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Resumo Completo de Farmacologia Clínica

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1 
Índice: 
1. Introdução à Farmacologia e Prescrições médicas......................................................................................pg 2 
2. Formas farmacêuticas....................................................................................................................................pg 7 
3. Vias de administração....................................................................................................................................pg 8 
4. Absorção de fármacos..................................................................................................................................pg 10 
5. Distribuição de fármacos.............................................................................................................................pg 13 
6. Biotransformação.........................................................................................................................................pg 18 
7. Excreção de fármacos...................................................................................................................................pg 21 
8. Farmacodinâmica.........................................................................................................................................pg 23 
9. Farmacologia do SNA..................................................................................................................................pg 28 
10. Fármacos adrenérgicos ou simpatomiméticos...........................................................................................pg 30 
11. Fármacos simpatolíticos ou anti-adrenérgicos...........................................................................................pg 33 
12. Fármacos colinérgicos ou Parassimpatomiméticos...................................................................................pg 34 
13. Fármacos anticolinérgicos ou Parassimpatolíticos...................................................................................pg 36 
14. Agonistas Nicotínicos...................................................................................................................................pg 37 
15. Farmacologia da Junção neuromuscular...................................................................................................pg 39 
16. Farmacologia dos diuréticos........................................................................................................................pg 42 
17. Farmacologia do sistema cardiovascular: Anti-hipertensivos..................................................................pg 45 
18. Cardiotônicos................................................................................................................................................pg 48 
19. Antianginosos...............................................................................................................................................pg 50 
20. Antiarrítmicos..............................................................................................................................................pg 52 
21. Farmacologia Gastrointestinal I..................................................................................................................pg 54 
22. Farmacologia Gastrointestinal II................................................................................................................pg 56 
23. Farmacologia Gastrointestinal III..............................................................................................................pg 58 
24. Hipolipêmicos...............................................................................................................................................pg 59 
25. Antidiabéticos ou hipoglicemiantes orais e insulina.................................................................................pg 60 
26. Farmacologia dos Hormônios femininos...................................................................................................pg 63 
27. Farmacologia dos Hormônios Masculinos................................................................................................pg 65 
Farmacologia
 2 
28. Introdução a antibioticoterapia...................................................................................................................pg 67 
 
29. Inibidores da síntese de parede celular.......................................................................................................pg 69 
 
30. Inibidores da síntese de proteínas................................................................................................................pg 72 
 
31. Inibidores da síntese de purinas..................................................................................................................pg 75 
 
32. Inibidores da replicação de DNA e polimixina...........................................................................................pg 76 
 
33. Antimicobacterianos....................................................................................................................................pg 77 
 
34. Antivirais.......................................................................................................................................................pg 78 
 
35. Antifúngicos..................................................................................................................................................pg 80 
 
36. Anti-helmínticos...........................................................................................................................................pg 81 
 
37. Antiprotozoários...........................................................................................................................................pg 82 
 
38. Antidepressivos.............................................................................................................................................pg 83 
 
39. Tratamento farmacológico dos transtornos bipolares...............................................................................pg 85 
 
40. Ansiolíticos....................................................................................................................................................pg 86 
 
41. Hipnóticos.....................................................................................................................................................pg 88 
 
42. Antipsicóticos................................................................................................................................................pg 90 
 
43. Antiparkinsonianos......................................................................................................................................pg 92 
 
44. Anticonvulsivantes.. .....................................................................................................................................pg 95 
 
45. Anestesia inalatória......................................................................................................................................pg 97 
 
46. Anestésicos Intravenosos.............................................................................................................................pg 99 
 
47. Anestésicos locais........................................................................................................................................pg 100 
 
48. Hipnoanalgésicos........................................................................................................................................pg 102 
 
49. Anti-inflamatórios não esteroidais…..............................................................................................……..pg 104 
 
50. Anti-inflamatórios esteroidais.........……………...................................................................…...............pg 107 
 
51. Farmacologia do trato respiratório….….............................................................................................…pg110 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
Introdução à Farmacologia e Prescrições médicas 
 
Farmacologia: é a ciência que estuda a ação de substâncias químicas num organismo vivo. 
 
Fármaco: é uma substância de estrutura química definida que quando em contato ou introduzida num sistema 
biológico, modifica sua função. 
 
Droga: a palavra vem do holandês (droog), que significava folha seca, já que a maioria dos medicamentos era à base 
de vegetais. Pode ser referida a uma substância definida ou não. É uma designação comum a todas as substâncias ou 
ingredientes aplicados em farmácia, com capacidade de modificar ou explorar o sistema fisiológico ou o estado 
patológico, utilizada com ou sem intenção de benefício do organismo receptor. 
 
Medicamento: o fármaco nunca é utilizado de forma isolada, sendo necessário fazer uso de medicamentos, que são as 
preparações prontas para uso terapêutico, contendo o fármaco mais alguns excipientes (o diazepam, por exemplo, vem 
acompanhado de manitol, lactose, amido, sacarina sódica, essência de tuti fruti e ácido esteárico), que vão fornecer 
maior estabilidade a esses medicamentos, garantem que o medicamento tenha uma boa agregação ou desintegração 
adequada, protege da luz, da umidade e outras funções. 
Por exemplo, o medicamento seria o Valium e o fármaco seria o Diazepam, também considerado o princípio ativo, a 
molécula que justifica a prescrição terapêutica. 
 
Remédio: é qualquer ato ou serviço que visa avaliar um sintoma, tratar, prevenir e curar um processo fisiológico, 
servindo para debelar ou atenuar um mal físico ou moral. 
 
Medicamento magistral: preparada à vista da receita do médico, manipulado especificamente para aquele paciente, 
preparado pelo farmacêutico, diferentemente da especialidade farmacêutica, que é aquele medicamento produzido em 
escala industrial. 
 
Medicamento homeopático: é aquele preparado de acordo com as normas propostas pela Homeopatia, em que significa 
tratar a doença pela semelhança. 
 
Medicamento oficinais: são medicamentos preparados nas farmácias, descritos na farmacopeia. 
 
Alopatia: consiste em utilizar medicamentos que vão produzir no organismo do doente reação contrária aos sintomas 
que apresenta, a fim de diminuí-los ou neutraliza-los. Por exemplo, se o paciente tem febre, o médico receita um remédio 
que faz baixa a temperatura, se tem dor, um analgésico. Os principais problemas dos medicamentos alopáticos são os 
seus efeitos colaterais e a sua toxicidade. A fitoterapia entra na categoria de alopático. 
 
Homeopatia: é uma palavra de origem grega que significa doença ou semelhante. É um método científico para 
tratamento e prevenção de doenças agudas e crônicas, onde a cura se dá através de medicamentos não agressivos que 
estimulam o organismo a reagir, fortalecendo seus mecanismos de defesa naturais. 
 
Medicamento de referência: é o medicamento inovador, que possui marca registrada, com qualidade, eficácia 
terapêutica e segurança comprovada. Se obtém através de testes científicos, sendo registrado pela Anvisa. Ele servirá 
de parâmetro para registros de posteriores medicamentos similares e genéricos, quando sua patente expirar. Eles são 
mais caros que os genéricos, justamente por conta de toda pesquisa, investimentos, marketing e outros processos que 
acabam influenciando no seu preço, e para que compensa esse gasto, existe a lei de patente que garante que apenas essa 
empresa poderá vender tal medicamento por um período de anos. 
 
Medicamento genérico: são aqueles que apresentam a 
mesma biodisponibilidade e bioequivalência do 
medicamento de referência. Não possui nome de marca, 
somente a denominação química de acordo com a 
Denominação Comum Brasileira (DCB). Pode ser 
substituído pelo medicamento de referência pelo 
profissional farmacêutico ou vice-versa. Esses 
medicamentos devem conter na embalagem o nome do 
fármaco, a tarja, o símbolo amarelo indicando o genérico 
e a lei que ele se baseia, 9.787/99. Não necessariamente 
ele precisa ter os mesmos excipientes. 
 4 
 
Medicamento similar: são produzidos após vencer a patente dos medicamentos de referência e são identificados por 
um nome de marca. Por exemplo, quando a patente da aspirina expirou, uma outra empresa produziu um novo 
medicamento com o mesmo princípio ativo o chamando de aas. Possuem eficácia, segurança e qualidade comprovadas 
através de testes científicos e são registrados pela Anvisa. Possuem o mesmo fármaco e indicação terapêutica do 
medicamento de referência. Há uma lista da Anvisa indicando os medicamentos que são equivalentes terapêuticos 
(bioequivalência e biodisponibilidade), esse nome é indicado na caixa do medicamento. 
 
Há uma possibilidade de intercambiar os medicamentos, por exemplo, 
o farmacêutico pode sugerir a troca de um medicamento referência em 
uma prescrição médica, para um genérico ou para um medicamento 
similar equivalente, desde que esse último esteja escrito em sua caixa 
e esteja na lista da Anvisa. Um genérico não é intercambiável com um 
similar. 
 
As embalagens também são utilizadas para informar a classificação de 
venda dos medicamentos. Os medicamentos isentos de prescrição 
(MIP), são aqueles que não necessitam e prescrição, mas devem ser 
utilizados de acordo com a orientação de um profissional 
farmacêutico. A embalagem desses medicamentos não possui tarja. 
Já os medicamento de venda sob prescrição devem ser prescritos pelo 
profissional médico ou dentista e são divididos em dois grupos: 
aqueles que não precisam de retenção da receita, e se apresentam com 
tarja vermelha na embalagem contendo o texto Venda Sob Prescrição 
Médica, e os que são vendidos com retenção de receita, podendo 
apresentar tarja vermelha ou preta, com a inscrição de Venda Sob 
Prescrição Médica Só Pode Ser Vendido Com Retenção Da Receita. 
 
