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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 2 A CONSTELAÇÃO...................................................................................... 3 2.1 Processando Uma Constelação ........................................................... 5 3 O CONSTELADOR FAMILIAR ................................................................... 8 4 MÉTODO E PROCEDIMENTOS DAS CONSTELAÇÕES FAMILIARES..............................................................................................................13 4.1 Iniciando a Constelação ..................................................................... 15 4.2 A Escolha do Sistema de Relações.................................................... 19 4.3 A Escolha dos Representantes .......................................................... 22 4.4 Conduzindo a Constelação ................................................................ 26 4.5 Fechando as Constelações ................................................................ 30 5 ÁREAS DE APLICAÇÃO E EFEITOS DAS CONSTELAÇÕES FAMILIARES ...................................................................................................................33 5.1 Constelação Grupal e Sessão Individual ............................................ 34 5.2 Áreas de Aplicação............................................................................. 37 5.3 BIBLIOGRAFIA................................................................................... 39 2 1 INTRODUÇÃO Prezado Aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 3 2 A CONSTELAÇÃO Fonte: zerkalo.today O processo básico do método do diagrama de constelação é muito simples. O terapeuta pede ao cliente, em um grupo terapêutico ou de desenvolvimento pessoal, para localizar a pessoa importante relacionada ao problema ou necessidade que ele levantou de acordo com seu relacionamento mútuo. Por exemplo, são pessoas próximas em sua família de origem, ou seja, ele mesmo, seus pais e irmãos, às vezes apenas ele e seus pais ou ele e um sintoma que o incomoda. Para representar o papel, o cliente seleciona certos participantes do grupo e os coloca na sala com base em seu relacionamento mútuo, sem comentários. Schneider inclui que: Ele deve fazer isso a partir de seu sentimento ou do “coração”, portanto, sem buscar justificativas, sem escolher um determinado período de sua vida, e sem imaginar determinadas cenas que vivenciou em sua família. Simplesmente se deixa conduzir por um impulso interno indiferenciado e por uma atitude amorosa. Normalmente é preciso haver clareza sobre quem representa uma determinada pessoa da família ou algum sintoma, como o “medo” ou alguma entidade abstrata, como o “segredo” ou a “morte”. (SCHNEIDER, 2007). Casualmente, o terapeuta pode solicitar ao cliente que forneça informações sobre sua história familiar no início do trabalho para sentir seu "peso de alma" e saber de quais personagens a constelação pode começar. Quanto menos os representantes 4 souberem, mais o cliente confiará no conhecimento que compartilham na constelação. Porém, normalmente, apenas por meio de informações básicas, a constelação pode receber o impulso de fazer essa flutuação. Surpreendentemente, ao longo do processo de constelação, os representantes receberam mais de seus sentimentos do que as informações do cliente ou as suposições finais feitas pelo terapeuta. Depois de colocar o representante, o cliente se senta. Após um período de concentração, o terapeuta pede aos representantes que transmitissem seus sentimentos, possíveis percepções e sintomas físicos. Ocasionalmente pode pedir que expressem seus sentimentos apenas seguindo seu impulso de movimento ou combinando o movimento espontâneo do representante com o problema após um período de tempo. Dessa maneira, o conhecimento que a alma do cliente tem sobre sua família e sobre as forças que nela atuam toma-se visível e experimentável para o próprio cliente, o terapeuta e todos os participantes do grupo. O decisivo é que o movimento dos representantes, seja ele autônomo ou conduzido pelo terapeuta, conduza, através da descoberta da dinâmica anímica da família, a um final que traga liberação e alívio, a uma “imagem de solução”. Quando estaciona o processo de descoberta no encaminhamento de uma solução o terapeuta intervém. Baseado nas informações anteriores, ele pode introduzir outras pessoas da família, por exemplo, os avós do cliente, ou uma ex-noiva de seu pai. Ainda, a partir de novas informações levantadas junto ao cliente, pode ampliar a constelação introduzindo outros representantes, por exemplo, uma tia que tenha morrido abandonada num asilo psiquiátrico. (SCHNEIDER. 2007). Ao superar as turbulências do destino, a família representada pela constelação fica em paz. Os membros da família ali se respeitam e se reencontram com amor. Aqueles, antes excluídos se reintegram e todos podem tomar seu lugar. Quando a dinâmica e o caminho da solução são claros, os clientes geralmente são apresentados à constelação pessoalmente para sentir a reconciliação ou o sistema de reordenamento em seu lugar. Normalmente, além de representar o movimento futuro, a solução ainda requer algum tipo de ritual, por exemplo, uma reverência ou frase curta entre certas pessoas ou entre clientes e certas pessoas, principalmente entre seus pais, para a movimentação da alma. Seu portfólio de produtos pode trazer bons resultados e também permitir que os clientes entendam claramente o conteúdo, incluindo frases, conteúdo que o contém e conteúdo postado no sistema. 5 2.1 Processando Uma Constelação O cliente levanta seus próprios problemas ou necessidades a serem resolvidas. O "peso" desta questão apoia toda a constelação. Sua apresentação e os gestos do cliente que o acompanham fornecem as primeiras informações importantes. Quando o terapeuta dá retornos adequados daquilo que “irradia” do cliente, geralmente há confiança no processo subsequente. Schneider (2007), esclarece que “ poucas e breves perguntas do terapeuta delimitam o “campo” da constelação, a saber, os personagens que serão introduzidos na constelação e a dinâmica anímica que parece estar em questão”. Então, pelo menos uma pessoa é colocada no "campo" da constelação; geralmente, o número de vezes necessário para acionar o processo é duas ou mais, dependendo da necessidade. Também podem ser colocados representantes de entidades abstratas: sintomas, sentimentos, segredos, morte, guerras, nações ou coisas semelhantes. Os representantes, uma vez posicionados, abrem-se às forças que atuam no campo da constelação e as refletem através de seu movimento corporal, da expressão de seus sentimentos, por palavras, por uma lenta mudança de movimentos livres ou ainda por movimentos conduzidos peloterapeuta. Esse movimento pode levar, por si mesmo, a uma solução que se apresenta como, por exemplo, um abraço entre uma mãe e uma filha, depois de um longo tempo de resistência mútua; ou então o terapeuta, a partir de sua imagem interior e do sentimento de conveniência, leva os representantes a um movimento ou muda suas posições, verificando depois as reações deles e as do cliente. (SCHNEIDER, 2007) O terapeuta também pode intervir e solicitar novas informações do cliente. Pode fazer com que representantes troquem de posições, introduzam novos representantes, vinculem ou liberem certas frases que exigem pronúncia no sistema, realizando assim rituais, como reverências. Podendo compor um diagrama de constelação na imagem final da solução, para que o cliente possa redirecionar e ocupar seu lugar em seu sistema de relacionamento. 6 Fonte: revistadivergente.com Schneider (2007) relata que “às vezes uma constelação precisa ser interrompida, se os representantes não conseguem entrar em sintonia, ficam confusos, se o movimento para e faltam informações que o façam progredir ou se o cliente não consegue absolutamente acompanhar e sentir a constelação”. O terapeuta verifica a influência da constelação no cliente por meio de suas próprias opiniões ou perguntas diretas. Quando necessário, ele complementa as constelações por meio de breves intervenções complementares, por exemplo, para restaurar as imagens ocultas nas constelações da forma mais livre possível: "Feche os olhos, olhe para sua mãe, depois diga a ela ..." ou: “Imagine o seu pai...”