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TCC - Análise Financeira e o papel do Analista na Sociedade

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CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ANCHIETA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VANESSA CAMILA DE OLIVEIRA FONSECA 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE FINANCEIRA E O PAPEL DO ANALISTA NA SOCIEDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JUNDIAÍ – SP 
2011 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ANCHIETA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VANESSA CAMILA DE OLIVEIRA FONSECA 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE FINANCEIRA E O PAPEL DO ANALISTA NA SOCIEDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
pela aluna Vanessa Camila de Oliveira Fonseca, 
à disciplina do curso de Ciências Contábeis pelo 
Centro Universitário Padre Anchieta, como 
requisito parcial para colação de grau de 
Bacharel em Ciências Contábeis, sob a 
orientação do Professor Especialista Jair 
Perandini. 
 
 
 
 
 
 
 
JUNDIAÍ – SP 
 2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho ao meu marido Rui Donizeti Fonseca e aos 
professores Jair Perandini e Aristides Lucas Guimarães. 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
 
Ao Rui, meu marido, que com sua presença amorosa, tem compartilhado bons e maus 
momentos ao meu lado, fazendo meu dia a dia ser diferente e melhor. Que me ajudou a 
acreditar que eu era capaz e acima de tudo por todos os conselhos, todo carinho, cumplicidade 
e compreensão. 
Aos meus pais, Flávio e Solange, que de forma indireta tem me incentivado a buscar 
meus objetivos que é de estar cursando minha faculdade. 
Aos meus professores, que se dedicaram e me deram atenção para poder realizar este 
projeto. 
E a todos que de forma direta e indiretamente tem me ajudado no desenvolvimento 
deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“arte de saber extrair relações úteis, para o objetivo 
econômico que tivemos em mente dos relatórios 
tradicionais de suas extensões, se for o caso”. Deve-se ter a 
consciência de que a Análise das Demonstrações 
Financeiras é uma arte, que por sua vez não existe nenhum 
roteiro padronizado que leve sempre às mesmas conclusões, 
dentro das mesmas circunstâncias. Outro fator a ser 
lembrado, é que a Análise das Demonstrações Financeiras, 
pela sua natureza financeira, apresenta limitações, que 
deverão ser sempre lembradas. (Sérgio Iudicibus, 1998). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho tem como objetivo apresentar as mudanças que vem ocorrendo na 
profissão de Contabilidade, pois antes o contador, que era visto meramente como um “guarda 
- livros”, hoje tornou-se um agente indispensável nas empresas, fornecendo dados essenciais 
aos empresários para a tomada de decisão, por isso atualmente necessita sempre estar à frente 
das várias informações de diversificados setores, para assim ser capaz de transmitir a qualquer 
pessoa que as necessita. Os empresários devem estar atentos a todas as mudanças e os 
profissionais de contabilidade, devem estar sempre se atualizando, já que o mercado de 
trabalho e todas as suas necessidades, estão cada vez mais exigentes, beneficiando a todos. 
Cabe a todos nós divulgar e esclarecer para toda a sociedade a importância de se trabalhar em 
conjunto, respectivamente em sua área, não esquecendo-se de observar o que está ao nosso 
redor e acima de tudo, valorizar o serviço do próximo, obtendo dessa forma o objetivo em 
comum: o sucesso e a prosperidade do país. 
Palavra-chave: Empresa; Dados essenciais. 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Demonstrações Financeiras ................................................................................... 31 
Tabela 2 – Análise Vertical das Demonstrações Financeiras .................................................. 32 
Tabela 3 – Demonstrações Financeiras ................................................................................... 33 
Tabela 4 - Análise Horizontal das Demonstrações Financeiras .............................................. 34 
Tabela 5 – Análise Margem x Giro (Du Pont) ........................................................................ 55 
Tabela 6 – Balanço patrimonial após evento econômico de captação de recursos ................. 57 
Tabela 7 – Balanço patrimonial após evento econômico de aquisição de imobilizado. .......... 59 
Tabela 8 – Balanço Patrimonial após evento econômico de compra de mercadorias. ............ 60 
Tabela 9 – Balanço patrimonial após evento econômico de venda de mercadorias. ............... 62 
Tabela 10 – Balanço patrimonial após evento econômico de despesas operacionais. ............ 64 
Tabela 11 – Estrutura de custos e despesas – em percentual. .................................................. 66 
Tabela 12 – Balanço patrimonial após evento econômico de despesas financeiras. ............... 67 
Tabela 13 – Balanço patrimonial após evento econômico de impostos sobre o lucro. ........... 68 
Tabela 14 – Balanço Gerencial “Natura Cosméticos S.A”...................................................... 73 
Tabela 15 – Análise Horizontal x Vertical (Balanços Patrimoniais) ....................................... 80 
Tabela 16 – Análise Horizontal x Vertical (Demonstrações Financeiras) .............................. 81 
Tabela 17 – Prazo de Retorno do Investimento ....................................................................... 84 
Tabela 18 – Esquema Du Pont................................................................................................. 85 
Tabela 19 – Ciclo Operacional ................................................................................................ 98 
Tabela 20 – Necessidade de Capital Giro ................................................................................ 99 
Tabela 21 – Fator de Insolvência ........................................................................................... 101 
Tabela 22 – Alavancagem Financeira “GAF” ....................................................................... 102 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Objetivos da análise econômico-financeira. .......................................................... 36 
Figura 2 – Partes interessadas na análise econômico-financeira. ............................................ 37 
Figura 3 – Ciclo Operacional de compras e vendas. ............................................................... 42 
Figura 4 - Ciclo de Conversão de Caixa. ................................................................................. 43 
Figura 5 – Termômetro de Insolvência. .................................................................................. 50 
Figura 6 – Estrutura do Passivo. .............................................................................................. 58 
Figura 7 – Estrutura do Ativo. ................................................................................................. 60 
Figura 8 – Balanços Patrimoniais. ........................................................................................... 71 
Figura 9 – Demonstrações Financeiras.................................................................................... 72 
8 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 11 
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ANÁLISE FINANCEIRA ................................ 12 
1.1. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EXIGIDAS ................................................ 13 
1.1.1. Demonstrações Financeiras Comparativas ........................................................................................ 13 
1.1.2. Notas Explicativas ............................................................................................................................... 14 
1.1.3. Parecer dos Auditores Independentes ................................................................................................14 
1.1.4. Normas emitidas pela CVM de acordo com os padrões internacionais ............................................ 14 
1.1.5. Finalidade das demonstrações contábeis pelo CFC........................................................................... 15 
1.2. BALANÇO PATRIMONIAL .................................................................................. 16 
1.2.1. Ativo ..................................................................................................................................................... 16 
1.2.2. Ativo Circulante e Realizável a longo prazo ...................................................................................... 16 
1.2.3. Passivo ................................................................................................................................................. 19 
1.2.4. Passivo Circulante e Passivo Não Circulante .................................................................................... 19 
1.2.5. Patrimônio Líquido ............................................................................................................................. 20 
1.3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO .................................... 22 
1.3.1. Receita Bruta, deduções das vendas, abatimentos e impostos ........................................................... 22 
1.4. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ........................................................ 24 
1.4.1. Caixa e equivalentes de caixa ............................................................................................................. 24 
1.4.2. Forma da demonstração dos fluxos de caixa ..................................................................................... 24 
1.5. DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO ................................................. 26 
1.5.1. Receitas ................................................................................................................................................ 27 
1.6. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÕNIO LÍQUIDO .............. 29 
2. ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL ........................................................... 30 
2.1. ANÁLISE VERTICAL ............................................................................................ 30 
2.2. ANÁLISE HORIZONTAL ...................................................................................... 33 
3. INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS ............................................... 35 
3.1. ÍNDICES DE LIQUIDEZ ........................................................................................ 38 
3.1.1. Indicadores e Prazos de Realização.................................................................................................... 39 
3.1.2. Liquidez Corrente ................................................................................................................................ 39 
3.1.3. Liquidez Seca ...................................................................................................................................... 39 
3.1.4. Liquidez Imediata ................................................................................................................................ 40 
3.1.5. Liquidez Geral ..................................................................................................................................... 40 
3.2. ÍNDICES DE ATIVIDADE PRAZOS MÉDIOS .................................................... 41 
3.2.1. Índices de Atividades e Situação Financeira ..................................................................................... 42 
3.2.2. Necessidade de Capital de Giro .......................................................................................................... 43 
9 
 
