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CADERNO - PSICOLOGIA GERAL

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Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
CADERNO – PSICOLOGIA GERAL – PROF: VINÍCIUS FARANI – FACULDADE 
BAIANA DE DIREITO E GESTÃO (FBDG) 
 
 AULA 01 – BEHAVIORISMO, A CIÊNCIA DO COMPORTAMENTO 
 O Behaviorismo é uma vertente da Psicologia, com destaque para a figura de John B. 
Watson, baseada na concepção de que o homem é produtor e produto do meio em 
que se encontra inserido. Partindo desse pressuposto, as crenças, os pensamentos, 
as escolhas, as preferências, as formas de comunicação, entre tantos outros fatores 
estão diretamente relacionados ao ambiente. Existem duas razões apontadas para 
uma melhor compreensão acerca desse processo: 
 Watson postulava a behavior, comportamento, como objeto de estudo da 
Psicologia; 
 Ocorre o rompimento com a tradição filosófica da psicologia e utiliza critérios 
objetivos (vinculados aos aspectos concretos – o que pode ser visto) – oposição aos 
métodos subjetivos e conceitos mentalistas, usados na Psicanálise e na Psicologia 
Analítica; 
 A Psicologia passa a ganhar um cunho mais científico; 
 O comportamento respondente encontra-se associado às respostas involuntárias de 
um organismo, como por exemplo, o ato de contrair a pupila em ambientes com 
maior luminosidade. Há também a distinção entre estímulos incondicionados e 
estímulos condicionados – sendo os últimos, por exemplo, resultados de “memórias 
prévias” como os atos reflexos. 
 O comportamento operante (S  OR) vincula-se a todo comportamento voluntário 
que apresenta, mesmo que mínima, uma capacidade de transformar o contexto 
vigente (tocar um instrumento, escrever uma carta, aproximar-se de uma pessoa, 
etc...). Esse aprendizado se dá a partir de uma relação entre ação e efeito (a 
satisfação de alguma necessidade) – exemplo do experimento de Skinner, quando 
um rato passou a compreender uma maior probabilidade obter água encostando-se 
numa barra. 
 Reforço consiste em um estímulo que pode acentuar ou diminuir a ocorrência de um 
fenômeno. O reforço pode ser positivo caso contribua para aumentar a 
probabilidade da ocorrência de um evento (o aumento de velocidade dos veículos 
contribui para uma maior tendência a acidentes); ou negativo caso ocorra uma 
motivação para diminuir a ocorrência de um evento em prol de ampliar a ocorrência 
de outro (por exemplo, “é necessário manter-se em silêncio, ou seja, reduzir a fala, 
para prestar mais atenção na aula”). 
 Esquiva consiste em um estímulo que é realizado visando à extinção ou à diminuição 
do impacto antes da ocorrência de um segundo evento. Por exemplo, tapar os 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
ouvidos após observarmos um relâmpago para não sermos incomodados com o som 
(que, por apresentar uma velocidade de propagação menor, é percebido 
posteriormente). 
 A fuga é semelhante à esquiva porém acontece quando o evento que busca ser 
minimizado já se encontra em andamento. 
 Extinção consiste em um fenômeno que passa a acontecer com menor frequência 
por algum fator. Por exemplo, a perda de atenção por parte de uma pessoa conduz à 
diminuição da realização de “investidas” por parte de outras. 
 Punição consiste em um evento que busca coibir a ocorrência de outro a partir de 
um “castigo”. Os adeptos da vertente psicológica em estudo são grandes críticos dos 
castigos existentes nas escolas (palmatórias, ajoelhar-se em milhos, escrever 
repetições nos quadros) antigamente. Punir ações leva à supressão temporária da 
resposta sem, contudo, alterar a motivação – o trânsito evidencia bastante esse 
exemplo visto que muitos motoristas agem corretamente não pela consciência com 
si mesmo e com o próximo, mas, principalmente, pelo medo de sofrer uma 
determinada sanção (não há conscientização, mas sim uma intimidação). 
 Discriminação de estímulos é um fenômeno caracterizado por uma extinção parcial 
de um evento pela manifestação de outro – o semáforo vermelho consiste em um 
estímulo discriminativo para o indivíduo parar o veículo. 
 Na generalização de estímulos, um estímulo adquire controle sobre uma resposta 
devido ao reforço na presença de um estímulo similar, mas diferente. Na 
generalização, portanto, respondemos de forma semelhante a um conjunto de 
estímulos percebidos como semelhantes – por exemplo, caso as cores dos semáforos 
fossem vermelha, rosa e laranja, ocorreria uma verdadeira confusão. 
 O Behaviorismo é aplicado na educação, na psicologia, nas clínicas, na publicidade, e 
em outros ramos. 
 
Referência: BOCK, Ana M., FURTADO, O., TEIXEIRA, M. Psicologias: uma introcução ao estudo 
de psicologia. SP: Saraiva, 2008 
 
AULA 03 – GESTALT, O ESTUDO DA PERCEPÇÃO 
 A palavra Gestalt, do alemão, tem uma difícil tradução. O termo mais próximo do 
português seria “forma”, “configuração”; 
 O físico Ernest Mach e o filósofo e psicólogo Christian Von Ehrenfels desenvolviam 
uma psicofísica com estudos sobre as sensações (o dado psicológico), de espaço-
forma e tempo-forma e sua percepção, construíram a base de uma teoria 
eminentemente psicológica; 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
 Os gestaltistas estavam preocupados em compreender quais os processos 
psicológicos envolvidos na ilusão ótica - quando o estímulo físico é percebido pelo 
sujeito como uma forma diferente da que ele tem na realidade; 
 O cinema é um dos mais típicos casos de ilusão de ótica; 
 Os teóricos da Gestalt questionam o princípio de causa-efeito utilizado pelo 
behaviorismo, porque entre o ambiente e a resposta do indivíduo, encontra-se o 
processo da percepção. 
 Diferente dos behavioristas, para os gestaltistas, o comportamento deveria ser 
estudado em seus aspectos mais globais, levando em consideração as condições que 
alteram a percepção do estímulo; 
 Os gestaltistas se baseiam no isomofirsmo, o universo como uma unidade, onde as 
partes estão relacionado com o todo; 
 Restauração de equilíbrio: Tendência natural do sistema nervoso de restaurar o 
equilíbrio da boa-forma. Este processo é norteado pela busca de fechamento, 
simetria e regularidade; 
 O jogo da boa-forma: o cotidiano está repleto de elementos não percebidos como 
boa-forma, ocasionando diversas ilusões. (Ex: O jogo político não permite ver a coisa 
de forma clara); 
 Quanto maior a proximidade da boa-forma, mais clara será a relação Figura-fundo: 
 