. Quando a constelação não traz nada de novo para o cliente, geralmente poderá ignorar seu impacto. Com isso termina, no essencial, a “oferta de ajuda” ao cliente, com poucas exceções (uma sessão individual posterior ou outras constelações no grupo, cartas, conversas telefônicas). O verdadeiro processo de solução se mostra, depois da constelação, no comportamento do cliente e nas modificações reais resultantes em seus sistemas de relação e em seu estado físico e mental. (SCHNEIRDER, 2017). Para entender o método de várias maneiras, é naturalmente útil para os aprendizes, por exemplo, vivenciar constelações em um grupo de treinamento. Observe que a constelação formada com a ajuda do representante se desenvolve o 7 máximo possível de forma muito condensada e espontânea, sem a prescrição do representante, por exemplo, segurar as mãos, ajoelhar-se ou subir em uma cadeira. Esses movimentos podem eventualmente ocorrer na constelação que se representa. Nesse caso, eles têm maior expressividade e persuasão, pois podem reproduzir certas coisas que acontecem no cliente ou em seu sistema de relacionamento sem interferências externas. Observe que as constelações são organizadas espontaneamente com base nos fatos da família e do destino, com intervenção mínima do terapeuta. Por isso, Jakob Robert acrescenta: O fundamental é que elas podem mostrar de uma forma nova, preferivelmente surpreendendo e convencendo, como os destinos de outras pessoas nas redes de relações importantes para nossa vida atuam sobre nós e sobre nossos problemas e como a percepção de processos, até então geralmente inconscientes, pode colocar em ação as forças de mudança. O terapeuta nada pode planejar. Terapeuta, representantes e cliente, tanto quanto possível sem prévias ideias, intenções, expectativas, medo ou considerações benevolentes, expõem-se a um processo cujo resultado é incerto, buscando uma solução que não se conhece por antecipação. Tanto no livre movimento dos representantes quanto nas ocasiões em que o terapeuta intervém, motivado pelo surgimento de imagens internas ou de hipóteses, ele respeita os efeitos e os acompanha. A escolha do método a ser utilizado, desde a clara condução pelo terapeuta até a concessão de plena liberdade de movimento aos representantes, releva de uma decisão que depende, em última instância, dos efeitos perceptíveis e compreensíveis sobre o cliente. Os efeitos, porém, não são imutáveis. Eles se inserem nos múltiplos processos - onde determinamos e somos determinados - que caracterizam a vida e as relações do cliente. (SCHENEIDER, 2007). Dessa forma, quando a constelação é bem-sucedida, eles colocam novos marcos para uma mudança liberadora. 8 3 O CONSTELADOR FAMILIAR solarespacoterapeutico.com.br A utilização da Teoria das Constelações Sistêmicas Familiares possui emprego prático nas terapias individuais ou em grupos. Onde é acessado à consciência sistêmica do indivíduo, expondo conteúdos envolvendo seus sistemas. Esta manifestação do campo sistêmico pode ocorrer de forma individual, somente na presença do cliente e do facilitador, onde serão utilização bonecos ou outros objetos para representar os membros do sistema. Ou em grupo, a dinâmica funciona através de representações de membros do sistema do cliente sob a condução do facilitador, constelador. Segundo Céspedes (2017), na dinâmica de grupo os representantes sentem fisicamente sensações e movimentos que acabam por expressar as forças ocultas que influenciam o sistema. É possível observar isso em outros contextos. Ruppert Sheldrake (2004) denominou este campo de “Campos Morfogênicos”. É deste campo de força que vão aflorar as informações necessárias para uma resolução e através este que há os movimentos das constelações familiares. Este campo de força está relacionado a outros campos de força, está relacionado à família real representada. Portanto, quando os representantes entram em campo e se colocam à disposição, eles se sentem como as pessoas reais. O terapeuta também entra neste campo e deve ser mantido por um curto período de tempo. Por meio desse campo, ele é conectado a todos os conteúdos 9 contidos no sistema, principalmente os excluídos. Somente quando o terapeuta tem essa postura de entrar e sair de campo e não buscar controlar nenhum resultado, o sistema pode lhe dar uma visão de solução total. Desta forma, é possível compreender os principais pontos exibidos. O terapeuta necessita abdicar de quaisquer intenções pessoais, como querer curar algo ou mudar o destino, ele iria perceber o que foi descoberto e o que aconteceu naquele momento sem nenhuma intenção e medo. O trabalho de constelador é um processo humilde. Diga "sim" ao que surgir, desista da liderança, sujeitar ao ambiente mais amplo e ficar em sintonia com a família. Eles não saberão o que vai acontecer, e a alma guiará o caminho. Elza ao falar sobre a postura do constelador afirma que: Primeiro se retrai, compreende “O GRANDE QUE SE APRESENTA”, confia e deixa-se guiar pela “grande alma”, isto é, para além da família, e aí poderá ficar inserido no que acontece neste campo de força e algo pode vir à luz, passo a passo, sem o querer ou a necessidade de que aconteça algo que traga soluções, e o que vem à luz, precisa ser respeitado tal como se apresenta. (CARVALHO, 2016). As imagens que aparecem nas constelações são complexas e mostram o poder da alma de cada um. O movimento da alma pode ser creditado, porque então tudo se moverá por si mesmo. A dinâmica familiar contida nos emaranhados que criará a conexão inconscientemente encontrará o poder necessário para se desenvolver sem a intervenção do terapeuta. Carvalho (2016) revela que o trabalho do terapeuta é em serviço da alma que ali está a atuar, sendo indispensável a coragem para parar e ficar somente no essencial. O método decorrente nas constelações é sistêmico, devendo vislumbrar o completo e, portanto, todo o sistema familiar. “É necessário que se olhe primeiro para todos aqueles que estão excluídos do sistema, para os membros familiares aos quais é negado o reconhecimento ou para aqueles aos quais é negado o amor”. (CARVALHO, 2016). As constelações operam para as relações familiares. Após esse processo é necessário que o terapeuta deixe “tudoem paz’, não buscar saber o resultado, pois aquilo que se revelou e o cliente seguirá em trabalho. Bert Hellinger diz, A planta inteira está contida na raiz. Nesta raiz está concentrada a força. Entretanto, a raiz é pequena e somente toma pouco espaço, quando a partir 10 da raiz desenvolve a árvore inteira, a força está expandida e esgotada. Não é necessário olhar para todos os detalhes e querer entender tudo o que ali está contido, olhar para os galhos e as hastes, e todas as folhas, isto tira a força. Na raiz, entretanto, está inteira e concentrada. (HELLINGER, 2002) O papel do constelador requer o maior respeito pela às ordens do amor. O respeito aos pais ao sistema do cliente deve ser feito com sinceridade e humildade, só assim a confiança pode ser construída para obter informações familiares e abrir mudanças para um destino mais harmonioso. O constelador pode, então, realizar a condução daquilo que surgir de forma espontânea para ajudar o cliente a contatar seus problemas e seu sistema. Portanto, por meio de técnicas da constelação e intuição, é possível ao amor reconstruir seu curso natural. Bert Hellinger expressou no processo, durante e após o processo dinâmico, não havendo a tentativa de controlar os resultados e nem de eliminar os sintomas apresentados pelo cliente, possibilita ao cliente sentir-se bem com sua família, a fim de se manter em contato com todas as forças boas que trabalham sobre ele, se nutrindo delas. Bert declara que isso por si só é um êxito (HELLINGER, 2014). Fonte: siberiocruz.com.br 11 Uma das funções do constelador é identificar o fluxo do emaranhamento e restaurar a ordem do amor ao sistema familiar do cliente. Os membros do grupo que assistem ao trabalho serão convidados pela própria constelação ou membros da constelação como representantes do sistema familiar, e dramatizarão a situação onde os problemas são encontrados. Então, com base nessa percepção relacionada a certos aspectos do emaranhado, o constelador direciona a representação através de frases predeterminadas de forma específica para direcionar a fala do ator e realiza as intervenções necessárias a partir do que percebe desse campo de sabedoria ou movimento do espírito. Portanto, vale a pena observar a explicação de Schneider (2007), que esclarece como ocorre a terapia da constelação familiar. Primeiro, haverá um breve diálogo entre o terapeuta, o especialista em constelações que foi especialmente treinado para discutir o conflito a ser resolvido e o cliente. A partir daí, de acordo com o melhor entendimento, o cliente fará parte da equipe que representa as pessoas envolvidas no conflito. Nesse sentido, Hellinger (2006) alertou que a descrição de fatos ou avaliações de personalidade sobre familiares que possam ser feitas pelo cliente devem ser interrompidas, pois podem afetar os representantes e interferir na constelação. Portanto, a conversa anterior deve se limitar a esclarecer eventos que podem causar distúrbios do sistema familiar, como morte, separação, acidentes e doenças graves. Então, após uma breve concentração de representantes selecionados, quando eles começam a sentir as emoções das pessoas que representam, uma experiência fenomenológica emerge. Para Schneider (2007), a principal teoria que esclareceu a experiência descrita nas constelações foi desenvolvida pelo biólogo Rupert Sheldrake, criador do campo morfogenético e do modelo de ressonância morfológica. Para Sheldrake (2004), todas as coisas vivas pertencem ao campo da morfogênese, e essas estruturas espaço- temporais definem o comportamento individual. Por meio desses campos da morfogênese, a informação e a consciência são disseminadas, o que possibilita a formação de memórias coletivas e a difusão dessas memórias por meio da ressonância morfológica. 