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Estudo Tomográfico do Forame de Huschke

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HENRIQUE NOGUEIRA REIS 
ESTUDO TOMOGRAFICO DA PERSIST~NCIA DO FORAME 
DE HUSCHKE: IMPORTÂNCIA CL~NICA 
w*-+m 
Dissedação apresentada ei Faculdade de Odontologia de Sao Jo& dos 
Campos, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para 
obtenção do titulo de MESTRE, pelo Programa de Pós-Graduação em 
ODONTOLOGIA. Area de Concentração em Odontologia Restauradora. 
Orientador: Prof. Adjunto Horacio Faig Leite 
S%o Jos4 dos Campos 
2002 
Apresentação grhfica e nonnalizaçáo de acordo com: 
BELLINI, A.B.; SILVA, E.A Maanual pam elaboraMo de monogmfias: 
estrutura do trabalho cientifico. Sao JosB dos Campos: FOSJCILINESP, 
2000.81~. 
REIS, H. N. btudo tMltogMko da praisUncia do forame de Huschke: 
importdncia cllnica. 2002. 80f. Disserta@o (Mestrado em Odontologia, Ama de 
ConcetntraçSo em Odontologia Restauradora) - Faculdade de Odontologia da 
Sgo Jose dos Campos, Universidade Estadual Paulista. Sao JosB dos Campos. 
Aos meus pais, a quem o Senhor na 
plenitude de Sua bondade, presenteou com 
uma famllia numerosa de treze filhos, os 
quais eles dignamente amaram e educaram. 
Minha querida mãe, Dona Ondina, 
receba com orgulho o fruto do trabalho de um 
de seus filhos, uma pequena retribuição a 
todo o carinho que nos transmitiu. Meu 
saudoso pai, Nelson, sinto n8o poder 
presenteá-lo pessoalmente com algo para o 
qual tanto lutou e a que seus sábios 
ensinarnentos me conduziram. 
A minha esposa Simone, maior 
presente de minha vida, mãe de nossos 
queridos filhos, Lucas e Lulsa. 
Recebam todos minha eterna 
gratidão. 
A Deus, que me proporcionou saúde e força pata a vida. 
Aos meus irm%os Moema, Ricardo, ClAudia, Newton, 
Nelson, Luis Carlos, Carlos Roberto, Thais, Jos6 Maria, Marcos Paulo, 
*NelsEio" e Songia, pelo apoio, exemplo e incentivo. 
Ao ProfD. Adjunto Hordcio Faig Leite, pela satisfação em 
tê-lo como orientador, pela amizade, sobretudo sinceridade e dedicaçso. 
Muito obrigado pelos valorosos ensinamntos. 
Aos Professores Titulares Henrique Duque de Miranda 
Chaves Filho e Maria Amélia Máximo de Araiijo, que possibilitaram a 
criação do conv6nio entre a Universidade Federal de Juiz de Fora e a 
Faculdade de Odontologia da UNESP, para a realizaçao deste Curso. 
A todos os meus educadores que, com o seu amor pela 
profiss80, contribulram em minha formação, especialmente o Prof. Jose 
Augusto Pinto Ferreira. 
Ao Dr. Rainer Guilherme Haetinger, Coordenador do 
Serviço de Tomografia Computadorirada da MED IMAGEM (Hospitaf 
Benefiencia Portuguesa de São Paulo), pela amizade, respeito e 
extrema boa vontade em recuperar as imagens tomogrdficas que 
compdem este trabalho, sem as quais n8o seria posslvel a sua realização. 
Ainda pelo seu interesse e dedicação A ciencia. Exemplo a ser seguido. 
Ao Professor Ary José Dias Mendes, responsável pelo 
tratamento estatístico realizado em nossa pesquisa cientifica. 
Ao amigo e Professor Josemar Parreira Guimarães, 
grande incentivador. 
Aos colegas do Curso de Mestrado e Doutorado, 
Alexandre, Edson, Elson, Lllcia Andréa, Luzia, Neuza, Paulo, Ana Etisa, 
AntBnio MArcio, Cristina, FIBvio, Henrique Duque, Marilia, Renato e 
Wildomar, pelo compan heirismo e dedicação. 
Aos colegas da Faculdade de Odontologia, nossos 
sinceros agradecimentos. 
A todos os que, de algum modo ou de outro, contribuiram 
para a realização deste trabalho. 
LISTA DE FIGURAS ...................... .... .............................. 
LISTA DE TABELAS .................................... .... ..................... 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ....................... ..... 
RESUMO ........................................................................... 
1 INTRODUÇÃO ................................................................ 
2 REVISA0 DA LITERATURA ............................................. 
................ 2.1 Anatomia e embriologia dos ossos temporais 
.................. 2.2 Estudos osteolbg icos e importancia dinica 
....................................... 2.3 Tomografia computadorirada 
............. 2.4 Arkroscopia da articulação temporomandibular 
3 PROPOSIÇAO .................................................................. 
4 MATERIAL E METODO ................................................. 
5 RESULTADOS .................................................................. 
6 DISCUSSÃO ..................................................................... 
7 CONCLUSQ .................................................................... 
........................ 8 REFER~NCIAS BIBLIOG~FICAS .... 
ANEXOS .............................. .......... .................................. 
.......................................................................... ABSTRACT 
LISTA DE FIGURAS 
FIGURA1 . 
FIGURA 2 . 
FIGURA3 . 
FIGURA4 . 
FIGURA5 . 
FIGURA6 . 
FIGURA? . 
FIGURA 8 . 
FIGURA g . 
FIGURA 10 . 
FIGURA 11 . 
FIGURA 12 . 
