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Lei de drogas

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Lei de Drogas 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
19-10-2022 
FINALIDADE DA LEI 
1) prevenir o uso indevido de drogas: diminuir o 
consumo de drogas no Brasil. 
2) promover a reinserção social do usuário de 
drogas: tratamento diferenciado ao usuário de 
drogas. 
3) reprimir a produção e o tráfico ilícito de 
entorpecentes: criação de novos tipos penais 
envolvendo o tráfico. 
Lógico que a Lei não dá conta de modo concreto 
quanto ao problema de drogas no Brasil. 
Ademais, houve a criação do SISNAD: “Sistema 
Nacional de políticas públicas sobre drogas”. 
Os primeiros artigos da Lei nº11.343/06 possuem 
natureza administrativa e estão ligados ao Sisnad: 
composição, finalidade, princípios básicos etc. 
(art. 4º ao 20). Plano Nacional de Política sobre 
drogas: Lei nº 13.840/19; 
 
PORTE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL 
Também chamado de porte de entorpecentes ou 
porte de drogas para uso próprio. 
Artigo 28: Quem adquirir, guardar, tiver em 
depósito, transportar ou trouxer consigo, para 
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou 
regulamentar será submetido às seguintes penas: 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a 
programa ou curso educativo. 
 
NORMA PENAL EM BRANCO 
A estrutura normativa da Lei nº 11.343/06 envolve 
uma Norma Penal em Branco, pois a 
Lei de Drogas não indica o que é “droga”, sendo 
a sua estrutura normativa vaga. 
O preceito primário da norma precisa de 
complemento. Trata-se de uma “norma penal em 
branco heterogênea”, uma vez que o 
complemento é realizado por fonte diversa da Lei 
(Ato Administrativo); 
É complementado pela Portaria n. 344/98 da 
Anvisa que apresenta fórmulas químicas que são 
utilizadas em medicamentos por exemplo – 
Ministério da Saúde. 
A portaria vem sendo atualizada constantemente, 
sempre que uma outra droga nova é descoberta. 
OBS: elemento normativo do tipo: “sem 
autorização ou em desacordo com a 
determinação legal ou regulamentar”. Existem 
substâncias, cuja composição química ou o 
princípio ativo podem estar na lista da Anvisa, 
mas, se houver prescrição médica ou autorização 
legal, não existirá crime. 
 Exemplo: tratamento médico com morfina, 
canabidiol, anfetaminas, etc. 
 
OBJETIVIDADE JURÍDICA 
Trata-se da Saúde Pública. 
É um crime de perigo abstrato, ou seja, já que 
apenas a substância causa um risco social. 
 
CORRENTES SOBRE A DESCRIMINALIZAÇÃO DO 
USO DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL: 
1) Corrente da Descriminalização: ponto de vista 
técnico-penal. O art. 28 não se encaixa no 
conceito de crime e nem de infração penal; 
2) Corrente da “Infração Penal Sui Generis” – assim 
o art. 28 seria uma infração penal sui generis; 
3) Corrente da Criminalização do USO DE 
DROGAS: Predominante na doutrina e na 
jurisprudência. Antes poderia ter prisão em 
flagrante, o que não vigora mais, portanto temos 
um desencarceramento. Este crime não foi 
descriminalizado. 
Existe um tema sendo discutido da POSSIBILIDADE 
DE DESCRIMINALIZAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE 
DROGAS, pois quando alguém consome para 
utilização pessoal envolve uma questão de 
privacidade da pessoa. Do direito penal vigora o 
princípio da alteridade sendo somente 
responsabilizado se o indivíduo fazer mal alguém, 
neste sentido existe um argumento na doutrina de 
que não existe motivo para punir alguém que está 
fazendo mal para si próprio, por meio do recurso 
extraordinário: 635.659. 
 
USO DA MACONHA PARA FINS MEDICINAIS 
 Foi autorizado pela ANVISA através da Resolução 
Colegiada nº 327/19. Já existiam inúmeras 
decisões anteriores autorizando o uso medicinal 
do Canabidiol para tratamento de certas doenças 
neurológicas – TJPR - MS - 1474214-0 – 2016. 
 
