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PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS PROGRAMA DE ALEITAMENTO MATERNO PROTOCOLO E DIRETRIZES DE ATENDIMENTO EM ALEITAMENTO MATERNO RIBEIRÃO PRETO, 2020 PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO SECRETARIA DA SAÚDE Gestão 2020 Prof. Dr. Sandro Scarpelini Secretário Municipal da Saúde Enfa. Ms. Jane Aparecida Cristina Assistente do Secretário Dra. Suraia Zaki Sammour Vigarani Departamento de Atenção à Saúde das Pessoas Enfa. Lilian Donizete Pimenta Nogueira Coordenadora do Programa de Aleitamento Materno ELABORAÇÃO Programa de Aleitamento Materno da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto Lilian Donizete Pimenta Nogueira Grupo de trabalho: Adriana Moraes Leite – EERP – USP – Tutora EAAB Caroline Cândido – UNIP Daniela Vieira Pallos - PAISCA – SMS – Tutora EAAB Fátima Aparecida de Bonifácio Heck -PAISM – SMS Gabriela Barbosa Pegoraro – UNAERP – Tutora EAAB Juliana Cristina dos Santos Monteiro – NALMA – EERP – USP Larissa Garcia Alves – BLH – HCFMRP – USP Lauren Suemi Kawata – Divisão de Enfermagem Márcia Cristina Guerreiro dos Reis – IBFAN – Tutora EAAB Vivian Isabel Ferreira Lario Barrionovo – Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto – MATER Apoio: Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública (DEMISP) - EERP - USP Formatação: Andréia Heloisa Costa da Cruz – DEMISP - EERP - USP Colaboração: Ana Paula Raizaro – Coordenadora Programa de Saúde da Família Andrea Domingues Ribeiro Toneto – Coordenadora do Programa de Proc. Coletivos e Preventivos em Odontologia Bianca Jora Barbieratto – Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto – MATER Camila Luchese Miluzzi – ESF Paulo Gomes Romeo – Tutora EAAB Janaína Boldrini França – Coordenadora do Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher Lilian Sheila de Melo Pereira do Carmo – UNAERP Lívia Monteiro Timoteo – graduanda – EERP - USP Maria Carolina Scozzafave - UBS Ribeirão Verde – Tutora EAAB Márcia Soares Freitas da Motta – Coordenadora do Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente Rute Aparecida Casas Garcia – Coordenadora do Programa Doenças Crônicas Não Transmissíveis Revisão: Mirela Módolo Martins do Val – Equipe técnica DAB Thatiane Dellatorre – Equipe técnica DAB Suraia Zaki Sammour Vigarani – Diretora DASP PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO Secretaria Municipal da Saúde Departamento de Atenção à Saúde das Pessoas Programa de Aleitamento Materno PROTOCOLO E DIRETRIZES DE ATENDIMENTO EM ALEITAMENTO MATERNO Sumário Apresentação do Programa ...................................................................................... 9 I Introdução .............................................................................................................. 11 I.1 Benefícios do aleitamento materno ............................................................................. 11 I.2 Promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno.................................................. 12 I.3 Definições e duração do aleitamento materno ............................................................. 16 I.4 Indicadores de aleitamento materno em Ribeirão Preto .............................................. 17 I.5 Objetivos do Programa de Aleitamento Materno ......................................................... 19 I.5.1 Geral ..................................................................................................................... 19 I.5.1.1 Específicos ..................................................................................................... 19 II Articulação do PALMA com a rede de serviços municipais e intersetoriais .. 20 II.1 Comitê de Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável .................. 21 II.2 Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil...................................................................... 22 II.3 Responsabilidades institucionais segundo instâncias de gestão e componentes da Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno ..................... 25 II.4 Atribuições dos profissionais ...................................................................................... 28 II.4.1 Atribuições dos Agentes Administrativos ............................................................. 28 II.4.2 Atribuições do Agente Comunitário de Saúde (ACS) ........................................... 28 II.4.3 Atribuições da equipe médica .............................................................................. 29 II.4.4 Atribuições comuns à equipe de Enfermagem ..................................................... 30 II.4.5 Atribuições específicas de enfermeiros ................................................................ 30 II.4.6 Atribuições do cirurgião-dentista .......................................................................... 31 II.4.7 Atribuições do Auxiliar em Saúde Bucal (ASB) .................................................... 32 II.4.8 Atribuições do farmacêutico ................................................................................. 32 II.4.9 Atribuição do auxiliar de farmacêutico .................................................................. 33 II.4.10 Gerente de Atenção Básica ............................................................................... 33 III Protocolos Clínicos ............................................................................................. 35 III.1 Anatomia e fisiologia do Aleitamento Materno ........................................................... 35 III.2 Composição do Leite Humano .................................................................................. 39 III.3 Habilidades de ouvir e aprender ................................................................................ 40 III.3.1 Habilidades de desenvolver confiança e apoio ................................................... 42 III.4 Proteção Legal do Aleitamento Materno .................................................................... 44 III.4.1 Código Internacional, NBCAL e IBFAN ............................................................... 44 III.4.1.1 IBFAN e Monitoramento da NBCAL em Ribeirão Preto ................................ 45 III.4.1.2 NBCAL na prática dos serviços de Saúde do município e competências ..... 45 III.4.2 Legislações que protegem o Aleitamento Materno e a Mulher ............................ 46 III.4.2.1 Divulgação da legislação nos serviços ......................................................... 48 III.5 Manejo Clínico das principais dificuldades e intercorrências mamárias ..................... 49 III.6 Técnicas de amamentação – pega, prega, postura e posição ................................... 57 III.6.1 Como ajudar a mãe a amamentar ....................................................................... 57 III.6.1.1 Posicionamento adequado ........................................................................... 59 III.6.1.1.1 Posição deitada ..................................................................................... 60 III.6.1.1.2 Posição sentada, tradicional .................................................................. 60 III.6.1.1.3 Posição sentada com bebê na posição invertida ou “bola de futebol americano” ............................................................................................................ 61 III.6.1.1.4 Posição descontraída de amamentação (laid-back position) .................. 62 III.6.1.1.5 Posição sentada com o bebê na posição de cavaleiro ...........................63 III.6.1.2 Prega da mama e pega do bebê .................................................................. 63 III.6.2 Observação e avaliação da amamentação ......................................................... 68 III.6.3 Assistência no pré-natal e puerpério para incentivo e apoio ao aleitamento materno ........................................................................................................................ 69 III.7 Ordenha, coleta, armazenamento e doação do leite materno .................................... 72 III.8 Situações especiais: gemelaridade, prematuridade, fissuras ..................................... 74 III.8.1 Prematuridade .................................................................................................... 74 III.8.2 Recém-nascido com problemas neurológicos ..................................................... 76 III.8.3. Gemelaridade .................................................................................................... 77 III.8.4 Lábio leporino e fenda palatina ........................................................................... 78 III.9 Amamentação e uso de medicação materna ............................................................. 80 III.10 Situações que contraindicam a amamentação ........................................................ 83 III.10.1 Uso de drogas de abuso ou ilícitas, uso de tabaco e álcool e aleitamento materno ........................................................................................................................ 85 III.11 Desmame ................................................................................................................ 88 III.12 Fluxograma de atendimento para a promoção do aleitamento materno na atenção básica em saúde .............................................................................................................. 