12 Santos e Col. (2019), mencionou que mesmo antes da pesquisa de Sheldrake, Carl Jung (2000) havia acrescentado o conceito de inconsciência coletiva à sua pesquisa com pacientes mentais, na qual descobriu que suas alucinações continham mitos antigos que os pacientes desconheciam. Nesse sentido, o inconsciente coletivo é entendido como parte do psiquismo e nada tem a ver com a experiência pessoal do indivíduo, pois são adquiridos por herança. Sobre a representação nas constelações familiares, deve-se notar que são ajustes dos participantes às sensações físicas e sintomas dos membros do sistema que representam. Como mencionado anteriormente, embora não tenha a intenção de buscar uma solução científica, Hellinger explica que esse surgimento é uma profunda conexão de poder que une todas as pessoas e é chamada de "grande alma" por ele. Aqui, a "grande alma" não deve ser entendida como algo sobrenatural, mas como a consciência da existência individual, coletiva e cósmica. Uma vez iniciada a representação do participante, o constelador observará os impulsos iniciais que representam o movimento, que podem mudar devido à inquietação, sensações de formigamento, mudanças na postura corporal ou direção de aparência. Eles são o "movimento da alma" desse sistema familiar. Ao mesmo tempo, ele se concentrou em sua reação para refletir e tentar reconciliar a dinâmica constelada. Portanto, a dinâmica do sistema pode ser revelada. Caso contrário, o constelador ainda precisará se mover entre representantes para descobrir a configuração das conexões existentes. A este respeito, Braga (2009) destacou que a possibilidade de observar a dinâmica do sistema tem sido considerada uma intervenção, pois a externalização das sensações implícitas torna as pessoas conscientes da instabilidade do sistema e proporciona mudança. Caso não esteja clara a dinâmica da família constelada, o constelador pode perguntar aos representantes como eles se sentem. E, de acordo com suas reações, guiar as constelações mudando de posição ou acrescentando novos membros da família ou elementos importantes. Portanto, o pano de fundo da constelação precisa ser esclarecido até que o emaranhado que oprime a alma do sistema familiar seja mostrado. Dessa forma, sob a influência da dinâmica familiar, será possível observar a extensão da destruição da consciência no sistema que causa conflitos. Quanto a 13 esses níveis de consciência, Hellinger chamou de ordem do amor e eles se referem a três leis: pertencimento, compensação e hierarquia. Com relação à primeira lei do amor, o direito de pertencer, ou o direito de apego, Hellinger explicou que todas as pessoas que pertencem ao sistema têm o direito de ser defendidas dessa forma. A consciência não admite que ninguém seja excluído ou esquecido, porque não deve haver diferença entre o bem e o mal no sistema. Portanto, mesmo que alguns membros cometam um erro grave, não deve ser descartado, porque se isso acontecer, a própria consciência tentará reorganizá-lo. 4 MÉTODO E PROCEDIMENTOS DAS CONSTELAÇÕES FAMILIARES Fonte: cuidesebem.com A constelação familiar pode ser descrita como método de orientação profissional voltado para a superação de crises pessoais e familiares na vida. Nesse caso, pode ser apresentado e aprendido. Tanto a apresentação quanto o aprendizado precisam ser abertos em relação aos seus procedimentos organizados. O ser humano tende a esperar algo semelhante ao fornecido pelos métodos técnicos das ciências naturais e do método de resolução do problema da alma, ou seja, confiança e previsibilidade. No entanto, psicoterapia, aconselhamento, suporte de vida e orientação espiritual são procedimentos pessoais. Os processos da alma são tão complicados e 14 únicos que não permitem métodos técnicos seguros. Na verdade, pode-se apontar o objetivo geral do processo de mudança e recuperação: por exemplo, alguém se sente melhor, está em harmonia com seus pais e em um relacionamento estável, mas não se sabe com antecedência como configuraresse objetivo para um cliente específico e como ele pode alcançá-lo. A existência de "técnica" tem precedência sobre a maneira como é realizada a tentativa de métodos lucrativos, ou seja, métodos que são verdadeiramente úteis e significativos. No entanto, no domínio da alma, as perspectivas têm significado pessoal e social, e o método não é importante. Robert explicou: Algo semelhante se observa quanto à técnica de tocar um instrumento musical, a uma técnica de pintura ou à composição de um poema. Aí realmente se pressupõem determinadas técnicas, que podem ser aprendidas e praticadas. Entretanto, a técnica utilizada num processo de criação não permite prever, abranger ou assegurar o que se revela na execução musical, no quadro ou no poema. De mais a mais, a “partitura” de uma constelação familiar só se executa uma única vez. O detalhamento dos passos metódicos da constelação familiar, que apresento a seguir, não visa a proporcionar o ensino de uma técnica, mas à compreensão dos processos importantes para o trabalho com as constelações. Diz-se que “o fim justifica os meios”. Aqui vale o inverso: “Pelos meios se conhece o fim. ” Neste sentido, pretende-se esclarecer como os elementos individuais no processo da constelação familiar estão a serviço de uma saudável configuração dos relacionamentos. (SCHNEIDER, 2007). A constelação familiar é caracterizada por um método fenomenológico. Nesta medida, trata-se de uma abordagem que conserva a maior isenção possível do conhecimento prévio, é um método não intencional e aberto à revelação da própria realidade. Em certo sentido, o método fenomenológico é paradoxal. Está aberto apenas para aqueles que procuram e podem aprender algo, apenas aqueles que querem ver e realizar algo sem ter intenções. Não saber é uma virtude que pertence apenas a quem sabe. Nesse sentido, o processo fenomenológico do método da constelação familiar mostra duas trilhas paralelas, a saber, conhecimento e não conhecimento, intencional e não intencional, coisas compreensíveis e percepção da realidade são abertas (fenômeno) e a atribuição de sentido à compreensão racional (logia). Para Jacob Robert, o tipo de abertura para os fenômenos que se manifestam nas constelações familiares pode ser esclarecido pela seguinte história zen: 15 Chao-Chou perguntou a seu mestre Nan-Chuan: “Qual é o verdadeiro caminho? ” Nan-Chuan respondeu: “O verdadeiro caminho é o caminho ordinário. ” Chao-Chou perguntou de novo: “É possível aprender esse caminho? ” Nan-Chuan retrucou: “Quanto mais você aprender, tanto mais se afastará do caminho. ” Então Chao-Chou perguntou: “Se não posso me aproximar dele aprendendo, como posso reconhecê-lo? ” Nan-Chuan respondeu: “O caminho não é visível e não é invisível. Não é reconhecível e não é irreconhecível. Não o busque, não o aprenda, não o nomeie! Seja amplo e aberto como o céu, e você estará no caminho." (FRANKFURT, 1982 APUD SCHNEIDER, 2007). 4.1 Iniciando a Constelação Quando o terapeuta convida o cliente a se sentar ao seu lado, geralmente começa um grupo familiar. Realizada a primeira rodada da reunião, os participantes se apresentaram brevemente e declararam que se engajariam no trabalho, tendo feito o primeiro contato. Nesse caso, o terapeuta também tem o primeiro sinal para esclarecer o problema do cliente, o primeiro impulso para a atitude de busca interna do cliente, o primeiro relato comovente sobre a impressão ou o primeiro caso que abre novos horizontes para o indivíduo e para o grupo. Fonte: revistasaudequantica.com.br Schneider (2007) revela que: O verdadeiro contato que abre caminho à constelação começa, porém, quando o cliente se coloca ao lado do terapeuta. A maneira como o cliente 16 deixa o seu lugar na roda dos participantes do seminário diante do olhar de todos e vem sentar-se ao lado do terapeuta é um dado importante que fornece uma primeira informação sobre a sua disposição e energia para resolver o seu problema através de uma constelação. Esse movimento de aproximação também faz convergir a atenção do grupo e do terapeuta, sobre o cliente e sobre o que acontecerá a seguir. Com isso cria-se o “campo” que irá possibilitar e sustentar a constelação. O terapeuta e o grupo entram em sintonia com o campo anímico que o cliente “carrega” consigo, do mesmo modo como se sintoniza num receptor o comprimento de onda de determinada emissora. Essa atenção é o pressuposto para que possa acontecer algo que realmente tenha a ver com o cliente e com sua família e para que não se sintonize uma “mistura de ondas” ou uma outra emissora. A atenção e o respeito abrem, sustentam e terminam uma constelação. (SCHNEIDER, 2007). Pode ocorrer, dos participantes simplesmente "tamparem o buraco" quando nenhum outro candidato está trabalhando. Em outras ocasiões, os clientes acrescentam notas às suas perguntas, o