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SAÚDE NA FAMÍLIA

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A educação no contexto do cuidar em 
saúde, da familia e da comunidade
Apresentação
O cuidado em saúde tem uma dimensão que ultrapassa a clínica, incluindo sentimentos, vivências, 
pensamentos, crenças de vida, contexto de vida, de família e de comunidade e, também, empatia 
por parte dos profissionais de saúde, tendo em vista que um cuidado humanizado possibilita 
resultado efetivo na qualidade de vida da população. A partir dessa perspectiva, se propõe refletir 
sobre a educação no contexto do cuidar em saúde, da família e da comunidade.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai identificar os pressupostos básicos da educação para o 
cuidado em saúde da família e da comunidade, além de conhecer as necessidades de cuidado da 
família e da comunidade e o plano de cuidados em saúde para cuidar da família e da comunidade.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os pressupostos básicos da educação para o cuidado em saúde da família e da 
comunidade.
•
Apontar as necessidades de cuidado da família e da comunidade.•
Elaborar um plano de cuidados em saúde para cuidar da família e da comunidade.•
Desafio
Durante os processos de trabalho das Estratégias de Saúde da Família (ESF), os profissionais podem 
criar vínculos com as famílias abrangidas, melhorando a qualidade no atendimento e focando 
principalmente nas necessidades dos sujeitos.
A partir disso, umas das ações que pode ser desenvolvida às famílias é o planejamento famíliar. A 
prática de planejamento familiar é garantida pela Lei n.o 9.263, de 12 de janeiro de 1996 (BRASIL, 
1996), que corresponde ao conjunto de ações de educação em saúde por meio de métodos e 
técnicas para a anticoncepção e concepção. Além disso, também são oferecidos ao casal 
acompanhamento e informações, sempre num contexto de livre-escolha (BRASIL, 1996).
A partir dessa definição, veja a seguinte situação:
Com a finalidade de compreender a atuação da Enfermagem e pensando nos pressupostos básicos 
da educação para o cuidado em saúde da família e da comunidade, responda as questões a seguir:
a) Que ações você realizaria para conhecer e identificar as necessidades de saúde dessa família?
b) Durante a visita e a conversa com o casal heterossexual que vive na casa, você percebe que eles 
têm um filho de 15 anos e um filho de 1 ano. Questionando se desejam ter mais filhos, eles relatam 
que não desejam e expressam dúvidas em relação a como evitar outra gravidez. Nesse sentido, 
como você faria para abordar o tema de planejamento familiar? E quais ações desenvolveria?
Infográfico
Diversas são as ferramentas que podem ser utilizadas para qualificar o atendimento aos usuários 
dos serviços de saúde, duas delas são o genograma e o ecomapa. O genograma e o ecomapa são 
instrumentos rotineiramente utilizados por profissionais de diversas áreas para representar 
processos familiares estruturais, emocionais e afetivos. (NASCIMENTO, et al, 2014).
No Infográfico a seguir, você vai conhecer um pouco mais sobre as formas de aplicação desses 
modelos.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/158dea93-feee-4087-86e2-04eb2f8186bb/83001577-7097-4542-9ae5-f0e841274ef7.jpg
Conteúdo do livro
Atualmente, diversas são as vertentes que estudam a educação num contexto geral. Na área da 
saúde, destacam-se os modelos de práticas voltadas para a educação problematizadora, utilização 
de metodologias ativas, baseadas em situações reais, além da educação voltada para o dia a dia e a 
realidade dos profissionais e da população envolvida. Nesse sentido, a educação no campo da 
saúde pode ter diversos focos, basta ter planejamento e organização por parte dos responsáveis. 
Ela pode ser abordada em hospitais, onde o público-alvo pode ser os diversos pacientes internados 
ou até mesmo os próprios profissionais da saúde, por meio da educação permanente.
Na obra Educação em saúde, leia o capítulo A educação no contexto do cuidar em saúde, da família 
e da comunidade, base teórica para esta Unidade de Aprendizagem, e veja como podem ocorrer 
processos educativos em empresas, por meio da saúde do trabalhador, e também na atenção 
primária à saúde, por meio da educação para o cuidado em saúde da família e da comunidade.
Boa leitura.
EDUCAÇÃO EM 
SAÚDE 
Camila Pinno
A educação no contexto
do cuidar em saúde
da família e da comunidade
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar os pressupostos básicos da educação para o cuidado em 
saúde da família e da comunidade.
  Apontar as necessidades de cuidado da família e da comunidade. 
  Elaborar um plano de cuidados em saúde para cuidar da família e 
da comunidade.
Introdução
Atualmente, diversas são as vertentes e os focos que estudam a educa-
ção em um contexto geral. Na área da saúde, destacam-se os modelos 
de prática voltados para a educação problematizadora, utilização de 
metodologias ativas com base em situações reais, educação voltada 
para o dia a dia e realidade dos profissionais e da população envolvida. 
Nesse sentido, a educação no campo da saúde pode ter diversos focos, 
basta possuir planejamento e organização por parte dos responsáveis; pode 
ser abordada em hospitais, onde o público-alvo são os diversos pacientes 
internados (pacientes em realização de hemodiálise, pacientes pediátricos, 
oncológicos, apresentando problemas cardíacos, etc.), ou até mesmo os 
próprios profissionais da saúde, por meio da educação permanente. Além 
disso, podem ocorrer processos educativos em empresas, por meio da 
saúde do trabalhador, bem como projetos de atenção primária à saúde, por 
meio da educação para o cuidado em saúde da família e da comunidade.