90 III.13 Fluxograma de atendimento para o manejo das intercorrências mamárias na atenção básica em saúde .............................................................................................................. 91 III.14 Fluxograma de atendimento para os casos de anquiloglossia ................................. 91 III.15 Material Educativo ................................................................................................... 94 Referências .............................................................................................................. 97 Anexos ................................................................................................................... 101 9 Apresentação do Programa Este documento busca consolidar as práticas de incentivo, promoção, proteção e apoio ao Aleitamento Materno (AM) no município de Ribeirão Preto – SP; levando em consideração as práticas já existentes, bem como a necessidade crescente de oferecer subsídios aos profissionais que atuam na Rede de Atenção à Saúde. Considera também a necessidade de estabelecer parcerias intersetoriais para fortalecer a amamentação para as crianças exclusivamente até os seis meses de vida e de modo continuado até os 2 anos ou mais, de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde (MS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). O Programa de Aleitamento Materno – PALMA está inserido dentre os Programas de Saúde, da Secretaria Municipal da Saúde - SMS de Ribeirão Preto, tendo a sua criação na década de 80. Historicamente, surgiu de uma parceria da SMS com o Núcleo de Aleitamento Materno da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (NALMA – EERP – USP), que no período de 1988 a 1996 possibilitou a realização e estruturação das ações programáticas de Aleitamento Materno na SMS. No ano de 1995 a parceria se estendeu ao Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança, por meio do Projeto Floresce Uma Vida, além de maternidades e Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher da SMS. No ano seguinte, o PALMA foi oficializado e deu-se início às atividades comemorativas da Semana Mundial do Aleitamento Materno – SMAM no município, que possuem frequência anual e acontecem em todas as Unidades de Saúde. O Programa conta ainda com a parceria de diversas instituições público-privadas como maternidades, creches, universidades, dentre outras. Desde 2012, o Programa organiza e realiza o Encontro de Aleitamento Materno, com participação expressiva dos profissionais de todas as Unidades de Saúde de Ribeirão Preto e de municípios vizinhos. O PALMA, desde 1999, estabeleceu parceria com o Instituto de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, por meio do Projeto Amamentação e Municípios, que foi amplamente divulgado no Estado de São Paulo e realizado em todas as capitais brasileiras. Este ocorre a cada 10 anos para avaliar os indicadores de Aleitamento Materno - AM no Brasil. Em 2000, o PALMA firmou parceria com maternidades públicas e com o Banco de Leite Humano (BLH) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, participando de capacitações para os profissionais de diversas áreas e da construção de fluxo de atendimento em amamentação. Por meio do Programa, em 2009, houve um marco legal, publicado no Diário Oficial do Município de 17/09/09, Decreto 181, que versa sobre a redução da jornada de trabalho das servidoras municipais para amamentação por leite materno até 12 meses da criança. Apresentação do Programa 10 Buscando ampliar as ações em AM no município, o PALMA iniciou, também em 2009, a implantação da Rede Amamenta Brasil – RAB, lançada pelo Ministério da Saúde (MS). Trata-se da construção de um novo paradigma para o ensino do aleitamento materno na Atenção Básica. No ano seguinte, foi implantada a Estratégia Nacional para Alimentação Complementar Saudável (ENPACS) visando fortalecer as ações de apoio e promoção à alimentação complementar saudável para menores de 2 anos no Sistema Único de Saúde – SUS. Nos anos de 2011 e 2014 houve a implantação de dois Postos de Coleta de Leite Humano, localizados na Unidade de Saúde da Família Maria Casagrande e Unidade Básica de Saúde Parque Ribeirão; em parceria com o BLH – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP). Em 2012, como resultado da integração da RAB e da ENPAC, o MS lançou a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil - EAAB, também implantada no município. Buscando solidificar as parcerias, otimizar as ações em aleitamento materno no município, levando em consideração a importância da assistência qualificada no processo de amamentação, bem como articular as políticas de saúde das instituições de Ribeirão Preto, foi criado, em 2014, o Comitê de Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável (Decreto 106 de 08/05/2014), cuja presidência é de responsabilidade da Coordenação do PALMA. Atualmente as ações de aleitamento materno estão implantadas em toda a Rede Municipal de Saúde, com atividades de prevenção, promoção e estímulo ao AM, como também no atendimento das intercorrências mamárias (ingurgitamento mamário, traumas mamilares e mastites, por exemplo), capacitação para as equipes de saúde quanto ao manejo do aleitamento materno, oficinas de trabalho da EAAB, monitoramento e processo de certificação das Unidades na EAAB, construção de banco de dados de intercorrências mamárias e de casos de mastite com internação, incluindo análise e levantamento de estratégias para melhoria da assistência, além do suporte a todas as Unidades de Saúde quanto aos atendimentos prestados. O PALMA possui ainda interface com diversos setores da sociedade, a serem apontados neste Protocolo e tem buscado, em seus mais de 30 anos, o aprimoramento das práticas profissionais no município para que o binômio, mãe-bebê e família tenham atendimento qualificado em toda a Rede de Atenção à Saúde, embasado nas diretrizes doMS e OMS, para que possam usufruir de todos os benefícios do AM. Deste modo, este documento busca potencializar as ações de apoio ao aleitamento materno e de promoção da alimentação saudável para as crianças até os 2 anos de idade ou mais. 11 I Introdução I.1 Benefícios do aleitamento materno O Aleitamento Materno exclusivo tem sido apontado por diversos estudos como prática favorável à saúde materno-infantil, com destaque para as crianças, principalmente em países em desenvolvimento (JIMENEZ et al., 2017). O leite materno demonstra a sua superioridade em relação ao leite de outras espécies na alimentação até os dois anos de idade da criança, fato evidenciado por inúmeros estudos científicos (DEL CASTANHEL; DELZIOVO; ARAÚJO, 2016). Deste modo, tratamos de um processo de profunda interação entre mãe e filho, com repercussão física, cognitiva, nutricional, emocional, refletindo na saúde física e psíquica materna (BRASIL, 2015). Mediante inúmeros benefícios apontados, incluindo esforços de organismos nacionais e internacionais visando proteger o Aleitamento Materno, ainda observa-se prevalências deste no Brasil inferiores ao desejado; fato que fortalece a necessidade de profissionais de saúde proativos, que estejam engajados neste movimento para o sucesso da amamentação. Destarte, tais profissionais precisam de olhar abrangente, atento à mulher como protagonista deste processo; figura carente de rede de apoio tanto no contexto familiar, social, cultural, com necessidade de valorização, escuta profissional e empoderamento (BRASIL, 2015). Dentre as evidências apontadas pela literatura envolvendo os benefícios do Aleitamento Materno, encontra-se que este é capaz de evitar mortes infantis, doenças diarreicas, infecção respiratória, diminuir o risco de alergias, de hipertensão arterial, colesterol alto e diabetes; reduzir a chance de obesidade; estabelecer melhor nutrição; promover efeito positivo na inteligência, melhor desenvolvimento da cavidade bucal. para a mulher, o aleitamento materno pode proteger contra câncer de mama, de ovário, e útero, com a possibilidade de evitar nova gravidez, além de proteger contra o diabete tipo 2. No caso da família, observa-se menores custos financeiros, promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho e melhor qualidade de vida (BRASIL, 2015; DEL CASTANHEL; DELZIOVO; ARAÚJO, 2016). O leite materno possui inúmeros fatores capazes de proteger contra infecções, colaborando efetivamente com a redução da mortalidade infantil entre crianças amamentadas (BRASIL, 2015). Informação confirmada pelo estudo de Victora et al. (2016), publicado internacionalmente, mostra que 13% das mortes entre menores de 2 anos de idade em aleitamento materno podem ser evitadas. Introdução 12 Para os menores de 5 anos de idade não há comprovação de outra estratégia que tenha tanto impacto na redução da mortalidade (BRASIL, 2015; DEL CASTANHEL; DELZIOVO; ARAÚJO, 2016). Deste modo, quanto menor a criança, maior a proteção quanto à mortalidade. As evidências mostram que a morte súbita infantil pode ser reduzida em um terço por meio da amamentação, com impacto na redução dos casos de doenças diarreicas e infecções respiratórias por meio do aleitamento materno (DEL CASTANHEL; DELZIOVO; ARAÚJO, 2016; VICTORA et al., 2016). Diante de tantos benefícios que também envolvem a afetividade, intimidade e aumento dos sentimentos de autoconfiança materna e proteção e segurança na criança; tratamos de uma prática sustentável, que favorece a sociedade e o planeta, extrapolando os benefícios para o binômio e sua família (BRASIL, 2015; VICTORA et al., 2016). A amamentação tem importante papel na redução das desigualdades, colaborando com