................................................. Forame de Huschke 
............................. Imagem tomogrhfica da TC no 77 
............................ Imagem tomogrdfica da TC no 83 
............................. Imagem tomogrAfica da TC no 35 
............................. Imagem tomografica da TC no 45 
............................. Imagem tomográfica da TC n077 
............................. imagem tomogrAfi& da TC no 77 
............................ imagem tomogrhfica da TC no 83 
........................... Imagem tomogrhfica da TC no 100 
........................... Imagem tomogrhfica da TC no 100 
........................... Imagem tomgrAfica da TC no 12 1 
........................... Imagem tomogr4fica da 7°C no 141 
LISTA DE T A E M 
TABELA 1- 
TABELA 3- 
TABELA 4- 
TABELA 5- 
TABELA & 
TABELA 7- 
Presença ou ausência do forame no total da 
amostra ................... .. .............................................. 50 
Prevafgncia do foram de Huschke com relação ao 
sexo ..................................... ... ................................... 51 
............ Uni ou bilateralidade do foram de Huschke 51 
Dentro da unitateralidade, incid6ncia direita ou 
esqusda ...........................,.... .. .............................. 52 
FrqOBncia da ocorrgncia do foram segundo o 
......................................................................... sexa 52 
FreqiUhcia da presença do forame segundo o sexo. 53 
FreqaBncia da presença uni e bilateml do h m 
segunda o sexo ......................................................... 53 
FreqUencla da unilateralidade do foram segundo o 
sexo .............................. .. ................................... 54 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
ATM = Articulaç3o temporomandibular 4 
DTM = Desordem temporomandibular 
TC = Tomografia oomputadorizada 
RM = Ressonância magnbtica 
REIS, H. M. Estudo tomogdfico da pemist6ncia do forame de 
Huschke: importhcia clinica. 2002. 80f. Dissertação (Mestrado em 
Odontologia, Area de Concentração em Odontologia Restauradora) - 
Faculdade de Odontologia de São Jose dos Campos, Universidade 
Estadual Paulista. Sao Josk das Campos. 
RESUMO 
O objetivo deste estudo foi avafiar atraves do exame de tomografia 
computadorizada (TC) da regiao da orelha, a persistencia do forame de 
Huschke, notadamente sabendo-se que nenhuma titeratura foi encontrada neste 
sentido. Clinicamente importante, o forame 15 perfeitamente visualiado no 
exame de TC, e tem sido associado com os casos de artrite septica da ATM, 
Mmia elou flstufa salivar no meato acústico externo, complicaçbes advindas de 
uma otite externa que acabam acometendo a glandula parótida e ainda graves 
iatrogenias pbs artroscopia da ATM, como por excmplo, surdez irreverslvel. Este 
estudo propbs-se ainda, a abordar importantes aspectos clinicos da presença 
deste forame. Para tanto, foi feito um estudo onde foram avaliadas 150 
tomogmfias. De ambos os lados de cada TC da regiao da orelha, dois 
examinadores analisaram toda a regiao timpanica do osso temporal, obsenrando 
a presença ou aus&nciado forame. No total, foram encontrados I 7 (1 1,3%) 
pacientes com a referida anomalia anatbmica, sendo que destes, 13 (765%) 
pertenciam ao sexo feminino e quatro (23,5%) ao sexo masculino, w m uma 
maior incidencia para o sexo feminino, o que foi comprovado estatisticamente. 
Nao foi verificada uma maior incidencia uni ou bilateral do forame. Na condiç3o 
unilateral, nao foi comprovada uma maior prevalencia para o lado direto ou 
esquerdo. 
PALAVRAS-CHAVE: Forame de Huschke; artroscopia da A i M , complicag6es; 
tomografia computadorirada da ATM. 
Durante a formação embriolbg ica e o desenvolvimento 
bsseo da parte timpânica dos ossos temporais, logo nos primeiros anos 
apbs o nascimento, normalmente encontra-se uma comunicação entre o 
meato acústica externo e a articulação temporomandibular (ATM), 
denominada foram de Huschke. 
Esta comunicação anatõmica foi primeiramente estudada e 
descrita em detalhes no inicio do s&culo XIX, mais precisamente no ano 
de 1832, pelo grande Mdico anatomista e otorrinolaringologista de 
origem gennhica denominado EmiI Huschke (1 797-1 858), recebendo seu 
nome. 
Normalmente o forame de Huschke 6 encontrado na 
porção ântero-inferior da parte tirnp8nica dos ossos temporais de crianças 
entre o primeiro e o quinto ano de vida. Porbm, com o continuo 
crescimento e desenvolvimento do osso timpànico para as porç6es 
anterior e posterior do anel timpanico, este forame começa gradualmente 
a obliterar-se espontaneamente feito um diafragma, e, caso persista apbs 
os cinco anos de idade, passa a ser considerado uma anomalia 
anatõrnica (~rs' , 1 988). 
Estudos osteológicos realizados tem relatado a presença 
do foram de Huschke em crãnios de individuos adultos (~rs', 1988: 
Herzog & ~iese''. 1989; Wang et al.", 1991; Faig-Leite & Horta 
~ ú n i o r ' ~ , ~ 999) (Figura 1). 
FIGURA 1 - Vista inferior de um crhio seco de individuo adulto mostranda o 
forame da Huschke (seta) e o poro acústico externo (asterisco). 
Fotografia gentilmente cedida pelo Prof. Horácio Faig Leite. 
Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, UNESP. 
A identificação radiogr6fiica do forame de Huschke 6 
extremamente prejudicada ou at8 mesmo impossfvel de ser obtida, 
(Hawke et at.l6, 1987) devido tis superposiç6es das estruturas dos ossos 
temporais incluindo a parte timpânica, onde se localiza esta anomalia 
anatomia (Hawke et al.'', 1987; Swallz 8 ~arnsbergep, 1998). 
A introdqo da técnica de obte-0 de imagens através 
do exame de TC, onde cortes de várias espessuras são realizados em 
diversos pontos da estnitura 6-a analisada, veio propeiar, dentre tantas 
outras vantagens, a visualizaçáo do forame de Huschke (Rabinov et ai.=, 
1 997; Ali & Rubinstein'. 2000; Anand et ai?. 20). 
