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RESUMO DIGITAL DE TEORIA DA PENA E DA PUNIBILIDADE

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Apostila do curso de
Direito
Preparação OAB
BY JULIANE LIMA
@_JULIANESLIMA
RESUMO DIGITAL
<<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 
 
• 
↝ Sanção Penal = É a coação ou a resposta do Estado 
imposta àqueles que violam as normas penais incriminadoras 
→ É a sanção imposta pelo Estado ao condenado pela 
prática de infração penal, que consiste na privação ou 
restrição de determinados bens jurídicos do agente. 
(CULPABILIDADE); 
→ É a sanção imposta pelo Estado ao 
agente não imputável, pela violação da norma penal 
incriminadora, com finalidade exclusivamente preventiva. Pode 
ser imposta, ainda, ao semi-imputável. (PERICULOSIDADE). 
• 
↝ Teoria Absoluta ou da Retribuição: a finalidade da pena é a 
punição do agente 
↝ Teoria Relativa, finalista, utilitária ou da Prevenção: a pena 
é um meio para se alcançarem determinados resultados. 
• →
↝ Negativa: a pena deve coagir toda a sociedade de maneira 
psicológica 
↝ Positiva: objetiva demonstrar à sociedade a eficácia da lei 
• →
↝ Negativa: objetiva evitar que o agente volte a cometer 
crimes (neutralização – evitar a reincidência) 
↝ Positiva: objetiva a eficácia da lei e que o agente se 
reeduque/ não pratique crimes 
• 
↝ Objetiva a punição do agente de forma concomitante a 
coibição da prática de crimes (por meio da ressocialização e 
da intimidação) 
• 
↝ Retributiva e Preventiva: 
- Art. 59 do CP: “O juiz, atendendo à culpabilidade, aos 
antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos 
motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem 
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme 
seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do 
crime:” 
↝ Ré educativa: 
- Art. 1º da LEP: “A execução penal tem por objetivo efetivar 
as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar 
condições para a harmônica integração social do condenado 
e do internado.” 
• 
↝ Teoria Negativa ou Agnóstica da pena: como o próprio 
nome demonstra, essa concepção entende que, na grande 
maioria das vezes, a pena não é capaz de cumprir nenhuma 
das funções que lhe são atribuídas, além do fato de não serem 
funções não declaradas, que causam efeitos diversos daqueles 
desejados, nos termos da lição de Robert K. Merton). 
↝ Teoria Correcionalista: a pena tem como função a 
correção ou melhora do indivíduo. 
• 
↝ Condicionam e orientam a compreensão do ordenamento 
jurídico. São normas jurídicas 
 
• 
↝ Determina que as penas se submetam a reserva legal e a 
anterioridade 
↝ Art. 5º, inciso XXXIX da CF/88 
↝ Art. 1º do CP 
• 
↝ A pena já deve estar prevista, em lei, ao tempo do crime, 
para que possa ser aplicada ao agente. 
“[....] Não há pena sem prévia cominação legal.” 
• 
↝ Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, exceto 
até o limite do valor do espólio aos herdeiros em caso de 
obrigação de reparar o dano e de decretação do perdimento 
de bens 
↝ Art. 5º, inciso XLV da CF/88 
• 
↝ A pena deve ser individualizada para cada caso, não 
podendo o legislador estabelecer uma sanção penal para 
todos que cometerem determinado crime, nem padronizar a 
forma de execução. 
↝ Art. 59, incisos I, II, III e IV do CP. 
• 
↝ A pena deve obrigatoriamente ser aplicada, se for 
cometido um crime ou uma contravenção penal 
Exceções: Perdão judicial, transação penal são exemplos 
• 
↝ Refere-se à necessidade que as penas observem a 
legitimidade do fim a que elas visam, à legitimidade da sua 
forma de aplicação e sua dosimetria, a necessidade das penas, 
a sua adequação e a proporcionalidade estrita ou ponderação. 
↝ Art. 59, incisos I a IV do CP 
• 
↝ Consiste na vedação a que o legislador adote sanções 
penais violadoras da dignidade da pessoa humana, atingindo de 
forma desnecessária a incolumidade físico-psíquica do agente. 
↝ Art. 5º, incisos I I I e XLVII da CF/88 
<<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 
 
 
• 
↝ Art. 5º, inciso XLVII da CF/88: 
• 
“Não haverá penas de morte, salvo em caso de guerra 
declarada nos termos do art. 84, XIX:” 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
[...] 
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, 
autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, 
quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas 
mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a 
mobilização nacional; 
• 
Art. 75 do CP: O tempo de cumprimento das penas privativas 
de liberdade não pode ser superior a 40 (quarenta) anos. 
*Art. 75 do CP tem a ver com a lei penal do tempo pois quem 
cometeu crimes antes de janeiro de 2020, poderá cumprir 
pena até 30 anos, com o pacote anticrime, a pessoa que 
cometeu crime após janeiro de 2020, poderá cumprir pena 
de até 40 anos. 
*Pacote Anticrime: Lei 13.964/2019 
Art. 10. da Lei das Contravenções penais: A duração da pena 
de prisão simples não pode, em caso algum, ser superior a 
cinco anos, nem a importância de as multas ultrapassar 
cinquenta contos. 
• 
↝ Distingue-se, do trabalho forçado, a prestação de serviços 
à comunidade, pena alternativa, ou seja, pena restritiva de 
direitos aplicada em substituição à pena privativa de liberdade. 
Pois, a prestação de serviços não é forçada, mas sim um 
benefício para o preso. Caso não cumpridas as horas a que 
foi condenado, o executado deverá cumprir a pena privativa 
de liberdade imposta originariamente e substituída pelo juiz. 
↝ Lei de Execução Penal -----------> Art. 6º, 31, 39, 50 
• 
↝ O banimento é o ato de expulsar um brasileiro do território 
nacional, levando-o a viver no estrangeiro (perda da cidadania). 
 
 
↝ Art. 52 do Código Penal do Império: “A pena de desterro, 
quando outra declaração não houver, obrigará os réos a sahir 
dos termos dos lugares do delicto, da sua principal residencia, 
e da principal residencia do offendido, e a não entrar em algum 
delles, durante o tempo marcado na sentença.” 
• 
↝ Decorre do princípio da humanidade. Esta vedação é mais 
genérica, pois envolve, de modo mais amplo, todas as penas 
que sejam dotadas de crueldade. Pode ser considerada cruel, 
por exemplo, a determinação de amputação de um membro 
do corpo do condenado. 
• 
↝Art. 5º, inciso XLVI da CF/88 
↝Art. 32 do CP: 
As penas são: 
I - Privativas de liberdade; 
II - Restritivas de direitos; 
III - de multa. 
 
• : 
↝ Utilizada para crimes mais graves: 
a) Homicídio simples 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena – reclusão, de seis vinte anos. 
b) Furto 
Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena – reclusão, de um a quatro anos e multa. 
c) Injúria: 
Art. 140 – injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o 
decoro: 
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos 
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de 
pessoa idosa ou portadora de deficiência: 
Pena – reclusão, de um a três anos e multa. 
<<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 
 
• 
↝ Utilizada para crimes menos graves 
a) Lesão corporal: 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena – detenção, de três meses a um ano. 
b) Dano: 
Art. 163 – destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: 
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. 
• 
↝ Contravenções penais: 
Art. 42 LEP: Perturbar alguém o trabalho ou o sossego alheio: 
 I – com gritaria ou algazarra; 
 II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo 
com as prescrições legais; 
 III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos; 
IV – provocando ou não procurando impedir barulho 
produzido por animal de que tem a guarda: 
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, 
de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
• 
↝ PRISÃO SIMPLES: 
 
 
↝ RECLUSÃO E DETENÇÃO: 
 
• 
RECLUSÃO: 
Art. 33 do CP - A pena de reclusão deve ser cumprida em 
regime fechado, semiaberto ou aberto. [...] 
DETENÇÃO: 
Art. 33 do CP – [...] A de detenção,em regime semiaberto, ou 
aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. 
PRISÃO SIMPLES: 
Art. 6º da Lei de Contravenções: A pena de prisão simples 
deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em 
estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, 
em regime semiaberto ou aberto. 
• 
- Ler artigos: 91 e 92 do CP que trata sobre os efeitos 
genéricos e específicos da condenação 
• 
 
