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CUIDADOS PRÉ E PÓS OPERATÓRIOS Pré-operatório: Avaliação clínica Exames complementares Preparo pré-operatório MANEJO PRÉ-OPERATÓRIO -Exames complementares + medicamentos + risco cirúrgico-anestésico INTERNAÇÃO -Tricotomia: Aparação dos pelos apenas na área da incisão Com lâmina está contra-indicada pelo risco de infecção de ferida operatória -Preparo da pele: Boa higiene e banho utilizando soluções degermantes antissépticas Na sala operatória: degermação com soluções antissépticas seguida da antissepsia apropriada -Cateterismo Só deve ser feito quando há necessidade absoluta de monitorização da perfusão tecidual e em operações pélvicas ou das vias urinárias Assepsia e antissepsia rigorosa Deverá ser retirada o mais breve possível RISCO CIRÚRGICO ANESTÉSICO Classificação ASA: classificação do risco do paciente desenvolver complicações Risco cardiovascular -Deve-se realizar a avaliação de risco cardiovascular para evitar as complicações cardíacas pós-operatórias Isquemia miocárdica Disfunção miocárdica aguda com congestão pulmonar Arritmias graves com instabilidade hemodinâmica -Índice de risco cardíaco revisado de LEE 6 fatores de risco, sendo que >/= 2 fatores ALTO risco cardiovascular Doença cardíaca isquêmica IC Doença cerebrovascular DM insulinodependente Disfunção renal (Cr > 2) Cirurgia de alto risco Pós-operatório Recuperação Cicatrização Alta hospitalar Cura ou melhora Principal causa de mortalidade pós-operatória -Realizar análise da capacidade funcional índice de atividade de Duke < 4 equivalentes metabólicos (METS) ALTO risco cardiovascular < 4 METS: comer, vestir, andar pela casa (sem cansar) 4 – 10 METS: subir um lance de escada, atividade sexual, andar rápido (sem cansar) se respondeu “sim” para uma dessas liberado para cirurgia > 10 METS: esportes Algoritmo de avaliação do risco cirúrgico cardiovascular Pós-operatório: avaliação de risco, controle dos fatores de risco, pesquisa de eventos cardiovasculares Compensar doença cardíaca antes da cirurgia Alto risco Risco intermediário Baixo risco Triagem nutricional -Importante manter uma boa nutrição para garantir resposta adequada no processo de coagulação, inflamação, combate a infecção e cicatrização -Nutritional Risk Screening (NRS-2002) se o paciente tem predisposição a desenvolver desnutrição -Avaliação do estado nutricional Avaliação subjetiva global (AGS) Medidas antropométricas prega cutânea triciptal, circunferência do braço e massa corporal Preensão palmar Perda de peso não intencional >/= 5% 1 mês >/= 7,5% 3 meses >/= 10% 6 meses -Proteína séricas traduzem o estado nutricional do paciente de acordo com o tempo de meia vida Proteína Tempo de meia vida Proteína ligada ao retinol 10 horas Pré-albumina 24-48 horas Transferrina < 200 8 dias Albumina < 3 20 dias -Linfócitos linfopenia: < 1500 – 2000 traduzem uma deficiência nutricional -Intervenção nutricional imediata (INTERNUTI) NRS-2002 >/= 3 ASG: C Albumina < 3 Transferrina < 200 Linfócitos < 1500 – 2000 A bem nutrido B desnutrido moderado C desnutrido grave Risco nutricional grave!! intervenção imediata OBS: cirurgias de grande porte ou oncológicas dieta imunomoduladora (5- 7 dias antes e 7 dias após) Arginina, glutamina, nucleotídeos, ômega 3, vit A, C e E MEDICAMENTOS O que suspender: Estrogênio 4-6 semanas Diuréticos no dia da cirurgia Os 4 “A” Antidiabéticos orais: suspender na noite anterior, exceto a Clorpropamida que deve ser 48h antes usar insulina