3.3. ESTRUTURA DE CAPITAL .................................................................................. 45 
3.3.1. Imobilização do Capital Próprio ......................................................................................................... 45 
3.3.2. Endividamento Geral .......................................................................................................................... 46 
3.3.3. Endividamento Financeiro ................................................................................................................. 46 
3.3.4. Estrutura do Ativo ............................................................................................................................... 46 
3.3.5. Estrutura do Passivo ........................................................................................................................... 47 
3.3.6. Índices Combinados ............................................................................................................................ 49 
3.4. ANÁLISE DA RENTABILIDADE ......................................................................... 52 
3.4.1. Análise da Taxa de Retorno sobre Investimentos (Margem de Lucro x Giro do Ativo) .................. 52 
3.4.2. Análise da Margem x Giro .................................................................................................................. 54 
3.4.3. A Fórmula Du Pont ............................................................................................................................ 54 
3.5. GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA ....................................................... 56 
3.6. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE OS ÍNDICES ............................................. 57 
4. ANÁLISE DA SITUAÇÃO ECONOMICA, FINANCEIRA E DA 
RENTABILIDADE DA EMPRESA NATURA COSMÉTICOS S.A. NO PERÍODO DE 
2008 E 2 2009. ......................................................................................................................... 70 
4.1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 70 
4.2. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ..................................................................... 71 
4.3. BALANÇO GERENCIAL ........................................................................................ 73 
5. SITUAÇÃO ECONOMICA – ESTRUTURA PATRIMONIAL ......................... 74 
5.1. ESTRUTURA DAS FONTES ................................................................................... 74 
5.1.1. Participação do Capital de Terceiros no Ativo Total (Endividamento) ............................................. 74 
5.1.2. Participação do Capital Próprio no Ativo Total ................................................................................. 75 
5.1.3. Permanência do Capital Próprio ........................................................................................................ 75 
5.2. ESTRUTURA DAS APLICAÇÕES ......................................................................... 77 
5.2.1. Participação do Capital de Giro de Curto Prazo no Ativo Total ....................................................... 77 
5.2.2. Participação do Capital de Giro de Longo Prazo no Ativo Total ...................................................... 78 
5.2.3. Participação do Capital Fixo no Ativo Total ...................................................................................... 79 
5.3. ANÁLISE VERTICAL X HORIZONTAL ............................................................... 80 
5.4. RENTABILIDADE ................................................................................................... 82 
5.4.1. Margem de Lucro Operacional .......................................................................................................... 82 
5.4.2. Rentabilidade Do Investimento Global (ROI)
5
 ................................................................................... 83 
5.5. PRAZO DE RETORNO DO INVESTIMENTO (ISOQUANTA) ............................ 84 
5.6. ESQUEMA DU PONT .............................................................................................. 85 
5.7. SEGREGAÇÃO DOROI .......................................................................................... 86 
5.7.1. Lucro produzido pelo Capital Próprio (R$)........................................................................................ 86 
5.7.2. Lucro produzido pelo Capital Próprio (R$)........................................................................................ 86 
10 
 
5.7.3. Rentabilidade do Capital Próprio (ROI – Capital Próprio) ............................................................... 86 
5.7.4. Rentabilidade do Capital de Terceiros ................................................................................................ 87 
5.8. REMUNERAÇÃO ..................................................................................................... 88 
5.8.1. Remuneração do Capital Realizado ................................................................................................... 88 
5.8.2. Remuneração pelo Capital Próprio .................................................................................................... 89 
5.9. ÍNDICES DE LIQUIDEZ (SITUAÇÃO FINANCEIRA) ......................................... 90 
5.9.1. Liquidez Seca ...................................................................................................................................... 90 
5.9.2. Grau de Dependência dos Estoques ................................................................................................... 91 
5.9.3. Liquidez Geral ..................................................................................................................................... 91 
5.10. GARANTIA DE CAPITAL DE TERCEIROS ......................................................... 93 
5.11. SOLVÊNCIA GERAL .............................................................................................. 94 
5.12. ESTOQUE ................................................................................................................. 95 
5.12.1. Rotação de Estoque ............................................................................................................................. 95 
5.12.2. Prazo de Permanência dos Estoques .................................................................................................. 95 
5.13. DUPLICATA A RECEBER (CLIENTES) ............................................................... 96 
5.13.1. Rotação de Duplicatas a Receber ....................................................................................................... 96 
5.13.2. Prazo Médio de Recebimento das Vendas .......................................................................................... 96 
5.14. PAGAMENTO DAS COMPRAS ............................................................................. 97 
5.14.1. Rotação de Fornecedores .................................................................................................................... 97 
5.14.2. Prazo Médio de Pagamento das Contas ............................................................................................. 97 
5.15. DETERMINAÇÃO DA NCG (NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO) ........... 99 
5.16. TERMÔMETRO DE INSOLVÊNCIA ................................................................... 100 
5.16.1. Termomêtro de Insolvência (Kanitz) ................................................................................................ 100 
5.17. ALAVANCAGEM FINANCEIRA “GAF” ............................................................ 102 
5.18. RELATÓRIO CONCLUSIVO “NATURA COSMÉTICOS S.A” ......................... 103 
CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 104 
 
 
11 
 
INTRODUÇÃO 
 O analista é qualquer profissional que desenvolva a análise de uma empresa. Portanto, 
ele se preocupa com as demonstrações financeiras que, por sua vez, precisam ser 
transformadas em informações que permitam concluir se a empresa merece ou não de crédito, 
se vem sendo bem ou mal administrada, se tem ou não condições de pagar suas dívidas, se é 
ou não lucrativa, se vem evoluindo ou regredindo, se é eficiente ou ineficiente, se irá falir ou 
se continuará operando. 
A responsabilidade profissional do Analista é de interpretar as informações disponíveis 
e emitir seu parecer, cabendo a ele analisar com cautela as situações duvidosas, ocorridas pelo 
fato das informações não serem suficientemente claras, procedendo assim, nesse caso, a uma 
reclassificação de contas dentro de uma forma conservadora. 
Conforme referências bibliográficas este trabalho enfatiza a importância de prover 
informações e dissecá-las para seu melhor entendimento para curto e longo prazo tendo em 
vista a projeção de resultados. 
O objetivo deste trabalho é apresentar as Demonstrações Financeiras e sua estrutura, onde 
os mesmos são as bases e diretrizes para o desenvolvimento das análises, conforme as Normas 
Brasileiras de Contabilidade. 
 
12 
 
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ANÁLISE FINANCEIRA 
 
A prática da Análise das Demonstrações Contábeis, ou simplesmente, Análise de 
Balanços é comumente posicionada nos primórdios da Contabilidade. 
Em seu estado primitivo, a utilização da Contabilidade remonta a ± 4000 a.C, época em 
que se registram os primeiros inventários de rebanhos, principal atividade econômica 
daqueles tempos, bem como a preocupação do homem em inventariar a variação da riqueza 
em determinado período (aumento do rebanho). 
Diante da análise da variação do rebanho, realizada pela comparação entre o que já 
existia e o que foi acrescido ou reduzido (nascimentos e mortes) é possível afirmar que a 
Análise de Balanços é tão antiga quanto à Contabilidade. 
Mesmo diante dessa afirmação posiciona-se em época mais recente o surgimento da 
Análise das Demonstrações Contábeis em caráter mais sólido e desenvolvido. No século XIX, 
verifica-se a maturidade dos sistemas de créditos, em primeira manifestação dos banqueiros 
americanos, que passaram a solicitar das empresas candidatas a contrair empréstimos, a 
apresentação das suas demonstrações contábeis (mais precisamente o Balanço). 
Devido à exigência de início, somente do Balanço para se efetuar a análise, firmou-se a 
expressão Análise de Balanços, que perdura até os dias de hoje. Com o tempo, a exigência foi 
ampliada para outras demonstrações contábeis, como a Demonstração do Resultado do 
Exercício, porém sem a inclusão no nome da técnica. O argumento que se utilizava para a 
manutenção do nome era de que a Demonstração do Resultado do Exercício nada mais era do 
que um Balanço de Resultado, assim como o Fluxo de Caixa sendo um Balanço Financeiro. 
Com o surgimento dos Bancos Governamentais, bastante interessados na situação 
econômico-financeira das empresas tomadores de financiamentos, e a abertura do Capital por 
parte das empresas (companhias, S.A), tornando possível a participação societária de 
pequenos e grandes investidores, a Análise de Balanços desenvolveu-se ainda mais, tornando-
se indispensável ferramenta para a tomada de decisão. 
 
13 
 
1.1. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EXIGIDAS 
 
A Sociedade anônima é obrigada a preparar as suas demonstrações contábeis na data de 
encerramento do seu exercício social, sendo prevista no seu estatuto social. Na prática, essas 
demonstrações financeiras são elaboradas ao final de cada mês, de forma a permitir que a 
administração da Sociedade possa ser acompanhada periodicamente. 
 
Os objetivos dessas demonstrações contábeis são os seguintes: 
 Balanço patrimonial (BP) – é a situação patrimonial e financeira da Sociedade. 
 Demonstração do Resultado (DRE) – é o quanto a Sociedade ganhou (lucro) ou 
perdeu (prejuízo) durante o exercício social. 
 Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (DLPA)1 – são as alterações 
ocorridas durante o exercício social na conta de lucros ou prejuízos acumulados. 
 Demonstraçãodos Fluxos de Caixa (DFC)2 – são os pagamentos e recebimentos 
ocorridos durante o exercício social, relacionados com as atividades operacionais, de 
investimentos e de financiamentos da Sociedade. 
 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) – relata a riqueza gerada pela Sociedade 
e como foi distribuída e retida, durante o exercício social. 
 
1.1.1. Demonstrações Financeiras Comparativas 
 
Conforme a lei societária as demonstrações deverão conter os números do exercício 
social atual e do exercício social anterior. 
O grande objetivo da comparação é que a análise de uma empresa é feita sempre com 
vista no futuro. Por isso, é fundamental verificar a evolução passada, e não apenas a situação 
de um momento. 
 