Prescrição de medicamentos: antes da prescrição deve-se responder 
algumas perguntas: 
1. Qual o nome do genérico do fármaco? 
2. A que classe pertence? 
3. Qual o objetivo a ser alcançado. Que sintoma será aliviado? 
4. Como observar se o objetivo foi alcançado? 
5. Qual a dose e o intervalo da medicação? 
6. Há alternativa melhor em termos de eficácia, segurança e 
custo? 
7. Por quanto tempo será instituída a medicação. Quando 
interrompê-la? 
8. Quais sinais e sintomas determinam a interrupção da 
medicação? 
9. Como o fármaco é eliminado do organismo? 
10. A doença altera a absorção, metabolismo, distribuição, 
excreção e efeitos habituais do fármaco? 
 5 
11. Que efeitos indesejáveis e sua frequência são esperados com o fármaco? 
12. Existe alguma interação medicamentosa com os medicamentos que o paciente está tomando? 
13. Que outros fármacos devem ser evitados enquanto o paciente estiver recebendo o tratamento? 
14. A idade, sexo, peso alteram a escolha terapêutica, a dose a forma de tomar? 
15. Qual o conhecimento e a crença do paciente sobre a medicação instituída? 
16. Que informações adicionais ao paciente são necessárias? 
 
- Sobre o paciente: deve ser considerado a realidade econômica, social, política e cultural do paciente. Seu nível de 
instrução, sua capacidade de entender e seguir as orientações e prescrições. As preferências e idiossincrasias. Devendo 
orientar de forma adequada. 
- Sobre a receita: deve ser escrita com letra legível, com linguagem simples, de modo que o paciente possa se remeter 
a elas, para se lembrar de como deve usar o medicamento ou se comportar frente à dieta, repouso, exercício, limpeza de 
feridas, banhos etc. 
Para receitas editadas em computador e impressas devemos desenvolver nosso próprio banco de textos com prescrições 
e orientações pré-redigidas que possam ser rapidamente editadas, modificadas e adaptadas para a situação presente. 
 
A prescrição: é um documento que contém uma série de informações escritas ou impressas e padronizadas. 
- Dados essenciais de uma receita médica: 
Cabeçalho: inclui nome e endereçodo 
profissional ou da instituição onde trabalha 
(clínica ou hospital), o registro profissional e 
número de cadastro de pessoa física ou jurídica. 
Pode ainda conter a especialidade do 
profissional, desde que registrada em um CRM. 
Superinscrição: indica o nome e endereço do 
paciente, idade, se é de uso interno (via oral) ou 
uso externo, correspondente ao emprego de 
medicamentos por vias enterais ou parenterais, 
respectivamente. 
Inscrição: compreende o nome do fármaco, a 
forma farmacêutica e sua concentração. 
Subinscrição: indica a quantidade total a ser 
fornecida. Para fármacos de uso controlado, esta 
quantidade deve ser expressa em algarismos 
arábicos, escritos por extenso, entre parênteses. 
Adscrição: contém orientações do profissional 
ao paciente, contendo a data, assinatura e número de inscrição no respectivo conselho de Medicina, Medicina veterinária 
ou Odontologia. 
 
O farmacêutico deverá avaliar a prescrição e observar a legibilidade e ausência de rasuras e emendas, a identificação do 
usuário e a identificação do medicamento, concentração, dosagem, forma farmacêutica e quantidade. 
 
Receita simples: é aquela utilizada para a prescrição de medicamentos de tarja vermelha, com os dizer “venda sob 
prescrição médica”, seguindo as regras descritas na lei 5.991/73.6 
 
Receita de controle especial: utilizada para a prescrição de medicamentos de tarja vermelha com os dizeres “venda sob 
prescrição médica – só pode ser vendido com retenção da receita”, como substâncias sujeitas a controle especial, 
retinóicas de uso tópico, imunossupressoras e antirretrovirais, anabolizantes, antidepressivos etc – lista C e antibióticos. 
 
Regras para a prescrição de antibióticos: a prescrição deve ter duas vias (receituário especial ou comum), o prazo de 
validade é de dez dias. O nome científico ou o nome comercial da substância ativa deve ser escrito conforma a DCB, 
além das outras necessidades de prescrições como dosagem, forma farmacêutica, nome do paciente e médico etc. 
 
Receita de controle especial – receita B: também chamada de receita azul, é um impresso padronizado na cor azul, 
utilizado para a prescrição de medicamentos que contenham substâncias psicotrópicas – lista B1 e B2 e suas atualizações 
constantes na Portaria 322/98. 
Para os medicamentos B1 (psicotrópicos), a validade é para 30 dias, somente no estado eminente. A quantidade máxima 
na receita deve ser de até 60 dias e limitada a 5 ampolas para medicamento injetável. 
 6 
Para os medicamentos B2 se relacionam a medicamentos psicotrópicos anorexígenos, com validade para 30 dias, 
somente no estado emitente, com a quantidade máxima da receita para 30 dias de tratamento. 
 
Receita amarela – receita A: é um impresso, padronizado na cor amarela, utilizada para a prescrição dos medicamentos 
das listas A1, A2 (entorpecentes) e A3 (psicotrópicos). Somente pode conter um produto farmacêutico. Apresenta 
validade de 30 dias após a prescrição, valendo para todo território nacional, com quantidade máxima por receita para 30 
dias de tratamento, sendo limitada a 5 ampolas para medicamentos injetáveis. 
 
Notificação de receita especial de retinóides – lista C (retinóides de uso sistêmico): tem validade de 30 dias, apenas 
na unidade federal que concedeu a numeração, até 5 ampolas. Para as demais formas farmacêuticas, a quantidade 
necessária para o tratamento é correspondente, no máximo, a 30 dias a partir de sua emissão. Deve vir acompanhada do 
termo de consentimento de risco e consentimento pós-informação. 
Também há notificação especial para a talidomida – lista C3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
Formas farmacêuticas 
 
Formas farmacêuticas correspondem a primeira fase da resposta terapêutica. É a forma como um medicamento pode 
se apresentar, sendo divididos em três grupos diferentes: os sólidos, semi-sólidos e os líquidos. 
 
Sólidos: 
- Pó: são partículas finamente granuladas de medicamento. Geralmente são indicadas para uso tópico (apresenta efeito 
refrescante, secante ou protetor) ou oral (em que o medicamento precisa ser dissolvido para então ser absorvido). 
- Comprimido: são medicamentos em pó que foram comprimidos até formarem pequenos discos. Além do fármaco, 
os comprimidos contém os excipientes como: aglutinantes, desintegradores, lubrificantes, expansores, etc. Precisam ser 
primeiro desintegrados, para então dissolvidos e então absorvidos. 
Eles podem ser sulcados ou não, permitindo que ele seja dividido em duas ou quatros doses, por exemplo. No entanto, 
quando o comprimido não vem com este sulco, não podemos corta-lo. 
- Cápsulas: é constituída por um invólucro de gelatina e por um medicamento em forma sólida ou líquida. Ela sofre 
dissolução e então absorção. Como vantagem, podemos realizar a administração de medicamentos com odor ou sabor 
desagradável. 
- Drágea: contém um núcleo com o medicamento e um revestimento de forma laca, açúcar e corante. Geralmente são 
utilizadas para mascarar sabores desagradáveis. Ela sofre desintegração, dissolução e absorção. Esses medicamentos 
também não podem ser cortados, pois poderá liberar o seu sabor desagradável ou comprometer a terapêutica. 
- Comprimido revestido ou com película entérica: possui uma cobertura especial que resiste à dissolução no pH 
ácido do estômago, porém é dissolvida no pH alcalino do duodeno. Também não devem ser triturados ou mastigados. 
- Supositórios: possui forma cônica ou ogival. São utilizados para administração retal, podendo ter ação local ou 
sistêmica. 
- Óvulos: possui forma ovóide e destina-se a aplicação vaginal. 
Também apresentamos outros tipos de medicamentos sólidos como comprimidos mastigáveis, efervescentes, pastilhas 
e outros. 
 
Líquido: 
- Solução: mistura homogênea de líquidos ou de um líquido e um sólido. Dessa forma, o princípio ativo está pronto 
para a absorção. 
- Suspensão: a mistura é não-homogênea de uma substância sólida e um líquido. O medicamento precisa passar por 
dissolução e então absorção. Devem ser bem agitados para assegurar a devida mistura das partículas, mas ainda assim, 
evitando a formação de bolhas, para evitar a marcação errada do volume. 
- Xarope: solução que contém dois terços de açúcar (sacarose). São efetivos para mascarar o sabor amargo de alguns 
medicamentos. 
Outros exemplos são os elixir (preparação hidro-alcoólica), emulsificantes e loção. 
 
Semi-sólido: 
- Pomada: forma semi-sólida de consistência macia e mais oleosa, com pouca ou nenhuma penetração na pele. 
- Creme: forma semi-sólida de duas fases, óleo e água, bem dispersas, com boa penetração na pele. 
- Pasta: forma semi-sólida de consistência macia, contendo 20% de pó. Apresenta ação superficial na pele, sem 
penetração. 
- Gel: forma semi-sólida predominantemente aquosa. Podem penetrar ou não na pele. 
Ainda podemos ter os emulgel e unguento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
Vias de administração 
 
Dependendo o método em que foi feito a administração, isso pode influenciar a velocidade da absorção, 
biodisponibilidade e outros fatores do medicamento. 
 