o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) a serem alcançados até o ano de 2030. Logo, a promoção, proteção e apoio ao AM são essenciais (VICTORA et al., 2016). I.2 Promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno O processo de urbanização e industrialização trouxe uma nova dinâmica à vida da população, modificando as rotinas e hábitos alimentares, exercendo influência entre as mulheres e seus filhos. Neste contexto histórico identificamos o sucesso do “leite em pó”, em meados do século XX, introduzido pela indústria moderna que o fez ganhar adeptos em virtude da sua dita facilidade e praticidade. Naquele cenário, associaram-se aspectos socioculturais ligados à inserção da mulher no mercado de trabalho e à falta de informação sobre os benefícios do aleitamento materno, incluindo os famosos mitos, que culminaram com a carência de incentivo à prática de aleitar, o que refletiu negativamente na mortalidade infantil (ANTUNES et al., 2008). Com o aumento mundial das taxas de mortalidade de crianças, sobretudo em países em desenvolvimento, surgiu um movimento buscando o retorno à prática da amamentação. Deste modo, as políticas públicas respaldaram diversas ações de incentivo ao AM como estratégia fundamental no combate à morbimortalidade infantil (BRASIL, 2017a). Atualmente os benefícios da amamentação são evidentes e mesmo assim a sua prática encontra-se abaixo das recomendações em todo mundo (VICTORA et al., 2016); o que justifica a necessidade contínua de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Introdução 13 A figura a seguir ilustra, por meio de uma linha do tempo, marcos históricos de relevância em prol da amamentação no país (BRASIL, 2017a). Figura 1 – Linha do tempo. Ações de Promoção, Proteção e apoio ao aleitamento materno relevantes no âmbito nacional. Introdução 14 Introdução 15 Fonte: Brasil (2017a) Ao analisar a figura acima e refletir sobre o contexto do Programa de Aleitamento Materno no município de Ribeirão Preto destacamos que existem diversas ações para a promoção, proteção e apoio ao AM no âmbito municipal. O PALMA atua em parceria com outros programas como o Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher – PAISM; Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente – PAISCA; Programa Saúde Escola – PSE, Programa de Procedimentos Coletivos e Preventivos em Odontologia, Divisões e Departamentos. Tal articulação torna possível a ampliação da assistência qualificada e integral à população para o incentivo, apoio e promoção do AM. As ações da SMAM, o EMAM (Encontro Municipal de Aleitamento Materno), no Agosto Dourado e a participação da Campanha Nacional de Doação de Leite Humano, além das diversas oportunidades de capacitação profissional ofertadas pelo Programa, implementação da EAAB nas Unidades; apoio às maternidades na implantação e implementação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) / Cuidado Amigo da Mãe e parceria com o BLH evidenciam todo o trabalho do PALMA para a promoção do AM no município. O município conta com a legislação federal e municipal para a proteção do AM, com participação do Programa tanto na divulgação como na implementação destas, como a divulgação dos direitos da mãe trabalhadora que amamenta, ampliação da licença Introdução 16 maternidade para 180 dias para as servidoras municipais, que também contam com o horário para amamentação na jornada diária de trabalho até que a criança complete 12 meses de idade. Cabe ressaltar a legislação municipal que protege a mãe que amamenta em público e a parceria do Programa com a Vigilância Sanitária para o cumprimento da NBCAL (Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes), esta, será mais detalhada adiante. Outra estratégia utilizada é a implantação das Salas de Apoio à amamentação, que ocorre com apoio técnico do PALMA e vem procurando incentivar a expansão desta ação para o maior número de setores possível. No quesito apoio ao AM, o Programa se destaca pela disponibilização dematerial educativo a todas as Unidades, que devem oferecer à população; além disso participa de atividades em grupo e de atendimentos individuais quando acionado pelas equipes das Unidades de Saúde. Por fim, o município conta com a assessoria do Comitê de Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável como importante apoiador da implementação das ações de promoção, proteção e apoio ao AM; este é de responsabilidade do PALMA, que também colabora com o Comitê Municipal de Prevenção de Mortalidade Materno-Infantil visando melhorar estes indicadores em Ribeirão Preto. I.3 Definições e duração do aleitamento materno As definições de aleitamento materno adotadas pela OMS e reconhecidas no mundo inteiro (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007), o classificam como: ▪ Aleitamento materno exclusivo (AME) – quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos. ▪ Aleitamento materno predominante (AMP) – quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais. Embora a OMS não reconheça os fluidos rituais (poções, líquidos ou misturas utilizadas em ritos místicos ou religiosos) como exceção possível inserida na definição de aleitamento materno exclusivo, o Ministério da Saúde, considerando a possibilidade do uso de fluidos rituais com finalidade de cura dentro de um contexto intercultural e valorizando as diversas práticas integrativas e complementares, apoia a inclusão de fluidos rituais na definição de aleitamento materno exclusivo, desde que utilizados em volumes reduzidos, de forma a não concorrer com o leite materno. Introdução 17 ▪ Aleitamento materno (AM) – quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos. ▪ Aleitamento materno complementado (AMC) – quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. ▪ Aleitamento materno misto ou parcial (AMM) – quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite. A OMS, endossada pelo Ministério da Saúde do Brasil, recomenda que a criança seja amamentada já na primeira hora de vida e continue por dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses. Não há vantagens em se iniciar os alimentos complementares antes dos seis meses, podendo, inclusive, haver prejuízos à saúde da criança. No segundo ano de vida, o leite materno continua sendo importante fonte de nutrientes. Estima-se que dois copos (500 ml) de leite materno no segundo ano de vida fornecem 95% das necessidades de vitamina C, 45% das de vitamina A, 38% das de proteína e 31% do total de energia. Além disso, o leite materno continua protegendo contra doenças infecciosas. I.4 Indicadores de aleitamento materno em Ribeirão Preto O Programa de Aleitamento Materno em parceria com o Programa de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente (PAISCA) e com o Programa Floresce Uma Vida (FUV) realiza monitoramento de consultas de puericultura e puerpério de mães e recém-nascidos com dificuldades na condução do aleitamento materno durante internação nas maternidades públicas de Ribeirão Preto. A equipe do FUV, presente em todas as maternidades públicas do município, preenche ficha de notificação, por meio do uso de formulário próprio, atualmente vinculado ao SIS-Criança, e envia os casos mais vulneráveis relacionados ao aleitamento materno às Unidades e Programas afins. Deste modo, o PALMA acompanha por meio do Sistema HygiaWeb todo o seguimento na Atenção Básica. A notificação dos casos e o monitoramento permite aproximação do Programa com a assistência nas maternidades e especialmente na Atenção Básica, permitindo o reconhecimento das principais queixas relacionadas ao aleitamento materno que surgem nas Unidades de Saúde, fornecendo subsídios aos profissionais em discussão de casos e auxiliando na condução destes. Introdução 18 O destino destas informações é o Banco de dados do PALMA, que consolida os indicadores de Aleitamento Materno Exclusivo – AME e Aleitamento Materno Continuado – AMC, por meio das informações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN e possibilita visão geral das intercorrências mamárias com os dados do FUV e dos atendimentos registrados pela equipe no Sistema HygiaWeb. O município de Ribeirão Preto se encontra próximo a média estadual, regional e nacional em relação ao percentual de menores de 6 meses em AME, sendo os valores atingidos entre os anos de 2017 e 2019 de 58,6%, 58% e 57,8%; considerados bons pela OMS. Em relação ao AMC, o município segue a média brasileira, da região e do estado nos anos de 2017 e 2018, com 51,94% e 50,43%. No entanto, em 2019, distanciou-se um pouco mais tendo percentual médio de 45,69% de crianças entre 6 e 23 meses em aleitamento materno. Tais informações, disponibilizadas pelo Ministério da Saúde, por meio do SISVAN, direcionam as políticas de promoção, proteção e apoio ao AM no âmbito municipal. São monitorados também o estado nutricional e o consumo alimentar de menores de 5 anos e gestantes. Logo, as informações registradas pelas Unidades e consolidadas pelo SISVAN são importante fonte para que o PALMA possa identificar a melhor estratégia de trabalho visando a promoção, apoio e incentivo ao AM, além de ser um critério obrigatório para a certificação da EAAB. É importante destacar que o registro do consumo alimentar (SISVAN) deve ser preenchido pela equipe de maneira adequada para que haja a transposição dos dados para o e-SUS. Informações incompletas não são aceitas pelo sistema, gerando inconsistência dos dados, além de impossibilitar a análise dos indicadores de amamentação no município, o que prejudica o planejamento de ações. Tais resultados são apresentados anualmente ao Comitê