 
_____________________________________ 
1
 A Sociedade tem como a opção de preparar a demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) em 
substituição à DLPA. 
2
 Com a reforma na lei societária (Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09) substituiu a demonstração das origens e 
aplicações de recursos (DOAR) pela DFC e instituiu a DVA. 
14 
 
1.1.2. Notas Explicativas 
 
As demonstrações contábeis devem ser complementadas por notas explicativas, quadros 
analíticos ou outras demonstrações contábeis necessárias á plena avaliação da situação e da 
evolução patrimonial da empresa. 
A lei enumera o mínimo dessas notas e induz à sua ampliação quando for necessário 
para o devido “esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício”. 
Nesse mínimo incluem-se a descrição dos critérios de avaliação dos elementos 
patrimoniais e das práticas contábeis adotadas, dos ajustes dos exercícios anteriores, 
reavaliações, ônus sobre ativos, detalhamentos das dívidas de longo prazo, do capital e dos 
investimentos relevantes em outras empresas eventos subseqüentes importantes após a data do 
balanço etc. 
 
1.1.3. Parecer dos Auditores Independentes 
 
As demonstrações contábeis são sempre de responsabilidade da administração da 
empresa e são assinadas pelo contabilista devidamente autorizado. O parecer de auditores 
independentes sobre elas é de fundamental importância. 
Por esse motivo foi determinado que as demonstrações contábeis das companhias 
abertas sejam auditadas por auditores independentes registrados na CVM. Além disso, normas 
específicas exigem que as instituições subordinadas ao Banco Central, à Superintendência de 
Seguros Privados e outras também tenham suas demonstrações contábeis auditadas. 
 
1.1.4. Normas emitidas pela CVM de acordo com os padrões internacionais 
 
 Esse parágrafo foi introduzido na lei nº 6.404/76 e pela lei nº 11.638/07. O Brasil 
decidiu utilizar o padrão contábil internacional do IASB (pronunciamentos técnicos 
denominados de IASB e IFRS). As normas contábeis estão sendo emitidas pelo CPC e a 
CVM que torna-as obrigatórias para as companhias abertas. 
 
15 
 
1.1.5. Finalidade das demonstrações contábeis pelo CFC 
 
 As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e 
financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de 
proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos 
fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e 
tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os 
resultados da atuação da administração na gestão da entidade e sua capacitação na prestação 
de contas quanto aos recursos que lhe foram confiados. Para satisfazer a esse objetivo, as 
demonstrações contábeis proporcionam informações da entidade acerca do seguinte: 
 
(a) ativos; 
(b) passivos; 
(c) patrimônio líquido; 
(d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; 
(e) alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a 
eles; e 
(f) fluxos de caixa. 
Essas informações, juntamente com outras informações constantes das notas 
explicativas, ajudam os usuários das demonstrações contábeis na previsão dos futuros fluxos 
de caixa da entidade e, em particular, a época e o grau de certeza de sua geração. 
 
16 
 
1.2. BALANÇO PATRIMONIAL 
 
A expressão balanço decorre do equilíbrio: Ativo = Passivo + PL, ou da igualdade: 
Aplicações = Origens. Parte-se da idéia de uma balança de dois pratos em que sempre se 
encontra a igualdade 
A expressão patrimonial origina-se do Patrimônio da empresa, ou seja, conjunto de 
bens, direitos e obrigações. Daí origina-se a expressão Patrimônio Líquido, que significa a 
parte líquida do patrimônio, a riqueza líquida da empresa num processo de continuidade, a 
situação líquida. 
 Juntando as duas expressões, forma-se o Balanço Patrimonial, o equilíbrio do 
patrimônio, igualdade patrimonial. 
 
1.2.1. Ativo 
 
 São todos os bens e direitos de propriedade e controle da empresa, que são avaliáveis 
em dinheiro e que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa. 
 Bens: máquinas, terrenos, estoques, dinheiro (moeda), ferramentas, veículos, 
instalações etc. 
 Direitos: contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber, ações títulos de 
crédito etc. 
Para ser Ativo é necessário que qualquer item preencha quatro requisitos 
simultaneamente: 
a) constituir bem ou direito para a empresa; 
b) ser de propriedade, posse ou controle de longo prazo da empresa; 
c) ser mensurável monetariamente; 
d) trazer benefícios presentes ou futuros. 
 
1.2.2. Ativo Circulante e Realizável a longo prazo 
 
 No ativo circulante e no realizável a longo prazo, são classificado os bens e direitos 
realizáveis da Sociedade. Os bens e direitos que irão realizar-se até o término do exercício 
 
17 
 
social seguinte são registrados no ativo circulante; após esse prazo, são contabilizados no 
realizável a longo prazo. 
 A realização está no sentido de se transformar em dinheiro ou ser apropriado como 
despesa ao resultado do exercício (despesa antecipada). 
 Os principais subgrupos dessas contas são os seguintes: 
 Disponibilidades; 
 Contas a receber; 
 Estoques; 
 Títulos, valores mobiliários e bens; 
 Despesas antecipadas. 
 
 As contas são dispostas nos grupos de contas do ativo circulante e do realizável a longo 
prazo por ordem decrescente de grau de liquidez. Note que os estoques de produtos acabados 
(sociedade industrial) ou de mercadorias (sociedade comercial) são vendidos a prazo aos 
clientes, se transformam em contas a receber de clientes, que depois de recebidas se 
convertem em disponibilidades. 
 Visão geral dos subgrupos de contas do ativo circulante e do realizável a longo prazo: 
 
Disponibilidades – contempla dinheiro em caixa, saldos de contas bancárias e aplicações 
financeiras. Esses recursos são detidos com a finalidade de ir ao encontro dos compromissos 
de caixa a curto prazo da sociedade e não para investimento ou outros propósitos. 
 
Contas a receber – as contas a receber representam direitos adquiridos por vendas a prazo de 
bens e serviços relacionados com o objetivo social da Sociedade. 
 
Estoques - os estoques representam bens destinados à venda ou à fabricação, relacionados 
com objetivos e atividades da Sociedade. 
 
Títulos valores mobiliários e bens – nesse grupo de contas, são classificados principalmente 
as aplicações financeiras e os ativos destinados à venda, que não sejam estoques e títulos de 
liquidez imediata. 
 
18 
 
Despesas antecipadas - as despesas antecipadas representam o saldo de pagamentos 
efetuados referentes a serviços ainda não totalmente recebidos. 
 
 Investimentos: Nesse grupo de contas, são classificadas principalmente as 
participações societárias em sociedades controladas, coligadas e controladas em 
conjunto. 
 
Sociedades controladas - é definido como a possibilidade de dirigir as políticas financeiras e 
operacionais de uma empresa, a fim de obter os benefícios e riscos de suas atividades.Sociedades coligadas - uma sociedade é considerada como coligada quando a investidora 
possui influência significativa. A influência significativa é geralmente evidenciada em uma ou 
mais das seguintes formas: 
1. Representação no conselho de administração ou órgão equivalente da investida; 
2. Participação nos processos de criação de políticas; 
3. Transações relevantes entre o investidor e a investida; 
4. Intercâmbio de pessoal administrativo; 
5. Fornecimento de informações técnicas essenciais. 
 
 Imobilizado: São classificados nesse grupo de contas os ativos fixos utilizados na 
manutenção das atividades da companhia. 
 
A seguir os bens classificados no imobilizado: 
1. Terrenos; 
2. Edifícios; 
3. Máquinas e equipamentos; 
4. Instalações; 
5. Móveis e utensílios; 
6. Veículos; 
7. Computadores; 
8. Ferramentas; 
9. Construções em andamento; 
10. Adiantamentos a fornecedores para compra de bens do imobilizado. 
 
19 
 
 Intangível: Os ativos intangíveis são usados na manutenção dos negócios da 
Companhia, e se diferenciam dos ativos imobilizados por não terem existência física: 
 
 São exemplos de ativos intangíveis: 
1. Marcas (aquisição da marca de um produto bastante conhecida no mercado); 
2. Patentes (fórmulas de novos produtos). 
 
1.2.3. Passivo 
 
 Simplificadamente, evidência toda a obrigação (dívida) que a empresa tem com 
terceiros; contas a pagar, fornecedores de matéria-prima (a prazo), impostos a pagar, 
financiamentos, empréstimos etc. 
 
1.2.4. Passivo Circulante e Passivo Não Circulante 
 
 No passivo circulante e no passivo não circulante, são classificadas as dívidas da 
Sociedade. As dívidas com expectativa de liquidação até o término do exercício social 
seguinte são classificadas no passivo circulante; após esse prazo, são registradas no passivo 
não circulante. 
 As obrigações da Sociedade compreendem geralmente os seguintes grupos de contas: 
 
Empréstimos e financiamentos a pagar – são recursos captados pela Sociedade para 
financiar suas operações (vendas a prazo a clientes, compras de bens do ativo imobilizado e 
etc). 
 
Fornecedores a pagar - são compras a prazo de bens (estoques, imobilizados etc.) e serviços 
de terceiros no país e no exterior. 
 
Impostos sobre o lucro a pagar – são dívidas tributárias devidas com base no lucro fiscal 
apurado pela Sociedade. 
 
20 
 
Impostos sobre a receita a pagar – são impostos que são calculados sobre a receita bruta, 
tais como ICMS, IPI, ISS, PIS e COFINS. 
 