PRINCIPAIS DROGAS CONSUMIDAS 
Lei de Drogas 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
• MACONHA 
Outros nomes: Haxixe, Skunk (apelidos: baseado, 
beque, diamba, erva, fininho, jererê, bagulho) 
É uma droga feita das flores e das folhas da planta 
Cannabis sativa que é uma planta herbácea da 
família das Canabiáceas (Cannabaceae). As 
folhas são finamente recortadas em segmentos 
lineares; tem propriedades psicoativas podendo 
atuar como analgésico, antiespasmódico, 
calmante do sistema nervoso, embriagador, 
estomático, narcótico, sedativo, tônico. Princípio 
ativo: Tetrahidro Canabinol – THC 
Principal forma de consumo: inalação através da 
fumaça do cigarro. 
• COCAÍNA 
Outros nomes: Pó, farinha, giz, neve, branquinha, 
merla, etc. 
A cocaína é uma molécula presente nas folhas do 
arbusto de coca (Erythoxylum coca), planta 
nativa dos andes. As folhas são refinadas com 
várias substâncias químicas (solventes, 
querosenes, ácidos, etc.) extraindo-se a 
pastabase que depois é misturada com éter e 
ácido, produzindo-se o cloridato de cocaína que 
é filtrado até ser obtido o “pó de cocaína” 
Principal forma de consumo: é cheirada ou diluída 
para injeção na veia. 
• CRACK 
Outros nomes: pedra, freebase, rock 
O crack é um subproduto da pasta da cocaína, 
droga extraída por meio de processos químicos, 
das folhas da coca. A pasta base é misturada com 
água e soda cáustica, depois aquecida, ao esfriar 
a cocaína líquida volta ao estado sólido e partido 
em pequenas pedras. Os efeitos do crack são mais 
rápidos e intensos que a da cocaína. O nome 
deriva do ruído peculiar que se produz, quando a 
pedra de crack é aquecida para ser fumada (um 
estalo) 
Principal forma de consumo: inalação através da 
fumaça (cachimbo, latinhas, garrafinhas, etc). 
• OUTRAS DROGAS: 
LSD (Ácido): é uma sigla em alemão (dietilamida 
de ácido lisérgico). Uma droga sintética de 
laboratório altamente alucinógena. Consumida 
através de papéis que se dissolvem na língua; 
Ecstasy: (mda, bala, pastilha) é um comprimido, 
cujo princípio ativo é o “mdma”. Também é uma 
droga sintética criada em laboratório; 
Lança-perfume (Cheirinho da Loló), é um inalante 
que possui clorofórmio e éter . No passado era 
permitido, depois se tornou ilícito; 
Anfetaminas/Metanfetaminas (benzendrina, 
Inibex, pervitin, etc) São estimulantes criados a 
partir da “efedrina” (princípio ativo: planta 
chinesa Mao Huang). São medicamentos 
utilizados para combate de certas doenças 
psicológicas (depressão) cujo uso recreativo é 
proibido; 
Opioides (ópio, morfina, heroína, codeína, etc): 
são drogas elaboradas com a resina extraída das 
flores da “papoula” (Papaver Somniferum) 
Drogas diversas: Ayahuasca, Cacto de São Pedro, 
Cogumelo Alucinógeno, etc. 
DROGAS LÍCITAS: sedativos que são remédios para 
tratar certos distúrbios psicológicos (calmantes, 
barbitúricos, etc.); Tabaco (cigarro, charutos, 
narguilé, rapé, etc) derivado da planta Nictiana 
Tabacum; Álcool: bebidas confeccionadas com 
etanol: cerveja, uísque, pinga, vinho, rum, saquê, 
etc. Inalantes: acetona, benzina, cola de 
sapateiro, etc. 
 
EFEITOS PRÁTICOS: TRATAMENTO DO PORTE DE 
DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL 
Não há previsão de pena privativa de liberdade. 
NÃO CABE PRISÃO EM FLAGRANTE. 
Posição da doutrina: os efeitos que se aplicam a 
contravenção penal aplica-se aqui. Crime com 
ínfima potencialidade lesiva (menor do que 
contravenção penal – Dec. Lei 3688/41) 
Aplicação do princípio da proporcionalidade: 
Tratar com mesmos efeitos das contravenções. 
Formalmente é crime e materialmente detém os 
mesmos efeitos da contravenção penal; 
Não gera reincidência para outro crime, não 
revoga os “sursis”; não é lavrado B.O. nem 
instaurado I.P.: Será realizado um Termo 
Circunstanciado e o agente responderá nos 
moldes da Lei 9099/95. 
Contudo, é considerado antecedente criminal. 
 