 
• 
 INFRAÇÃO QUE IMPÕE RECLUSÃO: Medida de segurança 
detentiva que representa a internação em hospital de custódia 
e tratamento psiquiátrico. 
Obs.: a Resolução nº 113 do CNJ, no art. 17, determina que deve 
ser buscada, sempre que possível, a implementação de 
medidas antimanicomiais. 
 INGRAÇÃO QUE IMPÕE DETENÇÃO: Medida de 
segurança restritiva, no caso, tratamento ambulatorial. 
• 
RECLUSÃO DETENÇÃO PRISÃO SIMPLES 
- Concurso Material: Art. 69 - Quando o agente, mediante mais 
de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, 
idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas 
privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de 
aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, 
executa-se primeiro aquela. 
- Concurso de Infrações: Art. 76 - No concurso de infrações, 
executar-se-á primeiramente a pena mais grave. 
• 
FECHADO SEMIABERTO ABERTO 
*Do mais grave ao mais leve 
*É um sistema progressivo do cumprimento de pena 
- Regressão (de baixo para cima): do aberto para o semiaberto 
ou fechado; 
- Progressão (de cima para baixo): do fechado para o 
semiaberto e depois, aberto. 
0bs.: Um regime poderá regredir do aberto diretamente para 
o fechado. Mas não poderá progredir do fechado diretamente 
para o aberto. 
 PARA NÃO ESQUECER!!! 
Art. 33 do CP: A pena de reclusão deve ser cumprida em 
regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em 
regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de 
transferência a regime fechado 
• º
↝ Regime fechado: a execução da pena em estabelecimento 
de segurança máxima ou média; 
*Também é possível o regime fechado em pena de detenção 
somente em caso de regressão de pena, por falta disciplinar, 
quando regride de aberto para fechado 
<<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 
 
↝ Regime semiaberto: a execução da pena em colônia 
agrícola, industrial ou estabelecimento similar; 
↝ Regime aberto: a execução da pena em casa de albergado 
ou estabelecimento adequado. (podendo ser prisão domiciliar) 
Obs.: A casa de albergado também abriga quem cumpre a 
limitação de fim de semana (pena restritiva de direito) 
• 
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do 
cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação 
para individualização da execução. 
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e 
a isolamento durante o repouso noturno. 
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, 
na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores do 
condenado, desde que compatíveis com a execução da pena. 
 § 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, 
em serviços ou obras públicas. 
*Quem cumpre pena em regime fechado não tem direito de 
frequentar cursos, quer de instrução, quer profissionalizantes. 
(BITENCOURT, 2021, p. 838) 
*Em condenações a penas prisionais não superiores a quatro 
anos, só excepcionalmente se justifica a aplicação do regime 
fechado, isto é, somente quando as circunstâncias judiciais a 
recomendarem. 
↝ Súmula 269 do STJ: “é admissível a adoção do regime 
prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual 
ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias 
judiciais” 
• 
- Regras: 
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao 
condenado que inicie o cumprimento da pena em regime 
semiaberto (EXAME CRIMINOLÓGICO). 
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante 
o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou 
estabelecimento similar. 
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a 
frequência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução 
de segundo grau ou superior. 
↝ A execução da pena em colônia agrícola, industrial ou 
estabelecimento similar; 
↝ Não há previsão para o isolamento durante o repouso 
noturno; 
↝ É possível a concessão do benefício da saída temporária 
– 7 dias sem vigilância 
• 
↝ Baseia-se na autodisciplina e no senso de responsabilidade 
do apenado; 
↝ O condenado só permanecerá recolhido (em casa de 
albergado ou em estabelecimento adequado) durante o 
repouso noturno e nos dias de folga; 
↝ Na prática, em face da ausência de casas de albergado ou 
estabelecimento, os apenados do regime aberto cumprem 
suas penas em prisão domiciliar. 
REGRAS DO REGIME ABERTO: 
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso 
de responsabilidade do condenado. 
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem 
vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra 
atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o 
período noturno e nos dias de folga. 
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se 
praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins da 
execução ou se, podendo não pagar a multa cumulativamente 
aplicada. 
 
• 
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser 
executadas em forma progressiva, segundo o mérito do 
condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as 
hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá 
começar a cumpri-la em regime fechado; 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 
(quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o 
princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou 
inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em 
regime aberto. 
*A questão da não reincidência é relativizada, a depender das 
circunstâncias do caso na dosimetria. 
- Súmula 269 do STJ: 
“é admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos 
reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos 
se favoráveis as circunstâncias judiciais” 
• 
Art. 117 da LEP: Somente se admitirá o recolhimento do 
beneficiário de regime aberto em residência particular quando 
se tratar de: 
I - condenado maior de 70 (setenta) anos; 
II - condenado acometido de doença grave; 
<<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 
 
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; 
IV - condenada gestante. 
- A “I Jornada de Direito e Processo Penal”, em seu 20º 
enunciado conclui que: “É possível, em situações excepcionais, 
a aplicação da prisão domiciliar humanitária, prevista no art. 117 
da Lei n. 7.210/84, também aos condenados em cumprimento 
de regime fechado e semiaberto”. 
- A Súmula Vinculante 56, com o seguinte verbete: “A falta 
de estabelecimento penal adequado não autoriza a 
manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, 
devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados 
no RE 641.320/RS”. 
• 
 
*Antes da Lei 11.464/2007, havia a proibição legal de 
progressão de regime para os delitos hediondos e 
equiparados (“A pena por crime previsto neste artigo será 
cumprida integralmente em regime fechado”), o que foi 
considerado inconstitucional pelo STF. 
- Súmula Vinculante 26: Para efeito de progressão de regime 
no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, 
o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 
2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de 
avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos 
objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para 
tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame 
criminológico. 
* Art. 112 § 3º da LEP: Ler! 
- Após a vigência do pacote anticrime: 
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executadaem forma 
progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, 
a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido 
ao menos: 
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for 
primário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa 
ou grave ameaça; 
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for 
reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou 
grave ameaça; 
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for 
primário e o crime tiver sido cometido com violência à pessoa 
ou grave ameaça; 
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for 
reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou 
grave ameaça; 
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for 
condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se 
for primário; 
*Continuar lendo Art. 112, inciso VI e continuação.... 
↝ o juiz também analisará o mérito do condenado, por meio 
do seu atestado de comportamento carcerário, em que 
consta se houve o cometimento de faltas por ele. Além disso, 
a jurisprudência tem admitido que se determine, 
fundamentadamente, a realização de exame criminológico 
para tal fim. 
↝ não há mais necessidade, para a progressão de regime, 
do parecer da Comissão Técnica de Classificação ou do 
Exame Criminológico. 
- Súmula 534 do STJ: “A prática de falta grave interrompe a 
contagem do prazo para a progressão de regime de 
cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do 
cometimento dessa infração” 
-Art. 112 § 6º LEP: O cometimento de falta grave durante a 
execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo 
para a obtenção da progressão no regime de cumprimento 
da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito 
objetivo terá como base a pena remanescente. 
*A porcentagem volta a contar do zero, no entanto, de acordo 
com o que ainda falta para o condenado, descontando o 
tempo que ele já passou preso 
*Art. 50 da LEP em relação à falta grave: ler! 
*Condenado por crime contra a administração pública: Art. 33, 
§ 4º do CP 
• 
↝ Transferência de um regime menos rigoroso para um mais 
rigoroso 
- Art. 118 da LEP. A execução da pena privativa de liberdade 
ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para 
qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: 
I – praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; 
I I – sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada 
ao restante da pena em execução, torne incabível o regime 
↝ Pode haver regressão per saltum? SIM, de qualquer 
regime para os mais rigorosos (art. 118 LEP) 
- Art. 1 1 1 da LEP. Quando houver condenação por mais de um 
crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a 
determinação do regime de cumprimento será feita pelo 
resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando 
for o caso, a detração ou remição. 
• 
Ex.: Luísa estava presa preventivamente, por um ano e seis 
meses, quando a magistrada da comarca proferiu sentença 
que a condenou a 9 anos de reclusão. Para a fixação do 
<<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 
 
