Buscar

introdução a anatomia

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Síndrome edematosa 1
Síndrome edematosa
O tratamento é eminentemente dietético, consistindo na 
dieta sem glúten para o resto da vida do indivíduo.
Sumário do capitulo
O QUE É SÍNDROME EDEMATOSA
EDEMA DE ORIGEM CARDÍACA
EDEMA HEPÁTICO
EDEMA RENAL
EDEMA ENTÉRICO
EDEMAS LOCALIZADOS
ASCITE
BATALHA DAS SÍNDROMES
Síndrome edematosa
O QUE É?
Edema é definido como um inchaço palpável produzido 
pela expansão do volume de fluido intersticial. 
Anasarca é o excesso, maciço e generalizado, geralmente em mais de três regiões 
do corpo.
Síndrome edematosa 2
Entendendo o problema
Edema é uma condição em que há acúmulo de líquido nas camadas da pele e 
tecidos. É comum em várias doenças, especialmente insuficiência cardíaca, 
problemas nos rins e do fígado. A maioria das vezes acontece nas pernas, mas 
também pode ocorrer na face e na região pré-sacral. Edema ocorre devido a 
desequilíbrio entre o líquido dentro e fora dos vasos. Alguns medicamentos também 
podem causar edema. Existem quatro órgãos que podem estar relacionados 
diretamente ao edema : coração, fígado, rins e intestino. A causa do edema deve 
ser identificada para que possa ser tratada.
Síndrome edematosa 3
Para facilitar nossa vida, criamos 
um mnemônico para te ajudar a lembrar de toda 
MEDICAÇÃO na hora que você for questionar 
seu paciente (veja abaixo).
MEDICAMENTOS QUE CURSAM 
COM EDEMA GENERALIZADO
M Metildopa
E Esteroides
D Dilatadores arteriais (hidralazina)
I Imunoterapia
C Ciscloporina
A Altura (hormônio do crescimanto - gh)
Ç Clonidina
Ã
AINES (anti-inflamatórios não
esteroides)
O Outro: Bloq. dos Canais de Cálcio
Edemas de Origem Cardíaca
Se o paciente tem problemas de respiração, como falta de ar progressiva 
(dispneia), problemas para respirar quando deitado (ortopneia) ou falta de ar à 
noite (dispneia paroxística noturna), e o exame físico mostra inchaço na veia 
jugular (estase julgular), som anormal no coração (B3) e teste do refluxo 
hepatojugular positivo, é provável que a causa do edema seja problemas 
cardíacos. 
É importante lembrar que algumas causas podem ser mais graves e devem ser 
tratadas o mais rápido possível. Criamos um lembrete para ajudar a não deixar 
passar nenhuma dessas causas.
Síndrome edematosa 4
CAUSAS MAIS TEMIDAS
T Tamponamento cardíaco
E Embolia Pulmonar
M Mudança de ritmos (arritmias ventriculares)
I Infarto agudo do miocárdio
D descarga de tireoide (crise tireotóxicac)
A Aneurisma dissecante de aorta
S Sepse
Insuficiencia cardíaca (IC)
O edema que é causado por problemas cardíacos ocorre quando o coração não 
consegue funcionar corretamente, seja na hora de contrair ou relaxar. Isso causa 
uma acumulação de líquido nos vasos, fazendo com que o líquido saia dos vasos e 
forme o edema.
A insuficiência cardíaca (IC) é a principais causa de problemas de internação por 
doenças cardiovasculares. Ela acontece quando o coração não consegue fornecer 
oxigênio e nutrientes suficientes para o corpo. Ela tem relação com o 
envelhecimento, hipertensão e diabetes.
A insuficiência cardíaca pode acontecer de forma súbita ou gradativamente ao longo 
dos anos. A maioria dos pacientes não apresentam sintomas, mas quando ocorrem 
eles variam de acordo com o ventrículo afetado. A insuficiência cardíaca pode ser 
dividida em dois tipos: esquerda e direita. Na insuficiência cardíaca esquerda, a 
dispneia é o sintoma principal, enquanto na direita temos edema nas pernas e na 
bolsa escrota, inchaço do fígado e baço e veia jugular inchada.
O diagnóstico é feito através da anamnese e exame físico. Exames como ECG, 
raio-x do tórax, BNP, ecocardiograma, cintilografia e cateterismo cardíaco podem 
ser utilizados para auxiliar no diagnóstico.
Síndrome edematosa 5
Refluxo hepatojulgular
O teste do refluxo hepatojugular é uma avaliação da pressão nas veias no pescoço 
durante a compressão abdominal. Acredita-se que o aumento na pressão nas veias 
do pescoço depois da compressão do abdome é devido ao deslocamento de 
sangue das veias do abdome para o átrio direito. Este teste é usado para confirmar 
falha no ventrículo direito ou redução de sua capacidade.
É realizado com o paciente sentado a 45 graus. Durante o teste, o paciente mantém 
a boca aberta e respira normalmente, para evitar a manobra de Valsava, que pode 
dar um resultado falso positivo. O teste é feito apertando o lado superior direito do 
abdome por 15 a 30 segundos e observando se há aumento na altura do pulso 
jugular > 1 polegadas. Se sim, o refluxo hepatojugular está presente. O teste é 
muito sensível (80%) em casos avançados de insuficiência cardíaca.
Síndrome edematosa 6
Síndrome edematosa 7
Miocardite aguda
O que é?
É a inflamação do miocárdio é uma condição onde há danos nas células do músculo 
cardíaco, causados por infecções virais, medicamentos ou problemas imunológicos 
e não pela falta de fluxo sanguíneo.
Em quem ocorre?
Adultos jovens, sexo masculino. Uma das prin- 
-cipais causas de morte súbita em pessoas com 
menos de 40 anos e crianças.
Qual deve ser a condulta?
-Usar medicamentos chamados ECA ou BRA para controlar a função do sistema 
nervoso simpático e impedir que a doença piore. 
-Usar beta-bloqueadores para reduzir a atividade do sistema nervoso simpático em 
pacientes com disfunção ventricular. 
-Usar anticoagulante oral em caso de problemas de coagulação associado. 
-O tratamento específico dependerá da causa da miocardite e pode incluir 
medicamentos imunossupressores, antivirais ou imunomoduladores. 
Esses tratamentos são indicados para todos os pacientes, exceto se houver alguma 
contra-indicação.
Pode causar alguma síndome?
Síndrome edematosa - Dispneia
Quais sinais e sintoma?
Os sintomas podem variar desde formas leves como dilatação e disfunção 
ventricular sem sintomas, até formas graves como insuficiência cardíaca, dor no 
peito, alterações no ECG, palpitações, tontura e morte súbita. A maioria das 
formas de miocardite é causada por infecções virais, mas somente 30% dos 
pacientes apresentam sinais de infecção respiratória, gastrointestinal ou sistêmica.
Síndrome edematosa 8
Como faço o diagnóstico?