Neste capítulo, você identificará os pressupostos básicos da educação 
para o cuidado em saúde da família e da comunidade, bem como quais 
são os cuidados necessários, e aprenderá a elaborar um plano de cuidados 
em saúde para cuidar da família e da comunidade.
Pressupostos básicos da educação para
o cuidado em saúde da família e da comunidade
Outrora, o direito à assistência à saúde, realizada pelo governo, era exclusivo 
das pessoas que trabalhavam. Com diversos movimentos e lutas sociais, em 
1986, por meio da Constituição Federal, sem seu art. 196, defi niu-se que:
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agra-
vos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação (BRASIL, 1988, documento on-line). 
Por meio das Leis nº. 8.080 e 8.142, foram dispostas, respectivamente, as 
condições para a promoção, a proteção e a recuperação da saúde; a organização 
e o funcionamento dos serviços correspondentes; a participação da comuni-
dade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS); e sobre as transferências 
intergovernamentais de recursos financeiros da saúde e outras providências.
Uma portaria que pode ser utilizada para nortear ações de educação para 
o cuidado da saúde da família e comunidade é a Portaria nº. 2.436, de 21 de 
setembro de 2017, em que foi aprovada a Política Nacional de Atenção Básica, 
estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da atenção básica, 
no âmbito do SUS. Salienta-se, especificamente, o art. 6, no qual é destacado 
que todas as unidades básicas de saúde são consideradas potenciais espaços 
de educação, pesquisa, inovação, avaliação tecnológica, formação de recursos 
humanos e ensino em serviço (BRASIL, 2017).
Após alguns anos, a Atenção Primária à Saúde (APS) incorporou os princí-
pios da reforma sanitária, o que levou o SUS a adotar a denominação Atenção 
Básica à Saúde, a fim de ressaltar a reorientação do modelo assistencial, a 
partir de um sistema universal e integrado de atenção à saúde (BANDEIRA, 
2016). A reorganizaçãodo modelo assistencial, com base na atenção básica à 
saúde, deriva de um momento histórico social em que prevalece um modelo 
de saúde tecnicista, hospitalocêntrico, que, consequentemente, não atende as 
necessidades e demandas de saúde dos usuários (BRASIL, 1997). 
A atenção básica à saúde é essencialmente composta por dois modelos: 
unidades básicas de saúde tradicionais (UBS) com ou sem agentes comunitários 
de saúde (ACS), e as unidades com Estratégias de Saúde da Família (ESF). 
Ambas se localizam em áreas geograficamente delimitadas, fixadas próximo à 
moradia do usuário (BRASIL, 2006). É prevista a implantação da estratégia de 
agentes comunitários de saúde nas UBS como uma possibilidade para a reorga-
A educação no contexto do cuidar em saúde da família e da comunidade2
nização inicial da atenção básica, visando à implantação gradual da estratégia 
de saúde da família ou como uma forma de agregar os agentes comunitários a 
outras maneiras de organização da atenção básica (BRASIL, 2017). 
Assim, incorporando um novo olhar no processo de intervenção/cuidado 
e buscando a implementação de ações preventivas, a ESF se apresenta como 
um modelo de atenção dos serviços de saúde, tendo a família no centro do 
cuidado (BRASIL, 1997). 
Atualmente, diversos são os escritores que abordam o tema cuidado em 
saúde, como Gastão Campos, Túlio Franco, Emerson Merhy, Luiz Cecílio, 
Ricardo Ceccim, Alcindo Ferla, Laura Feuerwerker, Gustavo Tenório Cunha, 
Ruben Mattos, entre outros. Vasconcelos (2008, p. 153) define que:
[...] cuidar significa ocupar-se, aqui e agora, dos problemas passíveis de ser 
enfrentados, pondo-se à disposição de acordo com as condições exigidas 
por eles e não nas condições oferecidas tradicionalmente pelo serviço. O 
sofrimento não se anula, mas começa-se a remover-lhe motivos e mudam-se 
as formas e o peso com que este sofrimento entra no jogo da vida da família. 
A partir disso. e aproximando-se do cuidado em saúde da família, o autor 
afirma que o:
[...] apoio familiar não pode ser um último teste para esta família se tornar operativa, 
mas espaço de vida a mais no qual lhe propiciamos alguns dos novos suportes que 
possam utilizar para compor seu próprio caminho de vida. Fazer-se responsável 
por membros incapazes de iniciativas próprias e em crise de uma família é evitar 
seu abandono em nome de uma propalada liberdade que as pessoas teriam para 
até mesmo não querer cuidar de sua saúde ou da de seus dependentes sem deixar, 
no entanto, de respeitar suas diretrizes de vida (VASCONCELOS, 2008, p.153).