Municipal de Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável, um espaço de discussão com todas as maternidades do município, que tem a oportunidade de refletir acerca da qualidade da assistência prestada. Vale ressaltar que as mães que são impossibilitadas de amamentarem seus filhos por problemas biológicos podem ser contempladas com fórmulas infantis para o primeiro ano de vida da criança, disponibilizadas pelo Ambulatório de Nutrologia do NGA (Núcleo de Gestão Assistencial) - Ambulatório Regional de Especialidades da SMS. Outro importante indicador trabalhado pelo PALMA é a ocorrência de internação por mastite puerperal, também notificada pelos profissionais do FUV nas maternidades públicas. Tais ocorrências são registradas em banco de dados e acompanhadas durante todo o ano. Estes indicadores permitem o planejamento de ações que vão desde a capacitação profissional até a discussão de casos com as equipes via telefone ou in loco. Introdução 19 I.5 Objetivos do Programa de Aleitamento Materno I.5.1 Geral O PALMA tem por objetivo geral incentivar, promover, proteger e apoiar a prática do Aleitamento Materno (AM) no município de Ribeirão Preto - SP, bem como a prática da alimentação complementar saudável para menores de 2 anos de idade, visando a redução da morbimortalidade infantil e a qualificação da assistência à mulher, ao seu filho e à sua família com relação ao AM. I.5.1.1 Específicos ▪ Capacitar técnico-cientificamente os profissionais da Secretaria Municipal da Saúde, com relação ao AM e alimentação complementar saudável para menores de 2 anos de idade; ▪ Produzir e difundir conhecimentos em AM; ▪ Prevenir, identificar e tratar as intercorrências mamárias na lactação; ▪ Aumentar a prevalência do AME nos primeiros6 meses de vida e do AM por 2 anos de vida no município; ▪ Diminuir o desmame precoce devido às intercorrências mamárias; ▪ Incentivar e apoiar a implantação de Salas de Apoio à amamentação no município; ▪ Apoiar e informar aos profissionais e mulheres quanto ao direito da mulher de amamentar seu filho e proteger a amamentação quanto ao marketing não ético de produtos que competem com esta; ▪ Monitorar e apoiar as Unidades de Saúde da Atenção Básica quanto às ações voltadas para a amamentação e alimentação complementar saudável; ▪ Divulgar a Semana Mundial do Aleitamento Materno e promover a participação dos serviços público e privados do município e da comunidade. 20 II Articulação do PALMA com a rede de serviços municipais e intersetoriais O trabalho intersetorial com estratégias integradas é condição relevante para que as intervenções relacionadas à prática da amamentação sejam exitosas, uma vez que esta envolve não somente determinantes biológicos e socioculturais, mas também um processo de aprendizagem. Neste contexto, o PALMA procura alinhar-se à Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno e no âmbito da gestão e articulação política busca proporcionar a articulação inter e intrassetorial. Assim, oferece apoio técnico, assessoria e monitoramento das ações, avaliando os indicadores de amamentação na sua área de abrangência; coordena as ações em âmbito municipal; fornece capacitação técnico científica aos profissionais da rede de atenção à saúde e colabora com outros serviços neste aspecto; busca articular os diversos setores que trabalham com amamentação, além de instituir e coordenar o Comitê Municipal de AM. O impacto destas atividades está diretamente relacionado ao aumento da prevalência e duração do AM no município. Para proporcionar maior acesso das mulheres e seus familiares a recursos que possibilitem a prática da amamentação, o PALMA possui interfaces com diversos serviços como o Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente, Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher, Programa Saúde-Escola, Programa Floresce Uma Vida, Programa de Procedimentos Coletivos e Preventivos em Odontologia, Vigilância Epidemiológica, além de parcerias com outros setores como a Secretaria Municipal de Educação, com atuação em creches do município, Divisão de Alimentação do Escolar, Secretaria Municipal de Assistência Social; universidades, maternidades e Banco de Leite Humano. Todas as parcerias possibilitam o amplo envolvimento profissional para que o acesso e utilização de serviços envolvendo o incentivo à prática do AM seja cada vez mais frequente e eficaz. O Comitê Municipal de Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável e a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil constituem importantes ferramentas de trabalho do PALMA e ilustram boa parte da articulação do programa com a rede. Articulação do PALMA com a rede de serviços municipais e intersetoriais Comitê de Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável 21 II.1 Comitê de Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável O PALMA atua em parceria com diversos setores do município, fato que aliado à necessidade de qualificação da assistência, de aperfeiçoamento das ações de promoção, de proteção e de apoio do AM e AC e da articulação de políticas de saúde possibilitou a criação, em 2014, do Comitê Municipal de Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável (Diário Oficial do Município - Decreto 106 de 08/05/2014), cuja presidência é de responsabilidade da Coordenação deste Programa. Este Comitê é interinstitucional e multiprofissional de caráter eminentemente educativo, ético, técnico, informativo, normativo, mobilizador e de assessoria, congregado por instituições governamentais, privadas e da sociedade civil organizada. As atividades desenvolvidas pelo Comitê envolvem reuniões mensais em diversos setores do município, participação nos eventos comemorativos da SMAM, discussões técnicas de questões relacionadas ao AM e a alimentação complementar (AC), indicadores, auxílio na elaboração da política municipal de Aleitamento Materno e Alimentação Complementar, e no diagnóstico situacional do AM e AC no município além da proposição de estratégias e metas para melhoria dos indicadores. Além deste Comitê, o PALMA possui representação no Comitê de Investigação de Mortalidade Materno-Infantil, contribuindo com as políticas de saúde direcionadas à redução das mortes evitáveis, por meio de discussões que permitem compreender as circunstâncias de ocorrência dos óbitos e identificação dos fatores de risco relacionados. Articulação do PALMA com a rede de serviços municipais e intersetoriais Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil 22 II.2 Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil A Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil - EAAB consiste em instrumento imprescindível para a qualificação do processo de trabalho dos profissionais da atenção básica com o intuito de reforçar e incentivar a promoção do aleitamento materno e da alimentação saudável para crianças menores de dois anos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), tendo como base legal a Portaria n° 1.920 de 5 de setembro de 2013. Essa iniciativa é o resultado da integração de duas ações importantes do Ministério da Saúde: a Rede Amamenta Brasil e a Estratégia Nacional para a Alimentação Complementar Saudável (ENPACS), que se uniram para formar essa nova estratégia, que tem como compromisso a formação de recursos humanos na atenção básica. Em 2013 deu-se início à implementação da EAAB nas Unidades de Saúde do município, por meio do PALMA. Desde então são realizadas oficinas de trabalho nas Unidades, capacitação de Tutores que atuam junto ao Programa para monitoramento e implementação da EAAB nas Unidades. A oficina da EAAB tem como princípio a educação permanente em saúde e é desenvolvida com metodologia crítico-reflexiva, por meio de atividades teóricas e práticas, leituras e discussões de textos, troca de experiências, dinâmicas de grupo, conhecimento da realidade local, sínteses e planos de ação. Entre os anos de 2013 e 2019 foram realizadas 66 oficinas de trabalho da EAAB em todas as unidades de Atenção Básica em saúde do município, que permitiram a capacitação de 1674 profissionais de todas as categorias que atuam na rede (gráfico 1). No entanto, é importante ressaltar que novas oficinas têm sido programadas para garantir que, no mínimo, 85% dos profissionais de cada unidade tenha sido capacitado, o que torna-se um desafio diante da frequente modificação das equipes em virtude das aposentadorias, transferências, dentre outros. Articulação do PALMA com a rede de serviços municipais e intersetoriais Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil 23 Gráfico 1 - Distribuição de frequência das oficinas de trabalho da EAAB e dos profissionais capacitados entre os anos de 2013 e 2019, Ribeirão Preto – SP. Fonte: elaborado pelo autor. As atividades realizadas pelo PALMA na EAAB envolvem a organização e realização de Oficinas nas Unidades, Oficinas de formação de Tutores junto ao Ministério da Saúde - MS, monitoramento das ações realizadas pelas Unidades, por meio de visita semestral e suporte para as Unidades no contexto do AM e Alimentação Complementar. O grupo de tutores formados no município é composto por profissionais da rede e de instituições parceiras e possui um planejamento anual de atividades que envolve reuniões, monitoramento das atividades da EAAB nas Unidades de Saúde, para suporte destas em relação às ações em AM e AC, organização e realização de Oficinas de Trabalho nas Unidades, discussão de casos para melhoria no atendimento de AM e AC. As Unidades de Saúde que tem os profissionais capacitados por meio das Oficinas de Trabalho