O teste chamado cateterização cardíaca com biópsia endomiocárdica do 
ventrículo direito é considerado o teste padrão, mas muitas vezes os médicos 
conseguem diagnosticar a miocardite baseando-se em sinais e sintomas e usando 
outros testes menos invasivos. Esses outros testes incluem: verificar marcadores 
inflamatórios e de danos na células do músculo cardíaco no sangue, testes para 
infecções e problemas imunológicos, ECG (registro dos batimentos cardíacos), 
ecocardiograma (imagem do coração usando som) e ressonância magnética 
cardíaca.
Tome cuidado!
Quando ocorre miocardite, os marcadores de dano na células do músculo cardíaco 
(necrose miocárdica) aumentam, mas o aumento desses marcadores pode 
também ser causado por outras doenças como o infarto agudo do miocárdio, 
então é importante fazer um diagnóstico diferencial. Nas síndromes coronarianas 
(doenças das artérias que levam sangue para o coração), os marcadores de dano 
na células do músculo cardíaco aumentam e depois diminuem, enquanto que na 
miocardite eles permanecem elevados por um período mais longo.
Tamponamento Cardíaco 
O que é?
É um tipo de lesão causada por ferimento no tórax que permite que líquidos e/ou 
gás entrem no pericárdio (uma membrana ao redor do coração) causando 
aumento da pressão e levando a uma emergência médica. A gravidade do problema 
depende da quantidade e velocidade com que o líquido ou gás entra.
Síndrome edematosa 9
Quais os sinais e sintomas?
Cursar com triade de Beck, que se caracteriza por 3 sinais principais: som de 
bufar nos pulmões (bulhas cardíacas), pressão arterial baixa (hipotensão arterial) 
e inchaço na veia do pescoço (estase julgular). Outros sinais e sintomas que 
podem ocorrer incluem: pulso que fica mais fraco ao inspirar (pulso paradoxal), 
falta de ar (dispneia), respiração rápida (taquipneia), batimentos cardíacos rápidos 
(taquicardia)
e sinal de Küssmaul (respiração rápida e profunda).
Qual deve ser a condulta?
O primeiro passo é descobrir e tratar a causa do problema, e para estabilizar o 
paciente existem duas opções:
Se o paciente estiver instável ou não for possível realizar uma cirurgia, é feita 
uma punção no pericárdio para retirar temporariamente esses líquidos.
Se o paciente estiver estável, a opção é realizar uma cirurgia chamada 
toracotomia, para remover os líquidos ou gás acumulado.
Em quem ocorre?
A maioria dos casos de choque obstrutivo ocorrem em indivíduos que já tiveram 
ferimentos no coração causados por arma de fogo, especialmente homens 
jovens no Brasil.
Como faço o diagnóstico?
Para diagnosticar o choque obstrutivo, é necessário analisar os sintomas e o 
histórico do paciente. Em caso de dúvida, é preciso realizar algum 
procedimento/exame, como ecocardiograma transtorácico, ultra-som, ou 
pericardiostomia (cirurgia). Esses exames permitem a detecção precoce do 
problema, mas são dependetes do operador e/ou invasivos.
Pode causar quais síndromes?
DISPNEIA - DOR TORÁCICA 
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA
Síndrome edematosa 10
PEGA A VISÃO
A presença da tríade de Beck ajuda a detectar o tamponamento cardíaco, mas se 
houver falta de líquido no corpo (hipovolemia), pode ser que as veias do pescoço 
não estejam inchadas.
TOME CUIDADO!
O Pneumotórax Hipertensivo à esquerda pode parecer o Tamponamento 
Cardíaco. A diferença pode ser detectada pelos seguintes sinais: som de tímpano 
ao bater, desvio da traqueia, e diminuição ou ausência de som de bolhas nos 
pulmões afetados. Se esses sinais estiverem presentes, indica Pneumotórax 
Hipertensivo.
Síndrome edematosa 11
Síndrome edematosa 12
Pericardite constrictiva 
O que é?
A Pericardite Constrictiva (PC) é uma condição cardíaca resultante do 
endurecimento do pericárdio, que se torna cada vez mais rígido e espesso, 
dificultando o relaxamento adequado das câmeras cardíacas e causando uma 
síndrome congestiva. 
Quais os sintomas e sinais?
Os sintomas desta patologia incluem sinal de Kussmaul, atrito pericárdico, turgência 
jugular, hepatomegalia congestiva, ascite, edema nos membros inferiores e 
genitália. Em fases avançadas, o paciente pode apresentar dispneia e sinais de 
congestão pulmonar devido à congestão sistêmica.
TOME CUIDADO!
Um diagnóstico diferencial bastante difícil da Pericardite Constrictiva é a 
Cardiomiopatia Restritiva (CMR), que representa uma dificul-dade de expansão da 
parede ventricular, devido à fibrose ou acúmulos de substancias no miocárdio. A 
diferenciação das duas é possível devido a dosagem de BNP. que é bem maior na 
cardiomiopatia restritiva. O BNP normal é < 1 OOpg/ml, o valor médio na pericardite 
é 128pg/ml, enquanto que na CMR é em torno de 825. 
A Pericardite Constrictiva é uma doença difícil de ser diagnosticada. Ela tem muitas 
semelhanças com outra doença chamada Cardiomiopatia Restritiva (CMR). A CMR 
é quando a parede do coração tem dificuldade para se expandir devido a coisas 
como fibrose ou acúmulo de substâncias. A diferença entre as duas doenças é 
possível de ser encontrada através de exames de sangue, especificamente o BNP. 
O BNP é mais alto na CMR do que na Pericardite Constrictiva. Valores normais de 
BNP são menores que 100pg/ml, enquanto valores médios na Pericardite são de 
128pg/ml e valores médios na CMR são de 825.
Pulo do gato
Síndrome edematosa 13
Tríade no exame físico da pericardite constritictiva: atrito pericárdico + edema 
generalizado + sinal de Kussmaul.
PRINCIPAIS CAUSAS
C oncentração alta de ureia (Urêmica) 
O portunista (Histoplasmose) 
N eoplasias avançadas 
S arcoidose 
T uberculose 
R eumática (LES) 
I odo baixo (hipotireoidismo) 
C irurgia cardíaca 
T raumatismo 
I diopática 
V iral 
A rtrite Reumatoide
Sinal de kussmaul
O sinal de Kussmaul é um sinal importante da pericardite constrictiva. Em pessoas 
saudáveis, a pressão no sangue que volta para o coração diminui quando a pessoa 
inspira. Mas no sinal de Kussmaul, quando a pessoa inspira, a pressão no sangue 
aumenta ou não diminui como deveria, o que mostra que o coração não está 
relaxando e o sangue está tendo dificuldade para voltar para o coração. Esse sinal 
pode ser encontrado em casos graves de problemas no lado direito do coração 
(insuficiência ventricular direita) ou na cardiomiopatia restritiva.
Síndrome edematosa 14
Doença de chagas
O que é?