Via oral: é bastante vantajoso, pois apresenta uma maior segurança, maior comodidade e economia. O estabelecimento 
de esquemas terapêuticos são fáceis de serem cumpridos pelo paciente. Além de que absorção intestinal é favorecida 
pela grande superfície de vilosidades intestinais. Em caso de erro de administração ou overdose, ainda assim, uma boa 
quantidade da droga pode ser retirada (dentro de um intervalo de tempo). 
No entanto, esse método ainda pode apresentar algumas desvantagens, pois algumas drogas são destruídas pelo fluído 
digestivo (como a insulina), além de que pode gerar a presença de vômito, aspiração gástrica ou intestinal. Indivíduos 
com inconsciência ou impossibilidade de engolir não conseguem fazer esse tipo de uso. Pode também gerar o 
aparecimento de efeitos adversos pela irritação damucosa, além de que há uma necessidade de cooperação pelo paciente. 
 
Via sub-lingual: o fármaco é absorvido pela mucosa bucal, especialmente pelo plexo sublingual. Os comprimidos 
sublinguais são projetados para serem colocados sob a língua para a dissolução e a absorção através da vasta rede de 
vasos sanguíneos nesta área. 
Em relação a administração oral, esse tipo é mais vantajoso, pois não sofrerá metabolismo de primeira passagem (isto 
é, medicamentos que passam pelo intestino, ao serem absorvidos, seguem para o fígado, sendo metabolizados e perdendo 
parte de seu efeito), portanto, promove efeito sistêmico e ação mais rápida. Como desvantagem, no entanto, ela é 
imprópria para substâncias irritantes ou sabores desagradáveis. 
 
Va retal: são medicamentos em forma de supositórios introduzidos através do canal anal, podendo promover efeitos 
locais e sistêmicos. Como vantagem temos que é possível ser feito a administração em paciente inconscientes, com 
náuseas e vômitos. Evita enzimas digestivas e irritações na boca, esôfago e estômago. E também evita o metabolismo 
de primeira passagem. Como desvantagem temos que a absorção pode ser irregular ou incompleta, pode provocar 
irritação da mucosa e prejuízo pela presença de material fetal. 
 
Via ocular/oftálmico: as medicações oftálmicas podem ser do tipo colírios e pomadas e servem para diagnóstico e 
terapia. Os efeitos desejados são locais. As pomadas permitem duração de ação mais longa do que as soluções. 
 
Via nasal: consiste em levar à mucosa nasal um medicamento, tendo ação local 
 
Via inalatória: os medicamentos são administradas no trato respiratório, produzindo efeitos locais ou sistêmicos. Os 
inaladores orofaringeanos manuais contém broncodilatadores que vão possuir efeitos locais. 
 
Via tópica ou cutânea: administração de medicamentos através da pele. As drogas podem ser do tipo lipofílica com 
base lipofílica, portanto tem uma boa absorção, as que forem drogas lipofílicas com base hidrofílica, a absorção ocorre 
muito rapidamente, com boa penetração. Drogas hidrofílicas com base lipofílica tem uma absorção bem menor, drogas 
hidrofílicas com base hidrofílica quase não penetram. Essas administrações podem ter efeitos locais ou sistêmicos. 
 
Via parenteral: são várias vias diferentes que podem ser administradas, podemos fazer medicamentos injetáveis, 
intradérmico, subcutâneo, intravenosa ou endovenosa, intratecal, intra-arterial, intra-articular e intracardíaca. 
As vantagens é que apresenta um início mais rápido e de menor duração, além de que a dose usada é menor, pois não 
ocorrem perdas pelo TGI. Os medicamentos são absorvidos o mais rápido possível, a uma taxa constante e controlada, 
 9 
ou quando o paciente é incapaz de tomar medicamentos por via oral devido náuseas e vômitos. Como desvantagem 
temos um custo elevado e requer habilidade e cuidados especiais devido ao trauma no local da punção da agulha, risco 
de infecção e ocorrência de reações alérgicas. 
- Injeções intradérmicas: são aplicadas a derme, logo abaixo da epiderme. São usados pequenos volumes, geralmente 
0,1ml. Produzem uma pápula. Muito usado em testes de alergia, injeções de dessensibilização, aplicação de anestésicos 
locais e vacinas. Apresenta uma absorção mais lenta. 
- Injeções subcutâneas: como vantagem é que temos uma absorção boa e constante para soluções. Também 
apresentamos uma absorção lenta para suspensões e pellets. Como desvantagem é que ocorre uma facilidade de 
sensibilização do paciente, causa dor e necrose por substâncias irritantes. 
- Injeções intramusculares: é a introdução de drogas dentro do músculo através de injeção. Como vantagem ela 
apresenta uma absorção rápida, pode ser administrada em pacientes inconscientes e é adequada para volumes 
moderados, veículos aquosos, não aquosos e suspensões. Como desvantagens temos dor local, lesões por aplicação de 
substâncias irritantes ou de pH distante da neutralidade. Também gera inflamações locais pela injeção de substâncias 
irritantes ou mal absorvida. 
- Injeções endovenosas: como vantagem temos uma obtenção rápida de efeitos. A administração pode ser feita em 
grande volumes em infusão lenta. Como desvantagem temos o risco de embolia, irritação do endotélio vascular, 
infecções por contaminação e reações anafiláticas. É imprópria para solventes oleosos e substâncias insolúveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
Absorção de Fármacos 
 
Farmacocinética: é o estudo do movimento de uma substância química, em particular de um medicamento no interior 
de um organismo vivo, isto é dos processos de: absorção, distribuição, biotransformação e excreção. 
 
Fases envolvidas na resposta terapêutica aos medicamentos: a partir de uma dose nós temos a primeira fase, chamada 
de farmacêutica, nela ocorre a desintegração e dissolução do medicamento, na segunda fase, chamada de 
farmacocinética, temos a absorção, distribuição, metabolização e excreção. Por fim temos a terceira fase chamada de 
farmacodinâmica, em que ocorre a ligação do fármaco com seu receptor, promovendo o seu efeito. 
 
Absorção de fármacos: vai depender do modo como 
essa fármaco foi administrado. No caso de uma via intra-
venosa, não ocorre a absorção desse fármaco. A absorção 
vai ocorrer apenas quando for necessário a passagem 
deste fármaco por uma barreira, como ocorre na via intra-
muscular, sub-cutânea, oral ou retal. 
Uma vez que o medicamento se encontra presente na 
corrente sanguínea ele pode se encontrar na forma livre, 
seguindo então para a biofase, se liga ao seu receptor e 
gera sua ação/efeito. O medicamento também pode 
acabar se ligando a alguma substância (albumina). Por 
fim, esse medicamento também pode ser 
biotransformado para que ele seja excretado. 
 
Absorção: é uma série de processo pelos quais uma substância externa a um ser vivo nele penetram sem gerar lesão 
traumática chegando até o sangue. As substâncias apolares (lipossolúvel) conseguem atravessar as membranas celulares 
de forma passiva, já que essa membrana também apresenta características apolares. Dessa forma, essas substâncias 
conseguem chegar à corrente sanguínea por diferença de concentração. As substâncias polares (hidrossolúveis) são 
absorvidos por transporte ativo, se utilizando de proteínas de membrana e com gasto de ATP. Por fim, podemos ter uma 
outra forma de absorção, menos comum, que ocorre por transporte de vesículas (lisossomo), até a corrente sanguínea. 
 
Tipos de barreiras tissulares: temos as barreiras da mucosa gastrointestinal, barreira epitelial (córnea e bexiga), 
barreira hematoencefálica, barreira hemotesticular, barreira placentária e as barreiras capilares. As células ciliadas do 
pulmão também servem de barreira, somente partículas com menos de um micro de tamanho ou se voláteis conseguem 
atravessar o pulmão e serem absorvidas. O revestimento da mucosa sublingual pode servir como via para administração 
de substâncias que queremos ter um efeito muito rápido, sendo rapidamente absorvidas, portanto. A via mais importante 
são das células epiteliais do intestino, que apresentam uma superfície de absorção bem grande, havendo a absorção de 
forma fisiológica (alimentação). A mucosa retal também pode ser usadas como via de administração. 
 
Mucosa gastrointestinal: as células epiteliais do intestino apresentam projeções alongadas de microvilosidades, 
garantindo uma maior área de absorção, principalmente de fármacos/substâncias apolares. 
- Zona de oclusão: é um cinturão adesivo situado junto a borda livre da células epiteliais que mantém as células vizinhas 
encostadas, o que impede a passagem de moléculas entre elas. Assim, substâncias eventualmente presentes em uma 
cavidade revestida por tecido epitelial não podem penetrar no corpo, a não ser atravessando diretamente as células. 
 
Influência do pH do meio na administraçãode medicamentos administrado por via oral: 
- pKa: é o pH onde a molécula do fármaco está 50% ionizado e 50% não ionizado. Por exemplo, o ácido acetil-salicílico 
é um ácido fraco e tem o seu pKa a 3,5, então quando você toma um comprimido de aspirina, se o seu estômago estiver 
com um pH exatamente iguala 3,5, metade das moléculas de Aspirina no estômago estarão ionizadas (A-), isto é com 
carga, e metade vão ficar sem carga, isto é, apolares (AH). (A-) + (H+) = 1 
 (AH) 
É lógico que as moléculas apolares (AH) atravessarão as membranas celulares por estarem apolares e lipossolúveis e as 
moléculas ionizadas (A-) não atravessarão as membranas celulares, não sendo absorvidas. 
- Equação de Handerson-Hasselbach para cálculo da porção ionizada e não ionizada de fármacos: para se calcular 
qual a % do fármaco estará ionizada e qual estará não ionizado utiliza-se as seguintes fórmulas: 
Para ácidos: pH – pK = log (Ionizado/Não ionizado). 
Para bases: pH – pK = log (não ionizado/ionizado). 
Sendo que aquilo que não é ionizado é o que vai se encontrar apolar, conseguindo atravessar a membrana. 
 11 
- Exemplos da influência do pH na ionização de fármacos: uma substância química classificada como ácido fraco, 
cujo valor de pKa = 4,4. Esta substância foi dissolvida em uma solução com pH = 1,4; valor similar este aos encontrados 
no estômago tem-se que: 
pH – pK = log (I/NI) // 1,4 -4,4 = log (I/NI) // -3 = log (I/NI) // I/NI = 10-3 
Portanto, para cada molécula ionizada teremos 1000 moléculas não ionizadas, isto é, moléculas que são apolar e 
lipossolúveis que consegue atravessar as membranas celulares e ser absorvido pelos organismos. Dessa maneira, 
observamos que os ácidos fracos são melhores absorvidos no estômago. 
No caso de uma base fraca (por exemplo alcalóides) com pK 4,4, no estômago pH =1,4 tem-se que: 
pH – pK = log (NI/I) // 1,4 -4,4 = log (NI/I) // -3 = log (NI/I) // NI/I = 10-3 
Portanto, para cada molécula não ionizada teremos 1000 ionizadas. Dessa forma, as bases fracas serão melhores 
absorvidas em pH alcalino como encontrado no duodeno e serão pouco absorvidas no estômago. Dessa forma, um 
medicamento básico administrado via oral, vai conseguir ter efeito de acordo com o tempo do esvaziamento gástrico 
(30/40 minutos). 
 