regime a magistrada deve considerar o período em que Luísa 
ficou presa preventivamente? 
- Art. 42 do CP. Computam-se, na pena privativa de liberdade 
e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no 
Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de 
internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no 
artigo anterior. 
↝ Detração penal é descontar na pena ou na medida de 
segurança, o tempo de prisão ou de internação que o 
condenado cumpriu antes da condenação. Esse período 
anterior à sentença penal condenatória é tido como de pena 
ou medida de segurança efetivamente cumpridas. 
↝ A competência para deliberar sobre a detração penal é do 
Juiz da condenação 
• 
- Art. 28 da LEP. O trabalho do condenado, como dever social 
e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e 
produtiva. 
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as 
precauções relativas à segurança e à higiene. 
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da 
Consolidação das Leis do Trabalho. 
- Art. 30 da LEP. As tarefas executadas como prestação de 
serviço à comunidade não serão remuneradas. 
- Art. 39 do CP. O trabalho do preso será sempre remunerado, 
sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social. 
- Art. 31 da LEP. O condenado à pena privativa de liberdade 
está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e 
capacidade. 
↝ Sobre algumas limitações: Art. 32, § 1º, 2º e 3º da LEP 
• 
↝ PRESOS PROVISÓRIOS (art. 31, parágrafo único da LEP) – 
apenas trabalho interno -----> nesses casos o preso não é 
ainda condenado então presume-se sua inocência o liberando 
da obrigação 
↝ CONDENADOS POR CRIMES POLÍTICOS (art. 200 da LEP) 
• 
- Art. 29 da LEP O trabalho do preso será remunerado, 
mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três 
quartos) do salário mínimo. 
*Parágrafo 1º fala sobre a destinação desse salário. 
*´Parágrafo 2º fala sobre a “caderneta de poupança” do 
condenado 
• 
↝ A jornada não será inferior a seis nem superior a oito 
horas, com descanso nos domingos e feriados. 
↝ Art. 33, 34 (§ 1º e 2º) e 35 da LEP 
• 
↝ Permitido para presos em regime fechado somente em 
serviço ou obras públicas 
↝ Art. 36 § 1º, 2º e 3º 
↝ Art. 37, parágrafo único 
• 
↝ Remir significa resgatar, abater, descontar, pelo trabalho 
realizado dentro do sistema prisional, parte do tempo de pena 
a cumprir, desde que não seja inferior a seis horas nem 
superior a oito. 
↝ Remissão por: trabalho, estudo ou obra lida 
↝ Quem pode gozar da remição: Art. 126 § 6º e 7º da LEP 
↝ Importante: Art. 127 e 128 da LEP 
• 
↝ Art. 126 § 1º, II da LEP 
• 
↝ REGRA: a contagem é feita em dias 
Ex.: Paulo trabalhou 7 horas durante 5 dias. Quantos dias de 
remição ele terá? 
RESPOSTA: Paulo possui 3 dias de trabalho (um dia de 
remição) e dois dias para uma outra contagem. (dentro do 
intervalo de 6 a 8 horas por dia, conta-se como um dia de 
trabalho apenas) 
Ex. 2: Paulo trabalhou em uma jornada inferior a 6 horas. 
Trabalhou 4 horas durante 6 dias. Quantos dias de remição 
ele terá? 
RESPOSTA 1: Se a jornada foi reduzida em virtude de 
indisciplina do apenado, NÃO HAVERÁ REMIÇÃO 
RESPOSTA 2: Se a jornada foi reduzida em virtude da 
estrutura do presídio, HAVERÁ A SOMA DAS HORAS 
Ex. 3: Paulo trabalhou em uma jornada superior a 8 horas 
diárias. Trabalhou por 10 horas durante 3 dias. 
RESPOSTA: Paulo trabalhou 10 h durante 3 dias. Dessa forma, 
considerando que o limite máximo da jornada são 8h por dia. 
Paulo possui 3 dias de trabalho e possui 6 horas extras. Uma 
vez que a soma das horas extras equivale a o mínimo de um 
dia de trabalho. Paulo tem direito a um dia de remição e um 
dia para uma nova contagem. 
• 
↝ Segundo STJ, pode subsidiar a remição desde que o 
artesanato tenha sido disponibilizado como trabalho pelo 
presídio, visando a reeducação do preso. 
↝ Art. 3 § 1º da LEP 
• 
↝ Art. 126 § 1º, I da LEP 
Ex.: Paulo estudou 6 horas por dia durante três dias. Quantos 
dias de remição ele terá? 
RESPOSTA: Paulo trabalhou 12h nos dois primeiros dias. 
Considerando os três dias, esse possui 6 horas extras ao 
necessário para 1 dia de remição. Em razão disso essas horas 
extras serão consideradas para nova contagem, em 
entendimento análogo ao da remição para horas extras de 
trabalho 
↝ BENEFÍCIOS: § 2º, 3º, 4º E 5º 
• 
<<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 
 
↝ Art. 4º da Portaria Conjunta nº 276/2012 
• 
↝ Procedimento para a aplicação de sanções por falta 
disciplinar: 
Art. 59 LEP. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado 
o procedimento para sua apuração, conforme regulamento, 
assegurado o direito de defesa. 
Parágrafo único. A decisão será motivada. 
Art. 53. Constituem sanções disciplinares: 
I – advertência verbal; 
II – repreensão;III – suspensão ou restrição de direitos (art. 41, parágrafo único) 
IV – isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos 
estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, 
observado o disposto no artigo 88 desta Lei. 
V – inclusão no regime disciplinar diferenciado. 
↝ Ler Art. 53 (§ 1º e 2º) e art. 60 da LEP. 
• 
1) Prática de fato previsto como crime doloso que ocasione 
subversão da ordem ou disciplina internas (art. 52, caput, 
LEP): 
- Há necessidade de cumulação desses requisitos + análise do 
magistrado da real necessidade do RDD ao caso concreto. 
- SUBVERSÃO DA ORDEM OU DISCIPLINA INTERNA: seria 
compreendido como o total estado de emergência, perda de 
controle da penitenciária. 
2) Presos que apresentem alto risco para a ordem e a 
segurança do estabelecimento penal ou da sociedade (art. 
52 § 1º, I da LEP): 
- Diversas críticas pontuam essa hipótese, especialmente pelo 
apenado já iniciar o cumprimento da sua pena em RDD. 
- “A única possibilidade, que nos parece razoável, para salvar 
o texto legal, é estender a interpretação do caput do art. 52, 
para conjugá-la com essa previsão de seu inciso I do § 1º, nos 
seguintes termos: quando da prática do fato definido como 
crime doloso, no interior da penitenciária, não decorrer a 
“subversão da ordem ou disciplina internas”, mas se constatar 
que, in concreto, prisioneiros envolvidos nesse fato 
“apresentem alto risco para a ordem e a segurança” do 
estabelecimento penal (inciso I do § 1º).” (BITENCOURT, 2021, 
p. 898) 
3) Quando recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou 
participação, a qualquer título, em organização criminosa, 
associação criminosa ou milícia privada, 
independentemente da prática de falta grava (art. 52, § 1º, 
II da LEP): 
- Diversas críticas pontuam essa hipótese, especialmente pelo 
apenado “supostamente” estar envolvido em um dos citados 
grupos. 
- Nessas hipóteses e também em caso de que atuação 
criminosa seja em dois ou mais Estados da Federação, o RDD 
deve ser cumprido em estabelecimento prisional federal. 
• 
↝ Aplica-se tanto ao preso provisório, quanto ao que está 
cumprindo pena 
↝ Duração máxima de até dois anos, sem prejuízo de 
repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie 
↝ Recolhimento em cela individual 
↝ Visitas quinzenais de duas pessoas por vez, a serem 
realizadas em instalações sem o contato físico ou passagem 
de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, 
autorizado judicialmente, com duração de duas horas. 
(gravadas por sistema de áudio ou de áudio e vídeo, bem 
como, desde que com autorização judicial, fiscalizada por 
agente penitenciário) 
↝ Se nos primeiros seis meses, o apenado não receber 
visitas, ele poderá, após prévio agendamento, ter contato 
telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, duas 
vezes por mês e por dez minutos (art. 52, § 7º da LEP) 
↝ Duas horas diárias para banho de sol, em grupos de até 
quatro presos, desde que não haja contato com presos do 
mesmo grupo criminoso 
↝ Entrevistas sempre monitoradas, exceto com seu 
defensor, em instalações que não permitam o contato ou 
passagem de objetos, salvo autorização judicial em sentido 
contrário. 
↝ Participação em audiências judiciais preferencialmente por 
videoconferências, garantindo-se a participação do defensor 
no mesmo ambiente do preso. 
- Crítica: sendo, assim, mitigada a possibilidade de contato 
pessoal com o juiz, o que finda por limitar a ampla defesa, 
diante da qualidade inferior do interrogatório tomado por esse 
meio tecnológico (TÁVORA; ALENCAR, 2022) 
 art. 52 § 4º, I e II da LEP 
• 
↝ Pena de multa 
↝ Penas restritivas de direitos (art. 43 do CP): 
- REAIS: prestação pecuniária/perda de bens e valores 
- PESSOAIS (LIBERDADE EM RELAÇÃO AO TEMPO): 
prestação de serviços à comunidade ou à entidade 
pública/limitação de fim de semana/interdição temporária de 
direitos 
• 
↝ Art. 44 do CP. As penas restritivas de direitos são 
autônomas e substituem as privativas de liberdade quando: 
I - Aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro 
anos e o crime não for cometido com violência ou grave 
ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o 
crime for culposo. 
II – o réu não for reincidente em crime doloso (HÁ EXCEÇÃO) 
<<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 
 