Folha de pagamento a pagar – são valores devidos relacionados com pessoal, tais como 
salários, encargos sociais, 13° salário e férias. 
 
Adiantamentos a clientes – são recursos recebidos antecipadamente de clientes por conta de 
futura entrega de bens e serviços. 
 
Provisões para contingências tributárias, trabalhistas e cíveis – são processos movidos por 
terceiros contra a Sociedade, cuja probabilidade de perda foi considerada como provável. 
 
1.2.5. Patrimônio Líquido 
 
 Evidencia recursos dos proprietários aplicados no empreendimento. O investimento 
inicial dos proprietários (a primeira aplicação) é denominado, contabilmente, Capital Social. 
 
Capital Social - O capital social é constituído ou aumentado através de contribuições dos 
acionistas com bens suscetíveis de avaliação em dinheiro, transferências de dívidas e 
incorporação de recursos de reservas de capital, de reservas de lucros e de lucros acumulados. 
 
Reservas de Capital - Consiste em registrar doações e subvenções para investimento, ágio e 
deságio na emissão de ações, entre outros casos. 
 
Reservas de Lucros - As reservas de lucros representam valores retidos de lucros apurados 
pela Sociedade, ou seja, são constituídas com o objetivo de atender à lei (legal), ao estatuto 
(estatutária) e às determinações dos administradores e acionistas (contingências, incentivos 
fiscais, retenção de lucro a realizar). 
 
Lucros ou Prejuízos Acumulados - Essa conta representa o saldo remanescente dos lucros 
(ou prejuízos) líquidos das apropriações para reservas de lucros e dos dividendos distribuídos, 
saldo esse que faz parte do patrimônio líquido na data do Balanço e também representa a 
interligação entre o Balanço e a Demonstração do Resultado do Exercício. 
21 
 
Dividendos - Os dividendos representam uma destinação do lucro do exercício, dos lucros 
acumulados ou de reservas de lucros aos acionistas da companhia. Em casos especiais, 
poderão ser utilizadas as reservas de capital para o pagamento de dividendos às ações 
preferenciais. 
 
Ações em Tesouraria - Representa uma conta de natureza devedora, classificada no 
patrimônio líquido, onde são registradas as aquisições de ações de emissão da própria 
Companhia, em contrapartida com conta-corrente bancária, no caso de compras a vista, ou em 
contrapartida com conta passivo, no caso de uma aquisição a prazo. 
 
Ajuste a Valor Presente - Esse critério contábil é imprescindível para ajustar o valor das 
obrigações e dos créditos prefixados que contenham, dentro de seu valor nominal, uma 
parcela de juros como compensação do prazo de pagamento ou recebimento. Dessa maneira, 
uma venda ou uma compra a prazo, ainda não recebida ou paga, deve ser ajustada à data do 
balanço, extraindo-se os juros computados no seu valor que foram adicionados para fazer face 
ao prazo de realização. 
 
22 
 
1.3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
 
 O objetivo dessa demonstração é relatar efetivamente o desempenho em termos de lucro 
ou prejuízo apurado pela companhia durante o exercício social. As receitas e as despesas são 
computadas no resultado de acordo com certas regras contábeis estabelecidas na Lei nº 
6.404/76 e nos pronunciamentos técnicos do CPC, sendo a principal o regime de 
competência, independentemente se as despesas foram pagas. 
 
1.3.1. Receita Bruta, deduções das vendas, abatimentos e impostos 
 
 Representam vendas de mercadorias (Sociedade comercial), de produtos (Sociedade 
industrial) e de serviços (Sociedade prestadora de serviços), relacionadas com o objetivo 
social da entidade. A receita líquida representa a receita bruta deduzida dos impostos 
correspondentes, das devoluções de clientes, dos descontos (após emissão da nota fiscal, 
como por exemplo, em função de defeitos nos produtos) e das bonificações (devido ao 
volume de compras do cliente). 
 
Custo dos produtos e serviços vendidos - Representa o custo das mercadorias vendidas 
(Sociedade comercial), dos produtos vendidos (Sociedade industrial) e dos serviços prestados 
(Sociedade prestadora de serviços). 
 
Despesas com vendas e gerais e administrativas - As despesas de vendas estão diretamente 
relacionadas com os esforços da Sociedade em realizar as vendas, tais como salários e 
encargos sociais dos vendedores, comissões sobre vendas, gastos com entrega dos produtos 
vendidos, propaganda e publicidade etc. As despesas gerais e administrativas estão vinculadas 
aos gastos com manutenção da estrutura administrativa da Sociedade, tais como salários e 
encargos sociais do pessoal administrativo, depreciação do ativo fixo administrativo, telefone, 
luz, água etc. 
 
Despesas financeiras e outras despesas e perdas - No grupo das despesas financeiras, são 
classificadas as despesas incorridas com a utilização de recursos de terceiros, tais como: juros, 
23 
 
variação monetária, variação cambial, comissão bancária na abertura de financiamentos, 
impostos sobre operações financeiras etc. 
 
Receitas financeiras e demais receitas e ganho - No grupo das receitas financeiras, são 
registradas as receitas auferidas em função de terceiros utilizarem os recursos da empresa, 
como, por exemplo: juros sobre duplicatas de clientes pagas em atraso, rendimentos 
provenientes de aplicações em renda fixa e em renda variável, variações monetárias ativas 
decorrentes de atualizações de direitos a receber. 
 
Impostos sobreo resultado e impostos diferidos - Os impostos que incidem sobre o 
resultado das entidades são Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social 
sobre o Lucro Líquido (CSLL). 
 
Esses impostos são apresentados em duas linhas na demonstração do resultado ou em 
nota explicativa às demonstração financeiras. Uma linha é para os impostos diferidos. 
Impostos correntes são os impostos que a entidade irá recolher ao fisco de acordo com a 
legislação fiscal vigente. Os impostos diferidos são contabilizados em atendimento ao regime 
de competência, contemplando prejuízos fiscais, bases negativas de CSLL e diferenças 
geradas entre ativos e passivos reconhecidos para fins fiscais e seus correspondentes valores 
apresentados nas demonstrações financeiras. 
 
 
24 
 
1.4. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 
 
 Seguindo uma tendência internacional e também em função das necessidades 
principalmente por parte dos analistas de mercado e investidores institucionais, a Lei n° 
11.638/07 modificou a Lei n° 6.404/76, incluindo a substituição da Demonstração das 
Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) pela Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC). 
Essa última demonstração evidencia as modificações ocorridas no saldo de disponibilidades 
(caixa e equivalentes de caixa) da entidade em um determinado período, através de fluxos de 
recebimentos e pagamentos. Embora a DOAR seja considerada pelos especialistas como uma 
demonstração mais rica em termos de informações, os conceitos nela contidos, como, por 
exemplo a variação do capital circulante líquido, não são facilmente compreendidos pelos 
usuários das demonstrações financeiras. A DFC, ao contrário, por utilizar linguagem e 
conceitos mais simples, possui uma comunicação melhor com a maioria dos leitores das 
demonstrações financeiras. 
 O objetivo da DFC é fornecer informações relevantes sobre recebimentos e pagamentos 
de caixa de uma companhia durante certo período. 
 
1.4.1. Caixa e equivalentes de caixa 
 
 Os equivalentes de caixa são mantidos com a finalidade de atender a compromissos de 
caixa de curto prazo e não para investimento ou outros fins. Portanto se qualifica como 
equivalente de caixa quando tem vencimento de curto prazo, por exemplo, três meses ou 
menos, a contar da data da contratação. 
 
1.4.2. Forma da demonstração dos fluxos de caixa 
 
 A forma da DFC é a seguinte: 
 
Atividades operacionais – representam pagamentos e recebimentos atrelados principalmente 
à geração do lucro operacional da Sociedade. 
 
25 
 
Atividades de investimento – significam pagamentos e recebimentos relacionados 
fundamentalmente com realizáveis a longo prazo, investimentos, imobilizados, intangíveis e 
ativos financeiros em instrumentos de capital e em instrumentos de dívidas não classificados 
como equivalentes de caixa. 
 
Atividades de financiamento – representam pagamentos e recebimentos vinculados 
essencialmente a passivos e patrimônio líquido. 
 
 Existem duas modalidades para elaboração da DFC: o método direto e o método 
indireto. A principal diferença é quanto à apresentação das atividades operacionais. A 
metodologia direta divulga informações mais complexas e de melhor qualidade, enquanto a 
metodologia indireta é mais simples e, consequentemente, requer menos trabalho em sua 
elaboração. 
 
Método direto - apresenta por transação (recebimento de clientes, pagamentos a fornecedores 
etc), ou seja, evidencia a movimentação do saldo de caixa no período, partindo da geração de 
caixa por meio da demonstração de resultados e das variações dos elementos patrimoniais do 
balanço que geram ou necessitam de caixa. 
 
Método indireto – apresenta uma conciliação entre o lucro líquido e o fluxo de caixa das 
atividades operacionais. Evidencia a movimentação do saldo de caixa do período, coletando 
as informações específicas das entradas e saídas de numerário constante das contas de 
disponibilidades (caixa, bancos e aplicações financeiras). Os demais segmentos do fluxo de 
caixa, de investimentos e financiamentos, são similares ao método direto. 
 