que pode enfraquecer a atenção ou desviar do caminho, por exemplo, mencionando medo da constelação ou sentindo pressão para encerrar a constelação em breve. Essas observações transferem energia para as emoções ou intenções transitórias do cliente e chamam a atenção para os comportamentos ou sentimentos habituais e típicos do cliente. Isso enfraquece sua compreensão das necessidades reais e dos relacionamentos com os clientes e suas famílias. Às vezes, o terapeuta vai interpretar isso como um sinal de que ainda não chegou o momento para os bons resultados do sinal. No entanto, ele pode ser capaz de enfocar o cliente no que acontecerá a seguir por meio da observação adequada e substituir a sensação de desvio e observação abrindo com calma e positivamente algo novo e essencial. É curioso observar que em determinadas ocasiões tanto o terapeuta quanto o grupo aguardam com muito interesse uma constelação, enquanto outras vezes acompanham agitados e sem concentração o cliente que vem sentar- se junto do terapeuta. Isso pode resultar de uma constelação anterior pouco mobilizante, intranquila, insatisfatória, ou de uma transição brusca de uma constelação para outra. O fator principal parece ser algo que se irradia do cliente, mesmo sem palavras, e imediatamente atrai ou não a atenção do grupo e do terapeuta sobre a sua pessoa, o seu destino e o que virá a seguir. O contato real começa quando o cliente está sentado ao lado do terapeuta. O primeiro método é o silêncio. Se o cliente começar a falar imediatamente, revelando o problema ou comentando sobre seus sentimentos atuais ou passados, o terapeuta o aconselha a respirar calmamente primeiro, talvez feche os olhos e espere um pouco, 17 então a solução de confiança interna permanece oculta, ao processo de sua de formação está intimamente relacionado ao poder positivo da própria família O silêncio inicial pode ser curto ou pode durar alguns minutos. Pode manter contato com o cliente e sua família e adaptá-lo. O cliente está silenciosamente conectado com sua vida, seu campo de relacionamento, suas necessidades e seu futuro, independentemente do que ele irá apresentar. O terapeuta se acomoda no cliente e em sua família, e no "campo maior" onde eles são colocados, também desiste de pensar no que estava para acontecer, abre sua mente com entusiasmo para clientes e destinos, e foi aberto para os outros, deixando-se guiar pelo reino da alma do cliente e pela força necessária para a solução. Nesse processo de sintonização, seja ele momentâneo ou mais demorado, afloram ao terapeuta as primeiras percepções importantes. Ele observa a fisionomia do cliente, vê se ela denota contração ou alheamento. Eventualmente o terapeuta percebe no semblante de uma anciã a irradiação de uma adolescente ou, ao contrário, na fisionomia de um jovem um bisavô dos antigos tempos. Um cliente tem o “nariz para cima”, um outro fixa o chão com um ar sombrio ou deprimido. Talvez o terapeuta faça uma primeira pequena intervenção, inclinando suavementea cabeça excessivamente erguida de um cliente. Com uma breve observação, ele pode colocar o cliente em contato imediato com uma percepção importante ou com um sentimento mais profundo, evitando a repetição de um padrão usual. Talvez o cliente comece então a chorar silenciosamente com o aparecimento de uma dor mais profunda ou adote uma respiração profunda e tranquila. (SCHEINEDER. 2007). No estágio inicial, antes mesmo do anúncio, as diferenças entre os clientes e suas necessidades são evidentes. Nem todo cliente "carregado" na frente do terapeuta e, às vezes, uma conversa descontraída ou uma risada aliviam imediatamente a tensão. O terapeuta também pode resolver o problema imediatamente. É imprescindível que no primeiro contato com pacientes, terapeutas, grupos, seus próprios problemas, suas condições de vida e as pessoas em seus relacionamentos, recebam a atenção, a força e o interesse necessários ao máximo. Sua conexão para o destino. A constelação familiar é caracterizada por uma abordagem sistemática. Primeiro, isso significa que o terapeuta vê no cliente, o sistema familiar e a comunidade de destino que está contatando no cliente desde o início. O terapeuta perceberá o cliente em seu campo anímico; portanto, o que vê nele não é apenas sua realidade pessoal. Não é apenas aberto ao cliente, mas também aos pais do cliente e 18 à comunidade de destino que lhe é imposta pelo amor de vínculo. Ao longo do processo de constelação, o terapeuta considerará os problemas e soluções que envolvem todo o sistema familiar do cliente e presumirá que a solução individual que o cliente busca deve ser obtida por meio da solução que ainda não foi esclarecida. Ou resolva seu extenso sistema de relacionamento. Schneider, esclarece: O terapeuta identifica, sem aceitá-las, eventuais propostas dos clientes, frequentemente sutis, de um relacionamento pessoal, que, via de regra, são inconscientemente dirigidas aos pais. Essa reação do terapeuta pode ser exteriormente sentida pelo cliente como rígida ou insensível. Não obstante, o terapeuta mantém-se numa atitude de inabalável amizade, em união com todo o sistema familiar, pois sabe que reduzir ao indivíduo a visão do problema e da solução já é parte do problema. É iniludível que, no que marca uma pessoa, no que ela vivência e manifesta, no que decide, deseja e espera, ela está constantemente ligada às pessoas essenciais de suas relações e, frequentemente, às forças e aos destinos sociais maiores que as ultrapassam. Também nos eventos traumáticos pessoais estamos sempre inseridos nesses contextos maiores. É certo que os traumas individuais demandam muitas vezes terapias individuais específicas e nem todas as feridas que experimentamos têm sua origem na participação no destino familiar. No entanto, em seus efeitos e em sua superação, elas estão sempre inseridas em nossa vida de relação, consciente ou inconsciente. (SCHNEIDER.2007) Em todo caso, não existe outro sistema relacional senão os indivíduos a ele vinculados. Sem as pessoas entre as quais e nas quais se desenvolvem as formas de relacionamento e os destinos, a atenção para o relacionamento interpessoal ficará vazio. Portanto, o terapeuta não verá o cliente como pessoa, mas o verá em uma visão mais ampla ou restrita de sua participação no destino comum. 19 4.2 A Escolha do Sistema de Relações Fonte: vix.com As necessidades do cliente e as informações solicitadas, mais ou menos detalhadas, dão as primeiras instruções sobre o sistema de relacionamento que deve ser estabelecido. A decisão é do terapeuta e precisa estar atento aquilo que Robert orienta: Vivemos simultaneamente em diversos sistemas de relações, não apenas no domínio exterior de nossa vida, mas também no domínio interior. Esses sistemas não existem isolados em nós e em tomo de nós, mas interligam-se de forma complexa. Para que possam atuar de modo a esclarecer e solucionar, as constelações, como também o processo anímico, dependem de cortes e delimitações no tecido das relações. (SCHENDEIDER, 2007). Uma decisão muito importante para o terapeuta é escolher o sistema atual ou o sistema original do cliente. O sistema atual de uma pessoa é um sistema que aparece como marido ou esposa, pai ou mãe, e um sistema de origem no qual ela vive como filho ou filha, neta ou neta, sobrinho ou sobrinha. Quando o pedido do cliente é um relacionamento entre marido e mulher ou filhos, a família atual é uma constelação. Quando as necessidades envolvem os próprios problemas dos pais ou eventos que marcam sua infância, o sistema de origem é a constelação. Por exemplo, quando for necessário abordar a influência dos pais ou avós no relacionamento entre marido e mulher na constelação do sistema atual, uma parte do 20 sistema original será incluída no processo da constelação. Por outro lado, quando na constelação de uma família de origem há o desejo para uma futura libertação em sua família, também pode incluir seu parceiro ou filhos. Às vezes, os pais e todas as crianças são incluídos na constelação. Outras vezes, pelo menos no início, haverá apenas o casal ou o cliente com um filho, um dos pais ou dois. Se o avô paterno do cliente cometeu suicídio, o terapeuta pode pedir ao cliente que constele apenas, em suas relações recíprocas, o pai e os avós paternos. Quando o cliente tem um sintoma físico ou comportamental, ou é afligido por um sentimento básico obsessivo, o terapeuta pode constelar o cliente e o sintoma em sua relação mútua. A constelação pode começar apenas com o posicionamento e o movimento de uma única pessoa: o próprio cliente ou outro familiar. Talvez o representante de um avô, que foi vigilante num campo de concentração, seja confrontado com representantes dos prisioneiros ou dos judeus assassinados. (SCHNEIDER, 2007). A escolha do sistema de relacionamento e sua amplitude são naturalmente a base para o bom desenvolvimento das constelações. O terapeuta tem poucas regras a seguir. Uma é começar com poucas pessoas e expandir a constelação conforme necessário, o que é mais fácil do que construir um grande sistema a princípio. Em qualquer caso, quando o terapeuta percebe que certas pessoas em uma determinada constelação não têm nada a ver com sua solução, não há problema em dispensá-las do papel. As necessidades e informações do cliente geralmente recomendam o uso de determinados grupos de relacionamento. Na dúvida, a prioridade de servir ao futuro é maior do que entender o passado. O terapeuta não deve pensar sobre o sistema ou número de constelações, mas deve confiar na "alma do grupo" do cliente. Esse comportamento que se deixa guiar pelo poder maior da alma é impossível de analisar e difícil de descrever, mas é uma experiência básica e sempre surpreendente para o terapeuta que trabalha com constelações. Este processo de "intuição" e desapego é bem conhecido em todos os aspectos da vida do ser humano. Na constelação familiar, constitui um "método" por si só, sem perder o cuidado artesanal. É, portanto, o terapeuta que decide qual sistema e quais pessoas ou componentes anímicos serão constelados. Por vezes, clientes expressam num grupo um desejo como este: “Eu gostaria de constelar o sistema de origem, porque...” Uma tal determinação perturba mais do que ajuda. O cliente sabe qual problema o aflige ou precisa ser resolvido, mas não conhece o caminho da solução. Se não fosse assim, ele não buscaria ajuda. Pessoas com problemas conjugais podem preferir 21 constelar o seu sistema de origem, pois o sistema atual lhes parece excessivamente “quente”, exigindo que se assumam as consequências, por exemplo, a separação ou o abandono de uma relação extraconjugal. (SCHEIDER, 2007). No entanto, mesmo que o motivo da dificuldade esteja escondido na própria história ou na história do parceiro, às vezes é preciso aprender com a vida. Às vezes, só depois deaceitar as consequências do fracasso você pode descobrir gradualmente o que causou o fracasso do relacionamento. A razão pela qual o aconselhamento matrimonial dura muito tempo é porque a pessoa atrasou a investigação da causa, portanto, não há necessidade de agir ou de garantir que a ação certa seja tomada primeiro. Quando o terapeuta vê a tendência do cliente de evitar a realidade atual e rever o passado, ele não deve se comprometer com isso, mas deve orientar o cliente de forma adequada para construir um sistema que deve agir. Contudo, para os terapeutas, insistir no sistema existente para resistir à resistência do cliente não adianta nada. Schneider (2007) revela que por diversas vezes, depois de pedir às pessoas que frequentaram o curso que entendessem seu sistema atual, essa pessoa, espontaneamente escolheu representantes para seu pai e sua mãe, o que mostrou que ele não era introvertido com o sistema atual e o obrigou a parar o trabalho e esperar por novas oportunidades. Independentemente de qual sistema de relacionamento o terapeuta escolhe para o cliente, o cliente deve fornecer suporte para que a constelação seja bem-sucedida. Uma mulher ainda jovem veio a um curso. Ela tinha medos, e sua mãe, que por essa razão se hospedara com ela no hotel, queria que ela buscasse uma solução para seus medos. Essa questão foi apresentada no grupo como sua demanda. Como o pai dela cometera suicídio quando a cliente ainda era muito pequena, o terapeuta constelou a sua família de origem. Contudo, os representantes não conseguiam sintonizar-se, e o terapeuta teve de interromper a constelação. Então a cliente ficou muito decepcionada e comentou com raiva: “Mas eu disse à minha mãe que não queria fazer a constelação sobre os medos, eu queria esclarecer a relação com meu namorado. ” Aí ficou patente a energia que realmente poderia sustentar o trabalho. De fato, a constelação da relação com o namorado, no dia seguinte, tomou um curso muito emocionante e espontaneamente envolveu também a morte do pai, a história da família de origem dele e, com isso, os medos dela, que decorriam de seu amor ao pai. (SCHNEIDER, 2007) Ainda se faz necessário acrescentar algumas informações importantes para o terapeuta escolher um sistema de relacionamento sobre o assunto das necessidades do cliente. Em primeiro lugar, a questão é levantada para conectar o cliente com o 22 próximo processo de constelação, de modo que as necessidades do cliente possam ser sustentadas. Mas a visão do cliente sobre seus problemas é limitada. Se ele conseguisse descrever seu problema com precisão, já teria uma solução. Por esse motivo, o terapeuta sempre visualiza o "deve ser uma solução" que vai além das necessidades do cliente. Os clientes muitas vezes não sabem disso. A tarefa do terapeuta é avançar em direção a esse objetivo maior, geralmente desconhecido, e manter a si mesmo e o cliente abertos. Este é todo o ponto de seu atendimento ao cliente, e é por isso que superar as limitações de seu pensamento e conhecimento muitas vezes faz com que a "grandeza" e as constelações tenham um impacto profundo. 4.3 A Escolha dos Representantes Normalmente, o terapeuta pede ao cliente para escolher um representante para sua constelação. A escolha e o posicionamento do representante aumentam a sensação do cliente de que é realmente "sua" constelação. Isso permite que ele atue e expresse sua imagem interna em seus relacionamentos. A convite do terapeuta: “Escolha os representantes! ”, inicia-se o processo da própria constelação. As escolhas devem ser feitas com fluência, sem a necessidade de identificar certas pessoas com antecedência e não há um padrão. Nessa escolha já é necessário haver uma tranquilidade, concentração e com certa tensão no cliente, terapeuta e grupo. O "campo" da constelação é formado a partir do momento em que as pessoas são selecionadas e entram no espaço onde a constelação ocorrerá. 23 Fonte: clinicaviscardi.com.br Os representantes necessitam estar internamente acessíveis para participar. Eles devem saber que, quando não conseguem representar os outros, se ainda estão sob a influência de suas próprias constelações ou têm medo de desempenhar qualquer papel, podem recusar-se a aceitá-lo fazer. Jakob Robert orienta sobre a postura que os representantes devem assumir diante desse convite: Entrando na constelação, precisam livrar-se de objetos que possam distrair a atenção como, por exemplo, de algum chapéu extravagante. É preciso que sua energia flua da maneira mais livre possível. Não deve ser prejudicada, por exemplo, pelo ato de mascar um chiclete. Sua tarefa consiste simplesmente em colocar-se à disposição do sistema de relações do cliente, com o papel que encarnam e com as “inspirações” que ele lhes sugere. (SCHNEIRDER, 2007). O cliente não precisa escolher um representante por si mesmo, pois o processo de constelação ocorre de forma independente do representante. Esta é pelo menos uma suposição e experiência básicas, elas são feitas de constelações. Com relação à posição e habilidade de ajuste, a aparência do representante não é importante. Uma pessoa não é mãe, por ser diferente em tamanho, geralmente o desempenho do destino não depende de características externas. A vantagem de trabalhar com representantes é que eles não são iguais aos membros da família, portanto, podem estar livres de representações e suposições na 24 percepção básica do movimento da alma. Desta forma, devido à diversidade de informações, interatividade e intimidade entre as pessoas, eles podem sentir o processo básico que a própria família não é fácil de entender. Quanto mais arbitrário um representante escolhe, mais ele pode liberar sua essência, porque não é restringido por nossa conexão consciente. Schneider (2007) observou que aqueles que frequentemente atuam como representante em constelações “pode perceber em si como variam os seus sentimentos em diferentes papéis e como é dominado por percepções que desconhece em sua própria vida. ” As forças do sistema ou do campo de uma constelação é maior do que o papel do representante. Quando a escolha do representante vem apenas do sentimento presente sem qualquer associação ou comentário, a escolha do representante fará com que o representante apenas reaja ao poder do sistema e faça com que o cliente aceite o processo inesperado sem ser restringido por associações e expectativas. Quando digo, porém, que o cliente deve escolher “seguindo apenas o próprio sentimento”, isso subentende, como é natural, que muitas percepções sutis do cliente dirigem a escolha dos representantes, e o acaso muitas vezes só reina na aparência. Muitos representantes têm a impressão de que são escolhidos muitas vezes para papéis semelhantes, por exemplo, no lugar de um pai, de uma noiva abandonada, de uma criança que morreu cedo. Não obstante, a busca inconsciente de um “representante adequado” não falsifica a constelação; pelo contrário, tende a aprofundá-la. Apenas é necessário que tanto o cliente, quando escolhe, quanto o representante, quando assume o papel, abandonem pensamentos, associações, intenções ou considerações conscientes. (SCHNEIRDER, 2007). Quando o terapeuta descobre que o representante está em um determinado papel ou está preso em um processo pessoal durante todo o processo de constelação, ele pedirá ao cliente para escolher outra pessoa ou ele próprio mudará o representante. Normalmente, as forças do sistema são mais fortes, e os representantes em uma constelação imediatamente se livram de seus problemas pessoais. 