 Meio geográfico – o meio, o ambiente, o meio físico em termos objetivos; 
 Meio comportamental – Resultado da interação do indivíduo com o meio e implica a 
interpretação desse meio através das forças da percepção; 
 Campo psicológico: é o campo de força que nos leva a procurar a boa-forma. Segue 
os princípios da proximidade, semelhança e fechamento: 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
 
 Kurt Lewin amplia a noção de campo psicológico. Não restringe apenas à relação 
indivíduo-meio, mas também todos os fatos coexistentes; 
 A percepção para Lewin está vinculada a personalidade do individuo, a componentes 
emocionais ligados ao grupo e à própria situação vivida; 
 
 
Referência : BOCK, Ana M., FURTADO, O., TEIXEIRA, M. Psicologias: uma introcução 
ao estudo de psicologia. SP: Saraiva, 2008 
 
 
AULA NÚMERO 04 – A PSICANÁLISE DE SIGMUND FREUD 
 Sigmund Freud: 
 Nasceu em Viena (1856); 
 É considerado o pai da psicanálise e da psicologia contemporânea; 
 Revolucionou o mundo em suas descobertas e com a coragem de enfrentar os 
valores predominantes na sociedade da época; 
 Se especializou em psiquiatria; 
 Juntamente com Charcot, psiquiatra francês, realizou estudos envolvendo a 
hipnose como método para tratar as histerias, ou seja, enfermidades manifestadas 
por um indivíduo sem um histórico de base anterior; 
 Retorna para Viena onde se dedica a estudar o caso de Ana O; 
 
 Caso Ana O: 
 Apresentava paralisia com contratura muscular, inibições e dificuldades de 
pensamento; 
 Os sintomas apareceram na época em que cuidava de seu pai enfermo; 
 O desejo de que o pai morresse era reprimidopela paciente e transformado em 
sintomas; 
 Através da hipnose, Freud conseguiu acessar a origem dos conteúdos reprimidos; 
 A liberação de reações emocionais da paciente associadas ao evento, fez os 
sintomas desaparecerem; 
 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
 Freud passa a se prevalecer do uso de métodos catárticos, ou seja, métodos voltados 
para priorizar o diálogo com o indivíduo e buscar extrai-lo o máximo de informações, 
principalmente às vinculadas a emoções e sentimentos; 
 Freud é considerado o pai da descoberta do inconsciente, região da mente humana 
que funciona de forma autônoma e atemporal, exprimindo o conjunto dos conteúdos 
não presentes no campo atual da consciência; 
 Para Freud, a sexualidade seria um importante ponto de discussão, uma vez que 
várias questões relacionadas a esse tema eram “censuradas” nas conversas da época. 
Esse fenômeno pode ser ilustrado na série “Anne with an E”, da Netflix; 
 Conceitos importantes: 
- Id – relaciona-se aos instintos (há uma nítida oposição à mentalidade behaviorista 
de que o homem nasceria como uma folha em branco); 
- Ego – sistema que tenta estabelecer equilíbrio entre os desejos do id e as ordens do 
superego (consciência entre realizar e controlar); 
- Superego – associa-se ao campo da moral, ética e regras; 
 
 
 Mecanismos de defesa: 
 
 Recalque – O indivíduo não “vê” e não “ouve” o que ocorre. Impede a percepção de 
algo. 
 Formação reativa – A pessoa reage da forma oposta ao desejado. Ex: A 
superproteção pode esconder uma rejeição. 
 Regressão – Reage de forma regressiva sobre algo que ocorre. 
 Projeção – Projetar no outro características próprias que não reconhece. 
 Racionalização: Constrói argumentos intelectuais convincentes para justificar estados 
alterados da consciência. Se utiliza da razão para alcançar objetivos frente algum 
sofrimento. Ex: homofônicos. Se utilizam da moral e dos bons costumes para praticar 
atos violentos, normalmente, projetivos. 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
 
 
Referência : BOCK, Ana M., FURTADO, O., TEIXEIRA, M. Psicologias: uma introcução 
ao estudo de psicologia. SP: Saraiva, 2008 
 
 
AULA 05 – A PSICANÁLISE DE ERIK ERIKSON 
 Responsável por desenvolver de forma mais eficaz os estágios presentes na Teoria do 
Desenvolvimento Psicossocial; 
 Há uma constante relação de interdependência entre os estágios, de tal forma que o 
desenvolvimento do anterior influencia o seguinte e assim sucessivamente; 
 
ESTÁGIO HABILIDADE DO 
EGO ALCANÇADA 
PERÍODO CARACTERÍSTICAS 
CONFIANÇA X 
DESCONFIANÇA 
Esperança Infância (primeiro 
ano de vida) 
 Desenvolvimento da 
confiança e na 
esperança perante 
outros indivíduos 
 A amamentação e o 
acompanhamento 
familiar são cruciais 
no desenvolvimento 
dessas habilidades 
AUTONOMIA X 
VERGONHA 
Desejo Início da meninice  Ocorre o controle 
dos impulsos (fechar 
ou soltar emoções, 
desejos, etc...) 
INICIANTIVA X 
CULPA 
Intenção Do início à fase 
intermediária da 
meninice 
 O indivíduo passa a 
planejar e a agir de 
forma mais eficaz 
 Além disso, 
identifica prazeres 
através de toques a 
medida em que vai 
descobrindo o seu 
próprio corpo 
DESTREZA X 
INFERIORIDADE 
Competência Da fase 
intermediária ao 
 Identificação do 
indivíduo com o seu 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
fim da meninice sexo 
 Tendência a 
formação dos 
pequenos 
“grupinhos” e 
núcleos de amizade 
IDENTIDADE X 
CONFUSÃO DE 
PAPÉIS 
Lealdade Adolescência  Consolidação do 
autoconhecimento e 
da definição da 
identidade do 
indivíduo 
 Inicia-se a admiração 
propriamente dita e 
o desejo sexual pelo 
outro 
INTIMIDADE X 
ISOLAMENTO 
Amor Início da fase 
adulta 
 Interação mais 
profunda com outras 
pessoas 
 Busca por encontrar 
companheirismo 
com pessoas 
semelhantes 
(inclusive no 
relacionado ao 
aspecto amoroso) 
GENERATIVIDADE X 
ESTAGNAÇÃO 
Proteção Meia-idade  Valorização da 
capacidade de doar-
se, busca por dar 
algo de volta ao 
mundo, olhando 
para as futuras 
gerações 
 Por exemplo, os pais 
fazem sacrifícios 
financeiros para 
pagarem boas 
escolas para a 
formação acadêmica 
dos seus filhos 
INTEGRIDADE DO Sabedoria Velhice  O indivíduo deduz a 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
EGO X 
DESESPERANÇA 
sabedoria de 
experiências da vida, 
podendo olhar para 
trás e ver um 
significado ou 
lamentar-se pelas 
atitudes que poderia 
ter tomado 
 
