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Fundamentos Históricos de Enfermagem

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Fundamentos Históricos de Enfermagem . 
 Dimensão Histórica no Mundo - 
 Evolução, Prática Contemporânea 
 ➔ Período Pré-Cristão 
 As doenças eram tidas como um castigo de Deus ou do 
 poder do demônio. Sacerdotes, feiticeiras acumulavam 
 funções de médicos e enfermeiros. O tratamento era, 
 afastar os maus espíritos por meio de sacrifícios. Usavam 
 massagens, banho de água fria ou quente, substâncias 
 provocadoras de náuseas. Os sacerdotes tinham o 
 conhecimento sobre plantas medicinais. 
 Egito - Praticava-se o hipnotismo, a interpretação de 
 sonhos; acreditava-se na influência de algumas pessoas 
 sobre a saúde de outras. 
 Índia - Conheciam ligamentos, músculos, nervos, vasos 
 linfáticos, antídotos para alguns tipos de envenenamento e o 
 processo digestivo. Realizavam procedimentos, como, 
 suturas, amputações e corrigiam fraturas. 
 Grécia - Usavam sedativos, fortificantes e hemostáticos, 
 faziam ataduras e retiravam corpos estranhos, casas para 
 tratamento dos doentes. A medicina era exercida pelos 
 sacerdotes-médicos, que interpretavam os sonhos das 
 pessoas. O tratamento era banhos, massagens, sangrias, 
 dietas, sol, ar puro, água pura mineral. O nascimento e a 
 morte eram considerados impuros (abandono e desprezo). 
 A medicina tornou-se científica: Hipócrates. 
 Roma - A medicina era exercida por escravos ou 
 estrangeiros. Distinguiu-se pela limpeza das ruas, ventilação 
 das casas, água pura e redes de esgoto. Os mortos eram 
 sepultados fora da cidade. O desenvolvimento da medicina 
 sofreu influência do povo grego. 
 Desenvolvimento das Práticas de Saúde 
 em Períodos Históricos 
 Práticas de Saúde Instintivas (empirismo) - Práticas de 
 saúde, consistem em ações que garantem ao homem a 
 manutenção da sua sobrevivência. 
 Práticas de Saúde Mágico-Sacerdotais (V a.C) - 
 Relação entre práticas religiosas e práticas de saúde 
 primitivas desenvolvidas pelos sacerdotes nos templos. 
 Enfermagem era relacionada com a prática domiciliar de 
 partos e a atuação de mulheres de classe social elevada. 
 Práticas de Saúde no Alvorecer da Ciência (V a.C até 
 a Era Cristã) - Prática de saúde baseada na experiência, 
 no conhecimento da natureza, no raciocínio, baseada na 
 investigação livre e na observação dos fenômenos, limitada, 
 entretanto, pela ausência quase total de conhecimentos 
 anatomofisiológicos. Considerado pela Medicina grega 
 como período hipocrático, destacando a figura de 
 Hipócrates, propôs uma nova concepção em saúde. 
 Práticas de Saúde Monástico-Medievais (V e XIII) - 
 Enfermagem como prática leiga, desenvolvida por 
 religiosos, período medieval compreendido entre os séculos 
 V e XIII. Legado para Enfermagem com sacerdócio, 
 abnegação, espírito de serviço e obediência. 
 Práticas de Saúde Pós Monásticas - Evolução das 
 práticas de saúde e, em especial, da prática de 
 Enfermagem. 
 Século XIII ao Início do Século XVI - O hospital, passa 
 a ser um insalubre depósito de doentes, onde homens, 
 mulheres e crianças coabitam nas mesmas dependências, 
 amontoados em leitos coletivos. Esta fase significou uma 
 grave crise para a Enfermage. 
 Práticas de Saúde no Mundo Moderno - Ressalta o 
 surgimento da Enfermagem como prática profissional 
 institucionalizada. Inicia-se com a Revolução Industrial no 
 século XVI e culmina com o surgimento da Enfermagem 
 moderna na Inglaterra, no século XIX. 
 Enfermagem Moderna 
 O avanço da Medicina favorece a reorganização dos 
 hospitais, raízes do processo de disciplinarização e seus 
 reflexos na Enfermagem (submersa até então). Condições 
 de salubridade piores, predominância de doenças infecto- 
 contagiosas e à falta de pessoas preparadas para cuidar 
 dos doentes. Ricos tratados em suas próprias casas. 
 Pobres, objeto de instrução e experiências. 
 Neste cenário que a Enfermagem passa a atuar, quando 
 Florence Nightingale é convidada pelo Ministro da Guerra 
 da Inglaterra para trabalhar junto aos soldados feridos em 
 combate na Guerra da Criméia. 
 Período Florence Nightingale 
 Nascida em 12 de maio de 1820, em Florença, Itália, era 
 filha de ingleses. Possuía inteligência incomum, 
 determinação e perseverança, dialogava com políticos e 
 oficiais do Exército. Dominava o inglês, o francês, o 
 alemão, o italiano além do grego e latim. No desejo de 
 realizar-se como enfermeira, passa o inverno de 1844 em 
 Roma, estudando as atividades das Irmandades Católicas. 