regular ou NPH na véspera da cirurgia para melhor controle da glicemia e evitar hipoglicemia aqueles já em uso de NPH: receber 1/3-1/2 da dose pela manhã da operação + soro glicosado a 5% AINES: alteram a função plaquetária suspender 1-3 dias antes Antiagregantes plaquetários (AAS): suspender 7-10 dias antes Anticoagulantes: warfarina (5 dias antes), HBPM (12h), HNF (6h), NOACs (entre 24-48h) nas operações de urgência: transfundir plasma fresco (15-20 ml/kg) para garantir níveis adequados dos fatores da coagulação Outros: colchicina e ginkgo-biloba Tabagismo: cessar por no mínimo 2 meses antes da cirurgia O que deve ser mantido até o dia da operação: Tratamento da hipercolesterolemia CA de mama Beta-bloqueadores Anti-hipertensivos Cardiotônico Broncodilatadores Anticonvulsivantes Corticóides Insulina Antialérgicos Potássio Medicação psiquiátrica Profilaxias -Antibiótico-profilaxia principalmente contra Staphylococcus aureus (gram +) Antibiótico: cefalosporina de 1ª geração cefazolina Quando adm: indução anestésica (60-120 min antes da incisão, durar no máximo 24h) Quando indicar? depende da classificação da cirurgia quanto à contaminação Limpa: não penetra nenhum trato corporal sem antibiótico Potencialmente contaminada: penetra um trato corporal, mas de forma controlada ATBP Contaminada: penetra um trato corporal com inflamação ou extravasamento Antibióticoterapia Infectada: pus, fezes ou tecidos desvitalizados antibiótico-TERAPIA de largo espectro Exceções: hérnias com tela, mama, intervenção vascular e ortopédica com prótese, cardíaca, neurocirurgia sem prótese e torácica do mediastino ATBP Exceções para ATBP Colecistectomia Prevenção de TVP e EP -Tromboembolismo Venoso (TEV) Quando indicar heparina de baixo peso molecular (HBPM) ou heparina não fracionada (HNF)? Caprini a partir de 3 -Hemoderivados Realizar transfusão, especialmente em idosos, quando a Hb < 10g/100ml Se coronariopatia e Hb < 8 EXAMES COMPLEMENTARES -Não devem ser solicitar exames pré-operatórios de rotina!! Pacientes assintomáticos só serão submetidos a exames complementares em determinadas circunstâncias: idade, tipo do ato cirúrgico, alterações evidentes na história ou no exame físico PACIENTES SEM COMORBIDADES -Hb -Hematócrito -Coagulograma -ECG -Creatinina -Glicemia -Na+ e K+ -Hemograma -Coagulograma -RX de tórax PACIENTES COM COMORBIDADES, INDEPENDENTE DA IDADE Diabéticos -ECG -Creatinina -Glicemia Obesidade -ECG -Glicemia > 40 anos < 40 anos Hipertenso, nefropata, IC -Creatinina -Coagulograma -Hemograma -Bilirrubinas -Albumina Em anticoagulação -Coagulograma -Hemograma -Creatinina História de sangramento -Coagulograma -Hemograma Tabagista, DPOC -RX de tórax DIETA -Depende: tipo de anestesia, da doença e do tipo de procedimento -Anestesia geral jejum mínimo de 8h evitar estímulo à produção de secreção gástrica e, consequentemente, broncoaspiração Anestesia subdural ou peridural também 8h porque pode evoluir para anestesia geral -Pacientes obesos, gestante, portadores de hérnia hiatal ou com grandes tumores intra-abdominais 12h de jejum porque são pacientes com grande risco de broncoaspiração PREPAROS ESPECIAIS Paciente ictérico: -Alterações promovem elevação da morbidade Lesão do hepatócito – insuficiência hepática Imunodepressão Translocação bacteriana – sepse Absorção de endotoxinas Lesão tubular renal insuficiência renal -Condutas: Hidratação venosa – evitar lesão renal Drenagem da via biliar Sais biliares por via oral Colestiramina – prurido Vitamina K Dieta hipoproteica ATBP Estenose pilórica Aspiração gástrica com sonda de Fouchet por 3 dias diminuir o volumegástrico e o edema de parede Reposição hidroeletrolítica e ácido-básica Reposição de albumina e/ou plasma Avaliação e suporte nutricional (sonda enteral se possível ou nutrição parenteral) ATBP Diabético Glicemia deve ser mantida entre 100-200 mg/dl hiperglicemia deve ser evitada, mas a hipoglicemia é fatal Cirurgia deve ser realizada preferencialmente pela manhã Substituir hipoglicemiante oral por insulina regular 2 dias antes Monitorar glicemia e fazer insulina regular se necessário Hipertireoidismo Drogas antitiroidianas manter até a véspera β-bloqueadores (propranolol, metoprolol) quando FC elevada iniciar uma semana antes e manter no perioperatório Sedação com benzodiazepínicos por VO nos 3 dias que antecedem a operação Feocromocitoma (tumores que sintetizam e liberam catecolaminas) Bloqueador α-adrenérgico durante 2 semanas Se taquicardia persistente, entrar com β- bloqueador Hidratação venosa com solução salina (1500 ml) na véspera da operação Síndrome de Cushing Bloqueio da produção de cortisol Utilizar cetoconazol para bloqueio do citocromo P450 LISTA DE VERIFICAÇÃO DE SEGURANÇA CIRÚRGICA PÓS-OPERATÓRIO Exame clínico deve ser minucioso e, no mínimo, diário Exemplos complementares dependem do exame clínico PRESCRIÇÃO MÉDICA -Mobilização ultraprecoce -Hidratação venosa restrita -Controle da dor por opiáceos (mas não é a primeira opção) -Procinéticos -Retorno precoce à dieta -Terapia nutricional no pós operatório -Alta hospitalar Nível de consciência Estado hemodinâmico: PA, pulso, PVC, débito urinário Temperatura Grau de hidratação Urina: volume, cor, densidade Aparelho respiratório: frequência, ausculta Ausculta cardíaca Ferida operatória: inspeção, expressão Sondas e drenos (se houver): aspecto da drenagem Panturrilhas Prescrição Reposição hídrica e eletrolítica Analgesia Profilaxia da TVP Antibióticos Profilaxia da gastrite de estresse Cuidados Dieta Cuidados cateter nasogástrico Sonda vesical Drenos Mobilização/respiração Curativos Reposição hidroeletrolítica -Trocas normais de água: -Sódio principal íon extracelular Situação de aporte reduzido ou de perdas extra-renais rins normais reduzem a excreção de sódio -Potássio predominantemente intracelular esse é o íon mais importante para analisar Lesões teciduais liberação em grandes quantidades -Pós-operatório imediato redenção de água e sódio e redução da excreção de potássio -Soro fisiológico Solução hipertônica impõe aos rins um excesso de Na+ e Cl- ↑ volemia acidose metabólica pelo excesso de Cl- Usar somente em situações de reposição volêmica em pacientes com hiponatremia, hipocloremia ou alcalose metabólica -Ringer lactato soro glicosado 5% Usar quando paciente não tem as anormalidades descritas acima -Quando for necessária hidratação venosa no pós-operatório não ultrapassar a normal de 30 ml/kg em 24h Analgesia -Inconvenientes da sedação da dor Mascarar as complicações pós-operatórias graves Inibir o reflexo da tosse Interferir no mecanismo de respiração Interferir na possibilidade de comunicação do paciente -Analgesia convencional Analgésicos narcóticos morfina Analgésicos não narcóticos analgésicos e AINES -Analgesia por bloqueio epidural Morfina em doses 4- 10 mg para efeito de 4-24h Infusão contínua Risco de depressão respiratória -Escala analgésica: composta de 3 degraus de acordo com o grau de intensidade da dor Antieméticos -Metroclopramida