A Doença de Chagas é uma doença que você pode pegar quando viaja para o 
nordeste, ou locais do país com pouca salubridade, e Ela é causada por um 
protozoário, que é um tipo de bactéria, chamado Trypanosoma cruzi. Ela é 
transmitida principalmente por um inseto chamado Triatoma infestans, que é 
conhecido como "barbeiro". A doença tem três fases: aguda, quando os sintomas 
aparecem entre 1 e 3 meses; indeterminada, quando a pessoa não tem sintomas 
por anos; e crônica, quando a pessoa tem sintomas por muitos anos. A doença 
afeta principalmente o coração, o esôfago, o cólon e o sistema nervoso central.
Como faço o diagnóstico?
Para diagnosticar a Doença de Chagas, os médicos usam diferentes tipos de testes. 
Na fase aguda, eles usam o exame da gota espessa ou o teste do barbeiro de 
laboratório. No exame da gota espessa, eles olham o sangue sob um microscópio e 
procuram o protozoário. No teste do barbeiro de laboratório, eles colocam um 
barbeiro de laboratório no braço do paciente e depois esperam alguns dias. Depois 
eles olham dentro do barbeiro para ver se o protozoário está lá. 
Na fase crônica, eles usam vários tipos de testes diferentes. Eles olham os 
sintomas do paciente, fazem um exame de eletrocardiograma (ECG) para ver se há 
problemas no coração, e um exame de ecocardiograma (ultra-som do coração) para 
ver se há alterações estruturais. Também fazem testes de sangue para procurar o 
protozoário e ver se o paciente tem anticorpos contra ele.
Qual deve ser a conduta?
Na fase aguda da Doença de Chagas, os médicos usam medicamentos chamados 
Mebendazol e Albendazol (5 - 10 mg/kg/dia), que são tomados por 60 dias. Eles 
também podem usar um medicamento chamado Nifurtimox (8 - 15 mg/kg/dia), que 
é tomado por 90 dias. As crianças geralmente precisam tomar doses maiores 
desses medicamentos. 
Na fase crônica, os médicos usam medicamentos para ajudar o coração a 
funcionar melhor e para aumentar a sobrevida do paciente. Eles também usam 
medicamentos para aliviar os sintomas, como diuréticos, digitálicos, Dobutamina 
Síndrome edematosa 15
e inibidores da fosfodiesterase. Se houver problemas de batimento cardíaco, os 
médicos podem usar um medicamento chamado Amiodarona. Se houver bloqueio 
no coração, pode ser necessário colocar um marca-passo. O tratamento do 
megacólon e megaesôfago geralmente é cirúrgico.
Quais os sinais e sintomas?
Forma aguda: geralmente acomete crianças e adolescentes após 7-10 dias da 
picada do barbeiro. Se apresenta com quadro gripal (febre, dor muscular, 
prostração), associado à linfadenopatia, hepatoesplenomegalia e linfomonocitose. 
Na maioria das vezes é auto! imitada e o paciente tende a melhorar em 1-3 meses. 
Eventualmente, pode ocorrer um quadro de miocardite aguda. Forma 
indeterminada: os pacientes permanecem por vários anos assintomáticos e sem 
alterações em exames laboratoriais. 
Forma crônica: pode se apresentar com acometimento digestivo, cardíaco ou 
ambos. Acometimento digestivo inclui megaesôfago (odinofagia, disfagia, dor 
retroesternal) e megacólon (constipação prolongada e cólica). Acometimento 
cardíaco inclui cardiomiopatia chagásica levando a ICC (congestão pulmonar e 
sistêmica), arritmias cardíacas (taqui ou bradiarritmias), tromboembolismo pulmonar 
e/ou sistêmico.
Em quem ocorre?
Moradores de áreas endêmicas. No Brasil as principais áreas endêmicas estão no 
interior de Minas Gerais e no Nordeste.
Pode causar síndromes?
SD. EDEMATOSA- ARRITMIAS - DISFAGIA 
CONSTIPAÇÃO- INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Endocardiomiofibrose
O que é?
Síndrome edematosa 16
Ela é rara
e os médicos ainda não sabem exatamente o que a causa. A doença faz 
com que uma camada de tecido fibroso cresça dentro do coração, principalmente 
nas partes superiores dos ventrículos (câmaras inferiores do coração) e impede que 
o coração se expanda corretamente. Isso causa uma condição chamada 
insuficiência cardíaca restritiva, onde o coração não consegue bombear o sangue 
com eficiência.
Em quem ocorre?
Frequência bimodal em relação à idade: 10 à 30 anos de idade. Não há prevalência 
entre os sexos, 
mas existe predomínio na etnia negra. Endêmica na Àfrica equatorial, lndia, 
Colômbia e Brasil.
Qual deve ser a conduta?
Existe um jeito de cuidar de uma doença chamada ICC diastólica e problemas 
relacionados, como problemas no ritmo cardíaco e coágulos. Se possível, os 
problemas no ritmo cardíaco devem ser corrigidos, e se não for possível, usamos 
um remédio chamado warfarina. Outra opção é uma cirurgia, chamada 
endocardiectomia, que é quando tiramos uma parte do coração e trocamos as 
válvulas. Isso é indicado quando os sintomas são muito ruins e não melhoram com 
remédios.
Pode causar síndromes?
SD. EDEMATOSA- DISPNEIA- HEPATOMEGALIA
Quais os sinais e sintomas?
A maioria das pessoas com essa doença sente dificuldade para respirar (dispneia), 
inchaço na barriga (ascite), nas pernas e nos braços (edemas nos membros 
superiores e inferiores), e o coração fica grande. Também é comum sentir 
problemas com a válvula do coração que controla o fluxo de sangue, o que faz 
barulho e dificuldade para respirar. Isso pode causar problemas como batimentos 
cardíacos rápidos (taquicardia), problemas para respirar quando deitado 
(ortopneia) e problemas para respirar durante a noite (DPN). Outros problemas 
Síndrome edematosa 17
podem incluir coágulos no pulmão ou em outras partes do corpo devido ao acúmulo 
de sangue no coração.
Como faço o diagnóstico?
Existe um exame chamado ecocardiograma que mostra se tem um problema com 
as válvulas do coração, o que faz com que o sangue volte para o lugar errado. O 
exame também pode mostrar se há algum problema com a parte de cima do 
coração e se há líquido ao redor do coração. Outros exames, como TC e RM, 
podem ser usados para confirmar o diagnóstico quando há dúvida, especialmente 
se há uma condição chamada pericardite restritiva.
IC e débito cardíaco
A insuficiência cardíaca pode ser dividida em dois tipos: baixo débito e alto débito. 
