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A teoria Liberal: John Locke, em seu "Segundo tratado sobre o Governo Civil", publicado no final do século XVII, estabelece os princípios do Estado Liberal. Segundo Locke, o Estado Civil, estabelecido a partir do contrato social, teria, além das funções atribuídas por Hobbes, uma função principal: a manutenção e a garantia do direito natural a propriedade privada. Desse modo, a burguesia seria a mais importante das classes, pois alcançou seu direito a propriedade através do seu trabalho. Isso colocaria a burguesia em um patamar moral superior aos da nobreza e aristocracia, que seriam classes parasíticas, usufruindo dos bens da sociedade, sem terem conquistado esses bens através do esforço próprio. A burguesia não seria apenas superior, moral, social e politicamente, aos nobres e aristocratas, mas também superior aos pobres, tendo em vista que, como Deus criou todos os homens iguais, deu a todos a missão e a capacidade para que trabalhassem, e concedeu a todos o direito a propriedade privada, os pobres, aqueles que não conquistaram a propriedade privada, estariam em tal situação ínferior por sua própria culpa. Os pobres viveriam na pobreza, não se tornariam proprietários e teriam que, consequentemente, trabalhar para membros de outras classes, donos de propriedades, porque seriam esses pobres perdulários, alcólatras, gastando seus salários de maneira perdulária, ao invés de acumulá-los para adquirir propriedades, ou ainda não trabalhando o suficiente, sendo preguiçosos, e desse modo se tornando incapazes de acumular os recursos necessários para adquirir uma propriedade. A obra de Locke exerceu grande influência teórica sobre as grandes revoluções liberais, com a Revolução Inglesa, a Revolução Americana e a fase inicial da Revolução Francesa.
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