SUJEITOS 
Sujeito ativo: crime comum (qualquer pessoa). 
Obs: admite-se concurso de agentes. 
Sujeito passivo: Estado (coletividade) 
 
TIPICIDADE 
Lei de Drogas 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo– Toledo Prudente 
Trata-se do DOLO ESPECÍFICO: vontade livre e 
consciente de adquirir, guardar, trazer consigo, 
transportar, ter em depósito PARA CONSUMO 
PESSOAL. 
OBS: não há modalidade culposa. 
Não há um critério absoluto de quando será porte 
para uso próprio ou tráfico de drogas (são 
relativos): pauta-se no “livre convencimento” das 
autoridades (juiz, promotor, delegado). 
Contudo o Artigo 28 §2º estabelece as seguintes 
diretrizes: 
A) NATUREZA E QUANTIDADE DA DROGA: Regra 
geral: Grande quantidade é indício de traficância; 
pequena quantidade: porte para uso pessoal. 
Comporta exceções: 
→Drogas potentes podem ser vendidas em 
pequenas quantidades, ex. crack; 
→Drogas menos potentes podem estar guardadas 
em quantidades consideráveis para serem 
consumidas com o tempo; outros elementos 
precisam ser analisados: 
 
B) LOCAL DE APREENSÃO DA DROGA: também é 
um critério a ser sopesado, drogas em local de 
refinação, dentro de bolsas, carros, dentro de 
fundos falsos, alojadas dentro do estômago, partes 
íntimas, é indicio de traficância. 
 
C) CONDIÇÕES DE DESENVOLVIMENTO DA AÇÃO – 
CONDUTA: pouca droga apreendida, ou 
nenhuma droga, mas são encontradas outras 
substâncias, éter, benzeno, ácido sulfúrico, 
material de embalagem, balança de precisão, 
dinheiro, caderno de anotações e contabilidades, 
é sinal de tráfico. 
D) CIRCUNSTÂNCIAS SOCIAIS E PESSOAIS DO 
AUTOR DO CRIME – ANTECEDENTES: antecedentes 
como dependente químico ou condenações por 
tráfico de drogas, etc. 
OBS: os critérios deverão ser conjugados para ser 
adotada uma posição sobre tráfico ou porte para 
uso pessoal. 
 
CONDUTAS TÍPICAS DO PORTE 
Tipo misto alternativo= é o crime que possui mais 
de um núcleo do tipo, sendo que a prática de 
apenas um deles é suficiente para a sua 
consumação e a prática de mais de um deles, no 
mesmo contexto, configura crime único. 
Crime de conduta variada= aquele em que a lei 
descreve várias condutas (vários verbos),que são 
separadas pela conjunção alternativa "ou". 
• Adquirir: obter propriedade, de forma 
gratuita ou onerosa (tradição); 
• Guardar: ter sob sua vigilância, manter a 
droga em algum lugar, esconder; 
• Trazer consigo: transportar junto ao corpo, 
bolso, roupa, etc. 
• Transportar: levar de um lugar para outro 
(no carro, bolsa, mala, etc.) 
• Ter em depósito: reter à sua disposição, 
guardar em algum lugar, etc. 
 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
CONSUMAÇÃO: predomina o entendimento que 
ocorre com a “tradição” quando o agente passa 
a ter a posse ou a propriedade da droga; 
TENTATIVA: 
1ª Posição: Admite-se. O acordo de vontade 
caracteriza início de execução do delito; 
2ª Posição: Não se admite. O crime só existe com 
a tradição efetiva, antes o fato é atípico. Além 
disso, não se admite tentativa nas contravenções 
penais: art. 4º Dec. Lei nº 3688/41 e o porte de 
drogas é de menor potencialidade lesiva que as 
contravenções. 
Posição predominante. 
 
QUESTÕES DA JURISPRUDÊNCIA E DA DOUTRINA 
USO DA DROGA SEM PORTAR: tragar fumaça, 
injetar na veia, cheira carreira, sem portar a 
substância: 
→1ª Posição: há crime, mesmo que por segundos 
trouxe consigo ou portou; 
→2ª Posição: não há crime, pois, o artigo não 
prevê o verbo “usar” e não há perigo para a 
saúde pública se a droga se exauriu no agente 
(seria autolesão impunível); vem predominando. 
 
USO PRETÉRITO DA DROGA: tenho prova de que ele 
consumiu, mas não está com ele. 
Não é punível, a substância deve estar com o 
agente, tendo em vista que é necessário o porte 
ou posse, e o objeto material do crime é a Droga 
que precisa ser periciada; 
 
Lei de Drogas 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
USO COMPARTILHADO DA DROGA: quando a 
pessoa traz droga para consumir com o seu ciclo 
íntimo, é o caso do “fornecedor eventual”. 
Exemplo: oferecer ao namorado (a); amigos, 
pessoas de seu relacionamento, eventualmente e 
sem lucro (Caracteriza o art. 33 § 3º da Lei de 
Drogas é uma espécie de tráfico privilegiado – 
pena: detenção de 06 meses a 01 ano); 
 
APREENSÃO DE QUANTIDADE EXTREMAMENTE 
ÍNFIMA DE DROGA: 
→1ª posição: caracteriza crime, pois o perigo é 
abstrato, mesmo com quantidade bem pequena; 
→2ª posição: não caracteriza crime. “Princípio da 
Insignificância”: não há perigo abstrato com 
quantidade extremamente ínfima, tendo a 
ausência de periculosidade social. Pena branda. 
STF/STJ. Vem prevalecendo. 
 