Waldow e Borges (2011) referem que o cuidado engloba atos, comporta-
mentos e atitudes. Os atos realizados no cuidado variam, de acordo com o rela-
cionamento estabelecido e as condições e situações em que acontecem. Nesse 
sentido, o “cuidar da família”, por meio da ESF, perpassa diversas políticas 
ministeriais, bem como conceitos que precisam estar claros e definidos pelos 
trabalhadores em saúde, para que ocorra um cuidado qualificado, organizado 
e planejado. Cuidar da família não envolve somente dimensões orgânicas dos 
indivíduos, mas sim aspectos afetivos, pois “[...] resultados positivos de nossa 
atuação construíram-se, em grande parte, por elementos afetivos transmitidos 
por nosso olhar e nossos gestos, fora do controle de nossa intencionalidade 
profissional” (GOMES; MERHY, 2014, documento on-line).
3A educação no contexto do cuidar em saúde da família e da comunidade
Atualmente, diversas são as configurações/estruturas familiares na sociedade, 
porém, no passado, o conceito de família era associado a um casal heterosse-
xual, que vivia com seus filhos biológicos e, eventualmente, com um dos pais 
dos cônjuges. As variadas formas de composição familiar estão associadas ao 
processo de recomposição familiar, escolhas de gêneros, interações conjugais e 
organização familiar (WALL, 2001). A família é caracterizada como grupo de 
identidade própria, envolvida por laços estabelecidos entre os indivíduos (FI-
GUEIREDO; MARTINS, 2009). Nesse sentido, pode-se considerar família, um 
grupo de indivíduos que possuem algum laço afetivo. A partir disso, entende-se 
que se torna necessário que as Equipes de Saúde da Família: 
[...] cumpram um papel indutor na reorganização do processo de trabalho, 
cujo intuito além da competência técnica, os profissionais precisam ampliar o 
seu núcleo de saberes para as dimensões políticas e de gestão do trabalho em 
saúde, adotando habilidades de autogestão. Isso lhes permite [...] o advento de 
um novo panorama na AB, focado na tríade usuário-família-comunidade, 
com a garantia de efetividade na assistência (CAVALCANTI; OLIVEIRA 
NETO; SOUZA, 2015, documento on-line).
Com o foco direcionado para a tríade usuário–família–comunidade, 
a equipe de saúde necessita estabelecer o seu cuidado a partir da demanda 
dessas organizações, abrangendo a educação para o cuidado em saúde 
da família e da comunidade. No desenvolvimento da educação focada no 
cuidado em saúde da família e da comunidade, ainda carece a promoção da 
saúde e a prevenção de doenças, com o objetivo de melhorar a qualidade de 
vida da comunidade e dar maior satisfação ao usuário (LIMA et al., 2019). 
Faz-se necessário, então, maior investimento em atividades de educação em 
saúde fundamentadas no princípio da autonomia, habilitando e informando 
os usuários para que possam identificar precocemente os agravos em saúde; 
precisa-se romper com o paradigma do modelo biomédico centrado na doença, 
a fim de controlar e evitar os agravos à comunidade (FERNANDES; SOUZA; 
RODRIGUES, 2019). Perante essa concepção de educação, encara-se: 
[...] como uma ação complexa e carregada de desafios ambíguos, que ocorre, 
cotidianamente, no nível das relações sociais entre os profissionais movidos 
pelo saber científico e a comunidade, por meio do senso comum e dos sabe-
res tradicionais. Tendo em vista que as ações desenvolvidas na ESF devem 
envolver práticas de promoção da saúde e práticas curativas, a educação em 
saúde constituiu-se numa prática dialógica a ser desenvolvida por diferentes 
profissionais das Equipes de Saúde da Família seja no âmbito individual da 
clínica ou coletivo no território (BRASIL; SANTOS, 2018, documento on-line).
A educação no contexto do cuidar em saúde da família e da comunidade4
Assim, conclui-se que os profissionais das ESFs precisam estar preparados 
e orientados para o desenvolvimento efetivo da educação para o cuidado em 
saúde da família e da comunidade (participação da família com a devida 
autorização do paciente, bem como participação da família em grupos de 
educação em saúde), pois, ainda, os espaços podem apresentar diversos pa-
radigmas a serem rompidos. Necessitam, então, pensar, refletir, organizar e 
planejar sobre a educação durante o processo de cuidado das famílias e da 
comunidade. Precisam conhecer o território sob sua responsabilidade e, para 
isso, precisam estar unidos, tanto entre os próprios profissionais quanto entre 
os gestores e os próprios cidadãos da comunidade. 
Necessidades de cuidado da família
e da comunidade
Diversas podem ser as necessidades de cuidado da família e da comunidade. 
Os profi ssionais da saúde precisam estar cientes da realidade dos usuários 
que constituem as famílias e da própria comunidade atendida. Para que isso 
ocorra, precisam estar empenhados em conhecer, descobrir, avaliar o con-
texto de saúde pelo qual são responsáveis. Ou seja, precisam estar engajados 
juntamente com os gestores e a própria população.
A partir dessa atual conjuntura, é necessário que os trabalhadores e os 
serviços de saúde contemplem a concepção de colocar-se à disposição das 
necessidades do outro (GOMES; MERHY, 2014). Ou seja, torna-se imperativo 
que os serviços de saúde, por meio da realização de cuidados, sejam organizados 
a partir das demandas dos usuários, e não a partir de um “cardápio” pronto 
e fechado de oferta de cuidados para os usuários. De acordo com Gomes e 
Merhy (2014, documento on-line), “[...]para lidar com a heterogeneidade dos 
sujeitos, o profissional precisa abordá-los em suas singularidades, em uma 
complexidade social que se precisa compreender”. 