O tipo de baixo débito é o mais comum, e ocorre quando o coração não consegue 
bombear o suficiente sangue para o corpo. Isso faz com que os tecidos não 
recebam o sangue de que precisam, causando fadiga, desmaio (síncope) e 
cansaço. No começo da doença, esses sintomas só acontecem quando a pessoa 
faz exercícios, mas com o tempo acontecem mesmo quando a pessoa está 
descansando. O tipo de alto débito ocorre quando o coração precisa trabalhar mais 
para atender às necessidades do corpo, como quando há um problema na tireoide, 
ou quando o sangue está sendo desviado para outro lugar. Nesse caso, a pessoa 
pode sentir os dedos quentes, batimentos cardíacos rápidos (taquicardia), pressão 
alta no pulso (hipertensão) e barulho no coração (sopro). Mesmo com o débito 
alto, o coração ainda não consegue atender às necessidades do corpo, e a pessoa 
pode sentir falta de ar (dispneia) e inchaço. É importante saber que, mesmo nos 
casos de alto débito, o paciente pode apresentar dispneia e edema que tendem a se 
resolver depois de serem tratadas as causas
CAUSAS DE IC COM PREDOMÍNIO DE EDEMA
E Estenose tricúspide severa 
D Doença de Chagas 
E Endocardiomiofibrose 
M Miocardite Restritiva 
Síndrome edematosa 18
A Ataque (infarto) do ventrículo direito 
S Severa insuficiência tricúspide
IC DE AUTO DÉBITO - PRINCIPAIS CAUSAS
T Tireotoxicose 
A Anemias severas 
Q Queda da Vitamina B1 (Beribéri) 
U União de sangue arterial e venoso* 
I Intensa remodelação óssea (Doença de Paget)
TOME CUIDADO!
Atenção para pacientes com hipertireoidismo! Cardiopatia prévia nesses casos 
pode gerar IC de alto débito em episódios de tireotoxicose.
Quais exames eu peço?
Existe um exame chamado dosagem de peptídeos nutriuréticos que pode ajudar 
a identificar se uma pessoa tem insuficiência cardíaca (IC), mas ele tem algumas 
limitações. Por exemplo, os resultados do exame podem ser afetados por anemia, 
problemas nos rins e idade avançada, e os níveis podem ser mais baixos em 
pessoas com obesidade. O exame tem um "ponto de corte" de 100-400, onde se 
os resultados forem menores que 100, é improvável que a pessoa tenha IC, entre 
100-400 é provável e acima de 400 é muito provável.
Outros exames utilizados para identificar IC incluem:
Ecocardiograma transtorácico bidimensional com análise dos fluxos pelo 
método doppler (Eco-20-Doppler) é o exame de imagem preferencial para 
avaliar a IC.
Ecocardiograma transesofágico é invasivo e só deve ser realizado em casos 
específicos, como doenças valvares.
Radiografia de tórax pode ser solicitada principalmente em casos de IC aguda, 
para avaliar cardiomegalia e congestão pulmonar.
Eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações é recomendado para avaliar 
sinais de cardiopatia estrutural, como hipertrofia ventricular esquerda, isquemia 
Síndrome edematosa 19
miocárdica, áreas de fibrose, distúrbios da condução atrioventricular, bradicardia 
ou taquiarritmias.
Tomografia computadorizada e ressonância magnética podem ser utilizadas 
quando os exames anteriores que foram inconclusivos, ou em suspeita de 
miocardiopatias específicas.
Edema Hepático
O que é?
O edema é quando tem muito líquido na pele e nos tecidos, fazendo as pernas e os 
braços incharem. Quando isso não acontecer por causa de problemas no coração, 
pode ser causado por problemas no fígado. Quando é causado pelo fígado, as 
pessoas podem ter pele amarelada (icterícia), vasos sanguíneos aparecendo na 
pele (telangiectasias), sangue e linfa acumulando no abdome (circulação 
colateral) e seios maiores nos homens (ginecomastia). Isso acontece porque o 
fígado produz uma proteína importante para manter o equilíbrio do sangue, e 
quando o fígado está danificado, essa proteína não é produzida o suficiente, 
causando o inchaço. Além disso, quando há problemas na estrutura do fígado, pode 
haver dificuldade no fluxo de sangue e linfa, causando inchaço. A cirrose é a 
principal causa de problemas no fígado que causam edema.
Síndrome edematosa 20
Cirose hepática
O que é?
A cirrose hepática é uma condição médica em que o fígado sofre danos 
progressivos e seus tecidos são substituídos por cicatrizes fibrosas, impedindo que 
o fígado funcione normalmente.
Síndrome edematosa 21
Sinais e sintomas
Alguns desses sintomas são: pele e olhos amarelados (icterícia), mãos vermelhas 
e inchadas (eritema palmar), problemas mentais (encefalopatia hepática), mau 
hálito (hálito hepático), manchas arroxeadas na pele (equimoses), sangue no 
vômito ou fezes (hematêmese e melena), baço grande (esplenomegalia), vasos 
sanguíneos aparecendo na pele (telangiectasias), músculos fracos (hipotrofia 
muscular), perda de cabelo (alopécia), seios maiores nos homens (ginecomastia), 
testículos menores (atrofia dos testicular), acúmulo de líquido na barriga (ascite) e 
vasos sanguíneos adicionais na barriga (circulação colateral).
Quais as causas?
Doença Alcoólica do Fígado 
Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica 
Hepatites virais crônicas (C e B) 
Hepatite medicamentosa (eg, Metildopa, 
Amiodarona, Metotrexato, Fenitoína) 
Hepatite Autoimune 
Hemocromatose 
Doença de Wilson
O que fazer?
Quando alguém tem problemas no fígado, é importante descobrir o que causou isso 
e tratar essa causa. Além disso, é necessário tratar os sintomas. Se o problema no 
fígado estiver muito avançado, pode ser necessário trocar o fígado por um novo 
(transplante hepático).
Como faço o diagnóstico?
Exames de sangue podem mostrar se alguém tem problemas no fígado. Por 
exemplo, se as enzimas AST e ALT estiverem altas, isso pode indicar danos nos 
hepatócitos (células
do fígado). Se a fosfatase alcalina e a Gama GT estiverem 
altas, isso pode indicar danos nos ductos biliares (lesão ductal) e obstrução da bile 
(colestase). Se o tempo de protrombina estiver alto e a albumina estiver baixa, isso 
pode indicar problemas no fígado. Exames de imagem, como a ultrassonografia, 
podem ser usados para ver o fígado sem precisar fazer uma cirurgia e são rápido e 
não invasivo.
Síndrome edematosa 22
Hemocromatose
O que é?
A Hemocromatose é uma doença que as pessoas nascem com ela e faz com que o 
corpo acumule muito ferro. Isso pode causar danos aos tecidos, especialmente no 
fígado. É uma doença hereditária, ou seja, é passada de pais para filhos.
Em quem ocorre?
tem principalmente causas genéticas e afeta principalmente populações 
caucasianas.
Como faço o diagnóstico?
Para saber se alguém tem Hemocromatose, é preciso identificar os sinais e 
sintomas da doença e ver se há algo de errado com o metabolismo de ferro no 
corpo. Isso pode ser feito através de exames de sangue. Também pode-se 
procurar por uma mutação específica nos genes C282Y e H63D. É importante 
verificar se a sobrecarga de ferro não é causada por outras doenças, como as 
hepatites B e C.
Quais sinais e sintomas?