Segundo PADOVEZE, e BENEDICTO (2010, p.57) 
“O ponto de análise mais importante é a necessidade do saldo 
positivo do fluxo de caixa operacional, uma vez que seu 
principal formador é o lucro operacional. Este fluxo 
representa a razão de ser da organização, porque o lucro 
operacional reflete a eficácia empresarial.” 
 
26 
 
1.5. DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO 
 
 A nova norma da lei societária (Lei n° 11.638/07) alterou os arts. 176 e 188 da Lei n° 
6.404/76, incluindo a obrigatoriedade da apresentação da demonstração do valor adicionado 
(DVA), somente para as companhias abertas. Logo, a DVA faz parte do conjunto de 
demonstrações financeiras de uma companhia aberta, que contempla também o balanço 
patrimonial, a demonstração do resultado do exercício, a demonstração das mutações do 
patrimônio líquido, a demonstração dos fluxos de caixa e as notas explicativas. As 
companhias fechadas e as empresas limitadas poderão optar pela apresentação da DVA. 
 Essa é uma demonstração surgida na Europa, principalmente por influência da 
Inglaterra, França e Alemanha, e que tem sido cada vez mais exigida em nível internacional, 
inclusive em virtude de expressa recomendação por parte da ONU. A DVA evidencia o 
quanto ela adicionou de valor, e de que forma essa riqueza foi distribuída (entre empregados, 
governo, acionistas, financiadores de capital etc.) e quanto ficou retido na empresa. Essa 
informação é tão importante que, além da sua utilização pelos países europeus, alguns outros 
países emergentes só aceitam a instalação e a demonstrar qual será o valor adicionado que irá 
produzir. 
 O objetivo dessa demonstração contábil é apresentar o montante de valor adicionado 
pela Sociedade e sua forma de distribuição. O valor adicionado significa a riqueza gerada pela 
Companhia, que na prática compreende a receita bruta deduzida dos valores debitados no 
resultado relativos às riquezas oriundas de terceiros (bens e serviços consumidos), tais como 
matérias-primas, mercadorias, materiais, serviços etc. Deverá ser evidenciada a distribuição 
do valor adicionado entre empregados, financiadores, acionistas, governo e outros; bem como 
a parcela retida para reinvestimento (lucros retidos na conta de lucros acumulados e nas 
contas Reservas de Lucros). 
 A demonstração do valor adicionado representa, de forma prática e efetiva, os dados, 
principalmente da demonstração do resultado do exercício, apresentados de um outro modo. 
As informações sobre a destinação do resultado do exercício, na forma de dividendos e de 
retenção de lucros, constantes na demonstração das mutações do patrimônio líquido, também 
são utilizadas para fins de elaboração da demonstração do valor adicionado. 
 
27 
 
1.5.1. Receitas 
. 
 Representa a receita bruta computada na demonstração do resultado, relacionada com 
venda de mercadorias (empresa comercial), venda de serviços (empresa prestadora de 
serviços). 
 
Outras receitas – representam ganhos oriundos, principalmente, de alienações de ativos 
imobilizados, de investimentos e de ativos intangíveis, e outras transações incluídas na 
demonstração do resultado do exercício. 
 
Receitas relativas à construção de ativos próprios – esses valores não transitam pela 
demonstração do resultado do exercício. Representam gastos com construção de ativos para 
utilização pela entidade, principalmente ativos imobilizados, incluindo juros incorridos que 
tenham sido debitados no ativo imobilizado em construção. 
 
Insumos adquiridos de terceiros – representam transações computadas na demonstração do 
resultado, principalmente em Custo das Vendas, Despesas Gerais e Administrativas e 
Despesas de Vendas, relacionadas com bens e serviços adquiridos de terceiros, tais como: 
mercadorias. 
 
Depreciação, amortização e exaustão – Os valores das depreciações (ativoimobilizado), das 
amortizações (ativos intangíveis) e das exaustões (ativos imobilizados relacionados 
principalmente com minas e florestas) contabilizados durante o exercício são considerados 
como redutores do valor líquido produzido pela entidade, independentemente se esses valores 
foram debitados em despesas no resultado do exercício ou em custo da produção do estoque. 
 
Valor adicionado recebido em transferência – representa, essencialmente, as riquezas 
geradas por outras sociedades e transferidas para a Companhia na forma de agregação ou 
remuneração dos ativos aplicados. 
 
Distribuição (pessoal) – representa, principalmente, os seguintes gastos diretos e indiretos da 
sociedade com os seus empregados, computados na demonstração do resultado do exercício, 
geralmente nos grupos de contas de custo das vendas (companhia industrial e empresa 
prestadora de serviços) e de despesas operacionais (despesas de vendas e administrativas). 
28 
 
Distribuição (impostos, taxas e contribuições) – representam impostos, taxas e contribuição 
incorridos e computados na demonstração do resultado, com os fiscos federal, estadual e 
municipal. Os impostos não cumulativos (a entidade se credita na compra) devem ser 
considerados pelos valores efetivamente recolhidos ou devidos ao fisco (diferença entre os 
valores, se creditados fiscalmente com Insumos Adquiridos de Terceiros). 
 
Distribuição (remuneração de capitais de terceiros) – representa geralmente os gastos 
incorridos e debitados na demonstração do resultado com a utilização de recursos de terceiros. 
 
Distribuição (remuneração de capitais próprios) – representa a destinação do lucro líquido 
do exercício. 
 
29 
 
1.6. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÕNIO LÍQUIDO 
 
 O objetivo dessa demonstração é relatar todas as transações que ocorreram nas contas 
do patrimônio líquido durante o exercício social, partindo do saldo no início do ano e, de 
forma cronológica, chegando ao saldo no final do ano. 
 A DMPL é uma demonstração mais completa e abrangente, apresenta as variações de 
todas as contas do Patrimônio Liquido durante o exercício social, seja ela proveniente da 
correção monetária, de aumento de capital, de reavaliação de elementos do ativo, de lucro ou 
de simples transferência entres contas, relacionadas no grupo do Patrimônio Liquido. Essa 
demonstração é facultativa na maioria das companhias, mas quando apresentadas, substitui a 
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) que é uma demonstração onde 
mostra as retenções de lucros, as distribuições de lucros aos sócios, os ajustes de exercícios 
anteriores, saldos ainda não destinados. Por esse motivo a DMPL se caracteriza como um 
elemento complementar do que como peça através da qual se pode obter informações que 
possibilitam a tomada de decisão, desta forma a DMPL não é analisada conforme o Balanço e 
a Demonstração do Resultado do Exercício. 
 
30 
 
2. ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL 
 
As mudanças dos valores das demonstrações financeiras em números relativos ou 
percentuais é de grande importância para a análise financeira, ou seja, melhora a visibilidade e 
possibilita a identificação de pontos positivos ou negativos. Este instrumento básico tem sido 
denominado análise vertical e horizontal. A primeira caracteriza-se como uma análise da 
variação de crescimento ou decréscimo do valor dos elementos constantes das demonstrações 
financeiras. 
Segundo IUDÍCIBUS (pag. 74, 2008) 
“A análise de balanços deve ser entendida dentro de suas 
possibilidades e limitações. De um lado, mais aponta problemas 
a serem investigados do que indica soluções; de outro, desde 
que convenientemente utilizada, pode transformar-se num 
poderoso “painel de controle” da administração.” 
 
2.1. ANÁLISE VERTICAL 
 
A análise vertical é o estudo de participações percentuais ou de estrutura dos elementos 
das demonstrações contábeis, ou seja, permite avaliar a estrutura de composições de itens e 
sua evolução do tempo. 
Portanto para o balanço patrimonial, convencionou-se adotar como 100% o total do 
ativo e do passivo. Para a demonstração de resultados, estabeleu-se adotar como 100% o valor 
do total da receita de vendas, líquida dos impostos. Assim a análise vertical da demonstração 
de resultados é muito mais significativa do que o balanço patrimonial, pois, pelo fato de 
atribuir 100% à receita operacional, permite uma visão da estrutura de custos e despesas da 
empresa, em termos de média. 
A seguir a estrutura das demonstrações financeiras e a metodologia do cálculo da 
análise vertical: 
 
31 
 
Tabela 1 – Demonstrações Financeiras 
 
 
Para o cálculo da análise vertical do balanço patrimonial é feita assumindo como 100% 
o total geral do ativo e do passivo conforme a tabela 1, portanto o cálculo representa cada 
elemento patrimonial em relação ao total, obtendo-se assim a estrutura de participação dos 
elementos no ativo total. 
 
 Portanto: AVBP = Elemento Patrimonial do Ativo ou Passivo x 100 
 Ativo (Passivo) Total 
 
 AV – Estoques = $ 27.000 x 100 = 45% 
 $ 60.000 
 
 AV – Fornecedores = $ 21.000 x 100 = 35% 
 $ 60.000 
 
Assim a interpretação linear é simples: Os estoques representa 45% do ativo total da 
empresa e os fornecedores representa 35% do total do passivo da empresa. 
A análise vertical da demonstração de resultados toma como referência a receita de 
vendas líquidas dos impostos, que passa a representar 100%. Assim calcula-se 
percentualmente todos os elementos da demonstração para verificar sua representatividade em 
 
ATIVO CIRCULANTE $ PASSIVO CIRCULANTE $
Estoques 27.000 Fornecedores (-) 21.000
ATIVO NÃO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Imobilizado 33.000 Capital Social 39.000
TOTAL GERAL 60.000 TOTAL GERAL 60.000
Demonstração do Resultado
Vendas 80.000
(-) Custo das Vendas 46.400
(-) Despesas 24.000
Lucro 9.600
32 
 
 relação às vendas líquidas, onde as relações obtidas traduzem-se na verificação da estrutura 
de custos e despesas da empresa e da mensuração das margens ou lucratividade das vendas. 
 
Portanto: AVDR = Resultado da Demonstração de Resultados x 100 
 Receita Operacional Líquida 
 
 AV – Custos das Vendas = $ 46.400 x 100 = 58% 
 $ 80.000 
 
A interpretação também é simples: Significa que para cada $ 1,00 de valor de venda tem 
um custo médio dessa venda de 58%. 
A tabela 2, mostra a mesma estrutura das demonstrações financeiras com todos os 
cálculos da análise vertical. 
 
Tabela 2 – Análise Vertical das Demonstrações Financeiras 
 
 
O ativo representa 45% dos estoques e 55% de imobilizados. No passivo, a participação 
do capital social é de 65%, e fornecedores representa 35%. Na demonstração de resultados, o 
custo das vendas equivale a 58% e despesas representa, em média 30% do faturamento 
líquido. A lucratividade representa pela margem de lucro de 12%, em média, para cada venda. 
 
ATIVO CIRCULANTE $ AV - % PASSIVO CIRCULANTE $ AV - %
Estoques 27.000 45% Fornecedores (-) 21.000 35%
ATIVO NÃO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Imobilizado 33.000 55% Capital Social 39.000 65%
TOTAL GERAL 60.000 100% TOTAL GERAL 60.000 100%
Demonstração do Resultado AV - %
Vendas 80.000 100%
(-) Custo das Vendas 46.400 -58%
(-) Despesas 24.000 -30%
Lucro 9.600 12%
33 
 
2.2. ANÁLISE HORIZONTAL 
 
A finalidade principal da análise horizontal é apontar o crescimento de itens dos 
balanços e das demonstrações de resultados através dos períodos, a fim de caracterizar 
tendências. Toma-se como 100% todas as contas de um determinado período e faz-se uma 
relação percentual em cima dos mesmos dados. Assim a relação permite verificar se o período 
subsequente é maior ou menor que o período anterior e utilizando vários períodos acaba 
indicando uma tendência de crescimento ou diminuição. 
Na tabela3, mostra as demonstrações financeiras em dois períodos e a metodologia da 
análise horizontal: 
 
Tabela 3 – Demonstrações Financeiras 
 
 
Essa análise permite avaliar a variação de um ano em relação ao anterior, em termos 
percentuais, de aumento ou diminuição. 
 
Portanto: AH = ((Valor do Período Atual) -1) x 100 
 Valor do Período Anterior 
 
 AH = Fornecedores = (($ 22.050) – 1) x 100% = ((1,05) -1) x 100% = 5% 
 $ 21.000 
 
 AH = Lucro no Período = (($ 7.552) -1) x 100% = ((0,787) -1) x 100% = -21,03% 
 $ 9.600 
ATIVO CIRCULANTE 31.12.XX 31.12.XY PASSIVO CIRCULANTE 31.12.XX 31.12.XY
Estoques 27.000 31.050 Fornecedores (-) 21.000 22.050
ATIVO NÃO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Imobilizado 33.000 30.000 Capital Social 39.000 39.000
TOTAL GERAL 60.000 61.050 TOTAL GERAL 60.000 61.050
Demonstração do Resultado 31.12.XX 31.12.XY
Vendas 80.000 87.200
(-) Custo das Vendas 46.400 49.648
(-) Despesas 24.000 30.000
Lucro 9.600 7.552
34 
 
A interpretação é literal e simples: a conta de fornecedores cresceu 5% em relação ao 
período anterior, provavelmente porque os estoques também aumentaram. O lucro de XY foi 
inferior ao ano anterior em -21,03%. 
 
Tabela 4 - Análise Horizontal das Demonstrações Financeiras 
 
 
Conforme a tabela 4, o valor do imobilizado reduziu em 9,1%, provavelmente porque as 
depreciações contabilizadas como despesas foram de valor superior ao das novas aquisições 
de imobilizados. 
 
Segundo IUDÍCIBUS (pag. 87, 2008) 
“Conclusões apressadas devem ser evitadas a partir das 
análises vertical e horizontal, tomadas isolada ou 
conjuntamente. Somente a apreciação conjunta dos vários 
quocientes poderá dar uma idéia mais nítida da situação da 
empresa” 
ATIVO CIRCULANTE 31.12.XX AH 31.12.XY AH
Estoques 27.000 - 31.050 15,0%
ATIVO NÃO CIRCULANTE
Imobilizado 33.000 - 30.000 -9,1%
TOTAL GERAL 60.000 - 61.050 1,8%
PASSIVO CIRCULANTE 31.12.XX AH 31.12.XY AH
Fornecedores (-) 21.000 - 22.050 5,0%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 39.000 - 39.000 0,0%
TOTAL GERAL 60.000 - 61.050 1,8%
Demonstração do Resultado 31.12.XX AH 31.12.XY AH
Vendas 80.000 - 87.200 9,0%
(-) Custo das Vendas 46.400 - 49.648 7,0%
(-) Despesas 24.000 - 30.000 25,0%
Lucro 9.600 - 7.552 -21,3%
35 
 
3. INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS 
 
 A seguir os principais eventos econômicos de uma empresa, dentro de um formato 
simplificado e evidenciando os indicadores de análise de balanço, onde necessariamente os 
eventos econômicos conduzem a uma análise da empresa, em seus aspectos de solvência, 
patrimônio e rentabilidade, permitindo estruturar resumidamente os valores dos dois relatórios 
contábeis principais, o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício. 
 
 
Segundo WALTER, (1981, p. 60) 
“O objetivo da análise das demonstrações contábeis 
compreende a indicação de informações numéricas, 
preferencialmente de dois ou mais períodos regulares, de 
modo a auxiliar gestores, acionistas, clientes, fornecedores, 
instituições financeiras, governo, investidores e outras pessoas 
interessadas em conhecer a situação da empresa ou tomar 
decisão.” 
 
 Segundo ASSAF NETO, (1981, p.47) 
“a análise visa relatar, com base nas informações contábeis 
fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira 
atual, as causas que determinam a evolução apresentada e as 
tendências futuras. Em outras palavras, pela análise extraem-
se informações sobre a posição passada, presente e futura 
(projetada) de uma empresa.” 
 
36 
 
 
 
Figura 1 – Objetivos da análise econômico-financeira. 
PADOVEZE, BENEDICTO (2010, p90) 
 
Razões da Análise Econômico-Financeira – Diversas razões ou objetivos específicos 
também levam os diversos usuários das demonstrações contábeis a se debruçarem sobre eles 
para obter uma avaliação da situação da empresa. O quadro a seguir apresenta uma série 
dessas razões: 
Caracterização da Análise 
Econômico Financeira
Exame de Dados
Indicadores da Análise 
Econômico-Financeira
● Conhecimento da Situação
● Julgamento da Realidade
Finalidade da Análise
Econômico-Financeira
Verificar a Capacidade
de Solvência
Conhecer a Estrutura
Patrimonial
Descobrir a Potencialidade
de Gerar Resultados
Situação Financeira
Estado Patrimonial
Situação Econômica
37 
 
 Liberação de Crédito 
 Investimentos de Capital 
 Fusão de Empresas 
 Incorporação de Empresas 
 Rentabilidade/Retorno 
 Saneamento Financeiro 
 Perspectivas da Empresa 
 Fiscalização ou Controle 
 Relatórios Administrativos. 
 
 A figura a seguir dá uma visão geral dos usuários interessados na análise econômico-
financeira: 
 
 
 
Figura 2 – Partes interessadas na análise econômico-financeira. 
PADOVEZE, BENEDICTO (2010, p92) 
 
● Governo
 ● Bolsas de Valores
● Instituições de Pesquisa
● Órgãos de Controle
● Possíveis Compradores
● Outras Entidades
Usuários Interessados
na Análise
Principais Interessados
Outros Interessados
Gestores
Credores
Investidores
38 
 
3.1. ÍNDICES DE LIQUIDEZ 
 
 A principal idéia dos indicadores de liquidez é a necessidade de avaliar a capacidade de 
pagamento da empresa, portanto a palavra liquidez em finanças significa a disponibilidade em 
moeda corrente para fazer pagamentos de extinguir a obrigação. Um ativo líquido é um ativo 
 sem possibilidade de redução, ou seja, os índices de liquidez querem medir se os bens e 
direitos da empresa (ativos) são suficientes para a liquidação das dívidas. 
 Os ativos podem ser classificados quanto à sua condição maior ou menor de ser 
tornarem líquidos, então avalia-se o ativo mais líquido da empresa que é o numerário de caixa 
depois seguido dos depósitos em bancos. A seguir, vêm as aplicações financeiras de curto 
prazo, pois rapidamente pode ser transformar em dinheiro. Depois seguem os valores a 
receber e os estoques, como os principais ativos realizáveis, ou seja, denomina-se realização 
o processo de um ativo se transformar em dinheiro. 
 Os indicadores de liquidez procuram evidenciar a condição da empresa de saldar suas 
dívidas e dessa maneira engloba os relacionamentos entre contas do balanço que refletem uma 
situação estática de posição de liquidez ou o relacionamento entre fontes diferenciadas de 
capital. 
 
