caso, de 1/6 até ½ (um sexto até a metade). = vai depender da quantidade de crimes e bens jurídicos ofendidos = 1 conduta, 2 ou mais crimes idênticos ou não - O agente age COM vontade - Todosos crimes possuem desígnios autônomos - Aplicação da pena: somam-se as penas (cumulação), ele responde pelos dois crimes Obs.: “Caracteriza-se o concurso formal de crimes quando praticado o roubo, mediante uma só ação, contra vítimas distintas, pois atingidos patrimônios diversos. Precedentes.” (HC <<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 459.546/SP, j. 13/12/2018) (CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO). Ex: assalto a ônibus Ex. de caso: Lucas mata Caio e, acidentalmente, acaba lesionando levemente Jéssica. Resposta: Concurso formal próprio (um crime é doloso e os demais, culposos), ele responderá por: *Homicídio (reclusão, de 6 a 20 anos) através da EXASPERAÇÃO (pena do crime mais grave aumentada de 1/6 a ½ → 6 anos + 1/ 6 de 6 = 7 anos de pena *Lesão corporal (detenção de 3 meses a um ano) através do CÚMULO MATERIAL (soma-se as penas) → homicídio + lesão corporal = 6 anos e 3 meses de pena Art. 70 do CP. Parágrafo único. Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. Leia-se: “No caso do concurso formal próprio ou continuidade delitiva, a pena não poderá exceder a que seria cabível no concurso material” Duas ou mais condutas/ dois ou mais crimes de mesma espécie (furto e roubo/ homicídio e aborto), com tempo (30 dias), lugar, maneira de execução e outras semelhantes. - Aplicação da pena: responde pela mais grave ou apenas uma, aumentada de 1/6 a 2/3 ou até o triplo se o crime for de violência ou grave ameaça a pessoa ↝ PROGRESSÃO CRIMINOSA: o agente inicialmente pretende praticar um crime menos grave e, no inter criminis, decide praticar crime mais grave. (princípio da consunção – o crime do resultado absorve o inicial). Ex. de caso: Caio brigando com Luís, lesiona-o. Contudo, no meio da briga, decide matá-lo. Responderá, assim, pelo crime de homicídio. (mudança da mentalidade do indivíduo no meio da prática do crime). ↝ CRIME PROGRESSIVO: o agente para praticar o crime principal, acaba praticando um crime meio (princípio da consunção, responderá pelo crime fim). Ex. de caso: Caio pretende furtar um relógio de ouro de Augusto (crime de furto), para tanto invade o domicílio de Augusto (crime de invasão de domicílio). Responderá pelo crime de furto apenas. ↝ No crime continuado, há diversas condutas que, separadas, constituem crimes autônomos, mas que são reunidas por uma ficção jurídica dentro dos parâmetros do art. 71 do Código Penal. No crime permanente há apenas uma conduta, que se prolonga no tempo. Exemplo: sequestro ou cárcere privado (art. 148 do CP). ↝ O CRIME HABITUAL é, normalmente, constituído de uma reiteração de atos, penalmente indiferentes de per si, que constituem um todo, um delito apenas, traduzindo geralmente um modo ou estilo de vida. Exemplos: exercer ilegalmente a Medicina (art. 282 do CP); estabelecimento em que ocorra exploração sexual (art. 229 do CP); participar dos lucros da prostituta (art. 230 do CP) ou se fazer sustentar por ela. ↝ O delinquente habitual/habitualidade criminosa faz do crime uma profissão e pode infringir a lei várias vezes, do mesmo modo, mas não comete crime continuado com reiteração das práticas delituosas. Art. 71. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (CONTINUIDADE DELITIVA COMUM) Parágrafo único. Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 (concurso material benéfico) e do art. 75 deste Código (limite da pena) (CONTINUIDADE DELITIVA ESPECÍFICA). o ↝ Duas ou mais condutas/ dois ou mais crimes da MESMA ESPÉCIE (mesmo tipo penal) e, pelas condições de tempo (até 30 dias), lugar (mesma comarca ou comarcas vizinhas), maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro. - Exasperação: somente uma delas (se idênticas) ou a mais grave, mas aumentada, em qualquer caso, de 1/6 a 2/3. - Nos crimes dolosos contra a pessoa, somente uma delas (se idênticas) ou a mais grave até o triplo. Ex. de caso: um indivíduo praticou o crime de furto de carros 12 vezes durante um mês. O crime de furto possui uma pena de reclusão de 1 a 4 anos. Nesse caso, será considerado apenas um crime de furto aumentado de 1/6 a 2/3. <<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> - “(...) 6. A exasperação da pena do crime de maior pena, realizado em continuidade delitiva, será determinada, basicamente, pelo número de infrações penais cometidas, parâmetro este que especificará no caso concreto a fração de aumento, dentro do intervalo legal de 1/6 a 2/3. Nesse diapasão, esta Corte Superior de Justiça possui o entendimento consolidado de que, em se tratando de aumento de pena referente à continuidade delitiva, aplica-se a fração de aumento de 1/6 pela prática de 2 infrações; 1/5, para 3 infrações; 1/4 para 4 infrações; 1/3 para 5 infrações; 1/2 para 6 infrações e 2/3 para 7 ou mais infrações. In casu, tratando-se de mais de 10 crimes, deve ser mantido o aumento operado pela sentença condenatória. (...)” (STJ, HC 401139, Rel. Min. Ribeiro Dantas, 5ª Turma, DJe 21/09/2017). o Ex.: Lucas rouba com emprego de arma de fogo 10 pessoas dentro de um ônibus. No dia seguinte, rouba cinco pessoas em outro ônibus. No final de semana, rouba outras cinco pessoas em outro ônibus coletivo. Questiona-se: haverá concurso formal impróprio ou continuidade delitiva? - “(...) 