FIGURA EQUIPARADA 
Artigo 28 § 1º: “Às mesmas medidas submete-se 
quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva 
ou colhe plantas destinadas à preparação de 
pequena quantidade de substância ou produto 
capaz de causar dependência física ou psíquica”. 
São os casos de “Semear”, “Cultivar” e “Colher”: 
planta um pé de maconha no quintal da 
residência, cultiva e colhe as folhas; 
 
PENAS PARA O CRIME DE PORTE DE DROGAS 
Podem ser aplicadas de maneira isolada, 
cumulativas ou substitutivas (art. 27). 
São as seguintes penas previstas no art. 28: 
I- Advertência sobre os efeitos das drogas; 
II- Prestação de Serviços à comunidade; 
III- Medida Educativa de comparecimento a 
programa ou curso educativo. 
Obs: caso haja descumprimento, o juiz poderá 
realizar uma admoestação verbal ou imposição 
de pena de multa (art. 28 § 6º). 
 
ASPECTOS FINAIS 
Ação penal: Pública incondicionada; 
Procedimento criminal: aplica-se o rito da Lei 
9099/95; 
É crime, portanto, gera registro criminal na ficha 
de antecedentes criminais- F.A.; 
Prazo máximo da Prest. Serv. Comunidade e 
Comparecimento em cursos: 05 meses (art. 28 § 
3º); 
A prestação de serviços à comunidade será 
cumprida em programas comunitários, entidades 
educacionais ou assistenciais, hospitais, 
estabelecimentos congêneres, públicos ou 
privados sem fins lucrativos, que se ocupem, 
preferencialmente, da prevenção do consumo ou 
da recuperação de usuários e dependentes de 
drogas (art. 28 § 5º); 
O juiz poderá determinar o tratamento da 
dependência química do réu em um 
estabelecimento público de maneira gratuita (art. 
28 § 7º) 
Prescrição das penas: 02 anos, observando as 
regras gerais da prescrição (art. 107 e seguintes do 
CP) art. 28 § 8º. 
TRÁFICO DE DROGAS 
Também chamado de Tráfico de substâncias 
entorpecentes. 
ARTIGO 33: Importar, exportar, remeter, preparar, 
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, 
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer 
consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a 
consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo 
com determinação legal ou regulamentar: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e 
pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e 
quinhentos) dias-multa. 
• § 1º Nas mesmas penas incorre quem: 
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, 
adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, 
tem em depósito, transporta, traz consigo ou 
guarda, ainda que gratuitamente, sem 
autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar, matéria-
prima, insumo ou produto químico destinado à 
preparação de drogas; 
• II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem 
autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar, de plantas 
que se constituam em matéria-prima para a 
preparação de drogas; 
• III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de 
que tem a propriedade, posse, administração, 
guarda ou vigilância, ou consente que outrem 
dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem 
autorização ou em desacordo com 
Lei de Drogas 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
determinação legal ou regulamentar, para o 
tráfico ilícito de drogas. 
• IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, 
insumo ou produto químico destinado à 
preparação de drogas, sem autorização ou em 
desacordo com a 
determinação legal ou regulamentar, a agente 
policial disfarçado, quando presentes elementos 
probatóriosrazoáveis de conduta criminal 
preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
• § 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso 
indevido de droga: 
• Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e 
multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. 
• § 3º Oferecer droga, eventualmente e sem 
objetivo de lucro, a pessoa de seu 
relacionamento, para juntos a consumirem: 
• Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, 
e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e 
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas 
previstas no art. 28. 
• § 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste 
artigo, as penas poderão ser reduzidas de um 
sexto a dois terços, vedada a conversão em 
penas restritivas de direitos , desde que o agente 
seja primário, de bons antecedentes, não se 
dedique às atividades criminosas nem integre 
organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 
2012) 
20-10-2022 
Trata-se de crime de ação múltipla, marcado por 
18 verbos, para alcançar aquele que está 
cometendo tráfico. Ademais, existem condutas 
equiparadas e crimes correlatos ao tráfico, além 
do caput. 
 