Glicoproteína P (P-gP): incluído nos mecanismos de transporte 
ativo de fármacos, recentemente foi descoberto a glicoproteína P, que 
é encontrada no fígado, rins, cérebro e trato gastrointestinal, 
apresentado nestes locais papel relevante nos processos de absorção, 
distribuição e excreção de fármacos. Esta glicoproteína apresenta um 
papel de proteção do organismo contra xenobióticos, excretando estes 
componentes na bile, urina e no lúmen intestinal, previne também sua 
acumulação no cérebro. Por outro lado, alguns estudos científicos têm 
comprovado que a glicoproteína P é responsável pela múltipla 
resistência que alguns tipos de células neoplásicas apresentam a 
diversos fármacos. 
A glicoproteína P reconhece e transporta uma série de compostos, 
sejam eles de caráter neutro, com carga positiva ou hidrofóbicos, 
impedindo assim seus acúmulos intracelularmente. 
 
Bomba de efluxo associada a P-gP: esta glicoproteína age como uma bomba de efluxo ATP-dependente, transportando 
fármacos e xenobióticos para a parte externa das células de vários locais do organismo. Ela está envolvida no processo 
de absorção, distribuição, metabolismo e excreção de diferentes fármacos como os: agentes quimioterápicos, glicosídeos 
cardíacos, inibidor da protease HIV-1 e ciclosporina, entre outros. 
 
No enterócito, a glicoproteína P tem um papel fundamenta na biodisponibilidade e na depuração intestinal de certos 
fármacos. Essa proteína também está relacionada com interações medicamentosas que ocorrem mediante a 
coadministração de diferentes fármacos com seus substratos, indutores e/ou reguladores da P-gP. 
 
A P-gP captura uma substância que tenta entrar no citoplasma celular, lançando ela de volta para o lúmen intestinal. Os 
indutores conseguem aumentar a capacidade dessa glicoproteína, enquanto que os inibidores aumentam a absorção de 
fármacos ao inibir a atividade dessa proteína. 
 
Barreiras capilares: 
- Capilares com máculas: representa a maioria dos 
capilares do organismo (músculos, vísceras, ossos 
entre outros). Apresentam membranas contínuas com 
presença de zonas frouxas na junção entre as células, 
que permitem que substâncias químicas não ligadas a 
proteínas plasmáticas, possam alcançar o espaço 
extracelular. 
- Capilares contínuos com bloqueios completos: são os únicos capilares do organismo que tem os espaços 
intracelulares completamente ocluídos, sendo a travessia pelo interior das células epiteliais destes capilares a única 
forma de passagem de uma substância química par ao espaço extracelular. Como exemplo temos os capilares da barreira 
hematoencefálica. No SNC os capilares apresentam-se completamente revestidos pelos pés vasculares dos astrócitos. 
As células endoteliais estão unidas por junções íntimas que vedam o espaço extracelular. 
- Capilares fenestrados com diafragma: presentes em órgão excretores e secretores como dos glomérulos renais e 
glândulas salivares, pancreática e hipofisária. Esses poros podem estar ou não cobertos por um diafragma, que é uma 
espécie de membrana fina. As fenestrações são janelas abertas entre as células, que permitem o livre acesso das 
substâncias químicas livres, ou seja, aquelas não ligadas a proteínas plasmáticas para os espaços intercelulares. 
 12 
- Capilares sinusóides: estão presentes no fígado e em órgãos hematopoéticos, como na medula óssea e no baço. 
Apresentam um trajeto tortuoso (sinuoso) e calibre aumentado. Além de poros sem diafragma, há amplos espaços entre 
as células endoteliais, e a lâmina basal é descontínua. Há macrófagos em torno da parede. O trajeto tortuoso reduz a 
velocidade da circulação sanguínea e as demais características desse capilar possibilitam um intenso intercâmbio de 
substâncias entre sangue e os tecidos e a entrada ou a saída de células sanguíneas. 
 
A presença destes diferentes tipos de capilares altera de forma marcante a distribuição de fármacos pelos organismo, de 
tal forma que podemos tem maior concentração ou ausência de alguns fármacos nos vários compartimentos do 
organismo. (não é necessário gravar os tipos de capilares e sua localização). 
 
Barreira placentária: envolve os capilares maternos, a barreira placentária e os capilares fetais. As substâncias podem 
ser transportadas por difusão simples (fármacos lipossolúveis de pequeno tamanho, sais e água), difusão facilitada 
(glicose), transporte ativo (aminoácidos) e pinocitose (macromoléculas). Para cada fase do desenvolvimento fetal, os 
fármacos vão apresentar efeitos adversos. Na fase da nidação (até 2 semanas e meia), o uso dos fármacos vai levar a 
morte fetal, na fase embrionária (até 12 semanas) o uso de fármacos causa malformações e teratogenia, na fase fetal (até 
38 semanas), o uso dos medicamentos levam a alguns distúrbios funcionais. Portanto, muitos medicamentos são 
contraindicados para grávidas. 
 
Categoria de segurança de fármacos durante a gravidez: 
Categoria Descrição 
A 
Estudos controlados mostram não haver riscos: estudos adequados e bem controlados em mulheres 
grávidas não demonstram riscos para o feto. 
B 
Não há evidências de risco em humanos: nesse caso, ou há estudos em animais mostrando riscos, mas 
estudos em humanos não os demonstram, ou não há estudos em humanos e os estudos em animais não 
mostram riscos. 
C 
Riscos não podem ser descartados: não há estudos em seres humanos e os estudos em animais não 
existem ou mostram risco fetal. Entretanto, os benefícios potenciais superam os riscos. 
D 
Evidências positivos de risco: dados experimentais em seres humanos ou estudos pós-comercialização 
mostram riscos para o feto. Entretanto,os benefícios potenciais podem superar os riscos, uma vez que 
não existam alternativas seguras. 
X 
Contra-indicados na gestação: estudos em animais ou seres humanos ou estudos pós-comercializados 
mostram riscos fetais que claramente superam qualquer benefício potencial para o paciente. Não há 
justificativas para o uso dessas drogas na gestação 
 
Efeitos de medicamentos sobre a lactação: um fármaco pode apresentar efeito terapêutico na mãe, mas um efeito não 
desejado na criança, dependendo da concentração da substância, a distribuição que ela vai apresentar e a taxa de 
eliminação desta droga na criança. 
 
Barreira hematoencefálica: os capilares dessa barreira apresentam uma íntima junção das células além da presença 
dos astrócitos, formando essa barreira. Substâncias específicas vão conseguir, no entanto, atravessar essa membrana, 
principalmente aquelas pequenas e lipossolúveis (anti-depressivos, anticonvulsivante, ansiolíticos e outras), atuando nos 
neurônios. Importante notar que essas mesmas substâncias, por conta de suas características, vão conseguir atravessar a 
barreira placentária. Mas nem todas substâncias (alguns antibióticos) conseguem atravessar essa barreira, não gerando 
um efeito ou alteração do SNC. 
 
Barreira testicular: formada por um capilar, uma lâmina basal e o testículo onde ocorre a formação dos 
espermatozóides. Substâncias lipossolúveis conseguem atravessar essa barreira por difusão simples, enquanto que outras 
vão ter que apresentar um facilitador. 
 
Fatore que podem influenciar a biodisponibilidade de fármacos administrados por via oral: 
- Propriedades físico-químicas do fármaco: tamanho da partícula; forma cristalina ou amorfa; hidratação; solubilidade 
óleo/água; pH e pKa; velocidade de desintegração (comprimidos), tempo de dissolução do princípio ativo na forma 
farmacêutica, condições de armazenamento e estabilidade. 
- Ingredientes farmacotérmicos e características: aglutinantes; lubrificantes; diluentes; adsorventes; desintegrantes; 
estabilizantes; flavorizantes; corantes. 
- Fatores fisiológicos e características do paciente: tempo de esvaziamento gástrico; trânsito intestinal; condições 
patológicas ou anormais; conteúdo gástrico (outras drogas, alimentos e líquido gastrointestinal); pH gastrointestinal; 
metabolismo de primeira passagem. 
 
 13 
Distribuição de fármacos no organismo 
 
Biodisponibilidade de medicamentos: envolve a ligação dos medicamentos a proteínas plasmáticas, acumulação e 
estoque nos diversos compartimentos orgânicos e a sua meia vida. 
 