1. Nos termos da jurisprudência desta Corte, em sintonia com a do STF, havendo concurso formal entre dois delitos cometidos em continuidade delitiva, somente incidirá um aumento de pena, qual seja, a relativa ao crime continuado. Todavia, tal regra não tem aplicabilidade nas hipóteses em que um dos crimes não faça parte do nexo da continuidade delitiva do outro delito, embora cometidos em concurso formal, tal como ocorre com o delito de corrupção de menores - de espécie diversa -, o qual não integra a continuidade delitiva relativa ao outro delito - de roubo majorado. (HC 165.224/DF, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 25/8/2015, DJe 15/9/2015) (...).” (STJ, AgRg no HC 396946/SC, Rel. Min. Joel IlanPaciornik, 5ª Turma, DJe14/02/2019) o Art. 72 do CP. No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente. Art. 119 do CP. No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. o EX.: Arya Stark envenena o vinho em uma reunião da família da casa Frey e assassina por envenenamento todos os membros da casa por motivo de vingança. Depois, corta a garganta do líder da casa. → Crime formal impróprio homogêneo (em relação a cada pessoa envenenada). Concurso material em relação a morte do líder da família e seus parentes. Ex.: Carlos assalta um banco, rouba um carro para se evadir do local. Na perseguição policial, em um sinal vermelho, Carlos observa Maria e seu filho os quais atravessavam a faixa de pedestres. Carlos acelera e atropela os dois, evadindo-se do local. → Concurso material Ex.: Júlio trabalha como caixa de uma loja de cosméticos. Toda sexta-feira, Júlio furta 50 reais para tomar uma cerveja no final do expediente. Júlio fez isso durante um mês, quando foi flagrado pelascâmeras de segurança. → Crime continuado Ex.: Maria adora uma fofoca. Estava falando no whats com sua amiga, quando viu que estava atrasada para ir ao trabalho. Dirigindo, não aguentou esperar até chegar em casa para ver o final da história que sua amiga contava. Maria, distraída com o celular, acaba perdendo o controle do carro atropelando 6 pessoas. Duas não resistiram aos ferimentos e faleceram, enquanto 4 estavam com ferimentos graves. → Concurso formal próprio Ex.: O crime de sequestro é considerado um crime continuado, já que ele se prolonga no tempo e a sua consumação só cessa pela vontade do agente. → Errado, é um crime permanente. Ex.: O roubo perpetrado contra diversas vítimas em um único evento, estando comprovados os desígnios autônomos do autor do fato, configura. → Concurso Formal Impróprio Ex.: Aquele que, com intenção de estuprar uma mulher, mantém com ela, sob coação, relação sexual e, após encerrada a prática delituosa do estupro, resolve matar a vítima, desferindo contra ela facadas que provocam excessiva perda de sangue, sendo causa da morte conforme laudo pericial, responderá por delito de. → Estupro em concurso material com delito homicídio. Ex.: Ao crime continuado e ao crime permanente é aplicada a lei penal mais grave caso a sua vigência seja anterior à cessação da continuidade ou da permanência. → CERTO. o ↝ Sursis é a suspensão condicional da execução da pena privativa de liberdade, na qual o réu, se assim desejar, se submete durante o período de prova à fiscalização e ao cumprimento de condições judicialmente estabelecidas. ↝ Direito Público Subjetivo do réu (STJ) ↝ O termo sursis é o particípio passado do verbo francês surseoir, cujo significado é suspender ou retardar. ↝ É o instituto que, atendidos seus requisitos, suspende a execução da pena privativa de liberdade por determinado lapso temporal, deixando-o sob determinadas condições. Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que (sursis simples): I - o condenado não seja reincidente em crime doloso (exceto se a condenação anterior for somente de pena de multa); II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; <<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. 2. O fato de o réu se embriagar nos fins de semana não é, por si só, suficiente para obstar o deferimento do sursis, visto que as outras circunstâncias judiciais pesam favoravelmente à concessão do benefício almejado. Precedentes.3. Parecer ministerial pela denegação da ordem.4. Ordem concedida para possibilitar a suspensão condicional da pena ao paciente, mediante as condições a serem estabelecidas pelo Juiz da Execução.” (STJ, HC 138703/RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Dje 30/11/2009). § 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício. § 2º - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão (SURSIS ETÁRIO E HUMANITÁRIO). Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48). Art. 78, § 2°. Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente (sursis especial): a) proibição de frequentar determinados lugares; b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado. ↝ Doação de sangue, frequentar palestras ou grupos, cursos reeducativos, Etc. Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa. Ex.: Ao indivíduo não reincidente, condenado por tentativa de roubo a uma pena de um ano e quatro meses, será cabível → suspensão condicional da pena o ↝ Quando forem descumpridas as condições do sursis. Caso revogada, deve cumprir integralmente a pena privativa de liberdade. Contudo, há situações de revogação obrigatória pelo magistrado, bem como, de revogação facultativa. o Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código (no primeiro ano da suspensão, prestar serviços à comunidade ou se submeter à limitação de fim de semana). o § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. Ex.: Túlio foi condenado a pena de 3 anos pelo crime de furto. Como possui 72 anos, foi lhe concedido o sursis etário para um período de prova de 4 anos. Contudo, quando Túlio já havia cumprido 2 anos de prova, voltou a delinquir, sendo processado pela pratica do crime de estelionato. O novo processo demorou 3 anos para transitar em julgado, condenando Túlio. = prorroga o período de prova o § 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. § 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. Ex.: Douglas foi denunciado e condenado pelo crime de lesão corporal em situação de violência doméstica. A sentença penal condenatória transitada em julgado aplicou-lhe uma pena <<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> privativa de liberdade de 1 ano, em regime aberto, mas, por ele preencher os requisitos legais, foi-lhe deferido o benefício da suspensão condicional da pena. Durante o cumprimento das condições do sursis penal, Douglas foi definitivamente condenado pela contravenção penal de vias de fato, no contexto familiar, que resultou na aplicação de prisão simples de 20 dias, a ser cumprida em regime aberto. Nessa situação hipotética, considerando o disposto no Código Penal, o juiz → poderá prorrogar o período de prova da suspensão condicional da pena até o máximo, caso não tenha sido fixado anteriormente. o Art. 161 da LEP. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena. *Audiência admonitória: Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em audiência, advertindo-o das consequências de nova infração penal e do descumprimento das condições impostas. (Art. 160 LEP) ↝ há cassação quando: - o beneficiário recusa o sursis; - não comparece à audiência admonitória; - ou quando há a reforma da sentença concessiva do benefício, em julgamento de recurso QUESTÃO: A suspensão condicional da pena a) é facultativamente revogada se o beneficiário é condenado por crime doloso emsentença condenatória irrecorrível. b) é incabível em crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa. c) comporta extensão a todas as modalidades de pena, como as penas restritivas de direitos e de multa, em razão de seus propósitos político-criminais. d) garante a ausência de estigmatização do condenado por não submetê-lo às mazelas prisionais, mas o mero comparecimento mensal em juízo. e) é aplicável em caso de reincidente em crime culposo e nos crimes submetidos à Lei Maria da Penha. o Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade o ↝ Direito público subjetivo do réu (STJ); ↝ É o benefício que consiste na soltura antecipada do executado, mediante o preenchimento de determinadas condições; ↝ Tem como finalidade a ressocialização o - Art. 83. O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; Ex. de caso: Paulo cumpriu a pena de três anos pelo crime de furto. Decorridos 5 anos em que foi posto em liberdade. Paulo praticou novamente o crime de furto, sendo condenado a uma pena de três anos. Nesse contexto, Paulo é considerado primário com maus antecedentes. Nessa medida, deverá cumprir 1/3 ou 1/2 da pena para gozar do livramento condicional? Resposta: “PENAL. PROCESSUAL. LIVRAMENTO CONDICIONAL. RÉU PRIMÁRIO COM MAUS ANTECEDENTES. 1. Para a concessão do livramento condicional após o cumprimento do lapso temporal de um terço da condenação, o Código Penal, em seu art. 83, I, exige a observância de dois requisitos: não se tratar o condenado de réu reincidente em crime doloso e ser possuidor de bons antecedentes. 