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do condenado, bem como os motivos e as 
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente 
• 
↝ Lucas estava muito embriagado, bebeu muita cerveja no 
show do Zé vaqueiro na sua cidade. Seus amigos insistiram 
para que ele pegasse um Uber na volta para casa, mas ele 
recusou e voltou dirigindo. Acabou dormindo no volante, 
perdeu o controle do carro, saindo da via e atingindo, Severina, 
moradora de rua. Lucas foi preso em flagrante. Severina foi 
levada ao hospital de emergência, contudo não resistiu aos 
ferimentos e faleceu. 
- Resposta: o artigo 312-B ao Código de Trânsito Brasileiro 
(CTB), dispondo que, quando os crimes de homicídio culposo 
e lesão corporal de natureza grave ou gravíssima forem 
cometidos após o uso de álcool pelo motorista, não se aplica 
o artigo 44, inciso I, do Código Penal (CP), que estabelece 
condições para a substituição da pena. (não aplicável aos fatos 
anteriores a vigência da Lei 14.071/2020) 
• 
↝ Art. 54 do CP. As penas restritivas de direitos são aplicáveis, 
independentemente de cominação na parte especial, em 
substituição à pena privativa de liberdade, fixada em 
quantidade inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes culposos. 
Obs.: No caso do artigo citado acima, substitui-se pelo art. 44 
do CP 
↝ Art. 44 § 2º do CP: 
- Condenação ≤ a um ano: multa ou restrição de direitos 
- Condenação > a um ano: multa + restrição de direitos ou 
duas restrições de direitos 
↝ Art. 44 § 3º do CP: 
- Exceção ao art. 44, II do CP (reincidente em crime doloso): 
não reincidência no mesmo crime + medida socialmente 
recomendável 
• 
↝ Art. 44 § 4º do CP: 
- Paulo foi condenado a uma PRD de prestação de serviço à 
comunidade em uma biblioteca pública em substituição a uma 
pena privativa de liberdade de um ano. O juízo de execução 
foi informado que, após seis meses comparecendo, Paulo 
deixou de ir. O juízo intima Paulo para justificar o 
descumprimento, mas esse não justifica. Nesse caso, Paulo 
terá sua PRD convertida em detenção ou reclusão, devendo 
cumprir o restante da sua pena (seis meses). 
↝ Art. 44 § 5º do CP: sobre mudança para pena privativa de 
liberdade 
↝ Art. 181 da LEP (§ 1º de A a E): sobre conversão em privativa 
de liberdade 
↝ Art. 181 § 2º da LEP: sobre limitação de fim de semana 
↝ Art. 181 § 3º da LEP: sobre pena de interdição temporária 
de direitos 
• 
↝ Art. 45 § 1º e 2º do CP 
*Exemplo de caso: [...] tomada pela raiva, Paula avança com o 
carro, chocando-se com o trailer de José, danificando-o 
gravemente. Após o devido processo penal, Paula é 
condenada pelo crime de dano a pena de prestação 
pecuniária de 80 salários mínimos em favor de José. Paula se 
desespera, uma vez que seu carro deu perda total e sua 
padaria passa por dificuldades financeiras. Paula, em juízo, 
sugere a José a prestação dos pães para o seu trailer em 
lugar da prestação pecuniária. 
↝ Resposta: art. 45 § 2º. No caso do parágrafo anterior, se 
houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode 
consistir em prestação de outra natureza. 
• 
↝ Art. 45, § 3º do CP 
*Prestação pecuniária: espécie de reparação à vitima 
*Perda de bens: confisco de bens e valores do infrator. Esse 
valor não irá para vítima 
↝ Há duas distinções básicas entre “confisco-pena” e 
“confisco -efeito da condenação” (BITENCOURT, 2021) 
1ª) o confisco-efeito destina-se à União, como receita não 
tributária, enquanto o confisco-pena destina-se ao Fundo 
Penitenciário Nacional; 
2ª) o objeto do confisco-efeito são os instrumentose 
produtos do crime (art. 91, II, do CP), enquanto o objeto do 
confisco-pena é o patrimônio 
Exceção ao princípio da intranscendência da pena (art. 5º 
XLV) - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, 
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do 
patrimônio transferido; 
• 
↝ Art. 46, § 1º, 2º, 3º e 4º do CP 
↝ Art. 312-A, incisos I a IV do CTB 
• 
Art. 48 do CP. A limitação de fim de semana consiste na 
obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 
(cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro 
estabelecimento adequado. 
Parágrafo único. Durante a permanência poderão ser 
ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas 
atividades educativas. 
Art. 152 da LEP. Poderão ser ministrados ao condenado, 
durante o tempo de permanência, cursos e palestras, ou 
atribuídas atividades educativas. 
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a 
mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento 
obrigatório do agressor a programas de recuperação e 
reeducação. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm
<<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 
 
• 
Art. 17 da LPM. É vedada a aplicação, nos casos de violência 
doméstica e familiar conta a mulher, de penas de cesta básica 
ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição 
de pena que implique o pagamento isolado de multa. 
• 
Art. 47 do CP. As penas de interdição temporária de direitos 
são: 
I – proibição do exercício do cargo, função ou atividade 
pública, bem como de mandato eletivo; 
↝ Não confundir efeitos da condenação de perda de 
mandato/cargo com a pena acima 
Ex. de caso: João analista administrativo, por imperícia, acabou 
não seguindo o procedimento correto durante um 
procedimento e praticou o crime de peculato culposo, razão 
pela qual foi condenado a proibição do exercício de cargo 
pelo tempo que seria a pena privativa de liberdade. 
II – proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que 
dependam de habilitação especial, de licença ou autorização 
do poder público; 
Ex. de caso: um médico que estava passando atestados falsos. 
Pode ser condenado a proibição do exercício da sua profissão 
pelo tempo que seria a pena privativa de liberdade. 
*Art. 56 do CP. As penas de interdição, previstas nos incisos I 
e II do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo crime 
cometido no exercício da profissão, atividade, ofício, cargo ou 
função, sempre que houver violação dos deveres que lhes 
são inerentes. 
Art. 47 do CP. As penas de interdição temporária de direitos 
são: 
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir 
veículo. 
IV – proibição de frequentar determinados lugares. 
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou 
exame públicos. 
*Art. 57 do CP. A pena de interdição, prevista no inciso III do 
art. 47 deste Código, aplica-se aos crimes culposos de trânsito. 
(CTB traz regulamentação específica) 
• 
↝ Art. 55 e 46 (§ 4º) do CP 
• 
↝ A prestação pecuniária e a perda de bens e valores, por 
sua própria natureza, duram o tempo necessário para o 
cumprimento, podendo ser imediato ou diferido (no caso de 
parcelamento, por exemplo). 
• 
↝ Art. 28, incisos I, II e III da Lei 11.343/2006 
↝ Parágrafos de 1º, 2º, 3º, 4º, 6º e 7º 
• 
↝ A pena de multa também pode ser chamada de pena 
pecuniária 
↝ Pena pecuniária ≠ Prestação pecuniária (reparação do 
dano) 
- Art. 45, § 1º do CP 
↝ A pena de multa consiste em uma sanção penal patrimonial 
voltada ao pagamento de um valor ao FUNDO PENITENCIÁRIO 
- Multa Originária: Preceito secundário da norma penal – de 
forma isolada, alternativa ou cumulativa 
- Multa Substitutiva: submete-se a execução e cobrança 
através do procedimento previsto na Seção III do Título V do 
Codex Criminal, não decorrendo de seu inadimplemento por 
parte do apenado, pois, a possibilidade de conversão em pena 
de reclusão 
• 
Ex. de caso: Redução a condição análoga à de escravo 
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer 
submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, 
quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer 
restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de 
dívida contraída com o empregador ou preposto: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
• 
Ex. de caso 2: Violação de domicílio 
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou 
astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de 
quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
↝ É possível a aplicação de uma pena de multa originária e 
uma pena de multa substitutiva cumulativamente? 
Supressão ou alteração de marca em animais 
 Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou 
rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. 
↝ Juiz na dosimetria fixou a pena de detenção de dois anos 
e multa 
 condenação ≤ a um ano condenação > a um ano 
 
 
 
 
 
- É possível a aplicação de uma pena de multa originária e 
uma pena de multa substitutiva cumulativamente? 
Resposta: Sim, ele pode cumular uma pena de multa originária 
com uma pena de multa substitutiva. 
↝ O juiz na dosimetria fixou pena de detenção de dois anos 
e multa (multa + restritivas de direitos ou duas restritivas de 
direitos) 
 
 
Multa Rest. De Direitos Multa +Rest. 
De Direito 
Duas rest. 
De direito 
<<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 
 