25 Fonte: cicloceap.com.br Por exemplo, geralmente é o próprio terapeuta quem escolhe o próprio representante, como ao apresentar uma nova pessoa durante o processo de constelação, de modo a não tirar o cliente da linha de visão do observador e não interfere na forçade sua experiência. Em última análise, o terapeuta escolhe representantes desde o início para reduzir a importância da escolha e abrir espaço para oportunidades. Caso o terapeuta perceba as inseguranças do cliente, poderá fazer isso para confiar em suas próprias opiniões ou nomear representantes de funções difíceis que ele conhece, cuja consciência e capacidade de expressar podem ser confiáveis. Em outro caso, o terapeuta perguntará ao grupo quem deseja assumir um papel específico. Isso ocorre principalmente porque ele deseja oferecer oportunidades para membros da equipe que ainda não foram selecionados. Dessa forma, Se perguntarmos a um terapeuta quando é que ele confia ao cliente a escolha dos representantes e quando prefere fazê-lo pessoalmente, o que o leva a escolher uma determinada pessoa, ele seguramente dará suas razões. Em última instância, o seu “sentimento”, a sua intuição ou o “deixar-se conduzir” são fatores mais decisivos do que as razões. (SCHNEIDER, 2007). Por meio dos representantes da constelação, os clientes podem enfrentar de forma integral os familiares, sintomas ou outras relações importantes, o que é essencial, embora isso geralmente aconteça de maneiras totalmente inesperadas e surpreendentes. Naturalmente, é importante que a seleção e o posicionamento do representante sejam alcançados em um entendimento tácito entre terapeuta, cliente 26 e representante, sem resistência, e com plena confiança na alma do cliente e de sua alma que "conduz". 4.4 Conduzindo a Constelação Após selecionar um representante, o terapeuta pedirá ao cliente para focar e posicioná-lo com base em sua relação com os pares, respeitar os outros e seus representantes, sem ter que se fixar em um momento específico, sem buscar motivos, sem imagens pré-concebidas, sem comentários e nem sugestões aos representantes de certos gestos ou posturas. Quando o terapeuta percebe que o cliente os colocou de acordo com o plano pré-determinado, ele o avisa e em alguns casos pede que ele o substitua. Se o cliente os colocar apressada e intensamente, o terapeuta lhe dirá para se concentrar novamente. Se o cliente dá a impressão de estar alienado e indiferente ao posicionar o representante, o terapeuta interromperá a constelação porque certas coisas ainda impedirão o cliente de fazer contato real com a constelação ou sua família. Caso o cliente questione ao terapeuta se deve constelar a família como ela é na atualidade ou como era antes, o terapeuta, sem invadir a questão, recomenda que a constelação não necessita ser referenciada a um período específico, pois é da cerne da alma e, por conseguinte, de uma constelação, que sua dinâmica não se limita ao tempo, e como lembrou Schneider, “os vivos e os mortos estão presentes da mesma forma, e não sabemos de antemão que eventos e destinos ainda têm repercussões negativas numa família”. (SCHNEIDER, 2007). Pertencente à essência da imagem, portanto, a imagem da constelação tem a capacidade de integrar toda a história em um retrato instantâneo, condensar o tempo e libertá-lo da continuidade incompreensível dos processos causais. Naturalmente, porque a constelação tem um processo, o tempo também desempenha um papel nela, mas de uma forma muito compacta, semelhante ao que fazemos na fantasia, pode ser imediatamente entre o presente, o passado e o futuro sem dificuldade. Às vezes, o terapeuta introduz conscientemente uma série de tempo para visualizar as conexões entre sistemas relacionais sucessivos. Por exemplo, ele pode pedir ao cliente que primeiro aliste seu primeiro marido, ela mesma e o filho do casamento. Depois de algum tempo, quando a dinâmica importante do casamento 27 original emergiu, o terapeuta apresenta o marido e os filhos do atual casamento. Mesmo neste caso, o método das constelações mantém as suas vantagens decisivas, incluindo a capacidade de representar o tempo e o espaço de uma forma altamente condensada, um acontecimento complexo do sistema de relações que não poderia ser comunicado e apresentado por meio de palavras. De modo geral, o cliente pode posicionar o representante “corretamente” sem a orientação do terapeuta. Às vezes é útil dar algumas instruções preliminares, como: “Posicione as pessoas sem tempo, sem razões, sem ideias. Constele-as baseadas nas suas relações mútuas, para que, em sua imagem interna, possa ser condizente com a realidade. Siga o seu sentimento, confie em seu coração e em sua alma. ” Fonte: psicologia.escritaquecura.com.br O terapeuta também pode precisar dizer algo sobre como posicionar a pessoa, como: "É melhor agarrar cada representante pela frente ou por trás com os braços ou ombros e usar palavras e instruções para colocá-lo na posição indicada. De maneira que se sinta seguro lá. ” O terapeuta acredita que o cliente posicionará todos os representantes e os colocará em seus lugares. Às vezes, o cliente apenas deixa o representante no local onde foi selecionado. Quando um aviso é recebido, o cliente pode dizer: “Ele já está no lugar certo! ” No entanto, quando o cliente é solicitado a colocá-lo corretamente, o cliente geralmente muda de posição, ou pelo menos muda 28 minimamente de direção. No entanto, isso pode afetar decisivamente o sentimento do representante. Em outros casos, o terapeuta retrai, delega o processo de posicionamento ao cliente e concentra-se inteiramente em sua percepção. O grupo monitora cuidadosamente o que acontece. Se o grupo se sentir desconfortável durante o processo de posicionamento, geralmente significa que o cliente está incompleto, o papel não está claro ou o campo anímico não está configurado. Nesse caso, o terapeuta pode indicar a reação do grupo e comentar: "Há algo errado." O cliente pode pensar em outra pessoa importante ou em informações sobre sua família, o que dá força e atenção à constelação. No entanto, pode acontecer que o processo de constelação precise ser interrompido e retomado em outro momento para que possa exercer a força necessária. No entanto, reações negativas do grupo podem ocorrer como parte do processo de constelação. Jakob Robert citou um episódio para ilustrar: Já experimentei casos em que pessoas no grupo cochicham entre si, geralmente para saber quem é que representa quem numa família, e depois vem à tona, por exemplo, que naquela família uma criança extraconjugal foi “escamoteada” como legítima. Perturbação no grupo, nos representantes ou também no terapeuta pode ser o sinal de uma perturbação no sistema. (SCHNEIDER, 2007). Às vezes, esse grupo vai reagir a contradições e fatos ocultos, como se este fosse um campo em torno da família. Se o cliente está perturbado de tal maneira que escolhe um representante para sua mãe e então a substitui por sua irmã sem perceber a mudança, então o terapeuta geralmente interrompe a constelação. Se ele não fizer isso, a falta de clareza do cliente afetará os representantes e suas percepções. Independentemente da constelação, o terapeuta tentará entender tudo desde o início, até as menores reações e ações, e registrá-las como possíveis sinais de descoberta de processos importantes na relação com o cliente. Às vezes, o cliente se sente incapaz de posicionar adequadamente um representante em seu relacionamento. Se o terapeuta tem uma compreensão clara do sistema do cliente com base nas informações e suas impressões, ele pode localizar o representante por si mesmo. Isso é naturalmente arriscado, e a constelação só se desenvolverá quando o cliente puder dizer: "Sim, é isso!" 29 Normalmente, apenas quando a imagem interna da constelação do cliente e as forças anímicas do cliente não são importantes para ele, o terapeuta irá pessoalmente providenciar um representante. Portanto, o terapeuta pode deixar que a pessoa escolhida por ele mesmo ou pelo cliente, na representação do cliente e sua mãe, o clientee a morte ou a avó e seu estuprador, mas apenas face a face. Em outro caso, ele pode escolher representantes dos países de sua mãe e de seu pai, separá-los cara a cara a uma certa distância e, em seguida, colocar o representante do cliente, às vezes ele mesmo, no meio ou na frente dos dois. Schneider deixa uma exemplificação: Já mencionei uma cliente que era assaltada pelo medo de que seu pai fosse um assassino, porque ele trabalhara, como engenheiro responsável, na fabricação dos foguetes V2. Depois que a cliente escolheu uma pessoa para representar o seu pai, o terapeuta escolheu outras dez para representar os ingleses mortos nos ataques das bombas voadoras, fez com que se deitassem no chão lado a lado e colocou o pai diante deles. Num caso como