recebem a visitados tutores. Estes, por sua vez, oferecem subsídio quanto às pactuações realizadas nas Oficinas e prosseguem ao levantamento dos critérios para certificação da Unidade na EAAB, o que demonstra a qualificação da equipe local para o atendimento em AM e AC. Os critérios mínimos para certificação da unidade, de acordo com o Ministério da Saúde, são: ▪ 85% de participação dos profissionais nas Oficinas; ▪ Fluxograma de atendimento à dupla mãe-bebê no período da amamentação; ▪ Concretização de, no mínimo, uma ação pactuada; 1 3 15 11 8 24 4 6634 111 325 264 202 649 89 1674 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 Total Oficinas Profissionais Articulação do PALMA com a rede de serviços municipais e intersetoriais Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil 24 ▪ Monitoramento dos indicadores de Aleitamento Materno, no mínimo, 3 meses consecutivos por meio dos dados registrados no SISVAN; ▪ Cumprimento da NBCAL. O PALMA registra todas as informações relativas ao monitoramento em sistema do Ministério da Saúde, coordena as atividades dos tutores para melhor organizar as atividades, organiza a documentação do processo de certificação das Unidades, além de enviar anualmente à Secretaria Estadual de Saúde e às chefias da Secretaria Municipal da Saúde todo relatório de atividades desenvolvidas. Até o início de 2020 o município conta com 13 Unidades de Saúde certificadas, a saber: ▪ NSF 5 ▪ UBS Adão do Carmo ▪ UBS Bonfim Paulista ▪ UBS São José ▪ UBS Vila Mariana ▪ USF Eugênio Lopes ▪ USF Jamil Cury ▪ USF Jardim Paiva ▪ USF Jardim Zara ▪ USF Maria Casagrande ▪ USF Paulo Gomes Romeo ▪ USF Valentina Figueiredo ▪ USF Vila Albertina No âmbito municipal é de competência do Programa de Aleitamento Materno instituir e coordenar a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil; além de indicar tutores para fornecer apoio técnico às Unidades de Saúde. As Unidades de Saúde possuem a atribuição de viabilizar Oficinas de Trabalho em AM e AC; pactuar atividades que promovam, protejam e apoiem a amamentação e AC saudável; acolher precocemente a gestante e envolver a família e comunidade garantindo orientação sobre benefícios da amamentação e AC saudável; organizar a atenção à criança, mãe e família vivenciando o processo de AM e AC; preencher o sistema de informação com os indicadores de AM e de consumo alimentar da criança (SISVAN); além de solicitar ao município a certificação da Unidade de Saúde na EAAB. Articulação do PALMA com a rede de serviços municipais e intersetoriais Responsabilidades institucionais 25 II.3 Responsabilidades institucionais segundo instâncias de gestão e componentes da Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno Tendo em vista a necessidade do atendimento integral, envolvendo o acolhimento com escuta qualificada tanto da mulher quanto de sua família desde a visita domiciliar até as Unidades terciárias, fica estabelecida a linha de cuidado condutora do Programa de Aleitamento Materno em consonância com a Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno. Esta, por sua vez, estabelece as atribuições de cada esfera institucional, destacando a necessidade do estabelecimento de articulações intersetoriais e interinstitucionais com entidades de reconhecida experiência na área; da integração de ações estratégicas do setor Saúde e do importante papel das Unidades de Saúde nestas ações. Portanto, a participação da sociedade civil, grupos de mães, entidades de classes e Universidades é de extrema relevância, uma vez que o movimento social tem a capacidade de fiscalizar o cumprimento das leis que protegem o AM, são excelentes apoiadores das ações além de mobilizar e empoderar as mulheres. Neste contexto, temos o cenário de atribuições do Programa de Aleitamento Materno e das Unidades de Saúde do município de Ribeirão Preto por componente da Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno no quadro a seguir. Quadro 1 - Responsabilidades institucionais segundo instâncias de gestão e componentes da Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno. COMPONENTE ESFERA DE COMPETÊNCIA COMPETÊNCIA G E S T Ã O E A R T IC U L A Ç Ã O P O L ÍT IC A Municipal Realizar articulação inter e intrassetorial; desenvolver planejamento estratégico articulando os diversos componentes da política, articular com a esfera estadual; dar apoio técnico, assessorar, monitorar e avaliar as instâncias de gestão de sua área de abrangência; coordenar a política no âmbito municipal; designar integrantes de comissões assessoras e consultivas; integrar instituições e setores estratégicos para colaboração técnico- científica; articular as coordenações, centros de referências e comissões de AM no âmbito municipal; instituir e coordenar o Comitê Municipal de AM. Unidades de Saúde Elaborar o planejamento estratégico das atividades a serem executadas; articular com os demais níveis de atenção e gestão; desenvolver as atividades relacionadas ao AM. - continua - Articulação do PALMA com a rede de serviços municipais e intersetoriais Responsabilidades institucionais 26 - continuação - COMPONENTE ESFERA DE COMPETÊNCIA COMPETÊNCIA P R O T E Ç Ã O L E G A L À A M A M E N T A Ç Ã O Municipal Propor leis relacionadas à proteção do AM; divulgar as legislações vigentes, promover a vigilância, aplicação e fiscalização do cumprimento das leis; promover condições que garantam o direito da mulher de amamentar e de manter a amamentação após o retorno ao trabalho no âmbito do seu território. Unidades de Saúde Divulgar as legislações vigentes, promover a vigilância do cumprimento das leis no âmbito do seu território. E S T R A T É G IA A M A M E N T A E A L IM E N T A B R A S IL Municipal Instituir e coordenar Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil no âmbito municipal; indicar tutores para fornecer apoio técnico às Unidades de Saúde. Unidades de Saúde Viabilizar Oficinas de Trabalho em AM e AC nas Unidades de Saúde; pactuar atividades que promovam, protejam e apoiem a amamentação e AC saudável; acolher precocemente a gestante e envolver a família e comunidade garantindo orientação sobre benefícios da amamentação e AC saudável; organizar a atenção à criança, mãe e família vivenciando o processo de AM e AC; preencher o sistema de informação com os indicadores de AM e os marcadores de alimentação da criança; solicitar ao município a certificação da Unidade de Saúde na EAAB. IN IC IA T IV A H O S P IT A L A M IG O D A C R IA N Ç A Municipal Apoiar a formação dos recursos humanos e à habilitação e manutenção dos Hospitais Amigos da Criança no âmbito do seu território; colaborar com a continuidade das ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno dos Hospitais Amigos da Criança localizados em seu território; e informar à Secretaria de Saúde dos Estados os Hospitais Amigos da Criança que não estiverem em funcionamento. Unidades de Saúde Divulgar os Dez Passos para o Sucesso do AM, a NBCAL, o cuidado amigo da mulher. M É T O D O C A N G U R U Municipal Fornecer apoio técnico às Unidades. Unidades de Saúde (Hospitais e Maternidades) Viabilizar as condições necessárias para implantação e monitoramento do Método; orientar e dar suporte emocional à família em todas as etapas do método; desenvolver atividades educativas e recreativas com as mães. - continua - Articulação do PALMA com a rede de serviços municipais e intersetoriais Responsabilidades institucionais 27 - conclusão - COMPONENTE ESFERA DE COMPETÊNCIA COMPETÊNCIA B A N C O S D E L E IT E H U M A N O Municipal Apoiar o Banco de Leite Humano e postos de coleta do município. Unidades de Saúde Organizara sala de apoio à amamentação na Unidade e envolver a equipe na sua operacionalização. Captar possíveis doadoras de leite humano e orientar para que entrem em contato com o Banco de Leite Humano (este se responsabiliza pelo transporte do leite doado e o retira diretamente na casa da doadora). B A N C O S D E L E IT E H U M A N O Municipal Apoiar o Banco de Leite Humano e postos de coleta do município. Unidades de Saúde Organizar a sala de apoio à amamentação na Unidade e envolver a equipe na sua operacionalização. Captar possíveis doadoras de leite humano e orientar para que entrem em contato com o Banco de Leite Humano (este se responsabiliza pelo transporte do leite doado e o retira diretamente na casa da doadora). E D U C A Ç Ã O , C O M U N IC A Ç Ã O E M O B IL IZ A Ç Ã O S O C IA L Municipal Desenvolver atividades educativas e informativas de sensibilização e qualificação dos gestores, profissionais de saúde, educadores e população em geral relacionados ao AM; realizar cursos para as equipes municipais e de maternidades na IHAC e Método Canguru; coordenar e promover campanhas de divulgação sobre o AM; produzir e distribuir material informativo, educativo e didático; coordenar a Semana Mundial de Aleitamento Materno e o Dia de Doação de Leite Humano no âmbito municipal; capacitar tutores para apoio às Unidades de Saúde na EAAB. Unidades de Saúde (Hospitais e Maternidades) Sensibilizar e capacitar profissionais na Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil; promover campanhas de divulgação sobre o AM; desenvolver atividades na Semana Mundial de Aleitamento Materno e Dia de Doação de Leite Humano. M O N IT O R A M E N T O E A V A L IA Ç Ã O Municipal Formular, induzir, coordenar proposições municipais relacionadas ao monitoramento, à avaliação normativa e às pesquisas avaliativas relacionadas ao tema; conduzir estudos em escala municipal; elaborar/implementar iniciativas relacionadas a sistemas de monitoramento e