A importancia dlnica da persistência do forame de 
Huschke justificacse em função de severas infe-s no complexo 
auditivo que teminam por infectar a ATM (artrite séptica), de tumores 
retacionados glanduta parótida que, durante seu desenvolvimento, 
acabam envolvendo o mato acústico externo, de casos raros descritas 
onde o paciente apresentava uma fistula salivar espontânea no mesmo 
meato e de inúmeros relatos de acidentes que ocorreram durante e ap6s 
a cirurgia artroscdpica da ATM, com sequelas irreversiveis ao complexo 
auditivo (Van Sickels et al.". 1987; ~ h o m s o n ~ ~ . 1989; ~ingle", 1992; 
Rabinov ef aL3', 1997). 
O conhecimento anatdmico do forame de Huschke 6 de 
vital irnportCincia para os profissionais que realizam a artroswpia e a 
artrocentese na ATM. Estas são' manobras ciriirgicas indicadas para 
pacientes que apresentem aderência do disco articular com sua dinamita 
oclusal comprometida, seja pela IirnitaçAo de abertura bucal ou at8 
mesma pelo travamento articular, Muitas veres o paciente com essa 
alteraç30 n3o obtem atravbs de uma terapia conservadora um bom 
prognbstico, sendo indicado, para estes casos, um procedimento mais 
invasivo com o objetivo de liberar o movimento coordenado do cornpiexo 
processo condilardisco articular. 
A artroscopia inicia-se sob anestesia local ou geral, com a 
inje@o de uma soluçáo salina anticoagulante para distender a cavidade 
articular da ATM. O súbito aumento da pressão hidrostática nesta 
cavidade em pacientes que apresentem a persistência do foram de 
Huschke, pode trazer com oonsequencia direta a ruptura da fina 
membrana tecidual que separa a cavidade articular do mato acústico 
externo e, consequentemente, provocar o extravasamento da sotuç8o 
salina para o interior do ouvido (Schickinger et al." , 1998). 
A introdução do artroscópio com a finalidade de romper 
aderencias entre o disco e a cavidade articular pode atingir o foram d e 
Huschke, transpassando-o ate o ma to acústico externo e prosseguindo 
inadvertidamente de encontro As estruturas nobres do ouvido rn6dio. 
Sequelas irreversíveis fun~ão auditiva tem sido relatadas desta forma 
(Heffez et a1.18, 1989). 
A artrocsntase e lavagem da ATM sso processos simples 
que buscam proporcionar bons resulkdos em pacientes com li^^ 
de abertura bucal. A tbcnica visa melhorar a movimentaçiio d l o - 
mandibular atravb da lavagem do espaço articular com a injego de soro 
flsio@ico, a que aumenta, momentaneamente, a pr-30 intra-capsular. 
As possiveis mmplicaçbes da artrocentese e lavagem da ATM incluem 
extravasamtenta de liquido ao redor da ATM tratada e posslvel fomy;ão 
de hematoma (Hasson & ~ev i '~ . 1999). A literatura pesquisada nao relata 
complicações que poasam aúorrer durante e apbs a artrocentese em 
pacientes que apresentem o forame de Huschke. 
Considerando as importantes irnplicagaes dinicas da 
.persist&ncia do forame de Huxkhe, a grande dificuldade e mesmo a 
impadbilidade em visualizá-lo atravbs da radiografia transcraniana, bem 
como a auskncia na literatura de estudos tamogr&ficos acerca do assunto, 
esta pesquisa se propôs a estuda-lo atravbs da tamografra 
computadorirada, 
2 REVI- DA LITERATURA 
Na presente pesquisa foi realizado um estudo tomogdfico 
para avaliar a persistência do fwame de Huschke. Para tanto, esta 
revisão da literatura foi subdividida em tópicos que imo abordar: anatomia 
e embfiologia dos ossos temporai&, estudos aatealdgleos e importância 
dinica da persistência do forame de Huschke, tomografia 
computadoritada e artroscopia da ATM. 
2.1 Anatomia e ernbnoiogia dos ossos temporais 
(1988) ao desenvolver um estudo em que descreveu 
a ernbriologia do f o r a m de Huschke, observou, inicialmente, que nas oito 
primeiras semanas pbs wulatbrias do perldo embn'onhria se f m m as 
estruturas que compõem os brgãm da audição. J& aos 22 dias os dois 
prinieiros ams Saringeanos estao k m vislveis no embrigo. A vesicula 
btica se indiualira aos 32 dias e aos 48 dias o mata adçtieo externo 
est$ pr&fomdo. Aos 52 dias, profundas transfomiagi5es Sh efetuadas. 
Uma invaginaflo ectoblástica oriunda da primeira fenda branquial 
invagina-se indo ao encontro da outra imraginaç4o de origem 
endoblhstica. As &lulas epiteliais presentes no fundo da imaginaçilo 
ectobl8stica vão se proliferar formando u m a placa epitelial compacta que 
participa na formação da membrana timp8nica. 
Posteriomente, o W d a conjuntivo oriundo do endoblasto 
e que circunda a membrana do timpano se ossifica fomianda, 
futuramente, a parte tirnipanica dos ossos temporais. Seus primeiros 
centros de ossficação aparecem na nona semana de vida intra-uterina. 
Na 12' semana, esses centros fundem-se, fwmanda o anel UmpBNm gue 
apresenta a forma semelhante a de um anel interrompido. Na 15' semana 
de vida fetaI, o anel timpsnico já constitui nove d & c i m de um drculo 
com diametro prbximo a 1 Omm. Na 19' semana o and 4 independente da 
cápsula &ti=: sua fusAo cam esta &pula nao ocorre antes da 35' 
semana, ao contrário do que ocorre com as outras partes do osso 
temporal. A partir dessa Idade o anel timpanim 6 f o m d s par uma parte 
M i a , um ramo posterior e outra anterior, 
~r s ' (1988) afim ainda que apás o nascimento, o anel 
timpânico se toma o osso timpanico e tem a fom de um anel 
interrompido em sua extremidade superiót. Tal interrupflo recebe o nome 
de incisura de Rivinus. Durante seu desenvolvimento, que ocorre em 
sentido circular e superior atravbs de seus centros de osçificação, este ir& 
fundir-se 9 poriç;ão petrasa 40 temporal formando a parede externa da 
cavidade timpânica. A prbxirna fase de desenvolvimento da parte 
timpãnica do osso temporal B o aparecimento de dois tub4rculoç ou 
proeminencias que crescem urn contra O outro, a s se unirem no primeiro 
ano de vida. O assa timphico apresenta agora como resultado da h & o 
destes dois tub&rculos urna abertura denominada foram de Huschke. A 
particularidade deste fararne B que ele se oblitera fei i um diafragma 
antes do quinto ano de vida. 