Atualmente, a ESF ainda permanece como prioridade para a expansão e a 
consolidação da atenção básica no Brasil. No entanto, para que ela se fortaleça, 
necessita-se de apoio e desdobramento do emaranhado de interesses econô-
micos, políticos e corporativos, dependendo também, substancialmente, da 
participação e do papel da sociedade na luta pelo direito à saúde (KESSLER 
et al., 2018). 
A atenção básica representa o primeiro contato do usuário dentro do SUS, 
caracterizando-se pela integralidade da atenção e a continuidade dos cuidados 
(STARFIELD, 2004); ou seja, visa à coordenação das necessidades dos usuá-
5A educação no contexto do cuidar em saúde da família e da comunidade
rios dentro do sistema de saúde. Ressalta-se, também, que a atenção primária 
em saúde se centra no cuidado a família, da orientação e da participação 
comunitária e da competência cultural dos profissionais (STARFIELD, 2004). 
Starfield (2004) define atributos essenciais para a atenção primária em 
saúde: a continuidade, a integralidade e a coordenação da atenção dentro do 
sistema; o acesso de primeiro contato do indivíduo com o sistema de saúde; 
e enfatiza a presença de outras três características, chamadas atributos de-
rivados: orientação familiar, orientação comunitária e atributo cultural 
(STARFIELD; XU; SHI, 2001). A partir desse contexto, das definições das 
atribuições das ESF e da própria equipe de saúde responsável pelo território 
definido, salienta-se que os trabalhadores, gestores e usuários carecem em 
compreender esse funcionamento para que as necessidades de cuidado da 
família e da comunidade sejam mais bem apuradas e efetivadas. 
Os cuidados desenvolvidos às famílias precisam ser desenvolvidos conside-
rando-se os pontos fortes, objetivando seus pontos positivos e os fortalecendo 
cada vez mais, bem como identificando os problemas, pactuando soluções e 
planejando a execução de ações juntamente com seus integrantes. Ou seja, 
“[...] centra-se nos pontos fortes dos membros da família e do grupo familiar 
promovendo o seu crescimento e desenvolvimento” (FIGUEIREDO; MAR-
TINS, 2009, documento on-line). Para a realização da avaliação familiar e 
da identificação dos cuidados necessários, tem-se como base o modelo de 
cuidados de enfermagem da família (FIGUEIREDO; MARTINS, 2009), 
demonstrado na Figura 1.
Figura 1. Diagrama do modelo de cuidados de enfermagem da família.
Fonte: Adaptada de Figueiredo e Martins (2009).
Avaliação familiar
Desenvolvimento:
satisfação conjugal;
planejamento familiar;
adaptação a gravidez;
papel parental 
Estrutural:
rendimento familiar;
edifício residencial;
precaução de
segurança;
abastecimento de
água;
animal doméstico 
Funcional:
papel de prestador
de cuidados;
processo familiar
A educação no contexto do cuidar em saúde da família e da comunidade6
A partir dessa organização da avaliação familiar, pode-se identificar quais 
os cuidados necessários em cada abordagem — estrutural, de desenvolvimento 
e funcional — e, então, organizar ações e processos que tenham como objetivo 
a abordagem das problemáticas identificadas. Além disso, pode-se organizar 
a identificação dos cuidados da família considerando o ciclo da vida de cada 
usuário — recém-nascido, criança, adolescente, adulto, idoso. As necessidades 
de saúde identificadas:
[...] não expressam somente necessidades médicas, doenças, sofrimentos ou 
riscos, como também carências e vulnerabilidades que refletem estilos de 
vida e identidades. Utilizar as necessidades de saúde como objeto nas práti-
cas clínicas abarca as dimensões biológica, cultural, econômica, ecológica e 
política [...] (SOUZA et al., 2014, documento on-line).
Destaca-se que as necessidades de saúde, tanto de famílias quanto de 
comunidades, podem ser identificadas de forma indireta, por meio de obser-
vações no território, ou de forma direta, no momento de algum atendimento 
(SANTOS; BERTOLOZZI; HINO, 2010). Como já ressaltado, os trabalhadores 
da equipe de saúde necessitam considerar a realidade específica das famílias 
atendidas e da comunidade do território; por exemplo, as necessidades de 
saúde de uma família moradora de rua da região metropolitana de São Paulo 
podem ser diferentes das de uma família moradora na cidade de Alagoinha, 
do Piauí, onde a população é constituída de 7.349 habitantes e a seca pode 
ser constante. Para exemplificar melhor, alguns exemplos de necessidades de 
cuidado já identificadas em alguns estudos realizados são listados a seguir 
(SANTOS; BERTOLOZZI; HINO, 2010):
  necessidades “fisiológicas”, como alimentação, saneamento, moradia;
  necessidades mais “complexas”, como segurança e afeto; 
  necessidades relacionadas com as condições socioeconômicas e cul-
turais, bem-estar social, uma vida social plena, lazer, tipo de lazer, 
trabalho, convívio social;
  necessidade de realização de exames, consultas, diagnósticos;
  necessidade de acesso a medicamentos, hospitais e demais serviços de saúde;
  necessidade de empatia, respeito, escuta, vínculo por parte dos traba-
lhadores com os usuários;
  necessidade de bens de consumo, materiais, cultura, educação.