• 
↝ o valor de um dia-multa deverá corresponder à renda 
média que o autor do crime aufere em um dia, considerando-
se sua situação econômica e patrimonial. 
Art. 49 do CP - A pena de multa consiste no pagamento ao 
fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada 
em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 
360 (trezentos e sessenta) dias-multa. 
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo 
ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal 
vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes 
esse salário. 
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, 
pelos índices de correção monetária. 
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, 
principalmente, à situação econômica do réu. 
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo (15 vezes o 
salário mínimo), se o juiz considerar que, em virtude da 
situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no 
máximo. 
Multa substitutiva: 
§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 
6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados 
os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código 
Ex. de caso: Cláudio, um empresário na cidade de Balsas/MA, 
faturando R$ 30.000,00 por mês, foi condenado, pela prática 
de um crime ambiental, a uma pena privativa de liberdade de 
um ano e 8 meses. Em que medida o juiz pode substituir a 
pena privativa de liberdade por penas alternativas? 
Resposta: Condenação maior que um ano = multa + restritiva 
de direito ou duas restritivas de direito 
↝Caso o magistrado aplique a pena de multa e uma restritiva de 
direitos. Para a pena de multa (olhar situação econômica do réu): 
1º) Fixar os dias-multa (10 a 360) – aplicando o critério trifásico 
(circunstâncias judiciais, agravantes e atenuantes, majorantes 
e minorantes); considerando que o magistrado fixou em 100 
dias-multa. 
2º) Valor do dia-multa (1/30 do sal. Mínimo – 5x o sal. Mínimo). 
Se o juiz aplicar o mínimo (1/30 de 30 mil), Cláudio teria que 
pagar 100 x 1.000,00 (R$ 100 mil reais). 
• 
Art. 50 DO CP A multa deveser paga dentro de 10 (dez) dias 
depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento 
do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode 
permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais. 
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante 
desconto no vencimento ou salário do condenado 
quando: 
a) aplicada isoladamente; 
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de 
direitos; 
c) concedida a suspensão condicional da pena. 
 § 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos 
indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família. 
Art. 164 da LEP. Extraída certidão da sentença condenatória 
com trânsito em julgado, que valerá como título executivo 
judicial, o Ministério Público requererá, em autos apartados, a 
citação do condenado para, no prazo de 10 (dez) dias, pagar 
o valor da multa ou nomear bens à penhora. 
§ 1º- Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o 
depósito da respectiva importância, proceder-se-á à penhora 
de tantos bens quantos bastem para garantir a execução. 
§ 2º- A nomeação de bens à penhora e a posterior execução 
seguirão o que dispuser a lei processual civil. 
↝ “Nos termos do novo entendimento desta Corte, firmado 
em consonância com o STF, no julgamento da ADI 3.150/DF, 
ocorrido em 13/12/2018, "a Lei n. 9.268/96, ao considerar a 
multa penal como dívida de valor, não retirou dela o caráter 
de sanção criminal que lhe é inerente por força do art. 5º, 
XLVI, c, da CF. Como consequência, por ser uma sanção 
criminal, a legitimação prioritária para a execução da multa 
penal é do Ministério Público perante a Vara de Execuções 
Penais" (CC 165.809/PR, Ministro ANTÔNIO SALDANHA 
PALHEIRO, TERCEIRA SEÇÃO, DJe 23/8/2019), razão pela 
qual, diante de seu caráter penal, não há falar em extinção da 
punibilidade da pena de multa nos casos de não pagamento. 
Art. 51 do CP - Transitada em julgado a sentença condenatória, 
a multa será executada perante o juiz da execução penal e 
será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas 
à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne 
às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. 
Art. 168 da LEP - O Juiz poderá determinar que a cobrança 
da multa se efetue mediante desconto no vencimento ou 
salário do condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º, do 
Código Penal, observando-se o seguinte: 
I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte 
da remuneração e o mínimo o de um décimo; 
II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de 
direito; 
III - o responsável pelo desconto será intimado a recolher 
mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a importância 
determinada. 
• 
Art. 169 DA LEP. Até o término do prazo a que se refere o 
artigo 164 desta Lei, poderá o condenado requerer ao Juiz o 
pagamento da multa em prestações mensais, iguais e 
sucessivas. 
§ 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para 
verificar a real situação econômica do condenado e, ouvido o 
Ministério Público, fixará o número de prestações. 
§ 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de 
situação econômica, o Juiz, de ofício ou a requerimento do 
<<<<<<<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 
 
Ministério Público, revogará o benefício executando-se a 
multa, na forma prevista neste Capítulo, ou prosseguindo-se 
na execução já iniciada. 
- E SE A PENA DE MULTA NÃO FOR PAGA? DEVE SER 
CONVERTIDA EM PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE? 
Resposta: NÃO, pois é considerada dívida de valor, aplicando-se as 
normas da dívida ativa da União. Dependendo do valor, pode nem 
chegar a ser executada. 
Art. 51 do CP. Transitada em julgado a sentença condenatória, a 
multa será executada perante o juiz da execução penal e será 
considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida 
ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas 
interruptivas e suspensivas da prescrição. 
↝ O STF já decidiu que o inadimplemento deliberado da pena de 
multa impede a progressão de regime, o que, pelo próprio termo 
“deliberado”, demonstra que essa regra não implica o impedimento 
do executado com absoluta impossibilidade econômica de realizar o 
adimplemento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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o 
↝ Consiste no cometimento, pelo agente, de mais de uma 
infração penal (crime), mediante prática de uma ou mais 
condutas. Portanto, quando o agente pratica mais de um delito, 
há o que chamamos de concurso de crimes. 
- Art. 69 a 71 CP 
↝ A grande relevância do estudo do tema é aplicação das 
penas no caso de concurso de crimes. Caso o agente pratique 
mais de um crime, é preciso verificar como será a 
individualização da pena neste caso. 
o 
 CÚMULO MATERIAL: é o sistema pelo qual as penas de 
cada um dos crimes praticados pelo agente, em concurso, são 
somadas. Cuida-se, portanto, de mera adição das penas. (EM 
REGRA, É MAIS GRAVOSO) 
 EXASPERAÇÃO: é o sistema pelo qual se aplica a pena de 
apenas um dos crimes, caso os delitos praticados sejam iguais, 
ou do crime mais grave, se os delitos forem diversos, com 
uma causa de aumento de pena. A exasperação se refere a 
um aumento da pena de um dos delitos, com a utilização da 
fração estabelecida por lei. 
*ABSORÇÃO: é o sistema pelo qual se aplica somente a pena 
do delito mais grave, desconsiderando-se a pena dos demais 
(não aplicado atualmente pela jurisprudência). 
o 
↝ O reconhecimento da espécie de concurso de crimes e 
aplicação do sistema de imposição de penas adequado devem 
ser feitos pelo juiz do processo de conhecimento, ao 
sentenciar o caso. 
↝ Entretanto, se os crimes forem tratados em autos diversos, 
ou seja, em processos diferentes, caberá, após as 
condenações, ao juiz da execução o reconhecimento da 
modalidade de concurso de crimes aplicável ao caso e a 
adequação das penas ao sistema previsto em lei. 
 
 
- Duas ou mais condutas/ dois ou mais crimes 
- Somam-se as penas 
- Aplicação da pena: cúmulo material 
Art. 69. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou 
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, 
aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade 
em que haja incorrido (a pena concreta/definitiva de cada um 
dos crimes é somada). No caso de aplicação cumulativa de 
penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela 
§ 1º. Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido 
aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa (suspensão 
condicional da pena), por um dos crimes, para os demais será 
incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código 
(isto é, deverá cumprir para todos os crimes as penas privativa 
de liberdade). 
§ 2º. Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o 
condenado cumprirá simultaneamente as que forem 
compatíveis entre si e sucessivamente as demais. 
 
 
 
- Uma conduta/ dois ou mais crimes 
Art. 70. Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a 
mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma 
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até 
metade (CONCURSO FORMAL PRÓPRIO). As penas aplicam-
se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é 
dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios 
autônomos, consoante o disposto no artigo anterior 
(CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO). 
 = 1 conduta, 2 ou mais crimes 
idênticos ou não 
- O agente NÃO age com vontade (desígnios autônomos) 
- Todos os crimes são culposos ou apenas um é doloso e os 
depois são culposos 
- Aplicação da pena: Exasperação, aplica-se a pena do crime 
mais grave ou apenas de um (se idênticos) e aumenta, em 
qualquer caso, de 1/6 até ½ (um sexto até a metade). = vai 
depender da quantidade de crimes e bens jurídicos ofendidos 
 = 1 conduta, 2 ou mais crimes 
idênticos ou não 
- O agente age COM vontade 
- Todosos crimes possuem desígnios autônomos 
- Aplicação da pena: somam-se as penas (cumulação), ele 
responde pelos dois crimes 
Obs.: “Caracteriza-se o concurso formal de crimes quando 
praticado o roubo, mediante uma só ação, contra vítimas 
distintas, pois atingidos patrimônios diversos. Precedentes.” (HC 
 <<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 
 
459.546/SP, j. 13/12/2018) (CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO). 
Ex: assalto a ônibus 
 
 
Ex. de caso: Lucas mata Caio e, acidentalmente, acaba 
lesionando levemente Jéssica. 
Resposta: Concurso formal próprio (um crime é doloso e os 
demais, culposos), ele responderá por: 
*Homicídio (reclusão, de 6 a 20 anos) através da 
EXASPERAÇÃO (pena do crime mais grave aumentada de 1/6 
a ½ → 6 anos + 1/ 6 de 6 = 7 anos de pena 
*Lesão corporal (detenção de 3 meses a um ano) através do 
CÚMULO MATERIAL (soma-se as penas) → homicídio + 
lesão corporal = 6 anos e 3 meses de pena 
Art. 70 do CP. 
Parágrafo único. Não poderá a pena exceder a que seria 
cabível pela regra do art. 69 deste Código. 
Leia-se: “No caso do concurso formal próprio ou continuidade 
delitiva, a pena não poderá exceder a que seria cabível no 
concurso material” 
 
