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63 FaSouza TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Alfabetização e Letramento: Fundamentos Metodológicos Disciplina: Métodos de Alfabetização Modalidade de Curso Capacitação Profissional É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+ (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los ol ra co = diretoriaofaculdadesouza.com.br € FaSouza Página 1 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO Segundo Soares (2010), o ensino da língua deve estar a favor do aluno e da aprendizagem, nesse sentido se faz necessário alfabetizar letrando e letrar alfabetizando. Assim, tais conceitos devem ser percebidos como intradependentes, pois só conseguiremos descortinar o mundo da leitura para nossos alunos se isso for feito de maneira prazerosa buscando a autonomia e a felicidade. De acordo com Figueiredo (2014) e concordando com Soares, só há um mergulho coerente na leitura e na escrita se este vier primeiro motivado pelo pensamento: “Ler e escrever, muito Prazer”. Portanto, bom estudo, boas leituras e reflexões. (Professora Mestre, Liliana Martino) É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ à (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 FISOUZAI = diretoriaofaculdadesouza.com.br 9 FaSouza TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO METODOS DE ALFABETIZAÇÃO Página 2 de 46 A classificação dos métodos de alfabetização, em dois grandes grupos, está pautada nas bases psicológicas da aprendizagem. Essas bases psicológicas podem estar agrupadas em duas grandes tendências: e aquela que explica a aprendizagem através do ensaio e erro e e aquela que explica a aprendizagem como resultante de uma compreensão súbita, denominada por filósofos como intuição e por psicólogos de gestalt ou insight. O primeiro grupo de métodos tem como base o processo mental de síntese, em que o aluno combina elementos menores da língua (letras, sons e sílabas) em unidades maiores (palavras, frases e textos). Portanto os métodos em que o processo de leitura se faz da parte para o todo são denominados sintéticos. O segundo grupo de métodos tem como base o processo mental de análise, em que o aluno parte da leitura das unidades maiores da língua (palavras, frases e textos), chegando ao reconhecimento de seus elementos (sílabas e letras). Assim, os métodos em que o processo de leitura se faz do todo para as partes são chamados analíticos. 1. MÉTODO SINTÉTICO Deste método decorrem três processos: alfabético, fônico e silábico. 1.1 Processo Alfabético É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 fia s o eras o = diretoriaofaculdadesouza.com.br 9 FaSouza Página 3 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Iniciando pelo conhecimento das letras do alfabeto, este processo deu origem ao termo alfabetizar. Foi O primeiro processo empregado universalmente na aprendizagem da leitura, Este processo alfabético, ou ABC, é também, conhecido por soletração porque consiste em memorizar os nomes das letras do alfabeto. De início, o aluno aprendia o nome e a forma das letras em sua ordem alfabética. Depois aprendia as combinações, formando sílabas e, depois, palavras. Na maioria das vezes, o nome das letras não corresponde ao som que é representado por essa letra. Ensina-se a ler eme (m), ele (|), agá (h), etc. E assim, ao se dizer o nome das letras que formam uma palavra, começou-se a soletração. 1.2 Processo fônico Nesse processo, o aluno deve conhecer os fonemas, ou seja, os sons representados pelas letras ou grupo de letras (Ih, nh, ch) e combiná-los formando sílabas, palavras e, finalmente, frases. A forma mais simples de se trabalhar com o processo fônico consiste em apresentar as letras e os sons que lhes correspondem, geralmente começando pelas vogais e combinando-as, como, por exemplo: ai, oi, ei. Em seguida, as vogais são combinadas com as consoantes, como: da, de, di, do, du; ba, be, bi, bo, bu, etc. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 fia s o eras o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € | FIASOUZA 690 Página 4 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Segundo um dos grandes especialista no ensino da leitura, Wiliam Gray, o método fônico, de acordo com suas pesquisas, dá resultado satisfatório nas línguas fonéticas, onde há perfeita correspondência entre cada letra e seu respectivo som. Ele tem a vantagem de proporcionar ao aluno, desde logo, a capacidade de ler, com êxito, palavras que lhe são novas. Jã a pronúncia dos sons consonantais, isoladamente, além de ser difícil, traz uma outra dificuldade: a falta de interesse. A repetição dos sons sem sentido, afirmam alguns autores, adormece a capacidade para compreender o que foi lido. Para superar essa falha, foram introduzidos alguns recursos. Em alguns livros, aparecem figuras de animais ou pessoas que, em determinadas situações, produzem o som que se deseja sugerir. Exemplo: o som do zumbido de uma abelha: Z Z Z z, para mostrar o som representado por essa letra; o espanto de uma pessoa: ah, para mostrar o som da vogal a. Tanto o método alfabético como o fonético, de certa forma, estão apoiados numa teoria associacionista. Começam com percepções elementares. 1.3 Processo silábico É um outro processo sintético, que parte das sílabas, destas, às palavras, das palavras às frases. Difere dos processos alfabético e fônico, por ser a sílaba a unidade fonética estabelecida como ponto de partida do ensino da leitura. Quando se ensina por este processo, inicia-se com um treino auditivo, onde o aluno percebe que as palavras são formadas por estruturas silábicas simples (sílabas constituídas por consoante e vogal, tais como: ba ,be, bi, bo, bu; la, lê, li, lo, Iu,) ou por sílabas mais complexas ( sílabas constituídas por consoante, consoante e É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los 1 o) Ens o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € | FIASOUZA 690 Página 5 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO vogal: bla, ble, bli...; clã, cle, cli...; consoante, vogal e consoante: bar, ber...; car, cor...). Comumente, começa-se o ensino da leitura pelas vogais, com a ajuda de ilustrações e palavras. Para o estudo da vogal a, por exemplo, toma-se a palavra ave e uma gravura correspondente; para o estudo da vogal e, utiliza-se uma palavra com esta inicial, elefante, e uma gravura que represente a palavra. Procede-se desta forma com as demais vogais. Em seguida, fazem-se exercícios de juntar cada vogal as diversas consoantes ( ba, be, bi...; da, de, di...). Comentários sobre os processos do Método Sintético Os processos do método sintético têm características bem distintas. Estes processos empregam o raciocínio indutivo, isto é, marcham da parte para o todo: têm como base psicológica uma das tendências que explicam o processo de aprendizagem. No caso da alfabetização, o método sintético está baseado na associação dos elementos: letra, som, sílaba. Do ponto de vista linguístico, esses processos não partem de unidades significativas da língua e, consequentemente, podem conduzir ao desinteresse. Esse método chegou a ser visto, por muitos autores, como uma tortura para o aluno, principalmente no que se concerne ao processo alfabético. O processo fônico traz dificuldade quanto à emissão dos sons das consoantes. Para alguns autores o exercício fonético apresenta ruídos estranhos, assemelhando-se,É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los 1 o) Ens o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € | FIASOUZA 690 Página 6 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO as vezes, a mugidos, grasnidos, etc. Muitas vezes o nome da letra não corresponde ao som que deve ser emitido. Ex.: F, j, etc. É importante a realização da análise estrutural da palavra, ou seja, a percepção dos sons dentro da estrutura sonora da palavra, como forma de superar as deficiências do método fonético, indo além do conhecimento das combinações consoante e vogal. É importante observar, também que uma letra pode representar diversos fonemas (sons). Por exemplo: bolo e bola; casa e sapato. Estas diferenças sonoras, evidenciadas conforme o contexto linguístico, constituem dificuldades para o recêm-alfabetizado. Inicialmente, quando o aluno diz o nome da letra ou pronuncia, isoladamente, sílaba por sílaba, sua atenção está voltada para o reconhecimento da palavra, podendo ocorrer prejuízo na compreensão da leitura. Isso poderá interferir no desenvolvimento da habilidade de captar a ideia contida nas palavras, frases ou texto. Os processos sintéticos sobrecarregam a memória dos alunos nos primeiros estágios com unidades pouco significativas (letras, sons, sílabas), correndo o risco de desmotivação do aluno ou de torná-lo um leitor mecânico. O processo silábico presta-se ao ensino das línguas silábicas, como o português, O espanhol, algumas línguas africanas e, principalmente, o idioma japonês, cuja estrutura é essencialmente silábica, com uma sílaba representando quase uma ideia. Com respeito aos processos alfabético, fônico e silábico, algumas ideias podem ser enunciadas: e limitam o campo visual do aluno, prejudicando a velocidade e o ritmo da leitura; isto porque o aluno ao ler tende a perceber unidades menores, como É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los 1 o) Ens o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € | FIASOUZA 690 Página 7 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO as Sílabas e as palavras, e não um todo maior, como as frases. O grande número de pausa em decorrência desse tipo de leitura pode, em muito, quebrar a sequência lógica das ideias, prejudicando a compreensão do texto; e dão ênfase à leitura mecânica, na medida em que se ocupam mais no reconhecimento da representação gráfica; e estão em desacordo com os princípios psicológicos da aprendizagem da totalidade, porque os elementos são apresentados, antecipadamente, antes que o aluno tenha percebido a situação em conjunto; e oferecem como objeto de estudo elementos fonéticos, os quais são destituídos de significados e, consequentemente, podem levar o aluno ao desinteresse. 