7A educação no contexto do cuidar em saúde da família e da comunidade
Conheça mais exemplos de necessidades de cuidado em saúde da família e da co-
munidade acessando os seguintes artigos científicos disponíveis nos links a seguir.
“Necessidades de saúde e produção do cuidado em uma unidade de saúde em um 
município do Nordeste, Brasil”; Revista O Mundo da Saúde, São Paulo, 2014. 
https://qrgo.page.link/BLiqA
“Apoio de enfermagem ao autocuidado do cuidador familiar”, Revista de Enfermagem 
da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.
https://qrgo.page.link/pmWfF
“Identificando necessidades e possíveis soluções: com a palavra, pessoas idosas na 
Atenção Primária à Saúde”. Revista Saúde Debate, Rio de Janeiro, 2018.
https://qrgo.page.link/MEVL4
Plano de cuidados em saúde para cuidar
da família e da comunidade
Para a realização do plano, basear-se-á no Projeto Terapêutico Singular (PTS). 
O PTS é considerado:
[...] um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um 
sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão coletiva de uma equipe 
interdisciplinar, com apoio matricial, se necessário. Geralmente é dedicado 
a situações mais complexas. É uma variação da discussão de “caso clínico” 
(BRASIL, 2008, documento on-line).
O PTS é constituído por quatro etapas, descritas a seguir.
  Diagnóstico: avaliação/problematização dos aspectos sociais, psicoló-
gicos e orgânicos, ainda que provisória, a respeito da vulnerabilidade 
e dos riscos do usuário. A equipe procura compreender como o sujeito 
A educação no contexto do cuidar em saúde da família e da comunidade8
singular se coproduz diante da vida e da situação de adoecimento, como 
operam os desejos e os interesses, assim como o trabalho, a cultura, a 
família e a rede social. Uma atenção especial deve estar voltada para as 
potencialidades e as vitalidades do sujeito. Busca-se as potencialidades, 
com o objetivo de encontrar aliados para o PTS, lembrando de que os 
desejos são, frequentemente, um bom sinalizador das potencialidades 
e vitalidades (BRASIL, 2008).
  Definição das metas: sobre os problemas, a equipe trabalha as propostas de 
curto, médio e longo prazos, que serão negociadas com o sujeito “doente” e 
as pessoas envolvidas. A negociação deverá ser feita, preferencialmente, pelo 
membro da equipe que tiver maior vínculo com o usuário (BRASIL, 2008).
  Divisão de responsabilidades: escolher um profissional de referência, 
que, na atenção básica, pode ser qualquer membro da Equipe de Saúde 
da Família, independentemente da formação (p. ex., uma estratégia), 
para favorecer a continuidade e a articulação entre formulação, ações 
e reavaliações. O profissionalde referência também aciona a equipe do 
Núcleo de Apoio de Saúde da Família (Nasf), caso ocorra um evento 
muito importante, e articula grupos menores de profissionais para a 
resolução de questões pontuais surgidas no andamento da implemen-
tação do projeto terapêutico (BRASIL, 2008).
  Reavaliação: momento em que se discute o andamento do PTS e qual 
rumo será seguido (BRASIL, 2008).
A seguir, você verá o desenvolvimento de um PTS realizado por uma 
enfermeira do Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS).
Projeto terapêutico singular: abordagem no centro
de atendimento psicossocial
Este PTS foi desenvolvido pela profi ssional de referência enfermeira Tânia, 
atuante na Estratégia de Saúde da Família, em conjunto com o Núcleo de 
Apoio em Saúde da Família, com o paciente e familiar vinculado ao CAPS. 
O processo de escolha ocorreu por meio da demanda trazida pela agente 
comunitária de saúde (ACS), em que esta relatou que a pessoa era usuária de 
drogas (crack e álcool). Após a identifi cação do paciente, realizou-se as etapas 
do PTS descritas a seguir.
9A educação no contexto do cuidar em saúde da família e da comunidade
  Diagnóstico/acolhimento: nesse momento, objetivou-se a aproxi-
mação com o paciente, valorizando sua individualidade, seu jeito 
de viver, suas alegrias, dores, por meio da escuta qualificada, com 
o intuito de continuar com o vínculo estabelecido entre Tânia e o 
paciente. Como a enfermeira já o conhecia, sabia de seu histórico e 
do lugar onde morava, realizou-se, então, uma visita domiciliar. O 
paciente foi extremamente receptivo e, durante a conversa, contou 
sobre seu sofrimento e sobre a problemática pela qual estava pas-
sando. Essas informações (histórico) auxiliaram na identificação 
dos riscos que necessitavam de intervenção, para propor cuidados 
que se adequassem à realidade do paciente. Nesse momento da 
visita, conheceu-se a família, que se constituía por ele, a esposa e 
um cachorro de estimação, bem como se aproveitou para esclarecer 
sobre o PTS e como ele seria desenvolvido. 