Heflez et al.'' (1988), ao estudarem as alteraç6es de 
desenvolvimento da placa timpãnica, verificaram que o foram de 
Huschke se b m durante o crescimento e desenvoMmento do amt 
timpélnico. Este ao se desenvolver, fusiona-se d parte petrosa do osso 
tempota!, formando a parede externa da cavidade tiimpanica. Em 
continuidade, surgem duas proemingncias na parte timpânica do osso 
temporal, que m r n em sentido convergentes entre si at8 o primeiro 
ano de vida. Ao se fuaionarem, permanece uma abrium entre a fassa 
articular e o mato a c M m externo, denominada forame de Huschke, 
que, nodrriente, se fecha por volta do quinto ano de uida, 
Segundo Benta et aL8 (1898). a osso temporal B um ossa 
par que compde parte da parede lateral e da base craniana. Ele B dividido 
em cinm partes distintas unidas por fissuras: escarnosa, mastbide, 
estilblde, timpanica e petrosa, que se articulam com os ossos esfenbide, 
parietal, -pital, zigornálico e ainda com a mandlbula através de uma 
articulago móvel denominada ATM. A porgo timpânica $ f o m d a pelo 
osso timpânica, que 6 u m I%min"aea forte. =curvada e forma as 
paredes anterior e inferior do me& adsticù extemó. Sua M o com as 
porç6es nnastdidea e mesa pdstereinferiomnfe forma u m bainha 
para o processa eçtilúide. Ainda a porçiio tirnpsnica 6 separada do 
processo condilar da mandíbula por uma pequena quantidade de tecido 
da glaindula parbtida Sua superfície rriediat e ãntero-inferior e fina e, por 
vezes, apresenta uma pequena abertura denominada foram de Muschke, 
0s autores ao descreverem o desenvohrimento 
embriolbgico do osso temporal, afirmaram que o osso timpanics B 
cansidemdo um elemento bsseo independente do ossa temporal, sendo 
que ele n8o circunda completamente a membrana timpsnica, 
permaneceredo uma abertura em seu segmento cranial que recebe o 
nome de incisura ti-nica ou de RMnus. Seu criescimento em sentido 
circular e superior formará a parede anterior do m a t o acifstiço externo, 
parte da fossa mandibular e da bainha do processa estildide. Em seguida, 
a anel tirnp8nico ir4 se fusionar com a parte petrosa do OSSO temporal, 
para participar da fo-o da parede externa da umidade timpanica. 
Posteriormente, com o crescimento da parte timpânica do 
ossa temporal, aparecem duas proemiMncias ou tubérculos, 
apresentando a fcirma.de U: os chamados tuMmlos timpánicos anterior 
e posterior que crescem continuamente no primeiro ano de vida at6 se 
fusionarem. O anel tirnwnico continua normalmente seu crescimento para 
cima. Com a fusão dos dois tub8rculoç tem-se o aparecimento entre a 
região Sntero-inferior da parte tirnpanica do osso temporal e a f o e s 
articular, do chamado foram de Huschke, que 8 uma abertura enlre o 
futuro m a t o aci=istica e a fossa mandibular. Normalmente, com o continuo 
crescimento do osso timpânico, este brame oblitera-se como um 
diafragma antes do 5' ano de vida e, por vezes, pode persistir no adulto. 
Madeiran (1998) descreveu anatomicamnte o osso 
temporal através de suas porç&s ou partes. A parte escarnosa do oçsù 
temporal tem uma projeçiio denominada processo zigoWco, que se une 
ao processo temporal do osso zigorr6,tico formando a arco zigodtico, 
separando a fossa infratemporal da fossa temporal. Ainda na pomo 
escamsa, em sua porção inferior, encontra-se a fossa mandibular, 
limitada anteriomnte pela emindncia articular e posteriormente pelo 
processo retra-articular. Mais posteriormente existe uma ampla abertura 
denominada poro acústico externo, quase totaImente delimitado pela 
parte tirnpanica da temporal. &te poro db acesso ao mato acústico 
externo que penetra na porçtlo petrosa do osso temporal. Na sue 
extremidade medial, ç, meato acústico & fechado durante, a vicia pela 
membrana do timpano. Entre a parte timpánica e o osso &pita1 
encontra-se u m saliência rugosa e robusta que se projeta em dimçáo 
Anteminferior, denominada processo mastólde, Logo abaixa da parte 
ti-nica, enoanbse a processo estil0ide, uma proíeçaa também no 
sentido anteto-inferior em f o m de estilete. 
Anand et al.' (2000), ao estudarem a embriologia do mato 
acústico externa, observaram que seu desenvolvimento ocorre a @r da 
primeiro sulco branquial entre os arcos mandibular e hidide e que, na 
oitava semana de gesta@o. este sulco aprofunda-se, formando um tubo 
em forma de funil, dando origem ao primeiro conduto. Durante a nona 
semana, um &lido tampão epidkrrnioo, denominado placa meatal, 
estende-se do primeiro conduto e entra em contato com o epitbtio da 
primeira bolsa faringea- Durante a vigésima primeirã semana de vida fetal, 
os cordões das &lulas epiteliais começam a se reabsorver, b m n d o um 
cana!, sendo que dois terços mediais do meato acústica externo $80 
derivados deste novo tubo ectodbmico. O me*nquima em torno deste 
tubo eGtod4rmico fama quatro pequenos centros de ossifica@u os quais 
se fusionam para, futuramente, formarem o anel timpbnico. Durante o 
primeiro ano de vida, estas proeminencias bsseas crescem 
continuamente at4 se fusionarem. Esta fusão separa o anel primordial 
para dentro do mato ac0stico externo superiormente, surgindo uma 
comunicação entre o futuro mato acilistico e a fossa articular, o foram 
de Huschke. Os autores chamaram a atengâo, observando que este 
f o r a m usualmente se fecha por volta do quinto ano de vida, e que o 
mato acústica externo, o b t h sua forma adulta em torno dos nove anos. 