A Hemocromatose pode causar vários sintomas porque o corpo tem muito ferro. Por 
exemplo, a pele pode escurecer, pode haver diabetes, problemas no coração como 
arritmias, dor nas articulações (artralgia) e dor abdominal. Ela também pode causar 
cirrose no fígado. Esses sintomas surgem por causa da sobrecarga de ferro.
Qual deve ser a conduta?
O tratamento para Hemocromatose é retirar o ferro em excesso do corpo através de 
um procedimento chamado de sangria. Isso é feito retirando cerca de 350-450 ml 
de sangue de uma vez, uma ou duas vezes por semana. O objetivo é deixar os 
níveis de ferritina abaixo de 50 pg/L. Quando esses níveis são alcançados, as 
Síndrome edematosa 23
sangrias podem ser feitas menos frequentemente, cerca de uma vez a cada 2-3 
meses, para manter os níveis de ferritina abaixo de 100 pg/L.
Pode causar quais síndromes?
DOR ABDOMINAL- CIRROSE HEPÁTICA
PULO DO GATO
O edema causado por problemas no fígado geralmente não vem com falta de ar, o 
que é uma boa forma de distingui-lo do edema causado por problemas no coração.
Escurecimento da pele
Quando uma pessoa tem hemocromatose, o ferro acumulado na pele junto com a 
melanina dá a ela uma aparência de bronzeamento ou cinza. Cerca de 70% das 
pessoas com hemocromatose tem essa mudança na cor da pele. A hemocromatose 
é uma doença genética que a pessoa nasce com, mas os sintomas geralmente só 
aparecem quando a pessoa envelhece (mais de 60 anos) e o corpo precisa menos 
ferro.
Edema Renal
o que é
O rim é um órgão importante que ajuda a limpar o nosso corpo. Se algo estiver 
errado com o rim, isso pode causar acúmulo de fluido no corpo e causar inchaço, 
chamado de edema. Existem três principais problemas que podem causar edema 
no rim: síndrome nefrítica, insuficiência renal e síndrome nefrótica. Cada um 
desses problemas tem uma razão diferente para causar o edema, mas todos eles 
são relacionados a problemas no rim.
Síndrome edematosa 24
Síndrome nefrítica?
O que é?
Os rins são órgãos do corpo que ajudam a limpar o sangue. Quando eles ficam 
inflamados, isso pode causar sinais e sintomas como dor na barriga, vermelhidão e 
Síndrome edematosa 25
inchaço. Isso é chamado de processo inflamatório agudo nos glomérulos 
renais.
Quais sinais e sintomas?
Hematúria é quando há sangue na urina. Proteinúria é quando há proteínas na 
urina. Subnefrótica significa que não há muitas proteínas na urina. Hipertensão é 
pressão alta. Edema é inchaço. Então, quando há sangue na urina, proteínas na 
urina, pressão alta e inchaço, isso é o quadro base de síndrome nefrítica.
Como faço o diagnóstico?
O diagnóstico é a forma de saber o que está causando o problema. Para saber o 
que está causando o problema quando há sangue na urina, proteínas na urina, 
pressão alta e inchaço, pode-se olhar os sinais e sintomas. Às vezes, é preciso 
fazer uma biópsia renal, que é uma pequena cirurgia para tirar uma parte do rim 
para examinar, indicado só quando não se consegue descobrir o problema somente 
olhando os sinais e sintomas.
Quais as causas?
Doença de Berger
Anticorpos Anti-membrana Basal
Glomerulonefrite Membranoproliferativa
GN Pós-Estreptocócica (mais comum)
Infecções como endocardite infecciosa,
abscesso, hepatites B e C
Nefrite Lúpica (LES)
Crioglobulinemia
Granulomatose com Poliangeíte
Poliangeíte Microscópica
Churg-Strauss
Púrpura de Henoch-Schonlein
Síndrome edematosa 26
O que fazer?
A síndrome nefrótica é um problema nos rins que causa inchaço (edemas). Para 
tratar esse inchaço, precisamos comer uma dieta com pouco sal (hipossódica) e 
beber menos água (restrição hídrica). Também precisamos tomar remédios 
chamados diuréticos que ajudam a eliminar o excesso de água do corpo. Além 
disso, é importante controlar a pressão arterial e pode ser necessário tomar 
remédios chamados IECAs, mas é preciso cuidado para não ter níveis elevados de 
potássio no sangue.
Glomerulonefrite pós-infecciosa
O que é?
A desordem glomerular comum é um problema nos rins causado por coisas 
estranhas chamadas imunocomplexos que se depositam no glomérulo, que é uma 
parte dos rins. Isso faz com que os rins fiquem inflamados e não funcionem direito.
Em quem ocorre?
A glomerulonefrite pós-estreptocócica é um problema nos rins que geralmente 
acontece com as crianças depois de uma infecção na garganta causada por um tipo 
de bactéria chamada Streptococcus do grupo A. Isso faz com que os rins fiquem 
inflamados e não funcionem direito. Geralmente acontece 1-4 semanas depois da 
infecção na garganta. Mas outras coisas também podem causar esse problema nos 
rins.
Pode causar síndromes?
SÍNDROME NEFRÍTICA
Quais sinais e sintomas?
A glomerulonefrite pós-estreptocócica geralmente começa de repente, fazendo as 
pessoas se sentirem mal, com febre e problemas nos rins. Pode ficar pior muito 
rapidamente e se tornar uma doença grave dos rins chamada glomerulonefrite 
rapidamente progressiva, que é mais difícil de tratar.
Síndrome edematosa 27
Como faço o diagnóstico?
Para saber se alguém tem glomerulonefrite pós-estreptocócica, os médicos vão 
olhar se a pessoa teve uma infecção recente, principalmente causada pela bactéria 
chamada Streptococcus do grupo A e se a pessoa tem problemas nos rins. Eles 
também vão verificar a urina da pessoa e ver se tem sinais de inflamação. Se os 
sinais de alerta forem presentes, como problemas persistentes nos rins, os médicos 
podem pedir uma biópsia renal para ter certeza do diagnóstico.
Qual deve ser a doncuta?
Para tratar a glomerulonefrite pós-estreptocócica, as pessoas precisam beber 
somente a quantidade de água de que precisam para ficar saudáveis. Se a infecção 
foi causada pela bactéria Streptococcus do grupo A, os médicos podem dar uma 
dose única de medicamento chamado Penicilina Benzatina. A dose é de 600.000 
unidades para crianças com menos de 25 quilos e 1.200.000 unidades para 
crianças com mais de 25 quilos
Glomerulopatias
A nefropatia por lgA (imunoglobulina tipo A) é a causa mais comum de problemas 
nos rins no mundo. Ela geralmente afeta crianças e adultos jovens e começa com 
sangue na urina (hematúria) algumas semanas depois de uma infecção de garganta 
ou nariz. O diagnóstico é confirmado quando os médicos encontram depósitos de 
lgA nos rins. A glomerulonefrite rapidamente progressiva é uma doença grave 
dos rins que pode levar à morte se não for tratada corretamente. Ela é caracterizada 
por crescimentos anormais nas células dos rins. Existem várias causas para essa 
doença, incluindo problemas autoimunes, infecções e condições genéticas. A 
glomerulonefrite antimembrana basal glomerular é uma doença autoimune em 
que o corpo ataca a parte dos rins chamada membrana basal glomerular. Isso pode 
causar problemas graves nos rins e nos pulmões. A glomerulonefrite
pauci-imune 
é outra condição caracterizada por crescimentos anormais nos rins, mas sem a 
presença de anticorpos específicos. Ela pode estar associada a vasculites 
sistêmicas. Existem também doenças hereditárias dos rins, como a síndrome de 
Alport.