ASPECTOS TÉCNICOS PENAIS DO TRÁFICO 
• Norma penal em branco heterogênea: Portaria 
344/98-Anvisa – Ministério da Saúde; 
• Objetividade Jurídica: Saúde pública; 
• Sujeito ativo: crime comum (qualquer pessoa 
pode praticar). 
Obs: na modalidade “PRESCREVER” o crime é 
próprio, pois exige-se a condição de Médico ou 
Odontólogo. 
Em certos casos, as características pessoais do 
sujeito ativo podem majorar a pena de 1/6 a 2/3: 
art. 40, II (professor, funcionário público, pai, tutor, 
curador, etc.) 
• Sujeito passivo: Estado (coletividade) – sujeição 
passiva vaga. 
• Tipicidade Subjetiva: DOLO ESPECÍFICO: vontade 
livre e consciente de praticar as condutas 
descritas no art. 33 da Lei de drogas PARA 
CONSUMO DE TERCEIRAS PESSOAS. 
• Obs: não há modalidade culposa. 
 
MATERIALIDADE DELITIVA NO TRÁFICO 
O tráfico de drogas é um crime que deixa 
vestígios materiais (facta permanentes), assim, há 
necessidade de constatação da materialidade 
delitiva. 
Em outras palavras, a droga precisa ser 
apreendida no contexto dos fatos, via de regra e 
precisa ser submetida a perícia para a 
comprovação da natureza da substância. Existem 
dois laudos: 
1. Laudo de Constatação (exame provisório, 
sem maior profundidade) que autoriza a 
prisão em flagrante do agente, 
instauração do IP, etc. Não é suficiente 
para a condenação. Caso haja 
condenação apenas com esse laudo, essa 
será nula. 
2. Laudo Definitivo, mais complexo e 
profundo, onde é analisado 
cientificamente o teor da droga. Esse é 
indispensável para a condenação do réu 
(art. 50 da Lei 11.343/06) 
Essa questão também se aplica aos demais crimes 
de droga, como porte para uso próprio. 
 
TIPICIDADE OBJETIVA 
É um crime de conteúdo variado, composto por 
18 verbos nucleares, sendo eles: 
• Importar: fazer entrar a droga no território 
nacional (trazer de outro país); 
• Exportar: fazer sair a droga do território nacional 
(enviar para outro país); 
• Remeter: enviar a droga para algum lugar, 
dentro do território nacional 
• Preparar: juntar componentes, combinar 
substâncias; 
• Produzir: dar origem, gerar (extrair da natureza); 
• Fabricar: manufaturar, produzir por meio 
industrial ou mecânico; 
• Adquirir: obter a propriedade (de maneira 
gratuita ou onerosa); 
Lei de Drogas 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
• Vender: alienar mediante contraprestação, 
negociar; 
• Expor a venda: mostrar para compradores, exibir 
a droga; 
• Oferecer: ofertar, mesmo que gratuitamente; 
•Ter em depósito: conservar em algum lugar, reter 
à sua disposição; 
• Transportar: levar de um lugar para o outro 
(veículos, aviões, embarcações) 
• Trazer consigo: trazer junto ao corpo, junto a si 
(bolso, roupa, etc); 
• Guardar: ter sob vigilância, zelar, tomar conta; 
• Prescrever: receitar para uso, dar receita; 
• Ministrar: aplicar a droga em outra 
pessoa,introduzir no organismo de alguém; 
• Entregar para consumo: dar, ceder, entregar a 
outrem para consumir; 
• Fornecer ainda que gratuitamente: prover, 
entregar uma amostra grátis. 
 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
A consumação se dá no momento em que o 
agente realiza a conduta típica (vender, oferecer, 
ministrar, guardar, ter em depósito, etc.) 
Obs: crime permanente cuja consumação se 
protrai no tempo; 
Quanto a tentativa, por causa da multiplicidade e 
superposição de condutas é difícil existir tentativa 
na prática. Exige-se a tradição. 
Teoricamente é possível nas modalidades: 
adquirir, importar, prescrever. 
Ademais, é crime de perigo abstrato (sem droga, 
não há risco para a saúde pública). 
 
FLAGRANTE PREPARADO E CRIME DE TRÁFICO 
Existe uma tática policial consistente na figura do 
“agente provocador” (policial disfarçado), que 
finge ser uma vítima do crime que induz o 
criminoso a praticar o delito, prendendo-o 
posteriormente em flagrante (flagrante 
provocado ou preparado); 
Existe polêmica na doutrina a respeito da validade 
deste tipo de flagrante. 
Há súmula do STF indicando que tal tipo de prisão 
seria nula por se tratar de um crime impossível 
(Súmula 145 do STF). No entanto, no caso de 
tráfico de drogas, tal argumentação não se 
aplica, pois o flagrante não é nulo, já que antes de 
vender, o sujeito ativo tem a droga em depósito, 
guardava ou trazia consigo, estando em situação 
de FLAGRANTE PERMANENTE antes da atividade do 
agente provocador. 
A QUESTÃO foi devidamente tratada pelo PACOTE 
ANTICRIME: Lei nº 13.964/19 que acrescentou o 
inciso IV no parágrafo 1º do art. 33, afirmando 
categoricamente que constitui CRIME vender 
droga, matéria prima, insumo ou componente 
químico ao policial disfarçado; 
Assim, é pacífico na doutrina e na jurisprudência 
que se o policial se disfarça de usuário de drogas 
e induz o traficante a vender uma substância 
proibida para ele, havia flagrante permanente 
anterior (pois guardava, tinha em deposito ou 
trazia a droga consigo de maneira preexistente) 
validando-se a prisão em flagrante. 
 
BUSCA DOMICILIAR E PRISÃO EM FLAGRANTE 
A casa é asilo inviolável do cidadão (art. 5º XI da 
CF); Os policiais precisam de mandado de busca 
domiciliar ou de prisão para ingressarem em um 
imóvel (art. 240 do CPP). 
No entanto, se existir DROGA EM DEPÓSITO 
DENTRO DA CASA, os policiais podem entrar sem 
mandado no local (caso de flagrante dentro do 
imóvel). Mas, e necessário prévia investigação e 
existência de indícios suficientes de que a droga 
esteja dentro do imóvel (tema 280-STF). 
 
ANÁLISE ESTRUTURAL DO TRÁFICO DE DROGAS 
Artigo 33 “caput” da Lei 11.343/06: Trata-se da 
figura básica do tráfico (Crime Hediondo 
Equiparado – art. 5º XLIII da CF); 
As figuras equiparadas (derivadas) ao tráfico 
também 
são hediondas: Art. 33 § 1º (Figuras derivadas – 
também hediondas): 
 inciso I - matéria prima da droga 
 inciso II- plantio, colheita, exploração de vegetais; 
 inciso III – local ou bens destinados para o tráfico; 
 inciso IV- vender para policial disfarçado (Lei 
13.964/19) 
 
CRIMES CORRELATOS AO TRÁFICO 
Lei de Drogas 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
São crimes autônomos ligados ao tráfico, mas não 
estão previstos como hediondos na legislação 
especial: 
Art. 34 – Maquinismo e objetos destinados ao 
tráfico; 
Art. 35 – Associação ao tráfico; 
Art. 36 – Financiamento ao tráfico; 
Art. 37 – Informante ou colaborador do tráfico. 
Obs: apesar de não serem hediondos, a Lei nº 
11.343/06 impõe um tratamento rigoroso para 
esses delitos, conforme se verifica do disposto 
contido no art. 44 da Lei de Drogas: 
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e §1º 
, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e 
insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e 
liberdade provisória, vedada a conversão de suas 
penas emrestritivas de direitos. 
 Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput 
deste artigo, dar-se-á o livramento condicional 
após o cumprimento de dois terços da pena, 
vedada sua concessão ao reincidente 
específico”. 
 Obs: essas disposições não se aplicam: 
Art. 33 § 2º (induzimento ou instigação ao uso de 
drogas) 
 Art. 33 § 3º ( Uso compartilhado de droga) 
Art. 33 § 4º (Tráfico privilegiado) 
 
ANÁLISE DAS RESTRIÇÕES DO ART. 44 
• Inafiançabilidade: após Lei nº 11.464/07 (alterou 
o art. 2º, II da Lei dos Crimes Hediondos) é possível 
a Liberdade Provisória sem fiança com aplicação 
de medida cautelar diversa da prisão (Lei nº 
12.403/11); 
• Vedação da conversão em penas restritivas de 
direitos: STF declarou inconstitucional esse 
dispositivo (HC 97.256-RS) pois, é atribuição do juiz 
verificar se é possível aplicar ou não pena restritiva 
de direitos em caráter substitutivo (art. 5º, XLVI da 
CF) – Resolução 05-2012 do Senado; 
• Progressão de regimes: o art. 44 da Lei de 
drogas, não fala nada sobre progressão de 
regimes. Assim, conforme entendimento 
predominante, os lapsos aplicáveis para os artigos 
34, 35, 36 e 37 são aqueles previstos na legislação 
comum (LEP – Lei 7210/84 com alterações do 
pacote Anticrime – Lei 13;964/19), uma vez que 
não são considerados crimes hediondos. Para o 
art. 33 “caput” e 33 § 1 º, I, II , III e IV teremos 
aplicação da Lei dos Crimes Hediondo 
 