Cuidado: pode desencadear síndrome extra-piramidal Não usar em crianças preferir ondasetron -Ondasetrona Trombose Venosa Profunda (TVP) -Mais de 90% dos êmbolos se originam de trombos nas veias profundas dos MMII, eventualmente pode surgir de trombos provenientes do AD ou de veias de MMSS -Pacientes susceptíveis: -Quadro clínico: -Pacientes de baixo risco meias elásticas e deambulação precoce -Pacientes de risco moderado ou alto uso pré e pós-operatório Heparina profilática subcutânea 5.000 UI 12/12h ou 8/8h Heparina de baixo peso molecular 20 – 40mg dose única Necessidade de imobilização História anterior de doença tromboembólica Uso de anticoncepcionais e estrogênios Idade > 40 anos Presença de varizes Gravidade e duração da cirurgia Obesidade Neoplasia Infecção Tipo de anestesia Trombofilias hereditárias Dor Edema Empastamento muscular Dor à palpação muscular Dor no trajeto venoso Homans Dilatação das veias superficiais Cianose CUIDADOS MÉDICOS Dieta -Manuseio das alças intestinais + ↑ atividade simpática dos nervos esplâncnicos atividade propulsiva do TGI fica temporariamente reduzida o reinício da alimentação oral deve considerar o tipo de procedimento cirúrgico -Especifica para cada paciente no contexto de suas comorbidades de base e tipo de cirurgia DM dieta para diabéticos HAS dieta hipossódica IRC restrita em proteínas de K+ Sondas e drenos -Cateter vesical: quando indicado, exige manipulação adequada no pós-operatório e deve ser retirado logo que possível Posição no leito, mobilização e exercícios respiratórios -Posição de Fowler Diminui a tensão da parede abdominal Favorece a drenagem venosa dos MMII -Limitação prolongada ao leito fisioterapia -Fisioterapia respiratória previne pneumonias e atelectasias Curativos curativo realizado na sala operatória deve permanecer por 24h pode ficar exposta a partir daí -Fechamento por segunda intenção ou fechamento primário retardado Limpeza com solução salina Desbridamento físico ou químico Se indicado oclusão com curativos estéreis EVITAR: antissépticos e desinfetantes -Antibiótico Não usar tópico Não usado em infecção de parede Usado em infecções graves, com celulite ou fascite associada Recuperação COMPLICAÇÕES Complicações pulmonares -Fatores de risco -Medidas gerais: -Mais frequentes: Atelectasia Pneumonia Edema pulmonar Aspiração Broncoespasmo Embolia pulmonar Embolia Pulmonar -Formas de apresentação clínica Embolia maciça colapso circulatório Embolia submaciça dispneia não explicada Infarto pulmonar dor torácica tipo “pleurítica” Renais -Manifestações clínicas: Oligúria/anúria Retenção urinária Insuficiência renal aguda -Insuficiência pré-renal Hipovolemia Síndrome de baixo débito cardíaco -Insuficiência renal – NTA (necrose tubular aguda) fatores de risco Idade Obesidade Tabagismo associado a DPOC Drogas anestésicas Dor (cirurgia no andar superior) Imobilidade Diminuição da tosse Flora hospitalar Tubagem das vias aéreas Sobrecarga volêmica = edema pulmonar Distensão abdominal Hemorragia Retirada precoce do leito ou mudança frequente de decúbito Toalete brônquica rigorosa Fisioterapia respiratória Drogas broncodilatadoras e esteróides Inalação com mucolíticos e broncodilatadores Antibioticoterapia Tratamento de flebites, fraturas e movimentação dos membros (fisioterapia) Idade RN e lactentes Função renal alterada pré-operatória Duração de CEC Tempo total da cirurgia Tempo total da cirurgia Uso de drogas nefrotóxicas
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