Ligação de medicamentos a proteínas plasmáticas: uma quantidade significativa de medicamento absorvido por um 
organismo se liga de forma reversível às proteínas plasmáticas. Sendo que, somente a fração livre do medicamento tem 
a capacidade de deixar o plasma e alcançar o seu sítio de ação, fazendo o seu efeito farmacológico. Existe um equilíbrio 
dinâmico do medicamento entre a fração ligada a proteínas plasmáticas e livre. 
Medicamentos que não se ligam a proteínas plasmáticas conseguem rapidamente sair da circulação até o órgão efetor 
causando o seu efeito. No entanto, justamente por estar livrem ele pode ser rapidamente biotransformado/metabolizado 
e excretado, dessa forma, o seu efeito é rápido e de curta duração. Já os medicamentos ligados às proteínas plasmáticas 
não geram diretamente seu efeito, mas ficam mais tempo na circulação, sem ocorrer muita metabolização e excreção 
deles, portanto, eles atuam de forma mais demorada, mas por longo prazo. 
 
A proteína plasmática presente em maior quantidade é a 
albumina, se ligando a uma série de substâncias diferentes, 
mas também temos as globulinas, ambas são responsáveis por 
se ligarem aos seus respectivos medicamentos e substâncias. 
 
A administração concomitante de dois medicamentos com alta 
porcentagem de ligação plasmática pode ocasionar um 
aumento da atividade ou da toxicidade de um deles. Por 
exemplo, de acordo com a figura, o fármaco A na presença de 
B, leva ao aumento da concentração de A livre na corrente 
sanguínea que irá atuar farmacologicamente podendo causar 
efeito tóxico. 
Quando dois medicamentos são administrados em concomitância e competem com o mesmo sítio de ligação nas 
proteínas plasmáticas (com porcentagem de ligação acima de 80%), ocorrendo deslocamento de um deles para a forma 
livre, processo chamado de interação medicamentosa. A forma livre do fármaco pode acarretar num aumento dos efeitos 
farmacológicos ou tóxicos. Estes efeitos tóxicos ou farmacológicos serão importantes ou não, dependendo da janela 
terapêutica dos medicamentos administrado conjuntamente. 
- Exemplos de interação medicamentosa: uso de anti-inflamatórios como a oxifenilbutazona mais anticoagulantes 
orais (varfarina) aumenta o tempo de coagulação do paciente, aumentando a probabilidade de sangramento. Outro 
exemplo e o uso de hipoglicemiantes orais como a cloropropamida (Diabinese®) mais fibrato (antilipêmico) ou aspirina 
(anti-inflamatório) podem acarretar hipoglicemia grave no paciente. 
 
A albumina plasmática é a mais importante proteina plasmática envolvida na ligação com medicamentos. No entanto, 
ela não é a única, beta-globulinas e a glicoproteína ácida também se ligam aos medicamentos. Existe uma preferência 
em que os fármacos ácidos se ligam a albumina, enquanto que os fármacos básicos se ligam as beta-globulinas e as 
glicoproteínas ácidas. 
 
Uma porcentagem de ligação de um fármaco à proteínas plasmáticas acima de 80% restringe sua distribuição 
extravascular e pode retardar ou facilitar sua eliminação, dependendo dos processos envolvidos. Em todas as ocasiões 
em que dois medicamentos, com alta ligação com proteínas plasmáticas forem utilizados concomitantemente, deve-se 
pesquisar na bula dos mesmos se a interação medicamentosa é segura para o paciente. 
Quando a fração livre abandona a circulação, a porção do medicamento ligado se libera das proteínas, refazendo este 
equilíbrio. Considera-se a ligação com proteínas plasmáticas o reservatório circulante de medicamentos potencialmente 
ativos. A dose utilizada farmacologicamente leva em conta esta ligação. A farmacocinética de um medicamento é 
calculada para indivíduos com parâmetros bioquímicos dentro da normalidade, cabendo ao médico realizar os ajustes 
para indivíduos portadores de doenças. A queda nos níveis de proteínas plasmáticas em indivíduos caquéticos, 
desnutridos ou alcoólatras crônicos portadores de insuficiência hepática, podem alterar de forma marcante o efeito 
farmacológico. 
 
Mudanças nos níveis destas proteínas plasmáticas (hipoproteinemias) podem aumentar a toxicidade de medicamentos 
que apresentam alta afinidade a essas proteínas. Podem, também, em alguns casos acarretar diminuição do tempo de 
efeitos de outros fármacos. Por exemplo, o uso de furosemida (diurético de alça) em paciente com insuficiência renal 
funcional, associada a doença hepática grave e portadores de hipoproteinemia, podem acarretar em diminuição dos 
efeitos deste diurético, causando excreção aumentada do mesmo, e portanto, diminuindo seu tempo de ação. 
 14 
Parâmetros farmacocinéticos calculados a 
partir de: gráficos de concentração plasmática 
vs tempo: 
Cmax: concentração máxima plasmática. 
Tmax: tempo de concentração máxima 
plasmática. 
ASC ou AUC: área sobre a curva ou também 
chamada de area under the curve. 
 
Apresenta uma primeira fase de absorção, em que 
o medicamento acabou de ser administrado, sendo 
lentamente absorvido, até atingir o seu pico Cmax. 
A partir disso, o medicamento vai se distribuindo 
pelos tecidos do organismo para ter seu efeito 
farmacológico. Por fim, o medicamento será 
biotransformado e excretado até sua concentração 
chegar a zero. 
É importante notar que a via intravenosa o Cmax é 
no tempo zero, em que administramos diretamente 
todo o medicamentos de uma só vez na circulação, 
não precisando passar pela faseda absorção. 
Outra coisa importante a se notar, é que, dentre as 
diferentes formas de administração, a ASC pode 
ser igual, apesar do seu Cmax/Tmax ser diferente. 
 
Biodisponibilidade: é a fração do fármaco 
administrado que alcança a circulação sistêmica. 
Ele mede a quantidade de um fármaco, contido em 
determinada forma farmacêutica (medicamento), 
que ao ser administrado a um organismo vivo, 
atinge de forma inalterada a circulação sanguínea. 
Por exemplo, no caso de um fármaco em que é 
administrado 100 mg via oral, nem tudo será 
absorvido, digamos que seja de 70%, portanto, a 
biodisponibilidade é de 70%. 
 
Os dados de biodisponibilidade são utilizados para 
determinar a quantidade de um fármaco contido em 
um medicamento que é absorvido a partir de uma determinada forma farmacêutica. Avaliando a velocidade de absorção 
do fármaco e a permanência do fármaco nos líquidos do organismo e sua correlação com as respostas farmacológicas 
e/ou tóxicas 
 
As informações determinadas pelos estudos farmacocinéticos, como a biodisponibilidade, tem importância para 
determinação da posologia de um medicamento e a eficiência de uma forma farmacêutica. 
 
Bioequivalência: são estudos comparativos de duas ou mais formulações farmacêuticas diferentes contendo o mesmo 
princípio ativo, administrado na mesma dose, pela mesma via e na mesma espécie animal. Bioequivalente são dois 
medicamentos com os mesmos parâmetros farmacocinéticos, isto é, mesma ASC, mesma Tmax e mesma Cmax. 
 
Os estudos de bioequivalência são utilizados para avaliação entre especialidades farmacêuticas com o mesmo princípio 
ativo, porém de fabricantes diferentes. Também podem ser utilizados para mudanças em procedimentos farmacotécnicos 
e a liberação de medicamentos genéricos. 
 
Medicamentos genéricos: pela Anvisa na lei 9.787/99 e a resolução 391/99, os medicamentos genéricos foram 
regulamentados. A bioequivalência é requisito fundamental para o registro de medicamentos genéricos. É permitido no 
máximo uma diferença de 20% na biodisponibilidade e nos parâmetros farmacocinéticos entre duas formulações 
farmacêuticas, para que dois medicamentos produzidos por fabricante diferente sejam considerados bioequivalentes. 
 
 15 
Biodisponibilidade semelhante: as principais medidas farmacocinéticas elaboradas e utilizadas para determinar se dois 
medicamentos trazem biodisponibilidade semelhante são: o pico de concentração máxima (Cmax) e ASC do perfil 
farmacocinético. Dois medicamentos serão consideradas bioequivalentes se, além de serem equivalentes farmacêuticos, 
também apresentarem os resultados dos estudos de biodisponibilidade relativa estatisticamente equivalentes (intervalo 
de confiança 90%). Estes dados obtidos pelos teste da ASC e Cmax é feito pelo (ASC0-t teste/ASC0-t referência e Cmax teste/Cmax 
referência). Se o resultado dessas razões for igual a 1 (intervalo de confiança de 0,8-1,2), entende-se que os medicamentos 
testados têm igual biodisponibilidade e portanto, podem ser considerados bioequivalentes. 
 
Faixa terapêutica: é a faixa de concentração plasmática situada entre a 
concentração que produz efeitos terapêuticos mínimos e a que produz efeitos 
tóxicos. Este exemplo é apenas didático pois na prática o efeito tóxico a ser avaliado 
para o cálculo da faixa terapêutica deve ser menos dramático. Índice terapêutico 
(IT) é a faixa terapêutica versus faixa de efeitos tóxicos, é um indicativo de quão 
seletivo é o efeito benéfico da droga em relação à sua toxicidade. O amplo índice 
terapêutico corresponde a ampla faixa de concentração que pode ser utilizado na 
clínica. O IT ideal deve ser maior que 10. 
Por exemplo, a teofilina é um medicamento utilizado em DPOC, ele apresenta uma 
estreita faixa terapêutica, apenas de 10-20mg/L, acima disso, ele passa a ser tóxico, 
provocando náuseas, taquicardia, vômito e nervosismo. Abaixo de 10 mg/L o 
medicamento já não apresenta efeito algum. Dessa maneira, o IT dela é igual a 
20/10, portanto 2, sendo que o ideal fosse de pelo menos 10. 
Portanto, quando for administrar medicamentos com uma faixa terapêutica muito 
pequena, deve-se tomar muito cuidado para não errar a dose e provocar efeitos 
adversos e até mesmo a morte. 
 