esse, a dinâmica anímica não pode ser reproduzida por uma constelação de relações, como acontece com a imagem de nossa família, que podemos ter diante dos olhos. (SCHNEIRDER, 2007). Em muitas constelações "maiores", eventos de guerra ou a relação entre a vítima e o agressor são ameaçados em um contexto mais amplo do que a família, e quando se trabalha com ancestrais ou com a alma e a doença ou os sintomas físicos ou comportamentais da morte, o terapeuta usará o campo de força anímica que é visível, criando relações espaciais simples. Fonte: clinicasantiagoabc.com.br 30 Nessas constelações, as pessoas geralmente não sabem quem são as pessoas e qual é seu relacionamento. É por isso que não existe uma imagem "realista" dessas relações. Pelo contrário, no modelo "clássico" da constelação familiar, o cliente transmite naturalmente a diversidade das informações do seu subconsciente através das suas próprias imagens. Jacob Robert expõe, que Costumo utilizar nos grupos uma metáfora para entender o que se passa nas constelações. É como se, através da atenção dirigida ao cliente, a alma de seu grupo se configurasse como um campo de força, de modo semelhante a um campo magnético. Da mesma forma como podemos tomar visível um campo magnético espacialmente delimitado, espalhando nele limalha de ferro que automaticamente se organiza acompanhando as linhas de força, os representantes de uma constelação se dispõem no campo anímico, com seus gestos, movimentos e palavras, de acordo com as forças que nele atuam. (SCHNEIDER, 2007). A dinâmica da alma pode ser visualizada por uma pessoa sem estabelecer relacionamentos. Portanto, a pessoa ou o terapeuta posicionando o cliente não é importante, mas é claro que a metáfora do campo magnético não deve ser entendida como uma explicação física. 4.5 Fechando as Constelações O melhor momento para encerrar a constelação é quando ela exibe a energia liberada pela constelação e o momento em que a intensidade e a energia atingem o pico. O cliente pode então “carregado com a solução”. O terapeuta seguirá o processo de constelação, portanto, de acordo com sua própria situação, o fechamento é considerado o ponto de partida adequado para o cliente fazer ou deixar as coisas úteis acontecerem em sua vida. Muito insight ou caminho de solução muitas vezes lança uma sombra sobre os fatores decisivos, enquanto suas deficiências confundem os clientes. Algumas constelações concluíram o desenvolvimento de clientes, enquanto outras deram sinais iniciais surpreendentes. Schneider acrescenta: Os clientes complementam facilmente em sua alma os detalhes ainda necessários, que sobrecarregariam a constelação ou a tornariam enfadonha. Quando os representantes ficam cansados e não se manifesta mais nenhum impulso forte que faça progredir, é tempo de terminar. Quando o cliente não consegue acompanhar a constelação ou o terapeuta não a sente mais ou 31 quando a situação fica confusa ou não se mostra mais nenhum traço de um amor que poderia ligar e desvincular, é necessário encerrar ou interromper a constelação. Talvez surja mais tarde uma ocasião para uma retomada, com mais informações, mais abertura para os processos, uma necessidade mais imediata e o que a condiciona. (SCHNEIDER, 2007). Os cortes podem ser muito dolorosos para os clientes. Porém, essa dor pode gerar um grande ímpeto, aumentar as informações familiares, evocar a sensação de que as pessoas podem trabalhar, ou distinguir a essência do acidente, a diferença entre soluções e soluções. Quando uma constelação não pode ser conectada com a realidade familiar, os clientes também ficarão satisfeitos com a interferência. Com ilusão e fantasia, você não pode ir longe. Não importa o quão curta seja a constelação, o cliente precisa sentir que algo importante aconteceu a ele e foi totalmente ouvido por ele, mesmo que o terapeuta não resolva realmente o que o cliente quer dizer a ele e o leve a um bom local. É diferente de onde ele pensava que estava indo. O cliente sabe que agora estará sozinho com sua própria experiência e é responsável com o fim que dará a ela. A rescisão da constelação encerrará o contrato entre o cliente e o terapeuta. O cliente poderá procurar o terapeuta, durante o próprio curso ou depois dele, caso seus problemas necessitarem de um esclarecimento posterior. O fechamento de uma constelação também requer a dissolução do representante. Alguns terapeutas usam um ritual para isso, por exemplo, pedir ao cliente para estender uma mão amiga a cada representante, agradecer-lhe e liberá-lo explicitamente do campo de força de sua família. Normalmente, os representantes podem deixar suas funções sem esforço, especialmente quando a constelação é a portadora da solução. Não é fácil manter o feitiço do "poder estranho". 32 Fonte: psych-kconstelacao.blogspot.com Porém, depois de uma constelação, alguns representantes estão cansados. Alguns personagens exigem que eles coloquem muita informação emocional e não se deixem abalar a cada momento, especialmente quando não há liberação de coisas pesadas. Nesse caso, o representante poderá olhar interiormente para a pessoa representada e lhe dizer: “Em homenagem a você, ficarei um pouco além em sua companhia e com o seu pesado destino e depois me retirarei. ” Depois de um tempo, o representante realmente se livrou do papel e do poder que desempenhava. Embora o representante geralmente esteja muito cansado e às vezes escorregue temporariamente devido a sintomas físicos ou até mesmo a psicose, não há necessidade de se preocupar com o representante. Na maioria dos casos, os representantes entendem e distinguem claramente os fatores que os fazem funcionar. Quando o papel o oprime, o terapeuta deve libertá-lo dele e saber como agir nessas situações extremas, por exemplo, trazendo-o de volta à realidade por meio de questionamentos completamente inesperados, obstruindo uma eventual hiperventilação ou tomando-o nos braços com força e irresistivelmente. Robert, revela sua vivência nessas situações: Eu experimentei pouquíssimas ocasiões em que tive de recorrer a tais medidas ou em que os representantes ainda sofreram em casa, por mais algum tempo, os efeitos do seu papel. Nesses casos muitas vezes se percebe que o papel foi “somente” uma ocasião para livrar-se, através dessa vivência, de uma “carga” do próprio sistema familiar. (SCHNEIDER, 2007). 33 Terminada a constelação, o terapeuta se liberta do compromisso e do cuidado do paciente, retorna ao "vazio" e se abre para a próxima pessoa. Para ele, tudo isso ficará mais fácil, as constelações se tornarão mais adequadas e libertadoras. Ao contrário, se houver uma impressão de "fracasso", o terapeuta eventualmente precisa "se forçar" a abandonar os sinais e clientes. Se uma imagem mais clara aparecer no futuro, ele pode dar ao cliente a oportunidade de retomar o trabalho por meio de visualização, exercícios curtos ou outros tipos de composição curtos. A intervenção deve ser limitada à constelação e às necessidades do cliente. O terapeuta deve se exercitar após a constelação,separar-se do cliente, permanecer aberto e atento aos possíveis erros, sem se culpar ou se arrepender de suas ações. Quando ele tem dificuldade com isso, geralmente indica que o terapeuta já realizou o processo de transferência e contratransferência com o cliente, e ambas as partes estão tentando manter a relação mãe-filho. Nesse caso, o terapeuta encontrará problemas pessoais que não podem ser resolvidos, por exemplo, relacionados aos sentimentos de desamparo ou onipotência da criança diante das necessidades dos pais. Normalmente, as constelações são benéficas para o terapeuta. Ele tem a oportunidade de participar seletivamente dos mais diversos destinos da humanidade de forma digna, respeitar a todos com igualdade, confiar na vida e servir ao sucesso. 5 ÁREAS DE APLICAÇÃO E EFEITOS DAS CONSTELAÇÕES FAMILIARES A constelação familiar desenvolvida na forma de "configuração do sistema" é usada como um método universal para representar os processos sistemáticos nas relações humanas. Atualmente, quase tudo que pertence ao escopo da relação espiritual é uma constelação: todas as áreas das relações humanas, todas as conexões entre o corpo individual, alma e espírito, e todas as possíveis interseções de processos internos e espirituais, incluindo relações externas com a matéria, A relação entre a sociedade e o mundo espiritual. Alguém pode questionar a conveniência, utilidade e estímulo para o desenvolvimento futuro do método da constelação. Além da estrutura familiar, a 34 estrutura de equipes e organizações também se consolidou, incluindo até o espaço político. Além disso, muitas coisas interessantes foram vividas nos mais diversos campos. A constelação familiar se refere ao campo da alma da família. Qualquer expressão de um fenômeno mais abstrato (como doença ou país) é útil para o processo de resolução da família. Na próxima faixa de aplicação e impacto na constelação familiar, apenas este aspecto será considerado. 