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6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS RESUMOS COMUNICAÇÕES ORAIS E RELATOS DE EXPERIÊNCIA 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 2 - COMUNICAÇÕES ORAIS – Quarta-feira, 05 de junho, das 13h45 às 15h45 Sessão 1 | Instituto de Biologia – IB 17...................p. 13 Debatedor: Marcus Pereira Novaes 1. Divulgação científica em Astronomia para crianças surdas: aproximações com escolas bilíngues por meio do programa Banca da Ciência - Virgínia Gaiba de França, Emerson Izidoro dos Santos e Érica Aparecida Garrutti de Lourenço 2. Os meninos dos planetas: Intervenção de divulgação científica no território da Educação Infantil baseada na obra de Ziraldo - Thuane Santos Valverde Magalhães, Emerson Izidoro dos Santos e Renata Marcílio Cândido 3. O universo da Ficção Científica como possibilidade para divulgar ciência na primeira infância - Tatiana Pereira da Silva, Anna Cecília de Alencar Reis e Luís Paulo de Carvalho Piassi 4. Construindo a experiência do brincar em espaços escolares da sociedade do consumo - Talita Vitória Cordasso Santoro e Victor Pimenta Pales Costa Sessão 2 | Instituto de Biologia – Auditório 1............p. 18 Debatedora: Márcia Maria Tait Lima 1. O envolvimento de meninas em eventos de divulgação científica no desenvolvimento da autonomia e do protagonismo na adolescência - Tuany de Menezes Oliveira e Luis Paulo de Carvalho Piassi 2. Fake News e Saúde no Ensino Médio - Cesar Augusto Gomes 3. Relação de gênero na escola: uma análise a partir de um clube de ciências exclusivo para meninas - Gabriela Ferreira da Silva Marcondes 4. Mochilando pelas Galáxias: Do que você precisa para viajar pelo Universo? - Kaio Gabriel Gameleira da Silva e Thaís Saboya Teixeira 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 3 5. Banca da Ciência: como um projeto de extensão em divulgação científica se estabelece como plataforma de pesquisa e formação - Luís Paulo de Carvalho Piassi, Emerson Izidoro dos Santos e Rui Manoel de Bastos Vieira Sessão 3 | Instituto de Biologia – IB18....................p. 25 Debatedor: Guilherme Ferragut 1. Internet, ciência e fake news: O papel da internet como meio de divulgação científica e no combate às fake News - Carlos Eduardo Quintiliano, Dayane Santos de Gois e Emerson Ferreira Gomes 2. Estruturas de rede e dispersão de discurso online: a atuação de grupos políticos digitais brasileiros - Maria Cortez Salviano 3. Vigilância e monitoramento na era da Internet das Coisas: um olhar sobre o “paradoxo da privacidade” – Quézia Salles Cabral Viana e Guilherme Cavalcante Silva 4. O discurso liberal de grupos políticos no facebook: Movimento Brasil Livre e Livres – Erick Lucas Migoto Teodoro Sessão 4 | Instituto de Biologia – Auditório 2............p. 31 Debatedora: Camila Pinto da Cunha 1. Efeitos de sentido sobre transgênicos produzidos a partir de modificações nas condições de produção de leitura - Alberto Lopo Montalvão Neto e Elisabeth Barolli 2. Representações de licenciandos em Física sobre o uso de textos de divulgação científica sobre Energia Nuclear na educação básica - Érica Talita Brugliato e Maria José P. M. de Almeida 3. Percepções de jovens cariocas sobre ciência e tecnologia - Ione Maria Mendes, Yurij Castelfranchi e Luisa Massarani 4. A Comunicação Pública da Ciência nos portais das universidades federais da região Nordeste - Marcilio José de Sousa Costa e Sonia Aguiar Lopes 5. Divulgação científica e transferência do conhecimento em instituições de pesquisa agropecuária em São Paulo - Fernanda Domiciano da Silva 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 4 Sessão 5 | Sala de reuniões do Labjor....................p. 38 Debatedora: Natália Martins Flores 1. O papel da mídia na prevenção, diagnóstico precoce e redução de mortalidade por câncer de mama - José de Moura Leite Netto e Ademar Lopes 2. Controvérsias Científicas sobre Tecnologias do DNA: um olhar para o Jornalismo Científico - Tássia Oliveira Biazon, Alberto Lopo Montalvão Neto e Wanderson Rodrigues Morais 3. Percepção do público em relação à CT&I pela avaliação das cartas de leitores - Adilson Roberto Gonçalves e Simone Pallone de Figueiredo 4. Efeito de exterioridade da ciência: manchetes dos dossiês da Revista Arco - Mirella Tavares Joels, Antônio Inácio dos Santos de Paula e Mauricio Dias Souza Quinta-feira, 06 de junho, das 8h às 10h Sessão 6 | Instituto de Biologia – Auditório 1............p. 44 Debatedor: Fabiano Ormaneze 1. Meu corpo em uma palavra: um estudo do discurso de jovens universitários sobre a autoimagem corporal - Kátia Zanvettor Ferreira e Milena Cristina Peres 2. Obrigatoriedade e direito ao próprio corpo no discurso antivacina - Natiely Rallo Shimizu 3. O funcionamento discursivo em processos de identificação e laço social em discursos de divulgação científica: Movimento antivacina - Beatriz Almeida Gabardo e Wanderson Rodrigues Morais 4. A incidência do significante no corpo: o afeto como condição da política - Agustina Craviotto 5. O ato de cuidar e a natureza do levante: pesquisa acadêmica desdobrada em redes sociais - Marta Eugenia Fontenele Pimenta 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 5 Sessão 7 | Instituto de Biologia – IB20....................p. 51 Debatedor: Rafael Alves da Silva 1. Cinema e divulgação científica: reinventado a percepção da ciência no cotidiano - Renato Salgado de Melo Oliveira e Gabriella Nery da Silva 2. Superaventuras e ciência: um estudo sobre a representação da ciência e dos cientistas em filmes do Hulk - Fernando Alves da Silva Filho e Luisa Medeiros Massarani 3. Cultura e divulgação científica: as possibilidades de diálogo a partir do cinema de ficção científica - Livia Delgado Leandro da Cruz e Emerson Ferreira Gomes Sessão 8 | Sala de reuniões do Labjor....................p. 56 Debatedor: Duílio Fabbri Jr 1. Controvérsias sobre as tecnologias do DNA no Youtube: que discursos pautam os canais de divulgação científica? - Renan Machado, Alberto Lopo Montalvão Neto e Flávia Novaes Moraes 2. A codificação do meio ambiente: o discurso de modernização e progresso no discurso jornalístico e jurídico sobre o Código Florestal Brasileiro de 1934 - Kyene Becker da Silva e Marcos Aurélio Barbai 3. O discurso jurídico em circulação: jogos de memória e poder - Marília Boczar de Souza Beraquet Sessão 9 | Instituto de Biologia – IB17....................p. 60 Debatedor: Sebastian Wiedemann 1. A memória e o testemunho em Maus, a história de um sobrevivente - Guilherme Henrique Vicente 2. Fogo no mar: as possíveis aproximações do documentário com o jornalismo literário - Armando Martinelli Neto 3. Mais um ensaio sobre a loucura: visões sobre a história da luta antimanicomial no município de Campinas - João Manoel da Silva Magalhães 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 6 4. Efeitos de sentido na imbricação entre relações ecológicas e o jogo político em Princesa Mononoke (1997): contribuições para o Ensino - Wanderson Rodrigues Morais, Alberto Lopo Montalvão Neto e Flávia Novaes Moraes Sessão 10 | Instituto de Biologia – Auditório 2..........p. 66 Debatedora: Cristiane Dias 1. Balbúrdia! Divulgação Científica da Linguística: Caminhos, Tecnologia e Linguagem - Gabriel Agustinho Piazentin 2. Público leigo, ciência e alteridade- Flávia Novaes Moraes, Alberto Lopo Montalvão Neto e Wanderson Rodrigues Morais 3. Espaços de cidadania e alguns dizeres normativos - Adriana Lopes Rodrigues 4. Resistência, memória e (dis)curso no caso do movimento estudantil em protesto à Reorganização Escolar Paulista (2015): uma análise em Folha de S. Paulo, Jornalistas Livres e O Mal Educado - Minéya Gimenes Fantim Quinta-feira, 06 de junho, das 13h45 às 15h45 Sessão 11 | Instituto de Biologia – Auditório 1..........p. 71 Debatedora: Valquíria Botega de Lima 1. Violências encenadas: efeitos de sentido da fotografia de violência contra a mulher no Instagram - Victória Bernardino Coelho 2. A imagem da mulher com deficiência em produtos audiovisuais de entretenimento - Thaís R. Alencar 3. O que consomem as bulímicas? Um estudo sobre a relação do transtorno alimentar com o conteúdo consumido na plataforma Instagram - Milena Cristina Peres 4. A indústria da beleza e a (não) neutralidade da ciência - Stella Centola Pupo 5. Uma história social da pílula: a controversa trajetória dos contraceptivos hormonais - Camila Pissolito 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 7 Sessão 12 | Instituto de Biologia – Auditório 2..........p. 78 Debatedora: Lorena Faria 1. “Muitas fugiam ao me ver”: a importância da poesia de Carolina Maria de Jesus como problematizadora da cultura negra em ambientes educacionais - Julia Amorim Monteiro, Camila Oliveira Lourenço e Marco Antonio Villarta-Neder 2. Entre nós: por uma escrita de afetos mulheris - Maria Carolina Scartezini Cruz 3. O pessoal é político: romper com o indizível por meio de uma rádio - Fabiana de Oliveira Benedito 4. Sujeitos preposicionados circunstanciais e a relação do Português Brasileiro e línguas africanas: possíveis consequências para a identidade linguística brasileira - Rosana Rogeri Sessão 13 | Instituto de Biologia – IB19...................p. 83 Debatedora: Natália Martins Flores 1. Quintal da ciência: implementação das atividades a partir da participação da comunidade local - Karla Cristina da Silva Souza e Grazielle Rodrigues Pereira 2. Mobilização popular, educação e