2. MÉTODO ANALÍTICO Desse método decorrem três processos, a saber: palavração, sentenciação e conto ou historieta. 2.1 Processo da Palavração Começa a leitura de uma palavra chave e chega às sílabas. A palavra é trabalhada até que o aluno a reconheça numa lista de palavras. Em seguida é apresentada ao aluno uma outra palavra-chave, que será comparada à primeira. A segunda palavra deve ser tão diferente que o aluno, mesmo tendo um ritmo de aprendizagem mais lento, perceberá que as duas palavras são distintas, podendo reconhecer a diferença entre ambas, em pouco tempo. A letra inicial da segunda palavra deve ter o traçado bem diferente da primeira. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 fia s o eras o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € FaSouza Página 8 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Aconselha-se, nesse momento, a não trabalhar letras de perfis semelhantes. Como m/n, p/D, t/p, g/q- Além do contraste gráfico já mencionado, há que se levar em conta o contraste sonoro, evitando a proximidade de letras que representam os sons: p/b, d/t, 9/z no estudo das palavras-chave. Não constituirá problema se a segunda palavra tiver o número de sílabas maior que o da primeira, pois isso ajudará o aluno a desenvolver a habilidade de perceber o contraste. Um ponto de partida para você verificar se o aluno está acompanhando o processo de alfabetização é observar se ele reconhece que a palavra é formada de sílabas. O professor apresenta a primeira sílaba da primeira palavra, por exemplo, vida, e chama a atenção para a sílaba vi, como sendo parte da palavra. Em seguida, a sílaba é remetida de novo à palavra-chave. Com esse procedimento, o professor está utilizando a análise e a síntese. Em seguida, o professor faz o mesmo com a primeira silaba da segunda palavra- chave lagoa, chamando a atenção para a parte la da palavra lagoa. O contraste das duas sílabas vi-la ajuda na sua fixação. Além de aprender que as palavras são compostas por partes, o aluno deverá ter experiências de ler uma frase. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 fia s o eras o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € FaSouza Página 9 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Tendo os alunos aprendido as sílabas vi (vida) e la (lagoa), eles combinarão estas duas sílabas, formando nova palavra: vila. A partir daí, o aluno poderá ler, por exemplo, uma frase do tipo: A lagoa é a vida de uma vila. O ensino das sílabas é feito por analogia, ressaltando as diferenças e semelhanças, por meio de diagramas. Sarah Gudschinsky afirma que, ensinando-se por meio de grupos de sílabas semelhantes, as pessoas aprendem mais depressa do que ensinando uma sílaba de cada vez. Veja o exemplo dos diagramas abaixo: Vi vi | da Da | vi vi dí la da vi |la la | goa vio | la la | gado a Este é o método puro de palavração. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ à (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 FISOUZAI = diretoriaofaculdadesouza.com.br 9 FaSouza Página 10 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Hoje, há uma grande variedade de processos de palavração com diferentes adaptações. No Brasil, em geral, as cartilhas que utilizam a palavração o fazem de forma dirigida, apresentando a palavra-chave no alto da página. Logo abaixo, a mesma palavra- chave vem escrita separada em sílabas. Ainda nesta página, são apresentadas as palavras formadas de silabas já conhecidas e, às vezes, expressões e frases contendo palavras da lição e outras formadas de sílabas já estudadas. Essa forma de apresentar o conteúdo em cada página dirige o trabalho do professor, no sentido de conduzir o aluno à análise e síntese. 2.2 Processo de sentenciação É um estágio mais avançado do processo analítico. O processo da sentenciação parte da frase ou sentença para chegar a palavras, sílabas e fonemas. O método assume diferentes modalidades e pode, segundo a tendência eclética, isto é, tendência de não seguir rigorosamente um único processo de alfabetização, ser empregado, procedendo-se desde logo à análise e à síntese. Para se ter uma noção de como é trabalhado o processo de sentenciação, apresentamos as fases que o caracterizam. De acordo com o interesse dominante da classe, lança-se uma frase ao quadro e procede-se à decomposição dessa frase em palavras, chegando-se à discriminação dos fonemas, da seguinte forma: É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194- (31) 9 7339-8505 fia s o eras o = diretoriaofaculdadesouza.com.br 9 FaSouza Página 11 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO e apresentação da sentença; e reconhecimento da sentença; e reconhecimento das palavras na sentença; e reconhecimento das palavras fora da sentença; e reconhecimento das sílabas nas palavras; e discriminação das sílabas; e composição — novos vocábulos e sentenças e e discriminação dos fonemas (não há preocupação de fixar fonemas). Ao iniciar o trabalho com o processo de sentenciação, o professor pode apresentar frases com as vogais e apenas um tipo de consoante. Ex.: Ivo é vivo. 2.3 Processo do conto O processo do conto ou historieta, concebido, inicialmente, por volta de 1910, marcou uma fase de intensa reação ao método sintético, principalmente contra o processo fônico. Trata-se de uma modalidade do processo de sentenciação. É um processo que apresenta a unidade de pensamento mais completa, levando em conta que as histórias têm início, desenvolvimento e fim. Inicialmente, os alunos ouvem uma história e, com a ajuda do professor, vão tecendo comentários e fixando a ordem em que aconteceram os fatos. Em seguida, o professor apresenta frases, resumindo a história. Para se conhecer melhor como é trabalhado o processo do conto, apresentamos as fases que o caracterizam: e apresentação dos personagens da história; É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 fia s o eras o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € | FIASOUZA 690 Página 12 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO e Narração da história pelo professor e repetição pelos alunos; e leitura, pelo professor, de frases escritas no quadro, repetidas mentalmente pelos alunos; e leitura das frases, inicialmente, pelo professor e, em seguida, pelos alunos; e divisão e reconhecimento das frases pelo seu perfil; e cópia das frases pelos alunos; e reconhecimento das palavras que constituem as frases; e reconhecimento das sílabas; e firmação de palavras e, e exercícios de fixação (a partir do reconhecimento de frases e palavras). Como no processo de sentenciação, o professor pode iniciar o trabalho, tomando como ponto de partida não somente histórias, mas também, as experiências dos alunos. Junto com eles, o professor pode organizar um texto, de maneira a empregar, em diferentes situações, determinada frase. Mais adiante, repete o processo em relação a algumas palavras e, finalmente, destaca certas sílabas ou fonemas. Comentários sobre os Processos do Método Analítico Processos analíticos são os que partem de um todo (texto, frase ou palavra), para chegar ao reconhecimento de seus elementos (a sílaba ou a letra). As diversas denominações que recebem, “global”, “natural”, “ideovisual”, etc., costumam referir-se aos diversos argumentos que se utilizam para justificar alguns dos fundamentos psicológicos que lhes servem de base. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 fia s o eras o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € FaSouza Página 13 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Decroly foi, talvez, quem proclamou, com maior veemência, O princípio do interesse para refutar o manejo dos símbolos vazios de sentido (ver processos alfabético, fônico e silábico), e propõe que o estudo desses simbolos se transformasse de modo imediato em representação concreta através de objetos ou figuras, despertando o interesse do aluno, que, segundo o autor, não suscita nunca a letra, nem, as sílabas. É comum afirmar-se que os processos analíticos - palavração, sentenciação e, principalmente, o do conto — são de fácil motivação. Tal afirmação decorre do interesse / necessidade que o educando sente ao trabalhar com unidades de maior significação, como aquelas que constituem o ponto de partida nos referidos processos de alfabetização. Um dos princípios que fundamentam o método analítico ou global é o conceito de globalidade. O que se entende por globalidade"? Para compreender melhor, vejamos a concepção da Gestalt Theoria (teoria da forma), que concebe a percepção como uma síntese, ou seja, figura-fundo. A figura é percebida pelo seu contorno, que a faz ressaltar do fundo. O perfil da palavra é a figura que se destaca do fundo; um símbolo gráfico a que associamos o seu significado. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 fia s o eras o = diretoriaofaculdadesouza.com.br FaSouza TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 9 Página 14 de 46 Há fatores que determinam, de certa forma, o que vamos perceber, estruturando, organizando a percepção: proximidade, semelhança, etc. Observe o que está escrito abaixo: 1. IVOÉVIVO 2. IVO É VIVO A frase do número 2 é a mesma da do número 1. Cada palavra é uma figura organizada com diferentes configurações. Para se efetuar a leitura, é necessário que se tenha uma visão das formas, ou seja, das palavras. É importante, no entanto, que esta percepção da forma não seja vista apenas como um todo, mas também que se percebam as partes que a compõem e, ainda, a maneira como essas partes se relacionam. O outro princípio que fundamenta o emprego do método global ou ideovisual, como o próprio nome indica, é a possibilidade de se fazer uma leitura de ideias, e não somente de sinais gráficos, uma vez que a menor unidade com que se trabalha é a palavra, e esta, por si só já encerra um significado. Vale lembrar que a distinção entre métodos sintético (alfabético/fônico/silábico) e analítico ou global (palavração/sentenciação/processo do conto) é válida para efeito didático, pois, na realidade, não existem processos que sigam rigorosamente um único método de alfabetização, numa marcha exclusivamente sintética ou analítica. Assim, a classificação dos métodos de alfabetização, tal como foi aqui apresentada, serve basicamente para detectar o ponto de partida de um determinado processo de alfabetização. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 fia s o eras o = diretoriaofaculdadesouza.com.br 63 FaSouza Página 15 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Leia mais y http:/Awww.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/344 948.pdf Acesse para assistir (Métodos de alfabetização) id https:/www.voutube.com/watch?v=zmAOXxBRaMSY MÉTODO DE ALFABETIZAÇÃO FÔNICO - APROFUNDANDO Autor: Isabel Cristina Alves da Silva Frade, Universidade Federal de Minas Gerais- UFMG Faculdade de Educação/Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita-CEALE. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 t+ (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 FaSouza = diretoriaofaculdadesouza.com.br € | FIASOUZA 690 Página 16 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO O método fônico ou fonético integra o conjunto dos métodos sintéticos que privilegiam as correspondências grafofônicas. Seu princípio organizativo é a ênfase na relação direta entre fonema e grafema, ou seja, entre o som da fala e a escrita. Este método surge como uma reação às críticas à soletração, e seu uso é mencionado na França, por Vallange, em 1719; na Alemanha, por Enrique Stefhani, em 1803; e é trabalhado por Montessori, na Itália, em 1907. Neste método o ensino se inicia pela forma e pelo som das vogais, seguidas pelas consoantes. Cada letra (grafema) é aprendida como um som (fonema) que, junto a outrosfonemas, pode formar sílabas e palavras. Para o ensino dos sons, há uma sequência que deve ser respeitada — dos mais simples para os mais complexos. Para atenuar a falta de sentido e aproximar os alunos de algum significado, foram criadas variações do método fônico, com diversas formas de apresentação dos sons: seja a partir de uma palavra significativa, de uma palavra vinculada à imagem e ao som, de um personagem associado a um fonema, de uma onomatopeia ou de uma história. Geralmente, as lições do método fônico apresentam-se com palavras ou pequenos textos, e é no Manual do Professor que se explicita em que momento se farão as apresentações de letras/grafemas, assim como qual recurso vai servir para a emissão dos fonemas. Na Cartilha Nacional, de Hilário Ribeiro, publicada por volta de 1880, sugere-se ao professor uma forma de destacar o som, seja em posição inicial ou no meio da palavra, conforme o exemplo “o professor pronunciará vvvvá e em seguida perguntará às crianças: o que é que soa antes doa? Naturalmente, os alunos aproximarão o lábio inferior dos dentes de cima e emitirão a voz inicial vvvv vocalizada pelo professor”. No livro Minha Abelhinha, os sons/fonemas também são relacionados a uma história: “Um dia a abelhinha viu, lá no céu, uma pipa balançando pra lá e pra cá... Quando o vento batia na pipa com força, ela fazia um barulhinho assim: p...”. No livro É tempo de aprender, há uma pergunta relacionada a uma onomatopeia e a uma história que liga os personagens numa trama, como “a cobrinha ou a serpente silvando ssss....”. No livro Casinha Feliz, as consoantes são consideradas como ajudantes das vogais: “esse ajudante que parece um martelo, É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los o) es o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € | FIASOUZA 690 Página 17 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO que tem uma perna bem comprida, é o ajudante do papai. Ele quer dizer papai, mas só faz um barulhinho assim: p p p. Parece um martelo batendo de leve”. O destaque ao fonema isolado é ainda hoje empregado em alguns materiais que utilizam cartazes com figuras que ajudem a destacar a letra e seu som em posição inicial e o fonema em posição final, sendo que este é emitido várias vezes pelos alunos e pelo professor (ao ver a letra M, pronunciam mmmmm...). Uma das principais críticas dirigidas a esse método de alfabetização refere-se à impossibilidade de que um fonema que aparece na corrente da fala de forma contextualizada seja pronunciado sem apoio de uma vogal. Além disso, na língua portuguesa, há poucas relações biunívocas (termo a termo) entre letras e sons, pois uma mesma letra pode representar diferentes sons, segundo sua posição, e um mesmo som pode ser representado por diferentes letras, também segundo sua posição. Assim, o sistema de escrita é uma representação complexa e suas propriedades precisam ser compreendidas pelo aprendiz, por meio de diversas abordagens e estratégias. A apreensão da função que o fonema exerce na palavra pode ser focalizada quando as crianças discriminam palavras que começam ou terminam da mesma maneira e observam sua forma escrita; quando comparam o comportamento de um fonema em várias posições, através da fala e da escrita, como em rato, arco, cantar; quando observam o que altera quando se muda apenas uma letra inicial em palavras como bala, cala, fala, por comparação e contraste — entre outras estratégias de ensino sistemático das correspondências som-grafia. Verbetes associados: Correspondência grafofonêmica, Fonema, Grafema, Método alfabético e de soletração, Métodos e metodologias de alfabetização Referências É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los o) es o = diretoriaofaculdadesouza.com.br O Fasouza TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO BRASLAVSKY,. B. O método: panaceia. negação ou pedagogia? Cadernos de Pesquisa. São Paulo, n. 66, ago. 1988. FRADE, |. C. A. S. Métodos de alfabetização, métodos de ensino e conteúdos da alfabetização: perspectivas históricas e desafios atuais. Educação (UFSM), v. 32, p. 21-40, 2007. LEMLE, M. Guia teórico do alfabetizador. São Paulo: Ática, 1991. Leia mais em: ntto://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/alf moarisconcpometodalf.paf MÉTODO SILÁBICO ( APROFUNDANDO) Autor: Isabel Cristina Alves da Silva Frade (ADAPTADO) Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG / Faculdade de Educação / Centro de Alfabetização. Leitura e Escrita-CEALE, Posicionado no grupo dos métodos sintéticos, que se organizam das partes para o todo, o método silábico se caracteriza pela apresentação visual de sílabas prontas, sem forçar a articulação das consoantes com as vogais, e sem destacar as partes que compõem a sílaba. O princípio básico é que a consoante só pode ser emitida se apoiada na vogal; logo, somente a sílaba (e não as letras) pode servir como unidade linguística para o ensino inicial da leitura. No desenvolvimento do método, geralmente é escolhida uma ordem de apresentação “do mais fácil para o mais difícil”, ou seja, das sílabas “simples” para as “complexas. Em várias cartilhas, o trabalho inicial deste método centra-se nas É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Le = Eru 2 = diretoriaofaculdadesouza.com.br Página 19 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 63 FaSouza vogais e em seus encontros, como uma das condições para a sistematização posterior das sílabas. Muitas delas apresentam desenhos e palavras-chave cujas sílabas iniciais, realçadas em outras cores e tipos gráficos, são apenas apresentadas e depois destacadas das palavras e memorizadas em grupos silábicos. As famílias silábicas são inicialmente compostas por consoante e vogal (da, de, di, do, du) e recompostas para formar novas palavras. Gradativamente, pequenas frases e textos são propostos, a partir de combinações entre sílabas já estudadas. Em geral, a preocupação em focar a sílaba é maior do que a preocupação com o sentido e as estruturas das frases e dos textos. O método silábico nem sempre é concretizado da mesma forma nos livros didáticos. Felisberto de Carvalho defendia que o método de emissão de sons não deveria mostrar à criança as letras isoladas, como na escrita, mas sons e articulações como na palavra falada. Seu Primeiro Livro de Leitura, publicado em 1892, apresentava as sílabas em forma de monossílabos significativos, apoiados no desenho — como pá, pé- ou palavras dissílabas sem distinção gráfica (como dado)ou com leve separação gráfica (como da- do), com ou sem apoio de desenhos. Desde a primeira lição, estas já eram aplicadas em expressões e frases. A Cartilha Sodré, publicada na década de 1940, apresenta mais de uma sílaba em cada lição, mas escolhe sílabas com uma mesma vogal, visando a reduzir o número de sílabas para o aprendiz. A partir da ilustração de uma pata nadando, aparece na primeira lição: “A pata nada./ Pata, nada/ Pa na /pata papa”. O método silábico atende a um princípio importante e facilitador da aprendizagem: quando falamos, pronunciamos sílabas, e não letras ou sons separados, e opera com um fragmento que pode ser reconhecido sem preocupação sobre sua relação direta com o som da fala. Existem várias sílabas que comportam mais letras do que OS Sons que pronunciamos; há letras que têm mais de uma representação sonora ou sons representados por mais de uma letra; há sílabas de uma a cinco letras que podem ser decifradas num bloco silábico único, e não elemento a elemento. Na escritaalfabética, em geral, aparecem vários tipos de combinações silábicas na mesma palavra. Portanto, dois procedimentos são importantes para os processos de registro escrito e decodificação na leitura: a análise fonológica da sílaba, como É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los o) es o = diretoriaofaculdadesouza.com.br 63 FaSouza Página 20 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO segmento que compõe a cadeia sonora da fala e seu registro escrito, e a segmentação de palavras escritas em sílabas a serem lidas numa dada sequência. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: FRADE, |. C. A. S. Métodos de alfabetização. métodos de ensino e conteúdos da alfabetização: perspectivas históricas e desafios atuais. Educação (UFSM). v. 32. p. 21-40, 2007. MORTATTI MM. R. IL. Os sentidos da alfabetização. São Paulo: INESP/CONPED/INEP, 2000. SOARES. G. R. Estudo comparativo dos métodos de ensino da leitura e da escrita. Rio de Janeiro: Papelaria América Editora, 1986. Leia mais em: nttp://pepsic.bvsalud.ora/scielo.pho?pid=S0103-848620 1100030001 1&script=sci arttext CONSTRUTIVISMO: CONCEITO E PRINCÍPIOS . A evolução da escrita segundo Emilia Ferreiro: os níveis pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético; o A didática dos níveis. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los o) es o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € É muita coisa? Parece que sim, mas você vai ver que não é tão complexo! | FIASOUZA 690 Página 21 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Quais os princípios psicopedagógicos que norteiam as práticas alfabetizadoras contemporâneas centradas no como aprender? CONSTRUTIVISMO: CONCEITO E PRINCÍPIOS Você já percebeu, com certeza, que vivemos num mundo grafocêntrico, ou seja, tudo gira em torno da escrita. É impossível pensarmos no mundo atual e toda a sua evolução histórica sem a presença dos registros escritos. Assim, podemos afirmar que vivemos num ambiente alfabetizador, pois a nossa volta encontramos diferentes suportes de escrita: outdoor, anúncios, jornais, placas de trânsito, cartazes... É considerando o ambiente letrado em que vivemos que diferentes autores se apoiam no pensamento de J. Piaget, ao afirmar que para aprender a ler e escrever é preciso interagir com o mundo da leitura e da escrita. Quanto mais rico for o ambiente alfabetizador em que a criança estiver interagindo, mais rapidamente ela vai descobrir a função social da escrita e, consequentemente, reconstruir o sistema de escrita. Sobre esta questão, Ferreiro (1993, p 25) afirma que “as crianças são facilmente alfabetizáveis desde que descubram, por meio de contextos sociais e funcionais, que a escrita é um objeto interessante que merece ser conhecido”. Para a autora, são os adultos que dificultam o processo de construção da escrita pela criança quando idealizam sequências de progressão cumulativa (métodos fprocessos de alfabetização) como vimos na Unidade Ill. Quando assim procede a escola ignora o princípio básico do construtivismo, segundo o qual cada sujeito constrói o seu próprio conhecimento a partir das interações que estabelece com o É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los 1 o) Ens o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € meio. Vale aqui relembrar que se aprendemos a falar falando, interagindo com a | FIASOUZA 690 Página 22 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO fala, porque não usar o mesmo princípio para a escrita, ou seja, aprender a escrever interagindo com o mundo da escrita. Pare e pense: Você conhece muitas pessoas que fracassaram para aprender a falar? Com certeza, não! Isso só ocorre se a criança tem alguma disfunção no aparelho fonador. O sucesso do “aprender a falar” advém do fato de que ninguém nega o acesso das crianças às informações linguísticas, não é mesmo? Não é proposto à criança que está aprendendo a falar uma sequência predeterminada de fonemas. Já para a aquisição da linguagem escrita o procedimento tem sido exatamente o oposto, sem considerar o que a criança pensa. Neste sentido , a preocupação maior, na perspectiva tradicional tem sido com o “como ensinar em detrimento do “como a criança aprende”. O “como ensinar tem o cerne centrado no professor que determina o que ensinar e como ensinar sem preocupação com o que a criança pensa. Você já deve estar pensando: será que a aquisição da escrita se dá de forma espontânea? É claro que não. Este é um processo que exige interações e mediações. Para Ferreiro (2003, p. 32) “é um processo que exige acesso à informação socialmente veiculada, já que muitas propriedades da língua escrita só se descobrem por meio de outros informantes e da participação em atos sociais nos quais a escrita sirva para fins específicos”. Na verdade, a aquisição da escrita pela criança não é um processo linear, mas um processo com etapas evolutivas em que a criança vai revendo as hipóteses construídas acerca da escrita, a partir dos conflitos que estabelece. Esses conflitos têm um papel construtivo no ato de aprender a escrever. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los o) es o = diretoriaofaculdadesouza.com.br 9 FaSouza Página 23 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Mas vamos ver mais detalhadamente a que hipóteses e conflitos estamos nos referindo. A evolução da escrita segundo Emilia Ferreiro: os níveis pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético. A psicóloga argentina cnamada Emília Ferreiro, na década de 70, iniciou trabalhos experimentais que deram origem a hipóteses teóricas sobre a psicogênese do sistema de escrita e que acabaram por inovar as práxis alfabetizadoras. A teoria de Ferreiro (1989), denominada Psicogênese da Língua Escrita, nasceu no contexto da América Latina onde, de maneira geral, Ferreiro desenvolveu os seus estudos. Para a autora, uma criança, ao aprender a ler e escrever, tem de lidar com dois processos simultâneos: as características do sistema de escrita e o uso funcional da linguagem. Para construir esses conhecimentos, a criança elabora hipóteses acerca do sistema de escrita, e a medida em que se conflita com estas hipóteses as (re) elaboram até apropriar-se de toda a complexidade do sistema de escrita. Estas hipóteses acabam por definir os níveis de evolução da escrita. Vamos agora conhecer estes níveis. Nível pré-silábico (primeiro momento) É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 fia s o eras o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € FaSouza Página 24 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO As crianças têm uma tendência natural para a imitação. Assim, se vivem num ambiente onde a escrita faz parte do seu cotidiano, elas tendem a imitar a escrita dos mais velhos. No