Duas ou mais condutas/ dois ou mais crimes de mesma 
espécie (furto e roubo/ homicídio e aborto), com tempo (30 
dias), lugar, maneira de execução e outras semelhantes. 
- Aplicação da pena: responde pela mais grave ou apenas 
uma, aumentada de 1/6 a 2/3 ou até o triplo se o crime for 
de violência ou grave ameaça a pessoa 
↝ PROGRESSÃO CRIMINOSA: o agente inicialmente pretende 
praticar um crime menos grave e, no inter criminis, decide 
praticar crime mais grave. (princípio da consunção – o crime 
do resultado absorve o inicial). 
Ex. de caso: Caio brigando com Luís, lesiona-o. Contudo, no 
meio da briga, decide matá-lo. Responderá, assim, pelo crime 
de homicídio. (mudança da mentalidade do indivíduo no meio 
da prática do crime). 
↝ CRIME PROGRESSIVO: o agente para praticar o crime 
principal, acaba praticando um crime meio (princípio da 
consunção, responderá pelo crime fim). 
Ex. de caso: Caio pretende furtar um relógio de ouro de 
Augusto (crime de furto), para tanto invade o domicílio de 
Augusto (crime de invasão de domicílio). Responderá pelo 
crime de furto apenas. 
↝ No crime continuado, há diversas condutas que, separadas, 
constituem crimes autônomos, mas que são reunidas por uma 
ficção jurídica dentro dos parâmetros do art. 71 do Código 
Penal. No crime permanente há apenas uma conduta, que se 
prolonga no tempo. Exemplo: sequestro ou cárcere privado 
(art. 148 do CP). 
↝ O CRIME HABITUAL é, normalmente, constituído de uma 
reiteração de atos, penalmente indiferentes de per si, que 
constituem um todo, um delito apenas, traduzindo geralmente 
um modo ou estilo de vida. Exemplos: exercer ilegalmente a 
Medicina (art. 282 do CP); estabelecimento em que ocorra 
exploração sexual (art. 229 do CP); participar dos lucros da 
prostituta (art. 230 do CP) ou se fazer sustentar por ela. 
↝ O delinquente habitual/habitualidade criminosa faz do crime 
uma profissão e pode infringir a lei várias vezes, do mesmo 
modo, mas não comete crime continuado com reiteração das 
práticas delituosas. 
Art. 71. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou 
omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, 
pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e 
outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos 
como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só 
dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, 
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois 
terços. (CONTINUIDADE DELITIVA COMUM) 
Parágrafo único. Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, 
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá 
o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a 
conduta social e a personalidade do agente, bem como os 
motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos 
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, 
observadas as regras do parágrafo único do art. 70 (concurso 
material benéfico) e do art. 75 deste Código (limite da pena) 
(CONTINUIDADE DELITIVA ESPECÍFICA). 
 
o 
↝ Duas ou mais condutas/ dois ou mais crimes da MESMA 
ESPÉCIE (mesmo tipo penal) e, pelas condições de tempo 
(até 30 dias), lugar (mesma comarca ou comarcas vizinhas), 
maneira de execução e outras semelhantes, devem os 
subsequentes ser havidos como continuação do primeiro. 
- Exasperação: somente uma delas (se idênticas) ou a mais 
grave, mas aumentada, em qualquer caso, de 1/6 a 2/3. 
- Nos crimes dolosos contra a pessoa, somente uma delas (se 
idênticas) ou a mais grave até o triplo. 
Ex. de caso: um indivíduo praticou o crime de furto de carros 
12 vezes durante um mês. O crime de furto possui uma pena 
de reclusão de 1 a 4 anos. 
 Nesse caso, será considerado apenas um crime de furto 
aumentado de 1/6 a 2/3. 
 <<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 
 
- “(...) 6. A exasperação da pena do crime de maior pena, realizado em 
continuidade delitiva, será determinada, basicamente, pelo número de 
infrações penais cometidas, parâmetro este que especificará no caso 
concreto a fração de aumento, dentro do intervalo legal de 1/6 a 2/3. Nesse 
diapasão, esta Corte Superior de Justiça possui o entendimento 
consolidado de que, em se tratando de aumento de pena referente à 
continuidade delitiva, aplica-se a fração de aumento de 1/6 pela prática de 
2 infrações; 1/5, para 3 infrações; 1/4 para 4 infrações; 1/3 para 5 infrações; 
1/2 para 6 infrações e 2/3 para 7 ou mais infrações. In casu, tratando-se 
de mais de 10 crimes, deve ser mantido 
o aumento operado pela sentença condenatória. (...)” (STJ, HC 401139, Rel. 
Min. Ribeiro Dantas, 5ª 
Turma, DJe 21/09/2017). 
o 
 
Ex.: Lucas rouba com emprego de arma de fogo 10 pessoas 
dentro de um ônibus. No dia seguinte, rouba cinco pessoas 
em outro ônibus. No final de semana, rouba outras cinco 
pessoas em outro ônibus coletivo. Questiona-se: haverá 
concurso formal impróprio ou continuidade delitiva? 
- “(...) 1. Nos termos da jurisprudência desta Corte, em sintonia com a do 
STF, havendo concurso formal entre dois delitos cometidos em 
continuidade delitiva, somente incidirá um aumento de pena, qual seja, a 
relativa ao crime continuado. Todavia, tal regra não tem aplicabilidade nas 
hipóteses em que um dos crimes não faça parte do nexo da continuidade 
delitiva do outro delito, embora cometidos em concurso formal, tal como 
ocorre com o delito de corrupção de menores - de espécie diversa -, o 
qual não integra a continuidade delitiva relativa ao outro delito - de roubo 
majorado. (HC 165.224/DF, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, 
julgado em 25/8/2015, DJe 15/9/2015) (...).” (STJ, AgRg no HC 396946/SC, 
Rel. Min. Joel IlanPaciornik, 5ª Turma, DJe14/02/2019) 
o 
Art. 72 do CP. No concurso de crimes, as penas de multa são 
aplicadas distinta e integralmente. 
Art. 119 do CP. No caso de concurso de crimes, a extinção da 
punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. 
o 
EX.: Arya Stark envenena o vinho em uma reunião da família 
da casa Frey e assassina por envenenamento todos os 
membros da casa por motivo de vingança. Depois, corta a 
garganta do líder da casa. → Crime formal impróprio 
homogêneo (em relação a cada pessoa envenenada). 
Concurso material em relação a morte do líder da família e 
seus parentes. 
Ex.: Carlos assalta um banco, rouba um carro para se evadir 
do local. Na perseguição policial, em um sinal vermelho, Carlos 
observa Maria e seu filho os quais atravessavam a faixa de 
pedestres. Carlos acelera e atropela os dois, evadindo-se do 
local. → Concurso material 
Ex.: Júlio trabalha como caixa de uma loja de cosméticos. Toda 
sexta-feira, Júlio furta 50 reais para tomar uma cerveja no final 
do expediente. Júlio fez isso durante um mês, quando foi 
flagrado pelascâmeras de segurança. → Crime continuado 
Ex.: Maria adora uma fofoca. Estava falando no whats com sua 
amiga, quando viu que estava atrasada para ir ao trabalho. 
Dirigindo, não aguentou esperar até chegar em casa para ver 
o final da história que sua amiga contava. Maria, distraída com 
o celular, acaba perdendo o controle do carro atropelando 6 
pessoas. Duas não resistiram aos ferimentos e faleceram, 
enquanto 4 estavam com ferimentos graves. → Concurso 
formal próprio 
Ex.: O crime de sequestro é considerado um crime 
continuado, já que ele se prolonga no tempo e a sua 
consumação só cessa pela vontade do agente. → Errado, é 
um crime permanente. 
Ex.: O roubo perpetrado contra diversas vítimas em um único 
evento, estando comprovados os desígnios autônomos do 
autor do fato, configura. → Concurso Formal Impróprio 
Ex.: Aquele que, com intenção de estuprar uma mulher, 
mantém com ela, sob coação, relação sexual e, após 
encerrada a prática delituosa do estupro, resolve matar a 
vítima, desferindo contra ela facadas que provocam excessiva 
perda de sangue, sendo causa da morte conforme laudo 
pericial, responderá por delito de. → Estupro em concurso 
material com delito homicídio. 
Ex.: Ao crime continuado e ao crime permanente é aplicada a 
lei penal mais grave caso a sua vigência seja anterior à 
cessação da continuidade ou da permanência. → CERTO. 
o 
 
↝ Sursis é a suspensão condicional da execução da pena 
privativa de liberdade, na qual o réu, se assim desejar, se 
submete durante o período de prova à fiscalização e ao 
cumprimento de condições judicialmente estabelecidas. 
↝ Direito Público Subjetivo do réu (STJ) 
↝ O termo sursis é o particípio passado do verbo francês 
surseoir, cujo significado é suspender ou retardar. 
↝ É o instituto que, atendidos seus requisitos, suspende a 
execução da pena privativa de liberdade por determinado 
lapso temporal, deixando-o sob determinadas condições. 
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não 
superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 
4 (quatro) anos, desde que (sursis simples): 
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso (exceto 
se a condenação anterior for somente de pena de multa); 
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e 
personalidade do agente, bem como os motivos e as 
circunstâncias autorizem a concessão do benefício; 
 <<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 
 
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 
44 deste Código. 
2. O fato de o réu se embriagar nos fins de semana não é, 
por si só, suficiente para obstar o deferimento do sursis, visto 
que as outras circunstâncias judiciais pesam favoravelmente à 
concessão do benefício almejado. Precedentes.3. Parecer 
ministerial pela denegação da ordem.4. Ordem concedida para 
possibilitar a suspensão condicional da pena ao paciente, 
mediante as condições a serem estabelecidas pelo Juiz da 
Execução.” (STJ, HC 138703/RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia 
Filho, Dje 30/11/2009). 
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a 
concessão do benefício. 
§ 2º - A execução da pena privativa de liberdade, não superior 
a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, 
desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, 
ou razões de saúde justifiquem a suspensão (SURSIS ETÁRIO 
E HUMANITÁRIO). 
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará 
sujeito à observação e ao cumprimento das condições 
estabelecidas pelo juiz. 
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar 
serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação 
de fim de semana (art. 48). 
Art. 78, § 2°. Se o condenado houver reparado o dano, salvo 
impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 
deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá 
substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes 
condições, aplicadas cumulativamente (sursis especial): 
a) proibição de frequentar determinados lugares; 
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem 
autorização do juiz; 
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, 
mensalmente, para informar e justificar suas atividades. 
Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a 
que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao 
fato e à situação pessoal do condenado. 
↝ Doação de sangue, frequentar palestras ou grupos, cursos 
reeducativos, Etc. 
Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de 
direitos nem à multa. 
 