 Em 1849 faz uma viagem ao Egito e decide servir a Deus, 
 trabalhando na Alemanha, entre as diaconisas. Em 1854, a 
 Inglaterra, a França e a Turquia declararam guerra à Rússia 
 (Guerra da Criméia). Os soldados ingleses acham-se no 
 maior abandono. A mortalidade entre os hospitalizados é 
 de 40%. 
 Florence partiu para Scutari com 38 voluntárias entre 
 religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais. Florence 
 estendia sua atuação desde a organização do trabalho, até 
 os mais simples serviços como a limpeza do chão. A 
 mortalidade decresce de 40% para 2%. Os soldados 
 fazem dela o seu anjo da guarda e ela será imortalizada 
 como a "Dama da Lâmpada“. 
 Durante a guerra contraiu tifo e ao retornar da Criméia, em 
 1856, levou uma vida de inválida. Dedicou-se a trabalhos 
 intelectuais e recebeu um prêmio do Governo Inglês. Após 
 a guerra, fundou uma escola de Enfermagem no Hospital 
 Saint Thomas, que serviu de modelo para as demais 
 escolas. 
 Sua escola tinha uma disciplina rigorosa, do tipo militar, 
 qualidades morais das candidatas. O curso, de um ano de 
 duração, com aulas diárias ministradas por médicos. 
 Florence morreu a 13 de agosto de 1910, deixando 
 florescente o ensino de Enfermagem. 
 Juramento da Enfermagem 
 "Juro, livre e solenemente, dedicar minha vida 
 profissional a serviço da pessoa humana, exercendo a 
 Enfermagem com consciência e dedicação: guardar 
 sem desfalecimento os segredos que me forem 
 confiados, respeitando a vida desde a concepção até a 
 morte; não participar voluntariamente de atos que 
 coloquem em risco a integridade física ou psíquica do 
 ser humano; manter e elevar os ideais de minha 
 profissão, obedecendo aos preceitos da ética e da 
 moral, preservando sua honra, seu prestígio e suas 
 tradições." 
 Primeiras Escolas de Enfermagem 
 As escolas se espalharam pelo mundo, a partir da 
 Inglaterra. Nos Estados Unidos a primeira escola foi criada 
 em 1873. As escolas deveriam funcionar de acordo com a 
 filosofia da Escola de Florence Nightingale, baseada em 
 quatro ideias-chave: 
 I. O treinamento de enfermeiras deveria ser considerado 
 tão importante quanto qualquer outra forma de ensino 
 e ser mantido pelo dinheiro público. 
 II. As escolas de treinamento deveriam ter uma estreita 
 associação com os hospitais, mas manter sua 
 independência financeira e administrativa. 
 III. Enfermeiras profissionais deveriam ser responsáveis 
 pelo ensino no lugar de pessoas não envolvidas em 
 Enfermagem. 
 IV. As estudantes deveriam, durante o período de 
 treinamento, ter residência à disposição, que lhes 
 oferecesse ambiente confortável e agradável, próximo 
 ao hospital. 
 Dimensão Histórica no Mundo - 
 Evolução, Prática Contemporânea 
 Brasileira 
 A primeira Casa de Misericórdia foi fundada na Vila de 
 Santos, em 1543. 
 Séc. XVI - Rio deJaneiro, Vitória, Olinda e Ilhéus. Mais 
 tarde Porto Alegre e Curitiba, esta inaugurada em 1880 
 (D. Pedro II). 
 Padre José de Anchieta - Não se limitou ao ensino de 
 ciências e catequeses; atendia aos necessitados, exercendo 
 atividades de médico e enfermeiro. 
 Supõe-se que os Jesuítas faziam a supervisão do serviço 
 que era prestado por pessoas treinadas por eles. Os 
 escravos auxiliavam os religiosos no cuidado aos doentes. 
 Frei Fabiano de Cristo - Durante 40 anos exerceu 
 atividades de enfermeiro. 
 1832 - Organizou-se o ensino médico e foi criada a 
 Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. A escola de 
 parteiras da Faculdade de Medicina diplomou no ano 
 seguinte a célebre Madame Durocher, a primeira parteira 
 formada no Brasil. 
 Ana Neri 
 Ana Justina Ferreira nasceu em 13 de dezembro de 1814, 
 na Cidade de Cachoeira, na Província da Bahia. Casou-se 
 com Isidoro Antonio Neri, enviuvando aos 30 anos. 
 Seus dois filhos, um médico militar e um oficial do exército, 
 são convocados a servir a Pátria durante a Guerra do 
 Paraguai (1864-1870). Ana Neri não resistiu à separação 
 da família e escreveu ao Presidente da Província, 
 colocando-se à disposição de sua Pátria. 