Janela terapêutica: é a faixa de concentração plasmática entre a dose eficaz mínima e a dose máxima permitida. 
Corresponde a uma faixa plasmática aceitável na qual os resultados terapêuticos são positivos. 
Por exemplo, para crianças com peso inferior a 20 Kg, a dose diária do fármaco amoxicilina pode variar de 20-40 mg 
por quilo de peso, portanto, se a criança tiver 10 Kg de peso corporal, a dose diária pode ser no mínimo 200mg e no 
máximo 400 mg do fármaco (dividida em três doses de 8/8 horas). Assim, a janela terapêutica (dose recomendada) diária 
do medicamento amoxicilina para crianças com o peso corporal de 10 Kg varia entre 200-400mg. 
 
Meia-vida de eliminação (T1/2beta): tempo necessário para que a concentração do fármaco no plasma reduza pela 
metade. O T1/2beta auxilia na definição da posologia do medicamento, isto é, a frequência e a dosagem do mesmo 
indicado na terapêutica. O cálculo é feito pelas curvas de concentração plasmática (concentração do fármaco plasmático 
em mg/L em escala ln). T1/2beta = 0,693 
 Kel -> sendo que Kel é a constante de eliminação. 
 
Steady state ou estado de equilíbrio estável: é o ponto em 
que a taxa de eliminação do fármaco é igual à taxa de 
biodisponibilidade, ou seja, é quando o fármaco encontra-se 
em concentração constante no sangue. Como podemos 
observar, para atingir o estado de equilíbrio dinâmico, a 
frequência de administração de um medicamento deve ocorrer 
antes de quatro vezes a meia-vida de eliminação. 
 
Por exemplo, um fármaco com T1/2 por volta de 6 horas deve 
ter a frequência de administração em até 18 horas para ocorrer 
o estado de equilíbrio estável, acima deste horário, a 
eliminação do fármaco é de 94-96% e sua concentração 
plasmática tende a zero. Se o medicamento é administrado 
antes que a concentração tenda a zera, ocorrerá acumulo. 
 
No exemplo anterior, em que o T1/2 é por volta de 6 horas, ao 
administrarmos o medicamento de 6 em 6 horas, serão 
necessários o tempo de 5-6 T1/2 para alcançarmos o estado de 
equilíbrio estável/steady state (SS). Nesse momento, a 
concentração média do medicamento é duas vezes a 
concentração inicial. 
 16 
 
 
Caso o paciente não tome o seu 
medicamento de forma 
adequada, o steady state não 
vai se manter dentro dos 
parâmetro desejáveis, e como 
consequência, ele não vai 
apresentar um efeito desejável, 
pois haverá momentos em que 
o medicamento estará na faixa 
subterapêutica. 
 
 
É possível realizar inicialmente uma dose de ataque, em que é administrado duas vezes aquilo que deverá ser tomado 
depois nos intervalos de tempo regulares, dessa forma, logo no início do tratamento, o fármaco já vai se encontrar dentro 
da faixa terapêutica. Uma vez feito essa dose de ataque, o paciente volta a tomar a dose na metade desse valor, garantindo 
a estabilidade da dose. 
 
Tempo de eliminação ou T wash out:b é o intervalo de tempo, em horas, necessário para eliminação total do fármaco 
pelo organismo. Leva-se em consideração que uma meia vida é o necessário para eliminar 50% da concentração 
plasmática total do medicamento. Portanto, 2 T1/2 é igual a 75%, 3 T1/2 é igual a 87,5% e assim por diante. Portanto, 
o tempo de eliminação de quase a totalidade do fármaco pelo organismo é estimado entre 4 a 5 T1/2 do mesmo. 
 
Cálculo do paramento ASC: o valor numérico da ASC é calculado pela somatória das áreas sob a curva (concentração 
plasmática x tempo em horas). ASC é a somatória da área do triângulo A1 e de todos os trapezoides (A1-An) que 
constituem este gráfico. Quanto maior o valor numérico da ASC, maior terá sido a exposição do indivíduo a um 
medicamento administrado. 
 
Antimicrobianos tempo-dependentes:a taxa de morte de bactérias é influenciada pelo tempo que elas são expostas ao 
antimicrobiano. Para bactérias gram-positivas, o remédio deve atuar por mais de 40% do tempo acima da concentração 
mínima inibitória (MIC), enquanto que para gram-negativas deve atuar por mais de 80% do tempo acima do MIC. 
 
Antimicrobianos concentração-dependente: a taxa de morte de bactérias depende da concentração do antimicrobiano. 
A concentração-dependente é calculada pela ASC dividida pelo MIC da bactéria estudada. Para bactérias gram+ o 
ASC/MIC deve estar entre 30-50, enquanto que para gram- deve estar acima de 100. 
 
Modelos farmacocinéticos: 
- Modelo monocompartimental: o corpo é imaginado como um só compartimento, onde o fármaco penetra e é 
eliminado, havendo uma distribuição homogêneo. 
- Modelo bicompartimental: entende que o corpo é dividido em 2 compartimentos, um central (sangue) e outro 
periférico (tecidos). 
- Modelo tricompartimental: entende que o corpo é dividido em 3 compartimentos, sendo o plasma, tecidos musculares 
e outros tecidos. 
Isso vai influenciar o comportamento do gráfico da concentração pelo tempo, o monocompartimental apresentará penas 
uma reta, o bicompartimental vai apresentar duas angulações e o tricompartimental, 3. 
 
Volume de distribuição aparente (VDA): é a distribuição da água corpórea de um ser humano adulto, sendo que 50-
70% do organismo humano é constituído de água. Para um adulto de 70 kg, ele teria 42 L em água, que vai estar 
distribuída em 28 litros intracelular e outros 14 litros extracelular, sendo que desse volume extracelular, 10 é intersticial 
e 4 é plasmático. Como consequência, o fármaco vai se distribuir em quantidades diferentes para cada compartimento 
do organismo desses volumes. 
É definido como sendo o volume de líquido necessário para conter a quantidade total de medicamento no corpo, na 
mesma concentração presente no plasma, é expresso pela fórmula: VDA = dose administrada/concentração plasmática 
multiplicado pelo peso total do indivíduo. Volume (litros) = massa/concentração. 
 
Substâncias confinadas ao compartimento plasmático: substâncias químicas que praticamente não deixam o espaço 
vascular, como o corante azul de Evans, que tem VDA para humano de 3 a 5 L, isto é, somente o volume plasmático. O 
manitol e a insulina são substâncias que após a administração intravenosa permanecem no espaço extracelular (plasma 
 17 
e intersticial). Neste caso, o VDA tem um valor 
aproximado de 14 L. O álcool e ureia tem distribuição 
homogênea por toda a água do organismo. O álcool 
que se distribui homogeneamente por todo líquido do 
organismo tem um VDA de 40 a 70 L. 
VDA maior que 70 L é uma situação mais difícil de se 
explicar, mas ocorre quando o medicamento abandona 
a corrente sanguínea e se acumula no líquido intracelular. O acúmulo de medicamento neste compartimento diminui 
muito a concentração plasmática do medicamento mensurado. Nesta situação, quando é calculado o VDA, os valores 
encontrados são maiores que 70 L. 
 
Exemplo de cálculo de VDA: 100 g de álcool (equivalente a 250 ml de aguardente) foi ingerido por um homem pesando 
70 kg. Os níveis plasmáticos de álcool encontrados forma iguais a 2,38 g/L. O VDA é calculado pela dose/concentração 
plasmática vezes 70 kg, portanto temos que é igual a 0,6L/Kg ou 42 L, portanto, o álcool se distribui por todo o líquido 
do organismo de forma homogênea. 
 
O VDA nos dá informações úteis sobre a distribuição de medicamentos no organismo e auxilia na otimização de 
esquemas terapêuticos. É importante parâmetro parar determinar o regime posológico do fármaco. Grandes VDAs 
podem indicar a necessidade de uma dose de ataque (dose elevada do fármaco administrada no início do tratamento para 
se atingir a concentração adequada no local de ação). 
 
Determinação da dose de ataque: os fármacos em geral levam 4 T1/2 para atingirem a concentração plasmática 
constante, caso iniciemos o tratamento a partir das suas doses de manutenção. Para que se atinja prontamente a 
concentração plasmática terapêutica adequada logo no início do tratamento é necessário iniciar o tratamento com uma 
dose de ataque. Ela pode ser determinada por dose = concentração sanguínea desejada (Cd) x volume de distribuição 
(Vd). Exemplo, a gentamicina para um paciente de 60 Kg, sendo que o Cd é 6 mg/L, Vd é 0,25 L/Kg, portanto a dose é 
de 1,5 mg/Kg, totalizando 90mg para dose de ataque da gentamicina. 
Outro exemplo: um paciente precisa receber eritromicina VO para tratamento de pneumonia, sabe-se que o MIC deste 
antibiótico é de 20mg/L. O VDA da eritromicina é igual a 40L (distribuição homogênea) e a biodisponibilidade por VO 
é de 25%. A dose que deve ser administrada para este paciente é calculada pela (MIC x CDA)/disponibilidade, portanto, 
3,2 g. 
 
Variabilidade farmacocinética: obesos, pediatria, geriatria, pacientes críticos (politraumáticos e ventilações mecânica) 
e grávidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18 
Biotransformação 
 
Consiste na transformação química de substâncias, sejam elas medicamentos ou agentes tóxicos, dentro do organismo 
vivo, visado favorecer sua eliminação. Este processo permite a formação de metabólitos que são habitualmente mais 
polares e menos lipossolúveis do que a molécula original, favorecendo a eliminação da mesma. 
 