2. Habeas Corpus conhecido, pedido indeferido.” (HC 12075/RJ, Rel. Min. Edson Vidigal, Quinta Turma, DJ 11/12/2000). “(...) I - Em respeito ao princípio da presunção de inocência, inquéritos e processos em andamento não podem ser considerados como maus antecedentes e, por conseguinte, equiparados à reincidência para exacerbar o tempo de pena a cumprir previsto para fins de concessão do livramento condicional. (...)” (STJ, HC 131975/RN, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 05/10/2009). II - comprovado: a) bom comportamento durante a execução da pena; b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses; c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto; IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins (não engloba o tráfico privilegiado), tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. Parágrafo único. Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir. *Constatação via exame criminológico requerido de forma fundamentada pelo Juiz de Execução. <<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> o - REINCIDENTE ESPECÍFICO DE CRIME HEDIONDO E EQUIPARADO, BEM COMO DO CRIME DE TRÁFICO DE PESSOAS Art. 112 da LEP: VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado o livramento condicional; VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional. o - Art. 84 do CP. As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do livramento. Ex. de caso: Suzana, primária, foi condenada pelo crime de roubo (9 anos) e pelo crime de tráfico de drogas (6 anos). Com quanto tempo de execução da pena, Suzana poderá gozar do LC? - Resposta: Roubo: 9 x 1/3 = 3 Tráfico de drogas: 6 x 2/3 = 4 Tempo para gozar da LC: 3 + 4 = 7 anos Ex. de caso: Suzana, primária, foi condenada pelo crime de roubo (9 anos) e pelo crime de tráfico de drogas (6 anos). Dessa forma, precisa cumprir 7 anos de pena, a fim de ter direito ao LC. Caso Suzana pratique falta grave, transcorridos 6 anos de cumprimento da pena, o prazo para LC deverá ser interrompido e reiniciado? - Resposta: Súmula 441 do STJ “A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional.” Dessa forma, não há reinício de contagem. Transcorrido um ano a partir do cometimento da falta grave, Suzana voltará a ter bom comportamento, obtendo o direito ao LC. - Súmula 715 do STF “A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução.” Obs.: não é mais trinta anos, mas sim quarenta anos. o Art. 85 do CP. A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento. Art. 132 da LEP. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento. § 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes: a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste. § 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes: a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção; b) recolher-se à habitação em hora fixada; c) não freqüentar determinados lugares. o ↝ Ocorre em um ato solene, presidido pelo juiz e denominado de audiência admonitória. ↝ É expedida uma carta de livramento, na qual consta que o condenado recebeu referido benefício. ↝ As formalidades estão previstas nos artigos 136 a 138 da LEP NÃO ESQUECER DE LER¹ o OBRIGATÓRIA (art. 86 do CP): ↝ Condenado a sentença irrecorrível por crime praticado após a concessão da LC *Ou por crime cometido anteriormente, desde que a soma das penas demonstre que ele não cumpriu o lapso temporal exigido para o LC. FACULTATIVA (art. 87 do CP): ↝ Se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. o Art. 88. Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não <<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado. ↝ O tempo em que o liberado esteve solto não se computa como pena cumprida, salvo se a revogação ocorrer em virtude de crime praticado anteriormente. o Art. 89 do CP. O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento. o Art. 145 da LEP. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final. o Art. 90 do CP. Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta apena privativa de liberdade Súmula 617 do STJ - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade Sobre o instituto do livramento condicional, é correto afirmar que: A) deverá ser revogado no caso de nova condenação à pena privativa de liberdade, ainda que a decisão esteja sujeita a recurso. B) para sua concessão, é de rigor que o condenado não tenha cometido falta grave nos últimos 12 meses. c) obriga o recolhimento do egresso ao seu local de moradia em horário determinado. D) é cabível para as penas restritivas de direitos e penas pecuniárias. Quanto ao livramento condicional, julgue em V ou F I - falta grave interrompe o prazo para a sua obtenção, da mesma forma que se verifica para a progressão de regime. II - a ausência de suspensão ou revogação antes do término do período de prova dá ensejo à extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena. III - é cabível ao condenado a pena igual ou superior a dois anos, desde que comprovado o não cometimento de falta grave nos últimos vinte e quatro meses. IV - a pena unificada para atender o limite de quarenta anos de cumprimento deve ser considerada para efeito de concessão do benefício. o A imposição da sanção penal (pena ou medida de segurança) e sua posterior execução. Reincidência, transação penal, revogação da suspensão condicional da pena etc. → Genéricos (art. 91 do CP – automáticos): Art. 91 - São efeitos da condenação: I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; *A sentença penal condenatória faz coisa julgada no cível, valendo como título executivo, nos termos do art. 515, VI, do CPC/15 *A sentença condenatória só pode ser executada no juízo cível contra quem foi o réu na ação criminal *A sentença penal absolutória, no entanto, não impede a propositura da competente ação indenizatória no juízo cível, exceto se pautada na inexistência material do fato ou de que o acusado não foi o autor do crime ou sob excludente de criminalidade. *Pode haver uma condenação a uma indenização mínima na sentença penal condenatória (art. 387, IV, CPP), não impedindo ajuizamento no cível. (art. 63 CPP) II - a perda em favor da União (confisco), ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do produto (DIRETO) do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito (INDIRETO) auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. *QUESTÃO: Paulo utiliza seu carro para trazer cigarros do Paraguai. Após a sua condenação pelo crime de contrabando, o magistrado deve decretar o confisco do carro por se tratar de instrumento do crime? Resposta: Não, somente se dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; OBS: NO CASO DE tráfico de drogas há possibilidade de confisco. *QUESTÃO: Paulo pega o revólver calibre .32 do seu irmão o qual é policial militar e o leva para a universidade. Após a sua condenação pelo crime de porte ilegal de arma de fogo, o magistrado deve decretar o confisco da arma de fogo? Resposta: Não, pois a arma pertence a terceiro de boa-fé (irmão de Paulo). - Paulo furtava várias lojas de material de construção e revendia. A polícia encontrou diversos materiais no galpão da sua residência sem nota fiscal. O magistrado condenou Paulo pelo crime de furo, devendo confiscar os materiais apreendidos (PRODUTO DO CRIME); - Paulo roubou uma moto, vendendo-a na OLX. Após o devido processo, foi condenado, deverá o magistrado bloquear o valor da moto da conta de Paulo (PROVEITO DO CRIME). Art. 91 do CP: <<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> § 1o Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior. § 2o Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação de perda. - Tício, supostamente, furtou o veículo gol de Lucas, fugindo para a Bolívia. Contudo, Tício possui um veículo Pálio no Brasil. O magistrado pode determinar um arresto (medida cautelar) do veículo no Brasil, a fim de assegurar possível perda, em caso de condenação. o Art. 45 § 3º do CP A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da prática do crime. - Há duas distinções básicas entre “confisco-pena” e “confisco-efeito da condenação” (BITENCOURT, 2021): 1ª) o confisco-efeito destina-se à União, como receita não tributária, enquanto o confisco-pena destina-se ao Fundo Penitenciário Nacional; 2ª) o objeto do confisco-efeito são os instrumentos e produtos do crime (art. 91, II, do CP), enquanto o objeto do confisco-pena é o patrimônio pertencente ao condenado (art. 45, § 3º, do CP). *Exceção ao princípio da intranscendência da pena (art. 5º XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; - Efeitos genéricos da condenação – confisco: OBSERVAR A LETRA DA LEI! Art. 60 da lei 11.243/2006. Art. 243 da CRFB/88 Art. 244-A do ECA - Efeitos genéricos da condenação – suspensão de direitos políticos: Art. 15 da CRFB/88. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos (suspensão – cessando com o cumprimento ou extinção da pena); QUESTÃO: Clara foi presa preventivamente, em setembro de ano de eleições, enquanto perdurasse a instrução do processo criminal. Clara não poderá se candidatar ou votar? Resposta: Clara é presa provisória, e a suspensão se dá apenas com o trânsito em julgado da condenação. → Confisco alargado (art. 91-A do CP – acrescentado pelo pacote anticrime) ↝ O confisco alargado do art. 91-A do CP não se confunde com o confisco do art. 91, pois se caracteriza como uma extensão do perdimento a bens que, embora não estejam ligados diretamente ao crime que está sendo julgado, de alguma forma provêm de atividades ilegais, tanto que seu conjunto é incompatível com o rendimento lícito do condenado. (SANCHES, 2020). Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito. § 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado todos os bens: I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou indireto, na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do início da atividade criminal. § 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do patrimônio. § 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada. § 4º
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