comunicação: uma análise sobre a reabertura do Observatório Municipal Astronômico de Diadema a partir da Educomunicação - Graciele Almeida de Oliveira, Victor Rondon Fernandes e Renata de Oliveira Seguchi 3. É possível ler um instrumento científico? A experiência das sessões de leitura do Museu de Astronomia e Ciências Afins - Cláudia Penha dos Santos e Tânia Pereira Dominici 4. Comunicação Pública e Educação Ambiental: um estudo sobre o Programa Município VerdeAzul em Sorocaba - Gisele Gabriel Sessão 14 | Instituto de Biologia – IB20...................p. 89 Debatedora: Andréia Guimarães Moura 1.Iniciação Científica: construção conjunta de projetos - Maria Fernanda Moreira e Maurício Fernando 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 8 2. A Ressurreição da Finitude: a relação entre morte e consumo na modernidade líquida - Michael Wesley Oliveira Neves e Gleber Paula - RELATOS DE EXPERIÊNCIA – Quarta-feira, 05 de junho, das 13h45 às 15h45 Sessão 1 | Instituto de Biologia – IB20....................p. 91 Debatedora: Thamara Zacca 1. Leitura Animada “Caça aos insetos”: articulando arte e ciências naturais como proposta de intervenção lúdico-didática na educação infantil - Anna Cecília de Alencar Reis, Andreia Medeiros Jardim e Emerson Izidoro dos Santos 2. Divulgação Científica do programa Banca da Ciência no contexto da licenciatura em Pedagogia na Unifesp – campus Guarulhos - Vitor Amorim, Marina S. Versolato Pugin e Emerson Izidoro dos Santos 3. De Experimentoteca à Ludoteca da Ciência: a construção de um acervo de kits lúdico-didáticos - Ricardo Augusto Viana de Lacerda, Dayana Aparecida Brito dos Santos e Vitor Amorim 4. Canções em processos de comunicação da ciência: Possíveis diálogos na educação infantil - Érika Dias Soares e Emerson Ferreira Gomes Sessão 2 | Instituto de Biologia – IB19....................p. 96 Debatedor: Davi Henrique de Oliveira Codes 1. Fragmentos narrativos de um percurso formativo em psicologia - Laura De Aro Galera e Leandro de Campos Fonseca 2. As potencialidades apresentadas pelo filme “Rio” na divulgação da educação ambiental - Laise Vieira Gonçalves, Augusto Antonio de Paula e Antonio Fernandes Nascimento Junior 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 9 3. Anima Física: Física de partículas sob o olhar da animação - Eduardo Akio Sato, Marcelo Moraes Guzzo e Maurício Squarisi 4. Oficina chocante: estratégias de divulgação científica na escola de temas relacionados à eletricidade - Agnes Rebeca Pereira de Lira, Giovanna Marques Santos, Thais Cristine da Silva Soares e Emerson Ferreira Gomes 5. Divulgação Científica do programa Banca da Ciência: a experiência dos jogos na Banca da Ciência no Dia Aberto da Unifesp – campus Guarulhos - Antônio de Andrade Souza, Adriana Regina Braga e Emerson Izidoro dos Santos Sessão 3 | Instituto de Biologia – IB21...................p. 104 Debatedora: Laís Virginia Alves Medeiros 1. Ficção científica e super-heroínas: estratégias para debater sobre a mulher na ciência - Thaís Saboya Teixeira, Rayana Saboya Modanez, Ana Paula dos Santos Sales e Emerson Ferreira Gomes 2. Grupo de discussão sobre masculinidades na Unicamp: uma proposta de reflexão - Gabriel Lopes Cavalcanti, Marco Túlio Câmara e Victor Schlude 3. Festival “Bela, Cientista e do Bar”: visibilidade feminina na ciência e na divulgação científica - Lucas Mascarenhas de Miranda, Bárbara Lúcia de Almeida e William Ferreira de Oliveira Junior 4. Banca da Ciência no presídio: Uma experiência de difusão científica e educação não formal em espaços de privação de liberdade - Ana Paula Moreira Alves, Marina Sarvodelli Versolato Pugin e Emerson Izidoro dos Santos Quinta-feira, 06 de junho, das 8h às 10h Sessão 4 | Instituto de Biologia – IB19...................p. 110 Debatedora: Juliana Sangion 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 10 1. Revista Arco, do impressa ao digital: o jornalismo científico e cultural da UFSM – Luciane Treulieb 2. Divulgação científica na UFU: as ações que levam as pesquisas para fora da universidade– Taciana Alves de Sousa e Diélen dos Reis Borges Almeida 3. Comunicação pública da ciência na universidade: estratégias da assessoria de comunicação da UFU– Diélen dos Reis Borges Almeida e Taciana Alves de Sousa 4. Arco dos saberes: o funcionamento da Revista Arco como veículo de divulgação científica - percepções de estágio – Antônio Inácio dos Santos de Paula, Cláudia Herte de Moraes e Mauricio Dias Souza 5. Oxidocs: um podcast narrativo para divulgar pesquisas em ciências humanas – Beatriz Guimarães de Carvalho, Simone Pallone de Figueiredo e Claudia Castellanos Pfeiffer Sessão 5 | Instituto de Biologia – IB06...................p. 117 Debatedora: Stella de Mello Silva 1. A relação do PIBID como ferramenta de divulgação científica – Cristine Sayumi Yamamoto Eguchi, Daniela Vicente Mendes e Rui Manoel de Bastos Vieira 2. Circuito de papel: Ensino por investigação no espaço formal e não formal de ensino – Danilo Macedo Rocha, Rafael Simão e Rui Manoel de Bastos Vieira 3. Um dia de perito: uma proposta de utilização da ciência forense no ensino de ciências – Felipe Oliveira da Silva, Juliana Suemi Miyano e Rui Manoel de Bastos Vieira 4. Projeto Ciência Móvel para o Museu De História Natural da Universidade Federal De Lavras: ações de Divulgação Científica nos municípios sul mineiros – José Sebastião Andrade de Melo e Antônio FernandesNascimento Júnior Sessão 6 | Instituto de Biologia – IB22...................p. 123 Debatedora: Paula Drummond de Castro 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 11 1. A voz do cientista na política através da divulgação científica: Um relato da experiência com o Especial “Ciência e Política” no Blogs de Ciência da Unicamp - Erica Mariosa Moreira Carneiro, Eduardo Akio Sato e Ana de Medeiros Arnt 2. Estratégias da Casa da Ciência do Hemocentro de Ribeirão Preto para promoção da divulgação científica - Caio Martins Cruz Alves de Oliveira e Marisa Ramos Barbieri 3. Estratégias de engajamento de pesquisadores nas mídias sociais do periódico Ciência Rural - Maria Luiza Carvalho De Grandi e Natália Martins Flores 4. “Língua Livre”: divulgação de conteúdo em Linguística e Literatura em formato de podcast - Vivian Borges Paixão e Liliane Machado 5. Participação do PIBID Ciências da Universidade Federal de São Paulo para divulgação científica no “Encontro De Surdos Com a Ciência” na Universidade Federal de São Paulo: um relato de experiência - Sandy Samar Santos Silva e Rui Manoel de Bastos Vieira Quinta-feira, 06 de junho, das 13h45 às 15h45 Sessão 7 | Instituto de Biologia – IB17...................p. 130 Debatedor: Antonio Carlos Rodrigues de Amorim 1. Caminhadas como estratégia para divulgação da história da conservação da natureza: o caso do Horto Florestal de São Paulo - Felipe Augusto Zanusso Souza, Natália Ferreira de Almeida e Paulo Andreetto de Muzio 2. Revisitando uma década de atividades de conscientização acerca dos problemas poluição luminosa no Brasil - Tânia Pereira Dominici 3. Escrevendo sobre morcegos para audiências mais amplas: o desafio da redação de textos de divulgação científica por acadêmicos - Valdir Lamim-Guedes 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 12 4. Estratégias de escrita: utilização de textos de divulgação científica no ensino superior de química - Carolina Sotério e Salete Linhares Queiroz 5. A cozinha como meio de contextualização para o ensino de ciências na formação inicial de professores - Augusto Antonio de Paula, Laise Vieira Gonçalves e Antonio Fernandes Nascimento Júnior Sessão 8 | Instituto de Biologia – IB22...................p. 137 Debatedor: João Roberto Bort 1. Um diálogo entre a formação cidadã e o reconhecimento de povos indígenas por meio da história de Sepé Tiaraju: um relato de experiência - Pollyana Cristina Alves Cardoso e Antonio Fernandes Nascimento Júnior 2. Um relato sobre as atividades ligadas à história da música afro-brasileira desenvolvidas pelo Núcleo de Estudos Educação, Cultura e Sociedade- (NEECS) da Universidade Federal de Lavras - Gustavo Henrique Alves Silva, Carolina de Souza Oliveira e Antonio Fernandes Nascimento Júnior 3. Análise de uma aula sobre resistência indígena a partir da história de Ajuricaba: um relato de experiência - Carolina de Souza Oliveira, Gustavo Henrique Alves Silva e Antonio Fernandes Nascimento Júnior 4. A terra produz seus guerreiros e guerreiras: uma intervenção teatral para a compreensão da luta pela terra à luz da Reforma Agrária - Gabriel Batista Amaral, Marina Battistetti Festozo e Antonio Fernandes Nascimento Júnior 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 13 RESUMOS - COMUNICAÇÕES ORAIS Sessão 1 Divulgação científica em Astronomia para crianças surdas: aproximações com escolas bilíngues por meio do programa Banca da Ciência Virgínia Gaiba de França1 Emerson Izidoro dos Santos2 Érica Aparecida Garrutti de Lourenço3 Universidade Federal de São Paulo RESUMO: A Banca da Ciência (BC) é um programa de extensão interinstitucional em divulgação científica (DC) baseado no uso de materiais didáticos lúdicos de baixo custo (PIASSI; SANTOS; VIEIRA, 2017). Entende-se aqui que a BC é um Espaço de Educação Não-Formal, na perspectiva discutida por Marandino (2008), que explica a importância destes espaços e de seus mediadores a partir do momento em que eles tornam-se grandes centros de divulgação científica, pois eles são utilizados para suprimir a defasagem de comunicação de extensão que existe entre a produção científica de pesquisadores de Ciência e a sociedade, em especial no que se refere a comunidades periféricas. Em Guarulhos, por meio do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), os graduandos em Pedagogia da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo (EFLCH-Unifesp) têm atuado como mediadores na BC divulgando Ciência em escolas, instituições e eventos com público-alvo versátil de crianças a idosos. Uma das escolas-campo da BC é a Escola Pública Municipal Bilíngue Sophia Fantazzini Cecchinato que possui duas turmas multisseriadas bilíngues (libras/português) de crianças com deficiência auditiva com idades entre 6 a 10 anos. O Parágrafo Único do Artigo nº 2 do Decreto nº5.626 de 22 de dezembro de 2005 define pessoa com deficiência auditiva pela perda bilateral, parcial ou total de 40 dB ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1000Hz, 2000Hz e 3000Hz. Entretanto, a partir deste ponto, o termo “surdo” será utilizado ao invés de “pessoa com deficiência auditiva”, pois entendemos a construção da identidade do sujeito surdo por meio da língua de sinais e da cultura surda, ao invés da caracterização de pessoas com deficiência no sentido médico legal como aquele sujeito com uma subtração de “audição”. Para este primeiro semestre de 2019, as visitas nessa escola têm o objetivo de abordar o tema Astronomia para que as crianças compreendam, ao final do semestre, o fenômeno envolvendo o sistema Sol-Terra-Lua. Nesse trabalho pretendemos apresentar resultados parciais das ações desenvolvidas. Marandino (2008) também discute a definição de Educação Não-Formal como outra questão de debate, já que costuma ser comparada com à Educação Formal e à Informal. No caso da BC sua plasticidade para acatar diferentes demandas e públicos pode confundir ainda mais suas delimitações, apesar desse trabalho 1 virginiagfranca@gmail.com 2 emerson.izidoro@unifesp.br 3 egarrutti@yahoo.com.br 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 14 tratar das ações divulgação científica da BC especificamente para um público escolar e diferenciado. Essa abordagem justifica-se quando observado que existem poucos trabalhos de pesquisa na interface entre o Ensino de Ciências e a Educação Especial/Inclusiva no Brasil (OLIVEIRA; MELO; BENITE, 2012) e, portanto, sobre a divulgação científica para o público surdo. Partindo da perspectiva sociocultural de Vygotsky (1896-1934) e de forma a favorecer às crianças surdas (GOLDFELD, 1997) foram realizadas nessa escola, até então, duas intervenções, mediadas em libras, sobre dois temas de Astronomia distintos: “dia e noite” e “rotação”. A partir dessas intervenções destacamos três aspectos do processo de DC para esse público: primeiro, a necessidade de planejamento de ações de DC voltadas para o público surdo; segundo, a importância do conhecimento acerca da libras para a comunicação com esse público específico; terceiro, o impacto positivo na divulgação de Astronomia para abordar com os demais conteúdos no projeto da escola e de suas turmas bilíngues. Espera-se que, com a continuação dessas ações, os mediadores da BC adquiram conhecimento para abordar temáticas das Ciências Naturais, em especial Astronomia, pensando especificamente no público surdo, levando em consideração a cultura surda e a libras. É nosso objetivo, também, que as criançassurdas dessa escola tenham acesso às ideias da Astronomia, compreendendo alguns fenômenos inerentes ao sistema Sol-Terra-Lua e associando aos demais conteúdos que serão discutidos ao longo deste ano letivo e dos próximos. Palavras-chave: Divulgação Científica. Ensino de Astronomia. Educação Infantil. Surdos. Os meninos dos planetas: Intervenção de divulgação científica no território da Educação Infantil baseada na obra de Ziraldo Thuane Santos Valverde Magalhães1 Emerson Izidoro dos Santos2 Renata Marcílio Cândido3 Universidade Federal de São Paulo RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo analisar uma intervenção não formal voltada à abordagem da astronomia, com a temática “sistema solar e exploração espacial”, desenvolvida na escola de rede pública de Guarulhos, EPG Walter Efigênio, com crianças da educação infantil na faixa etária de cinco anos de idade. A intervenção foi elaborada com base no projeto apresentado ao mestrado em educação da Universidade Federal de São Paulo, que tem como um de seus objetivos propor, executar e analisar os resultados de uma sequência de intervenções - em que as últimas intervenções estão sendo elaboradas - baseadas em estratégias de divulgação científica para a primeira infância. As estratégias variam desde a literatura infantil, - como é o caso da coleção de livros de Ziraldo - contação de história a peças teatrais, produção de figuras com massinha de modelar, desenhos ilustrativos, vídeo clipes entre outros. A sequência será desenvolvida a partir da coleção de livros infantis “Os meninos dos planetas”, de autoria de Ziraldo. A escolha dessa coleção se deu, pois do nosso ponto de vista, pode introduzir de maneira 1 thuanevalverde@gmail.com 2 emerson.izidoro@unifesp.br 3 remarcilio@gmail.com 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 15 lúdica, a temática da astronomia para crianças. Publicado em 2006 pela editora Melhoramentos, “Os meninos dos planetas” trata-se de uma coleção de livros que aborda os astros do Sistema Solar. Nesta série, Ziraldo dá vida a nove personagens, meninos que habitavam os planetas e a lua. Para análise dos resultados das intervenções, temos utilizado como referencial metodológico os conceitos de pesquisa-ação (TRIPP, 2005) e pesquisa-intervenção (PASSOS; BARROS, 2015). Segundo Tripp (2005), a pesquisa- ação é uma das formas da intervenção-ação, que visa aprimorar as práticas desenvolvidas, podendo atuar na área da educação como estratégia para professores e pesquisadores utilizarem suas pesquisas para o aprimoramento do ensino. Essa metodologia estabelece quatro etapas para a sua constituição: planejar, agir, avaliar e descrever. Tem-se uma visão de pesquisa-intervenção como dispositivo de transformação, que não visa uma mudança imediata da ação, não é instituído, porque a mudança é a consequência da produção de uma outra relação entre teoria e prática, bem como entre sujeito e objeto. A pesquisa-intervenção é ação, construção, transformação coletiva, análise das forças sócio- históricas e políticas. Especificamente, nesse trabalho, a proposta é identificar e discutir contribuições da intervenção “Onde está a Terra?” para ampliação do repertório das crianças sobre a temática “sistema solar e exploração espacial” e como essa ampliação pode refletir no processo imaginativo e criativo dessas crianças relacionadas às ciências da natureza - com novas experiências que foram disponibilizadas. A intervenção analisada foi realizada com a coparticipação de alunas bolsistas do Pibid (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) Unifesp no contexto do subprojeto de extensão J.O.A.N.I.N.H.A (Jogar, Observar, Aprender, Narrar: Investigações sobre Natureza, Humanidades e Artes). Este projeto é voltado para crianças de primeira infância. Possui linhas de pesquisas que realizam atividades dentro das escolas da periferia de Guarulhos que atuam com alunos na pós-graduação de mestrado profissional, mestrado e doutorado acadêmico, graduandos de diferentes cursos da Unifesp e USP e de alunos de pré-iniciação científica. A atividade investigativa analisada, é de levantamento do conhecimento prévio das crianças acerca da localização espacial da Terra e dos elementos observados no céu. As crianças foram levadas a pensar sobre onde a Terra se localiza, se ela está sozinha (a presença de outros astros), etc. Os questionamentos foram realizados de acordo com a curiosidade e informações que as crianças traziam. Logo, em seguida, foram convidadas a olhar o céu do lado de fora da sala de aula e após interação dialógica, pedimos para que elas desenhassem com canetinhas em uma folha grande de papel kraft todas juntas no chão da sala, como imaginavam que era o planeta Terra e onde ela se localizava. Essa foi a segunda atividade da sequência de intervenções. A primeira atividade foi uma roda de conversa para levantamento de conhecimento prévio acerca do sistema solar, dos astros com o enfoque no planeta Terra, já que é o planeta em que habitamos. Logo após a conversa, as crianças foram convidadas a assistir o vídeo clipe da música “ora bolas” do grupo Palavra Cantada. Com base na metodologia de abordagem qualitativa, que se aprofunda no mundo dos significados das ações e relações humanas, buscamos averiguar se os objetivos dessa intervenção foram alcançados. Palavras-chave: Intervenção não-formal. Divulgação científica para crianças. Planeta Terra. Céu. O universo da Ficção Científica como possibilidade para divulgar ciência na primeira infância 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 16 Tatiana Pereira da Silva1 Anna Cecília de Alencar Reis2 Luís Paulo de Carvalho Piassi3 Universidade de São Paulo RESUMO: A ficção científica apresenta possibilidades de discutir ciências naturais em relação ao contexto social, pois por meio de uma história de fantasia traz questões da vida real e também proporciona entretenimento (PIASSI, 2015). Esse gênero literário retrata visões de futuro ao mesmo tempo que problematiza questões atuais, do presente e do cotidiano. Nesse ponto de vista, articular a ficção científica e manifestações artísticas possibilita promover um espaço de reflexão crítica sobre as ciências em relação aos aspectos sociais dos grupos de sujeitos envolvidos nas atividades educativas. A ficção científica permite desbloquear o imaginário, tanto no pensamento quanto na linguagem, rompendo com os lugares-comuns, o que amplia a capacidade do sujeito refletir sobre si mesmo e sobre a sociedade (HELD, 1980). Nesse ponto vista, esse trabalho pretende apresentar possibilidades de aproximação entre a ficção científica e o universo infantil, tendo como ponto de congruência a Leitura Animada para a divulgação da ciência (REIS; SILVA; SANTOS, 2018). Essa dinâmica de desenvolvimento do processo visa promover um espaço lúdico, interativo e científico por meio dos elementos artísticos culturais do teatro de bonecos e da contação de histórias articulados aos pressupostos de uma divulgação científica para crianças. Para tanto, esse estudo foi realizado no âmbito do projeto J.O.A.N.I.N.H.A (Jogar, Observar, Aprender, Narrar: Investigando Natureza, Humanidades e Arte na pré-escola), pela linha de frente L.U.C.I.A (Leituras Universais e Criatividade na Investigação da Arte-Ciência) em parceria com a Universidade de São Paulo (EACH-USP) e Universidade Federal de São Paulo (EFLCH-Unifesp). Compreendemos que, desta forma, a divulgação científica quando direcionada à criança – mesmo que ainda não alfabetizada, busca essencialmente sua inserção no espaço da ciência e seu subsequente interesse por ela,como sujeito leitor crítico e também ativo da linguagem científica. O estudo foi realizado em três etapas: I) Leitura, análise e transcrição teatral do conto de ficção científica em leitura animada; II) Aplicação das intervenções lúdico-didáticas de ficção científica pontuais para turmas de crianças com idade entre 4 e 6 anos em escolas de educação infantil da rede municipal de São Paulo e Guarulhos; III) Análises das intervenções. As intervenções foram adaptadas a partir do universo ficcional das histórias de literatura de Ficção Científica: O Homem Bicentenário (1976) e o conto Sonhos de Robô (1986) de Isaac Asimov, Frankenstein (1994) de Mary Shelley, e As crônicas marcianas (1950) de Ray Bradbury. Por se configurar como um discurso social sobre a ciência, as narrativas de ficção científica apresentam personagens de cunho científico que podem representar papéis e objetos da ciência, de modo que as representações construídas nas narrativas se configuram em sua multiplicidade nesse conjunto científico. Os personagens dessas histórias sendo robôs, criaturas e alienígenas foram considerados como o ser diferente, e possibilitou explorar questões de alteridade visando a percepção da criança sobre o reconhecimento das diferenças no grupo social. Buscamos em primeiro lugar analisar se as crianças se envolveram e se manifestaram com a interação da narrativa e que tipo de manifestações realizaram, investigando se foram, 1 tatianasilva@usp.br 2 anna.reis@usp.br 3 lppiassi@usp.br 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 17 por exemplo, de caráter científico ou se situaram puramente no campo da magia sem referência a elementos da linguagem científica. A transcrição teatral em leitura animada possibilitou com que as crianças interagissem entre os pares, com o espaço e a narrativa, ampliando a imaginação e pensamento reflexivo em relação a história pois participavam como sujeitos ativos no espaço cênico, promovendo discussões a partir das temáticas científicas apresentadas. Com base nas intervenções assumimos que a ficção científica possibilita a discussão e a reflexão sobre o que é ser diferente em relação ao contexto sociocultural, pois ao longo da intervenção, tanto na leitura animada quanto nas atividades posteriores a ela, possibilitou a discussão das temáticas em relação as questões científicas, gênero, raça, etnia, ética e ambientais. Palavras-chave: Ficção científica. Educação infantil. Divulgação científica. Construindo a experiência do brincar em espaços escolares da sociedade do consumo Talita Vitória Cordasso Santoro1 Alan Victor Pimenta Pales Costa2 Universidade Federal de São Carlos RESUMO: A pesquisa “Construindo a experiência do brincar em espaços escolares na sociedade do consumo”, realizou um estudo crítico-analítico sobre a nova configuração do ato de brincar, se atentando aos modos de como essa concepção de brincadeira tem atuado nos espaços escolares, prioritariamente na relação criança-brinquedo, e seu desenvolvimento balizado por referenciais de consumo na sociedade capitalista contemporânea. Com discussão guiada por conceitos de Walter Benjamin sobre a infância, brincadeira e educação, o motivo que nos levou a estudar essa nova concepção de brincar é o modo como ela tem atuado e controlado a imaginação infantil, diante do que sentimos a necessidade de resgatar a potencialidade da criança como um sujeito criativo e capaz como concepção fundamental nas instituições escolares e em outras instancias sociais (LEITE, 2013). Sendo assim, o aparato teórico que se imbricou nas árduas discussões fora as diferentes concepções, ideias e expectativas lançadas sobre as crianças e suas atuações na sociedade do consumo, e principalmente, sobre o despertar da escola para a constituição e formação do ser criança livre, criativo e sonhador. Para aplicação da pesquisa, a metodologia utilizada foi a “pesquisa-ação prática”, referenciada como um modelo de pesquisa que atua de forma conjunta na relação pesquisador e sujeito, com o objetivo de proporcionar experiências culturais, artísticas e sociais além de mudanças construtivas na aprendizagem das crianças. O público alvo contemplado foi a sala de aula intitulada “pré” de uma instituição escolar de rede privada na cidade de Limeira. Sobre o encaminhamento prático da pesquisa, este se evidenciou na criação de “oficinas de brincar”, e se deu como proposta interventiva que possibilitou às crianças um momento de reconstrução de si como sujeito protagonista da brincadeira. As oficinas foram organizadas em 4 encontros presenciais e realizadas nas sextas-feiras, devido ao dia intitulado como “dia do brinquedo” na instituição escolar. O desenrolar das oficinas 1 santoro.talitaa@gmail.com 2 russo333@hotmail.com 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 18 se deu na apresentação aos alunos de vários materiais reciclados, como garrafas pet limpas e vazias, rolos de papel higiênico, suporte para ovos e etc., visto que os mesmos eram livres para inventarem e abusarem da criatividade na construção de seus brinquedos. Salientamos que em todo momento a pesquisadora e a professora efetiva da sala auxiliaram os alunos para que a montagem de seus brinquedos ocorresse em segurança e de forma adequada. Ao chegar ao fim da análise e discussão dos dados construídos nas oficinas de brincar, constatamos a dificuldade de categorizar a construção dos brinquedos e brincadeiras segundo as premissas teóricas de “invenção” ou “reprodução”, uma vez que, as particularidades e singularidades de cada criança ultrapassou e dificultou a categorização de suas ações brincantes. Por mais que o nosso foco estivesse nos brinquedos, foi impossível desconsiderar a criança que dá vida e sentido ao objeto. Isto é, diferente dos brinquedos industrializados tomados pela artificialização da brincadeira que independe da criança, os brinquedos construídos revelaram o oposto dessa relação unilateral com o ser brincante: o brinquedo é dependente da criança, mas a criança é independente ao brinquedo. A protagonização da brincadeira passou do objeto para o sujeito criativo e capaz. Dessa forma, o ponto crucial dessa pesquisa se evidenciou no movimento de inventividade que os alunos estabeleceram frente a objetos inutilizáveis. Aquilo que era considerado sem valor, sem utilidade e sentido fora transformado em algo passível de prazer, alegria e brincadeira. Uma experiência do brincar que buscou promover um novo sentido e significado tanto para as crianças ao exercer seu protagonismo sobre o brinquedo, como para a instituição escolar sobre a possibilidade de fazer do “dia do brinquedo” um dia de brincar. Assim, ao desmitificar esse ser infante reprodutor do mundo adulto, essa pesquisa concebeu um processo reflexivo sobre como as crianças devem ser incentivadas à inventividade para brincarem nos espaços escolares. Isto é, os educadores precisam proporcionar momentos e ambientes em que os alunos se sintam motivados a experimentar a vida pela ótica da brincadeira e não do brinquedo. Constatamos a necessidade de que as escolas assumam a experiência estética como aposta política de invenção de mundos nos quais as crianças sejam sujeitos ativos das relações sociais e institucionais. Uma prática esta que requer um movimento contrário frente a lógica capitalista e consumista imbrincada nas instituições escolares, visto que, enquanto o tempo e a autenticidade dos estudantes estão sendo sucumbidos pela reprodutibilidade técnica, nós como professores não podemos deixar que as crianças se reduzam a um adulto em produção para o futuro. É preciso deixar que ascrianças, antes de tudo, sejam crianças. Palavras-chave: Educação. Infância. Brincadeira. Experiência. Sessão 2 O envolvimento de meninas em eventos de divulgação científica no desenvolvimento da autonomia e do protagonismo na adolescência Tuany de Menezes Oliveira1 Luis Paulo de Carvalho Piassi2 1 tuany.oliveira@usp.br 