2 2 Estudos ùsbolbgicos e irnpoMncia clínica 
Em 1984. Shama & ~apkins" publicaram o primeiro caso 
que relacionava um quadro raro de mula salivar espantAnw, localizada 
no meata acústica externo. Uma paciente, com 58 anos, que apesar de 
não relritar hist6ria de trauma ou injúria na região da orelha, clinicamente 
apresentava uma dorréia aquosa incolor e indora que aumentava 
quando ela abria e fechava a boca. O exame biuqultnico realizada no 
liquido coletado mostrou tratar-se de saliva, sendo que o exame 
s ia logrW, posteriormente solicitado, apresentava-se dentro dos 
par8metms de nomlidada. Durante o tratamento elrGrgico exploratcirio 
realizado. foi obseniado um dafeita Gsseo na placa tirnp8nica medindo 5,0 
X 3,0rnm, o forame da Huçchke, que, em seguida, foi fechado com urm 
pequena porç8o de cartilagem meatal. c importante frisar que a anomalia 
anatbmica foi encontrada durante a cirurgia, embora não tenha sido 
realizado exame p&vio por imagem para este fim. Qs autores relatarsmo 
sucesso da terawutica cirúrgica preconizada para a paciente, 
permanecendo esta assintomática. Por fim, ponderaram que a 
persist&cia do forame de Huschke poderia explicar a rota peta qual u m 
severa otite &ma acabaria acometendo a glgndula parbtída. 
~ a s p (1978) que foi citado por S h a m & ~awlon$' 
(1984). afirma que a gl&ndula pardtida e& relacionada com a patecte 
a M w e soalho do meato acústico externo. Algumas vezes, parte da 
glandula alcança a cavidade articular sendo esta porção denominada lobo 
artidar, que, estando em contato com partes 6sseas, acaba senda 
afetada pelos movimentos mandibulares. O enunciado justifica o fato de 
um paciente com Rstulasalivar espontanea no mato aastico externo, 
promover um aumento da otorrgi, quando realiza o movimento de 
abertura e feclPamento bucal. 
Hawke et ai." (1 987) citem o caso clInicb de uma hérnia 
assintarn6tiea eqmthea bifãterril da A7M para o me820 acdistico -ma 
em uma paciente com 68 anos, que se queixava de perda progressiva da 
audiHo, sem história de trauma na regi80 ou doenga prévia no owido. 
Aúavb do exame de otoswpia, podia-se ver, na meata acústico externo 
da paciente, osna elevação quando sua boce se apresentava aberb. Ao 
solicitar 4 paciente para feeh&la, era observada, atrav&s da otoscbpio, um 
dectínio da elevação, sendo que, com a boca totaImnb fechada, surgia 
uma invaginação. O exam wdiogtaco convencional não m l o u 
anomlfdada; no entanto a TC dos ossos temporais mastrou urna 
deWncia dssea bilateral entre a mato acktlco externa e a ATM. Tal 
quadro foi atribuldo a uma falha no fechamento do brame de Huachke. 
0s autores afirmaram ser o primeiro caso descrito na Iiteratura cientifica 
sobre este tipo de anormalidade. 
Continuando, Hawke et a1 .'7 (1 988) ao investigarem o caso 
dlnico de u m paciente de 52 anos com uma flstula espontfinsa da ATM 
para o mato acústico externo, informaram que, ao ser atendida 
primeiramente em 1982, ela relatava a histbria de um liquido incotar 
saindo do mato aebstim externo durante a mstigação. Não havia 
histbria de trauma, de injúria ou qualquer outra atSeraçBo na A'IM ou na 
glandula parMida. Durante o exame de otoscopia, ao ser dicitada para 
que ficasse com a boca aberta, podia ser visb através do aparelho, uma 
elevaMo no meato acústico externa. Ao ser orientada para que fechasse 
a boca, era observado o decllnio da elevação, e com a boca totalmente 
fechada, surgia uma invaginação. Finalmente, a paciente relatava que a 
mastigaflo provocava o escorrimnto de um liquido do owido para a 
face, que coletado e enviado ao taboratbrio, o exame solicitado constatou 
tratar-se de saliva. O caso clinim apresentado foi primeiramente 
diagnosticado como uma glanduta salivar ectópica, Em 1986, aphs 
reexarniná-Ia sem altetaçila do quadro anterior, foi feita uma TÇ, corte 
axial, e encontrada u m deisdncia óssea bilateral entre o mato acGstlco 
externo e a ATM. Esta falha 6ssea era o foram de Huschke, que os 
autores afirmaram ser o responsdvef pelo quadro clfnico apresentado pela 
paciente, nao relatando, no entanto, cama foi finaliido. 
~ r s ' (1988). ao realizar um estudo osteológica do foram 
de Huschke, investigando trezentos QSSQS temporais de cránios çecos de 
indivlduos adultos, a f imu ter encontrada o farame de Huscbks em 
apenas dois casas. É importante Risar que o autor n8a espedficau se as 
referidas anomalias eram uni ou bilaterais, ou ainda se os cdnios de onde 
foram retiradas os assas temporais pertenciam a indivlduos do sexa 
masculino ou terninho. 
Herzog 8 ~iese" (19891, ao examinarem cam cr8nios de 
Indianos, encunhmrn a presença do f o m de Muschke em 16, senda 
que, em 7% da amostra, este se apresentava bilateralmente. Os autores 
não especificaram se os crãnios estudados eram de crianws, jovens ou 
adultos. Ao mensurarem os tamanhos das referidas anomalias 
anatdmiicas, encontraram as menores medideis com vabes de 9 , O m e 
as maiores com 7,0rnrn, no entanto, não detalharam o que consideraram 
como tamanho, se difimetro transversal ou longitudinal. 