Ex.: Ao indivíduo não reincidente, condenado por tentativa de 
roubo a uma pena de um ano e quatro meses, será cabível 
→ suspensão condicional da pena 
o 
↝ Quando forem descumpridas as condições do sursis. Caso 
revogada, deve cumprir integralmente a pena privativa de 
liberdade. Contudo, há situações de revogação obrigatória pelo 
magistrado, bem como, de revogação facultativa. 
o 
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o 
beneficiário: 
 I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; 
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou 
não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; 
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código (no 
primeiro ano da suspensão, prestar serviços à comunidade ou 
se submeter à limitação de fim de semana). 
o 
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado 
descumpre qualquer outra condição imposta ou é 
irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por 
contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de 
direitos. 
Ex.: Túlio foi condenado a pena de 3 anos pelo crime de furto. 
Como possui 72 anos, foi lhe concedido o sursis etário para 
um período de prova de 4 anos. Contudo, quando Túlio já 
havia cumprido 2 anos de prova, voltou a delinquir, sendo 
processado pela pratica do crime de estelionato. O novo 
processo demorou 3 anos para transitar em julgado, 
condenando Túlio. = prorroga o período de prova 
o 
§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro 
crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da 
suspensão até o julgamento definitivo. 
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés 
de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, 
se este não foi o fixado. 
Ex.: Douglas foi denunciado e condenado pelo crime de lesão 
corporal em situação de violência doméstica. A sentença penal 
condenatória transitada em julgado aplicou-lhe uma pena 
 <<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 
 
privativa de liberdade de 1 ano, em regime aberto, mas, por 
ele preencher os requisitos legais, foi-lhe deferido o benefício 
da suspensão condicional da pena. Durante o cumprimento 
das condições do sursis penal, Douglas foi definitivamente 
condenado pela contravenção penal de vias de fato, no 
contexto familiar, que resultou na aplicação de prisão simples 
de 20 dias, a ser cumprida em regime aberto. 
Nessa situação hipotética, considerando o disposto no Código 
Penal, o juiz → poderá prorrogar o período de prova da 
suspensão condicional da pena até o máximo, caso não tenha 
sido fixado anteriormente. 
o 
Art. 161 da LEP. Se, intimado pessoalmente ou por edital com 
prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer 
injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará 
sem efeito e será executada imediatamente a pena. 
*Audiência admonitória: Transitada em julgado a sentença 
condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em audiência, 
advertindo-o das consequências de nova infração penal e do 
descumprimento das condições impostas. (Art. 160 LEP) 
↝ há cassação quando: 
- o beneficiário recusa o sursis; 
- não comparece à audiência admonitória; 
- ou quando há a reforma da sentença concessiva do 
benefício, em julgamento de recurso 
QUESTÃO: A suspensão condicional da pena 
a) é facultativamente revogada se o beneficiário é condenado 
por crime doloso emsentença condenatória irrecorrível. 
b) é incabível em crimes cometidos com violência ou grave 
ameaça à pessoa. 
c) comporta extensão a todas as modalidades de pena, como 
as penas restritivas de direitos e de multa, em razão de seus 
propósitos político-criminais. 
d) garante a ausência de estigmatização do condenado por 
não submetê-lo às mazelas prisionais, mas o mero 
comparecimento mensal em juízo. 
e) é aplicável em caso de reincidente em crime culposo e nos 
crimes submetidos à Lei Maria da Penha. 
o 
Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, 
considera-se extinta a pena privativa de liberdade 
o 
↝ Direito público subjetivo do réu (STJ); 
↝ É o benefício que consiste na soltura antecipada do 
executado, mediante o preenchimento de determinadas 
condições; 
↝ Tem como finalidade a ressocialização 
o 
- Art. 83. O juiz poderá conceder livramento condicional ao 
condenado a pena privativa de liberdade 
igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: 
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não 
for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; 
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente 
em crime doloso; 
Ex. de caso: Paulo cumpriu a pena de três anos pelo crime de 
furto. Decorridos 5 anos em que foi posto em liberdade. Paulo 
praticou novamente o crime de furto, sendo condenado a 
uma pena de três anos. Nesse contexto, Paulo é considerado 
primário com maus antecedentes. Nessa medida, deverá 
cumprir 1/3 ou 1/2 da pena para gozar do livramento 
condicional? 
Resposta: “PENAL. PROCESSUAL. LIVRAMENTO CONDICIONAL. 
RÉU PRIMÁRIO COM MAUS ANTECEDENTES. 1. Para a concessão 
do livramento condicional após o cumprimento do lapso temporal 
de um terço da condenação, o Código Penal, em seu art. 83, I, 
exige a observância de dois requisitos: não se tratar o condenado 
de réu reincidente em crime doloso e ser possuidor de bons 
antecedentes. 2. Habeas Corpus conhecido, pedido indeferido.” (HC 
12075/RJ, Rel. Min. Edson Vidigal, Quinta Turma, DJ 11/12/2000). 
“(...) I - Em respeito ao princípio da presunção de inocência, 
inquéritos e processos em andamento não podem ser 
considerados como maus antecedentes e, por conseguinte, 
equiparados à reincidência para exacerbar o tempo de pena 
a cumprir previsto para fins de concessão do livramento 
condicional. (...)” (STJ, HC 131975/RN, Rel. Min. Felix Fischer, 
Quinta Turma, DJe 05/10/2009). 
II - comprovado: 
a) bom comportamento durante a execução da pena; 
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) 
meses; 
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e 
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho 
honesto; 
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o 
dano causado pela infração; 
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de 
condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins (não engloba o tráfico 
privilegiado), tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado 
não for reincidente específico em crimes dessa natureza. 
Parágrafo único. Para o condenado por crime doloso, 
cometido com violência ou grave ameaça à 
pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada 
à constatação de condições pessoais 
que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir. 
*Constatação via exame criminológico requerido de forma 
fundamentada pelo Juiz de Execução. 
 <<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 
 
 
o 
- REINCIDENTE ESPECÍFICO DE CRIME HEDIONDO E 
EQUIPARADO, BEM COMO DO CRIME DE TRÁFICO DE 
PESSOAS 
Art. 112 da LEP: 
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado 
for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, 
com resultado morte, se for primário, vedado o 
livramento condicional; 
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for 
reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado 
morte, vedado o livramento condicional. 
 
o 
- Art. 84 do CP. As penas que correspondem a infrações 
diversas devem somar-se para efeito do livramento. 
Ex. de caso: Suzana, primária, foi condenada pelo crime de 
roubo (9 anos) e pelo crime de tráfico de drogas (6 anos). 
Com quanto tempo de execução da pena, Suzana poderá 
gozar do LC? 
- Resposta: 
Roubo: 9 x 1/3 = 3 
Tráfico de drogas: 6 x 2/3 = 4 
Tempo para gozar da LC: 3 + 4 = 7 anos 
Ex. de caso: Suzana, primária, foi condenada pelo crime de 
roubo (9 anos) e pelo crime de tráfico de drogas (6 anos). 
Dessa forma, precisa cumprir 7 anos de pena, a fim de ter 
direito ao LC. Caso Suzana pratique falta grave, transcorridos 
6 anos de cumprimento da pena, o prazo para LC deverá ser 
interrompido e reiniciado? 
- Resposta: Súmula 441 do STJ “A falta grave não interrompe 
o prazo para obtenção de livramento condicional.” 
Dessa forma, não há reinício de contagem. Transcorrido um 
ano a partir do cometimento da falta grave, Suzana voltará a 
ter bom comportamento, obtendo o direito ao LC. 
- Súmula 715 do STF “A pena unificada para atender ao limite 
de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do 
Código Penal, não é considerada para a concessão de outros 
benefícios, como o livramento condicional ou regime mais 
favorável de execução.” 
Obs.: não é mais trinta anos, mas sim quarenta anos. 
o 
Art. 85 do CP. A sentença especificará as condições a que 
fica subordinado o livramento. 
Art. 132 da LEP. Deferido o pedido, o Juiz especificará as 
condições a que fica subordinado o livramento. 
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as 
obrigações seguintes: 
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto 
para o trabalho; 
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; 
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, 
sem prévia autorização deste. 
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre 
outras obrigações, as seguintes: 
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à 
autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção; 
b) recolher-se à habitação em hora fixada; 
c) não freqüentar determinados lugares. 
o 
↝ Ocorre em um ato solene, presidido pelo juiz e 
denominado de audiência admonitória. 
↝ É expedida uma carta de livramento, na qual consta que o 
condenado recebeu referido benefício. 
↝ As formalidades estão previstas nos artigos 136 a 138 da 
LEP NÃO ESQUECER DE LER¹ 
o 
 OBRIGATÓRIA (art. 86 do CP): 
↝ Condenado a sentença irrecorrível por crime praticado 
após a concessão da LC 
*Ou por crime cometido anteriormente, desde que a soma 
das penas demonstre que ele não cumpriu o lapso temporal 
exigido para o LC. 
 FACULTATIVA (art. 87 do CP): 
↝ Se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações 
constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, 
por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de 
liberdade. 
o 
Art. 88. Revogado o livramento, não poderá ser novamente 
concedido, e, salvo quando a revogação resulta de 
condenação por outro crime anterior àquele benefício, não 
 <<<<<<< Teoria da Pena e da Punibilidade >>>>>>>> 
 