avaliação; acompanhar e avaliar a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil no âmbito municipal; monitorar indicadores de AM no âmbito municipal; monitorar e acompanhar a NBCAL e atividades relacionadas à educação, à comunicação e à mobilização social em relação ao AM no município. Unidades de Saúde (Hospitais e Maternidades) Acompanhar e avaliar a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil no seu âmbito de atuação; monitorar indicadores de AM na sua área adscrita, incluindo o SISVAN; monitorar a NBCAL e monitorar e avaliar as atividades relacionadas à educação, à comunicação e à mobilização social. Fonte: Brasil (2017a.) Articulação do PALMA com a rede de serviços municipais e intersetoriais Atribuições dos profissionais 28 II.4 Atribuições dos profissionais Para o sucesso da amamentação, o profissional de saúde atuante nos serviços da rede municipal tem papel importante a desenvolver, atuando sobre os seguintes fatores conjugados: a decisão de amamentar; o estabelecimento da lactação e o suporte da amamentação (DEL CASTANHEL; DELZIOVO; ARAÚJO, 2016). Para tanto, a seguir descrevemos as atribuições de cada categoria profissional para promoção do aleitamento materno. II.4.1 Atribuições dos Agentes Administrativos ▪ Acolher e direcionar o fluxo de gestantes, puérperas e famílias com dúvidas e queixas envolvendo aleitamento materno; ▪ Acolher o bebê ou criança recém-chegado à área de abrangência e encaminhar à equipe de enfermagem, médica ou odontológica, a qual adequará o atendimento ao período de vida em que o bebê se encontra. II.4.2 Atribuições do Agente Comunitário de Saúde (ACS) ▪ Orientar quanto o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês e complementado até 2 anos de idade ou mais; ▪ Incentivar a alimentação complementar saudável para as crianças menores de 2 anos de idade; ▪ Acompanhar se a gestante está indo às consultas de pré-natal; ▪ Realizar a busca ativa da gestante faltosa às consultas de pré-natal; ▪ Orientar quanto à amamentação (desde o pré-natal até o puerpério) – abordar os benefícios e vantagens da amamentação, técnica correta, posição da mãe e do bebê, doação de leite humano, armazenamento de leite e retorno ao trabalho; informar a gestante e puérpera que o tipo de mamilo não impede a amamentação, pois para fazer uma boa pega o bebê tem que abocanhar uma parte maior da mama (aréola), e não somente o mamilo; contraindicar o uso de chupetas, bicos artificiais e mamadeiras; ▪ Envolver a família nas orientações; ▪ Estimular a mãe a amamentar o bebê, caso não haja contraindicação; ▪ Identificar mulheres com dificuldade na amamentação e encaminhar para atendimento na Unidade de Saúde; Articulação do PALMA com a rede de serviços municipais e intersetoriais Atribuições dos profissionais 29 ▪ Oferecer material educativo sobre aleitamento materno e alimentação complementar saudável para os menores de 2 anos de idade; ▪ Desenvolver atividades de promoção do aleitamento materno e alimentação complementar saudável por meio de visitas domiciliares e ações educativas individuais e coletivas; ▪ Realizar visita domiciliar para as mães e bebês que estiverem em dificuldades no processo de amamentação; ▪ Conhecer e participar da execução do plano de ação proposto durante a Oficina de Trabalho da EAAB; ▪ Participar da promoção de campanhas de divulgação sobre o aleitamento materno e desenvolver atividades na Semana Mundial de Aleitamento Materno e Dia de Doação de Leite Humano (BRASIL, 2017b). II.4.3 Atribuições da equipe médica ▪ Realizar a assistência à saúde das mulheres e famílias envolvendo AM e AC; ▪ Realizar consultas clínicas, atendimento de intercorrências mamárias e participar do manejo destas, conforme os protocolos e recomendações do PALMA e do MS; ▪ Realizar atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outros); ▪ Conhecer e participar da execução do plano de ação proposto durante a Oficina de Trabalho da EAAB; ▪ Participar da promoção de campanhas de divulgação sobre o aleitamento materno e desenvolver atividades na Semana Mundial de Aleitamento Materno e Dia de Doação de Leite Humano; ▪ Encaminhar, quando necessário - e não for possível resolver na Unidade, a mulher ou bebê com dificuldade ou intercorrência mamária a outro serviço para continuidade da assistência, respeitando fluxos locais; ▪ Indicar a necessidade de internação hospitalar mantendo a responsabilização pelo acompanhamento da pessoa; ▪ Preencher o sistema de informação com indicadores de aleitamento materno; ▪ Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS em conjunto com os outros membros da equipe; e ▪ Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. Articulação do PALMA com a rede de serviços municipais e intersetoriais Atribuições dos profissionais 30 II.4.4 Atribuições comuns à equipe de Enfermagem ▪ Realizar acolhimento com escuta qualificada, clínica ampliada e direcionamento de fluxo de gestantes, puérperas e famílias com dúvidas e queixas envolvendo aleitamento materno; ▪ Realizar pré e pós-consulta abordando o aleitamento materno a gestantes e puérperas; ▪ Participar do manejo das intercorrências mamárias, desenvolvendo ações de acordo com a competência da categoria profissional; ▪ Realizar aconselhamento na amamentação; ▪ Participar de ações de educação em saúde (como grupos, rodas de conversa, sala de espera, dentre outros) de gestantes, puérperas e famílias com abordagem da promoção do aleitamento materno ou apoio às mulheres que não podem amamentar; ▪ Realizar visita domiciliar para gestantes, puérperas e famílias para orientação sobre aleitamento materno e assistência de enfermagem; ▪ Realizar acompanhamento das puérperascom dificuldades no AM, com atendimentos diários, semanais, até adquirirem confiança e segurança no processo de amamentação; ▪ Orientar as gestantes e familiares sobre a importância do aleitamento materno; ▪ Preencher o sistema de informação com indicadores de aleitamento materno; ▪ Participar da promoção de campanhas de divulgação sobre o aleitamento materno e desenvolver atividades na Semana Mundial de Aleitamento Materno e Dia de Doação de Leite Humano. ▪ Participar da elaboração do planejamento das atividades a serem executadas relacionadas ao aleitamento materno; articulando com os demais níveis de atenção à saúde e gestão. II.4.5 Atribuições específicas de enfermeiros ▪ Desenvolver consulta de enfermagem abordando aleitamento materno a gestantes, puérperas, parceiros e famílias; ▪ Realizar avaliação das mamas conforme POP - Exame clínico das mamas gravídica e puerperal (Anexo A); ▪ Realizar avaliação da mamada; ▪ Supervisionar auxiliares e técnicos de enfermagem; ▪ Monitorar os indicadores de aleitamento materno na população da área de abrangência da Unidade de Saúde (SISVAN e intercorrências mamárias); ▪ Participar da viabilização de oficinas de trabalho sobre aleitamento materno e alimentação complementar saudável (EAAB) na Unidade; Articulação do PALMA com a rede de serviços municipais e intersetoriais Atribuições dos profissionais 31 ▪ Monitorar e avaliar as atividades relacionadas à educação, à comunicação e à mobilização social sobre aleitamento materno na área de abrangência da Unidade; ▪ Participar da sensibilização e capacitação de auxiliares e técnicos de enfermagem para ações de aleitamento materno e para Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil; II.4.6 Atribuições do cirurgião-dentista ▪ Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais, envolvendo AM e AC; ▪ Realizar atendimento dos bebês a partir dos 3 meses de idade, com enfoque na prevenção da cárie, envolvendo as orientações de AME até o sexto mês de vida e continuado até 2 anos de idade ou mais, AC saudável e identificar possíveis intercorrências mamárias; ▪ Discutir com a equipe da Unidade as intercorrências com a amamentação identificadas e encaminhar mulher e/ou bebê para atendimento; ▪ Orientar as gestantes em relação aos hábitos, costumes e cuidados com a própria alimentação, higiene oral e também de seu bebê; ▪ Agendar o bebê para a primeira consulta odontológica aos três meses de idade; ▪ Compartilhar as ações e informações odontológicas junto aos profissionais da enfermagem e medicina, a fim de agregar apoio às ações educativo-preventivas; ▪ Agendar retorno para o bebê para consultas periódicas de acordo com a classificação do risco de cárie; ▪ Realizar atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outros); ▪ Observar na primeira consulta a posição da língua e avaliar se há interferência na mamada; nesses casos, deve-se proceder uma avaliação mais complexa juntamente com uma equipe multidisciplinar (médico, enfermeiro e cirurgião-dentista), e se apresentam um grau importante de anquiloglossia, com dificuldades de sucção pode-se encaminhar o bebê para o procedimento cirúrgico. Geralmente nos primeiros 6 meses de vida. (Seguir o fluxograma da Anquiloglossia – item 15) ▪ Identificar o tipo de alimentação que está sendo oferecida ao bebê na avaliação quanto ao risco de cárie; ▪ Conhecer e participar da execução do plano de ação proposto durante a Oficina de Trabalho da EAAB; ▪ Participar da promoção de campanhas de divulgação sobre o aleitamento materno e desenvolver atividades na Semana Mundial de Aleitamento Materno e Dia de Doação de Leite Humano. Articulação do PALMA com a rede de serviços municipais e intersetoriais Atribuições dos profissionais 32 II.4.7 Atribuições do Auxiliar em Saúde Bucal (ASB) ▪ Participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais, envolvendo AM e AC; ▪ Auxiliar no atendimento dos bebês a