Síndrome edematosa 28
Síndrome de Alport
O que é?
A síndrome de Alport é uma doença genética que afeta os rins e os ouvidos. Ela é 
causada por mudanças nos genes que controlam a formação da membrana basal 
glomerular, que é uma parte importante dos rins. Essas mudanças podem causar 
problemas na produção de uma proteína chamada colágeno, que é importante para 
a saúde dos rins. A síndrome de Alport é hereditária e pode causar problemas 
graves nos rins e nos ouvidos, incluindo insuficiência renal e perda auditiva.
Quais são os sinais e sintoma?
O sintoma mais comum é a síndrome nefrítica, que é um conjunto de sinais e 
sintomas relacionados à inflamação dos rins e aumento da proteína na urina. É 
comum que essa doença comece na adolescência e evolua para uma insuficiência 
renal crônica e progressiva. É comum que essa doença seja acompanhada de 
surdez nervosa e distúrbios oculares.
Pode causar quais síndromes?
Síndrome nefrítica
Qual deve ser a condulta
A síndrome de Alport é uma doença genética que afeta os rins e os ouvidos e NÃO 
TEM CURA. No entanto, existem tratamentos que podem ajudar a controlar os 
sintomas e evitar a progressão da doença. Estudos mostraram que o uso de 
medicamentos chamados IECA (inibidores da enzima conversora de angiotensina) 
e BRA (bloqueadores dos receptores da angiotensina) podem ajudar a diminuir a 
proteína na urina e controlar a pressão arterial, o que pode diminuir o risco de 
insuficiência renal. Além disso, é importante controlar a pressão arterial e evitar 
doenças que possam piorar a função renal. É importante trabalhar com um médico 
especialista (NEFRO) em doenças renais para encontrar o melhor plano de 
tratamento para cada paciente.
Síndrome edematosa 29
Síndrome nefrótica
O que é?
Síndrome nefrótica é um conjunto de sinais e sintomas que ocorrem devido ao 
aumento anormal da permeabilidade dos glomérulos renais, que são os filtros dos 
rins. Isso leva a uma grande quantidade de proteína na urina (proteinúria maciça), 
normalmente mais de 3,5 gramas por dia. Os sinais e sintomas incluem inchaço 
(edema), aumento de proteína na urina e redução do nível de proteína no sangue 
(hipoproteinemia), aumento da pressão arterial (hipertensão arterial) e 
hematúria (sangue na urina). Pode ser causado por diversas condições, como 
doenças renais, infecções, doenças autoimunes e tumores. É importante que a 
causa específica seja identificada para que o tratamento adequado possa ser 
iniciado.
Quais sinais e sintomas?
A síndrome nefrótica é uma condição renal caracterizada principalmente por três 
sinais principais: proteinúria maciça (grande quantidade de proteína na urina), 
edema generalizado (inchaço em várias partes do corpo - anasarca), 
hipoalbuminemia (baixo nível de albumina, uma proteína importante no sangue) e 
dislipidemia (alterações no perfil de gordura no sangue). Esses sintomas podem 
ser causados por várias doenças renais, incluindo doenças autoimunes, 
infecções, tumores e outras condições. O tratamento varia de acordo com a 
causa específica da síndrome nefrótica. É importante consultar um médico 
especialista em doenças renais para avaliar e tratar adequadamente essa condição.
Quais são as causas?
Existem diversas formas de glomerulonefrite, cada uma com suas características e 
possíveis causas associadas.
Síndrome edematosa 30
Doença de Lesão Mínima é uma condição caracterizada por proteinúria 
(proteína na urina) sem evidência de dano nos glomérulos renais. Ela pode ser 
associada a linfoma e uso de anti-inflamatórios.
Glomeruloesclerose Focal Segmentar é uma condição caracterizada por 
danos focais e segmentares nos glomérulos renais. Ela pode ser primária ou 
secundária à doenças como anemia falciforme, diabetes, HIV, hipertensão 
arterial e outras.
Glomerulonefrite Membranosa é uma condição caracterizada por 
espessamento da membrana que reveste os glomérulos renais. Ela pode ser 
associada a neoplasias sólidas, vírus da hepatite B e LES (Lúpus Eritematoso 
Sistêmico).
Glomerulonefrite Membranoproliferativa é uma condição caracterizada por 
espessamento da membrana que reveste os glomérulos renais e proliferação 
celular. Ela pode ser associada a vírus da hepatite C, LES, HAS (hipertensão 
arterial) e diabetes.
Glomerulonefrite Mesangioproliferativa é uma condição caracterizada por 
proliferação celular e espessamento da membrana que reveste os glomérulos 
renais. Ela pode ser associada a sífilis e malária.
É importante ressaltar que essas são apenas algumas das possíveis causas e não é 
exaustivo, para um diagnóstico preciso é necessário uma avaliação e tratamento 
por um nefrologista.
Como faço o diagnóstico
A síndrome nefrótica é uma condição que geralmente é diagnosticada a partir de 
sinais e sintomas clínicos e resultados laboratoriais anormais. O anasarca (edema 
em várias partes do corpo) é um sinal comum. O diagnóstico laboratorial é baseado 
na pesquisa de proteinúria maciça (mais de 3,5 gramas por dia), hipoproteinemia 
(baixo nível de proteína no sangue), dislipidemia (alterações no perfil de gordura 
no sangue) e pela biópsia renal. A biópsia renal é um procedimento invasivo que 
consiste em remover uma pequena amostra de tecido renal para exame ao 
microscópio. Ela é importante para determinar a causa específica da síndrome 
nefrótica e planejar o tratamento adequado. É importante consultar um médico 
especialista em doenças renais para avaliar e tratar adequadamente essa condição.
O que fazer
Síndrome edematosa 31
O tratamento da síndrome nefrótica é baseado em medidas gerais e específicas, 
dependendo da causa específica. 
As medidas gerais incluem:
Restrição de sal para controlar o edema (inchaço)
Uso de diuréticos para tratar o edema
Redução da proteína na dieta para diminuir a proteinúria (proteína na urina)
Tratamento da anemia (baixo nível de hemoglobina no sangue) com 
suplementos de ferro ou eritropoietina
Anticoagulação (uso de medicamentos para evitar coagulação sanguínea) no 
caso de fenômenos tromboembólicos (formação de coágulos que podem 
bloquear vasos sanguíneos)
As medidas específicas incluem:
Uso de corticóides e outros imunossupressores (medicamentos que suprimem a 
resposta imune) de acordo com a causa específica da síndrome nefrótica.