 Segundo MARION (2002, p.83) 
“São utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, 
isto é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade 
para saldar seus compromissos. Essa capacidade de pagamento pode 
ser avaliada, considerando: longo prazo, curto prazo ou prazo 
imediato.” 
 
Segundo PADOVEZE, e BENEDICTO (2010, p. 148) 
“O analista financeiro deve ter em mente que esses indicadores se 
referem apenas a uma data e, portanto, não podem simplesmente ser 
avaliados como indicadores definitivos de dados, quais as 
possibilidades futuras da empresa de gerar novos lucros, aumentar ou 
diminuir seus ativos realizáveis e aumentar ou diminuir seus passivos 
exigíveis.” 
 
39 
 
3.1.1. Indicadores e Prazos de Realização 
 
 O balanço apresentar ativos e passivos com diferentes características e prazos de 
realização foi determinado a necessidade de se criar mais de um indicador de capacidade de 
pagamento. Os analistas financeiros têm trabalhado com quatro indicadores de liquidez: 
 Corrente; 
 Seca; 
 Imediata; 
 Geral. 
 
3.1.2. Liquidez Corrente 
 
 Liquidez Corrente = Ativo Circulante 
 Passivo Circulante 
 
 Esse indicador mostra a capacidade de pagamento da empresa a curto prazo 
conversíveis em dinheiro em relação às dívidas de curto prazo, ou seja, indica a quantidade 
de recursos que a empresa tem nos ativos circulantes para a utilização no pagamentodos 
passivos circulantes. Esse indicador é considerado o principal e o mais utilizado para avaliar 
a capacidade de pagamento da empresa. 
 
3.1.3. Liquidez Seca 
 
 Liquidez Seca = Ativo Circulante - Estoques 
 Passivo Circulante 
 
 Esse índice é adequado para avaliar a situação de liquidez da empresa, pois elimina os 
estoques que é uma fonte de incerteza, ou seja, o seu ciclo é muito mais longo do que os 
outros ativos para se transformar em caixa porque têm-se a necessidade de produzir, vender 
e posteriormente receber. A exclusão dos estoques é para verificar se a empresa tem ou não 
dependência das vendas para liquidar seus compromissos. 
 
40 
 
 Portanto, calcula-se a liquidez de curto prazo excluindo-se os estoques para ter uma 
visão da capacidade de pagamento de curto prazo mai líquida. 
 
3.1.4. Liquidez Imediata 
 
 Liquidez Imediata = Disponibilidades 
 Passivo Circulante 
 
 Esse índice representa o valor de quanto dispomos imediatamente para saldar as dívidas 
de curto prazo, pois trabalha com elementos patrimoniais do ativo circulante que é o grupo 
de disponibilidades que compreendem os valores em caixa, saldos bancários e aplicações 
financeiras de curto prazo. 
 
Segundo MARION, (2002, p. 91) 
“...a empresa deverá manter certos limites de segurança, não 
desejando o analista obter índices altos, pois o Caixa e Bancos 
perdem o poder aquisitivo com a inflação.” 
 
3.1.5. Liquidez Geral 
 
 Liquidez Geral = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo 
 Passivo Circulante + Passivo Não Circulante 
 
 Esse índice mostra a capacidade de pagamento da empresa a Longo Prazo, considerando tudo o 
que ela converterá em dinheiro (a curto e longo prazo), relacionando-se com tudo o que já assumiu 
como dívida (curto e longo prazo). Portanto, é um indicador que mostra a capacidade de pagamento 
geral da empresa, tomando como numerador os ativos circulantes e realizáveis a longo prazo, e 
como denominador os passivos totais (circulante e exigível a longo prazo). Esse índice serve para 
detectar a saúde financeira (no que se refere à liquidez). 
 
41 
 
3.2. ÍNDICES DE ATIVIDADE PRAZOS MÉDIOS 
 
 Esses indicadores buscam evidenciar o dinamismo operacional da empresa em seus 
principais aspectos, refletidos no balanço patrimonial e na demonstração de resultado do 
exercício. Assim, o saldo no final do exercício de Duplicatas a Receber (BP) representa uma 
parcela do total de vendas (DRE). Portanto as Duplicatas a Receber representam as vendas do 
final do ano que seriam as vendas acumuladas no decorrer do exercício da empresa. O 
objetivo é comparar os dois índices ao final do exercício dada as distorções causadas pela 
inflação e as variações de vendas. 
 
 Prazo Médio de Recebimento de Vendas 
 PMRV = 360 dias x Duplicatas a Receber 
 Vendas Brutas 
Esse índice indica, em média, quantos dias a empresa espera para receber suas vendas. 
 
 Prazo Médio de Pagamento de Compras 
PMPC = 360 dias x Fornecedores 
 Fornecedores 
 Esse índice indica, em média, quantos dias a empresa demora para pagar suas compras. 
 
 Prazo Médio de Renovação de Estoques 
PMRE = 360 dias x Estoques 
 Custo das Vendas 
 Esse índice indica, em média, quantos dias a empresa leva para vender seu estoque. 
 
 Posicionamento de Atividade (Posição Relativa) 
PA = PMRE + PMRV 
 PMPC 
 Esse índice indica, em média, quanto a empresa demora para vender (PMRE) e, para 
receber suas vendas (PMRV). 
 
42 
 
3.2.1. Índices de Atividades e Situação Financeira 
 
 É necessário a compreensão do ciclo completo de cada tipo de atividade que se divide-
se em três conceitos: Ciclo econômico, financeiro e operacional. 
 
 Ciclo Econômico: É o período em que a mercadoria permanece nas dependências 
da empresa, ou seja, inicia-se com a compra da mercadoria e encerra-se com a venda 
da mesma. Este ciclo é o giro de estoques, ele nos diz quanto tempo a empresa está 
demorando para girar o seu estoque. 
 
 Ciclo Financeiro: Tem início com o desembolso de numerários para a aquisição da 
mercadoria que será revendida pela empresa e encerra-se com o recebimento 
relativo à venda da mesma. Este é o ciclo de caixa. O reflexo do Ciclo Econômico se 
dará neste ciclo. Se o giro do estoque é lento, primeiro a empresa pagará para após 
receber, ocasionando em desembolso desnecessário. 
 
 Ciclo Operacional: Representa os dois ciclos juntos, iniciando-se quando da 
compra da mercadoria e encerrando-se quando da venda ou do recebimento dos 
recursos da venda. Conforme a figura que ilustra o ciclo operacional. 
 
 
Figura 3 – Ciclo Operacional de compras e vendas. 
PADOVEZE, BENEDICTO (2010, p169) 
 
Recebimento Produção
Vendas
Compra de Materiais ou
Matérias-Primas
43 
 
Exemplo: Uma empresa gira o estoque em 30 dias e recebe as vendas em 54 dias, pagando as 
suas compras em 90 dias. Conforme demonstrado nas figuras 4 e 5. 
 
 A empresa tem uma folga financeira de seis dias, ou seja, após vender e receber, 
esperará seis dias para pagar suas compras com fornecedores. Assim, admitamos que a 
empresa tivesse que pagar suas compras em 60 dias. Nesse caso, a posição relativa seria de 
84/60 = 1,40 – considerada desfavorável. 
 
Figura 4 - Ciclo de Conversão de Caixa. 
 MARION, (2002, p.125) 
 
 O período de 24 dias que a empresa pagaria antes de receber as vendas, conhecido como 
Ciclo Financeiro, significa Necessidade de Capital de Giro a ser financiada. 
 
3.2.2. Necessidade de Capital de Giro 
 
 A Necessidade de Capital de Giro significa o cálculo mais adequado sobre a 
comparação entre o Giro de Estoque (PMRE) e ao Recebimento das Vendas a Prazo (PMRV) 
assim relaciona-se com o Pagamento de Fornecedores (PMPC). 
 Portanto, ao se produzir estoque e vendê-los, que é o ciclo ininterrupto das operações da 
empresa, passa a ser considerados como contas cíclicas, pois sempre estão sendo alimentadas 
na produção e venda dos estoques. 
Equivalente ao Ciclo Operacional = 84 dias Folga
PMRE
30 dias - 
6 dias
PMRV
54 dias
PMPC = 90 dias
PMRE = 30 dias PMRV = 54 dias
Equivalente ao Ciclo Operacional = 84 dias
PMPC = 60 dias Ciclo Financeiro
44 
 
 Ativo Circulante Passivo Circulante 
 Quando compra Matéria-prima (MP) Fornecedores 
 Quando transforma MP em estoques Salários a pagar 
 Quando vende a prazo os estoques Impostos a recolher 
 
 Portanto: NCG = Ativo Circulante Cíclico – Passivo Circulante Cíclico. 
 
 Assim a necessidade de capital de giro representa em montante o Ciclo Financeiro, pois 
sempre a empresa terá que acelerar o recebimento das vendas ou liquidar estoques para gerar 
lucro talvez reduzir prazo do giro do estoque e até mesmo ampliar prazos de compra, negociar 
com novos fornecedores. Portanto, os índices de atividade são fundamentais para enriquecer a 
análise da situação financeira da empresa. 
 