~homçon" (AQBB), relatou dois quadm raros de otite 
externa que evaluirarn para artrite séptica da ATM. Os pacientes, um do 
sexo feminino e outro do masculino, apresentavam alguns doa fatores 
predisponentes para artrite, com por exemplo: desoutrigo, debfdade 
fislca, imunossupress8o por corticosteróides e ainda fatores locais amo 
dbenl~fiis articulares. Segundo o autor, a contarninaç30 bacteriana da 
ATM, pelo quadm de otite eexterna, somente foi possfvd devido a algum 
falha 6ssea na soalho do m a t o acústico que possibjlitou a sua 
eõmunica~o física com a cavidade articular, lecilitando, assim, a i m o 
bamriana. Esta falha nao foi detectada na radiografia çamum, no 
entanto, o autor nao citou o uso de qualquer outro tipo de estudo por 
imagem que pudesse identifiwa, 
Panda et al." (1990) reportaram o mso rara de uma 
fl9hila galivar no mato acmico externo em u m paciente m m t G anos, 
que foi assistida por eles. A paciente M o tinha hiat6na pregressa de 
procedimento cirdrgico ou trauma fisico na região paiotide no entanto, 
durante a rnastigação, apresentava uma otoméia aquosa do lado direito 
que foi caletada e enviada ao laboratbrio. O exame bioquímica realizada 
verificou tratar-se de saliva, nas sendo identi7icada a presença de células 
potencialmente maliqnas na amostra analisada. Em seguida, foram 
solldtado~ os exames: radIogrMco, slalogrsfica er umaultrassrrnografia da 
cabeça e do pescoço. Todos os resuitados apresentavam-se dentro dos 
parametros normais. SubseqQentemente, a equipe:decdecidiu pela- 
de uma tfmpanotornia exploratbria, que nslo verificou microsmpicarnente 
nenhuma anormatidade. Ap6s muita discuss~o, foi decidido fazer o 
tratamento radioterApim da glandula pardtida com o objetivo de diminuir 
sua kinç8o excretcira, Ap6s 20 dias. a paciente retomou carn os naesmos 
sintomas. Em seqU&ncia, foi realizado um novo exame sialográfico da 
parbtida e verificado um pequeno fluxo do contraste utiliada, indo em 
direção ao mato acústico externo, o que motivou os membros da equipe 
médica a realizarem a parotidectornia radical no lado afetada, 
preservando o nervo facial. Apbs 78 dias, a paciente retomou com a 
recorrencia do quadro, sendo realizada, pe!a mesma equipe, uma cirurgia 
exptoratbria mais ampla, verifieandwe uma abertura rosacea na regi30 
Antero-inferior do meato acústica externo que foi obliterada com uma 
pequena porção do músculo esternocleldomstoideo. A paciente 
apresentou-se assintornática por um ano e, apbs este perlodo novamente 
os sintomas retomaram. Foi ent3o tratada sintomaticamente, não sendo 
admitida por parte da paciente qualquer proposta terap&utica mals 
invasiva. Os autores nao rrsencionaram a persist&ncia do forame de 
Huschke como uma potencial rota para o fluxo salivar aleanpr o mato 
aclistico externa, justficando ti ma! que acometia a paciente. 
Wang et alha ( 1 991). realizando um estudo oçtedógica em 
377 crânios de orientais e ocidentais adultas, encontraram a prsist&ncia 
da foram de Huschke em 7,2% das pegas anathicas, sendo que a 
frequencia por raça foi de 8,7% e 9,1%, respectivamente- 0 digmetra 
longitudinal encontrado variou de 1 ,O a 6,Omm; a digrnetro transversal, de 
1 ,O a 8,Omm. Dos 41 Forames eneonlrados, 14 eram unilaterais e 13 
bilaterais. Quanto A fm, 24 apresentavam-se ovalados, 15 redondos e 
dois irregulares. Segunda os autores, a signifiçãnçãa clínica de forame de 
Huschke não tinha sido largamente reconhecida at6 aquela data. 
Comentaram ainda que a &rea prbxima ao brame 6, normalmente, onde 
ocorrem fraturas traurneiticas no mato acústico externo e que a sua 
pemmst6nc1a 6 importante na artroscopla da ATM, pois este procedimento 
cidrgico 6 feito com endosc6pio de fibra bptica rlgida, cujo dj8metro 
externo pode varjar de 1,7 a 2,7mm, portanto menor que o regishdo 
pelas anomalias anatbmicas estudadas. Segundo os autores, foram 
descritos acidentes graves que ocorreram durante a artrosoopia da ATM, 
com a penetração do artrosa5pio no foram de Huschke, transpassando-o 
seguindo através do meato acijstico externo até o ouvido M i o . 
Finalizando, ponderaram que a préssentp do forame de Huschke poderia 
fornecer uma rota pela qual uma severa otite e W a culminaria 
infectando a glandula parbtida. 
Cecire et al." (1991) relataram o caso de um paciente de 
60 anos com histbria de otodia aquosa incolor e inodma, advindo do 
ouvido esquerdo. Nao havia antecedentes de trauma, surdez ou 
patologias das vias akreas superiores. Após o exame atoscbpico, foi 
encontrada uma massa avemielhada, polipbide, que foi completamenteremovida, sendo que a exame histol6gica realizado mostrou se r 
tatalmente composta por t d d o de granulafló, Ap6ç a recorrhcia do 
quadro a ponto de a les56 evoluir quase obstruindo o meato acústico 
externo, foi realizado um estudo por imagem atraves de uma 7°C da regi80 
orelha, corte ãxial, e encontrando um defeito h e a entre a ATM é o mata 
adstiw externo. Este defeito, conhecida como foram de Huschke, 
propiciou que o wascimenta da h 3 0 atingisse novamente o mato 
amstico. Em seguida, uma nova polipectomia foi matizada e enviada uma 
nwa amostra para o exame hisltopatolbgico que acusou tratar-se de u m 
Iasão tumoml do tipo ainoviorna. 