Referência: BOCK, Ana M., FURTADO, O., TEIXEIRA, M. Psicologias: uma introcução ao estudo 
de psicologia. SP: Saraiva, 2008 
 
AULA 06 – A PSICOLOGIA ANALÍTICA DE CARL JUNG 
 Fundada por Carl Jung, suíço e discípulo de Sigmund Freud; 
 Era pobre, introvertido e criativo; 
 Em 1906, se encontra com o seu mestre (Freud) pela primeira vez na célebre 
conversa que durou treze (13) horas; 
 Jung, embora admirasse Freud, também discordava do seu mestre em alguns 
aspectos, principalmente no que diz respeito ao papel da sexualidade no 
desenvolvimento comportamental humano; 
 Carl Jung apontou para a concepção de que, além das experiências individuais, as 
questões histórico-culturais humanas interferem na manifestação de hábitos e 
comportamentos; 
 Carl Jung sintetizou o conceito de inconsciente coletivo; 
 Além da sexualidade, outros fatores interferem, de acordo com Jung, no 
comportamento humano: religião, cultura, aceitação, busca pelo poder, história...; 
 
 As principais diferenças entre Carl Jung e Freud se deram nas dicotomias entre – 
Energia psíquica x Energia sexual e Inconsciente coletivo x Inconsciente Individual; 
 O consciente se relaciona com o inconsciente de forma recíproca, um compensando 
o outro; 
 
 Jung aponta para o conceito de arquétipos, ou seja, manifestações que expressam 
padrões de comportamentos que se apresentam semelhantes em diversas culturas 
(herói, velho sábio, trapaceiro...); 
 O inconsciente coletivo seria a casa dos arquétipos, justificando o compartilhamento 
de hábitos, comportamentos, sonhos, gostos e escolhas entre pessoas que nunca se 
viram; 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
 
 Anima x Animus – as formas femininas e masculinas, não necessariamente 
vinculadas à orientação sexual do indivíduo; 
 Persona (identidades sociais) x Sombra (tudo o que desconhecemos de nós mesmos 
ou que não aceitamos); 
 
 Carl Jung aponta para a existência de duas atitudes – introvertido e extrovertido, 
além de quatro tipos psicológicos – pensamento, intuição, sensação, sentimento; 
 
 
 
 
Referência : BOCK, Ana M., FURTADO, O., TEIXEIRA, M. Psicologias: uma introcução 
ao estudo de psicologia. SP: Saraiva, 2008 
 
AULA 07 – TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE 
1) Ansiedade: 
 
 Faz parte das reações emocionais comum ao ser humano; 
 Os sintomas incluem cefaleia, sudorese, distúrbios estomacais, palpitação, 
aperto no peito, desgaste, inquietação; 
 Consiste em um sinal de alerta, preparando a pessoa para enfrentar alguma 
situação (externa ou interna); 
 O Brasil é o país mais ansioso do mundo; 
 Associa-se à insegurança e à incerteza da vida cotidiana; 
 O excesso de informações e a rapidez do dia-dia (redes sociais...) contribui para 
maiores quadros de ansiedade; 
 
2) Transtornos de pânico: 
 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
 Ataque intenso de ansiedade por sentimentos de desgraça iminente; 
 Podem associar-se a pessoas com febre social; 
 Não é, necessariamente, causada por fatores externos; 
 Mais raro que TAG; 
 
3) TAG – Transtorno de ansiedade generalizada: 
 
 Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na 
maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades 
(tais como desempenho escolar ou profissional); 
 A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento 
clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou 
em outrasáreas; 
 A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (droga de 
abuso, medicamento) ou a outra condição médica (hipertireoidismo); 
 Geralmente são pessoas desatentas, querem fazer tudo ao mesmo tempo, 
insônia, pensamentos excessivos, explodem facilmente, pensamentos 
catastróficos, etc; 
 
Transtornos de humor – emoções ou tons de sentimento difuso e persistente que 
influencia o comportamento e a percepção dos indivíduos; 
Podem comprometer os relacionamentos interpessoais; 
 
4) Depressão: 
 
 Transtornos de Humor; 
 Persistente; 
 Incluem sintomas de humor deprimido ou perda de interesse ou prazer; 
 Pode ocorrer uma ou mais vezes; 
 Pode ser desenvolvido geneticamente ou devido à interação do indivíduo com o 
mundo (contexto social); 
 
5) Transtorno Bipolar do Humor: 
 
 Envolve a questão das manias; 
 O tipo I é mais severo comparado ao tipo II; 
 Contraste entre momentos de êxtase e tristeza; 
 O episódio maníaco deve ter sido antecedido por episódios hipomaníacos ou 
depressivo maiores (vide critérios de depressão maior); 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
 
Referencia : BOCK, Ana M., FURTADO, O., TEIXEIRA, M. Psicologias: uma 
introcução ao estudo de psicologia. SP: Saraiva, 2008 
 
AULA 08 – ESQUIZOFRENIA E CRIMINALIDADE 
 A esquizofrenia se define como uma doença psiquiátrica que não possui cura 
(endógena) e diagnosticada como um quadro de ampla desorganização cerebral em 
que a pessoa perde totalmente o contato com a realidade; 
 Principais características: fracionamento do fluxo do pensamento e uma ruptura do 
contato com o Meio Ambiente (impossibilidade de entrar em comunicação 
espontânea com a vida afetiva do outro); 
 Sintomas típicos – comportamentos claramente bizarros, delírios, alucinações...; 
 Um esquizofrênico pode não viver 100% de sua vida em surto; 
 Geralmente, o indivíduo pode sofrer um estímulo que contribua para o 
desenvolvimento de um quadro de loucura mas também há tendências naturais; 
 O tratamento baseia-se no uso de medicamentos visando à redução da manifestação 
dos sintomas; 
 O uso de substâncias psicoativas não causa mas pode antecipar surtos psicóticos (o 
uso excessivo da maconha a longo prazo culmina para a redução da eficácia dos 
mecanismos neurais, por exemplo); 
 4 subtipos: 
 
