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Perícia Criminal I

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
Perícia criminal i
Prof.ª Ana Paula Tabosa Dos Santos Sanches
Prof.ª Clarice Klann
Prof.ª Fabiane Brião Vaz
Prof.ª Sandra Mara Sanches Franco
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.ª Ana Paula Tabosa Dos Santos Sanches
Prof.ª Clarice Klann
Prof.ª Fabiane Brião Vaz
Prof.ª Sandra Mara Sanches Franco
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
S211p
 Sanches, Ana Paula Tabosa dos Santos
 Perícia criminal I. / Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches; Cla-
rice Klann; Fabiane Brião Vaz; Sandra Mara Sanches Franco. – Indaial: UNIAS-
SELVI, 2020.
 169 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-086-1
1. Investigação forense. – Brasil. 2. Perícia criminal. – Brasil. I. Sanches, 
Ana Paula Tabosa dos Santos. II. Klann, Clarice. III. Vaz, Fabiane Brião. IV. Fran-
co, Sandra Mara Sanches. V. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 340
III
aPresentação
Prezado acadêmico do curso de Investigação Forense e Perícia Crimi-
nal (IPC), seja bem-vindo a esta disciplina! Aqui, trataremos sobre as ques-
tões inerentes à Perícia Criminal.
Na Unidade 1, trabalharemos as nuances relativas à perícia criminal 
e análise de vestígios, debatendo, primeiramente, a questão dos crimes e da 
classificação das infrações penais, perpassando por um debate em torno da 
perícia criminal, dos procedimentos periciais, procedimento pericial no local 
do crime, laudo pericial e parecer técnico, vestígios, indícios e evidências, 
como também refletiremos sobre as técnicas de coletas de evidências, a aná-
lise e formalização de evidências e as espécies de técnicas de coletas. 
Além disso, aprofundaremos o conhecimento acerca dos locais de cri-
me, oferendo subsídios para compreender os tipos, preservação, técnicas de 
descrição e identificação dos locais de crime.
Ampliaremos a sua percepção no que tange a dinâmica do crime con-
tra a pessoa e do crime contra a vida, discorrendo sobre o corpo de delito, os 
exames periciais e a identificação por DNA.
Na Unidade 2, demostraremos os conceitos e fundamentos basilares 
para a perícia criminal, em que realizaremos uma introdução ao estudo da 
Medicina Legal, perpassando por uma breve etapa histórica e seus concei-
tos e características, como também desenvolveremos uma reflexão relativa à 
Identificação médico-legal e criminal.
Proporcionaremos, ainda, um estudo sobre a Identificação dos tipos 
criminais, como as Lesões corporais leves, graves e gravíssimas, homicídios, 
suicídios e acidentes, como também os crimes sexuais.
Elucidaremos, ainda, as questões pertinentes à Toxicocinética e à Toxi-
codinâmica, apresentando os seus conceitos e as suas características. Estudare-
mos as nuances relativas à Toxicocinética, tais como a absorção, a distribuição, 
a transformação, a eliminação e a excreção de agentes tóxicos. E, à Toxicodi-
nâmica, tais como o meio de desenvolvimentos da ação tóxica, o alvo toxico-
lógico, os efeitos estocásticos e determinísticos da ação de substâncias tóxicas.
Na Unidade 3, desenvolveremos uma discussão em torno das subs-
tâncias tóxicas, laudos e suas respectivas legislações, refletindo sobre os prin-
cipais grupos de substâncias tóxicas, as drogas recreativas lícitas e ilícitas, 
como também discorreremos sobre a questão do domissanitários, agentes 
cáusticos e medicamentos.
IV
Realizaremos uma introdução aos princípios de toxicologia analítica, 
abordando o conceito de toxicologia, estudando os indicadores de dose inter-
na, os efeitos e sua validade científica e jurídica.
Compreenderemos também a questão da produção do laudo toxico-
lógico, refletindo sobre os agentes interferentes na produção do laudo toxi-
cológico e a elaboração de laudos.
Por fim, destacaremos a questão da aplicação da química, farmacolo-
gia e toxicologia na elucidação e materialização de crimes e suas respectivas 
legislações, buscando oferecer subsídios para a sua compreensão relativa ao 
uso da farmacologia, da química e da toxicologia na elucidação de crimes de 
tráfico de entorpecentes, nos crimes de falsificação e nos crimes de agrotóxi-
cos, medicamentos, bebidas e adulteração de combustíveis.
Pronto para começar a estudar sobre este tão importante segmento de 
perícia criminal moderna? Então vamos começar, bons estudos!
Prof.ª Ana Paula Tabosa Dos Santos Sanches
Prof.ª Clarice Klann
Prof.ª Fabiane Brião Vaz
Prof.ª Sandra Mara Sanches Franco
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para 
diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apre-
sentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em 
questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institu-
cionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar 
seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de De-
sempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
VI
VII
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
VIII
UNIDADE – PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE DE VESTÍGIOS...................................................1
TÓPICO 1 – PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE DE VESTÍGIOS ...................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 CRIME .......................................................................................................................................................3
2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS .............................................................................4
3 PERÍCIA CRIMINAL .............................................................................................................................5
3.1 PROCEDIMENTOS PERICIAIS .......................................................................................................8
3.2 PROCEDIMENTO PERICIAL NO LOCAL DO CRIME ..............................................................9
3.3 LAUDO PERICIAL E PARECER TÉCNICO ................................................................................11
4 VESTÍGIOS ............................................................................................................................................14
4.1 INDÍCIOS E EVIDÊNCIAS.............................................................................................................175 TÉCNICAS DE COLETAS DE EVIDÊNCIAS.................................................................................19
5.1 ANÁLISE E FORMALIZAÇÃO DE AVIDÊNCIAS ....................................................................19
5.2 ESPÉCIES DE TÉCNICAS DE COLETAS.....................................................................................20
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................26
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................27
TÓPICO 2 – PRESERVAÇÃO DE LOCAIS DO CRIME ..................................................................29
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................29
2 LOCAL DO CRIME ..............................................................................................................................29
2.2 TÉCNICAS DE DESCRIÇÃO DE LOCAIS DE CRIME ..............................................................31
3 IDENTIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME ....................................................................................33
3.1 TIPOS DE LOCAIS DE CRIME ......................................................................................................34
4 PRESERVAÇÃO DOS LOCAIS DE CRIME ....................................................................................39
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................46
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................47
TÓPICO 3 – DINÂMICA DO CRIME CONTRA A PESSOA .........................................................49
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................49
2 CRIMES CONTRA A PESSOA ..........................................................................................................49
2.1 DINÂMICA DO CRIME CONTRA A VIDA ...............................................................................52
3 DO CORPO DE DELITO ....................................................................................................................54
3.1 DOS EXAMES PERICIAIS ..............................................................................................................56
4 IDENTIFICAÇÃO POR DNA ............................................................................................................60
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................63
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................67
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................68
UNIDADE 2 – CONCEITOS E FUNDAMENTOS BASILARES PARA 
 A PERÍCIA CRIMINAL ...............................................................................................69
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA LEGAL ..........................................71
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................71
sumário
IX
2 BREVE HISTÓRICO DA MEDICINA LEGAL ...............................................................................71
3 CONCEITOS DE MEDICINA LEGAL .............................................................................................75
4 IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL E CRIMINAL .....................................................................77
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................85
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................86
TÓPICO 2 – TANATOLOGIA FORENSE E IDENTIFICAÇÃO DE TIPO CRIMINAL ............89
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................89
2 LESÕES CORPORAIS LEVES, GRAVES E GRAVÍSSIMAS.......................................................90
3 HOMICÍDIOS, SUICÍDIOS E ACIDENTES ..................................................................................92
4 CRIMES SEXUAIS ................................................................................................................................93
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................98
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................99
TÓPICO 3 – TOXICOCINÉTICA E TOXICODINÂMICA ............................................................101
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................101
2 CONCEITOS ........................................................................................................................................102
3 TOXICOCINÉTICA – ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, TRANSFORMAÇÃO, 
 ELIMINAÇÃO E EXCREÇÃO DE AGENTES TÓXICOS ..........................................................103
4 TOXICODINÂMICA: MEIO DE DESENVOLVIMENTOS DA AÇÃO TÓXICA, ALVO 
 TOXICOLÓGICO, EFEITOS ESTOCÁSTICOS E DETERMINÍSTICO DA AÇÃO DE 
 SUBSTÂNCIAS TÓXICAS ...............................................................................................................104
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................105
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................110
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................111
UNIDADE 3 – TOXICOLOGIA E LAUDOS: CONCEITOS FUNDAMENTAIS ......................113
TÓPICO 1 – PRINCIPAIS GRUPOS DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS .........................................115
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................115
2 DROGAS RECREATIVAS LÍCITAS E ILÍCITAS .........................................................................115
2.1 CIGARRO ........................................................................................................................................116
2.2 ANSIOLÍTICOS ..............................................................................................................................116
2.3 ANFETAMINAS.............................................................................................................................116
2.4 ÁLCOOL .........................................................................................................................................117
3 DOMISSANITÁRIO .........................................................................................................................117
4 AGENTES CÁUSTICOS....................................................................................................................120
5 MEDICAMENTOS E TOXICOLOGIA ..........................................................................................123
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................129
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................130TÓPICO 2 – INTRODUÇÃO AOS PRINCÍPIOS DE TOXICOLOGIA ANALÍTICA .............131
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................131
2 CONCEITO DE TOXICOLOGIA ....................................................................................................131
3 DEFINIÇÕES E TERMOS TOXICOLÓGICOS ...........................................................................133
4 ASPECTOS QUE DETERMINAM A FINALIDADE DA TOXICOLOGIA ............................136
5 SEGURANÇA COMO CONCEITO ................................................................................................137
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................144
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................146
X
TÓPICO 3 – LAUDO TOXICOLÓGICO E APLICAÇÃO DA QUÍMICA, FARMACOLOGIA 
 E TOXICOLOGIA NA ELUCIDAÇÃO E MATERIALIZAÇÃO DE CRIMES ...147
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................147
2 CONCEITO E FINALIDADE DO LAUDO TOXICOLÓGICO .................................................147
3 O USO DA FARMACOLOGIA, DA QUÍMICA E DA TOXICOLOGIA NA ELUCIDAÇÃO 
 DE CRIMES: UMA INTRODUÇÃO ..............................................................................................152
4 O USO DA FARMACOLOGIA, DA QUÍMICA E DA TOXICOLOGIA NO CRIME DE 
 TRÁFICO DE ENTORPECENTES ..................................................................................................156
5 O USO DA FARMACOLOGIA, DA QUÍMICA E DA TOXICOLOGIA NOS CRIMES 
 DE FALSIFICAÇÃO, DE AGROTÓXICOS, DE ADULTERAÇÃO DE MEDICAMENTOS, 
 BEBIDAS E COMBUSTÍVEIS ..........................................................................................................158
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................161
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................164
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................165
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................166
1
UNIDADE 1
PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
DE VESTÍGIOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• relembrar o conceito de crime pelas teorias tradicional e finalista, assim 
como recapitular a classificação das infrações penais;
• conhecer importantes conceitos atinentes à perícia criminal, bem como 
entender como é desenvolvido o trabalho pericial na cena do crime;
• identificar os diferentes procedimentos periciais, de acordo com as pecu-
liaridades de cada ocorrência, compreendendo, dessa maneira, como se 
dá a elaboração do respectivo laudo;
• analisar a diversidade de vestígios, sabendo distingui-los das evidências 
e indícios;
• apreciar as diversas técnicas de coleta de evidências.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE DE VESTÍGIOS
TÓPICO 2 – PRESERVAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME
TÓPICO 3 – DINÂMICA DE UM CRIME CONTRA PESSOAS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorve-
rá melhor as informações.
CHAMADACHAMADA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE DE VESTÍGIOS
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, procuramos reunir neste livro didático alguns temas re-
levantes da Perícia Criminal, transmitindo, através de uma linguagem acessível 
e fartas ilustrações, conceitos e conhecimentos fundamentais no âmbito de uma 
investigação pericial.
Antes de desenvolvermos o tema central, proposto neste livro, temos que 
conhecer previamente alguns conceitos fundamentais para o bom entendimento 
do assunto objeto de nosso estudo, ou seja, a Perícia Criminal.
Nesse liame, apresentaremos o conceito de crime, bem como sua classifica-
ção em crimes formais e materiais, estes últimos essenciais para os nossos estudos.
Da mesma forma, conheceremos os agentes responsáveis pelas perícias, 
ou seja, os peritos criminais, que a par de conhecimentos técnicos e científicos 
auxiliam no esclarecimento de crimes praticados.
Ao avançarmos nos estudos, observaremos que existem diferentes proce-
dimentos periciais, com a aplicação de modernas e eficientes técnicas, a depender 
do crime praticado e da dinâmica desenvolvida no inter criminis.
 
Por fim, e não menos importante, aprenderemos que, para a produção 
da maioria dos laudos periciais é preciso, antes de qualquer coisa, que o local de 
crime seja analisado, com a realização da coleta de todos os vestígios necessários, 
que, posteriormente, são submetidos a análises. 
Não temos a pretensão de esgotar o assunto referente à perícia criminal, 
mas apresentar uma visão panorâmica desta emocionante área, para que você, 
acadêmico, possa tirar o máximo proveito de seus estudos. Bons estudos!
2 CRIME
O conceito de crime é fundamental para o início de nossos estudos. A dou-
trina conceitua o crime sob dois aspectos: o formal e o substancial. Sob o aspecto 
formal, crime é o fato individual que viola a conduta definida em lei como crime. 
Pelo aspecto substancial, crime é a conduta que molesta ou expõe a perigo um bem 
jurídico. Aqui considera-se a conduta prevista pela Lei Penal, e a ofensa ao bem jurí-
dico protegido pela norma.
UNIDADE 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
4
Analiticamente, podemos conceituar o crime, segundo as teorias tradi-
cional e finalista, nos quais são considerados os elementos do crime. Podemos 
compreender melhor o conceito observando a imagem a seguir: 
FIGURA 1 – CONCEITO DE CRIME
FONTE: As autoras
Dos conceitos expostos temos que, para a caracterização de crime, a con-
duta praticada pelo indivíduo deve ajustar-se a um fato descrito na lei como cri-
me, contrariando o ordenamento jurídico. 
Por fim, temos que observar que, além de contrariar o ordenamento jurídico, 
para que incida a pena sobre o autor em razão da transgressão, é necessário que o 
indivíduo tenha capacidade de entendimento e determinação na ocasião da prática.
Agora que já conhecemos o conceito de crime, estudaremos a classificação 
das infrações penais.
2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS
Acadêmico, não vamos esgotar o estudo das classificações, pois esse não é ob-
jetivo deste livro, porém, apresentaremos de forma esquematizada as principais ca-
racterísticas de cada espécie de infração. Vejamos, a seguir, a classificação dos crimes:
• Crime instantâneo: completo quando se verifica o resultado.
• Crime permanente: a consumação se prolonga com o tempo, a depender da 
ação do agente infrator.
TÓPICO 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE DE VESTÍGIOS
5
• Crime continuado: quando o sujeito ativo, mediante mais de uma ação ou omis-
são, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, e pelas condições de tempo, 
lugar, devem os subsequentes ser havidos como continuação dos primeiros.
• Crime progressivo: o sujeito ativo para realizar um delito mais grave, pratica 
outro menos grave, no qual o delito mais grave contém o menos grave.
• Crime material: o tipo penal contém ação e resultado. Atinge a consumação 
quando sobrevém resultado de natureza material.
• Crime formal: é consumado apenas com a ação do sujeito ativo, independente 
do resultado.
• Crime de dano: está consumado com o advento da efetiva lesão ao bem jurídico tutelado.
• Crime de perigo: está consumado apenas com a possibilidade de dano.
• Crime consumado:plena realização do tipo.
• Crime tentado: iniciada a execução, o delito não se consuma por circunstâncias 
alheias à vontade do agente.
• Crime doloso: o agente quis o resultado e assumiu o risco de produzi-lo.
• Crime culposo: praticado em razão de imprudência, negligência ou imperícia.
 
Como se depreende anteriormente, apresentamos de forma sintética a 
classificação dos delitos, numa abordagem concisa de definições. Cumpre notar 
que existem vários outros tipos de crimes, que, por questão didática, aqui não 
foram mencionados. Entre eles, podemos citar os crimes preterdolosos, omissivos 
próprios e omissivos impróprios, entre outros.
DICAS
Caro acadêmico, aprofunde seus estudos sobre a classificação dos delitos, 
acompanhando as seguintes obras: 
- CAPEZ, F. Curso de direito penal. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
- JESUS, D. E. de. Direito penal: parte geral. 31. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
 
Encerrada a apresentação do crime, seus elementos e sua classificação, dare-
mos início ao estudo dos delitos que, de fato, integram o campo da perícia criminal.
3 PERÍCIA CRIMINAL
A Perícia Criminal faz parte do título das provas do Código de Processo 
Penal. Através dessa atividade realizada por profissionais habilitados, os peritos, 
é emitido o parecer técnico, devidamente fundamentado, de valor científico. Para 
ficar mais claro, veja na figura a seguir o conceito de Perícia Criminal: 
 
UNIDADE 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
6
FIGURA 2 – CONCEITO DE PERÍCIA CRIMINAL
FONTE: Adaptado de <https://www.apcf.org.br/pericia-criminal/pericia-criminal>. Acesso em: 4 abr. 2020.
Temos, então, que, na perícia, são aplicados os conhecimentos técnicos 
científicos, por profissionais altamente capacitados, que após exames detalhados 
nas cenas de crimes, elaborarão laudos periciais, objetivando auxiliar a justiça na 
elucidação de delitos.
Antes de prosseguirmos, temos que apresentar conceito de perito, afinal, 
são eles os responsáveis para elaboração dos laudos e pareceres técnicos concer-
nentes aos fatos criminais.
Podemos entender por peritos o profissional que, através de observações e 
técnicas, e valendo-se, muitas vezes, de equipamentos e até de deduções pessoais, 
observa de forma minuciosa o objeto, pessoal e local para, então, emitir o parecer, 
ou laudo pericial que servirá de auxílio para a elucidação do fato criminoso.
Com a Lei n° 12.030 sancionada em 17 de setembro de 2009, passou-se a pre-
ver, em nível federal, que: no exercício da atividade de perícia oficial de natureza criminal, é 
assegurado autonomia técnica, científica e funcional, exigido concurso público, com forma-
ção acadêmica específica, para o provimento do cargo de perito oficial (art. 2º). É o que nos 
ensina Fauzi Hassan Choukr, Pós-Doutor pela Universidade de Coimbra (CHOUKR, 2014).
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE DE VESTÍGIOS
7
Nesse contexto, observe na imagem seguinte o conceito detalhado de pe-
rito criminal.
FIGURA 3 – CONCEITO DE PERITO CRIMINAL
FONTE: Adaptado de <https://www.apcf.org.br/pericia-criminal/pericia-criminal>. Acesso em: 4 
abr. 2020.
Oportuno esclarecer que os peritos criminais desempenham importante 
função na elucidação de crimes, pois através de conhecimentos técnicos e cientí-
ficos são responsáveis por:
• Elaborar laudo pericial.
• Organizar provas.
• Determinar as causas do fato.
• Reconstruir fatos.
• Examinar locais de crimes.
• Buscar evidências.
• Selecionar e coletar indícios de materiais.
• Analisar materiais, documentos e vestígios relacionados a crimes.
• Fotografar e identificar as peças e materiais definindo o tipo de exame que deve 
ser aplicado.
Resta agora uma pergunta: como os peritos desempenham seu ofício? É o 
que abordaremos na sequência. 
UNIDADE 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
8
3.1 PROCEDIMENTOS PERICIAIS
 
Sabemos que no exercício da atividade de Perícia Criminal são utilizadas 
técnicas, aplicados os conhecimentos científicos precisos, enfim, são utilizadas 
metodologias objetivas por parte dos profissionais de perícia.
Cabe ao perito possuir aptidão de implicar e realizar os meios mais ade-
quados e melhor indicados para a realização das perícias criminais, para então 
apurar as condições em que os crimes aconteceram.
Podemos verificar a atuação dos peritos de duas formas distintas, a de-
pender das circunstâncias da investigação: crimes que exijam perícia em local, e 
os que não abarquem o exame em local de crime.
Para ficar mais claro, veja o detalhamento do assunto na imagem:
FIGURA 4 – ATUAÇÃO DOS PERITOS
FONTE: As autoras
Nos crimes que necessitam que o perito se apresente ao local para levan-
tar vestígios materiais do crime ou apenas levantamento do local, o perito se faz 
presente e utiliza técnicas e conhecimentos para coletar as evidências deixadas 
durante o Inter criminis.
Quanto aos crimes em que a perícia é requisitada, o perito tem em mãos 
apenas o corpo de delito e a solicitação de exames. Por exemplo, na balística, no 
qual há a arma a ser examinada e possíveis projeteis. Como segundo exemplo 
temos o cadáver encaminhado ao IML para a realização de exames cadavéricos.
É grande a quantidade de procedimentos de perícias a serem apresenta-
dos, então, para não tornar a matéria exaustiva, com termos técnicos, optamos 
por detalhar as principais atividades dos peritos, citando também outros proce-
dimentos que se destacam na seara criminalística.
TÓPICO 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE DE VESTÍGIOS
9
3.2 PROCEDIMENTO PERICIAL NO LOCAL DO CRIME
Não especificaremos o crime a ser periciado, mas colocaremos de uma forma 
prática os processos que os peritos desenvolvem de uma forma ampla sempre que 
acionados para analisar o local do crime em busca de provas, vestígios e evidências.
A partir do momento em que o perito é acionado, inicia-se de forma rápi-
da as atividades dos profissionais, que, de acordo com Oliveira (2008), são desen-
volvidas geralmente através das seguintes ações:
• Atuação inicial e informações preliminares: o perito deve obter o máximo de 
informações acerca da ocorrência antes de se deslocar ao local do crime. Em 
geral, contata-se o órgão ou a repartição em que se deu o fato criminoso.
• Separação de materiais e equipamentos necessários para exames: a equipe 
pericial deve procurar se informar sobre o local do crime e o tipo de perícia que 
será desenvolvida, para então selecionar o material e os equipamentos neces-
sários para a devida coleta de evidências.
• Assumir o local: o perito designado deve esclarecer aos policiais que se encontram 
na cena do crime de que o local está sob o controle da perícia. Importante nessa fase 
manter a segurança e preservação do local, havendo a necessidade de cooperação 
da polícia para tanto. Importante, nessa fase, é avaliar o perímetro de isolamento en-
contrado, notando se há necessidade de ampliação ou redução da área demarcada.
• Entrevistar testemunhas: essas entrevistas devem ser feitas com eventuais tes-
temunhas ou pessoas que estavam presentes na cena do crime, bem como com 
policiais que atenderam à ocorrência antes da chegada dos peritos. Apenas as 
informações obtidas que estejam em consonância com as provas materiais ser-
virão de orientação para a reconstrução da execução da ocorrência.
• Busca no Local: a busca no local deve ser minuciosa em busca de evidências, 
para tanto, o perito deve se valer de técnicas e métodos, como demarcação 
da área, descrição de vestígios, fotografias, impressões digitais. A metodologia 
adota pelo perito dependerá do crime cometido.
• Reconstituição dos fatos: através de uma análise das informações, dados e materiais 
obtidos, procura-se reconstruir a ocorrência. Muitas vezes, os peritos se valem de expe-
riência profissional e dos métodos indutivos lógicos para recrias a dinâmica do crime.
• Reunião final e liberação do local: antecedendo o encerramento dos trabalhos, 
essa reunião deve contar com todos os membros da equipe pericial, buscando 
disponibilizar a todos, de forma ordenada,as informações obtidas no decorrer 
do trabalho investigativo. Nessa fase, é feito um estudo para se verificar se 
todos os procedimentos necessários foram realizados, se as evidências e vestí-
gios foram devidamente registrados. Enfim, verifica-se se os trabalhos no local 
esgotaram todas as possibilidades de busca de evidências, para a possibilidade 
formalização da perícia e liberação do local.
Coletadas todas as informações necessárias, realizados os últimos exames, 
e convencionado pela equipe técnica que todos os dados necessários e possíveis 
foram extraídos do local do crime, será o momento da elaboração do laudo. 
UNIDADE 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
10
Antes de prosseguirmos, listaremos os procedimentos periciais que se 
destacam, considerando as diferentes ocorrências e o alto grau de incidência dos 
crimes para os quais o trabalho da perícia é acionado. 
Podemos visualizar, a seguir, os métodos operacionais adotados pelos pe-
ritos nas diferentes ocorrências criminais.
FIGURA 5 – PROCEDIMENTOS PERICIAIS
TÓPICO 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE DE VESTÍGIOS
11
FONTE: Adaptado de Brasil (2013)
Temos então que, para cada espécie de ocorrência, são utilizadas técnicas 
e adotados procedimentos diversos na análise, exame e coleta de vestígios.
Por fim, consideradas todas as circunstâncias envolvidas no fato investi-
gado, colhidas as evidências, escolhido o procedimento técnico a ser adotado na 
situação delituosa, é chegado o momento da elaboração do laudo pericial, como 
resultado do conhecimento técnico que o perito pode extrair da investigação.
3.3 LAUDO PERICIAL E PARECER TÉCNICO
 
Podemos entender por laudo pericial um documento técnico, elaborado 
pelos peritos que, após realização de vistorias e concretização de exames, forma-
liza sua convicção de perito de como foi a dinâmica da ocorrência.
De acordo com Nucci (2020), laudo pericial é a conclusão a que chegaram 
os peritos, exposta na forma escrita, devidamente fundamentada, constando to-
das as observações pertinentes ao que foi verificado e contendo as respostas aos 
quesitos formulados pelas partes.
UNIDADE 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
12
No entendimento de Mendroni (2015), as perícias técnicas são cada vez 
mais importantes no âmbito do processo penal, que progride e evolui na esteira 
do desenvolvimento das ciências. Exames de DNA, laudos diversos de confron-
tações de materiais, de análises químicas, análises diversas realizadas com pro-
gramas de computadores, servem de suporte à constatação de fatos que se rela-
cionam, direta ou indiretamente, com o fato ou os fatos a serem demonstrados.
Não podemos prosseguir nos estudos sem apresentarmos o laudo na sis-
temática do Código de Processo Penal, o qual, deve ser realizado por um perito 
oficial ou dois peritos nomeados (LOPES JUNIOR, 2018).
Nesse sentido, é preciso conhecer o que dispõe o artigo 159 do Código de 
Processo Penal:
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados 
por perito oficial, portador de diploma de curso superior. 
§ 1° Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) 
pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferen-
cialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica 
relacionada com a natureza do exame [...] (BRASIL, 1941, s.p.).
 
Lopes Junior (2018) aborda que o perito oficial ou os dois peritos nomea-
dos deverão ter acesso ao lugar ou objeto a ser periciado e, no prazo máximo de 
dez dias (podendo haver prorrogação em casos excepcionais – art. 160, parágrafo 
único, do CPP), deverão apresentar um laudo minucioso sobre o examinado, bem 
como responderão os eventuais quesitos (perguntas) que lhes forem feitos pelo 
juiz, MP ou querelante, assistente da acusação e defesa.
Como se observa, o Código de Processo Penal não traz uma definição exata 
do que seja Laudo Pericial. No entanto, podemos extrair a definição do Código de 
Processo Civil, que, em seu artigo 473 e parágrafos, traz os requisitos necessários para 
o laudo válido. Vejamos na figura seguinte o que menciona esse dispositivo legal:
FIGURA 6 – ESTRUTURAÇÃO DO LAUDO PERICIAL
FONTE: Adaptado de Brasil (2015)
TÓPICO 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE DE VESTÍGIOS
13
Acrescenta o artigo em seus parágrafos seguintes que, no laudo, o perito 
deve apresentar sua fundamentação em linguagem simples e com coerência ló-
gica, indicando como alcançou suas conclusões, sendo vedado ao perito emitir 
opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia.
Para melhor visualizar a estrutura de um laudo pericial vamos separá-lo 
em quatro partes, como exposto na figura seguinte:
FIGURA 7 – ELABORAÇÃO DO LAUDO
FONTE: As autoras
Como se observa, o laudo pericial é organizado, seguindo uma sequência 
lógica, para facilitar o entendimento e abordar todas as fases necessárias para a 
correta apuração dos fatos e chegar a uma conclusão plausível e fundamentada.
Nesse sentido, é permitido ao perito instruir o laudo com planilhas, ma-
pas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao esclareci-
mento do objeto da perícia.
Por fim, resta-nos esclarecer que, quanto à perícia, é permitida às partes 
durante o curso do processo indicar assistentes técnicos, que poderão apresentar 
pareceres. De onde depreende-se que os assistentes técnicos atuarão em ocasião 
posterior à elaboração do laudo pericial, e desde que admitidos pelo juiz.
Cumpre deixar claro que, tanto o assistente técnico ao emitir o parecer, 
como o perito ao elaborar o laudo, são possuidores de conhecimento técnico e 
científico, no entanto, o que os diferencia é a dispensa para o dever de imparcia-
lidade, esta não exigida para os assistentes.
UNIDADE 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
14
Para complementar os estudos acerca da atuação dos assistentes técnicos e da 
elaboração de pareceres, leiam os artigos 156, § 5º e artigo 466 do Código de processo Civil, 
bem como o artigo 159 e seus parágrafos do Código de Processo Penal.
 
DICAS
Apresentado o conceito de perícia criminal e identificadas as atividades de des-
taques dos peritos criminais, avançaremos nos estudos, com a identificação das provas 
materiais deixadas nas cenas do crime, ou seja, os vestígios, indícios e evidências.
4 VESTÍGIOS
O Código de Processo Penal dispõe em seu 158 que, quando a infração 
deixar vestígios, será́ indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indire-
to, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Afinal, o que são vestígios e quais os crimes que deixam vestígios? É o que 
veremos na sequência.
Nucci (2005) traz uma ótima explanação a respeito quando afirma que, os 
vestígios são aqueles indícios materiais (rastros, impressões) que deixados pelo 
investigado no lugar do crime auxiliam na formação da convicção sobre o fato, 
ou em outras palavras, são os vestígios que possibilitam a reconstrução histórica 
do fato praticado. 
O mesmo autor cita como exemplo: as lesões na vítima de agressão, as 
fechaduras quebradas nos furtos, as manchas de sangue nos homicídios, os mate-
riais queimados em um incêndio.
De forma mais detalhada podemos apontar as tipificações dos vestígios 
materiais na imagem seguinte: 
TÓPICO 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE DE VESTÍGIOS
15
FIGURA 8 – TIPOS DE VESTÍGIOS
FONTE: <https://bit.ly/2O52Rr7>. Acesso em: 14 maio 2020.
De forma concisa, procuramos exemplificar os tipos de vestígios, de ma-
neira que fique clara para você, acadêmico, a identificação de cada um:
• Vestígios orgânicos ou biológicos: saliva, sangue, líquido seminal, dentes, suor, 
pelos, cabelos, unhas, larvas, pólens, plantas.
• Vestígios inorgânicos ou não biológicos: poeiras, solos, tintas, explosivos.
• Vestígios morfológicos: vestígios lofoscópicos, pegadas, rastos, marcas de objetos.
• Lofoscópicos: dactiloscópicos, quiroscópicos, pelmatoscópicos.
• Físico – Químicos: resíduos de disparo, marcas de ferramentas, fibras têxteis.
DICAS
Para melhor integração com os tipos de vestígios,aconselhamos a leitura do tí-
tulo: Análise Forense de Vestígios Biológicos, por acesso livre no site: https://seac.paginas.ufsc.
br/files/2014/09/SEAC_2014.pdf.
 
Do exposto, podemos afirmar que não é qualquer material encontrado na 
cena do crime que servirá como evidência de um fato criminoso. Significa dizer 
que, apenas os vestígios relevantes serão colhidos, utilizados e periciados.
UNIDADE 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
16
O conceito de vestígio engloba toda a modificação física e psíquica pro-
vocada por conduta humana de ação ou omissão que permite tirar conclusões 
quanto ao acontecimento que a causou o ato criminoso (ZBINDEN, 1957).
Acrescenta o mesmo autor que os vestígios psíquicos ou imateriais con-
substanciados em determinados tipos de comportamentos associados à prática de 
ilícitos criminais pertence ao campo dos perfis criminais, os quais representam um 
sistema no qual os comportamentos e/ou ações manifestadas num crime são ava-
liados e interpretados, a fim de compor as previsões relativas às características do 
provável autor do crime (ZBINDEN, 1957).
Por outro lado, o conjunto de alterações materiais (sinais, traços, manchas) 
relacionadas com um acontecimento criminal e que podem contribuir para o seu 
esclarecimento estão conexos com a área da atuação da criminalística. Dado que 
essas alterações deixadas pelo(s) autor(es) no local do crime possibilitam ao pessoal 
especializado, através de meios técnicos e metodologia científica específica, a iden-
tificação do acontecimento e do circunstancialismo envolvente (ZBINDEN, 1957).
Oportuno mencionar o que os autores Nucci (2005) e Almeida Junior (1959) 
entendem por corpo delito, os vestígios sensíveis do fato criminoso que podem ser 
natureza material ou imaterial (moral). Algo corpóreo, que deixa marcas ou sinais 
físicos ou químicos gravados, permanente ou temporariamente sobre a matéria dos 
seres (ex.: lesões corporais). O outro, intangível, incorpóreo que se perde logo após 
a consumação do delito, por não serem apropriáveis e nem passíveis de registro 
pelos sentidos humanos, por exemplo, a injúria verbal. 
Por fim, temos que abordar a visão crítica que os profissionais devem ter ao 
valorar os vestígios, uma vez que os vestígios também apresentam uma classifica-
ção de acordo com sua natureza. Vejamos de forma detalhada na imagem seguinte:
FIGURA 9 – VALORAÇÃO DOS VESTIGIOS
FONTE: As autoras
https://segurancaecienciasforenses.wordpress.com/2014/01/17/criminalistica-catalogo-de-equipamentos-2014_2015/
TÓPICO 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE DE VESTÍGIOS
17
Logo, diante de tantas possibilidades de vestígios, caberá ao profissional, 
colher, selecionar, e interpretar as possibilidades para extrair sua conclusão a res-
peito do vestígio, em relação ao ato que o deixou.
Antes de prosseguirmos com o estudo de como é feito o trabalho profis-
sional dos peritos na coleta de evidências, temos que fazer uma breve conside-
ração sobre dois termos importantes, que integram a investigação criminal, os 
indícios e as evidências. 
4.1 INDÍCIOS E EVIDÊNCIAS
Os termos vestígios, indícios e evidências, muitas vezes, são utilizados 
como sinônimos, no entanto, na esfera criminal, existe uma importante diferença 
entre eles. Vamos conhecê-las.
O indício apresenta uma conceituação legal prevista no artigo 239, do Có-
digo de Processo Penal Brasileiro. Vejamos o que reza o dispositivo legal, de for-
ma ilustrada:
FIGURA 10 – INDÍCIOS
FONTE: Adaptado de Brasil (1941)
 
Desta feita, o indício poder ser considerado uma situação conhecida, provada e 
obrigatoriamente relacionada com o fato investigado, e que poderá permitir a indução de 
outras circunstâncias ou outros indícios. Quanto aos vestígios, não há um dispositivo legal 
que o defina, no entanto, por já ter sido objeto de estudo, vamos conceituá-lo de resumida 
para evitar repetições desnecessárias. Vejamos:
UNIDADE 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
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FIGURA 11 – VESTÍGIOS
FONTE: As autoras
O conceito de vestígio é bem abrangente, podendo ser direta ou indireta-
mente relacionado ao fato delituoso, pode ser ainda considerado mediato ou ime-
diato, interno ou externo ao evento penal. De um modo geral, todos os vestígios 
encontrados em um local de crime, em um primeiro momento, são importantes e 
necessários para elucidar os fatos, no momento em que os peritos chegam à con-
clusão de que o vestígio está, de fato, relacionado ao evento periciado, ele deixará 
de ser vestígio e passará a denominar-se evidência (CEFC, 2019).
Agora que já sabemos o que são indícios e vestígios, falaremos de forma 
breve sobre as evidências. A imagem seguinte traz o conceito de evidência:
FIGURA 12 – EVIDÊNCIA
FONTE: Adaptado de Mallmith (2007)
 
Podemos considerar a evidência como vestígios que, através de exames 
pormenorizados de peritos, são tidos como diretamente relacionadas ao fato de-
lituoso investigado. 
 
TÓPICO 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE DE VESTÍGIOS
19
Infere-se que toda evidência é um indício, porém, o contrário nem sempre é 
verdadeiro, pois o segundo incorpora, além do primeiro, elementos outros de ordem subje-
tiva: https://cienciacontraocrime.com/2010/03/08/sobre-vestigios-indicios-e-evidencias/.
DICAS
Nesse contexto, surge a importância da presença de profissionais habilita-
dos, com capacidade de identificar no local do crime, potenciais indícios, que serão 
utilizados na elucidação do fato criminoso. Para tanto, técnicas são empregadas 
para a colheita e preservação dessas possíveis evidências. É o que veremos a seguir.
5 TÉCNICAS DE COLETAS DE EVIDÊNCIAS
De início, temos que ressaltar a importância das evidências em uma in-
vestigação criminal, haja vista que elas são consideradas fontes de provas. Como 
já estudamos anteriormente, as evidências compreendem os indícios, que após 
valorados e selecionados pelos peritos poderão servir para elucidação de delitos, 
daí a relevâncias de técnicas de preservação e coleta de evidências.
As evidências podem ser colhidas de diferentes formas, através de docu-
mentos, imagens, oitivas e perícias, entre outras formas. Para nós interessa ape-
nas as evidências coletadas por perícias. Vamos a elas. 
5.1 ANÁLISE E FORMALIZAÇÃO DE AVIDÊNCIAS
As evidências podem estar diretamente ou indiretamente relacionadas ao 
fato delituoso. Ambas possuem relevância. Caberá ao perito valorá-las.
De acordo com Mendroni (2013), no caso das evidências diretamente re-
lacionadas. A análise das evidências provocará algum pressuposto de correlação 
com o fato. São consideradas as mais importantes.
Cita o autor como exemplo: as manchas de sangue, impressões digitais, tes-
temunhas presenciais etc. Por outro lado, as evidências indiretas, dependendo do 
caso concreto, também possuem grande valor. Isso porque os criminosos também 
sabem bem como apagar evidências, sumindo com a arma do crime, incendiando 
veículos e até cadáveres; agindo por meio de terceiras pessoas, que desconhecem a 
verdadeira identidade dos mandantes; apagando rastros (MENDRONI, 2013).
Após selecionadas, as evidências devem ser formalizadas. Todavia, o que 
significa formalizar uma evidência? Vejamos na figura seguinte:
UNIDADE 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
20
FIGURA 13 – FORMALIZAR EVIDÊNCIA
FONTE: Adaptado de Mendroni (2013)
A devida coleta, com a formalização das evidências, impede que estas 
desapareçam com o decorrer do tempo. 
IMPORTANT
E
Grande parte das evidências colhidas dizem respeito a material susceptível de 
análises técnicas, principalmente as coletadas quando da primeira intervenção no local do 
crime (MENDRONI, 2013).
Oportuno observar que, para que a análise técnica e científica seja possível no 
material colhido, é imperiosa sua adequada coleta através de técnicas. Vamos a elas.
5.2 ESPÉCIES DE TÉCNICAS DE COLETAS
A depender do crime cometido, as evidências podem ser distintas e varia-
das. Nosso objetivo não é esmiuçar todas as técnicas de coletas de evidências, mas 
fazer uma apresentação das principais técnicasutilizadas, em razão dos crimes 
de maior incidência. A Secretaria Nacional de Segurança pública adota procedi-
mentos operacionais que devem ser seguidos pelos peritos na coleta de materiais. 
O quadro a seguir traz uma visão geral dos tipos de procedimentos adotados pela 
perícia criminal, de acordo com o fato delituoso e a finalidade da coleta.
TÓPICO 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE DE VESTÍGIOS
21
QUADRO 1 – ESPÉCIES DE COLETAS
COLETA DE MATERIAL 
PARA EXAME RESIDUO-
GRÁFICO DE TIRO
– Padroniza os procedimentos de coleta de resí-
duos de disparo de arma de fogo quando para 
análise no microscópio eletrônico de varredura 
(MEV) e posterior confecção do Laudo Pericial 
de Resíduo de Disparo de Arma de Fogo.
COLETA DE MATERIAL BIO-
LÓGICO REFERÊNCIA DE 
PESSOAS VIVAS
– Orienta a coleta de material biológico de 
referência de pessoas vivas para fins de identi-
ficação por exame de DNA.
COLETA DE MATERIAL BIO-
LÓGICO EM LOCAL DE CRIME
– Norteia os peritos criminais na coleta de material 
biológico em local de crime para exame de DNA.
PRESERVAÇÃO E ENVIO DE 
VESTÍGIOS BIOLÓGICOS
– Guia o profissional de perícia nos procedimen-
tos de preservação e envio de vestígios biológicos.
EXTRAÇÃO DE DNA PELO 
MÉTODO ORGÂNICO
– Orienta o profissional de perícia acerca do 
procedimento de extração de DNA de amos-
tras biológicas contidas em diferentes suportes
EXTRAÇÃO DE DNA PELO 
MÉTODO ORGÂNICO COM 
LISE DIFERENCIAL
– Procedimento de extração de DNA de amos-
tras contendo espermatozoides e outros tipos 
celulares.
COLETA DE IMPRESSÕES 
DIGITAIS EM INDIVÍDUOS 
VIVOS
– Sistematiza a coleta de impressões digitais 
em indivíduos vivos.
LEVANTAMENTO DE IM-
PRESSÕES PAPILARES EM 
LOCAIS DE CRIME
– Regulamenta procedimentos para levanta-
mentos de impressões papilares em locais de 
crime.
IDENTIFICAÇÃO NECROPA-
PILOSCÓPICA
– Procedimentos de atuação para identifica-
ção papiloscópica de cadáveres em diferentes 
estágios de conservação.
IDENTIFICAÇÃO DE THC 
POR CROMATOGRAFIA EM 
CAMADA DELGADA (CCD) 
EM AMOSTRAS DE MATE-
RIAL BRUTO QUESTIONADO
– Guia o profissional de perícia a identificar 
tetrahidrocanabinol (THC), comumente presente 
em partes da planta cannabis sativa l. (maconha), 
por cromatografia em camada delgada (CCD) em 
amostras de material bruto questionado.
IDENTIFICAÇÃO DE COCAÍNA 
POR CROMATOGRAFIA EM 
CAMADA DELGADA (CCD) 
EM AMOSTRAS DE MATERIAL 
BRUTO QUESTIONADO.
– Orienta o profissional de perícia a identificar 
cocaína por cromatografia em camada delgada 
(CCD) em amostras de material bruto questio-
nado.
FONTE: Adaptado de Brasil (2013)
Como se observa no quadro anterior, os termos são técnicos e científicos, 
bem como o campo de atuação dos profissionais na área pericial é extenso. Dessa 
forma, para facilitar o entendimento, apresentaremos de forma sintética e didá-
tica as principais características dos procedimentos de coleta que se destacam na 
seara criminal. 
UNIDADE 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
22
Nesse sentido, o Ministério da Justiça (2013) adota os seguintes protocolos 
que servem de diretrizes a serem seguidos pelos peritos criminais na coleta de 
evidências. Vejamos:
• Coleta de material para exame residuográfico de tiro
 0 Observar e adotar medidas que evitem a contaminação do Perito Crimi-
nal responsável pela coleta e de sua vestimenta, abstendo-se de ter contato 
com objetos contaminados com GSR, tais como armas de fogo, munições, 
algemas, coletes balísticos, e outras possíveis fontes.
 0 Verificar se as superfícies do objeto de análise estão protegidas das intempé-
ries, sem serem lavadas e nem colocadas em contato com outras superfícies.
 0 Verificar se os suspeitos de terem efetuado o disparo da arma de fogo 
estão sob vigilância permanente, a fim de impedir que haja limpeza de suas 
mãos, vestes ou outras partes do corpo que possam conter resíduos.
 0 Orientar a equipe, tão logo seja requisitada a coleta de resíduos, para que 
as mãos do suspeito não sejam lavadas ou esfregadas contra papéis, tecidos 
e outros objetos.
 0 Uma ampla variedade de superfícies é objeto de análise, tais como: pele, 
nas mãos, rosto, pescoço, vestimentas, objetos de local, veículos e outras 
superfícies que estejam nas proximidades do disparo de arma de fogo.
 0 Efetuar a coleta de resíduos observando-se regras de segurança relacio-
nadas ao manejo de material biológico; é imprescindível realizar a coleta 
munido de óculos de proteção, luvas e avental. No caso de cadáveres, reco-
menda-se a utilização de máscaras.
 0 Identificar e acondicionar separadamente todas as amostras.
• Coleta de material biológico referência de pessoas vivas
 0 Adotar mecanismos de verificação e confirmação da identidade da pes-
soa a ser submetida à coleta. A pessoa deve portar documento de identifi-
cação com foto. Nos casos de menores de idade, estes deverão ser acompa-
nhados pelo responsável legal, o qual deverá assinar como responsável no 
termo de coleta.
 0 Em alguns casos específicos, a coleta só poderá ser feita com a autoriza-
ção do doador, o que deverá constar no formulário.
 0 Existem vários métodos para a coleta de material biológico de referência 
para exames de DNA: coleta de mucosa oral, coleta de sangue por punção 
venosa e coleta de sangue por punção transcutânea.
 0 A coleta de material biológico será feita sempre com o uso de luvas novas 
e descartáveis, que deverão ser trocadas antes da coleta de outro indivíduo.
 0 Proceder à identificação completa relativa ao material coletado na embalagem 
imediata de acondicionamento ou no próprio dispositivo, quando for possível.
TÓPICO 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE DE VESTÍGIOS
23
• Coleta de material biológico em local de crime
 0 A coleta de material biológico está no contexto de exames de local de cri-
me. Portanto, todos os procedimentos relativos ao exame de local, como o 
isolamento, a documentação e o registro, as fotografias e a segurança devem 
ser observados.
 0 O perito criminal deve adotar medidas para impedir que pessoas estra-
nhas à equipe pericial manipulem os vestígios biológicos presentes no local.
 0 Reagentes quimioluminescentes ou colorimétricos, assim como fonte de 
luz forense podem ser aplicados para facilitar a visualização de manchas 
latentes ou de difícil identificação.
 0 As metodologias utilizadas nos exames genéticos são muito sensíveis, de 
modo que as contaminações mínimas podem prejudicar os exames. Desse 
modo, o perito oficial deve tomar todo o cuidado para evitar a deposição 
acidental do seu próprio material biológico sobre o vestígio, não devendo, 
portanto, manipular ou se encostar no vestígio sem luva, nem falar, espirrar 
ou tossir sobre ou próximo dele sem máscara.
• Coleta de impressões papilares em locais de crime
 0 Estabelecer um plano de busca de impressões papilares após estudar, junto 
aos integrantes da equipe de perícia local, sobre a teoria dos fatos e modus ope-
randi.
 0 Definir sobre o percurso pretendido e quais as superfícies (móveis e fixas), 
objeto de inspeção inicial, bem como o momento de iniciar as buscas de impres-
sões papilares.
 0 Buscar por impressões visíveis ou modeladas, marcando as suas posições 
com etiquetas ou setas adesivas.
 0 Enumerar e fotografar impressões visíveis na sua forma original, com foto-
grafia direta e utilização de escala métrica.
 0 Fazer ao menos um decalque de cada impressão revelada após o uso de pós 
reveladores e preencher imediatamente os suportes dos decalques.
 0 Realizar, preferencialmente, o levantamento papiloscópico por meio de luz 
forense, quando estabelecida a necessidade de coleta de material biológico para 
exame de DNA.
 0 Acondicionar adequadamente as armas de fogo para busca e levantamento 
de impressões latentes em laboratório, cobrindo totalmente a borda do cano 
com um chumaço de algodão fixado com fita adesiva ou material similar, infor-
mando que deverá ser encaminhada ao laboratório de balística, após o exame 
papiloscópico.
 0 Selecionar todas as impressões queapresentam qualidade para o exame de 
confronto.
UNIDADE 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
24
Os vestígios coletados na cena do crime devem ser devidamente registrados 
e armazenados, daí a importância de conhecermos a cadeia de custódia. O 
estabelecimento de uma cadeia de custódia dos vestígios, objetos e bens coletados e/ou 
apreendidos nas cenas de crime é condição fundamental para garantir a autenticidade e va-
lidade de todos os exames e procedimentos periciais que serão realizados para instrumenta-
lizar a investigação. Por isso, é fundamental não apenas documentar todas as circunstâncias 
nas quais tais vestígios foram arrecadados, como também quem são os agentes públicos 
responsáveis pela sua guarda e manuseio durante o processo de investigação e mesmo de 
julgamento. Em âmbito nacional a cadeia de custódia de vestígios foi normatizada pela por-
taria nº 82/2014, da SENASP, publicada no Diário Oficial da União do dia 18 de julho de 2014. A 
mencionada portaria considera a cadeia de custódia “fundamental para garantir a idoneidade 
e a rastreabilidade dos vestígios, com vistas a preservar a confiabilidade e a transparência da 
produção da prova pericial até a conclusão do processo judicial” e que a cadeia de custódia 
“confere aos vestígios certificação de origem e destinação e, consequentemente, atribui à 
prova pericial resultante de sua análise, credibilidade e robustez suficientes para propiciar sua 
admissão e permanência no elenco probatório (BONACCORSO, 2005). Para mais conteúdo 
acesse o site: https://bit.ly/38nZFQF.
 
DICAS
ANÁLISE DE VESTÍGIOS FEITA PELA PERÍCIA CRIMINAL É INDIS-
PENSÁVEL NA ELUCIDAÇÃO DE CRIMES
A perícia criminal é uma atividade típica de Estado, de cunho téc-
nico-científico, prevista no Código de Processo Penal, que visa a analisar 
vestígios. Por isso, a atividade é de extrema importância e indispensável 
para elucidação a elucidação de crimes e acidentes.
 
Art. 158 do CPP. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exa-
me de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
A atividade é exercida pelo perito oficial, responsável pela produ-
ção da prova material, consubstanciada em laudo pericial, após a devida 
identificação, coleta, processamento e correta interpretação dos vestígios 
dentro dos limites estabelecidos pela ciência.
Analisando o exposto, nota-se que é de fundamental importância para o 
sucesso da coleta evidências, a prática adotada pelos peritos para tanto. A evi-
dência, uma vez identificada e devidamente tratada, oferece informações seguras 
sobre o fato investigado e sua possível resolução.
TÓPICO 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE DE VESTÍGIOS
25
Art. 159 do CPP. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realiza-
dos por perito oficial, portador de diploma de curso superior.
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minucio-
samente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
A Lei n° 12030 de 2009, que dispõe sobre as perícias oficiais, estabe-
lece quem são os peritos oficiais de natureza criminal, a saber: peritos crimi-
nais, peritos médico-legistas e peritos odontolegistas.
Art. 5° da Lei n° 12030/2009: […] são peritos de natureza criminal os peri-
tos criminais, peritos médico-legistas e peritos odontolegistas […].
Os peritos criminais desenvolvem suas atribuições motivados por re-
quisições provenientes de autoridades competentes, no interesse de proce-
dimentos pré-processuais (inquéritos policiais) e processuais (processos ju-
diciais) de natureza criminal, cabendo-lhes as mesmas suspeições dos juízes.
Art. 280 do CPP. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o dispos-
to sobre suspeição dos juízes.
FONTE: <https://www.apocpe.com.br/2019/12/atividade-visa-analisar-vestigios-sendo-
indispensavel-para-elucidacao-de-crimes/>. Acesso em: 14 maio 2020.
https://www.apocpe.com.br/2019/12/atividade-visa-analisar-vestigios-sendo-indispensavel-para-elucidacao-de-crimes/
https://www.apocpe.com.br/2019/12/atividade-visa-analisar-vestigios-sendo-indispensavel-para-elucidacao-de-crimes/
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Neste tópico, você aprendeu que:
• O estudo do crime e sua classificação são matérias relevantes para o bom de-
sempenho de uma perícia criminal.
 
• A perícia está inserida no Código de Processo Penal, constituindo um proemi-
nente meio de prova.
• No trabalho pericial são adotados diferentes procedimentos, com métodos 
operacionais adequados a cada tipo de ocorrência.
• O perito desenvolve um trabalho técnico científico na análise dos locais de cri-
me, através de buscas de evidências que possam auxiliar na elucidação dos 
eventos ocorridos.
• Quando a infração deixar vestígios, é indispensável o exame de corpo de deli-
to, seja direto ou indireto.
• Existe uma variedade de vestígios, sendo incumbência dos peritos identificá-
-los, coleta-los e analisa-los. Para tanto, são aplicadas técnicas modernas de 
coleta de evidências.
RESUMO DO TÓPICO 1
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1 Defina o trabalho do perito criminal.
2 Apresente o conceito de evidências.
3 De acordo com o referencial de produção, como os vestígios são classifica-
dos? Assinale a alternativa INCORRETA: 
a) ( ) Ilusório. 
b) ( ) Forjado. 
c) ( ) Alternativo. 
d) ( ) Verdadeiro
AUTOATIVIDADE
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TÓPICO 2
PRESERVAÇÃO DE LOCAIS DO CRIME
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos a importância da preservação dos locais de cri-
me em razão da necessidade de se conservar evidências ou evitar contaminações 
que acarretem alterações no local ou supressão de evidências. Abordaremos as 
técnicas e os procedimentos utilizados pelos profissionais responsáveis em perí-
cia, na descrição e delimitação do local do incidente investigado. Na sequência, 
conheceremos os tipos de locais de crimes, apontando as principais característi-
cas de cada um. 
Acadêmico, iniciemos os estudos nessa empolgante área. 
2 LOCAL DO CRIME
De início, temos que entender o que é considerado “local do crime”, para 
então estudarmos a importância de sua preservação ante a resolução do incidente 
investigado. De forma didática, podemos definir como local do crime, o espaço onde 
aconteceu o fato e que apresenta particularidades ou até a configuração do crime.
O local do crime demonstra o lugar onde o incidente ocorreu, e contém 
registros das atividades anteriores que ali aconteceram. Logo, cada local de crime 
tem suas características próprias, que serão cuidadosamente analisadas e regis-
tradas pelos peritos.
Podemos melhor visualizarmos a importância do local do crime na imagem 
a seguir:
UNIDADE 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
30
FIGURA 14 – LOCAL DO CRIME
FONTE: As autoras
 
Nesse contexto, temos que o profissional pericial ao organizar-se em seu 
mister da busca da verdade dos fatos, deve se utilizar de métodos que o possibi-
lite identificar cada local do fato criminoso.
Afinal, por que o local do crime é importante? Após analisarmos o art. 6º 
do Código Penal poderemos entender sua importância. Para tanto, apresentare-
mos de forma esquematizada o que reza o dispositivo legal:
FIGURA 15 – DISPOSIÇÃO LEGAL
FONTE: Adaptado de Código de Processo Penal (1941)
Temos então que, quanto ao local do crime o Código Penal considera tanto 
o local da ação criminosa quanto o de seu resultado. Adota-se, pois, a teoria mista 
ou da ubiquidade.
Ensina Eraldo Rabello (1996) que, o local do crime é a porção do espaço 
compreendida num raio que, tendo por origem o ponto no qual é constatado o 
fato, se estenda de modo a abranger todos os lugares em que, aparente, necessária 
ou presumivelmente, hajam sido praticados pelo criminoso, ou criminosos, os 
TÓPICO 2 | PRESERVAÇÃO DE LOCAIS DO CRIME
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atos materiais, preliminares ou posteriores, à consumação do delito, e com este 
diretamente relacionado.
 
Conhecer o local do crime é fundamental para o início das investigações. 
Uma vez identificado o lugar, dá-se início a atividade dos profissionais de perícia, 
com métodos de delimitação,isolamento e preservação do ambiente.
Agora que já identificamos o local do crime, temos que conhecer as técni-
cas de exposição e descrição desses locais. É o que faremos na sequência. 
2.2 TÉCNICAS DE DESCRIÇÃO DE LOCAIS DE CRIME
O início de qualquer procedimento para o esclarecimento de um delito 
será o local em que ocorreu o crime. Nesse sentido, é necessário que a autoridade 
policial, imediatamente após tomar conhecimento do fato, tome providências ne-
cessárias para o sucesso da investigação.
Assim, constatada a ocorrência do incidente no local, e encontrado o mí-
nimo de vestígios no local, a perícia deve ser acionada.
São inúmeros os fatos e delitos que podem ocorrer nos locais de crime, 
resultando em ambientes distintos a serem periciados.
Existem vários critérios para a realização da divisão ou classificação dos 
locais do crime, no entanto, não temos a pretensão de esgotar o estudo de todos, 
mas sim de apresentarmos os que mais se destacam no âmbito pericial. 
Garcia (1998) sabiamente dividiu os locais do crime da forma:
• Locais quanto à área em si:
 0 internos → interior de habitação;
 0 externos → vias públicas;
• Locais quanto ao exame a ser realizado:
 0 idôneos ou preservados;
 0 inidôneos ou violados;
• Locais quanto à natureza do fato:
 0 considera-se a natureza da ocorrência, e por não se ter o real conheci-
mento do fato, é usada a terminologia de “local de achado de cadáver”; 
 0 para todos os locais onde realmente exista cadáver, podemos ter como 
local de: homicídio, suicídio, afogamento, acidente de trânsito, acidente de 
trabalho, estupro, disparo de arma de fogo, jogo ilícito, furto qualificado, 
incêndio, desabamentos e outros.
UNIDADE 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
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• Locais relacionados:
 0 são aqueles que apresentam pontos de contato, por tratar-se de uma 
mesma ocorrência ilícita, como o crime de homicídio praticado em um lo-
cal, sendo o cadáver deixado em outro lugar.
 
Oportuno saber também que, os peritos, em primeiro contato no local, 
realizam um estudo prévio, estabelecendo uma divisão do espaço, com a delimi-
tação exata da área a ser examinada em busca de vestígios ou evidências a serem 
coletados. A imagem seguinte esquematiza como a delimitação do local do crime 
pode ser feita pelos peritos. Vejamos:
FIGURA 16 – DELIMITAÇÃO DO LOCAL
FONTE: As autoras
Da análise da imagem, podemos extrair que a delimitação do local do cri-
me é uma atividade complexa, pois, a partir dela os peritos iniciarão os exames no 
local e, para tanto, utilizarão técnicas de demarcação, bem como de isolamento, 
através de medidas que garantam a preservação do espaço. 
Caro acadêmico, estudaremos ainda nessa unidade, a preservação dos lo-
cais de crime. Agora, conheceremos os diferentes tipos de locais de crime, numa 
abordagem dinâmica e de fácil compreensão.
TÓPICO 2 | PRESERVAÇÃO DE LOCAIS DO CRIME
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3 IDENTIFICAÇÃO DE LOCAIS DE CRIME
Antes de apresentarmos os diferentes tipos de locais de crimes, faremos 
uma breve revisão sobre o trabalho dos peritos ao chegar no local no incidente. 
Para recordar melhor, usaremos a imagem seguinte:
FIGURA 17 – ATUAÇÃO PERICIAL PARA IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL DO CRIME
FONTE: Adaptado de Hutterer (2014)
 
Após cumpridas essas fases do procedimento pericial, o profissional terá 
embasamento para identificar o tipo de ocorrência e a natureza do local do crime.
Segundo Hutterer (2014), não existe um procedimento padrão para levanta-
mento de locais de crime, entretanto, a experiência tem apontado para uma cadeia 
de atitudes que pode ser aplicada na maioria dos casos. De forma sintética, são elas:
• Evacuação de área: somente o pessoal necessário na busca de evidências deve 
permanecer no local. 
• Abordagem metodológica do local: o perito deve analisar o espaço como um 
todo e fixar o estado em que as coisas se encontram. Visão holística e sistemáti-
ca do local com o devido registro através de esquemas e fotografias. 
• Buscar vestígios: com o uso de tecnologias e experiência pessoal o perito deve 
proceder à procura de manchas, impressões, pegadas, vestígios de tiros, posi-
ções de armas e instrumentos, documentos entre outros.
• Descrição do local e dos vestígios: descrição minuciosa do local, com a locali-
zação, posição e propriedades dos vestígios.
• Marcação dos vestígios: os vestígios devem ser marcados com sistema de nu-
meração.
UNIDADE 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
34
• Utilização de embalagens próprias e posterior marcação: cada tipo de vestí-
gios necessita de uma embalagem apropriada. Todas as embalagens utilizadas 
na coleta deverão conter a indicação do caso, numeração dos vestígios e indi-
cação de conteúdo.
Após análise minuciosa das peculiaridades do local, o perito possuirá os 
dados que auxiliarão seu estudo e interpretação sobre a infração praticada. Pode-
mos melhor acompanhar o processo de produção dos serviços periciais no local 
do crime, através da seguinte ilustração:
FIGURA 18 – PROCESSO SIMPLIFICADO DA ATUAÇÃO PERICIAL
FONTE: <https://www.scielo.br/img/revistas/gp/v17n4/a16fig03.jpg>. Acesso em: 20 de abril. 
2020.
Já sabemos como é a atuação dos peritos no espaço do incidente, resta-
-nos, agora, conhecer os locais específicos das ocorrências que se destacam na 
seara da investigação criminal. 
 
3.1 TIPOS DE LOCAIS DE CRIME
Não abordaremos conceitos e técnicas nesta etapa de nosso livro, mas 
apenas apresentaremos de forma didática os diferentes locais de crime, classifi-
cando-os de acordo com o tipo penal que o originou.
Considerando o contexto criminal, procuramos relacionar as ocorrências 
de maior interesse para o estudo pericial. 
Nesse sentido convém ilustramos o estudo, visualizando um importante 
princípio seguido pelos profissionais de investigação, o princípio de troca de Lo-
card. Vejamos:
TÓPICO 2 | PRESERVAÇÃO DE LOCAIS DO CRIME
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FIGURA 19 – PRINCÍPIO DE LOCARD
FONTE: <https://asbacsindicato.com.br/wp-content/uploads/2016/09/local-de-crime.jpg>. 
Acesso em: 20 de abr. 2020.
Por tal princípio, qualquer sujeito, ou qualquer coisa, que esteja ou passe 
por um local de crime, leva alguma coisa do local e deixa, em contrapartida, algo 
UNIDADE 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
36
no lugar, quando se retira. Nesse sentido, os peritos se fundamentam no fato de 
que um criminoso deixa no lugar do crime, alguns resquícios, e, por outro lado, 
também leva consigo na sua roupa e no seu material, outros vestígios, e todos eles 
sutis, mas característicos da sua presença ou da sua atividade.
A partir dessas peculiaridades são definidos os diferentes tipos de locais 
de crime, os quais podem ser visualizados de forma esquematizada, acompanha-
dos de seus traços principais, na imagem seguinte.
QUADRO 2 – TIPOS DE LOCAIS DE CRIME
LOCAL DE HOMI-
CÍDIO
• Visualizar todo o espaço que possa ter algum vestígio e 
providenciar o isolamento da área.
• Os mínimos vestígios e indícios deverão ser considerados.
• Para fins pericias, os homicídios podem ser agrupados 
em simples, qualificados e culposos.
• É comum encontrar no local instrumento do crime, man-
chas de sangue, vestígios de luta, entre outros.
• Diferentes meios são utilizados como: armas de fogo (re-
vólver); armas brancas (faca); instrumentos improvisados; 
venenos; asfixia; precipitação de lugares elevados etc.
• Em local interno deve-se verificar se a entrada foi livre ou 
se houve afastamento de obstáculos.
• Nem sempre o lugar onde foi encontrado o cadáver é o 
local do crime.
LOCAL DE SUICÍ-
DIO
• Para fins de medidas policiais, o cenário onde houver 
ocorrido um suicídio será considerado local de crime 
até que se prove que a causa jurídica do evento seja 
realmente suicídio.
• Necessário o isolamento e levantamento pericial, como 
nos demais tipos de locais.
• As providências a serem tomadas no local são as 
mesmas referentes ao local de homicídio bem como os 
meios empregados.
LOCAL DE INCÊN-
DIO
• Trata-se de local de difícil exame, pois, na maioria 
das ocorrências,os vestígios são destruídos comple-
tamente.
• O incêndio pode ser total ou parcial.
• Quando ocorre incêndio parcial, geralmente pode-se 
determinar o lugar em que se iniciou, constatar a pre-
sença de substância infamante ou encontrar outros 
vestígios que levem ao esclarecimento do ocorrido.
• As causas de incêndio podem ser naturais, aciden-
tais, propositais e indeterminadas.
TÓPICO 2 | PRESERVAÇÃO DE LOCAIS DO CRIME
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LOCAL DE FURTO 
QUALIFICADO
• Aquele com rompimento de obstáculos.
• Para acesso em locais internos, há a destruição ou 
rompimento de portas, janelas, vidros, paredes, muros 
telhados, entre outros.
• Na destruição de obstáculos, serão alvos os cadeados, 
as fechaduras, as trancas, os trincos, as grades de ferro, 
os ferrolhos, que constituem sistemas de segurança.
• A mesma agressão será empregada para subtração 
de objetos guardados em cofres, caixas registradoras, 
caixas eletrônicos etc.
LOCAL DE ROUBO
• Deverão ser empregados os mesmos cuidados despe-
didos ao local do furto qualificado.
• Lesões eventualmente existentes deverão ser exami-
nadas pelo médico-legista.
• Havendo resultado morte (CP, art. 157, parágrafo 3°), 
o local será tratado como de encontro de cadáver.
LOCAL DE ACI-
DENTE DE TRÂN-
SITO
• Para figurar todo o espaço, há uma dificuldade natu-
ral, no que diz respeito ao fluxo do sistema de trânsito, 
no qual vários riscos são verificados no do dia a dia, 
chegando à situação em que os locais são desfeitos, por 
estarem prejudicando o fluxo do tráfego, ou estejam 
oferecendo risco de ocorrência de outros acidentes.
• A autoridade policial presente no local irá apenas au-
xiliar o perito no desempenho de suas funções, não po-
dendo interferir no andamento das atividades policiais.
• O croqui é de extrema importância, devendo constar 
inúmeras informações como: características e descri-
ções das vias de tráfego, suas condições, sentido da 
via, placas de sinalização, vestígios, sítio de colisão, 
veículos envolvidos e suas respectivas posições finais 
de imobilização e demonstrar a dinâmica do evento, 
quando possível.
 
LOCAL DE ESTU-
PRO
• Na maioria das ocorrências são encontradas vestes 
rasgadas, principalmente peças íntimas.
• A pesquisa de esperma deverá ser efetuada.
LOCAL DE DISPA-
RO DE ARMA DE 
FOGO
• Podem ser encontradas eventuais componentes de 
arma, ou outros elementos balísticos.
• Em grande parte, são encontrados nos espaços os 
projéteis, que deverão ser fotografados e plotados pela 
equipe pericial antes que seja realizado o decalque.
• Veículos podem ter relação com o evento.
• Sinais de luta algumas vezes são encontrados.
FONTE: Adaptado de Garcia (1998)
 
Do exposto depreende-se que o local do crime ocupa importante papel na 
resolução do fato ocorrido, uma vez que oferece as provas da ocorrência.
UNIDADE 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
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Alguns locais de crime merecem destaque em nosso estudo. São eles, na 
sua maioria marcados pela grande incidência das infrações, bem como pela re-
percussão ou comoção causada pelas peculiaridades do fato ocorrido. Para tanto, 
apresentaremos algumas considerações, de acordo com o Manual de Requisições 
de Perícia (2018):
• Locais de morte violenta e locais de encontro de cadáver
As investigações nos locais marcados por morte violenta ou de encontro 
de cadáver consistem na apuração de existência de vestígios materiais que carac-
terizem o fato ocorrido, determinar a diagnose diferencial do fato (se a morte se 
deu por homicídio, suicídio ou acidente), bem como estabelecer a dinâmica dos 
acontecimentos. 
São perquiridos nesses tipos de ocorrências: a data e hora em que se deu 
o evento, o número de pessoas de participaram do evento, que tipo de evento 
ocorreu, se há sinais de luta ou desalinhamento de objetos.
Em se tratando de suicídio, investiga-se se houve lesão de hesitação, dis-
paro de hesitação, sinais de alívio, possibilidade física de autolesão.
Com relação ao corpo, é registrada qual região anatômica foi atingida, 
quantas lesões foram visualizadas durante o exame perinecroscópico e quais os 
tipos de lesões. Pelas características das lesões encontradas, tenta-se identificar o 
instrumento empregado. 
Pelo exame do local do fato, procura-se identificar o emprego de veneno, 
fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, bem como a 
arma utilizada. Importante anotar a posição do cadáver e se há elementos de 
ocultação do mesmo.
Aos locais de encontro de cadáver ainda é possível pesquisar se foi encon-
trado fauna cadavérica, e tratando-se de ossada, se esta estava íntegra ou se havia 
fratura óssea.
• Locais de furto 
As análises nos locais de furto objetivam determinar o modus operandi dos 
eventos, caracterizar os meios empregados, instituindo a relação entre o fato, o 
instrumento e o vestígio, bem como caracterizar os bens subtraídos com base nos 
vestígios deixados, onde houve a subtração das coisas alheias.
De um modo geral, procura-se identificar se houve escalada para ter aces-
so ao local, se existem sinais de arrombamento ou destruição de obstáculos ex-
ternos. Da mesma forma, internamente, investigam a existência de vestígios de 
destruição ou rompimento de obstáculos para a subtração de coisas.
TÓPICO 2 | PRESERVAÇÃO DE LOCAIS DO CRIME
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Através das marcas deixadas, busca-se encontrar vestígios das coisas sub-
traídas, bem como listar os bens subtraídos. Quanto à identificação da autoria, 
aborda-se a quantidade de pessoas que participaram da ocorrência.
• Locais de dano ao patrimônio
A perícia almeja constatar se houve, destruição, dano ou deterioração de 
coisa alheia, por ação de pessoas. Examina-se o local para identificar vestígios que 
levem ao dano causado. Pela dinâmica do evento, procura-se verificar a autoria 
do delito, bem como apontar o número de pessoas que participaram.
• Locais de arrombamento
As averiguações são feitas o sentido de identificar que o modus operandi 
do agente infrator para transpor algum tipo de obstáculo foi o arrombamento, 
ou seja, forçar a entrada ou a abertura do que está fechado com o uso da própria 
força, ou se valendo de instrumento auxiliar.
Nesse contexto, são feitas análises nos sinais arrombamento deixados, procu-
rando identificar qual o instrumento utilizado para o ato, bem como a possível autoria. 
Logo, pela relevância desses lugares na elucidação das ocorrências, im-
põe-se a adequada preservação dos locais de crime, a serem objeto de investiga-
ção e análise pericial. É o que estudaremos a seguir.
4 PRESERVAÇÃO DOS LOCAIS DE CRIME
 
Já sabemos que o local do crime ocupa relevante papel na investigação 
criminal. É a partir dele que os peritos iniciam seus procedimentos investigati-
vos, sendo imperioso para sucesso dos exames periciais que o local do crime seja 
devidamente blindado. 
Cumpre ressaltar que, é do presidente do inquérito policial que devem 
ser cobrados o isolamento e manutenção das áreas relativas ao cometimento da 
infração penal, sem prejuízo da demonstração de que a violação indevida de tais 
limites se deu por outros funcionários do Estado (ou mesmo particulares), que 
poderão, a seu devido tempo, responder pelo ato praticado (CHOUKR, 2014).
Nessa acepção, o isolamento do local é o ponto de partida para garantir a 
integridade do espaço investigado. O isolamento, segundo Ludwing (1996, p 32), 
preserva os vestígios da infração:
UNIDADE 1 | PERÍCIA CRIMINAL E ANÁLISE 
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Para preservar os vestígios da infração, o local deve ser isolado, isto é, 
separado da interferência de pessoas não credenciadas, de animais e 
de fenômenos naturais. É uma medida muito importante, pois a auto-
ridade encarregada das investigações, e os técnicos por ela requisita-
dos, precisam do local tal como foi deixado após a ocorrência delituo-
sa. Caso contrário, terá que ser declarado inidôneo o local, embora não 
seja motivo para o não exame.
 
A qualidade da perícia depende, em grande parte, das condições em que 
estiver o lugar ou objeto

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