Segundo ASSAF NETO, (1998, p. 192) 
“O comportamento do capital de giro é extremamente dinâmico, 
exigindo modelos eficientes e rápidos de avaliação da situação 
financeira da empresa. Uma necessidade de investimento em giro mal 
dimensionada é certamente uma fonte de comprometimento da 
solvência da empresa, com reflexos sobre sua posição econômica de 
rentabilidade.” 
 
45 
 
3.3. ESTRUTURA DE CAPITAL 
 
 A principal finalidade dos indicadores é transformar em percentuais a participação dos 
valores dos principais grupos representativos do balanço patrimonial, ou seja, mensurar 
percentualmente sua relação com o capital próprio, representado pelo patrimônio líquido. 
Portanto esses indicadores mostram a porcentagem financiada com capitais de terceiros e 
próprios ou se a empresa tem dependência de recursos de terceiros. 
 
Segundo PADOVEZE, e BENEDICTO (2010, p.155) 
 “Contrapõe-se à abordagem ortodoxa a MM (Modigliani & Miller) 
quando diz que é irrelevante a estrutura de capital, ou seja, tanto faz a 
maneira como a empresa é financiada. Assim, seria irrelevante ter 
mais ou menos capital próprio (patrimônio líquido) ou mais ou menos 
capital de terceiros (empréstimos). A abordagem ortodoxa, que é a 
mais utilizada, também privilegia no processo analítico o capital 
próprio. Consequentemente, é relevante a estrutura de capital e o 
capital de terceiros deve ser pago, devendo apenas ser utilizado 
quando da alavancagem financeira, isso é, mais lucro para os 
proprietários.” 
 
3.3.1. Imobilização do Capital Próprio 
 
 Imobilização do Capital Próprio (ICP) = Ativo Fixo 
 Patrimônio Líquido 
 
 Esse índice demonstra quanto maior a aplicação de recursos no ativo fixo, maiores serão 
os custos fixos da empresa (depreciação, seguros e despesas de manutenção), contribuindo 
para elevar o ponto crítico ou o desequilíbrio da condição financeira da empresa. Quanto mais 
a empresa investir no ativo fixo, menos recursos próprios sobrarão para o ativo circulante e, 
em consequência, maior será a dependência de capitais de terceiros para o financiamento do 
ativo circulante. 
 
46 
 
3.3.2. Endividamento Geral 
 
 Endividamento Geral (EG) = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante 
Patrimônio Líquido 
 
 Esse índice mostra a possibilidade de que no futuro, em uma condição teórica de 
descontinuidade das operações, a empresa tenha condições de garantir todas as suas dívidas 
com os próprios recursos. Como as dívidas estão contidas no passivo circulante e no exigível 
a longo prazo, relaciona-se o total dessas exigibilidades com o valor do patrimônio líquido, 
que representa os recursos próprios da empresa. Portanto, é um indicador que expressa a 
capacidade de a empresa garantir os capitais de terceiros. 
 
3.3.3. Endividamento Financeiro 
 
 Endividamento Financeiro (EF) = Empréstimos e Financiamentos (CP e LP) 
 Patrimônio Líquido 
 
 Esse índice utiliza como passivo exigível apenas os valores obtidos de empréstimos e 
financiamentos, sejam eles de curto ou longo prazo. Este conceito de endividamento é mais 
coerente com a estrutura do passivo como fonte de financiamentos, fazendo a relação entre 
capital de terceiros e capital próprio. Assim não considera os passivos relacionados com o 
giro, que compõem a maior parte do passivo circulante. 
 
3.3.4. Estrutura do Ativo 
 
 Participação do ativo circulante no ativo total (PAC) 
PAC = Ativo Circulante x 100 
 Ativo Total 
 
 Participação do realizável a longo prazo no ativo total (PRLP) 
PRLP = Realizável a Longo Prazo x 100 
 Ativo Total 
 Participação do ativo fixo no ativo total (PAF) 
47 
 
 
PAF = Ativo Fixo x 100 
 Ativo Total 
 
 Esses índices mostra uma análise da participação de cada grupo de contas do ativo total 
da empresa. Assumindo a base de 100% para o ativo total, calcula-se a participação do ativo 
circulante, do realizável a longo prazo e do ativo permanente neste total. Esses dados já são 
obtidos pela análise vertical do balanço demonstrado no capítulo anterior. 
 Esses indicadores devem ser analisados em relação aos períodos anteriores da empresa 
ou em relação a padrões setoriais, tendo como finalidade básica permitir visualizar e 
acompanhar a evolução da estrutura do ativo. Uma oscilação desses indicadores é um sinal de 
alerta para se tentar uma melhor explicação para as mudanças ocorridas. 
 
 Participação do capital de giro no ativo operacional (PCG) 
 PCG = Capital de giro próprio x 100 
 Ativo Operacional 
 
 Participação do ativo fixo ou permanente no ativo operacional (PAF) 
 
PAF = Ativo Fixo ou Permanente 
 Ativo Operacional 
 
 Esses índices mostra dois grandes grupos de ativos, o capital de giro próprio e o ativo 
fixo. Assim busca analisar a estrutura do ativo para qualquer empresa, setor ou atuação. Pois 
as variações significativas devem ser analisadas permitindo assim as causas das mudanças. 
 
3.3.5. Estrutura do Passivo 
 
 Participação do passivo circulante no ativo total (PPC) 
PPC = Passivo Circulante x 100 
 Ativo Total 
 
48 
 
 
 
 Participação do passivo não circulante no ativo total (PNC) 
PNC = Passivo Não Circulante x 100 
 Ativo Total 
 
 Participação do exigível total no ativo total (PPL) 
PET = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante x 100 
 Ativo Total 
 
 Participação do patrimônio líquido no ativo total (PPL) 
PPL = Patrimônio Líquido x 100 
 Ativo Total 
 
 Esses índices são medidas de financiamento do ativo que toma como base 100% para o 
ativo total, calcula-se a participação do passivo circulante, do passivo não circulante e do 
patrimônio líquido nesse total. Portanto evidencia o reflexo das políticas de alavancagem 
financeira da empresa e financiamento do capital de giro a cada final de período. O primeiro 
índice é uma medida que mostra a porcentagem dos ativos totais financiada com os passivos 
circulantes. O segundo indica a porcentagem dos ativos totais financiada com recursos de 
terceiros a longo prazo. O terceiro indica a porcentagem do ativo total financiada com capitais 
de terceiros a curto e longo prazos. E o último representa o quanto do ativo foi financiado 
com capital próprio. 
 
 Participação do capital de terceiros no passivo operacional (PCT) 
PCT = Empréstimos e Financiamentos de Curto e Longo Prazo x 100 
 Passivo Operacional 
 
 Participação do capital próprio no passivo operacional (PCP) 
PCP = Patrimônio Líquido x 100 
 Passivo Operacional 
 
 Esses índices mostra a estrutura do passivo no formato financeiro, pois resulta em 
apenas dois tipos de fontes de recursos, ou de financiamentos: os empréstimos e 
financiamentos, remunerados por juros, que representam o capital de terceiros, diminuídos 
 
49 
 
 das aplicações financeiras; o capital social e as reservas do patrimônio líquido, que 
representam o capital próprio da empresa fornecido pelos sócios ou acionistas. 
 
Segundo PADOVEZE, e BENEDICTO (2010, p. 164) 
 “Em nosso país, em termos práticos, há um entendimento 
de que deva ser ao redor de 50% de cada tipo de fonte. A 
participação excessiva de capital de terceiros, tendo em 
vista as oscilações bruscas que tem sofrido nossa 
economia, é considerada de maior risco, e os agentes de 
crédito têm mais restrições na concessão de crédito para 
empresas com esse tipo de estrutura.” 
 
3.3.6. Índices Combinados 
 
 No Brasil, Stephen C. Kanitz desenvolveu um modelo muito interessante de como 
prever falências, por meio de tratamento estatístico de índices financeiros de algumas 
empresas que realmente faliram. 
 O objetivo não é analisar o risco de falência, mas também avaliar a empresa, dando-se 
uma nota para a mesma, nota que varia de (-) 7,0 até 7,0. 
 Se a nota da empresa for positiva (de zero a 7,0), pode-se dizer que há um equilíbrio na 
administração do “tripé”, sendo melhor quanto mais se aproximar do 7,0. 
 Se a nota for menor que (-) 3,0, a situação tende à falência. Entre (-) 3,0 e zero, é uma 
região nebulosa, podendo a empresa sair da situação difícil, como pode falir. 
 O modelo consiste, em primeiro lugar, em encontrar o Fator de Insolvência, não tendo 
sido explicado pelo referido professor como se chegou a ela. 
 
 X1 = Lucro Líquido x 0,05 
 Patrimônio Líquido 
 X2 = Liquidez Geral x 1,65 
 X3 = Liquidez Seca x 3,55 
 X4 = Liquidez Corrente x 1,06 
 X5 = Exígivel Total x 0,33 
 Patrimônio Líquido 
50 
 
 Fator de Insolvência = X1 + X2 + X3 + X4 + X5 
 
 A figura a seguir mostra os intervalos que recai o Fator de Insolvência no Termômetro 
de Insolvência. 
 
Figura 5 – Termômetro

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