2 lppiassi@usp.br 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 19 Universidade de São Paulo RESUMO: Nosso objetivo nessa pesquisa foi verificar se através do envolvimento de meninas, alunas de uma escola municipal de ensino fundamental localizada na zona leste da cidade de São Paulo, em apresentações de divulgação científica, que mesclam arte, cultura e ciência, é possível desenvolver a autonomia e o protagonismo dessas meninas. Nossa questão de pesquisa é parte da pesquisa de doutorado em andamento da autora desse artigo, que objetiva refletir sobre a necessidade da criação de espaços educativos de exclusividade feminina para o envolvimento das meninas na ciência. Nossa questão se justifica pela necessidade de refletirmos sobre a invisibilidade das mulheres na ciência e sobre os possíveis modos de transformarmos essa realidade na busca pela representatividade feminina e igualdade de gênero em áreas científicas. Desde 2015, desenvolvemos projetos que misturam arte e ciência em uma escola municipal de São Paulo, esses projetos fazem parte do programa Mais Educação e são coordenados por professoras/es da escola. Nos três primeiros anos realizamos projetos de Astronomia, Meio Ambiente e Robótica com grupos mistos e, a partir dessa experiência, notamos que as meninas não se sentiam confortáveis para se envolver nos projetos e mesmo as que se inscreviam acabavam desistindo. Isso nos estimulou a refletir sobre possíveis razões para que isso acontecesse e levantamos a hipótese de que as meninas não se inscreviam ou deixavam de participar, porque não se sentiam parte daqueles espaços. Decidimos, no início de 2018, que fundiríamos os três projetos e criaríamos um único projeto exclusivo para as meninas, e assim nasceu o clube de ciências para meninas Puellae in Scientia (do latim, Meninas na Ciência). No ano de 2018, contamos com a participação de aproximadamente treze meninas dos oitavos anos. Em 2019, há cerca de vinte meninas dos nonos anos participando do clube. O clube é coordenado pela autora dessa pesquisa, doutoranda em Educação, e por um professor de geografia da escola, mestrando em Estudos Culturais; na equipe há também cinco graduandas da Universidade de São Paulo dos cursos de Lazer e Turismo, Licenciatura em Ciências da Natureza, Gestão Ambiental e Pedagogia. O clube de ciências é parte do projeto Banca da Ciência, do grupo de pesquisa INTERFACES da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de São Paulo e se enquadra na modalidade ALICE (Arte e Lúdico na Investigação em Ciência nos Espaços Educativos), que é voltada para pré-adolescência e adolescência. A pesquisa é desenvolvida na linha de pesquisa EMMA (Estudos da Mulher e das Minorias na Arte- Ciência), que abrange trabalhos que têm como objetivo discutir as relações entre gênero e ciência. Os encontros do nosso clube ocorrem duas vezes na semana (terça e quinta) em horário contra turno (do meio-dia às trezes horas). Nesses encontros diversas atividades, em sua maioria da escolha das adolescentes, são realizadas, como a produção de experimentos científicos, discussões sobre filmes, videoclipes e livros, rodas de conversa sobre temas diversos pertinentes a essa faixa etária, visitas técnicas e, o que mais interessa a esse artigo, apresentações em feiras e eventos de divulgação científica. No segundo semestre de 2018, aconteceu a primeira apresentação pública das meninas do clube de ciências no sarau anual da própria escola. A apresentação foi um sucesso e isso empolgou as participantes a darem continuidade a esse trabalho e realizarem novas apresentações. No final de 2018, uma nova apresentação, na Feira de Projetos da escola, destinada às/aos alunas/os e a seus familiares, foi realizada. A partir disso, vimos a necessidade de começar a realizar as apresentações em espaços externos e, no início de 2019, as meninas realizaram uma apresentação na Feira de Profissões de uma escola particular da cidade de São Paulo. Nas apresentações, as meninas realizam e explicam experimentos químicos, físicos e de lógica para o público, em sua maioria, produzidos com materiais de baixo 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 20 custo. Finalmente, em maio de 2019, as meninas participaram do evento USP Ciência na Comunidade, que, a partir da parceria entre diversos institutos da USP, objetivava atender a um público de aproximadamente duzentas pessoas, entre alunas/os do ensino fundamental e médio, professoras/es da rede pública e pessoas da comunidade. A partir de trabalhos de Paulo Freire, que aborda a importância da educação transformadora, dialógica e problematizadora, e de George Snyders, que faz reflexões sobre a necessidade de uma renovação dos conteúdos culturais escolares e da relação entre prazer e conhecimento, além de outras autoras e autores dos Estudos Culturais e dos Estudos de Gênero, desenvolvemos esse artigo. Utilizamos referenciais da Análise do Discurso para analisar episódios selecionados das atividades em que as meninas do clube de ciências participaram de apresentações públicas de divulgação científica com o objetivo de responder a questão inicialmente colocada. Como resultado, apontamos que o envolvimento das meninas em apresentações e eventos de divulgação científica contribuiu de forma decisiva para o desenvolvimento da autonomia e protagonismo dessas adolescentes. Palavras-chave: Clube de Ciências. Igualdade de Gênero. Adolescência. Fake News e Saúde no Ensino Médio Cesar Augusto Gomes1 Labjor/IEL/Unicamp RESUMO: Esta pesquisa tem como objetivo verificar se e como as escolas do Ensino Médio de Campinas, públicas e privadas, têm preparado o estudante para a leitura crítica da mídia e identificação de fake news, tendo como referencial as informações que circulam sobre Saúde na Internet. Com o advento desta que Lévy (2013) chamou de “a 4ª Revolução da Comunicação Humana”, o cidadão comum passa a ser produtor e distribuidor ativo de conteúdo, a competir com o jornalismo na tarefa de agendar o debate na sociedade e a fabricar consenso (CHOMSKY; HERMAN, 1994). Apesar das inúmeras regulações existentes, tanto no campo da legislação quanto no da engenharia de software, no que tange ao estudo de algoritmos e seu papel no cenário atual, esse protagonismo do cidadão comum tem possibilitado a proliferação de fake news, termo que, neste momento histórico, não dá conta tanto da natureza quanto da escala do problema da desinformação na sociedade (WARDLE; DERAKHSHAN, 2017). Elas têm sido usadas para disseminar e legitimar crenças sobre a eficácia e necessidade das vacinas, em detrimento de fatos científicos, fenômeno denominado de Pós-fato (MANJOO, 2008) ou Pós-verdade (OXFORD, 2016), cuja distorção tem provocado mudanças importantes na percepção da realidade. É necessário salientar que a manipulação da informação factual não surge com o advento da internet, pelo contrário, remonta ao Império Romano, passando pela Revolução Francesa, chegando a influenciar o processo político brasileiro, no ano de 1937, no contexto da implantação do Estado Novo por Getúlio Vargas. O cenário atual inovou na possiblidade de disseminação mais rápida e exponencial desse tipo de informação ou desinformação, cujas consequências se espraiam pela sociedade, causando, por exemplo, recentemente, o retorno de doenças entãoerradicadas, devido a 1 c.agomes161@gmail.com 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 21 movimentos antivacinas que se instalaram nas Redes Sociais Digitais (RSD). No curto prazo, a sociedade se mobiliza criando agências de checagem de informações, as Fact- Checking, legislações punitivas e até algoritmos que tentam identificar conteúdos fabricados para enganar. No médio prazo, especialistas concordam que é preciso aproveitar esse debate como oportunidade de se educar para a leitura crítica da mídia e formar o leitor para identificar e saber lidar com tais deturpações. Nesse sentido, quando se olha para a Educação, os números preocupam: 11,8 milhões de brasileiros, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016), não sabem ler sequer uma frase ou sentença; apenas 8%, segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF, 2016), podem ser considerados proficientes em leitura; apenas 56%, segundo a pesquisa Retratos da Leitura (2016), são leitores assíduos. O próprio poder público admite seu fracasso na implantação de políticas educacionais eficientes, conforme reconheceu o então Secretário da Educação do Estado de São Paulo, Jose Roberto Nalini, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo (2018). Ao responder sobre desempenho nas avalições externas, revelou que “Nós (as escolas estaduais) adestramos crianças. E depois, como avaliamos? Vemos se elas memorizaram esse conteúdo”. Em tempo, convém esclarecer que alfabetização midiática, contudo, não significa simplesmente levar as mídias para a aula. Conforme Caldas (2006: 122) para realizar uma leitura crítica dos meios é preciso “aprender sobre o mundo editado pela mídia, a ler além das suas aparências, a compreender a polifonia presente nos enunciados da narrativa jornalística (...) capacitar professores e alunos para entender os sentidos, o significado do implícito no discurso da imprensa”. Esta pesquisa tem como aparato teórico a Pedagogia da Autonomia, de Paulo Feire (2008), a Educomunicação, de Ismar de Oliveira Soares (2000), a Pedagogia dos Multiletramentos, de Roxane Rojo (2012), a Comunicação Ubíqua, de Lúcia