A biotransformação não apenas favorece a eliminação de um medicamento, como também, com frequência, resulta na 
inativação farmacológica deste. Contudo, muitos metabólitos de medicamentos apresentam ainda atividade 
farmacológica, podendo provocar efeitos similares ou diferentes das moléculas originais, e podem também ser 
responsáveis por importantes efeitos tóxicos que se seguem à sua administração. 
 
Os processos de biotransformação acarretam ou em inativação (término da ação do fármaco), ou facilitando a excreção 
dos fármacos ou podem causar, também, ativação de fármacos originalmente inativos (pró-fármacos), formando 
metabólitos ativos ou mesmo tóxicos. 
 
Biotransformação de fármacos por enzimas citocrômicas presentes no retículo endoplasmático liso: os animais 
terrestres desenvolveram mecanismos enzimáticos localizados no fígado. Estes mecanismos são responsáveis pela 
biotransformação de compostos lipossolúveis. Estas enzimas citocrômicas metabolizadoras se localizam celularmente 
no retículo endoplasmático liso, principalmente no fígado. 
 
Biotransformação e efeito de primeira passagem: toda substância química absorvida pelo trato gastrointestinal, 
através da veia porta, chega obrigatoriamente ao fígado. Nos hepatócitos ocorre a biotransformação dos fármacos e 
xenobióticos. O efeito de primeira passagem é a biotransformação do fármaco pelos hepatócitos antes do mesmo 
alcançar a corrente sanguínea. Após a passagem pelos hepatócito, parte do fármaco alcança, via circulação sistêmica, o 
restante do organismo, onde exercerá seu efeito farmacológico. 
Cabe lembrar que o fígado não é o único local onde se dá a biotransformação de medicamentos e agentes tóxicos, muitos 
outros órgãos e tecidos possuem enzimas que normalmente biotransformam substratos endógenos, podendo também 
biotransformar substratos exógenos. Órgãos como pulmão, rins e sangue tem enzimas biotransformantes, porém em 
menor quantidade que as encontradas no fígado. Outros locais como pele, adrenal, placenta e intestino também podem 
apresentar, mas a atividade é bem menor. 
 
Fases de biotransformação de medicamentos: os fármacos lipossolúveis/apolar são absorvidos pelas membranas do 
intestino, caindo no sistema porta, sofrendo o efeito de primeira passagem. Esse fármaco, dentro do hepatócito, sofre 
as biotransformações de fase 1 (oxidação, redução e hidrólise), que podem levar a uma inativação, ativação ou 
transformar o fármaco em substância tóxica. Caso essas mudanças ocorrerem de tal forma que aumente a solubilidade 
do fármaco, ele pode cairna circulação e ser logo excretado. Caso ele ainda 
não esteja totalmente solúveis, ele passa por uma segunda fase de 
metabolização, onde o fármaco vai ser conjugado (ácido glicurônico), 
permitindo a inativação do fármaco e aumento de sua hidrossolubilidade, 
passando a ser excretado pelo rim ou pela bile. Se o fármaco ainda continuar 
lipossolúvel, o organismo não será capaz de excretar a substância. 
Exemplo: a aspirina é um pró-fármaco, que na fase 1 (pela oxidação, 
hidrólise, hidroxilação e outros eventos) vai ser transformado em um 
fármaco ativo, podendo ter seu efeito atuante. A aspirina então tem que 
passar pela segunda fase metabólica, onde ele vai ser conjugada com o ácido 
glicurônico, para que ela consiga ser excretada pelo rim. 
 
Biotransformação de fase 1: as reações de fase 1 convertem os 
medicamentos originais em metabólitos mais polares por: oxidação, 
redução, hidrólise. O metabólito resultante pode ser mais ativo do que a 
molécula original ou menos ativo ou até mesmo inativo. 
No caso de administração de fármacos hidrofílicos, ele não vai sofrer tanta 
metabolização, sendo rapidamente excretados (por exemplo a penicilina 
cristalina). No caso de um fármaco lipofílico que não consegue sofrer 
metabolização, ele vai ficar em circulação por muito tempo (DDT apresenta 
meia vida de 2 anos). Caso o fármaco lipofílico consiga ser metabolizado, 
podemos ter um caso dele ser rapidamente metabolizado (e então é logo 
excretado) ou ser lentamente metabolizado (demorando mais tempo para ser 
excretado). 
 19 
 
Citocromo P-450: é uma enzima oxigenase de função mista ou mono-oxigenase, essa enzima se liga ao monóxido de 
carbono, fornecendo um produto com espectro de absorção com no máximo de intensidade de 450nm. Atualmente, 
existem 270 famílias diferentes de genes codificando as CYP (57 nos seres humanos). Cabe ressaltar que este número a 
cada dia se altera com a descoberta de 
novas isoenzimas. As reações de 
biotransformação de fase 1, utilizando as 
CYP, ocorrem, no sistema microssomal 
hepático, localizado no interior do REL, 
no interior dos hepatócitos. 
 
O fármaco lipossolúvel se liga a forma 
oxidada dessa enzima, mudando sua 
conformação (na presença de NAPDPH 
citocromo redutase), permitindo que a 
molécula se ligue com um oxigênio 
(forma epóxi – instável). Essa molécula 
se quebra, o fármaco sofre uma 
hidroxilização e a P-450 é liberada para 
atuar em outros fármacos. Esse fármaco 
hidroxilado pode ser tanto liberado na 
forma livre ou ser conjugado com ácido 
glicurônico para se tornar mais polar. 
 
Nomenclatura das enzimas citocrômicas: tendo como exemplo a enzima CYP2D6 temos que, CYP indicando que é 
um citocromo P450, o 2 é a sua família genética, D sua subfamília genética e 6 o gene específico. A CYP2D6 é uma 
enzima expressa no fígado, mas apresenta também alta expressão no SNC incluindo a substância negra, é responsável 
pelo metabolismo e eliminação de ¼ dos fármacos utilizados clinicamente (realiza uma O-demetilazação). 
 
Dependendo do tipo de metabolização sofrida pelo fármaco, ele receberá um nome diferente. Por exemplo, o citalopram 
é um ativo que ao ser metabolizado continua ativo, podendo formar o desmetilcitalopram (30-50% da metabolização, 
produzido pelas CYP2C19, CYP3A4, CYP2D6), didesmetilcitalopram (5-10% dos metabolizados), citalopram-N-óxido, 
e ácido propiônico deaminado (inativo). Todos os metabólitos ativos também são inibidores eletivos da recaptação da 
serotonina (IRSS), porém mais fracos que o composto original. O citalopram inalterado é o composto predominante no 
plasma. 
 
CYP2D6: essa enzima apresenta uma considerável variação em sua eficiência em função do seu polimorfismo genético. 
Sendo assim, para fármacos que são metabolizados por essa enzimas, certos indivíduos eliminarão esses fármacos 
rapidamente (metabolizadores ultrarrápidos) enquanto ouros o farão lentamente (metabolizadores lento). 
Se um fármaco é metabolizado muito rápido, a sua eficácia pode ser diminuí, e, se ele é metabolizado muito lentamente, 
podem aparecer efeitos tóxicos. Dessa forma, a dosagem de um fármaco pode precisar de ajuste, levando em 
consideração a velocidade do metabolismo por CYP2D6. 
 
Variabilidade fenotípica entre as CYPs: o genótipo em diferentes indivíduo explica a função normal, reduzida ou não 
existente. Os testes farmacogenômicos estão disponíveis atualmente para identificar pacientes com variações na 
CYP2D6 e são utilizados cada vez mais na clínica. Os pacientes podem ser classificados com relação a atividade da 
CYP2D6 como: 
- Metabolizador lento: pouca ou nenhuma função da CYP2D6 
- Metabolizador intermediário: apresenta taxa com valores entre o lento e o extenso 
- Metabolizador extenso: função CYP2D6 
- Metabolizador ultrarrápido: nestes pacientes a CYP2D6 possui função acima do normal. 
O fenótipo da CYP2D6 de pacientes é frequentemente determinado clinicamente através da administração de 
debrisoquina (um substrato seletivo desse citocromo) e avaliação subsequente da concentração do metabólito no plasma. 
 
Fatores étnicos na variabilidade da CYP2D6: a prevalência de metabolizadores lentos de CYP2D6 é de 
aproximadamente 6-10% em populações caucasianas e 2% em asiáticos. A ocorrência de metabolizadores ultrarrápidos 
é maior entre populações do Oriente Médio e norte africanas. 
 
 20 
Inibidores da atividade CYP2D6 e interação medicamentosa: alguns fármacos podem funcionar como inibidores da 
atividade dessa enzima o que pode levar maior atividade farmacológica dos medicamentos administrados 
concomitantemente. Se um determinado fármaco for administrado ao mesmo tempo com um outro fármaco, e é 
metabolizado pela mesma enzima citoplasmática, o primeiro pode afetar a taxa de eliminação do segundo, através do 
processo de interação medicamentosa 
 
Classificação dos inibidores da enzima CYP2D6: 
Inibidores potentes: causam um aumento de pelo menos 5 vezes nos valores de ASC para concentração plasmática. 
Inibidores moderados: causam um aumento de pelo menos 2 vezes na ASC. 
Inibidores fracos: causam aumento no valor do ASC entre 1,25-2 vezes. 
 
Indução enzimática do sistema microssomal hepático CYP-450: a indução enzimática ocorre pelo aumento na 
expressão gênica de determinadas isoenzimas. Provavelmente ocorre um aumento na síntese de RNAm e aumento na 
síntese de determinados CYP. As isofamílias dos CYP450 são susceptíveis a indução enzimática. 
 