 Paranoide – alucinações e ideais delirantes; 
 Catatônica – alterações motoras; 
 Hebefrênica – pensamento desorganizado e afeto pueril; 
 Simples – lento e progressivo empobrecimento psíquico; 
 
SINTOMAS POSITIVOS SINTOMAS NEGATIVOS 
São aqueles que acrescentam fatores – 
Delírios (visual), alucinações (falsas 
percepções auditivas), comportamentos 
bizarros, agitação psicomotora, ideias 
bizarras 
São aqueles que reduzem fatores – 
distanciamento afetivo, diminuição da 
vontade, diminuição da fluência verbal, 
autonegligência, lentificação psicomotora 
 
Esquizofrenia e crime: 
 
 Um ato grave de violência cometido por uma pessoa com transtorno mental grave 
é raro; 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
 No caso da população carcerária brasileira, existem muitas evidências indicando 
considerável prevalência do transtorno mental quando comparado com a 
população geral; 
 A proporção brasileira é semelhante a dos outros países, contudo, as diferenças se 
dão pela forma de tratamento e atenção dada a essas causas; 
 Inimputabilidade – Conforme nosso Código Penal, é inimputável todo indivíduo que 
em virtude da doença mental, era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente 
incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo 
com tal endente (art. 26); 
 O juiz pode optar, ao constatar que o indivíduo estava em surto no momento do 
ato, pela inimputabilidade, não configurando o crime nem a sua autoria; 
 A esse indivíduo aplica-se Medida de Segurança prevista no Código Penal 
Brasileiro tendo em vista a proteção e a reintegração social do ser; 
 
 O Brasil ainda carece de mudar a logística do sistema carcerário uma vez que 
dentro desses depósitos existem cidadãos vítimas de questões socioeconômicas e 
de transtornos mentais; 
 
OBS: Lei antimanicomial - Luta pelos direitos das pessoas com sofrimento mental. 
Dentro desta luta está o combate à ideia preconceituosa de que se deve isolar a 
pessoa com sofrimento mental em nome de pretensos tratamentos 
 
Referências e sugestões: 
 Vigiar e punir – Michel Foucault 
 História da loucura – Michel Foucault 
 Nise, o coração da loucura (filme) 
 O milagre da Cela 7 (filme) 
 Esquizofrenia, psicopatologia e crime violento: uma revisão das evidências 
empíricas – Eduardo Henrique Teixeira, Marcelo Carlos Pereira , Renata 
Rigacci, Paulo Dalgalarrondo 
 
 
AULA 09 – SOCIOPATIA 
 
1. TOD – Transtorno opositor desafiador: 
 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
 Padrão de humor raivoso/irritável, de comportamento questionador e/ou índole 
negativa; 
 Quando manifestado em crianças jovens, vincula-se a um comportamento 
provocador desobediente ou perturbador e não acompanhado de comportamentos 
delituosos; 
 Dificuldade do indivíduo em admitir e reconhecer o erro, persistindo em 
comportamentos; 
 Comorbidades – outros transtornos que podem vir associados – TDAH, TC, Ansiedade 
e Depressão; 
 Com frequência, perde a calma; 
 Com frequência, é sensível ou facilmente incomodado; 
 Com frequência, é raivoso e ressentido; 
 Questiona figuras de autoridade; 
 Frequente desobediência a regras e/ou pedidos de autoridade; 
 Frequentemente incomoda outras pessoas; 
 Geralmente culpa os demais; 
 
2. Transtorno de Conduta (TC): 
 
 Mais comum nos homens; 
 Comportamentos que incomodam os demais; 
 Tendência ao envolvimento em atividades perigosas e até mesmo ilegais; 
 Perda de consciência dos atos; 
 Distanciamento afetivo e social; 
 Encontra-se interligado, geralmente, ao TDAH, à Ansiedade e à Depressão; 
 A manifestação de sintomas ocorre paulatinamente (mais amenos  mais severos); 
 
3. Transtorno de personalidade antissocial: 
 
 A Sociopatia apresenta gradações, sendo o ambiente um fator determinante para 
extrair aspectos positivos e negativos dos homens; 
 Característica central – incapacidade de experimentar a culpa e de aprender com a 
experiência, descarregando emoções nos outros; 
 Relação com falhas narcísicas; 
 Ausência de sentimentos afetuosos; 
 Incorrigibilidade – dificuldade de aceitar correções; 
 Habilidade de manipulação alheia seguida de condutas imorais; 
 Insensibilidade moral e falta com a ideia de juízo; 
 Elevado teor de impulsividade; 
 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
 
REFERÊNCIAS: 
• DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto 
Alegre: Artmes editora, 2000. 
• http://www.psiquiatriageral.com.br/psicopatologia/sindromepsicotica.htm 
• http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=72 
• Filme: Joker; 
• Documentário: A ira de um anjo; 
• Filme: Fragmentado; 
 
AULA 10 – FAMÍLIA, SOCIEDADE E SUBJETIVIDADE 
 Propósito da aula – discutir a construção da família brasileira, sobretudo no que diz 
respeito aos aspectos subjetivos e explicitar a sua relação com o Direito; 
 