 Em 15 de agosto partiu para os campos de batalha, onde 
 dois de seus irmãos também lutavam. Improvisou hospitais 
 e não mediu esforços no atendimento aos feridos. Após 
 cinco anos, retornou ao Brasil, foi acolhida com carinho e 
 louvor e recebeu uma coroa de louros e sua imagem, que 
 foi colocada no Edifício do Paço Municipal. Recebeu 
 pensão, medalhas humanitárias e de campanha. Faleceu no 
 Rio de Janeiro em 20 de maio de 1880. 
 A Escola de Enfermagem fundada no Brasil recebeu o seu 
 nome. Ana Neri como Florence Nightingale, rompeu com 
 os preconceitos da época que faziam da mulher prisioneira 
 do lar. 
 Dados Históricos da Saúde no Brasil 
 Apesar de pouco populoso, doenças infectocontagiosas 
 começaram a propagar-se no Brasil. Criação da assistência 
 à saúde, serviços públicos, da vigilância e do controle mais 
 eficaz sobre os portos. 
 O Departamento Nacional de Saúde Pública (1920), 
 exerceu ação normativa e executiva das atividades de 
 Saúde Pública no Brasil. Oswaldo Cruz, responsável pela 
 criação da medicina preventiva. Carlos Chagas, 
 contribuição à enfermagem em Saúde Pública 
 (Departamento Nacional de Saúde Pública). 
 Formação em Enfermagem no Brasil 
 Primeira escola de Enfermagem brasileira (27/09/1890), no 
 Rio de Janeiro, e denomina-se hoje Escola de Enfermagem 
 Alfredo Pinto, pertencendo à Universidade do Rio de 
 Janeiro - UNI-RIO. 
 Escola Ana Néri - Início em 19 de fevereiro de 1923, 
 com 14 alunas. Em 1923, durante um surto de varíola, 
 enfermeiras e alunas dedicaram-se ao combate à doença. 
 O índice de mortalidade diminuiu de 50% para 15%. A 
 primeira turma de Enfermeiras diplomou-se em 19 de julho 
 de 1925. 
 Escola de Enfermagem Carlos Chagas - 7 de junho de 
 1933. Pioneira entre as escolas estaduais, foi a primeira a 
 diplomar religiosas no Brasil. 
 Escola de Enfermagem "Luisa de Marsillac“ - 
 Representou um avanço na Enfermagem Nacional, pois 
 abria portas a jovens estudantes e às religiosas de todas as 
 Congregações. É a mais antiga escola de religiosas no 
 Brasil e faz parte da Pontifícia Universidade Católica do 
 Rio de Janeiro. 
 Escola Paulista de Enfermagem - Fundada em 1939 
 pelas Franciscanas Missionárias de Maria, foi a pioneira na 
 renovação da enfermagem na Capital paulista. Início dos 
 Cursos de Pós Graduação em Enfermagem Obstétrica. 
 Escola de Enfermagem da USP - A primeira turma se 
 diplomou em 1946. A Escola ministrou cursos de formação 
 de Professores e Administração de Enfermagem com a 
 duração de um ano. Acrescentou no seu currículo o Curso 
 de Habilitação em Obstetrícia, e Enfermagem 
 Médico-Cirúrgica. 
 Símbolos da Enfermagem 
 Lâmpada - Caminho, ambiente. 
 Cobra - Magia, alquimia. 
 Cobra + cruz - Ciência. 
 Seringa - Técnica. 
 Cor verde - Paz, tranquilidade, cura, 
 saúde. 
 Pedra símbolo - Esmeralda. 
 Cor que representa a Enfermagem 
 - Verde esmeralda 
 O Cuidar 
 O cuidado manifesta-se na preservação do potencial 
 saudável dos cidadãos e depende de uma concepção ética 
 que contemple a vida como um bem valioso em si. 
 ● Solidarizar-se; 
 ● Obrigação, dever, compromisso social; 
 ● Zelo, atenção; 
 ● Respeito ao outro; 
 ● Ética; 
 ● Humanidade. 
 O cuidado de enfermagem promove e restaura o bem-estar 
 físico, psíquico e social e amplia as possibilidades de viver 
 e prosperar, bem como as capacidades para associar 
 diferentes possibilidades de funcionamento factíveis para a 
 pessoa. 
 Promove a continuidade da espécie humana saudavelmente 
 humanizada desta geração e das seguintes. Liberdade e 
 autonomia no âmbito individual e universal, pois o cuidado 
 de enfermagem deve ser um suporte para viver bem, 
 promovendo condições para uma vida saudável e em 
 benefício do bem comum. 
 Aspectos objetivos e subjetivos do cuidado. A sutileza está 
 no profissional perceber as nuances de cada instante do 
 cuidar, em aprender a olhar e compreender. Saber ouvir, 
 tocar, olhar, tornam-se tão significativos ao ponto de se 
 fazerem essenciais no processo racional e lógico do cuidar.

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