partir dos 3 meses de idade, com enfoque na prevenção da cárie, envolvendo as orientações de AME até o sexto mês de vida e continuado até 2 anos de idade ou mais, AC saudável e identificar possíveis intercorrências mamárias; ▪ Encaminhar mulher e/ou bebê com dificuldades na amamentação para atendimento da equipe da Unidade de Saúde; ▪ Orientar as gestantes em relação aos hábitos, costumes e cuidados com a própria alimentação, higiene oral e também de seu bebê; ▪ Acolher o bebê ou criança recém-chegado à área de abrangência e encaminhado à equipe odontológica, a qual adequará o atendimento ao período de vida em que o bebê se encontra; ▪ Agendar o bebê para a primeira consulta odontológica aos três meses de idade; ▪ Agendar retorno para o bebê para consultas periódicas de acordo com a classificação do risco de cárie; ▪ Realizar atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outros); ▪ Identificar o tipo de alimentação que está sendo oferecida ao bebê; ▪ Conhecer e participar da execução do plano de ação proposto durante a Oficina de Trabalho da EAAB; ▪ Participar da promoção de campanhas de divulgação sobre o aleitamento materno e desenvolver atividades na Semana Mundial de Aleitamento Materno e Dia de Doação de Leite Humano; II.4.8 Atribuições do farmacêutico ▪ Acolher e direcionar o fluxo de gestantes, puérperas e famílias com dúvidas e queixas envolvendo aleitamento materno; ▪ Participar de ações de educação em saúde (como grupos, rodas de conversa, sala de espera, dentre outros) de gestantes, puérperas e famílias com abordagem da promoção do aleitamento materno ou apoio às mulheres que não devem amamentar; Articulação do PALMA com a rede de serviços municipais e intersetoriais Atribuições dos profissionais 33 ▪ Participar da promoção de campanhas de divulgação sobre o aleitamento materno e desenvolver atividades na Semana Mundial de Aleitamento Materno e Dia de Doação de Leite Humano; ▪ Participar da elaboração do planejamento das atividades a serem executadas relacionadas ao aleitamento materno; articulando com os demais níveis de atenção e gestão; ▪ Orientar a equipe e as lactantes sobre o uso de medicamentos durante a amamentação; ▪ Orientar a equipe e as lactantes sobre utilização de medicamentos para o tratamento de mastites; ▪ Discutir com a equipe da Unidade as intercorrências com a amamentação identificadas e encaminhar mulher e/ou bebê para atendimento; ▪ Conhecer e participar da execução do plano de ação proposto durante a Oficina de Trabalho da EAAB; II.4.9 Atribuição do auxiliar de farmacêutico ▪ Acolher e direcionar o fluxo de gestantes, puérperas e famílias com dúvidas e queixas envolvendo aleitamento materno; ▪ Orientar as lactantes sobre utilização de medicamentos para o tratamento de mastites; ▪ Participar da promoção de campanhas de divulgação sobre o aleitamento materno e desenvolver atividades na Semana Mundial de Aleitamento Materno e Dia de Doação de Leite Humano; ▪ Conhecer e participar da execução do plano de ação proposto durante a Oficina de Trabalho da EAAB. II.4.10 Gerente de Atenção Básica ▪ Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais, as ações de promoção, proteção, apoio e incentivo ao AM e AC saudável para que estejam solidificadas no processo de trabalho da Unidade; ▪ Garantir que a equipe esteja capacitada na Oficina de Trabalho da EAAB, com um número mínimo de 85% dos profissionais; ▪ Garantir a presença de profissionais capacitados no manejo do Aleitamento Materno; ▪ Acompanhar, orientar e monitorar as ações pactuadas nas Oficinas de trabalho da EAAB, os indicadores de AM (SISVAN), alémdas intercorrências mamárias; Articulação do PALMA com a rede de serviços municipais e intersetoriais Atribuições dos profissionais 34 ▪ Assegurar a adequada alimentação de dados nos sistemas de informação da Atenção Básica vigente (SISVAN), por parte dos profissionais, verificando sua consistência, estimulando a utilização para análise e planejamento das ações, e divulgando os resultados obtidos; ▪ Viabilizar a visita do PALMA e tutores da EAAB na Unidade para o monitoramento das ações pactuadas na Oficina da EAAB; ▪ Participar e orientar o processo de certificação da EAAB; ▪ Conhecer e garantir o cumprimento da NBCAL na Unidade de saúde; ▪ Promover, junto à equipe, atividades educativas envolvendo AM e AC; ▪ Desenvolver atividades na SMAM; ▪ Estimular o vínculo entre os profissionais favorecendo o trabalho em equipe; ▪ Providenciar material impresso como folder e cartilhas sobre amamentação e alimentação complementar saudável, disponíveis no almoxarifado; ▪ Propiciar a multiplicação do conhecimento adquirido nos treinamentos realizados pelos membros da equipe; ▪ Incentivar a participação da equipe em treinamentos e capacitações envolvendo AM e AC saudável; ▪ Disponibilizar agenda para os profissionais atenderem as intercorrências mamárias, dificuldades em AM, AC e para as atividades de orientação envolvendo esta temática; ▪ Conhecer o protocolo do PALMA e orientar a equipe para que todos o conheçam e o implementem. 35 III Protocolos Clínicos III.1 Anatomia e fisiologia do Aleitamento Materno A glândula mamária é um órgão par, situado no tórax anterior/superior, constituídas por tecidos adiposo, conjuntivo, nervoso, linfático, vasos sanguíneos, células mioepiteliais, alvéolos, lóbulos e lobos mamários (BRASIL, 2015). Na mulher adulta cada mama é composta por lóbulos (15 a 25), que se encontram envolvidos por tecidos gorduroso e conjuntivo, além de vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Em cada lóbulo estão os alvéolos, que são as células produtoras de leite, sendo que por volta da 16ª semana de gestação começam a produzir o colostro (ALDEN, 2012). Figura 2 – Anatomia da mama Fonte: Kenhub, 2020. Externamente, é revestida por tecido cutâneo, sendo este hiperpigmentado na área central, que se denomina aréola e apresenta uma saliência denominada mamilo ou papila. Na aréola existem glândulas sudoríparas e sebáceas, que formam os tubérculos de Montgomery. Os mamilos apresentam coloração e forma distintas e são extremamente (RIBEIRÃO PRETO; NÚCLEO DE ALEITAMENTO MATERNO DA EERP-USP, 1998). Mamilo Mamilo Aréola Aréola https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/anatomia-da-mama-feminina Protocolos Clínicos Anatomia e fisiologia do Aleitamento Materno 36 No município de Ribeirão Preto e em outros do Brasil que foram capacitados pelo NALMA, utiliza-se a seguinte classificação para os tipos de mamilo: protruso ou normal (saliente, bem delimitado, protrai facilmente ao estímulo); semi-protruso ou subdesenvolvido (pouco saliente, após estímulo não protrai facilmente); invertido ou umbilicado ou mal formado (oposto ao protruso); pseudo invertido ou pseudo umbilicado (oposto ao protruso, protrai discretamente após estímulo); hipertrófico (tamanho exagerado com as características do protruso) RIBEIRÃO PRETO; NÚCLEO DE ALEITAMENTO MATERNO DA EERP-USP, 1998). Figura 3 – Mamilo protruso e semi-protruso Fonte: Vinha (1994). Figura 4 – Mamilo invertido e pseudo-invertido Fonte: Vinha (1994). Protocolos Clínicos Anatomia e fisiologia do Aleitamento Materno 37 Figura 5 – Mamilo hipertrófico Fonte: Vinha (1994). Durante a gravidez, a mama passa por processo de desenvolvimento denominado lactogênese fase I, onde estrógeno e progesterona, são os responsáveis pela proliferação e diferenciação dos ductos e aumento dos componentes lobulares. O lactogênio placentário humano, a prolactina e a gonadotrofina coriônica também estão envolvidas nesse processo de crescimento e desenvolvimento da mama (BRASIL, 2015). Após o parto, há um declínio na liberação de estrógeno e progesterona, iniciando a liberação de prolactina, hormônio responsável pela produção láctea, iniciando assim a lactogênese fase II (ALDEN, 2012; BRASIL, 2015). A produção de colostro que tem início na fase I da lactogênese, se estende até a descida do leite (apojadura), fase II da lactogênese, por volta do terceiro ao quinto dia de pós parto. Após esse período inicia-se a manutenção da produção de leite ou lactogênese fase III (lactopoese) (ALDEN, 2012; BRASIL, 2015). Por meio dos mecanorreceptores no mamilo, o estímulo de sucção do bebê chega ao hipotálamo via nervosa aferente (figura 6). Deste modo, a hipófise anterior produz prolactina; que tem atuação nas células secretoras de leite nos alvéolos mamários, responsável pela produção láctea e a hipófise posterior produz a ocitocina; que chega às células mioepiteliais dos alvéolos mamários através da corrente sanguínea, provocando a sua contração e consequentemente a descida do leite na apojadura e a ejeção láctea (GUYTON; HALL, 2017). Logo, a sucção do bebê torna-se o estímulo mais importante no mecanismo de produção e ejeção láctea, uma vez que quanto mais ele mama, maior será a produção de leite. Daí a importância da sucção e esvaziamento das mamas (BRASIL, 2015). Protocolos Clínicos Anatomia e fisiologia do Aleitamento Materno 38 Figura 6 – Fisiologia da lactação Fonte: Próprio autor, 2020. Protocolos Clínicos Composição do Leite Humano 39 III.2 Composição do Leite Humano Todo leite materno é adequado, possuindo calorias, gorduras, proteínas, vitaminas, água e outros nutrientes essenciais na dose certa para o crescimento e desenvolvimento adequado das crianças (BRASIL, 2019). Além das vantagens nutricionais e imunológicas, o aleitamento materno também possui benefícios econômicos, pois o consumidor recebe gratuitamente, evitando gastos adicionais com compras de mamadeiras, fórmulas lácteas e não há desperdícios (ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA, 