 Sérgio Buarque de Holanda – o brasileiro como “o homem cordial” – o brasileiro 
possui a tendência de trazer circunstâncias para a intimidade, ou seja, os vínculos 
conjugais tendem a uma perspectiva sentimentalista, investidos de muitas oscilações 
emocionais; 
 Para Darcy Ribeiro, o povo brasileiro seria constituído por uma mescla que dá origem 
a uma “etnia nacional”, dinamizada por uma cultura sincrética e singularizada pela 
redefinição dos traços culturais delas oriundas; 
 Gilberto Freyre, autor de Casa-grande e Senzala, defendeu que a miscibilidade, mais 
do que a mobilidade foi o processo pelo qual os portugueses compensaram-se da 
deficiência em massa ou volume numérico para a colonização em largaescala e sobre 
áreas muito extensas; 
 É importante salientar que a miscigenação não trouxe consigo a igualdade de valores 
pessoais e culturais. Isso é explícito num contexto marcado por racismo estrutural, 
desigualdade socioeconômica, homofobia, xenofobia, machismo, intolerância 
religiosa, etc...; 
 A persistência de hábitos e tradições históricas é evidenciada na conjuntura atual 
brasileira – ex: a influência dos políticos no domínio do território nacional remonta à 
prática do coronelismo durante a República Velha do Café com Leite; 
 Outras questões também são nítidas como a questão da visão em relação ao 
casamento, isto é, uma reminiscência da representação simbólica patriarcal; 
http://hugohlf.jusbrasil.com.br/artigos/129735831/a-esquizofrenia-e-discussao-sobre-inimputabilidade-e-semi-imputabilidade
http://hugohlf.jusbrasil.com.br/artigos/129735831/a-esquizofrenia-e-discussao-sobre-inimputabilidade-e-semi-imputabilidade
http://hugohlf.jusbrasil.com.br/artigos/129735831/a-esquizofrenia-e-discussao-sobre-inimputabilidade-e-semi-imputabilidade
http://hugohlf.jusbrasil.com.br/artigos/129735831/a-esquizofrenia-e-discussao-sobre-inimputabilidade-e-semi-imputabilidade
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http://www.psiquiatriageral.com.br/psicopatologia/sindromepsicotica.htm
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
 A mulher solteira e geralmente virgem, é vista como excepcionalmente pura – 
concepção de Burton – constitui uma outra perspectiva associada à estrutura familiar 
que encontra-se presente no inconsciente cultural da família e povo brasileiro 
(mulher para gozar x mulher para casar); 
 
 Pode-se afirmar que o povo brasileiro vive em um cenário de pós-modernidade. Se 
por um lado a pós-modernidade traz a liquidez, a fragilidade e a busca incessante 
pelo prazer pessoal, por outro, apresenta a vivência da diversidade, da reinvenção e 
da reconstrução – vive-se uma pós-modernidade sem, contudo, abandonar, por 
completo, a modernidade; 
 Em virtude dos fatos mencionados, discutir a formação da família brasileira e suas 
transformações é de suma importância para o âmbito do direito e demais ciências 
sociais; 
 Perspectiva do futuro: consolidação de máquinas no exercício de algumas tarefas do 
âmbito jurídico. Daí a necessidade de lidar com pessoas, visto que as áreas 
associadas aos aspectos subjetivos (interação com o outro ser) tendem a crescer em 
detrimento de outras obsoletas; 
 
Referência: López, V. F. Liberdade a dois: democracia nos relacionamentos 
contemporâneos. Curitiba: APPRIS, 2018 
 
AULA 11 – DISCUSSÃO SOBRE O DOCUMENTÁRIO “JUÍZO” 
 
 O documentário retrata a sofrida realidade de alguns menores infratores contidos em uma 
prisão brasileira; 
 Apesar de elaborado em 2006, a situação parece atemporal tendo em vista a realidade de 
2021 no Brasil – o sistema carcerário funciona como um verdadeiro depósito, contendo, 
inclusive, pessoas que ainda não foram julgadas; 
 Muitos jovens infratores eram vítimas de um cenário socioeconômico desfavorável e de um 
ambiente familiar extremamente conturbado; 
 Percebe-se, em uma das ocorrências, uma relação com a Gestalt. A juíza retrata que um 
indivíduo ao ser pego com uma arma na mão contribui para que as percepções individuais 
conduzam a considera-lo culpado pela autoria de um delito, independentemente da sua 
participação no evento; 
 A juíza realiza, em diversos momentos, uma abordagem grosseira, intimidatória e, em 
algumas ocasiões, chega a constranger o delinquente, apropriando-se de uma linguagem 
informal. A título exemplificativo, os membros do tribunal riem da falta de conhecimento do 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
indivíduo que fugiu da prisão um dia antes de ser libertado e que considerava engraxate 
uma ocupação que suprisse as necessidades; 
 O ambiente central do filme evidencia a predominância negros e, geralmente, detentores de 
baixo nível de escolaridade; 
 O advogado situado na direita, em diversas ocasiões, busca uma compreensão mais 
abrangente dos fatos sob uma vertente zetética do direito. Nessa perspectiva, acaba, 
inclusive, em determinadas circunstâncias, beneficiando o réu; 
 Visão espacial da prisão: precária, ambientes pouco luminosos, quartos superlotados, 
carência de um apoio qualificado, ausência de colchões nas camas, falta de preparo dos 
funcionários para lidar com questões humanitárias – todos esses fatores dificultam, 
significativamente, o processo de ressocialização do indivíduo infrator, sendo, por 
conseguinte, punido duplamente; 
 O despreparo dos funcionários torna-se evidente no relato de um jovem que presenciou os 
guardar atearem fogo contra a vida de outro jovem. O jovem narrador relatou que ficou 
extremamente assustado, justificando, portanto, a sua fuga; 
 Outra questão abordada consiste no alerta acerca da gravidez na adolescência, a falta de 
educação sexual e a carência de condições voltadas para um planejamento de vida - 
acarretando em mais conflitos com o poder judiciário, tendo em vista que algumas jovens 
infratoras cuidavam sozinhas de seus filhos (julgar acima de educar – nítida inversão de 
papéis tão evidente na contemporaneidade); 
 A apatia de alguns jovens perante ao tribunal demonstra a falta de consciência total dos 
fatos envolvidos e dos impactos de suas condutas; 
 Uma jovem que seria perdoada, inicialmente chega a recusar ir para casa pelo fato de não 
enxergar perspectiva de mudança no ambiente familiar conturbado. Destarte, é explícita 
importância da família harmônica no processo de educação e socialização do indivíduo; 
 Um jovem matou o pai com facadas enquanto dormia. O pai era pouco carinhoso e dava 
pouca atenção à família. A vítima bebia bastante e batia na mãe e no filho – outro exemplo 
da relação entre ambiente familiar e criminalidade; 
 Alguns jovens praticantes de delitos admitiram à falta de um acompanhamento familiar 
adequado, o envolvimento em gangues e o uso de drogas; 
 Em alguns casos, adultos coagem jovens a entrarem no tráfico de drogas tendo em vista que 
esses são mais fáceis de serem manipulados e não completaram a maioridade. Por 
conseguinte, alimenta-se o debate acerca da redução da maioridade penal; 
 O impacto que a falta de uma educação qualificada ocasiona é bem evidenciada, a título 
exemplificativo, na questão do menor infrator que fugiu um dia antes de ser libertado; 
 Algumas tentativas de ressocialização, evidentemente, fracassaram e alguns infratores 
fugiram, apresentando uma certa tendência em voltar a cometer delitos. As prisões 
serviriam, portanto, na verdade, muito mais como um mecanismo de punição e de 
invisibilidade social; 
 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
Referências: 
https://www.youtube.com/watch?v=UymNRVuilnA 
 