5.1 Constelação Grupal e Sessão Individual As constelações familiares aparecem como um método em grupos de desenvolvimento pessoal e terapia de grupo. No entanto, como o terapeuta não trabalhou com os participantes, nem pensou no comportamento social dos indivíduos ou em suas constelações com o grupo, ele não se desenvolveu em um todo. Como "setting", ou seja, como forma de organização do tratamento, mesmo quando realizado em grupo, a constelação familiar é uma terapia individual, na qual o grupo funciona como “corpo de ressonância” e inclui membros do grupo como representantes. Com a ajuda das constelações, o terapeuta pode resolver os problemas colocados pelo "cliente" sozinho, em vez de "construí-los" por meio de um processo coletivo. Na constelação, o mais importante não é o poder ou comportamento interno da alma do cliente, mas o sistema de relacionamento que o cliente traz para sua alma. Portanto, pode-se dizer que se refere à terapia de grupo individual no sistema familiar. Fonte: comportese.com 35 Logo, no contexto do tratamento individual, as pessoas também sentiram a necessidade de aplicar o método da constelação. Pessoas que procuram ajuda com problemas psicológicos geralmente escolhem terapias individuais, de casais ou familiares para contatar o terapeuta em seu consultório particular ou agência de aconselhamento. Portanto, uma forma de constelação adequada para terapia individual foi desenvolvida. Os integrantes desse grupo são substituídos por objetos como sapatos, travesseiros, papel ou gráficos diversos, que atuam como "representantes" ou "indicadores de lugares" do sistema de relacionamento com o cliente. A utilização desses recursos permite que a imagem do sistema relacional seja projetada externamente para que possa ser "de fora" (por exemplo, com o auxílio de figuras colocadas sobre uma mesa) ou em outro local (se o cliente colocar um pedaço de papel no chão, marcando os familiares em suas posições) de modo que os sentimentos do cliente sejam consistentes entre si. Através de sua própria contemplação, reconciliação e percepção, o terapeuta substitui o representante, deixando que o cliente lhe sirva a alma decisiva. Nesse sentido, Schneider buscou esclarecer: No que toca à mobilização do cliente e à solução para ele, não há uma diferença essencial entre a constelação realizada em grupo ou numa sessão individual. São elementos comuns em todas as formas de constelação: o desdobramento espacial, a visibilidade, o modo de vivenciar os processos da alma e a experiência surpreendente e mobilizante do “campo ciente” que se manifesta através do “saber” dos representantes, do terapeuta que tem experiência com grupos e do insight do cliente. (SCHNEIDER, 2007). Mesmo durante uma conversa ao telefone, o terapeuta ajudará o cliente com perguntas e fotos. Também, neste caso, o fator decisivo é a descoberta dos eventos e destinos necessários para as soluções familiares, e a representação das coisas vividas na relação - onde "representação" é entendida como o processo de configuração espacial. Em essência, a experiência psicológica é sempre uma experiência espacial. A vantagem do grupo reside, em primeiro lugar, nas várias experiências proporcionadas pela diversidade de destinos e representantes. Na fase final do curso, não é incomum ouvir as vozes dos participantes: "Minha própria constelação foi boa 36 para mim, mas certas funções que desempenhei deixaram mais claro o que é importante para mim." Vale ainda ressaltar que o atendimento individual da constelação familiar é uma ferramenta muito rica e energética para o terapeuta porque mostra claramente uma determinada situação na vida do cliente e pode ser tratada de várias maneiras diferentes. Com base nas imagens que aparecem, o terapeuta pode optar por continuar o trabalho da própria constelação naquele momento, ou pode optar por usar outras técnicas no momento e na situação para processá-la de outras formas após ver a imagem. A sessão individual pode ser conduzida de duas maneiras diferentes. A primeira é ter uns “bonecos” como representantes dos familiares do cliente, ou “papel no chão”. Nessa segunda forma, o cliente substitui o seu próprio familiar, participando mais ativamente neste processo e acaba por concretizar várias situações. As etapas para sessão individual não são muito diferentes daquelas realizadas constelação de grupo. Inicialmente, o cliente chega ao consultório e explica porque veio e quem o instruiu. Desde o início, a atenção foi centrada em duas áreas, a saber, o problema e a solução necessária. A descrição do problema cobre os sintomas, incluindo tudo que enfraquece o cliente e tudo o que o cliente não deseja manter. A solução envolve os recursos do cliente e a capacidade de aprimorá-los. Nesta fase, o terapeuta deve perguntar ao cliente o que ele conhece sobre o trabalho de constelação familiar, objetivando saber em que nível é necessário iniciar ou quais as informações ainda serão necessárias para começar o trabalho. Caso haja pouco conhecimento, é necessário fazer uma breve introdução aos pensamentos básicos que orientam o trabalho, que exigirá do cliente uma mudança de atitude ou de paradigmas, fazendo-o ter uma visão mais ampliada de sua história. O próximo passo é mostrar a estrutura da Constelação, pedindo ao cliente que coloque os personagens de sua trama familiar. 37 Fonte: espacobambui.com.br O terapeuta pode escolher qual o momento adequado a trabalhar com “bonecos” ou “papéis no chão”, conforme as observações e o que entender mais adequado para a situação. A cada imagem formada, o cliente pode fechar os olhos e imaginá-la em sua mente, entrando assim naquela sensação e assim dando informações significativas e indicando caminhos. Ao encontrar bloqueios dentro daquela “trama”, utiliza-se as frases de solução para a harmonização daquelasituação, frases estas que na maior parte das vezes é repetida pelo próprio cliente. Muitas vezes o terapeuta pode entrar na representação de um dos familiares dentro daquela constelação, caso o trabalho esteja sendo feito com “papéis no chão”, interagindo com o cliente, encontrando assim a solução final. Encerrada a sessão, o procedimento é o mesmo que na constelação em grupo. É ofertado o tempo necessário para possibilitar que a situação trabalhada encontre fortalecimento e paz para o cliente. 5.2 Áreas de Aplicação O método da constelação é universal porque pode ser aplicado a todas as áreas das relações humanas. É útil superar obstáculos no crescimento da personalidade. Pode ajudar a pessoa a se relacionar com sua história familiar, especialmente quando está particularmente confusa. Esclarece, aprofunda e promove 38 a relação entre pais e filhos, a sua relação com os filhos e pais adultos, a idade adulta ou a morte, irmãos ou outros membros da família. Abrange a vida profissional e as decisões de emergência e considera possíveis conexões entre sintomas negativos de doença ou comportamento, como medo, compulsão, vício ou doença mental e eventos familiares, a fim de aliviar o cliente e respeitar sua dignidade. Ele fornece orientação sobre como trabalhar em lares adotivos ou lares adotivos e redes sociais que não fazem parte da família, como casas de repouso e escritórios. Pode ser aplicado em cursos de formação e supervisão, bem como em escolas, organizações, oficinas e áreas sociais mais amplas. É importante descobrir onde o problema do cliente se relaciona com o destino estrangeiro em cada caso. Em seguida, é necessário determinar quais conhecimentos sobre a dinâmica das relações, incluindo espaço e tempo, precisam ser revelados para configurar adequadamente a realidade social. Por fim, é preciso saber arranjar relacionamentos para garantir que a vida floresça. Quando eles respondem a essas perguntas, as constelações familiares e outras formas de constelações beneficiam muitos clientes, e talvez possam ajudá-los de maneira profunda e duradoura. 39 5.3 BIBLIOGRAFIA BRAGA, A. L. de A. Psicopedagogia e constelação familiar sistêmica: um estudo de caso. Revista Psicopedagogia, São Paulo, 2009 CARVALHO, E. V. Constelações Familiares Sistêmicas. Revista Saúde Quântica. [S.n], 2016 CÉSPEDES, A. S. R. A Constelação Familiar aplicada ao Direito Brasileiro a partir da Lei de Mediação .2017. 58 f. TCC (Graduação) - Curso de Direito, Centro de Ciências Jurídicas, UFSC, Florianópolis, 2017 HELLINGER, B. Ordens do amor. Editora Cultrix - Edição brasileira 2002 HELLINGER, B. Simetria Oculta do amor. Cultix.206 HELLINGER, Bert. Ordens do Amor: um guia para o trabalho com constelações familiares. Trad. Newton A. Queiroz. 7ed. São Paulo: Cultrix, 2014. JUNG, C. G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Petrópolis, Vozes, 2000 SANTOS, D. C. dos S. e CARDOSO, A. L. B. A Prática Da Constelação Familiar: Nos Casos De Alienação Parental. Justiça & Sociedade, v. 4, n. 1, Revista do Curso de Direito do Centro Universitário Metodista – IPA. 2019 40 SCHNEIDER, J. R. A prática das constelações familiares. Patos de Minas, Atman, 2007 SHELDRAKE, R. A sensação de estar sendo observado. São Paulo, Cultrix, 2004
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