TRÁFICO PRIVILEGIADO 
Art. 33 § 4º: Nos delitos definidos no caput e no § 
1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de 
um sexto a dois terços, vedada a conversão em 
penas restritivas de direitos , desde que o agente 
seja primário, de bons antecedentes, não se 
dedique às atividades criminosas nem integre 
organização criminosa. 
Causa específica de diminuição de pena (1/6 a 
2/3): aplicada apenas aos que “transportam a 
droga” (mulas) que fossem primários e de bons 
antecedentes, desde que não associados às 
organizações criminosas; 
 
HEDIONDEZ DO TRÁFICO PRIVILEGIADO 
1ª Corrente: tem natureza hedionda porque é 
“Tráfico”, apenas a pena é menor em razão da 
causa de diminuição (não é crime autônomo) 
(Entendimento da antiga Súmula 512 do STJ – FOI 
CANCELADA); 
2ª Corrente: não tem natureza hedionda, pois são 
institutos incompatíveis. Não poderia ser 
privilegiado e hediondo ao mesmo tempo. Até 
2016 o STJ e STF entendiam ser hediondo, mas, a 
partir deste ano, o STF e o STJ unificaram o 
posicionamento de que o TRÁFICO PRIVILEGIADO 
NÃO TEM CARÁTER HEDIONDO (Súm. 512 do STJ foi 
cancelada). Esse é o entendimento predominante 
na atualidade. 
 
QUESTÕES ATUAIS SOBRE O TRÁFICO PRIVILEGIADO 
• Cabe conversão de pena privativa de liberdade 
em restritiva de direitos se preenchidos os requisitos 
legais. 
• HC Coletivo do STJ: Em 08/09/20, o STJ julgou o 
“HC nº 596603” impetrado pela Defensoria Pública 
de SP onde foi concedido um “habeas corpus 
coletivo” para todos os presos condenados por 
tráfico privilegiado cuja pena estivesse no 
patamar de 01 (um) ano e 08 (oito) meses, onde, 
poderiam os mesmos cumprirem pena em REGIME 
ABERTO (alcançou mais de mil e cem presos); 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS SOBRE O TRÁFICO DE 
DROGAS 
1) Circunstâncias indicativas do tráfico: aplicam-
se as mesmas previstas no art. 28 § 2º (quantidade 
de droga, local da apreensão, antecedentes, 
conduta do agente, etc.) 
Lei de Drogas 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
2) Elemento normativo do tipo: sem autorização 
legal ou em desacordo com a determinação 
legal ou regulamentar; 
3) Aspectos probatórios: dúvida entre tráfico e 
porte, aplica-se o “in dubio pro reu”; 
4) Palavra dos policiais que participaram da 
apreensão: a jurisprudência vem aceitando como 
válida (apenas por ser policial não afasta a 
validade do depoimento) mas precisa estar em 
harmonia com os demais elementos do processo; 
5) Destruição das drogas apreendidas: as drogas 
serão destruídas (incineradas) em 15 dias (caso 
ocorra prisão em flagrante e os laudos estiverem 
prontos) ou em 30 dias, caso não haja prisão em 
flagrante (Obs: poderá ser guardada amostra da 
droga para o laudo definitivo se não tiver sido 
realizado) - Art. 50 e 50-A Lei 11.343/06 – (Lei nº 
13.840/19) 
6) Bens apreendidos com o tráfico: veículos, 
embarcações, aeronaves, serão apreendidos e 
vendidos em hasta pública conforme 
procedimento estabelecido nos arts. 60 a 64 da Lei 
de Drogas (Lei nº13.886/19); 
Obs: O juiz decretará a perda dos bens, direitos, 
produtos obtidos com o tráfico (art. 63 da Lei de 
Drogas). As terras que foram utilizadas para o 
tráfico serão expropriadas sem direito a 
indenização (art. 243 da CF/88 – art. 32 § 4º da Lei 
de Drogas) 
7) Competência para julgamento do Tráfico: 
• Tráfico Nacional: Competência da Justiça 
Estadual; 
• Tráfico Internacional: Competência da justiça 
Federal (art. 109, V da CF e 70 da Lei 11.343/06) 
26-10-2022 
ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO 
“Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para 
o fim de praticar, reiteradamente ou não, 
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e 
§ 1º , e 34 desta Lei: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e 
pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e 
duzentos) dias-multa. 
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput 
deste artigo incorre quem se associa para a 
prática reiterada do crime definido no art. 36 
desta Lei”. 
 