AULA 12 – ANÁLISE DO TEXTO “EXCLUSÃO, ADOLESCENTE E FAMÍLIA” 
 O presente estudo visa analisar a relação entre a exclusão da família, do adolescente 
e da prática de ato infracional; 
 Em primeira análise, é realizada uma análise rápida acerca da conjuntura atual 
brasileira, caracterizada por uma concentração de renda explícita e vinculada à 
concentração de poder. Além disso, o abandono de famílias de camadas populares 
evidencia um contínuo desrespeito aos direitos humanos; 
 A pobreza continua afetando mais e de forma diferenciada o segmento infanto-
juvenil; 
 Apesar da suma importância existente na elaboração da CNUDC (Convenção das 
Nações Unidas sobre Direitos da Criança), as conquistas de caráter legal não bastam 
para consolidar a inclusão de todos os jovens de forma digna na sociedade. Destarte, 
é imprescindível o plano de políticas públicas e do capital social visando ao 
enfrentamento das vulnerabilidades inerentes a jovens em países como o Brasil; 
 A família, conforme defendido por nomes como Émile Durkheim, trata-se da primeira 
instituição social pela qual osindivíduos possuem contato, passando por um 
processo de controle social primário, responsável por iniciar o preparo do 
desenvolvimento do indivíduo. Nesse sentido, é no ambiente familiar que o indivíduo 
aprende as noções básicas do certo e do errado, além de enxergar na figura dos 
familiares exemplos de condutas a serem seguidas; 
 Entretanto, nem todos as crianças e jovens convivem com um ambiente familiar 
harmônico e próspero ao seu desenvolvimento, refutando-se as concepções que 
Roberto DaMatta defende na sua obra “O que faz o brasil, Brasil?”. Diante de uma 
exclusão econômico-social e, em determinadas ocasiões, de um contexto marcado 
pela influência do crime organizado, o adolescente é desafiado a buscar, desde cedo, 
mecanismos de superação destas condições de vulnerabilidade, o que interfere 
significativamente no seu projeto de vida (não enxergam outra possibilidade a não 
ser lutar pela sobrevivência); 
 Quando se fala de um adolescente é necessário a compreensão de um sujeito em 
desenvolvimento e que carrega consigo as marcas do ambiente em que se encontra 
inserido. Nesse sentido, a falta de oportunidades e de perspectiva de mudanças 
proporciona o que se denomina “morte social” desses jovens; 
 Em seguida, é realizado um recorte mais específico tendo em vista a realidade da 
cidade de Salvador-BA, constatando-se que o maior percentual de jovens infratores 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
situam-se no Subúrbio Ferroviário e em Itapagipe, o que contribui para uma 
profunda reflexão, tendo em vista que esses são bairros “invisíveis” socialmente; 
 Dados estatísticos obtidos analisando-se menores infratores procedentes do 
Subúrbio Ferroviário e de Itapagipe representados em Ações Socioeducativas 
Públicas entre 1996-2000 retrataram o seguinte cenário: 
 
 49% dos infratores já tinham praticado pelo menos um ato infracional anterior 
ao do presente; 
 84,2% desses atos infracionários antecedentes consistiram em atentado contra 
o patrimônio; 
 A principal medida socioeducativa aplicada em relação aos atos infracionais 
anteriores foi a internação (17,4%), o que dificulta a reintegração desse jovem à 
sociedade; 
 86,8% dos entrevistados no total eram homens com idade entre 15 e 17 anos 
(82,6%); 
 64,4% dos entrevistados no total não possuíam frequência escolar; 
 Apenas 2,3% dos entrevistados no total ingressaram para o Ensino Médio; 
 60,5% dos entrevistados no total estavam associados a alguma atividade 
laboral (trabalho); 
 
 Torna-se nítida a relação entre analfabetismo, baixo índice de escolaridade, trabalho 
informal e criminalidade. O jovem que deveria estar na escola, encontra-se preso ao 
trabalho informal e em uma condição extremamente vulnerável - sujeito à exposição 
solar, inalação de resíduos poluentes, desgaste físico para carga de pesos, agressões, 
ameaças, estupros, etc..; 
 Além do abandono da escola, as más companhias e o uso de drogas contribuem para 
que a família perca, ainda mais, o controle sobre o adolescente; 
 Quem não encontra uma localização definida nem no sistema educativo nem no 
sistema produtivo constitui um alvo potencial das formas mais agudas e diretas da 
violência; 
 Conclusão com a seguinte indagação - quem assiste os adolescentes e suas famílias 
para a liberdade? 
 