  Definição das metas: a partir das necessidades/problemáticas en-
contradas, foram definidas metas a curto/médio e longo prazos, 
acordadas juntamente com o usuário e a família e outras instituições 
de saúde.
  Divisão de responsabilidades: o profissional de referência do PTS 
foi a enfermeira Tânia, em parceria com o Nasf e o CAPS da cidade.
  Reavaliação: nas reuniões de equipe, havia um momento no qual 
se discutia o andamento do PTS com esse usuário.
O PTS teve ótimo envolvimento da família e, principalmente, do usuário, 
pois ele relatava sentir muito sofrimento em relação à situação que estava 
passando e que não gostaria de viver daquele jeito, pois achava que estava 
fazendo muito mal para a sua família. O usuário e a família mantiveram 
vínculo e acompanhamento com a ESF.
Para saber mais sobre como desenvolver um projeto terapêutico singular com o 
conteúdo do módulo, leia o estudo de Miranda, Coelho e Moré (2012): “Introdução ao 
Projeto Terapêutico Singular do Curso de Especialização Multiprofissional em Saúde 
da Família”, da Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. 
A educação no contexto do cuidar em saúde da família e da comunidade10
BANDEIRA, D. Avaliação da APS: uma análise da coordenação da atenção nos muni-
cípios do interior do RS. Dissertação (Mestrado) — Programa de Pós Graduação em 
Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria, Santa maria, 2016. Disponível 
em: https://repositorio.ufsm.br/handle/1/7467. Acesso em: 22 jul. 2019.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: 
Senado Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm. Acesso em: 22 jul. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Saúde da família: uma estraté-
gia para a reorientação do modelo assistencial. Brasília: Ministério da Saúde, 1997. Disponível 
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd09_16.pdf. Acesso em: 22 jul. 2019.
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de referência e projeto terapêutico singular. 2. ed. Brasília, DF, 2008. Disponível em: http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/clinica_ampliada_equipe_referencia_2ed_2008.
pdf. Acesso em: 22 jul. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes para a progra-
mação pactuada e integrada da assistência à saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/DiretrizesProgPactuadaIn-
tegAssistSaude.pdf. Acesso em: 22 jul. 2019.
BRASIL. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção 
Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, 
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, DF, 2017. Disponível em: http://
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do modelo de cuidados de enfermagem de família. Revista da Escola de Enfermagem da 
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11A educação no contexto do cuidar em saúde da família e da comunidade
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da obra de Eymard Mourão Vasconcelos. Interface, v. 18, 2014. Disponível em: http://
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LIMA, R. et al. O apoio matricial no trabalho das equipes dos Núcleos de Apoio à 
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tecnologia. Brasília, DF: Unesco, 2004.
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Family Practice, v. 50, n. 2, 2001. Disponível em: https://www.mdedge.com/familymedicine/
article/60464/validating-adult-primary-care-assessment-tool. Acesso em: 22 jul. 2019.
VASCONCELOS, E. M. Educação popular e a atenção à saúde da família. 4. ed. São Paulo: 
Hucitec, 2008. 
WALDOW, V. R.; BORGES, R. F. Cuidar e humanizar: relações e significados. Acta Paulista de 
Enfermagem, v. 24, n. 3, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
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WALL, K. Famílias no Censo 2001: estruturas domésticas em Portugal. Sociologia, Pro-
blemas e Práticas, v. 43, n. 1, 2003. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0873-65292003000300002. Acesso em: 22 jul. 2019.
Leituras recomendadas
BRASIL. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promo-
ção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes e dá outras providências. Brasília, DF, 1990. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em: 22 jul. 2019.
A educação no contexto do cuidar em saúde da família e da comunidade12
BRASIL. Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade 
na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais 
de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Brasília, DF, 1990. Dis-
ponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8142.htm. Acesso em: 22 jul. 2019.
COSTA, S. R. D.; CASTRO, E. A. B.; ACIOLI, S. Apoio de enfermagem ao autocuidado do 
cuidador familiar. Revista de Enfermagem, v. 23, n. 2, 2015. Disponível em: http://www.
facenf.uerj.br/v23n2/v23n2a09.pdf. Acesso em: 22 jul. 2019.
LIMA, R. R. T. et al. Identificando necessidades e possíveis soluções: com a palavra, pes-
soas idosas na atenção primária à saúde. Saúde Debate, v. 42, n. 119, 2018. Disponível em: 
https://www.scielosp.org/pdf/sdeb/2018.v42n119/977-989/pt. Acesso em: 22 jul. 2019.
MIRANDA, F. A. C.; COELHO, E. B. S.; MORÉ, C. L. O. O. Projeto terapêutico singular. Flo-
rianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2012.
13A educação no contexto do cuidar em saúde da família e da comunidade
Dica do professor
Durante os processos de trabalho em saúde, os profissionais necessitam se organizar a partir das 
necessidades das pessoas atendidas para que o cuidado seja realizado da melhor forma possível. No 
entanto, é muito comum no cotidiano das equipes de saúde que trabalham no SUS, em especial na 
atenção domiciliar, deparar-se com situações complexas, seja pelas características clínicas dos 
pacientes, como multipatologia, polifarmácia, patologias avançadas, entre outras coisas, seja pelas 
condições socioeconômicas em que se encontram. 