Tolerância farmacológica: é a diminuição no tempo ou na intensidade do efeito farmacológico de um fármaco. Esta 
mudança ocorre quando dois diferentes fármacos utilizam o mesmo sistema P-450 para serem biotransformados. Por 
exemplo, como ocorre na indução causada pelo fenobarbital sódico (anticonvulsivante). 
 
Metabolismo de medicamentos: as famílias CYP1, CYP2, CYP3 e em menor quantidade a CYP4 estão envolvidas no 
metabolismo de fármacos. Algumas variações em alelos resultam em heterogenicidade farmacogenética entre indivíduos. 
 
Variações nas respostas a fármacos: variações individuais em alelos, levam a falhas nos tratamentos farmacológicos 
e geram efeitos tóxicos acarretados pelo mesmo. Diferenças nas expressões destes alelos também estão associado a 
alguns tipos de câncer. A família CYP1 tem papel importante no metabolismo de xenobióticos, as mutações de genes 
que codificam estas enzimas levam a doença em seus portadores. 
 
CYP e o futuro: o conhecimento sobre elas tem importância no metabolismo de xenobióticos e as consequências que 
este fato acarreta. As diferenças individuais dos alelos responsáveis pela síntese das CYP tem correlação com os efeitos 
farmacológicos e tóxicos. Auxiliam no estudo das causas de doenças genéticas, do câncer e a relação com os efeitos 
tóxicos causados pelos poluentes ambientais. Estes conhecimentos poderão auxiliar no entendimento das diferenças nas 
respostas individuais das diferentes espécies animais aos fármacos(farmacogenômica). 
 
Isoformas das CYP: são formas múltiplas de uma mesma enzima que catalisam o mesmo tipo de reação, porém com 
afinidade por substratos diferentes, biotransformando fármacos distintos. As isoformas diferem na sua distribuição pelo 
organismo e na regulação de sua atividade, apresentando diferentes inibidores, indutores e fármacos marcadores. 
 
Reações de fase 2: são reações sintéticas ou de conjugação. Nessas reações ocorre um acoplamento entre o medicamento 
ou seu metabólito a um substrato endógeno, como: ácido glicurônico, radicais sulfatos, acetatos e aminoácidos. Nessa 
fase, as reações são mais profundas, acarretando a inativação dos fármacos caso eles ainda apresentarem atividade 
farmacológica e aumento de sua hidrossolubilidade, facilitando a sua excreção. 
 
A reação mais importante é a conjugação com o ácido glicurônico. O ácido uridino-difosfoglicurônico é capaz de se 
conjugar com moléculas receptoras que podem ser classificados como: bases ou ácidos fracos, fenóis ou álcoois. Sendo 
que o resultado deste conjugação é a formação dos glicuronídeos. 
 
A conjugação com glutationa tem um papel importante na proteção dos hepatócitos e de outras células contra lesões 
tóxicas. O produto desta conjugação são normalmente os ácidos mercaptúricos. Ainda podemos ter conjugação com 
outros compostos como sulfato, acetil ou glicina, vai depender da afinidade da molécula farmacológica com eles. De 
qualquer forma, aumenta a polaridade e inativação do fármaco. 
 
Resumindo: a biotransformação ocorre nas células do fígado e em menor proporção nas células do rim, pulmão, pele e 
intestino. As reações de fase I sofrem oxidação, redução e hidrólise, envolvendo enzimas de distribuição tecidual e 
plasmática e o sistema CYP450. As reações de fase II sofrem conjugação com o ácido glicurônico, sulfas, acetis e outros 
compostos. 
 
 
 
 21 
Excreção 
 
Relembrando a farmacocinética: primeiro temos a administração do medicamento, iniciando a primeira fase 
farmacêutica, que é a liberação do princípio ativo do medicamento, se tornando solúvel no meio, podendo ser absorvido 
(passagem do local onde o fármaco foi liberado para o plasma sanguíneo). Quando o fármaco se encontra na circulação, 
uma parte vai estar livre e outra vai estar ligada, sendo que é o fármaco livre que vai conseguir chegar aos tecidos e 
realizar sua atuação. Uma outra parte do fármaco livre vai sofrer sua biotransformação, para então ser excretado. 
 
Eliminação/excreção: retirada do fármaco inalterado e/ou seus metabólitos do organismo. Apresentamos diversos vias 
de eliminação, mas 90% dos fármacos são eliminados pela urina, o restante ainda pode ser liberado pelas fezes, pelo ar, 
lágrimas, saliva, suor e o esperma. 
 
Excreção renal: o fluxo sanguíneo renal é extremamente elevado, cerca de 1,1L de sangue por minuto. A circulação 
chega aos néfrons por meio das artérias aferentes, que passam pelo glomérulo, uma parte do sangue vai ser filtrado, 
entrando para a cápsula de Bowman, enquanto outra parte vai sair pela arteríola eferente. O líquido filtrado vai sair da 
cápsula de Bowman, passando pelo túbulo proximal, alça de Henle (ramo descendente e ascendente) e túbulo distal, 
desembocando nos dutos coletores, onde vai ter sido formado a urina. Pela cápsula de Bowman passam mais de 180L, 
no entanto, a maior parte desse filtrado, no entanto, é reabsorvida. 
Os néfrons vão passar então por 4 processos diferentes que vão estar envolvidos com a excreção renal: 
- filtração glomerular: representa 20% da eliminação dos fármacos, ocorre a passagem de moléculas de baixo peso 
molecular (20.000 Da) entre o glomérulo e a cápsula de Bowman. Moléculas ligadas a proteínas plasmáticas (albumina) 
não são filtradas. 
- Reabsorção: parte do conteúdo filtrado sai do néfron e retorna para os vasos. Isso ocorre em casos de drogas 
lipossolúveis, que conseguem difundir por entre essas membranas lipídicas. 
- Secreção: envolve mecanismos de transporte ativo, em que moléculas grandes que não puderam ser filtradas são 
transportadas (transportadores de membrana) para dentro dos túbulos renais. Esse sistema é saturável, e portanto, pode 
ser inibido. Por exemplo, a penicilina é eliminada pela urina, mas precisa ser secretada por meio de transportadores, a 
probenicida compete com a penicilina pela secreção, fazendo com que sejam eliminadas mais lentamente. Um outro 
exemplo é a digoxina e a verapamil, que também competem pelas mesmas proteínas transportadoras, sendo eliminadas 
mais lentamente. 
- Excreção: resultado final do néfron, resultante de uma filtração mais secreção menos a reabsorção. Alguns fatores 
podem interferir com esse processo, entre eles, temos aqueles que dependem do paciente, como seu fluxo sanguíneo 
renal, presença de patologias (doença renal crônica dificulta a excreção), idade e pH dos túbulos renais. Os outros fatores 
dependem do fármaco, como sua solubilidade (hidrossolúvel são mais facilmente eliminados do que lipossolúveis), estar 
ligado com proteínas plasmáticas (que dificulta sua excreção) e pKa (caráter ácido-básico). 
 
 22 
O pH e pKa conseguem interferir a excreção pois, caso o pKa do fármaco seja semelhante ao do túbulo renal, 50% dele 
vai estar ionizado e a outra metade vai estar não-ionizada. A molécula não-ionizada tende a se difundir pelas células 
epiteliais e serem reabsorvidas, enquanto que a ionizada tende a ser excretadas pela urina. No caso de um paciente que 
faz uso de anti-ácido, como bicarbonato, por exemplo, vai tornar o meio do néfron mais alcalino, interferindo na 
quantidade de moléculas ionizadas ou não. No caso de um fármaco ácido, nesse meio mais alcalino, ele vai se encontrar 
mais ionizado, aumentando sua excreção. 
 
Manejo do pH: fornece o racional para tratamento de intoxicações de pacientes que sofreram ingestão excessivo de 
determinados medicamentos, pois é através da alcalinização da urina que ocorre um aumento da excreção de ácido 
orgânicos fracos e é através da acidificação da urna que se favorece a excreção de medicamentos de caráter básico. 
 
Clearence/Depuração renal (Clr): é definida como o volume de plasma que contém a quantidade de substância que é 
removida pelo rim por unidade de tempo. É calculada a partir da concentração plasmática, Cpl, concentração urinária, 
Curi e pela velocidade do fluxo urinário, Vu. Sendo: Clr = Curi x Vu 
 Cpl 
Em pacientes com algum distúrbio metabólico precisa ter a dosagem de medicamentos ajustados de acordo com o 
clearence de creatinina. 
 
Eliminação via biliar (fezes): algumas drogas podem ser eliminadas através da bile, metabolizado pelos hepatócitos, 
sendo lançada no intestino, então, uma parte será eliminado nas fezes e outra parte será reabsorvida pelo sistema porta-
hepático, retornando para o fígado, podendo seguir novamente pela bile ou cair na circulação sistêmica. Pacientes com 
alteração de microbiota pode ser prejudicado na eliminação desses medicamentos. 
Os fatores que determinam esta forma de excreção incluem o tamanho e a polaridade da molécula do medicamento a 
ser eliminado. Medicamentos com peso molecular elevado, acima de 300 Da, tem grande probabilidade de serem 
excretados pela bile. 
 
Efeito da idade no conteúdo e atividade do complexo CY450: conforme a idade, menor será a atividade do complexo 
CY450, como consequência, menor será a metabolização dos medicamentos e sua excreção/clearence renal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
Farmacodinâmica 
 
É o estudo do mecanismo de ação pelo qual um fármaco atua sobre as funções bioquímicas ou fisiológicas de um 
organismo vivo. A interação fármaco-receptor. A farmacodinâmica realiza estudos quantitativos ou relação dose-
resposta dos efeitos biológicos e terapêuticos dos fármacos. É o entendimento sobre os efeitos farmacológicos e 
adversos causados pelos medicamentos. O fármaco

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