AULA 13 – ANÁLISE DO DOCUMENTÁRIO “ÔNIBUS 174” 
 O sequestro de um ônibus em plena zona sul do Rio de Janeiro, filmado e transmitido 
ao vivo por quatro horas, mobilizando o país. Ao mesmo tempo, mostra a vida do 
sequestrador, um menino de rua sobrevivente da Chacina da Candelária; 
 Uma observação interessante é que a polícia não levava em consideração 
inicialmente aspectos psicológicos e subjetivos do indivíduo. Além disso, há algumas 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
discussões filosóficas que apontam que a ação policial influenciou Sandro a realizar o 
sequestro por encurrala-lo, uma vez que essa não era a sua a finalidade inicial; 
 O autor do sequestro jamais conheceu o pai e conviveu com um ambiente familiar 
violento, tendo sua mãe morta na sua frente a facadas. Após o ocorrido, passou a 
viver na rua com amigos, formando uma gangue, mas sempre convivendo com os 
traumas e as inseguranças do passado; 
 Despreparo da polícia militar do RJ evidenciado ao não isolar rapidamente a área. 
Infelizmente, seu objetivo, enraizado pelos ideais presentes na cultura nacional, se 
tornou prender e matar. Além disso, é perceptível a falta de equipamentos eficazes 
de comunicação entre os seus membros; 
 Sandro é um exemplo dos meninos invisíveis que emergem violentamente através de 
um grito desesperado e impotente; 
 O documentário também retrata um pouco a história de Sandro. Destarte, é 
abordada a situação de similares e da existência um grande estereótipo associado 
aos meninos de rua, muitas vezes vistos como meros marginais. Entretanto, uma 
grande parcela é composta por pessoas honestas e que buscam oportunidades para 
assegurar à sua sobrevivência digna; 
 É retratada também que além das condições precárias na rua, essas crianças estão 
vulneráveis a sofrerem violência. A título exemplificativo, ocorreu um episódio em 
que oito foram mortos por milicianos durante uma madrugada – sendo Sandro um 
dos sobreviventes – o Chacino da Candelária. Todas as vítimas eram negros com 
idade entre 14 e 19 anos; 
 Antes invisível, Sandro ganha visibilidade, uma pequena glória de ser reconhecido e 
de prezar a sua autoestima. O ocorrido e a mídia proporcionaram-lhe se tornar 
poderoso, sob a crença de que não seria executado em rede nacional; 
 Nesse sentido, pode-se deduzir uma banalização da morte e o tratamento da 
tragédia como um filme de ação (“um espetáculo”), fortemente influenciado pela 
mídia; 
 Vale ressaltar que Sandro já havia sido detido por roubo e inserido em um internato. 
Porém, a infraestrutura precária, o caráter punitivo e violento desse local dificultou 
qualquer possibilidade de ressocialização. Sandro relatou, durante conversa com 
uma das reféns, que recebia castigos corporais na prisão mesmo apresentando um 
bom comportamento. Por conseguinte, a prisão, muitas vezes, torna o indivíduo 
ainda pior e mais violento, sucessível a cometer novos delitos; 
 Sandro que é sobrevivente da Candelária agora torna-se o algoz de uma nova 
tragédia, como se quisesse ser visualizado. Em síntese, é monstro que a própria 
sociedade criou, que fechou-lhe as portas e que proporcionou-lhe um trauma; 
 Em relação ao exposto no tópico anterior, uma cena interessante consiste no 
momento em que uma das reféns passa a dialogar com Sandro e o questiona sobre 
quem seria a maior vítima daquilo tudo. Ele parece compreendê-la e, 
momentaneamente, é possível dizer que houve um diálogo amigável entre as partes; 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
 Infelizmente, uma refém também acabou falecida (Geisa) após assassinada por 
Sandro fora do ônibus; 
 Sandro é morto asfixiado pela polícia, concretizando a sua invisibilidade social, como 
se tivesse concluindo o trabalho ocorrido na Candelária. Em síntese, a cultura 
errônea sustenta que a polícia possui a função de, às escondidas, realizar o desejo 
que a maioria da sociedade tem - esquecer e exterminar os “Sandros”; 
 
 
 
“O Sandro é um dos meninos invisíveis que as vezes emergem, tomam a cena e nos 
confrontam com a sua violência. Ninguém quer esses Sandros, mas também não fazem nada 
pra mudar esse quadro.” (Doc. Ônibus 174) 
 
AULA 14 – O EGRESSO DO SISTEMA PRISIONAL 
 Discussão central: Até que ponto a instituição sai daquele que saiu da instituição?; 
 O texto propõe reflexões sobre a subjetividade do egresso do sistema prisional – 
expondo a subjetividade construída no interior do sistema prisional e as 
consequências disso após a saída detrás das grades; 
 O texto “O egresso do sistema prisional” discorre acerca da realidade dos cidadãos 
que, após cumprirem a pena, saíram do sistemaprisional brasileiro. Dessa forma, são 
ressaltados os inúmeros obstáculos enfrentados por esses indivíduos, como o 
estigma de “ex-presidiário” e a dificuldade de apresentar um sentimento de 
pertencimento à sociedade; 
 A análise de estigmas possui extrema importância para a Psicologia – ainda mais 
tendo em vista a realidade brasileira, marcada pela “cultura do cancelamento” 
definidora de estigmas. Estigmas contemplam marcas, padrões...; 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
 “Impedido de acompanhar o movimento da vida externa ao presídio, a partir da hora 
em que ganha a liberdade resta ao egresso se refazer. Alguns resguardam uma 
vocação ou profissão anterior, porém poucos dela poderão sobreviver”. Esse trecho 
corrobora a tese da persistência de estigmas associados ao egresso do sistema 
prisional, uma vez que este terá inúmeros obstáculos visando à ascensão de uma 
carreira profissional. A título exemplificativo, pode-se citar o critério de verificação de 
uma reputação ilibada que alguns empresários utilizam visando à contratação de 
funcionários; 
 Como já foi visto anteriormente, o sistema prisional brasileiro é caracterizado por 
uma infraestrutura precária e por uma desqualificação de uma parcela dos 
funcionários no que diz respeito ao tratamento destinados aos delinquentes. Dessa 
forma, os indivíduos que saem das prisões carregam consigo, além de marcas de 
surras em seu corpo, uma subjetividade extremamente fragilizada, impregnada de 
indignação e de revolta; 
 Ao dar entrada no sistema prisional, uma subjetividade se desfaz completamente e 
uma outra se impõe. A título exemplificativo, pode-se citar o corte de cabelo e o uso 
de números para identificação do sujeito – o que contribui para a perda de 
identidade e para a modificação da personalidade do cidadão. O indivíduo agora, 
isolado do convívio familiar e social, perde uma parcela da sua identidade e 
encontra-se submisso a uma instituição superior, gerido por imperativos de 
obediência, vigilância e truculência. Dessa forma, conforme sintetizou Goffmann, o 
sistema carcerário funciona como um lugar onde o uso da violência em suas 
diferentes formas tem a força de desumanizar o preso, seus familiares e os que ali 
trabalham; 
 A subjetividade vincula-se à formação da identidade do indivíduo e à interação desse 
com o mundo. De alguma forma, os egressos do sistema prisional possuem sua 
subjetividade negligenciada – esses indivíduos são generalizados em determinadas 
categorias; 
 Diante do exposto, é perceptível que as prisões, em países como o Brasil, funcionam 
muito mais como mecanismos higienistas – isto é – voltados para limpar da 
sociedade possíveis ameaças, distanciando-se da sua função teórica: a promoção de 
condições para que os egressos sejam reintegrados na sociedade; 
 Assim, é de suma importância a existência de projetos voltados para auxiliar os 
egressos como o PrEsp (Programa de Inclusão Social dos Egressos do Sistema 
Prisional), programa que se empenha em abrir as portas e propiciar condições para 
que o egresso possa conhecer outras possibilidades; 
 [...] “o PrEsp tem me ajudado muito e gerou muitas possibilidades para mim [...] hoje 
eu tenho um trabalho e uma vida social”. (Guilherme); 
 Um fato curioso é que membros veteranos do PrEsp de Minas Gerais passaram 
também a auxiliar outros indivíduos situados nas mesmas condições; 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
 O texto conclui apontando que, apesar dos casos de reincidência, e da existência de 
condições extremamente desfavoráveis para a possibilidade de reintegração social, 
esse fenômeno não é utópico, podendo ser concretizado através de apoio e 
persistência. Em síntese, o desfecho é otimista e esperançoso, tendo em vista o 
trabalho em conjunto entre Estado, família e sociedade; 
 