Medicamentos para tratar a hipertensão arterial e diabetes se essas condições 
estiverem presentes.
Terapias específicas para doenças autoimunes, infecções, tumores e outras 
condições subjacentes.
É importante que essas medidas sejam administradas e acompanhadas por um 
médico especialista em doenças renais para avaliar e tratar adequadamente essa 
condição.
Insuficiencia renal aguda
Síndrome edematosa 32
O que é?
A Insuficiência Renal Aguda (IRA) é uma condição grave em que os rins de repente 
param de funcionar corretamente. Isso pode acontecer devido a vários problemas, 
como doenças renais, lesões, infecções ou uso de medicamentos tóxicos. A IRA é 
caracterizada por uma redução súbita da taxa de filtração glomerular, que é a 
capacidade dos rins de filtrar o sangue e eliminar os resíduos. Como resultado, há 
retenção de sódio e água no corpo, causando edema (inchaço). Outros sintomas 
incluem hipocalcemia (baixo nível de cálcio no sangue), hiperfosfatemia (altos 
níveis de fósforo no sangue), aumento de escórias nitrogenadas (substâncias 
tóxicas) e distúrbios do equilíbrio ácido-base. A IRA é uma condição muito grave, e 
a mortalidade pode ser elevada, chegando a 90%.
As causas da IRA podem ser divididas em três categorias: pré-renal, renal e pós-
renal. A IRA pré-renal ocorre quando há diminuição da taxa de filtração glomerular 
devido a comprometimento do fluxo plasmático renal, o que pode ser causado por 
desidratação, choque ou outras condições que afetam o fluxo
de sangue para os 
rins. A IRA renal ocorre quando há dano nas estruturas funcionais dos rins, como 
infecções, lesões, doenças autoimunes ou uso de medicamentos tóxicos. A IRA 
pós-renal ocorre quando há obstruções subsequentes à formação da urina, como 
tumores, cálculos renais ou estreitamento das vias urinárias.
É importante procurar atendimento médico imediatamente se você suspeitar de IRA, 
pois essa condição pode ser fatal se não for tratada adequadamente. O tratamento 
será baseado na causa específica da IRA e pode incluir medidas para corrigir a 
desidratação, uso de medicamentos para ajudar os rins a funcionar melhor, e 
suporte para controlar os sintomas e complicações
Edema entérico
Para início de conversa, você deve ter em mente que o edema entérico é um 
diagnóstico de exclusão. Sendo assim, devemos desconfiar do edema de causa 
entérica quando as opções mais comumente causadoras de edema forem 
descartadas e o paciente apresentar algumas características clínicas e laboratoriais. 
São elas:
• ASCITE
• HIPOALBUMINEMIA
• AUSÊNCIA DE PROTEINÚRIA
Síndrome edematosa 33
• DIARRÉIA 
As Enteropatias Perdedoras de Proteínas são a grande causa do edema entérico. 
Estas enteropatias se caracterizam pela perda excessiva de proteínas séricas no 
trato gastrointestinal, causando o edema por meio do aumento da pressão 
osmótica. Entretanto, para concluir que o paciente realmente está sofrendo perda 
de proteínas pelo trato gastrointestinal, é preciso descartar a possibilidade de estar 
ocorrendo, na verdade, uma redução da síntese de proteínas, como ocorre em 
doenças hepáticas ou na desnutrição proteica. Eli-minando tais possibilidades, 
podemos seguir com o pensamento de que estamos diante de um quadro de 
enteropatia perdedora de proteínas, que apesar de ter muitas etiologias, tem um 
raciocínio clínico simples.
Síndrome edematosa 34
Doença celíaca
O que é?
Intolerância a certos grupos alimentares que contêm a proteína do glúten, como 
trigo, cen-teio e cevada. Nesses indivíduos, o glúten agride e danif ica as vi 
losidades do intest ino delgado, comprometendo a absorção.
Como faço o diagnóstico ?
Endoscopia digestiva alta com biópsia do intesti-no delgado. Pode-se dosar os 
anticorpos Antiendomísio, Antitransglutaminase e AJigliadina. O mais comum é o 
teste terapêutico com exclusão do glúten da dieta para avaliar reversão do quadro 
clínico.
Qual deve ser a conduta?
O tratamento é eminentemente dietético, consistindo na dieta sem glúten para o 
resto da vida do indivíduo.
Em quem ocorre?
Prevalência de 1% na população caucasiana. 
Fatores de risco: diabetes mellitus tipo I, doença autoimune da tireoide, colangite 
biliar primária, síndrome de Turner, síndrome de Down.
Quais os sintomas?
Clínica variável, maioria oligossintomática. Os sintomas clássicos são diarreia 
intermitente com esteatorreia, distensão abdominal e anemia. Sintomas menos 
comuns: neuropatia periférica, ataxia, dermatite herpetiforme, alopecia, úlceras 
orais, artropatia, osteoporose.
Pode causar quais síndromes?
DIARREIA - SD. DISABSORTIVA 
SD. CONSUMPTIVA - ANEMIA
Síndrome edematosa 35
Linfagiectasia intestinal
O que é?
Condição rara em que ocorre a dilatação dos vasos linfáticos localizados na 
mucosa, submucosa ou subserosa do intestino delgado. Quando a causa é 
congênita, temos a Linfagiectasia Intestinal Primária. Quando a alteração linfática é 
adquirida e decorrente de outra condição, temos a Linfagiectasia Intestinal 
Secundária.
Em quem ocorre?
A LI Secundária ocorre em pacientes com fibrose retroperitoneal, Pericardite 
Constrictiva, Insuficiência Cardíaca, Pancreatite, tumores abdominais ou 
retroperitoneais, Tuberculose Mesentérica, Doença de Crohn, má rotação intestinal, 
Doença de Whipple, Doença Celíaca e desordens infiltrativas que bloqueiam os 
linfonodos, gerando dilatação.
Quais os sinais e sintomas?
Edema maciço periférico, uni ou bilateral, que pode evoluir para anasarca. 
Episódios de diarreia, náuseas, vômitos e dor abdominal. Pode haver esteatorreia 
leve a moderada. O exame físico pode indicar a presença de ascite e de derrames 
pleurais, que devem ser confirmados com exames de imagem. Se houver 
manifestação dadoença na infância, podemos observar também 
Síndrome edematosa 36
um retardo no crescimento. 
COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?
COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?
O diagnóstico é feito através da biópsia do intestino delgado. O tecido é retirado 
através do endoscópio e examinado microscopicamente. Se encontrada acentuada 
dilatação e ectasia dos vasos linfáticos da mucosa e da submucosa, con-firma-se a 
suspeita. Uma alternativa à biópsia é a linfangiografia contrastada (injeção de 
material de contraste por via linfática), que pode indica r linfonodos intestinais 
anormais.
Pode causar quais síndromes?