início, a criança registra as garatujas desorganizadas, desenhos sem figuração, rabiscos sem sentido e, mais tarde garatujas organizadas, com figuração. Quanto mais letrado for o ambiente da criança e maior a disponibilidade de material gráfico, mais cedo ela começa a rabiscar e a experimentar os símbolos. Ao avançar no processo, a criança começa a usar as pseudoletrast. Nessa fase a criança não distingue letras de números. Escreve com bolinhas, riscos, tracinhos. Este é um primeiro momento do nível que Ferreiro denominou com pré-silábico.Em síntese, as características deste primeiro momento são: . A escrita representa o nome do objeto, não há relação entre a escrita e a fala; . Utiliza sinais gráficos do ambiente alfabetizador para escrever; º Utiliza o desenho como apoio à escrita; . Ainda não há hipótese da quantidade mínima; A escrita não é interpretável: É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ à (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 FISOUZAI = diretoriaofaculdadesouza.com.br € FaSouza TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO | tee a ND Ulm TIO Cheio de Página 25 de 46 = peixes onde e u estou pes cando. ul cla Bola À medida em que a criança pergunta ao adulto sobre as representações presentes no seu cotidiano, ela (rejelabora as suas hipóteses e começa a diferenciar letras de número e a perceber que as letras servem para escrever, muito embora, ela ainda não saiba como isso ocorre. As características deste segundo momento são: º Os sinais gráficos se aproximam das letras; . Surge a hipótese quantitativa e qualitativa; A leitura da escrita é global, assim, cada letra vale como parte do todo e não tem valor em si mesma. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 fia “ o eras o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € FaSouza TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO NG6TE Relógio Bunda Navio yo f Pires Comp Maçã o Q Liliam ARYAR Moto I+4PR Dedo Página 26 de 46 Na hipótese pré-silábica predomina a falta de consciência por parte da criança de que exista uma correspondência entre pensamento e palavra escrita. A criança não estabelece nenhuma relação entre os grafemas e os fonemas. Para elas a ordem das letras não é importante. Ela acredita que só se pode escrever ou ler usando muitas letras e que estas não podem se repetir na escrita. Costuma ainda associar: para escrever boi é preciso muitas letras, mas para escrever formiguinha poucas letras são suficiente, porque a formiga é pequena. Com a mediação do adulto a criança avança na construção das suas hipóteses e chega ao nível silábico. Nível silábico Nessa fase, a criança já conhece e utiliza alguns valores sonoros. Já começa a existir uma certa estabilidade das palavras. Surge o conflito quantitativo (quantas É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ à (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 FISOUZAI = diretoriaofaculdadesouza.com.br 69 FaSouza se $$” TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO letras preciso para escrever?) e o conflito qualitativo (quais letras vou utilizar para Página 27 de 46 escrever?). Começa a existir uma correlação entre a fala e a escrita. As principais características desse nível são: . À escrita representa o som da fala; . Existe uma preocupação com as partes que compõem uma palavra; o Qualquer letra pode representar um som; . Mantém-se o critério da quantidade mínima de letras para escrever palavras; . Podem aparecer sinais gráficos distantes das formas das letras; . A produção escrita dos alunos não será compreendida pelos outros. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ à (21) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 FISOUZA = diretoriaofaculdadesouza.com.br FaSouza Página 28 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO E ER pe - te-Ca o Qu “ut Mar qa rida A partir das interações que a criança estabelece, ela começa a aceitar que se pode escrever com uma ou duas letras, mas com um certo receio. Às vezes, acrescenta letras apenas para ser coerente com a hipótese de que não se pode escrever com menos de três letras (hipótese da quantidade mínima). Ocorre uma maior precisão na correspondência fonema/grafema. Ao avançar no processo, a criança chegar a uma fase intermediária conhecida como silábico-alfabética. Vejamos: Silábico alfabético Este é um momento de transição entre o nível silábico e o nível alfabético. A criança começa a perceber que ninguém consegue ler o que ela escreve, principalmente quando usa apenas as vogais. Assim, ela se vê sem saída. Vejamos as características dessa transição: . Nível de transição entre o nível silábico e o nível alfabético. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 fia “ o eras o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € FaSouza Página 29 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Ocorre o acréscimo de letras para composição das partes que compõem as palavras. His PI | gre jo Ca NE CG n Ti sa ca bilo YIY EA ma Ti po sa ca be lo Nesse momento, a criança estã próxima à escrita alfabética. Nível Alfabético Nesse nível, a criança, segundo Ferreiro (1993, p. 51), já compreende a lógica do sistema linguístico. Ela já lê e escreve, muito embora, não escreva, ainda, segundo as convenções ortográficas. Assim, é preciso criar situações de intervenção didática com este fim. Vejamos as características deste nível: o A criança descobre que uma sílaba pode ter uma, duas, três, quatro ou cinco letras; . Escreve como fala; e Atinge a compreensão do mecanismo da escrita. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 fia “ o eras o = diretoriaofaculdadesouza.com.br FaSouza Página 30 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Fonte: http://arquivos.unama.br/nead/graduacao/cche/pedagogia/4semestre/comunicacao li ngquagem alfabetizacao/html/unidade4/unidade 4.html Leia mais em: http://(www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/viewFile/120/86 Método Eclético Edinete da Costa Lima ( adaptado) O método Eclético teve observações iniciadas na Itália, foi considerado a grande descoberta no campo metodológico, utiliza análise e síntese, ao contrário dos outros que são analítico ou sintético, o método é considerado global, porque parte de um todo, mas segue os passos do método sintético: som, sílabas, palavras, frases. Esse método contempla o método Sintético e Analítico, no qual se conciliam todos os processos estabelecendo a liberdade de escolha do método de ensino de leitura e escrita. Por ser o método eclético a junção do método sintético e analítico e seguir os mesmos passos, continuam a apresentar vantagens e desvantagens. Segundo, Oliveira (1993), suas vantagens "é de fácil aplicação; oferece ao professor material previamente preparado; assegura o interesse da criança desde a primeira etapa; permite a recuperação dos atrasos e faltosos; promove a implantação do trabalho independente; evita a fixação do erro na escrita". Entendemos que esse método É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 fia s o eras o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € | FIASOUZA 690 Página 31 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO proporciona ao educando a visão do mundo como um todo, partindo do conhecimento do senso comum para o filosófico. O que tange as desvantagens desse método, Inêz (2000) relata que, as "Histórias são desvinculadas do conhecimento real da criança, os textos não possuem estrutura linguística, apresentam diálogo artificial; as atividades são baseadas em leitura e interpretação de textos, exploração de palavras e decomposição das famílias silábicas; a criança não tem oportunidade de produzir o seu próprio texto, partindo de suas experiências evivências sociais”. Pode-se constatar que a concretização dos métodos tradicionais de alfabetização se encontra, mais ou menos, sistematizados nas cartilhas em uso, sendo, as cartilhas sintéticas, analíticas e mistas. As mesmas foram se multiplicando no tempo, solidificando e propagando o modelo de leitura idealizado pelas metodologias tradicionais. A cartilha preenche os requisitos necessários para ser um instrumento pedagógico dentro de uma prática pedagógica e concepção tradicionais. Os textos de cartilha prendem-se aos sons e às marcas gráficas, duvidando da inteligência da criança, de seus conhecimentos cotidianos. O recurso didático mais utilizado nas escolas, em termos de alfabetização, é a cartilha. Contudo, a grande maioria dos professores não conhece a sua influência em cada época da sua evolução histórica. Esse método pode ser aplicado em todas as séries, onde passamos a ampliar a visão do mundo que elas veem experienciando, permitindo-lhes a oportunidade de desenvolver suas potencialidades, facilitando o processo de aprendizagem, em detrimento dos outros métodos que mostram um aprendizado fragmentado. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir das informações aqui levantadas é importante desenvolver ações integradas na escola sobre a importância dos métodos educacionais e sua diversidade para É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los 1 o) Ens o = diretoriaofaculdadesouza.com.br 63 FaSouza Página 32 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO que com isso venha melhorar a Situação existente na educação, com o objetivo de atingir escola, família e comunidade. Este trabalho nos trouxe novos conhecimentos relacionados ao Método Eclético e os demais métodos, como sua importância social, não só para os educadores que utilizam- os, bem como a sociedade em geral, pois o mesmo nos orienta a sermos seres ecléticos. Por isso, e outros motivos, devemos utilizá-lo adequadamente levando em consideração o contexto social dos envolvidos no processo. REFERÊNCIA CAROLINA, Maria. Importância do Ato de Ler. Disponível em: http://www.colegiosantamaria.com.br/santamaria/aprenda- mais/artigos/ver.asp?artigo id=2: acesso em 09 de Fevereiro de 2009. FREIRE, Paulo. A importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 23º ed. Cortez. São Paulo. 1989. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário de Língua Portuguesa. 4º edição. Nova Fronteira. Rio de Janeiro. 2001. INÊZ, Maria. Visão histórica do ensino-aprendizagem da lecto escrita. Fonte: extraída da Dissertação do Mestrado. Salvador Cesca — IPLAC — Cuba/ UNESC — Criciúma, Junho de 2000. OLIVEIRA, Maria Helena C. et al Didática da linguagem: como aprender, como ensinar. 12 ed. Saraiva. São Paulo.1980. , Metodologia da Linguagem. Saraiva. São Paulo. 19983. MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. (coleção primeiros passos). 19 ed. Brasiliense. São Paulo. 1994. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ à (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 FISOUZAI = diretoriaofaculdadesouza.com.br 63 FaSouza Página 33 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/metodo-ecletico-a-importancia-do-uso-de- metodos-para-a-leitura-e-escrita/29593/Hixzz497yGLQV2 EFICIÊNCIA DO CONSTRUTIVISMO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO É QUESTIONADA POR DEFENSORES DO ANTIGO MÉTODO FÔNICO Kristhian Kaminski e Patrícia Gil (adaptado) A precariedade da alfabetização no País é uma realidade demonstrada não só na falta de letrados como no excesso de números negativos. O Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) mostra que o desempenho dos estudantes da rede pública, que já não era dos melhores, está piorando. Esses indicadores educacionais, nos próximos anos, vão engrossar as fileiras de trabalhadores sem qualificação, desempregados e sem perspectivas sociais. O fracasso das sucessivas tentativas do governo federal em superar essa deficiência é um desafio já resolvido em muitos países desenvolvidos. No Brasil, a polêmica pode estar apenas começando e - dentro das carências estruturais típica de um cenário de subdesenvolvimento - parte da culpa pode estar no método de ensino e na sua falta de adequação à realidade socioeconômica do país. Até então considerado o que havia de mais moderno e eficaz entre as teorias de ensino, o construtivismo passou a ser alvo mais frequente de ataques. Mesmo os seus mais fiéis adeptos reconhecem que seu emprego na educação básica brasileira vem sendo, no mínimo, distorcido. O conceito preconiza que é preciso levar em É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ à (21) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 FISOUZA = diretoriaofaculdadesouza.com.br € | FIASOUZA 690 Página 34 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO consideração a bagagem cultural adquirida pela criança antes de ingressar na escola. A técnica consiste em apresentar o mundo letrado ao aluno diretamente por meio do texto, mesmo antes que ele seja capaz de decodificar cada palavra. Pois é exatamente aí que se encontra a raiz do problema brasileiro: os que pregam a concepção construtivista muitas vezes ignoram que esses estudantes-mirins trazem de casa uma bagagem bem mais vazia do que se esperava. Eles herdam dos pais uma história de defasagem educacional. "É a mesma coisa que pegar um texto em alemão, entregar a alguém que não conhece a língua e pedir para ler. Ou pegar uma partitura de Chopin e dar para um iniciante em música”, comenta o professor Fernando Capovilla. coordenador do Laboratório de Neuropsicolinguística Cognitiva Experimental (Lance), do Instituto de Psicologia da USP. Capovilla afirma que o construtivismo condena as crianças de classes menos favorecidas ao fracasso escolar. Além de questionar a validade da concepção usada no Brasil, ele é um dos mais ferrenhos defensores do emprego do método fônico. Taxado de antiquado por educadores ligados ao Ministério da Educação, o método prevê o básico: ensinar às crianças a correspondência entre sons (fonemas) e letras (grafemas). Para Telma Weisz, supervisora do programa de alfabetização do MEC, o método fônico sempre teve defensores e sempre terá: "Mas o mundo mudou e ele continuou como era na década de 20. Sempre haverá gente com uma visão mais tecnicista do ensino e para estas o método fônico é mais adequado". Por aí dá para se ter uma noção do abismo que separa os entusiastas de cada uma das linhas de alfabetização. A concepção construtivista surgiu em meados da década dos 80, baseada nos estudos de psicogênese da língua escrita apresentados pela educadora argentina Emília Ferreiro. Em 1996, essa linha de ensino foi institucionalizada no Brasil, a partir da publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). No entanto, ao É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los 1 o) Ens o = diretoriaofaculdadesouza.com.br Página 35 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 63 FaSouza longo da sua implantação ocorreram alguns desencontros entre teoria e prática. O primeiro foi a falta de preparo de muitos professores para lidar com a nova situação. Estes, por sua vez, põem a culpa no sistema. Reclamam, entre outras coisas, que são impedidos de corrigir os erros dos alunos. Isto porque a teoria prega, entre outras coisas, que nas séries iniciais o importante é que a criança exercite a escrita a seu modo e somente numa etapa mais avançada é que se deve introduzir conhecimentos de ortografia e gramática. Outradistorção é acreditar que o construtivismo é incompatível com métodos de ensino tradicionais. A Espanha é prova de que isso não é verdade. As escolas espanholas também se orientam pela linha construtivista, mas sem deixar de lado o método fônico, empregado para reforçar a capacidade de leitura dos estudantes. No Brasil, o construtivismo esbarra num grande complicador. Ao se apoiar na bagagem cultural de cada criança, a tendência é de que estudantes oriundos de famílias menos letradas enfrentem dificuldades. Essa lógica é confirmada pelos resultados do Saeb de 1999. Filhos de pais que nunca frequentaram a escola estão na faixa de desempenho abaixo da média nacional (170 pontos) na prova de Língua Portuguesa, numa escala que vai de O a 500. As crianças da quarta série do ensino fundamental nesta condição atingiram 161,3 pontos, contra 200,2 dos filhos de pais com nível superior de escolarização. Segundo o censo educacional de 2000, a média de estudo do brasileiro é de 5,7 anos. A renda familiar é outro fator que contribui para que uma criança tenha um desempenho melhor ou pior, já que interfere diretamente no grau de acesso da família ao conhecimento, como a compra de livros, por exemplo. De acordo com dados do IBGE, cerca de 60% da população brasileira tem renda familiar média de até cinco salários mínimos. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los 1 o) Ens o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € | FIASOUZA 690 Página 36 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pode-se supor com base nesse cenário que o construtivismo teria melhores resultados em países em que a população é mais culta. No entanto, boa parte deles adota métodos considerados ultrapassados pelos que defendem o construtivismo. Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Itália, Canadá e Portugal, para citar alguns exemplos de países desenvolvidos, empregam o método fônico antes de partir para a compreensão e interpretação de textos. Ele, porém, não é aplicado isoladamente, mas como parte essencial de um amplo programa de leitura e escrita (veja quadro). O resultado: segundo números da Unesco, esses países têm taxas de reprovação que não chegam a 5%. Na Alemanha, cujo sistema está centrado no método fônico, a taxa de repetência é de apenas 2%. É claro que não é só o método o responsável por esses resultados, mas sim toda uma estrutura socioeconômica. No entanto, no grupo de países em desenvolvimento, também há quem aplique o método fônico, integrados a outras ferramentas, com bons resultados. O Chile é um exemplo. Cuba, com uma taxa de repetência de 3%, é outro. A discussão em torno do método de ensino brasileiro está só no começo. Mas nos Estados Unidos o debate é tão acalorado que vem sendo chamado de reading wars, o que traduzido ao pé da letra seria algo como “guerra na leitura”. Por causa dessa briga, o National Institute of Child Health and Human Development (Instituto Nacional de Saúde da Infância e Desenvolvimento Humano) fez, entre 1997 e 1999, a pedido do Congresso norte-americano, o mais completo levantamento já produzido naquele país sobre métodos de alfabetização. Batizado de National Reading Panel (Painel Nacional de Leitura), a pesquisa tinha como objetivo descobrir se a abordagem fônica era realmente eficaz. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los 1 o) Ens o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € | FIASOUZA 690 Página 37 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Para executar o trabalho, foi formada uma comissão composta por pesquisadores, representantes de escolas, professores e pais. Numa primeira etapa, o grupo identificou cerca de cem mil estudos sobre alfabetização realizados no país desde 1966 e selecionou os mais relevantes. Foram realizadas diversas audiências públicas, nas quais o tema foi amplamente debatido. A partir desse levantamento, a comissão elaborou um relatório, apresentado ao Congresso em fevereiro de 1999. A conclusão da pesquisa foi de que as crianças alfabetizadas por meio de métodos fônicos desenvolvem melhor a compreensão e interpretação de textos, além de melhorar a expressão oral. "As descobertas mostraram que ensinar as crianças a manipular fonemas foi altamente efetivo sob uma variedade de condições de ensino e uma variedade de alfabetizandos de diferentes séries e idades”, atesta o estudo. Os participantes do painel destacam que o treinamento em consciência fonética não constitui um programa completo de leitura. "No entanto, ele dá à criança conhecimento essencial sobre o sistema alfabético. É um componente necessário a um completo e integrado programa de leitura”, afirma o relatório. Outras entidades, como a International Reading Association (Associação Internacional de Leitura), dos Estados Unidos, também defendem a utilização do método fônico. Segundo dados da instituição, 98% das escolas norte-americanas utilizam o sistema em seus programas de alfabetização. "O ensino de fonética, que foca a relação entre sons e símbolos, é um importante aspecto no começo da alfabetização. Porém, uma instrução fônica efetiva deve estar encravada num contexto de leitura e linguagem”, defende a associação. A Educational Resources Information Center (Centro de Informações em Recursos Educacionais) também prega que nenhuma técnica isolada tem bons resultados, mas considera o método fônico parte integrante de um bom sistema de alfabetização. O Ministério da Educação, a quem cabe elaborar as diretrizes do ensino no país, É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los 1 o) Ens o = diretoriaofaculdadesouza.com.br Página 38 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO não admite a hipótese de que o baixo desempenho dos alunos do ensino fundamental e médio no Saeb possa estar associado ao modelo. Aliás, rejeita a redução do construtivismo a um método, no que estã certo, mas não aceita a possibilidade de que o sistema talvez precise ser reavaliado. Para Telma Weisz, o método fônico ignora o que a criança já sabe e reduz o aprendizado a um processo mecânico. Mas ela reconhece que há um movimento “ainda incipiente" que prega mudanças no atual sistema e que, dentro deste quadro, apenas o método fônico tem sido reafirmado como uma alternativa válida. "A minha crítica é que ele reduz o ensino à associação de sons e letras, continua ignorando que a língua não é apenas isso." Telma ressalta que o construtivismo é um conjunto de práticas, nas quais o ensino é concebido dentro de um modelo de resolução de problemas. "Não há como compará-lo com o método fônico, embora muita gente queira emplacar essa comparação", critica. Na avaliação da supervisora de alfabetização do MEC, as taxas de repetência no Brasil sempre foram muito altas e, portanto, os métodos de alfabetização tradicionais vinham se mostrando "inadequados desde sempre”. Países da Europa e os Estados Unidos, segundo ela, só não vinham enfrentando problemas com o método fônico até agora porque sempre tiveram uma população bastante homogênea. Ou seja, em sociedades mais letradas, qualquer técnica de alfabetização tende a ter sucesso. Com o aumento da imigração nos países desenvolvidos, o sistema até então bem sucedido tende a dar sinais de esgotamento. A avaliação de Telma inverte os argumentos dos educadores que acusam o construtivismo de elitista. O professor Capovilla discorda da posição do MEC. "O Brasil posa de moderno, mas É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro- Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los 1 o) Ens o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € | FIASOUZA 690 Página 39 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO diversos países desenvolvidos usam o método fônico com bons resultados. O Brasil continua na pré-história”, acredita. Para ele, o construtivismo roubou do professor a função de ensinar, ao pregar que o texto seja introduzido desde o início da alfabetização. O método fônico, diz, não impede a introdução de textos no aprendizado, mas prevê que isso ocorra somente depois que o aluno tiver capacidade para decodificá-lo. Como prova do fracasso do construtivismo entre alunos de classes mais baixas, ele cita uma escola pública de Marília (SP) que, após constatar que as crianças chegavam à 4.º série do ensino fundamental sem saber ler e escrever, decidiu voltar a empregar o método fônico e conseguiu reverter a situação. De acordo com especialistas, existem alguns riscos de se introduzir um texto para uma criança que não sabe ler. Um deles é de que ela passe a adivinhar o significado das palavras em vez de compreendê-las e faça associações equivocadas. Um exemplo: se a criança conhece a palavra formiga, ela pode passar a confundir termos parecidos, como formigamento ou formigueiro. Dados do Lacen-USP indicam que o percentual de crianças com dificuldades de leitura gira em torno de 4% no mundo. No Brasil, cnega a 10%, fato atribuído por Capovilla ao sistema de ensino brasileiro. Para a maioria dos estudiosos da área educacional, ainda é possível apostar no construtivismo, desde que ele passe por uma reavaliação. "A questão fundamental é a má interpretação que se faz do construtivismo. Um grande erro é afastar totalmente o método e deixar que a criança aprenda sozinha”, diz a linguista Magda Becker Soares. Para ela, não se pode voltar ao passado, quando o professor tinha a receita pronta e bastava aplicá-la. "No construtivismo não se dá receita, mas sim meios para acompanhar o processo e interferir na hora adequada. Para isso, O É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los 1 o) Ens o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € | FIASOUZA 690 Página 40 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO professor tem que conhecer fonologia, além da teoria da aprendizagem e questões de linguagem.” Na avaliação de Magda, abandonar o construtivismo não é a solução, mas é preciso rever alguns pontos. "Em certos momentos é preciso trabalhar com o método fônico, em outros o método silábico é mais adequado. Há muito exagero dentro das correntes do construtivismo, como abrir mão do material didático, por exemplo." A linguista Idmea Smeghini-Siqueira, professora da Faculdade de Educação da USP, também defende um meio termo. Ao contrário do que se pensa, comenta, o professor continua sendo fundamental. Mas ele precisa conhecer o processo de aprendizagem e a real situação do aluno, que ainda não sabe ler. Para ela, o grande entrave ao processo está em mudar a cabeça de quem ensina. "Alguns entraram em contato com o construtivismo de forma muito superficial e não souberam aplicá-lo. Nesse caso, essa concepção acaba ficando como adorno porque não tem efeito." O problema dos baixos níveis de aprendizagem toma contornos mais graves se levarmos em conta que junto com a concepção construtivista muitas escolas adotam processos de progressão continuada. Ou seja, o aluno passa a ser avaliado no final de um período (geralmente ao final da quarta e da oitava séries do ensino fundamental) e até chegar lá vai sendo aprovado mesmo que não tenha aprendido todos os conteúdos necessários. As pesquisas do MEC, entre elas o Saeb, mostram que o aluno tem melhor desempenho quando está entre colegas da mesma idade. Um estudante da terceira série, por exemplo, tem mais chances de progredir se passar para a quarta série do que se repetir o ano. O sistema de ciclos, porém, acaba por mascarar um problema: a defasagem idade-série está sendo substituída pela defasagem de conhecimento. "O que não pode acontecer é o professor constatar que o aluno chegou à quinta É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los 1 o) Ens o = diretoriaofaculdadesouza.com.br FaSouza TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 9 Página 41 de 46 série, por exemplo, sem saber ler, e querer insistir em ministrar o conteúdo previsto”, avalia Ruben Klein, consultor da Fundação Cesgranrio. Esse tipo de teimosia tem muito a ver com a história do construtivismo no Brasil. Não que a culpa seja toda do modelo. Mas pode estar na insistência cega em não rediscutir um sistema que ainda não demonstrou ser capaz de sozinho melhorar os indicadores de qualidade. (Colaborou: Silo Meireles) De mal a pior Taxa de aprovação pode ser ainda menor nas próximas pesquisas, ao serem considerados os índices de evasão Os resultados do Saeb de 1999 mostram que os níveis de desempenho dos alunos das quarta e oitava séries do ensino fundamental e da terceira série do ensino médio estão numa tendência de queda se comparados aos de 1997. No caso dos alunos da quarta, a média mínima exigida para Lingua Portuguesa varia de 150 a 200 pontos. Apesar de estar dentro dessa margem, a nota média dos alunos caiu de 186,5 em 1997 para 170,7 em 1999. No caso da oitava série, cuja média deve ficar entre 200 e 250, a nota baixou de 250 para 232,9. E entre os estudantes do ensino médio, cujo padrão exigido vai de 250 a 300 pontos, a nota média caiu de 283,9 para 266,6. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 fia s o eras o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € | FIASOUZA 690 Página 42 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Quando se fala em médias gerais, até pode parecer que a situação não é das piores. Mas Ruben Klein, da Fundação Cesgranrio, faz um alerta: "O Saeb mostra que boa parte dos alunos tem um déficit de conhecimento preocupante, que vai aumentando ao longo dos anos. Muitos alunos de quarta série apresentam nível de conhecimento compatível com os de segunda. No caso dos alunos de oitava, eles estariam num nível de quinta. E na terceira série do ensino médio o atraso é ainda maior: muitos estariam num nível de sétima série”. Klein faz duras críticas ao sistema de progressão continuada e diz que o aluno deve sim ser avaliado. "Não é proibido aplicar testes. Quando se proíbe isto é um desastre. Os testes não são para punir o aluno com a reprovação, mas sim para avaliar O processo, para ver se o conteúdo que estã sendo ministrado precisa ser revisto”, afirma. Segundo ele, as taxas de evasão escolar continuam altas. Em 1999, elas eram de 18%, o que equivale a 6,5 milhões de estudantes. Para Klein, a maior parte destes abandonou a escola porque não estava aprendendo. Por causa da evasão, os indices de aprovação devem piorar nos próximos levantamentos. Até agora, ao calcular o número de alunos que passavam de ano, o MEC ignorava os que deixavam a escola - distorção que já estã sendo corrigida. "A alteração no cálculo pode dar uma diferença de até 20%. Uma escola com taxa de aprovação de 70%, ao considerar a evasão, pode ver esse número cair para 50%”, argumenta. Na média geral, a taxa de reprovação no ensino público brasileiro gira em torno de 20%. De acordo com o MEC, a repetência em 1999 chegava a 35% na primeira série do ensino fundamental. O índice é alto também entre os alunos da segunda série, chegando a 22%. Ele cai para cerca de 15% na terceira e quarta séries e volta a subir na quinta, quando atinge 24%. Parase ter uma ideia, países vizinhos como a Argentina e Chile têm taxas de repetência de apenas 5%. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los 1 o) Ens o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € | FIASOUZA 690 Página 43 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Revolução conservadora Escola da periferia de Marília contraria recomendação do MEC e adota com sucesso o método fônico Localizada na periferia do município de Marília (SP), a Escola Municipal Fundamental Professor Nelson Gabaldi era um retrato do fracasso do ensino público. Há dois anos, de uma turma de quarenta alunos matriculados na quarta série, dez não sabiam ler e escrever. Na primeira série, a situação era ainda pior: metade dos alunos terminava o ano sem estar alfabetizada. "Aqui nós não aplicamos o construtivismo de jeito nenhum. O sistema dá certo para aluno rico, não para as nossas crianças, que não tem um livro sequer em casa”, diz a diretora liza Seabra. A escola, com 650 alunos, passou a empregar o método fônico e, segundo a direção e os professores, está conseguindo alfabetizar os alunos. "A Secretaria de Educação adota a linha construtivista, mas nos deu uma espécie de liberdade vigiada para mudar de tática”, explica Ilza. Para corrigir as deficiências dos alunos, foi preciso realfabetizá-los. "Pegamos os estudantes de todas as séries que não sabiam ler e recomeçamos do zero com o método fônico”", afirma a diretora. A professora Pedra Bertazzi de Camargo, da quarta série, diz que acompanhou na escola crianças alfabetizadas pelo construtivismo e pelo método fônico e notou que a diferença é grande em favor das últimas. Hoje, apenas dois alunos entre quarenta não sabem ler e escrever adequadamente, média cinco vezes menor do que há dois anos. "Com crianças carentes, sem estrutura, não dá para aplicar o construtivismo”, comenta. A professora Ana Cláudia de Souza, da primeira série, vai mais longe: "No meu É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ à (21) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 FISOUZA = diretoriaofaculdadesouza.com.br € | FIASOUZA 690 Página 44 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO primeiro ano aqui na escola eu trabalhei na concepção construtivista, na qual eu até acreditava na época. Mas depois que passei a usar o método fônico e vi os resultados, percebi o mal que tinha feito com meus primeiros alunos.” Países e métodos Brasil: Construtivismo - Concepção que se apoia no conhecimento adquirido pelo aluno antes de ingressar na escola. O texto escrito é a base do programa de alfabetização. A criança é incentivada a ler desde o começo e a reconhecer palavras que fazem parte do seu cotidiano. Não está associada a outras técnicas de ensino. Alemanha: Método misto - Os estudantes têm liberdade para opinar sobre as ferramentas que serão utilizadas e não há um método fixo. O método fônico, baseado num conjunto de cartões em que são associas letras a imagens, é aplicado nas séries iniciais. Até que a criança esteja apta a decodificar um texto, a leitura é sempre feita com a ajuda deste sistema. Itália: Método misto - Desde 1995 o país deixou de adotar apenas um método de ensino e passou a empregar uma concepção chamada de natural. O sistema italiano trabalha simultaneamente com instrução fônica, técnicas visuais e leva em conta também a experiência prática da criança a partir dos seis anos de idade. Chile: Método holístico - O modelo utiliza o método fônico, mas não parte dos sons das letras isoladamente e sim das sílabas. O ensino baseado nos fonemas vem diretamente associado à compreensão do texto escrito, como forma de estímulo à leitura. Israel: Método fônico - A maioria das escolas israelenses utiliza material didático que se apoia no ensino da relação entre sons e letras. No entanto, muitas são as É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los 1 o) Ens o = diretoriaofaculdadesouza.com.br € escolas que usam ao mesmo tempo métodos alinhados à concepção construtivista. FaSouza Página 45 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Espanha: Construtivismo - As escolas espanholas partem do princípio que o texto integral deve ser usado desde o início da alfabetização e que a bagagem das crianças deve ser considerada. No entanto, as escolas utilizam diversos métodos, entre eles o fônico, para melhorar o desempenho dos alunos na compreensão de textos. Inglaterra: Método fônico - O sistema de ensino inglês defende que a criança não aprende a ler simplesmente sendo colocada em contato com textos, sem a introdução de conhecimentos fônicos. O método prevê passos: primeiro a criança aprende a associar sons e letras, passa para o aprendizado de palavras e sentenças, para depois ter contato com textos integrais. Portugal: Construtivismo - A exemplo da Espanha, Portugal também adota a concepção construtivista, tendo o texto como ponto de partida na alfabetização, sem deixar de lado o método fônico e cartilhas didáticas. Leia mais em ( A História dos métodos de Alfabetização) http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/alf mortattihisttextalfbbr.pdf É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Los 1 o) Ens o = diretoriaofaculdadesouza.com.br 63 FaSouza Página 46 de 46 TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO REFERÊNCIAS http://www .espacoeducar.net/2009/01/0-mtodo-fnico-de-alfabetizao.ntml - Acesso em 08/10/2015 Faculdade de Ciência e tecnologias-departamento de educação-(UNESP) Presidente Prudente Webartigos.com>mobileartigos MEC — Ministério da Educação e do Desporto. 1997. Revista Verso e Reverso. P. 18-22 Método de alfabetização, perspectivas históricas e desafios atuais educação (UFSM)v32-p.21-40,2007 MORTATTI MRI. Rio de Janeiro papelaria Americana editora 1986. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas UZ à (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 FISOUZAI = diretoriaofaculdadesouza.com.br
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