~ ingle '~ (1992) descreveu um quadro raro de artrite 
s4ptica da ATM por uma complica@o de oüte externa ocorrido em um 
paciente do sexo masculino aos 75 anos. Para pesquisar a via pela qual o 
microorganismo presente no quadro do ouvido atingiu a cavidade 
articular, foi feito um exame de TC da regiao da orelha, corte axial. Este 
acusou um defeito bsseo entre o meato acústico externo e a cavidade 
articular, o forame de Huschke, justificando a rota pela qual a infeoção 
atingiu a ATM. 
Schunk et al." (1998) descreveram dois casos clinicos de 
duas pacientes que se apresentavam com tumores artrogênicos no mato 
acústico externo. A primeira, com 56 anos, foi enmminhada até eles com 
hipbtese diagnóstica de exostose no mato acústico externo do lado 
direito. Alem disso, ela se queixava de uma pressa0 no ouvido seguida de 
diminui@o da audição do lado em questão. Atravbs do otoscbpio, estando 
a paciente com a boca fechada, podia ser visto um abaulamento liso de 
aspecto exostbide, p o r h de cunsist&ncia macia na parede anterior do 
mato acústico externo, que se estendia ate tocar a membrana timpgnica. 
Ao abrir a boca, a lesão se achatava desprendendo-se da membrana 
timpanica. Tal achado clinico justificava as queixas relativas A audição da 
paciente. O exarm tomogrAfico realizado mostrava um tumor grande, 
arredondado, de tecido mole denso que crescia a partir da ATM direita 
para dentro do meato acijstico, com uma destruição 6ssea na Area 
acometida. No entanto os autores obsenraram que o defeito 6sseo estava 
limitado muito planamente para ser causado por uma ciestruiflo de 
origem tumoral. O exame histopatolbgico da bibpsia incisional realizada, 
diagnostimu uma hiperplasia tecidual reativa e inflamatbria do tecido 
conjuntivo sinovial com auskncia de malignidade, portanto, 
pseudotumoral. Em seguida nenhuma outra medida foi tomada, j& que 
com a biópsia incisional ocorreu uma redução no tamanho do tumor. Ap6ç 
um ano, a paciente retornou para controle, verificando-se que o 
pçeudotumor voltara a crescer, mas não tao acentuadamente. Assim a 
paciente optou por nao fazer uma nova intervenção cidrgica para a 
remoção da lesão. 
A segunda paciente, com 64 anos, apresentava-se com as 
mesmas queixas da anteriomente assistida, e tambi4m com uma les8o de 
aspecto tumoral que podia ser vista otoscopicamente no meato acústico 
externo. Esta lesão alterava de tamanho ao abrir e fechar a boca. Os 
autom relataram que o exame tomagrgfiico mostrou um defeito bssea 
bem delimitado na parede anterior do meato acGstico externo. Foi feita 
uma bibpsia, cujo resultado foi o mesmo da paciente anterior, porem não 
condulram cam foi a evoluflo do h o relatado. 
Ao revisarem a literatura, os autores encontraram relatas 
de casos cllnicos de pacientes com hbrnia sinovial no mato aciistico 
externo, que se invaginou da ATM para o ouvido pelo fibrame de Huschke, 
anomalia tissea que foi ver'rfieada tomagraficamente em ambos os casos 
descritos anteriomente, Chamaram a atenção para estudos osteológicos 
em que encontraram a persistencia do fosame de Huschke em 7% da 
populapa, e cujas afteraç6es, m o as relatadas por eles, poderiam ser 
mais obsetvadas e diagnosticadas através de exame otodpica, 
solicitando t%o somente ao paciente que movimentasse a mandibula, 
abrindo e fechando a boca. !Esta simples obsewa@o possibilitaria verificar 
posslveiç altetagões de f o m na parede antero-inferior do rneato acústico 
externo, ajudando a diagnosticar clinicamente a persistência da f o r a m de 
Huschke . 
Rabinov et al." (1 997) apresentaram um caso cllnia, de 
adenoma plsomófim recorrente da glandula parbida que, de tom 
incomun durante seu crescimento, envolveu o meato aclistico externo. O 
mal acometeu um paciente do sexo masculina, de 54 anos. Os autores, 
ao estudarem a doença, mnfimarsm, a!ravAs da exame de TC, corte 
axial, ter sido o forame de Huslchke que propiciara o d n h o pelo qual a 
lesão, ao se desenvolver, atingiu o meata acústico externo. 
Faig-leite B Horta ~ún ior '~ (1999). realizando um estudo 
sobre a pemistdncia do foram de Muschke, analisaram 7i6 crAnios 
sendo 305 identificados aegundo o grupo Btnico, sem e faixa &ria, e 471 
sem qualquer identifiça@o. Em todos os crilnios, de ambos es lados, a 
parte timpãnica dos ossos temporais foi detalhadamente obsenrada 
quanto a presença, forna e tamanho deste foram. Os autores 
encontraram a presença desta anomalia anatbmica em 77 (9,m) cranios, 
sendo 44 (S,7%) pertencentes ao grupo dos cranios que não 
apresentavam identificã@o e 33 (4,2%) aos que eram identificados. 
Quanto A presença, os autores encontraram o foram de 
Huschke incidindo bilateralmente em 38 (4,6016) cranios, e na forma 
unilaite~al em 41 (5,3%), senda 22 (28%) do Iado direito e 19 (2.5%) do 
lado esquerdo, Ao an81isarern m separado os d n i a s identificados, 
obsenraram que o foram estava mais fqUente em crãnios de sexo 
feminino (16.2%) do que nos do sem masculino (8,3%), Classificaram 
ainda os forame de HusChke encontrados em irregulares (73 cranios), 
mais (20 crânios) e redondos (20 crânios}, 
Com relação ao tarmho desta anomalia anathnica, Faig- 
Leite & Hocta ~úniot" (1999) obsenraram que o di3metro transversa 
variou erilre 1.0 e 5 , Q m e o longitudinal entre 1,O e 8 . 0 m Ao 
menaurarern a distancia entre a parte mais lateral do foram e o poro 
aciistico externo, enowitrarrrrn esta medida vaiando entre 3,Q e 21,Umm. 