Santaella (2013) e a Midiatização da Cultura e da Sociedade, de Stig Hjarvard (2014) entre outros. Utiliza como metodologia central o método de checagem da International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA) e os princípios estabelecidos pela International Fact-Checking Network (IFCN), bem como os Sete Tipos de Desinformação, da pesquisadora Claire Wardle, do instituto First Draft, ligado à Universidade de Harvard. Investiga, por meio de testes e entrevistas se o aluno do ensino médio das escolas públicas e privadas de Campinas consegue, efetivamente, distinguir um conteúdo factual de um não factual, a partir de sua compreensão sobre as controvérsias que envolvem as vacinas e seus efeitos para a saúde pública. Se e como a escola vem trabalhando a alfabetização midiática e enfrentado o desafio da leitura no ambiente digital. Quer saber qual a visão dos docentes sobre todo esse processo. Pretende contribuir, assim, não só, para apontar possíveis ruídos surgidos na opinião pública com a proliferação das fake news versus informações qualificadas, a partir de evidências científicas, como também, para trazer luz ao debate sobre as formas de produção, de disseminação e de consumo das notícias no mundo atual. Uma reflexão necessária que permita apontar caminhos para transformar as RSD na Ágora Moderna, tornando-as ferramentas da Tecnodemocracia, essenciais na sociedade para a formação de uma cidadania ativa e plena. Palavras-chave: Comunicação. Educação. Leitura Crítica da Mídia. Vacinas. Relação de gênero na escola: uma análise a partir de um clube de ciências exclusivo para meninas 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 22 Gabriela Ferreira da Silva Marcondes1 Universidade De São Paulo RESUMO: Esta pesquisa busca analisar as relações de gênero na escola, através de experiências e relatos de meninas estudantes do ensino fundamental da Escola Municipal Arquiteto Luís Saia localizado na Zona Leste de São Paulo. Estas garotas participam do Clube de Ciência (Puellae in Scientia) organizado por estudantes da Escola de Artes, Ciências e Humanidades - Universidade de São Paulo (EACH – USP), este clube faz parte do projeto Banca da Ciência que tem como um dos seus objetivos popularizar a ciência. Puellae in Scientia, que do latim significa meninas na ciência, é o nome do clube de ciência exclusivamente feminino e que existe há um ano e quatro meses. Esta proposta surgiu após três anos desenvolvendo outros projetos nesta mesma escola, nos quais apenas os meninos participavam, embora fossem projetos mistos. Os projetos sempre tiveram um viés de empoderamento de meninas na ciência, entretanto constatou-se que isso não seria possível se as meninas não participassem do que era proposto. A partir desta experiência foi desenvolvido um clube de ciência apenas para meninas, que teve como finalidade inicial verificar se desse modo elas participariam mais ativamente das atividades. Neste clube são desenvolvidos experimentos científicos, roda de conversas sobre temas escolhidos pelas garotas, jogos lúdicos, apresentação de filmes e músicas que abordam a temática da ciência e da mulher, além de proporcionar ida a museus, universidades, encontros com mulheres cientistas e feiras de ciências apresentadas pelas garotas e promovidas pelo Projeto Banca da Ciência. O resultado deste clube não poderia ser mais positivo. Notamos que as meninas participam muito mais das atividades, compartilham conhecimentos uma com as outras, fortalecem suas relações e demonstram mais interesse pela ciência do que quando estavam em projetos que os meninos participavam. Esta experiência também suscitou diversas discussões entre as meninas sobre a desigualdade de gênero presente na escola, principalmente durante os horários das aulas, nas quais elas se sentem mais inseguras e os meninos se destacam. Segundo as meninas mesmo sabendo das respostas que são perguntadas pelos professores, elas hesitam em responder por conta da presença dos meninos. A partir disso verifica-se a necessidade de entender melhor o motivo das garotas se sentirem mais confiantes quando estão em um projeto exclusivamente feminino e como são suas relações com os meninos na sala de aula. Nota-se também a importância de estudar, compreender e analisar o comportamento das meninas e dos meninos na escola, tendo em vista que a vida escolar é um momento muito importante para se formar opinião, construir identidade e senso crítico, bem como tem influência em muitas escolhas fundamentais, por exemplo, a profissão que querem seguir. Este estudo ancora-se metodologicamente na investigação narrativa a partir das contribuições de Larrosa (1996, 2004) e Connelly e Clandinin (1995). Nesta perspectiva teórica é possível interpretar a narrativa como formações discursivas por meio das quais os sujeitos vão dando sentido aos percursos que são vividos. São utilizados como aporte teórico, os estudos na área da educação não formal dentre os/as autores/as Gohn (2006) e Trilla (2008). A metodologia de verificação das entrevistas centra-se na análise do discurso a partir de Michel Foucault (2008). A pesquisa tem como resultado esperado uma análise dos discursos que são gerados nas atividades e rodas de conversa do clube e também nas entrevistas realizadas com as meninas, com intuito de investigar como a desigualdade de gênero na escola interfere no desempenho 1 gabriela.marcondes@usp.br 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 23 das meninas, nas suas relações e decisões. O presente texto reforça ainda a importância da educação não formal e divulgação científica, da indispensabilidade de se discutir gênero como um ato político e ciência na escola, além disso, ressalta a relevância de existir projetos como este que levantam questões que precisam ser discutidas e estudadas. Palavras-chave: Relação de Gênero. Clube de Ciência. Divulgação Científica. Educação não formal. Mochilando pelas Galáxias: Do que você precisa para viajar pelo Universo? Kaio Gabriel Gameleira da Silva1 Thaís Saboya Teixeira2 Universidade de São Paulo RESUMO: Como discutir sobre o universo de maneira informal com os jovens? Como despertar seu interesse pelo assunto? Como levar – ou mesmo apresentar – a ficção científica para pré-adolescentes? Estes são desafios que buscamos superar neste trabalho. Acreditamos que a ciência precisa ser discutida com os jovens, mas que isso precisa ser feito para além do ambiente de sala de aula, mostrando que a ciência é mais acessível do que possa parecer e que eles podem se apropriar dela. Para isso adotamos algumas estratégias, sendo a primeira valer-nos da ficção científica (FC) como ferramenta, tendo em vista que ela traz histórias com temáticas científicas unidas a reflexões acerca da sociedade, fornecendo um panorama vasto para discussões (PIASSI, 2007). A utilizamos a partir de atividades de Divulgação Científica (DC) buscando levar as histórias de FC e os debates de ciência até os jovens de maneira lúdica e atrativa (ALBAGLI, 1996). Dessa maneira é possível aproxima-los mais das temáticas, propor debates e ainda levar diferentes histórias de ficção científica para que possam conhecer. O trabalho é desenvolvido dentro do Projeto Banca da Ciência, mais especificamente na linha de pesquisa L.U.C.I.A. (Literatura, Utopias e Cenas na Investigação da Arte-Ciência) utiliza- se de leituras para inspirar as atividades, acreditando-se que fornecem o cenário ideal para as mesmas e que é preciso que os jovens se sintam capazes também de apoderarem-se dela. Aqui falaremos de uma atividade inspirada no livro “The Hitchhiker’a Guide to the Galaxy”, de Douglas Adams, que é bastante cômico e costuma atrair a atenção dos participantes. A intervenção foi realizada em um espaço educativo na zona leste de São Paulo e consistia em narrar um pouco da história e logo em seguida realizar um jogo de mímica, com palavras que estão relacionadas ao que foi contado, visto que a dinâmica costuma funcionar bastante com o grupo e ajuda a ‘’quebrar o gelo’’. Vamos descrever um pouco mais sobre a atividade em si, para que no final possamos colocar uma breve análise desse trabalho como um todo. Os participantes foram divididos em grupos e conforme foram acertando as mímicas avançavam na atividade, ganhando alguns pontos. Para a etapa seguinte, foi proposto que cada grupo desenhasse – em uma cartolina – o que levariam caso fossem para uma viagem no espaço, sendo que ficou delimitado a escolha de apenas um objeto para cada integrante, e neste caso também a escolha era de certo modo coletiva, já que deveriam discutir suas estratégias para a sobrevivência no espaço, 1 kaiogabriel@usp.br 2 thais.saboya.teixeira@usp.br 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 24 na etapa final da atividade pediu-se para que os grupos apresentassem suas escolhas uns aos outros, contando um pouco também quais os motivos os levaram a escolha daqueles itens. É possível perceber como as etapas da atividade complementaram-se e geraram caminhos para que diferentes discussões acontecessem, até mesmo fora dos âmbitos previstos. A mímica ajudou a deixá-los um pouco mais à vontade e criar certo vínculo entre os membros do grupo e até os monitores que aplicaram a dinâmica, enquanto os desenhos os estimularam a ir mais a fundo no assunto e, por estarem em grupos, gera troca de ideias entre eles. Foi possível perceber aqueles que sugeriram objetos de fundamental importância para a