se desconta na pena o tempo em que esteve solto o 
condenado. 
↝ O tempo em que o liberado esteve solto não se computa 
como pena cumprida, salvo se a revogação ocorrer em 
virtude de crime praticado anteriormente. 
o 
Art. 89 do CP. O juiz não poderá declarar extinta a pena, 
enquanto não passar em julgado a sentença em processo a 
que responde o liberado, por crime cometido na vigência do 
livramento. 
o 
Art. 145 da LEP. Praticada pelo liberado outra infração penal, o 
Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho 
Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do 
livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará 
dependendo da decisão final. 
o 
Art. 90 do CP. Se até o seu término o livramento não é 
revogado, considera-se extinta apena privativa de 
liberdade 
Súmula 617 do STJ - Se até o seu término o livramento não 
é revogado, considera-se extinta a pena privativa de 
liberdade 
Sobre o instituto do livramento condicional, é correto afirmar 
que: 
A) deverá ser revogado no caso de nova condenação à pena 
privativa de liberdade, ainda que a decisão esteja sujeita a 
recurso. 
B) para sua concessão, é de rigor que o condenado não tenha 
cometido falta grave nos últimos 12 meses. 
c) obriga o recolhimento do egresso ao seu local de moradia 
em horário determinado. 
D) é cabível para as penas restritivas de direitos e penas 
pecuniárias. 
Quanto ao livramento condicional, julgue em V ou F 
I - falta grave interrompe o prazo para a sua obtenção, da 
mesma forma que se verifica para a progressão de regime. 
II - a ausência de suspensão ou revogação antes do término 
do período de prova dá ensejo à extinção da punibilidade pelo 
integral cumprimento da pena. 
III - é cabível ao condenado a pena igual ou superior a dois 
anos, desde que comprovado o não cometimento de falta 
grave nos últimos vinte e quatro meses. 
IV - a pena unificada para atender o limite de quarenta anos 
de cumprimento deve ser considerada para efeito de 
concessão do benefício. 
o 
 A imposição da sanção penal (pena ou medida 
de segurança) e sua posterior execução. 
 
Reincidência, transação penal, revogação da 
suspensão condicional da pena etc. 
→ Genéricos (art. 91 do CP – automáticos): 
Art. 91 - São efeitos da condenação: 
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; 
*A sentença penal condenatória faz coisa julgada no cível, 
valendo como título executivo, nos termos do art. 515, VI, do 
CPC/15 
*A sentença condenatória só pode ser executada no juízo 
cível contra quem foi o réu na ação criminal 
*A sentença penal absolutória, no entanto, não impede a 
propositura da competente ação indenizatória no juízo cível, 
exceto se pautada na inexistência material do fato ou de que 
o acusado não foi o autor do crime ou sob excludente de 
criminalidade. 
*Pode haver uma condenação a uma indenização mínima na 
sentença penal condenatória (art. 387, IV, CPP), não impedindo 
ajuizamento no cível. (art. 63 CPP) 
 
II - a perda em favor da União (confisco), ressalvado o direito do lesado ou 
de terceiro de boa-fé: 
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, 
alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; 
b) do produto (DIRETO) do crime ou de qualquer bem ou valor que 
constitua proveito (INDIRETO) auferido pelo agente com a prática do fato 
criminoso. 
*QUESTÃO: Paulo utiliza seu carro para trazer cigarros do 
Paraguai. Após a sua condenação pelo crime de contrabando, 
o magistrado deve decretar o confisco do carro por se tratar 
de instrumento do crime? 
Resposta: Não, somente se dos instrumentos do crime, desde 
que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou 
detenção constitua fato ilícito; 
OBS: NO CASO DE tráfico de drogas há possibilidade de 
confisco. 
*QUESTÃO: Paulo pega o revólver calibre .32 do seu irmão 
o qual é policial militar e o leva para a universidade. Após a 
sua condenação pelo crime de porte ilegal de arma de fogo, 
o magistrado deve decretar o confisco da arma de fogo? 
Resposta: Não, pois a arma pertence a terceiro de boa-fé (irmão 
de Paulo). 
- Paulo furtava várias lojas de material de construção e revendia. A 
polícia encontrou diversos materiais no galpão da sua residência 
sem nota fiscal. O magistrado condenou Paulo pelo crime de furo, 
devendo confiscar os materiais apreendidos (PRODUTO DO 
CRIME); 
- Paulo roubou uma moto, vendendo-a na OLX. Após o devido 
processo, foi condenado, deverá o magistrado bloquear o valor da 
moto da conta de Paulo (PROVEITO DO CRIME). 
Art. 91 do CP: 
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§ 1o Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes 
ao produto ou proveito do crime quando estes não forem 
encontrados ou quando se localizarem no exterior. 
§ 2o Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na 
legislação processual poderão abranger bens ou valores 
equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação 
de perda. 
- Tício, supostamente, furtou o veículo gol de Lucas, fugindo 
para a Bolívia. Contudo, Tício possui um veículo Pálio no Brasil. 
O magistrado pode determinar um arresto (medida cautelar) 
do veículo no Brasil, a fim de assegurar possível perda, em 
caso de condenação. 
o 
Art. 45 § 3º do CP A perda de bens e valores pertencentes aos 
condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo 
Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o 
montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por 
terceiro, em conseqüência da prática do crime. 
- Há duas distinções básicas entre “confisco-pena” e “confisco-efeito da 
condenação” (BITENCOURT, 2021): 
1ª) o confisco-efeito destina-se à União, como receita não tributária, 
enquanto o confisco-pena destina-se ao Fundo Penitenciário Nacional; 
2ª) o objeto do confisco-efeito são os instrumentos e produtos do crime 
(art. 91, II, do CP), enquanto o objeto do confisco-pena é o patrimônio 
pertencente ao condenado (art. 45, § 3º, do CP). 
*Exceção ao princípio da intranscendência da pena (art. 5º 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, 
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do 
patrimônio transferido; 
- Efeitos genéricos da condenação – confisco: OBSERVAR A 
LETRA DA LEI! 
Art. 60 da lei 11.243/2006. 
Art. 243 da CRFB/88 
Art. 244-A do ECA 
- Efeitos genéricos da condenação – suspensão de direitos 
políticos: 
Art. 15 da CRFB/88. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda 
ou suspensão só se dará nos casos de: 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus 
efeitos (suspensão – cessando com o cumprimento ou extinção da pena); 
QUESTÃO: Clara foi presa preventivamente, em setembro de 
ano de eleições, enquanto perdurasse a instrução do processo 
criminal. Clara não poderá se candidatar ou votar? 
Resposta: Clara é presa provisória, e a suspensão se dá apenas 
com o trânsito em julgado da condenação. 
→ Confisco alargado (art. 91-A do CP – acrescentado pelo 
pacote anticrime) 
↝ O confisco alargado do art. 91-A do CP não se confunde 
com o confisco do art. 91, pois se caracteriza como uma 
extensão do perdimento a bens que, embora não estejam 
ligados diretamente ao crime que está sendo julgado, de 
alguma forma provêm de atividades ilegais, tanto que seu 
conjunto é incompatível com o rendimento lícito do 
condenado. (SANCHES, 2020). 
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine 
pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada 
a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes 
à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja 
compatível com o seu rendimento lícito. 
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por 
patrimônio do condenado todos os bens: 
I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o 
benefício direto ou indireto, na data da infração penal ou recebidos 
posteriormente; e 
II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação 
irrisória, a partir do início da atividade criminal. 
§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade 
ou a procedência lícita do patrimônio. 
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente 
pelo Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com 
indicação da diferença apurada. 
§ 4º

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