2004). A quantidade de leite que a mulher produz depende principalmente de quanto leite está sendo consumido pela criança e/ou sendo retirado da mama, no caso da ordenha mamária. Portanto, quanto maior o consumo e/ou retirada de leite, mais leite a mulher irá produzir. Cabe pontuar que, durante uma mamada apenas parte do leite está guardado no peito, sendo assim, a maior parte é produzida enquanto a criança está sugando (BRASIL, 2019). Em geral, do terceiro ao quinto dia após o parto costuma ocorrer a “descida do leite”, ou apojadura, caracterizada pelo aumento das mamas e a mulher, então, passa a produzir mais leite (BRASIL, 2019). O leite dos primeiros dias da amamentação é chamado de colostro, especialmente produzido para os bebês nessa fase. Sua composição é caracterizada por significativa presença de proteínas, anticorpos e outras substâncias que ajudam a criança na proteção contra doenças (BRASIL, 2019) e com menor presença de gorduras quando comparado ao leite maduro, ou seja, o leite secretado a partir do sétimo ao décimo dia pós-parto (BRASIL, 2015). A cor e a composição do leite podem variar dependendo da dieta da mãe e, também, do momento da mamada, porém todo leite materno é de boa qualidade, independente do seu aspecto. Cabe pontuar que, apesar da composição do leite ser semelhante para todas as mulheres, pequenas variações ocorrem para adaptar o leite a necessidades específicas, como no caso das mães de crianças prematuras (BRASIL, 2019). O primeiro leite que sai, durante a mamada, pode parecer “ralo” ou “fraco” por ser mais transparente, porém é rico em água e anticorpos, sendo importante para hidratação e proteção da criança, respectivamente.Em seguida, sua aparência se torna mais esbranquiçada ou amarelada, por conter mais gordura, trazendo a sensação de saciedade à criança (BRASIL, 2019), sendo chamado de leite posterior (BRASIL, 2015). Portanto, ressalta-se a importância de a criança mamar bastante em uma mama, antes de ser ofertada outra. Protocolos Clínicos Habilidades de ouvir e aprender 40 III.3 Habilidades de ouvir e aprender Sabemos que o processo da maternidade envolve não apenas gestar, parir, mas principalmente cuidar do filho, além de gerar mudanças que exigem da mulher uma adaptação a essa nova condição de vida, seja esta primípara ou não. A amamentação é um dos fenômenos contidos nessa condição de vida, vinculado a esse processo de adaptação que envolve várias esferas de seu mundo. Silva (1997) revela que o ato de amamentar é um processo que se expande além da interação mãe-filho, expande-se nas demais interações da vida materna, determinado pela percepção que a mulher tem de si, do ato de amamentar e das implicações que este tem em sua vida, nas relações das esferas familiar e social, nas dimensões de suas emoções e de seu corpo. Nesse sentido, surge a responsabilidade do profissional em procurar participar dessa vivência, mostrando-se disponível a compartilhar das inúmeras situações que envolvem a experiência de amamentar da mulher com o intuito de ajudá-la. Para isso, mostra-se necessária a compreensão da nutriz em todas as suas dimensões, ou seja, nas diversas faces de sua totalidade feminina e como ser humano. O fato de cuidar da criança, logo após o nascimento, pode deixar a mulher ansiosa, principalmente no que se refere a problemas com a amamentação, problemas estes, que devem ser trabalhados por todo profissional envolvido em sua assistência e a do seu recém- nascido. À medida que a mulher encontra soluções para os problemas iniciais, outros podem surgir durante o processo da amamentação, concomitante ao desenvolvimento da criança e às novas situações vivenciadas por ela. Além da influência da amamentação na saúde da mulher, em que esta avalia os desconfortos causados por problemas com as mamas, ou pelo cansaço e desgaste físico e emocionais, também avalia a amamentação quanto às suas restrições no desempenho de suas atividades domésticas e profissionais, acarretando limitações de sua liberdade, lazer, enfim, riscos para sua individualidade e bem estar. Muitas vezes, esses sentimentos são encobertos, ou não revelados pela mulher e influenciam implicitamente o curso da amamentação, já que não são expressos claramente (BRASIL, 2016). Desta forma, é necessário que a mulher seja assistida continuamente por profissionais que estejam dispostos a ajudá-la e apoiá-la nas mais diversas situações com as quais ela está sujeita a deparar-se. Assim, podemos usar de habilidades desenvolvidas a partir de conhecimentos sobre comunicação para ajudar uma pessoa que se encontra em tensão temporária a procurar soluções para seus problemas. Para tal, é necessário entendê- Protocolos Clínicos Proteção Legal do Aleitamento Materno 41 la procurando “entender seu mundo”, ou seja, procurando saber o que está além do que ela nos possa dizer, pois nem sempre o problema real é verbalizado por ela, mas pode ser percebido pelo profissional. Para isso é necessário que saibamos nos interagir com esta pessoa, procurando abordá-la de forma que propiciemos um relacionamento terapêutico com a mesma. As “Habilidades de ouvir e aprender” contidas no curso de “Aconselhamento em alimentação de lactentes e crianças na primeira infância” da Organização Mundial da Saúde (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2006) podem ser consideradas como técnicas de comunicação terapêutica, pois orientam o profissional a fazer uso da comunicação verbal e não verbal com o objetivo de identificar e compreender as situações que envolvem o processo de amamentar da mulher. No geral, as habilidades de ouvir e aprender são técnicas que facilitam a coleta de dados objetivos e subjetivos em pouco tempo, além de despertar na mulher a confiança no profissional que procura ajudá-la. Usando essas habilidades, os profissionais podem detectar situações e problemas que nem sempre estão explícitos no discurso da nutriz, ou por esta não conseguir percebê- los ou mesmo por omiti-los, revelando outros problemas que, na verdade não são os que realmente justificam seu estado emocional. Para que isso aconteça é necessário estarmos disponíveis, ou seja, ao querermos ouvir esta mulher, devemos “ouvi-la sensivelmente”. Nesse contexto, percebe-se a necessidade de os profissionais de saúde se tornarem fonte de apoio e agentes na prática da atenção à mulher que amamenta, não se limitando ao desempenho de ações prescritivas, impositivas e de supervisão (LACERDA; MAIA, 2009; SILVA et al., 2009). O profissional de saúde deve desenvolver competência para uma comunicação eficiente com a mãe a fim de ajudá-la na tomada de decisão, ouvi-la demonstrando interesse, sem julgamentos ou imposições (LACERDA; MAIA, 2009; STEFANELLI; CARVALHO, 2012), além de proporcionar informações relativas ao cuidado ao bebê de maneira contínua, considerando as necessidades singulares de cada nutriz. O grande desafio é a equipe de saúde estabelecer um vínculo com a mãe, sua família e essa rede de apoio que se constitui a seu redor, e manter um canal de confiança para que se estabeleça um relacionamento terapêutico que a auxilie no cuidado do filho e, consequentemente, na amamentação (TOMELERI; MARCON, 2009). Assim, podemos acreditar que se o profissional se dispuser a realmente ouvir a mulher, usando de sensibilidade, promoverá uma relação terapêutica na qual poderá trabalhar com ela procurando medidas para solucionar seus problemas que envolvem a amamentação. Dessa, forma facilitará que a mulher deposite confiança em quem a assiste. Protocolos Clínicos Proteção Legal do Aleitamento Materno 42 III.3.1 Habilidades de desenvolver confiança e apoio Além de um período de adaptação no qual a mulher passa a assumir papéis que até então não havia vivenciado anteriormente, seja ela primípara ou multípara, o puerpério representa para ela muitas vezes, uma fase na qual ela é menos notada pelos familiares e amigos, sentindo dessa forma que todo carinho e preocupação demonstrados por eles durante a gestação, já não mais existe para ela e estão agora direcionados para a criança. Enquanto gestante, todos voltam-se exclusivamente para a mulher. As pessoas que fazem parte do seu mundo, mostram-se sempre preocupadas com ela, auxiliam-na em suas tarefas e geralmente demonstram considerá-la como alguém muito importante que “está em estado de Graça” e precisa ser muito bem tratada. Após o nascimento do bebê, a atenção que até então recebia de todos, passa a ser voltada prioritariamente à criança. Dessa forma, além de vivenciar um novo momento, que frequentemente se caracteriza por um estado depressivo, sua autoestima torna-se prejudicada, passando a confiar cada vez menos em si. É nesse momento que as pessoas que convivem com a mulher e principalmente os profissionais precisam trabalhar com ela no sentido de aumentar sua confiança e autoestima. Porém, não é só no puerpério que a nutriz precisa ser estimulada a desenvolver sua autoestima. É necessário que a mesma acredite em suas capacidades durante todo o período em que for amamentar seu filho, pois sabemos que há também elevados índices de desmame após o terceiro mês do nascimento do bebê, pois é nessa fase que a mulher precisa criar alternativas para que possa voltar a trabalhar, ou retomar outras atividades, resultando no desmame. Nesse sentido, observa-se, quanto os fatores sociais envolvem as decisões da nutriz acerca da amamentação. O enfrentamento de dificuldades não esperadas dos conflitos e ambivalências, acarretam sentimentos de ansiedade e culpas
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