sobrevivência, como alimentos, oxigênio etc; outros que sugeriram coisas mais relacionadas ao seu próprio cotidiano, que não ficariam sem, como bola, pão (para o café da manhã); e alguns que fizeram relações com outras atividades anteriores que já haviam participado. Também identificar o interesse deles pela temática, surgindo diversas dúvidas sobre o universo e viagens espaciais. Entendemos que as atividades contribuem, então, para despertar o interesse dos jovens sobre as temáticas propostas, ajudando a envolvê-los mais com a ciência e a literatura. Palavras-chave: Divulgação Científica. Ficção Científica. Literatura Juvenil. Banca da Ciência: como um projeto de extensão em divulgação científica se estabelece como plataforma de pesquisa e formação Luís Paulo de Carvalho Piassi1 Universidade de São Paulo Emerson Izidoro dos Santos2 Rui Manoel de Bastos Vieira3 Universidade Federal de São Paulo RESUMO: O projeto "Banca da Ciência" (Piassi, Santos & Vieira, 2015) realiza ações de disseminação científica para o público infantil e juvenil em ambientes educacionais na Macrometrópole Paulista. Dentro de um raio de cerca de 100 km da cidade de São Paulo, a MMP abriga uma população de aproximadamente 33 milhões de habitantes, constituindo o maior aglomerado urbano do continente americano e caracterizado por intensa desigualdade socioeconômica (Haddad, 2009). As ações da Banca da Ciência são geridas por unidades universitárias públicas cujos campi estão localizados em áreas periféricas dessa região e tem como objetivo incentivar o acesso de estudantes de baixa renda a programas universitários de graduação e pós-graduação. A iniciativa centra-se em atividades recreativas baseadas em mídia popular, artefatos e práticas culturais que enfatizam narrativas de fantasia e ficção científica para abordar questões sociais como igualdade de gênero, direitos dos animais, sustentabilidade, etc. Como programa de divulgação científica destinado a abordar questões sociais, a “Banca da Ciência” abre espaço para o ativismo de forma que “reúne diversos grupos, com comprometimentos suficientemente comuns, mas compromissos educacionais e políticos divergentes, de modo a poderem compartilhar e aprender em conjunto como "sujeitos" em vez de "objetos" de processos educativos” (Alsop & Bencze, 2004, p. 8). O desenho de tal 1 lppiassi@usp.br 2 emerson.izidoro@unifesp.br 3 rui.vieira@unifesp.br 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 25 proposta em uma sociedade altamente desigual como o da MMP, pode ser entendido como uma tarefa revolucionária a partir de uma perspectiva freireana (Freire, 2017, p. 93). O projeto “Banca da Ciência” executa ações em diferentes formatos e destinadas a diversos públicos em espaços e configurações específicas. Essas atividades são desenvolvidas e executadas por estudantes de diferentes cursos de graduação como uma formação complementar em divulgação de ciência baseada em ativismo. Os grupos de desenvolvimento de atividades estão constituídos em três diferentes linhas de interesses. A primeira, voltada para Causas Sociais, contém o grupo Dian, que trabalha com em direitos animais e sustentabilidade envolvendo a relação ética com o meio ambiente e outras espécies; e o grupo Emma, que visa incentivar e capacitar a presença, inclusão e valorização das mulheres e minorias na arena da ciência. A segunda linha de interesse, relacionada com Interesses Culturais, possui o grupo Lucia, que adota narrativas ficcionais de fantasia para discutir suas representações,concepções e papéis através da lente de artefatos imaginativos; o grupo Maria, que utiliza artefatos e práticas de brincadeiras, jogos, humor e outros elementos culturais do lúdico, no contexto da ciência; e o grupo Rita, que investiga o ritmo e a cultura musical em suas relações com a ciência, incluindo canções, dança e práticas afins. A terceira linha de interesse estuda como promover C&T Acessível, possui o grupo Annas, que desenvolve experimentos simples e de baixo custo e protótipos científicos com materiais familiares da vida cotidiana; e o grupo Lira, que desenvolve protótipos robóticos, eletrônicos e de programação envolvendo cultura maker e plataformas abertas de hardware e software abertas. Além disso, alguns grupos de trabalho e/ou projetos podem ser combinados: por exemplo, um projeto de Emma-Lucia pode ser criado para discutir questões de gênero na ciência por meio de filmes de ficção científica e romances. O objetivo desse trabalho é realizar um meta-relatório dessas atividades frente aos aspectos de engajamento e ativismo, analisados por meio de depoimentos das mediadoras coletados em entrevistas ou outros processos sistemáticos de gravação de fala. Nesse trabalho, apresentamos cada um dos programas, sua estrutura e consecução em cada uma das universidades participantes (USP, UNIFESP e IFSP) e examinamos os discursos de mediadoras selecionadas desses grupos para identificar parâmetros de compromisso e impacto percebido de seu engajamento no projeto. Pudemos identificar nos projetos o engajamento dos alunos nos processos de comunicação da ciência em espaços formais como escolas e universidades e em espaços sociais para a recepção de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, além de espaços públicos-diversos. A possibilidade de integrar diferentes linhas de pesquisa/interesse permitem uma disseminação da ciência em uma perspectiva interdisciplinar, refletindo a ampla participação de estudantes de diferentes níveis de ensino superior e básico. Além disso, podemos notar que, em alguns casos, unir as linhas de interesse pode resultar em benefícios para as alunas(os) de graduação para além de suas perspectivas acadêmicas, uma vez que alguns deles acabam mudando seus hábitos e atitudes. O programa desempenha também um papel fundamental na integração da comunidade acadêmica com a comunidade local, colaborando com a comunicação científica para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Esse contato, especialmente a partir de uma perspectiva que levanta o debate sobre a desigualdade de gênero na ciência, artes e sociedade em geral é, do nosso ponto de vista, fundamental, especialmente na faixa etária em que trabalhamos. Palavras-chave: Sócio-ativismo. Comunicação pública da ciência. Relação comunidade- universidade. 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 26 Sessão 3 Internet, ciência e fake news: O papel da internet como meio de divulgação científica e no combate às fake news Carlos Eduardo Quintiliano1 Dayane Santos de Gois2 Emerson Ferreira Gomes³ Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - Campus Boituva RESUMO: Esta pesquisa tem como objetivo analisar a capacidade da internet como ferramenta de divulgação científica e seu papel como contrapeso na disseminação das fake news acerca das ciências da natureza. Nota-se que, por meio do desenvolvimento das tecnologias, tais como a internet, decorrente da segunda grande guerra, meios de comunicação como a televisão, rádios e jornais perderam partes significativas de sua força como protagonistas na divulgação de informações. Tal evento se justifica por diversos motivos. A quebra parcial do monopólio dos canais de televisão fez com que o indivíduo receptor tivesse acesso a diversas perspectivas a respeito de um determinado assunto, já que a internet conta com um conjunto infindável de informações que se intensificam todos os dias. Isto é, as redes e mídias sociais on-line despertaram a necessidade de mudanças nas práticas jornalísticas tradicionais, principalmente no que se relaciona ao conceito de imparcialidade (CARVALHO e BELDA, 2017) A metodologia em que assuntos relativos à ciência são abordados é um assunto que faz parte principalmente dos métodos pedagógicos mais progressistas como os de Paulo Freire (2013) e George Snyders (1988), falando a respeito da liberdade na visão educacional e a satisfação de um estudante ao se deparar com abordagens que incluam sua cultura primeira. Ambos são aspectos proporcionados pela internet, seja pela disponibilidade de informações científicas acessíveis a quase todas as classes da sociedade, proporcionando um espaço de críticas e expressões da realidade do indivíduo, seja pelas diversas formas do conteúdo de um conhecimento propostos na rede. Segundo Fayard (1999), é possível perceber que o desconhecimento público acaba por diminuir se levarmos em consideração um atual diálogo entre a ciência e a sociedade, proporcionado pela prática de comunicação atual. A internet, com sua eficiência em relação ao tempo, permite a publicação eletrônica de revistas científicas e por conseguinte permite que os artigos estejam disponíveis imediatamente após aprovação pelos editores. Isso justifica a atenuação do espaço entre o povo e o conhecimento científico. A partir desse diálogo, é notório que a internet dinamizou e disseminou os processos de conhecimento, sejam eles legítimos ou não. Este ponto torna-se fundamental para compreender o processo atual das fake news. Informações com aspectos questionáveis não se deram apenas no século XXI. Tomemos como exemplo a corrida espacial, com a ida do homem à lua no final dos anos 60. Numerosos e insistentes rumores se dispersaram pelo mundo nos quais diziam que a expedição teria sido integralmente gravada em um estúdio secreto e que tudo não passava de uma farsa. Partindo para os dias atuais temos como exemplo o movimento antivacina 1 ce.quintiliano@gmail.com 