Mesmo estando claro que as equipes de saúde, isoladamente, não detêm todas as condições para 
garantir o acesso do paciente a tecnologias de saúde, necessitando de recursos e tomadas de 
decisões inscritos na esfera da gestão do SUS ou até em outros pontos de atenção da rede, é 
importante ressaltar a potencialidade delas em facilitar esse acesso pelo desenvolvimento da 
capacidade de gerir o cuidado, operando como um “facilitador”, por meio do estabelecimento de 
formas diferentes de organização do processo de trabalho e uso de ferramentas/tecnologias 
(BRASIL, 2013, p. 11).
Na Dica do Professor, veja algumas ferramentas que podem ser utilizadas durante o processo de 
trabalho para gestão do cuidado aos usuários.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/24b7e95871ccac93f8521a0af2e2ad9d
Exercícios
1) A Política Nacional de Atenção Básica estabelece a revisão de diretrizes para a organização 
da atenção básica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A partir dessa política 
implementada pelo Ministério da Saúde, pode-se afirmar que são princípios e diretrizes do 
SUS e das Redes de Atenção à Saúde a serem operacionalizados na atenção básica:
A) I – Princípios: regionalização e hierarquização, territorialização, população adscrita, cuidado 
centrado na pessoa, resolutividade, longitudinalidade do cuidado, coordenação do cuidado, 
ordenação da rede e participação da comunidade.
 
II – Diretrizes: universalidade, equidade e integralidade.
B) I – Princípios: respeito e ética, universalidade, equidade e integralidade.
 
II – Diretrizes: regionalização e hierarquização, somente.
 
C) I – Princípios: participação da comunidade.
 
II – Diretrizes: universalidade, equidade e integralidade.
D) I – Princípios: regionalização e hierarquização.
 
II – Diretrizes: universalidade, equidade e integralidade, territorialização, população adscrita, 
cuidado centrado na pessoa, resolutividade, longitudinalidade do cuidado, coordenação do 
cuidado, ordenação da rede e participação da comunidade.
I – Princípios: universalidade, equidade e integralidade.
 
II – Diretrizes: regionalização e hierarquização, territorialização, população adscrita, cuidado 
centrado na pessoa, resolutividade, longitudinalidade do cuidado, coordenação do cuidado, 
E) 
ordenação da rede e participação da comunidade.
2) A atenção básica é a principal porta de entrada dos usuários ao Sistema Único de Saúde 
(SUS), orientada pelos princípios de acessibilidade, coordenação do cuidado, vínculo, 
continuidade e integralidade. Para atender a esses princípios, a atenção básica desenvolve 
programas e ações, considerando a diversidade das necessidades de saúde dos usuários. 
Sobre a Política Nacional da Atenção Básica, assinale a alternativa correta.
A) Equipe da Atenção Básica (eAB): é a estratégia prioritária de atenção à saúde e visa à 
reorganização da atenção básica no país, de acordo com os preceitos do SUS. É considerada 
como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica, por favorecer 
uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de ampliar a resolutividade e 
impactar na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante 
relação custo-efetividade.
 
B) Equipe de Saúde da Família (eSF): esta modalidade deve atender aos princípios e às diretrizes 
propostas para a AB. A gestão municipal poderá compor eABs de acordo com características 
e necessidades do município. Como modelo prioritário é a ESF, as eABs podem 
posteriormente se organizar tal qual o modelo prioritário.
C) Recomenda-se que a atenção básica em saúde tenha a implementação de processos de 
trabalho em saúde que foquem e que aumentem a capacidade de tratamento dos usuários em 
saúde, deixando em segundo plano a promoção da saúde e a prevenção de doenças.
D) A atenção básica é caracterizada como porta de entrada preferencial do SUS, tem um espaço 
privilegiado de gestão do cuidado das pessoas e cumpre papel estratégico na rede de 
atenção, servindo como base para o seu ordenamento e para a efetivação da integralidade. 
Para tanto, é necessário que a Atenção Básica tenha alta resolutividade, com capacidade 
clínica e de cuidado.
E) Equipe de Consultório na Rua (eCR): composta por equipe multiprofissional que deve estar 
cadastrada no Sistema Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente, com responsabilidade 
de articular e prestar atenção integral à saúde das pessoas privadas de liberdade.
3) Bárbara Starfield (2004) define os atributos essenciais para a atenção primária em saúde e 
enfatiza a presença de outras três características chamadas de atributos derivados. 
Assinale a alternativa que apresenta esses atributos.
A) A continuidade, a integralidade e a coordenação da atenção dentro do sistema de saúde 
vigente, além do acesso de primeiro contato do indivíduo com o sistema. Enfatiza a presença 
de outros três atributos derivados: orientação familiar, orientaçãocomunitária e atributo 
cultural.
B) Atributos derivados: a continuidade, a integralidade e a coordenação da atenção dentro do 
sistema de saúde vigente, além do acesso de primeiro contato do indivíduo com o sistema. 
Atributos: orientação familiar, orientação comunitária e atributo cultural.
C) Atributos: a continuidade, a integralidade e a coordenação da atenção dentro do sistema de 
saúde vigente.
 
Atributos derivados: orientação familiar, orientação comunitária, atributo cultural e acesso de 
primeiro contato do indivíduo com o sistema.