OBJETIVIDADE JURÍDICA 
Saúde Pública e Segurança Pública; 
ENQUADRAMENTO LEGAL 
Crime autônomo e independente em face do art. 
33 da Lei de Drogas (não é obrigatória a 
condenação por tráfico para ser condenado por 
associação ao tráfico). 
Posso ter apenas condenação por Associação por 
tráfico (art. 35 da Lei de Drogas) ou concurso 
material com outros crimes (Tráfico – 33 Lei de 
Drogas); 
Obs: existem posicionamentos minoritários de que 
a Associação ao tráfico seria um delito acessório 
ou secundário, apenas sendo aplicado em caso 
de condenação por tráfico ; 
 
CAMPO DE INCIDÊNCIA DA ASSOCIAÇÃO AO 
TRÁFICO 
 A Associação ao tráfico fica limitada aos 
seguintes casos: 
Art. 33 caput e § 1º; (Tráfico na figura básica e 
figuras equiparadas) 
Art. 34 – Maquinismo para o tráfico; 
Art. 36- Financiamento para o tráfico. 
Obs: não se aplica o crime de Associação ao 
tráfico em outras hipóteses da Lei nº 11.343/06 
(consideradas pelo legislador de condutas 
individualizadas) 
 
REQUISITOS PARA O RECONHECIMENTO DA 
ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO 
São requisitos cumulativos 
1) Participação de “no mínimo” DUAS 
PESSOAS: a associação ao tráfico 
equiparou ao concurso de agentes (art. 29 
do CP); 
2) Intenção de praticar os crimes previstos 
nos artigos: 33 “caput”, 33 § 1º, 34 e 36: 
Tráfico na figura básica e nas figuras 
equiparadas, maquinismo para o tráfico e 
financiamento para o tráfico; 
3) Que os agentes queiram cometer o crime 
de forma reiterada ou não: Correntes de 
entendimentos: 
1ª Corrente: não se exige estabilidade e 
permanência; 
2ª Corrente: exige-se estabilidade e permanência, 
mesmo que seja para cometer um único crime de 
tráfico. Posição majoritária. 
➔ Pode haver um tráfico só, mas para 
caracterizar associação deve-se ter 
Lei de Drogas 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
estabilidade mesmo para esse único 
crime. 
 
CRITÉRIOS LEVADOS EM CONSIDERAÇÃO PARA O 
RECONHECIMENTO DA ASSOCIAÇÃO AO 
TRÁFICO: 
▪ Gravidade da dimensão do tráfico; 
▪ Finalidade da reiteração criminosa; 
▪ Quantidade de integrantes e estruturação 
da Associação. 
Obs: Não se aplica o art. 288 do CP (princípio da 
especialidade). Aplica-se somente o art. 35 da Lei 
nº 11.343/06); 
Dependendo das circunstâncias (mais de 04 
integrantes, nível de organização e estruturação 
empresarial – transnacionalidade, etc.) pode ser 
aplicada a Lei nº 12.850/13 – Organizações 
Criminosas. 
 
TIPICIDADE SUBJETIVA 
 DOLO ESPECÍFICO: Vontade livree consciente de 
se associar para o fim de praticar “tráfico de 
drogas”; 
 
CONSUMAÇÃO 
Crime formal – consuma-se no momento da união 
dos envolvidos “Societa Criminis”; 
 
TENTATIVA 
Não se admite. 
 
DELAÇÃO PREMIADA 
Art. 41 da Lei nº 11.343/06. Se o agente colaborar 
voluntariamente com a investigação policial e o 
processo criminal na identificação dos demais 
coautores ou partícipes do crime e na 
recuperação total ou parcial do produto do crime 
pode ser aplicada uma redução de 1/6 a 2/3 
(aplica subsidiariamente a Lei nº 9807/99) 
 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA NO TRÁFICO DE 
DEMAIS CRIMES CORRELATOS 
Estão previstas no art. 40 da Lei 11.343/06 e se 
aplicam nos casos do artigo 33 até o 37. Assim, as 
penas podem ser majoradas no patamar de 1/6 
até 2/3 nas seguintes hipóteses: 
 I - a natureza, a procedência da substância ou do 
produto apreendido e as circunstâncias do fato 
evidenciarem a transnacionalidade do delito; 
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de 
função pública ou no desempenho de missão de 
educação, poder familiar, guarda ou vigilância; 
III - a infração tiver sido cometida nas 
dependências ou imediações de 
estabelecimentos prisionais, de ensino ou 
hospitalares, de sedes de entidades estudantis, 
sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou 
beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de 
recintos onde se realizem espetáculos ou diversões 
de qualquer natureza, de serviços de tratamento 
de dependentes de drogas ou de reinserção 
social, de unidades militares ou policiais ou em 
transportes públicos; 
IV - o crime tiver sido praticado com violência, 
grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou 
qualquer processo de intimidação difusa ou 
coletiva; 
V - caracterizado o tráfico entre Estados da 
Federação ou entre estes e o Distrito Federal; 
 VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança 
ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer 
motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de 
entendimento e determinação; 
VII - o agente financiar ou custear a prática do 
crime.

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