2 dayanesg.ifsp@gmail.com ³ emersonfg@ifsp.edu.br 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 27 ou terra planista que não possuem uma base científica sólida. Tais manifestações com conceitos equivocados através da internet atingem uma grande massa de pessoas visto que estas argumentações pseudocientíficas se difundem sem risco de afetar o autor, já que na maioria das vezes estes conseguem permanecer no anonimato na web. Nesses e em diversos outros contextos, principalmente no século XXI, emerge o conceito de pós- verdade onde, segundo Luce e colegas (2017), informações sem embasamento científico sólido, acabam por mascarar ou idealizar uma verdade. Estas utilizam como recurso questões emocionais, ideológicas e assuntos controversos para que ganhe destaque nas redes sociais. Esta pesquisa não analisa necessariamente a veracidade dessas informações, refutando-as com base no método científico, mas sim as características que estas possuem de atrair adeptos. Desta forma, analisamos um conjunto de sites que comunicam diversos assuntos relacionados às ciências da natureza, sejam eles reconhecidos ou não pela comunidade científica, e verificar as características que utilizam para sua divulgação observando a capacidade dessas de atingir um número significativo de receptores, tendo como base recursos que já foram citados antes como a forma do conteúdo, sendo esta atrativa para o indivíduo utilizando sua cultura primeira, a maneira com que a informação gera um senso crítico e de liberdade e com isso analisar a capacidade geral da internet de divulgar a ciência e se opor às fake news. Nesse sentido, buscamos compreender de que forma a internet se sucedeu no queé hoje, analisando seu progresso histórico desde o avanço técnico-científico informacional do século XX e apresentar as ferramentas que esta utiliza para atingir a comunicação em massa. Palavras-chave: Divulgação científica. Internet. Fake news. Pós-verdade. Estruturas de rede e dispersão de discurso online: a atuação de grupos políticos digitais brasileiros Maria Cortez Salviano1 Universidade Estadual de Campinas RESUMO: Nos últimos anos, a Internet se tornou peça essencial em debates sobre a participação democrática e a cidadania, devido principalmente às novas relações sociais que possibilita e ao enorme volume de dados e metadados que movimenta - também chamados big data (KITCHIN, 2014). Desde o seu surgimento, o ciberespaço tem sido pauta de declarações as mais apaixonadas sobre as suas potencialidades emancipatórias; alguns autores destacaram, por exemplo, que a sua estrutura descentralizada abriria espaço para uma grande liberdade individual e para ações políticas inovadoras, longe de um Estado “opressor” (BARLOW, 1996). No entanto, observa-se que o ciberespaço é o lugar por excelência de um novo tipo de poder, que se manifesta não mais via disciplina (FOUCAULT, 1975), mas pelo controle (DELEUZE, 1992). Neste cenário, o poder passa a agir principalmente no espaço aberto, modulando escolhas, fluxos, indivíduos. Uma ação totalmente imprevisível torna-se cada vez mais difícil nesta estrutura, visto que qualquer movimento é passível de gerar dados e, portanto, ser monitorado. Porém, compreender (mesmo que superficialmente) a lógica deste ambiente altamente conectado e saber se movimentar nele podem ser consideradas ferramentas políticas essenciais atualmente, visto que permitem um posicionamento menos passivo em um espaço 1 maria.salviano@gmail.com 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 28 controlável e um lugar de relativa influência nos debates na esfera pública. Isto é ainda mais relevante diante do surgimento de uma opinião pública digital, que tem afetado fortemente os espaços tradicionais da atividade política – sendo a eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência o caso mais significativo no Brasil nos últimos anos. Além deste exemplo, uma série de movimentos políticos que se declaram apartidários tem tido grande influência no debate digital, com destaque para os grupos que divulgam ideias associadas à direita ou à extrema direita e que se utilizam de argumentações simplistas e mensagens espetaculares (muitas das quais comprovadamente falsas) para influenciar a opinião pública. Longe de uma visão utópica que destacaria a essência emancipadora da Internet, este trabalho pretende analisar as formas pós-modernas como os indivíduos se relacionam com as esferas tradicionais da política e as possibilidades de ação política computacional. Para tanto, propõe um estudo do modo pelo qual grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL) mobilizam seus afetos em ambientes digitais e sugere pensar em uma aliança entre estrutura reticular e conteúdo semântico, olhando simultaneamente para o discurso utilizado por tais movimentos e para a estrutura em rede que permite a ampla difusão de suas ideias. Como objeto de estudo, a pesquisa buscará analisar as publicações em redes sociais com maior dispersão sobre a reforma da Previdência feitas pelo MBL entre abril e maio de 2019, observando que elementos do discurso conseguiram maior adesão da opinião pública digital e de que forma as mensagens circularam pela rede de apoio do grupo e a impactaram. A proposta de reforma que está sendo discutida no Congresso é amplamente defendida pelo MBL, seja online, com várias publicações a seu favor em seus perfis oficiais nas redes sociais e em seu site, seja nas ruas, com uma série de atos em prol de sua aprovação em muitas cidades brasileiras. Outros movimentos políticos similares, como o Vem Pra Rua, também são favoráveis à reforma da Previdência; juntos, tais grupos tentam gerar um discurso positivo a respeito da proposta em ambientes digitais, desqualificando as críticas a ela (afirmando que se tratariam de fake news, por exemplo) ou exaltando supostos benefícios que a medida poderia trazer ao país. É importante notar, porém, que a proposta de reforma da Previdência que tramita no Congresso deverá demorar alguns meses para ser efetivamente negada ou aprovada – portanto, é provável que ainda não haja um “desfecho” para este embate de narrativas políticas até a data em que este trabalho seja apresentado no Encontro de Divulgação de Ciência e Cultura. No entanto, mais do que comentar ou prever os fins, a pesquisa pretende analisar os meios pelos quais a propaganda política computacional é feita atualmente, atentando para os contextos em que esta emerge. Palavras-chave: Sociedades de controle. Redes sociais. Política. Big Data. Ativismo digital. Vigilância e monitoramento na era da Internet das Coisas: um olhar sobre o “paradoxo da privacidade” Quézia Salles Cabral Viana1 Guilherme Cavalcante Silva2 Universidade Estadual de Campinas 1 queziasalles@outlook.com 2 guilhermecavalcantesilva@outlook.com 6º ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE CIÊNCIA E CULTURA 05-06 DE JUNHO DE 2019 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 29 RESUMO: As revelações de Edward Snowden a respeito das práticas de vigilância operadas pelo governo americano e o recente caso da Cambridge Analytica, empresa pivô no escândalo do Facebook, despertam o olhar crítico sobre as formas e consequências do monitoramento vigente na sociedade contemporânea (LYON, 2015). Além disso, com a crescente emergência dos objetos conectados e do Big Data, a diversidade e a quantidade de dados pessoais provenientes de todas as fontes possíveis ganham nova proporção. Pesquisas apontam que o Brasil pode ter 100 milhões de objetos conectados até 2025, o que implica em um acúmulo de dados e formas de vigilância cada vez mais amplas, afinal os objetos conectados vão desde eletrodomésticos e carros a roupas, sapatos e acessórios (MAGRANI, 2018). Ao mesmo tempo em que as problemáticas acerca das dinâmicas de monitoramento são trazidas a lume e preocupam parte dos usuários, é interessante notar, todavia, que pouco tem sido feito em um senso individual com relação à proteção dos dados pessoais, em um fenômeno recentemente nomeado de “paradoxo da privacidade” (BARTH; DE JONG, 2017). Tendo isso em vista, este trabalho busca discutir questões de vigilância e monitoramento na era da Internet das Coisas, em relação ao paradoxo da privacidade, tendo como recorte um grupo de estudantes universitários do Centro Universitário Adventista de São Paulo, campus Engenheiro Coelho. Em levantamento bibliográfico prévio, se constatou que tal grupo se encontra em evidência no emergir de tal paradoxo (BARNES, 2006; KOLOKAKIS, 2015). Com isso, a pesquisa procura tratar das seguintes questões: como estudantes universitários reagem às questões de vigilância e monitoramento que a crescente emergência de objetos conectados suscita? Está a maioria dos alunos preocupada com a privacidade a ponto de adotar medidas necessárias para resguardá-la? Em que proporção o paradoxo da privacidade está presente em suas rotinas? Para caminhar neste sentido, é preciso entender primeiramente quais as relações entre as práticas de vigilância na era da Internet das Coisas. Tudo indica que as formas de monitoramento estão intrinsecamente entrelaçadas às formas de poder, controle e manipulação (FOUCAULT, 2013). Entretanto, é necessário entender ainda até que ponto as práticas de vigilância interferem na liberdade dos universitários, e de que forma isso pode ser analisado a partir da perspectiva das relações de poder, uma
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