DIARREIA- DOR ABDOMINAL- SD. EDEMA TOSA
Causas mistas de edema
Em algumas situações, podemos ter mais de uma condição causando a síndrome 
edematosa apresentada pelo paciente. A importância de verificar a existência desta 
sobreposição, está na efetividade do manejo e tratamento destes pacientes. 
A Hemocromatose, já apresentada, é caracterizada pelo acúmulo de ferro nos 
tecidos. O consequente desenvolvimento dos quadros de cirrose e insuficiência 
cardíaca congestiva são os motivos do edema de causa mista observado nos 
pacientes. 
Amiloidose também é causada por um acúmulo nos tecidos, mas de proteínas. Os 
quadros de insuficiência cardíaca congestiva e nefropatias decorrentes deste 
acúmulo geram o edema de causa mista nestes pacientes. Essas etiologias de 
síndrome edematosa também podem aparecer juntas sem que o paciente tenha 
uma amiloidose de base. 
O Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença crônica inflamatória autoimune. 
que pode afetar vários órgãos e tecidos. Quando cursa com nefropatia + 
Síndrome edematosa 37
cardiopatia, podemos ter um paciente com edema causado pelas duas condições. 
A Policitemia Vera é uma anormalidade mieloproliferativa em que se tem o 
aumento da população de eritrócitos no sangue. A consequência disto é um 
processo edematoso em alguns tecidos, secundá rio ao aumento da pressão 
oncótica promovido pela policitemia.
Outras causas de edema
Existem algumas condições que fazem parte da síndrome edematosa, mas não se 
enquadram nas grandes causas de edema, já apresentadas neste capítulo. Apesar 
de menos comuns, é importante que você conheça cada uma, para saber manejar 
não somente pacientes edematosos de causa comum, mas também aqueles que 
apresentam um edema de causa mais infrequente. As manifestações clínicas e 
laboratoriais auxiliam na diferenciação de cada causa, por isso é importante para 
você saber que: 
Mixedema: caracteriza-se pela presença de edema pré-tibial, bilateral, assimétrico, 
associado a placas e nódulos. Pode se apresentar com oftalmopatia assintomática 
ou presença de prurido. A principal causa é o hipotireoidismo severo, como ocorre 
na doença de Graves
Angioedema: Tem início em minutos a horas, e resolução espontânea em horas a 
dias. A distribuição do edema é assimétrica, apresenta tendência a não envolver 
áreas gravitacional-dependentes. É uma reação imune aguda anormal a alimentos, 
pelos de animais, medicamentos, entre outros. 
Síndrome de Clarkson: O edema é generalizado e o paciente pode apresentar 
hipotensão. Além disso, os exames laboratoriais podem mostrar hemoconcentração 
e hipoproteinemia. Esta síndrome advém do aumento da permeabilidade capilar 
sistêmica idiopática.
Tome cuidado
Síndrome edematosa 38
A Síndrome de Clarkson varia em frequência e gravidade, podendo ser fatal. Assim, 
o diagnóstico desta condição tem que ser feito de forma rápida.
Pulo do gato
O edema do mixedema caracteriza-se por ser duro e ter aspecto de pele opaca.
Edemas localizados
A localização do edema é um fator que, muitas vezes, auxilia no raciocínio sobre 
possíveis etiologias. Isto porque alguns processos patológicos comumente cursam 
com o aparecimento de edema em uma região específica
do corpo. Neste sentido, 
destacam-se o edema de face, membros inferiores e mãos.
Edema de face
São muitas as condições que podem cursar com o edema de face, como você pode 
conferir a baixo no mnemônico PAPEIROOSS, fazendo uma alusão ao inchaço de 
face causado pela caxumba.
Principais causas do edema de face
P Pneumomediastino 
A Angioedema 
P Pericardite Constrictiva 
E Esclerodermia 
I Insuficiência Cardíaca 
R Renal (Insuficiência) 
O dOença Mista do Tecido Conjuntivo 
O trOmbose de veia subclávia 
Síndrome edematosa 39
S Síndrome Nefrótica 
S Síndrome da Veia Cava Superior
Tome cuidado
O inchaço da Caxumba, apesar de estar sendo usado neste mnemônico, não é um 
tipo de edema, e sim decorrente do aumento das glândulas salivares, em especial 
da parótida, por conta do processo inflamatório desencadeado pela infecção.
Edema de membros inferiores
Alguns processos podem cursar com edema de membros inferiores, sendo que a 
maior parte deles são identificáveis pela história clínica do paciente. Assim, uma 
história recente de cirurgia, por exemplo, fala a favor de um linfedema pós-cirúrgico, 
enquanto uma epidemiologia favorável à infecção por Wuchereria bancrofti com 
sintomatologia de infecção aguda no passado, nos leva a pensar em filariose. As 
causas de edema localizado nos membros inferiores são: Doença de Milroy 
(linfedema congênito), deficiência de inibidor C1, Síndrome de Clarkson, Filariose, 
gravidez, Linfedema Pós-cirúrgico e Síndrome da Veia Cava Inferior.
Edema de mãos 
O edema de mãos é mais incomum na prática clínica e, por isso, apresenta causas 
bem específicas, são elas: Puffy Hands, Artrite Reativa, Hanseníase, 
Esclerodermia, Síndrome POEMS e uso de droga Ilícita intravenosa.
Ascite
Ascite é o resultado do acúmulo de líquido na cavidade peritoneal. Este acúmulo, 
por sua vez, pode ser causado por diversas etiologias, sendo as de origem hepática 
Síndrome edematosa 40
responsáveis pela maior parte dos casos. Pacientes com ascite apresentam 
distensão abdominal progressiva que pode estar associada a algum desconforto ou 
não. O aumento da pressão abdominal justifica o aparecimento de dispneia, 
observada em alguns pacientes. É importante ainda você saber que o tempo de 
evolução da ascite está intimamente ligado à etiologia, sendo as causas traumáticas 
mais agudas.
Manobras de pesquisa de ascite
1. Macicez móvel: Percute-se o flanco direito, e em seguida se repete a percussão 
com o paciente posicionado em decúbito lateral esquerdo. Atente para a mudança 
do som nas duas percussões (maciço para timpãnico) devido à mobilidade do 
líquido na cavidade abdominal. Sinal presente em ascites menores (0.3 - 1 L). 
2. Semicírculo de Skoda: Nessa manobra, começa-se percutindo a partir da linha 
abdominal e ca-minhando com a percussão de forma perpendicular à linha média 
do corpo, para o flanco direito do paciente. Esse movimento é então repetido 
alterando a angulação com que se caminha a percussão até se completar um 
semicírculo. Observe que a percussão no centro do abdome produz um 
somtimpânico, e à medida que se caminha para as extremidades o som se torna 
maciço devido à presença de líquido. Essa manobra é positiva para ascites de 
médio tamanho (1 - 3L). 
3. Sinal do piparote: Pede-se que o paciente posicione a mão sobre a linha média 
umbilical e reali-za-se a percussão na lateral observando se passam ondulações 
para o lado oposto. Geralmente está presente em ascites de grande volume(> 3L).

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando