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Professora: Estephanie NOBRE DANTAS GRASSI Campina Grande, 2022 Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciências e Tecnologia Unidade Acadêmica de Engenharia Mecânica Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração Princípio do ensaio • Aplicação de uma carga uniaxial de tração (positiva) em um corpo de prova; • Geralmente usa-se baixas velocidades de carregamento (ensaio quase estático); • A velocidade e outras condições ambientais são determinadas por normas técnicas. • É um ensaio quantitativo, permitindo medir a cada instante a força e o alongamento do CP, possibilitando a contrução de um gráfico tensão x deformação. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração 1. Fatores que influenciam o teste 2. Tipos de máquinas de ensaio de tração 3. Corpos de prova 4. A curva tensão x deformação sob tração e a medição de propriedades do material 5. Tipos de fraturas 6. Efeito da temperatura 7. Ensaio de tração em produtos acabados Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 1. Fatores de influência • Geometria e dimensões do CP (presença de concentradores de tensão, acabemento superficial, raio de curvatura, comprimento útil) Fatores de influência do material e CP Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG • Geometria e dimensões do CP (presença de concentradores de tensão, acabemento superficial, raio de curvatura, comprimento útil) • Anisotropia (dependência das propriedades do material com a direção de carregamento) Fatores de influência do material e CP Placa de metal laminado Ensaio de tração/ 1. Fatores de influência Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG • Geometria e dimensões do CP (presença de concentradores de tensão, acabemento superficial, raio de curvatura, comprimento útil) • Anisotropia (dependência das propriedades do material com a direção de carregamento) • Tamanho de grão (influência sobre a distribuição de tensão no material e sobre a evolução da fratura) Fatores de influência do material e CP Ensaio de tração/ 1. Fatores de influência Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG • Velocidade de deformação (estático ou dinâmico) Fatores de influência operacional Ensaio de tração/ 1. Fatores de influência Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG • Velocidade de deformação (estático ou dinâmico) • Temperatura (dependência das propriedades do material com a temperatura) Fatores de influência operacional Ensaio de tração/ 1. Fatores de influência Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG • Velocidade de deformação (estático ou dinâmico) • Temperatura (dependência das propriedades do material com a temperatura) • Montagem do CP (alinhamento) • Tipo de máquina usada (dura ou mole) Fatores de influência operacional Ensaio de tração/ 1. Fatores de influência Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG • Velocidade de deformação (estático ou dinâmico) • Temperatura (dependência das propriedades do material com a temperatura) • Montagem do CP (alinhamento) • Tipo de máquina usada (dura ou mole) Fatores de influência operacional Ensaio de tração/ 1. Fatores de influência Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Tipos de máquinas de ensaio de tração É chamada de “dura” ou “mole”, a depender da rigidez da máquina. Máquina dura Máquina mole • Alta rigidez • Imprime velocidades de deformação constantes • Conseguem medir mais precisamente a presença de patamar de escoamento durante o ensaio, pois deformam menos • Menor rigidez • Melhor controle de carga que de deslocamento • Usadas em testes que demandam grandes cargas Ensaio de tração/ 2. Tipos de máquinas Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Tipos de máquinas de ensaio de tração Máquina dura Máquina mole Máquinas eletromecânicas com transmissão por parafuso sem fim (melhor controle de deslocamento) Máquinas hidráulicas e servohidráulicas (melhor para aplicação de grandes cargas) Ensaio de tração/ 2. Tipos de máquinas Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Máquinas de ensaio universal Tipos de máquinas de ensaio de tração Instron 5582 (LaMMEA/UAEM) • Possuem deslocamento vertical do cabeçote • Permitem a realização de ensaios de tração, compressão, flexão • Possuem garras para cada tipo de ensaio Ensaio de tração Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Monitoramento da carga e do deslocamento Medição da carga: Células de carga Ensaio de tração/ 2. Tipos de máquinas Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Monitoramento da carga e do deslocamento Medição de deslocamentos: Manualmente Usa-se marcações no CP para medir o alongamento durante o ensaio. Depois, calcula-se a deformação em relação ao comprimento útil inicial, antes do ensaio. 𝜀 = 𝑙 − 𝑙0 𝑙0 Ensaio de tração/ 2. Tipos de máquinas Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Monitoramento da carga e do deslocamento Medição de deslocamentos: Usando extensômetros com contato Exemplo de extensômetro do equipamento Exemplo de extensômetro usado com sistema de aquisição de dados externo Ensaio de tração/ 2. Tipos de máquinas Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Monitoramento da carga e do deslocamento Medição de deslocamentos: Usando extensômetros sem contato Alvos marcados na amostra O vídeo extensômetro filma a amostra durante o ensaio e mede a distância entre os alvos (por tratamento de imagem digital) Ensaio de tração/ 2. Tipos de máquinas Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Monitoramento da carga e do deslocamento Medição de deslocamentos: Usando extensômetros sem contato O vídeo extensômetro filma a amostra durante o ensaio e mede a distância entre os alvos (por tratamento de imagem digital) Ensaio de tração/ 2. Tipos de máquinas Amostra de tração de silicone sendo ensaiada em uma Instron 5582 equipada com vídeo extensômetro (LaMMEA – UAEM – UFCG) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Monitoramento da carga e do deslocamento Medição de deslocamentos: Usando extensômetros sem contato Digital Image Correlation (DIC): na amostra, é feita a pintura de um padrão aleatório (feito com tinta spray), cujo movimento é filmado durante o ensaio. Algoritmos de tratamento de imagem digital calculam os deslocamentos e deformações em várias direções. Exemplo de tratamento de imagem DIC durante ensaio de tração biaxial Ensaio de tração/ 2. Tipos de máquinas Antes do carregamento, a Correlação de Imagem Digital mostra apenas uma cor em todo o CP (de tração biaxial, neste exemplo). Antes do carregamento Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Monitoramento da carga e do deslocamento Medição de deslocamentos: Usando extensômetros sem contato Digital Image Correlation (DIC): na amostra, é feita a pintura de um padrão aleatório (feito com tinta spray), cujo movimento é filmado durante o ensaio. Algoritmos de tratamento de imagem digital calculam os deslocamentos e deformações em várias direções. Exemplo de tratamento de imagem DIC durante ensaio de tração biaxial Ensaio de tração/ 2. Tipos de máquinas Diferentes cores indicam diferentes níveis de deformação medidos no CP Depois do carregamento Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Monitoramento da carga e do deslocamento Exemplo de tratamento de imagem DIC durante ensaio de tração biaxial Exemplo de tratamento de imagem DIC durante ensaio de tração uniaxial Ensaio de tração/ 2. Tipos de máquinas Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG • Possuem características especificadas de acordo com normas técnicas e suas dimensões devem ser adequadas à capacidade da máquina de ensaio; • Normalmente utilizam-se corpos de prova de seção circular ou de seção retangular, dependendo da forma e tamanho do produto acabado do qual foram retirados; • A parte útil do corpo de prova (L0) é a região onde são feitas as medidas das propriedades mecânicas do material. • As cabeças são as regiões das extremidades, que servem para fixar o corpo de prova à máquina de modo que a força de tração atuante seja axial Ensaio de tração/3. Corpos de prova Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG [...] a parte central do corpo de prova possui uma secção transversal menor do que as extremidades, de modo a provocar a ruptura numa secção em que as tensões não são afetadas pelas garras da máquina de ensaio. (CHIAVERINI, 1986, p. 112) Corpos de prova de tração, também conhecidos como “osso de cachorro” (dogbone). Ensaio de tração/ 3. Corpos de prova Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG chapas, placas ou perfis corpo de seção circular, irregular, ou de dimensões muito grandes • Produtos fundidos: o corpo de prova é obtido fundindo-se um tarugo contíguo à peça, que é posteriormente usinado; • Produtos conformados mecanicamente: as propriedades mecânicas variam conforme a direção (anisotropia). A escolha da direção do eixo do corpo de prova deverá cuidadosamente escolhida; Ensaio de tração/ 3. Corpos de prova Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG • Segundo a ABNT, o comprimento da parte útil CPs de tração deve corresponder a 5 vezes o diâmetro da seção da parte útil; • Por acordo internacional ,sempre que possível um CP deve ter 10 mm de diâmetro e 50 mm de comprimento inicial. Não sendo possível retirada de um CP deste tipo, deve-se adotar um corpo com dimensões proporcionais a essas. Dimensões padronizadas podem ser encontradas nas normas como ASTM E8M. Ensaio de tração/ 3. Corpos de prova chapas, placas ou perfis corpo de seção circular, irregular, ou de dimensões muito grandes Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 3. Corpos de prova Princípio de Saint-Venant: estabelece que nas regiões localizadas próximo à aplicação de carga ou restrições, o nível de tensão na peça atinge valores elevados e difunde na medida em que se afasta dessas regiões, tendendo ao valor médio de tensão. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG É essencial garantir uma distribuição de tensão UNIFORME no CP durante o ensaio para garantir a valiade dos modelos físicos usados para interpretar os resultados e medir as propriedades. Ensaio de tração/ 3. Corpos de prova Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG σ = força área = [N] [m2] = [Pa] ε = variação na dimensão dimensão inicial = [m] [m] = [ ] Tensão Deformação Ensaio de tração/ 4. Curva - Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Curva tensão () – deformação () Curva gerada durante o ensaio de tração Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Definição de tensão e deformação de engenharia: 𝜎 = 𝐹 𝐴0 𝜀 = 𝑙 − 𝑙0 𝑙0 = ∆𝑙 𝑙0 𝐹 força aplicada a cada momento 𝐴0 área da seção transversal do CP antes do ensaio 𝑙0 comprimento útil do CP antes do ensaio 𝑙 comprimento instantâneo do CP ∆𝑙 alongamento Calculadas em relação às dimensões do CP antes do ensaio Definição de tensão e deformação verdadeiras 𝜎𝑣 = 𝐹 𝐴 𝜀𝑣 = 𝑙𝑛 𝑙 𝑙0 𝐴 área instantânea da seção transversal do CP Calculadas em relação às dimensões do CP durante o ensaio Sob a hipótese de que o volume do CP é constante, podemos calcular tensão e deformação verdadeiras a partir da tensão e deformação de engenharia: 𝜎𝑣 = 𝜎(1 + 𝜀) 𝜀𝑣 = 𝑙𝑛(1 + 𝜀) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Dedução das expressões que relacionam 𝝈 − 𝜺 e 𝝈𝒗 − 𝜺𝒗 𝜀 = 𝑙 − 𝑙0 𝑙0 = 𝑙 𝑙0 − 𝑙0 𝑙0 = 𝑙 𝑙0 − 1 → 𝑙 𝑙0 = 1 + 𝜀 Deformação verdadeira: 𝜀𝑣 = 𝑙𝑛 𝑙 𝑙0 𝜀𝑣 = 𝑙𝑛 1 + 𝜀 Por definição, Da definição de deformação de engenharia, temos: Substituindo (2) em (1): Integrando ambos os lados entre 𝑙0 e 𝑙, temos: 𝑑𝜀𝑣 = 𝑑𝑙 𝑙 . (1) (2) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Dedução das expressões que relacionam 𝝈 − 𝜺 e 𝝈𝒗 − 𝜺𝒗 𝑉0 = 𝑉 → 𝐴0𝑙0 = 𝐴𝑙 → 𝐴 = 𝐴0 𝑙0 𝑙 Tensão verdadeira: Por definição, Substituindo (2) e (4) em (3): Sob a hipótese de volume constante, temos: (3) (4) 𝜎𝑣 = 𝐹 𝐴 𝜎𝑣 = 𝐹 𝐴0 𝑙0 𝑙 = 𝐹 𝐴0 𝑙 𝑙0 = 𝜎(1 + 𝜀) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - A diferença entre as curvas é mais visível em metais dúcteis. Diferenças negligenciáveis para pequenas deformações (no regime elástico) Estado triplo de tensões devido à estricção do CP Correção para o estado uniaxial de tensões Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Diferenças negligenciáveis para pequenas deformações (regime elástico) Estado triplo de tensões devido à estricção do CP Correção para o estado uniaxial de tensões Devido a sua simplicidade e aplicabilidade na indústria, consideraremos apenas a tensão e deformação de engenharia! 𝜎 = 𝐹 𝐴0 𝜀 = 𝑙 − 𝑙0 𝑙0 = ∆𝑙 𝑙0 Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Regime elástico x Regime plástico Regime elástico As ligações atômicas não são quebradas e a deformação é revertida após a cessão do carregamento. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Regime elástico x Regime plástico Regime elástico As ligações atômicas não são quebradas e a deformação é revertida após a cessão do carregamento. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG • Deformação reversível 𝜀𝑒𝑙; Regime elástico σ ε𝜀𝑒𝑙 • Em metais, e geralmente se relacionam por uma constante proporcional (linearidade), modelada pela Lei de Hooke; • Este regime é importante pois permite que o material absorva tensões (energia mecânica) sem se deformar permanentemente. Regime elástico x Regime plástico Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ligações atômicas são quebradas através do escorregamento (cisalhamento) de planos cristalográficos. Os átomos passam a ocupar novas posições da rede cristalina (deformação permanente). Regime plástico Regime elástico x Regime plástico Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ligações atômicas são quebradas através do escorregamento (cisalhamento) de planos cristalográficos. Os átomos passam a ocupar novas posições da rede cristalina (deformação permanente). Regime plástico Regime elástico x Regime plástico Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG • Deformação permanente 𝜀𝑝𝑙; • Após o esforço mecânico, o mateiral recupera a deformação elástica mas mantém a deformação plástica; • Para a maioria dos metais esta deformação ocorre após 0,5% de deformação; σ ε𝜀𝑒𝑙𝜀𝑝𝑙 Recuperação elástica Regime plástico • Ocorre mediante um processo de escorregamento ou pelo deslizamento de planos cristalinos que envolve o movimento de discordâncias (cisalhamento plástico); • É importante para metais nos processo de conformação mecânica e operações mecâno-metalúrgicas (laminação, forjamento, estampagem, etc). Regime elástico x Regime plástico Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG FASES • Encruamento (após o escoamento): aumento de discordâncias na estrutura cristalina e consequente aumento de resistência do metal • Estricção: diminuição da secção do corpo de prova (CP) • Ruptura σ ε Regime plástico Regime elástico x Regime plástico Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG σ ε • Limite de resistência • Ductilidade • Alongamento • Estricção • Tenacidade Propriedades ligadas ao regime plástico Propriedades ligadas ao regime elástico • Módulo de elasticidade • Módulo de resiliência • Limite de escoamento Regime elástico x Regime plástico Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Propriedades ligadas ao regime elástico: Ensaio de tração/ 4. Curva - Módulo de elasticidade ou módulo de Young (E, GPa) • Representa a capacidade do material resistir a cargas elásticas (absorver energia mecânica se deformando elasticamente); • Quanto maior o módulo, mais rígido será o material ou menor será a deformação elástica; • O módulo do aço (≈200 GPa) é cerca de 3 vezes maior que o correspondente para as ligas de alumínio (≈70 GPa) e, portanto, o alumício se deforma mais que o aço quando submetidos à mesma carga. Ou seja, quanto maior o módulo de elasticidade, menor a deformação elástica resultante; • O módulode elasticidade está ligado diretamente com as forças das ligações interatômicas, composição química, microestrutura (orientação cristalina) e defeitos internos (poros ou trincas). Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Propriedades ligadas ao regime elástico: Ensaio de tração/ 4. Curva - Módulo de elasticidade ou módulo de Young (E, GPa) Liga metálica Módulo de elasticidade (GPa) Tungstênio 407 Níquel 207 Aço 207 Cobre 110 Titânio 107 Latão 97 Alumínio 69 Magnésio 45 Callister 7ª edição (2007) + rígido - rígido Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Propriedades ligadas ao regime elástico: Ensaio de tração/ 4. Curva - Formas de calcular E a partir da curva de tração: • Lei de Hooke para carregamento uniaxial: • Inclinação da curva tensão- deformação: 𝜎 = 𝐸𝜀 → 𝐸 = tan𝛼 = ∆𝜎 ∆𝜀 Módulo de elasticidade ou módulo de Young (E, GPa) 𝐸 = 𝜎 𝜀 [GPa] σ ε E α Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime elástico: Exemplo: Considere um corpo de prova cilíndrico de um aço (curva tensão de engenharia – deformação de engenharia apresentada abaixo) de 8,5 mm de diâmetro e 80 mm de comprimento que é submetido a um ensaio de tração. Determine: a) o alongamento quando uma carga de 56,745 kN for aplicada; b) o módulo de elasticidade. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime elástico: a) O alongamento quando uma carga de 56,745 kN for aplicada: 1) Tensão correspondete à carga F = 56,745 kN: 𝜎 = 𝐹 𝐴0 = 𝐹 𝜋 𝐷0 2 2 = 56745 𝑁 𝜋 8,5 × 10−3𝑚 2 2 = 1000 𝑀𝑃𝑎 2) Deformação equivalente à tensão calculada: 𝜀(1000 𝑀𝑃𝑎) ≅ 0,0045 3) Alongamento correspondete à deformação medida: Questão: ∆𝑙 =? ∆𝑙 = 𝜀𝑙0 = 0,0045 × 80 𝑚𝑚 = 0,36 𝑚𝑚 0,0045 Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime elástico: b) Módulo de elasticidade Questão: 𝐸 =? 0,0045 𝐸 = ∆𝜎 ∆𝜀 = 𝜎2 − 𝜎1 𝜀2 − 𝜀1 Usando a definição de módulo como sendo a inclinação da curva -, temos: Como a curva passa pela origem, podemos tomar 𝜎1 e 𝜀1 como zero. Assim: 𝐸 = ∆𝜎 ∆𝜀 = 1000 𝑀𝑃𝑎 − 0 0,0045 − 0 = 222 × 103𝑀𝑃𝑎 = 222 𝐺𝑃𝑎 Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - • Quando a região elástica não é linear: Propriedades ligadas ao regime elástico: Formas de calcular E a partir da curva de tração: Módulo de elasticidade ou módulo de Young (E, GPa) 𝜎𝑎 Módulo tangente inicial: medido em 𝜎 = 0 Módulo secante: medido entre a origem e 𝜎𝑎 Módulo tangente: medido em 𝜎𝑎 Materiais com comportamento elástico não linear: ferro fundido cinzento, concreto, polímeros. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Efeito da temperatura nos valores de E: 𝐸 ∝ 1 𝑇 Propriedades ligadas ao regime elástico: Módulo de elasticidade ou módulo de Young (E, GPa) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Microscopicamente, cada orientação cristalina tem seu próprio módulo de elasticidade, logo o módulo resultante é uma média dos módulos de cada grão. Macroscopicamente, cada orientação de tração tem seu próprio módulo de elasticidade (Ex, Ey, Ez), devido à orientação cristalina ser anisotrópica. z x y Relevante para metais conformados mecanicamente, principalmente à frio (chapas, barras e tubos)! Efeito da anisotropia nos valores de E: Propriedades ligadas ao regime elástico: Módulo de elasticidade ou módulo de Young (E, GPa) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Propriedades ligadas ao regime elástico: Ensaio de tração/ 4. Curva - Exemplos do regime elástico em curvas reais Módulo de elasticidade ou módulo de Young (E, GPa) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - 𝐸(𝑃) = 𝐸0(1 − 𝑃) Relevante para peças produzidas a partir de pós metálicos (metalurgia do pó e impressão 3D metálica)! Onde: 𝐸0 módulo de elasticidade do metal denso 𝑃 fração volumétrica de poros (porosidade) Efeito da densidade de poros nos valores de E: Propriedades ligadas ao regime elástico: Módulo de elasticidade ou módulo de Young (E, GPa) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Métodos não convencionais (e não destrutivos) de medição de E: Propriedades ligadas ao regime elástico: Módulo de elasticidade ou módulo de Young (E, GPa) Excitação por impulso (vibração livre) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime elástico: Módulo de elasticidade ou módulo de Young (E, GPa) Ultrassom (ondas sonoras - mecânicas) Métodos não convencionais (e não destrutivos) de medição de E: Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime elástico: Módulo de elasticidade ou módulo de Young (E, GPa) Ultramicrodureza (penetração) Métodos não convencionais (e não destrutivos) de medição de E: Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG F Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime elástico: *Módulo de cisalhamento (G, GPa) τ = Gγ Enquanto o módulo de elasticidade E traduz a capacidade do material a resistir forças elásticas na direção normal (normal = no sentido de esticar ou comprimir o material)... ... o módulo de cisalhamento G traduz a capacidade do material de resistir a forças elásticas na direção tangencial (cisalhante = no sentido de cortar o material). Tensão normal Tensão cisalhante 𝜎 = E𝜀 F Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime elástico: *Módulo de cisalhamento (G, GPa) τ = Gγ G = τ γ [GPa] Se relaciona matematicamente com E por: G = E 2(1 + ν) Onde ν (nu) é o coeficiente de Poisson, ν = − 𝜀𝑥 𝜀𝑦 y x que é uma medida da rigidez do material na direção perpendicular à direção da carga aplicada Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime elástico: Módulo de Resiliência (UR, J/mm 3) σ ε Resiliência é a energia acumulada (e recuperada) dentro do regime elástico Módulo de resiliência O módulo de resiliência é: ε𝑦 U𝑅 = 0 ε𝑙 σdε N.m m3 U𝑅 = 1 2 σyε𝑦 = 1 2 σy σ𝑦 E = σ𝑦 2 2E Para metais (região elástica linear): U𝑅 Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime elástico: Módulo de Resiliência (UR, J/mm 3) Resiliência é a energia acumulada (e recuperada) dentro do regime elástico O módulo de resiliência é: U𝑅 = 0 ε𝑙 σdε N.m m3 U𝑅 = 1 2 σyε𝑦 = 1 2 σy σ𝑦 E = σ𝑦 2 2E Para metais (região elástica linear): Liga metálica UR (kgf.mm/ mm3) Aço alto C para molas 0.2240 Borracha 0.2100 Bronze laminado 0.0420 Aço de médio C 0.0236 Duralumínio 0.0119 Cobre recozido 0.0037 Ferro fundido 0.0007 Souza 5ª edição (1982) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Como definir a fronteira entre os regimes elástico e plástico? Escoamento não é nítido Escoamento bem definido Definindo a região do escoamento! Trata-se de uma região transiente. Nem sempre é bem definida. Depende do tipo de material e das condições do ensaio. Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime elástico: Limite de escoamento visível (𝝈𝒚, MPa) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Quando o escoamento é bem definido σ ε σ𝑦 Limite de escoamento superior Teoria de Cottrell-Bilby: Afirma que a interação entre os átomos de soluto (ou impurezas) e as discordâncias do material formam uma “atmosfera” em torno de tais discordâncias, dificultando a sua movimentação e dando origem ao escoamento. Limite superior de escoamento: é a tensão que livra as discordâncias da ancoragem da “atmosfera” de átomos intersticiais. Limite inferior de escoamento: tensão em torno da qual as discordâncias caminham pelo volume do material, até se estabilizarem. Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas aoregime elástico: Limite de escoamento inferior Limite de escoamento visível (𝝈𝒚, MPa) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Quando o escoamento é bem definido Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime elástico: É adotado como o limite de escoamento do material pois é menos sensível ao procedimento de ensaio, à geometria e acabamento do CP e é mais definido na curva tensão x deformação σ ε σ𝑦 Limite de escoamento inferior Limite de escoamento superior Uma discordância caminhando Callister 7ª edição (2007) Vídeo de experimento com bolhas (simulação do movimento de discordâncias: https://www.doitpoms.ac.uk/tlpli b/dislocations/printall.php Limite de escoamento visível (𝝈𝒚, MPa) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Bandas de Lüders Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime elástico: São deformações em forma de filetes (bandas) que resultam da interação de átomos intersticiais (C, N) e linhas de discordâncias no CP; Estes filetes (bandas) são visíveis em CPs polidos e apresentam um ângulo de 55° (direção de tensões principais e planos cristalinos mais compactos); Ocorre em aços doces (ao C, com teor máximo de 0,3%). Limite de escoamento visível (𝝈𝒚, MPa) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Bandas de Lüders Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime elástico: Limite de escoamento visível (𝝈𝒚, MPa) São deformações em forma de filetes (bandas) que resultam da interação de átomos intersticiais (C, N) e linhas de discordâncias no CP; Estes filetes (bandas) são visíveis em CPs polidos e apresentam um ângulo de 55° (direção de tensões principais e planos cristalinos mais compactos); Ocorre em aços doces (ao C, com teor máximo de 0,3%). Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime elástico: Limite de escoamento de Johnson (𝝈𝒚, MPa) Em1939 , Johnson propõem um método para determinar um limite elástico aparente, conhecido como Limite Johnson. Este limite corresponde à tensão na qual a velocidade de deformação é 50% maior que na origem (equivalente a uma inclinação 50% menor que na origem). F O DF O DF E DE = 0,5FD O A M N MN // OE E O Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Quando o escoamento não é bem definido Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime elástico: Limite de escoamento convencional (𝝈𝒚, MPa) σ ε σ𝑦 Limite n 𝜀 = 𝑛 Material Limite n Metais e ligas em geral 0,2% = 0,002 Ligas metálicas duras 0,1% = 0,001 Cobre e suas ligas 0,5% = 0,005 𝑛 = 0,5% P Limite de proporcionalidade (linearidade) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG 𝜀 (%) 𝜎 Material dúctil com patamar de escoamento σy Limite de escoamento superior Limite de escoamento inferior 𝜀 (%) 𝜎 Material dúctil sem patamar de escoamento 0,50,2 σy 0,1 Limite n 𝜀 (%) 𝜎 Material frágil Deformação na fratura < 5% 𝜀𝑓 < 5 n Tipo de material 0,1% Metais duros 0,2% Maioria dos metais 0,5% Metais moles Ensaio de tração/ 4. Curva - Resumo dos diferentes tipos de materiais e limites de escoamento Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG 𝜎𝑡 tensão admissível ou de trabalho 𝜎𝑦 tensão de escoamento 𝑁 coeficiente de segurança (1,2 < 𝑁 < 5,0) Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime elástico: Uso da tensão de escoamento em projetos 𝜎𝑡 = 𝜎𝑦 𝑁 Fatores para a escolha de 𝑁: • Econômico: valores muito altos resultam em superdimensionamento; • Experiência prévia: uso de materiais com resistência maior que a necessária; • Nível de precisão na determinação das propriedades do material; • Nível de prejuízo (material, ambiental, humano) em consequência das falhas. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Propriedades do regime plástico Limite de resistência à tração, σ𝑟 Útil principalmente para materiais metálicos frágeis (que experimentam pouca deformação plástica) 𝜎𝑟 = 𝜎𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 σ ε σ𝑟′ 𝑀′ 𝑀σ𝑟 Frágil Dúctil Material frágil: ε𝑓 ≤ 5% ε𝑟 = ε𝑓 ε𝑟′ Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Propriedades do regime plástico Ductilidade É uma medida da extensão da deformação que ocorre até a fratura; É mensurada pelo alongamento do CP após o ensaio de tração; Quanto maior o alongamento, mais dúctil é o material; A ductlidade aumenta com o aumento da temperatura. σ ε ε𝑀 ε𝑓 alongamento uniforme alongamento total Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Propriedades do regime plástico Ductilidade e Alongamento σ ε ε𝑀 ε𝑓 Alongamento específico (ou total): 𝜀𝑓 = 𝑙𝑓 − 𝑙0 𝑙0 × 100% Como a deformação na estricção é considerável, 𝜀𝑓 depende do comprimento do CP. Assim o valor de 𝑙0 deve ser citado. É uma medida admensional que representa a ductilidade do material. alongamento total Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Propriedades do regime plástico Estricção () Coeficiente percentual de estricção: 𝜑 = 𝐴0 − 𝐴𝑓 𝐴0 × 100% Representa a redução da secção transversal do material (área), sendo conhecida também como empescoçamento. Este fenômeno começa a ser visível a partir da carga máxima na curva de tensão-deformação de engenharia (quando a carga começa a diminuir). Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Propriedades do regime plástico *Por que a tensão de engenharia cai após a estricção? 𝜎 = 𝐹 𝐴0 𝜎𝑣 = 𝐹 𝐴 A deformação plástica ocorre sem variação de volume no CP. Por consequência, o alongamento do CP é acompanhado de uma diminuição da seção transversal, que é uniforme até que uma instabilidade ocorra e a seção transversal sofra uma diminuição localizada (estricção). Com a estricção, a resistência mecânica à tração do material diminui consideravelmente e, para manter a velocidade de carregamento constant imposta pela máquina de ensaio, a força diminui. Com uma menor força, a tensão de engenharia (𝜎) cai. A tensão verdadeira (𝜎𝑣) não diminui pois é calculada tomando a área de seção transversal atualizada. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Propriedades do regime plástico Tenacidade σ ε ε𝑓 Ut = 0 ε𝑓 σdε N.m m3 Ut Para que um material seja tenaz, deve apresentar resistência e ductilidade A tenacidade depende da geometria do CP (com ou sem concentradores de tensão) e do carregamento mecânico (estático ou dinâmico) É a capacidade de absorver energia no regime elástico e plástico (medida até a fratura). Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Propriedades do regime plástico Tenacidade Ut = 2 3 𝜎𝑟𝜀𝑓 Ut = 𝜎𝑦 + 𝜎𝑟 2 𝜀𝑓 Material frágil Material dúctil σ ε σ𝑟′ 𝑀′ 𝑀σ𝑟 Frágil Dúctil ε𝑓 ε𝑓 Ut = 0 ε𝑓 σdε N.m m3 É a capacidade de absorver energia no regime elástico e plástico (medida até a fratura). Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime plástico: Exemplo: 1. Qual é o valor do limite de proporcionalidade? 2. Qual é o valor do limite de escoamento para deformação de engenharia = 0,002 (ou 0,2%)? 3. Qual é o valor do limite de resistência à tração? Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime plástico: Resulução: 1) Qual é o valor do limite de proporcionalidade? 1343 MPa Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime plástico: Resulução: 2) Qual é o valor do limite de escoamento para deformação de engenharia = 0,002 (ou 0,2%)? 1560 MPa 0,002 Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 4. Curva - Propriedades ligadas ao regime plástico: Resulução: 3) Qual é o valor do limite de resistência à tração? 1970 MPa Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Tenacidade (Ut) ∆𝜎 ∆𝜀 Limite elástico (𝜎𝑦) Limite de resistência (𝜎𝑟) Módulo de elasticidade (𝐸) ∆𝜎 ∆𝜀 = E Deformação (m/m) Te n sã o (M P a) Resiliência (U𝑅) Alongamento total (𝜀𝑓) Resumo das principais propriedades medidas no ensaio de tração Ensaio de tração/4. Curva - Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 5. Tipos de fraturas Fratura Macroscópica Dúctil/Fibrosa Frágil/Cristalina Microscópica Plástica Clivagem Fadiga Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 5. Tipos de fraturas Aspecto macrográfico (a) Fratura frágil: caracterizada pela clivagem, uma separação do material normal à tensão de tração (metais CCC e HC) (b) Fratura cisalhante: deslizamento de planos sucessivos em materiais monocristais HC até a ruptura por cisalhamento (c) Fratura completamente dúctil: ocorrendo em materiais muito dúcteis (outro, chumbo, etc) (d) Fratura dúctil: fratura taça-cone com início no centro do CP e propagação cisalhante, com triaxialidade de tensões. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Fratura estável, acompanhada de estricção. A região central interior da superfície tem aparência irregular e fibrosa, com a formação de microvazios e lábios de cisalhamento na região da fratura. Fratura instável, com propagação brusca e rápida da trinca, com muito pouca deformação plástica. A região da fratura é brilhante. Ensaio de tração/ 5. Tipos de fraturas Aspecto macrográfico Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 5. Tipos de fraturas Fratura dúctil Inicia no centro do material através de microcavidades, as quais coalescem apresentando um aspecto fibroso (taça). Com o carregamento contínuo, surge a região de cisalhamento devido ao escorregamento de planos a 45° do eixo principal de carregamento (cone). Aspecto micrográfico Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 5. Tipos de fraturas Fratura dúctil Aspecto micrográfico Inicia no centro do material através de microcavidades, as quais coalescem apresentando um aspecto fibroso (taça). Com o carregamento contínuo, surge a região de cisalhamento devido ao escorregamento de planos a 45° do eixo principal de carregamento (cone). Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 5. Tipos de fraturas Fratura frágil Ocorre em planos cristalográficos perpendiculares ao eixo principal da tensão (clivagem). Neste tipo de fratura aparecem marcas radiais que se estendem por toda a superfície da fratura a partir do ponto de aparecimento da trinca Aspecto micrográfico Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 5. Tipos de fraturas Fratura intergranuar (frágil) Ocorre devido o deslocamento dos contornos de grão por apresentarem menor coesão do que o seu interior ou devido à interface entre diferentes fases. Este processo de fratura pode ser influenciado devido à segregação de elementos de liga nos contornos ou intrinsicamente pela baixa coesão. Aspecto micrográfico Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 5. Tipos de fraturas Fratura transgranular (dúctil e frágil) Esta fratura ocorre devido a separação de planos cristalográficos que passam por dentro dos grãos, devido a menor resistência da matriz comparada aos contornos. Neste modo de fratura o aspecto da superfície é de textura facetada. Aspecto micrográfico Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 6. Efeito da temperatura Baixas temperaturas: Tem grande importância nas industrias químicas e de refrigeração. Altas temperturas: Tem grande importância nas áreas de energia nuclear, indústrias petrolífera e aeronáutica. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 7. Produtos acabados Barras, fios e arames • Algumas normas: EB-3, EB-780, MB-864, EB-11, MB-397 da ABNT • Determinam a medição do limite de resistência para valores específicos de alongamento. Cabos • MB-1275/ABNT; • Faz-se também ensaios onde uma carga estática é mantida por 30 min ou 1h para determinar um possível aumento do alongamento (linhas aéreas de transmissão). Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 7. Produtos acabados Barras, fios e arames • Algumas normas: EB-3, EB-780, MB-864, EB-11, MB-397 da ABNT • Determinam a medição do limite de resistência para valores específicos de alongamento. Cabos • MB-1275/ABNT; • Faz-se também ensaios onde uma carga estática é mantida por 30 min ou 1h para determinar um possível aumento do alongamento (linhas aéreas de transmissão). Chapas e tubos • São retirados CP de tração normais; • Se a espessura for grande, preferir seção transversal circular; • Para tubos, são usados mandris nas extremidades para evitar amassamento nas garras. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 7. Produtos acabados Parafusos e porcas • Realizados para medição da carga de ruptura e alongamento e desgaste da rosca; • Preferencialmente, o teste deve ser realizado com o parafuso montado na própria estrutura, sendo carregado até a ruptura. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 7. Produtos acabados Forjados, fundidos e soldados • Peça fundida: o CP é retirado de um tarugo testemunha ou da própria peça. O teste é realizado até a ruptura do material, onde se determina a carga de ruptura. • Peças forjadas (correntes, elos, ganchos,etc): o ensaio é realizado diretamente na peça, onde se determina a carga de ruptura. • Para material soldado: Normas ASME Secção IX ou MB-262/ABNT. São extraídos o limite de resistência. • A solda é válida se: • a ruptura ocorre fora da solda e o limite de resistência corresponde ao especificado em norma; • se a ruptura ocorre na zona de fusão ou ZTA mas o limite de resistência obtido for maior do que o do material soldado. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de tração/ 7. Produtos acabados • Peça fundida: o CP é retirado de um tarugo testemunha ou da própria peça. O teste é realizado até a ruptura do material, onde se determina a carga de ruptura. • Peças forjadas (correntes, elos, ganchos,etc): o ensaio é realizado diretamente na peça, onde se determina a carga de ruptura. • Para material soldado: Normas ASME Secção IX ou MB-262/ABNT. São extraídos o limite de resistência. • A solda é válida se: • a ruptura ocorre fora da solda e o limite de resistência corresponde ao especificado em norma; • se a ruptura ocorre na zona de fusão ou ZTA mas o limite de resistência obtido for maior do que o do material soldado.
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