 
 
AULA 15 – POLÍTICAS PÚBLICAS DAS NECESSIDADES ESPECIAIS 
 De acordo com o IBGE, no ano de 2000, o Brasil tem 24,5 milhões de pessoas com 
deficiência, o que equivale a 14,5% da população do país. Esse dado leva em 
consideração pessoas com deficiência visual (48,1%), motora (22,9%), auditiva 
(16,7%), mental (8,3%) e física (4,1%); 
 A partir da promulgação do decreto n°6571/2008 prevê-se que todas as escolas 
devem matricular a totalidade dos alunos com NEE em classe comum do ensino 
regular. Os sistemas de ensino brasileiro viram-se inflacionados a responder a 
demanda; 
 As políticas públicas em nosso país desfavorecem a entrada de pessoas com 
deficiência nas universidades – carecendo de maior eficácia no que diz respeito à 
acessibilidade, ao acolhimento e ao respeito às diferenças; 
 Vale ressaltar que esses empecilhos para as pessoas com deficiência não se 
delimitam somente no âmbito escolar e/ou universitário, mas abrange os diversos 
espaços de uma determinada localidade. Por exemplo, na cidade de Salvador (BA) é 
nítido o avanço significativo com a implantação de pisos táteis para as pessoas com 
deficiência visual, entretanto, a grande quantidade de buracos e de desníveis em 
diversas regiões pode contribuir para a ocorrência de acidentes; 
 Outro ponto importante de se ressaltar trata-se da necessidade de um maior 
respeito às diferenças em prol de uma equidade, isto é, tratar os desiguais de forma 
desigual tendo em vista o alcance de uma igualdade. Desse modo, práticas de 
bullying no ambiente escolar e o desrespeito à existência das vagas preferenciais são 
apenas dois exemplos de como a sociedade brasileira carece de transformação; 
 Em 1973, foi criada a primeira secretaria para gerir exclusivamente a educação 
especial no Brasil com o nome de Centro Nacional de Educação Especial (CENESP); 
 CF/1988 – volta à tona o discurso da educação inclusiva. Seus artigos 205, 206 e 207, 
estabelecem a igualdade das condições de acesso – apontando como obrigação do 
Estado brasileiro atender os alunos NEE preferencialmente na rede regular de ensino. 
Observa-se, porém, que o termo preferencialmente abre margem para que as 
escolas venham a negar a matrícula de pessoas com deficiência, alegando 
despreparo profissional ou qualquer outra condição; 
Thiago Coelho – FBDG 2022 
 
 Os principais obstáculos para a existência de uma educação inclusiva eficaz tratam-se 
do despreparo profissional para conviver com portadores de necessidades especiais, 
do despreparo dos demais estudantes para convivência e a precariedade de meios 
que promovam uma melhor acessibilidade. Nesse sentido, vários profissionais de 
educação entrevistados pelo IBGE, relataram ter conhecimento precário no que diz 
respeito a questões envolvendo a transferência de um cadeirante para outro assento 
ou no auxílio a pessoas com a convulsão. Ademais, a grande quantidade de escadas 
em determinadas instituições e, muitas vezes, desacompanhada de soluções 
alternativas, proporciona obstáculos para pessoas com dificuldades de locomoção; 
 Dessa forma, percebe-se um paradoxo: é desejável que a educação ocorra cada vez 
mais cedo, para possibilitar uma sociedade mais igualitária, mas o cuidado necessário 
com essas crianças pode estar em risco, bem como a oferta de vivências que lhes 
possibilitem atingir seu potencial de desenvolvimento; 
 Em 1990, é ratificada a Declaração Mundial de Educação para Todos e, no mesmo, 
ano, a Lei n°8069/90, no artigo 55, determina que os pais matriculem seus filhos com 
NEE no ensino regular; 
 O Plano Nacional de Educação (PNE) é lançado também em 2001. Com ele, a 
educação especial reposicionou-se definitivamente através da ótica de Educação 
Inclusiva, assumindo ser a escola regular a responsável por atender os alunos com 
NEE e por matricular a totalidade dos estudantes de acordo com o lema “educação 
de qualidade para todos”; 
 A educação brasileira necessita de reformulação. A atual é muito baseada na 
competitividade, estimulando a crença de que os mais aptos tendem a sobreviver, o 
que alimenta, também, o discurso da meritocracia.Ademais, um ponto curioso 
consiste no grande ênfase dada à educação técnica em detrimento da humanitária – 
gasta-se muito tempo com conteúdos similares ao Teorema de Pitágoras voltado 
para a prestação de vestibulares, negligenciando outros aspectos tão importantes 
quanto ou até mais, como o auxílio a uma pessoa que se encontra em um momento 
de convulsão; 
 Essa competitividade pode ser evidenciada nas mais sutis circunstâncias, sobretudo, 
no âmbito da educação infantil, como a valorização de jogos recreativos competitivos 
(o que interessa é quem irá vencer) em detrimento de jogos cooperativos; 
 Em síntese, a educação brasileira é excludente, técnica e competitiva, necessitando 
de mudanças em prol do bem da sociedade coletivamente; 
 
 
Thiago Coelho – FBDG – 2021.1 
@taj_studies

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