D) Atributos: a continuidade, a integralidade e a coordenação da atenção dentro do sistema de 
saúde vigente, além do acesso de primeiro contato do indivíduo com o sistema.
 
Atributo derivado: vínculo.
E) Atributos: humanização da assistência na atenção básica em saúde, focada na família e na 
comunidade.
 
Atributo derivado: vínculo.
4) Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASFs) foram criados pelo Ministério da Saúde, em 
2008, com o objetivo de apoiar a consolidação da Atenção Primária no Brasil, ampliando as 
ofertas de saúde na rede de serviços, assim como a resolutividade, a abrangência e o alvo 
das ações. Com relação ao Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-
AB), pode-se afirmar que:
A) constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por categorias de 
profissionais da saúde, complementar às equipes que atuam na atenção básica. É formada por 
diferentes ocupações (profissões e especialidades) da área da saúde, atuando de maneira 
integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) aos profissionais das eSFs e eABs.
os NASFs-AB se constituem como serviços com unidades físicas independentes ou especiais 
e são de livre-acesso para atendimento individual ou coletivo (estes, quando necessários, 
B) 
devem ser regulados pelas equipes que atuam na atenção básica).
C) os NASFs-AB devem atuar de forma independente e não vincular seu trabalhar às ESFs, e 
seus diversos pontos de atenção, além de outros equipamentos sociais públicos/privados e 
redes sociais e comunitárias.
D) deve estabelecer seu processo de trabalho a partir de problemas, demandas e necessidades 
de saúde de pessoas e grupos sociais em seus territórios, bem como a partir de dificuldades 
dos profissionais de todos os tipos de equipes que atuam na atenção básica em suas análises 
e manejos. Para tanto, faz-se necessário o compartilhamento de saberes e práticas somente 
entre os profissionais, não tendo a necessidade de evolver gestores de saúde.
E) busca-se que essa equipe seja membro orgânico da atenção básica, vivendo integralmente o 
dia a dia nas UBSs e trabalhando de forma vertical e unidisciplinar com os demais 
profissionais da saúde.
5) Na ESF, uma das atividades do agente comunitário de saúde é o cadastramento das famílias 
e a identificação de microáreas e grupos de risco. Essa atividade se caracteriza como:
A) educação popular em saúde.
B) educação continuada em saúde.
C) educação permanente em saúde.
D) territorialização.
E) trabalho em equipe.
Na prática
Atualmente a atenção básica é considerada a porta de entrada dos usuários no sistema de saúde e 
coordenadora do cuidado, sendo fortalecida por meio da ESF, implementada pelo Governo Federal, 
em parceria com o Ministério da Saúde, com o objetivo de oferecer maior resolução das 
necessidades de saúde da população. Tem como foco o atendimento da tríade usuário-família-
comunidade, além da formação de vínculo com o usuário e educação e cuidados voltados para a 
promoção da saúde e prevenção de doenças. 
Nesse sentido, a ESF se apresenta como um modelo de atenção dos serviços de saúde, tendo a 
família no centro da atenção, incorporando um novo olhar no processo de intervenção e buscando 
a implementação de ações preventivas (BANDEIRA, 2016, p. 37).
Veja a história da enfermeira Juliana e acompanhe sobre a implantação da estratégia de saúde da 
família no município onde ela reside.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/bd7ddc53-181b-41a2-904b-416edd810086/86eb6c48-0443-4642-9999-1e6f3bac24b9.jpg
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Saúde da família, 100% Manguinhos
Dedicada à saúde da família desde 2000, a Fiocruz ampliou a cobertura assistencial na área de 
Manguinhos em 2010. Acesse o site e assista ao vídeo para acompanhar um pouco do dia a dia das 
equipes e da comunidade.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Web Documentários Brasil, aqui tem SUS - 2018
Mineiros, em Goiás, é um município modelo de organização da atenção básica. A Rede de Atenção 
à Saúde atua como ordenadora e coordenadora do cuidado. Consultas com horário marcado e 
estratificação de risco dos pacientes são algumas estratégias utilizadas pela gestão. Acesse o site e 
assista ao documentário.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Portaria n.o 2.436, de 21 de setembro de 2017
A Portaria n.o 2.436, de 21 de setembro de 2017, aprova a Política Nacional de Atenção Básica, 
estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da atenção básica, no âmbito do Sistema 
Único de Saúde (SUS). Acesse o site e saiba mais sobre esse Portaria.
https://pensesus.fiocruz.br/saude-da-familia
http://www.ideiasus.fiocruz.br/portal/index.php/repositorio/13-web-documentarios-brasil-aqui-tem-sus-2018
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
A evolução da família
Neste vídeo do Café Filosófico, o psiquiatra Joel Birman conduz por uma história da família e mostra 
como a relação entre pais, mães, filhos e avós se transformou ao longo do tempo. Da chamada 
família pré-moderna, que exibia uma estrutura rigidamente patriarcal, passando pela família 
moderna, na qual a mulher ganha um novo poder em seu papel de mãe, nós chegamos à família 
contemporânea, na qual os papéis e as relações de poder ainda estão sendo definidos. Este passeio 
ajuda a compreender a família de ontem e de hoje. Confira.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html
https://www.youtube.com/embed/74uaghhoxns

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