Os autores chamaram a atenção para o fato de que no grupo dos cranios 
que apresentavam idenMeaçAo, o brame de H-ke incidiu da maneira 
estatistimmnte mais sign'mcante nos indivlduos do sexo feminina, do que 
ROÇ da sem masculino. 
Ali & ~ubinstein' (2000) relataram o caso de um indivlduo 
do sexo masculino oom 64 anos, que foi primeiramente examinado em 
abril de 9997, q u e m - de perda da audi-, principalmente no 
owido direito, com progressão acentuada nos três meses que 
antecederam o exame. O paciente relatou ainda, que experimentavã 
alguma melhora realizando a manobra de Vasalva (utilizada com o 
objetivo de igualar a pressão entre o meato acustico e o ouvido 
médio). Sua histbria mtsdica era positiva para hipertensao e artrite 
reumat6lde. Ap6s o exame fislcs foram obsenradas severas deformidades 
articutares advindas do estágio avançado da doença articular, O exame 
otolbgico realizado acusou a presenp de ceri5men no ouvido esquerdo e 
uma retra@o da membrana timphnica do lado direito. O paciente foi 
orientado a contínuar a realizar amnobra de Vasalva para a redução dos 
sintomas, e retomar ao consuçt&rio, caso neaxsario. Em rmrço de 1998, 
o paciente retomou com histdria de aumento da perda de audi@o 60 lado 
direito,-desta vez acompanhada de otodia incolor do mesmo lado. Ao 
reexaminh-to. foi verificado que a membrana timp Anica apresentava-se 
nomal, por& um liquido incolor advinha de um teddo granulomatoso na 
parede anterior do meato acústico externo, sugerindo uma Sistulã salivar, 
F d realizado um exame de TC dos ossos twnporais, corte axial, e este 
mostrou um defeito na parede anterior da meato acbstica externo e ainda 
aiter-s na forma do dndiio mandibular. O defeito bssea, também 
conhecido com forame de Huschke, normalmente se fecha entre o 
primeiro e quinto ano de vida A presença da referidaanomalia anat&nica 
explica a rota pela qual o tecido granulomatoso atingiu o mato acústico 
externo. O paciente foi entao submetido a uma cirurgia para a remoção da 
nedormaç80 teciciual (tecido granulomatoso fibrbtiw com hreas de 
riecrose) e reconstruçao do defeito 6sseo. 
Anand et al.? (2000) descreveram importantes achados 
clinicus e radiogrMcos em duas pacientes que apresentavam h h i a da 
ATM para o mato acústico externo. A primeira paciente com 51 anos, 
queixava-se de perda progressiva da audíçZio do ouvido esquerda nos 
três mses anteriores ao exame, e ajnda, dor e estalidos na ATM ao abrir 
e fechar a boca. Sua abertura bucal máxima era de 50mm. Não relatou 
hitbria de trauma, ink-o ou cirurgia nas regibes da ATM e do 
complexo auditivo. AtravBs do exame otoscbpiao, foi observada M, m a t o 
acçistico do lado esquerdo uma protuber8ncla que aumentava de tamanho 
ao abrir e diminuia ao fechar a boca. Foram, então, solicitados exames 
aompiementa~s. Q sudiograma r e a W a acusou uma perda moderada 
de audição do lado esquerdo, a TI: dos ossos temporais revelou um 
defeito na placa timpsnica (foram de Huschke) centrado na junção 
anterior da membrana tirnpiinica, e a RM realizada, mostrou evidgncia de 
um ptolapso do tecido retrodiscal d& ATM para o conduto auditivo. Foi, em 
seguida, teafirada uma cirurgia com o abjetivo de corrigir a variante 
anat8mica mensurada em 7,Qmm, utilizando-se, para tanto, de uma 
pequena pomo de polypropylene (Medpore). O implante foi fixado 
usando-se uma mlnlplaca de titdnio e a paciente aconselhada a restringir 
a abertura bucal par um perlodo de três semanas. Em seu retorno, foi 
observada que a abertura b u d limitava-se a 42mm e a audição 
nomialiara. 
Continuando, os autores afirmaram que a segunda 
paciente, com 48 anos, queixava-se de dor e mWo no ouvido esquerdo. 
NAo havia hiçtbria de surdez, esmrrimento de líquido do owida ou 
díficuldade de abrir a boca (abehrã bucal rnAxima de 42mm). O exame 
otoscbpim realizado revelou um inchaço intemiinte na parede anterior 
do meate acústico externo do lado esquerdo, que apresentava seu maior 
volume em abertura bucal maxima. A TC dos ossos temporais mostrou 
um defelto 6sseo na parede anterior da placa timpãnlca e a ressonãncia 
magnetica (RM) revelou a existencia de uma hérnia dó tecido rettodiscal 
da ATM para dentro do conduto auditivo. Durante a cirurgia para oorreção, 
utilizando-se para tanto um implante semelhante ao primeiro caso 
descrito, foi visto que a referida anomalia anatbmica (foram de Husehke) 
m i a 5.0 x 7,Omm. Segundo os autores, a@ a recupe-o da 
paciente, a abertura bvcal limitou-se a 38rnm, no entanto houve mmissClo 
dos sintomas relacionados ao complexo auditivo. Anand et ai.' (2000) 
observaram ainda, que a intima rel- snatmca entre a meata actjstico 
externo e a ATM, explica o fato de um grande número de pacientes com 
sintomas de desordem temporomandibular (DTM) procurarem, 
primeiramente, assistQncia nos profissionais especialistas em ouvido. 
Desde a descoberth dos raios-x por Rontgen em 1895, 
grandes revoluç6es u&m acontecendo nos exames de radiadiagnósticu, 
Em 1949, surgiu a tomografia, uma t6cnica radiogr8fica que fornece a 
imagem de uma secção ou corte da estrutura de interesse. As imagens 
obtidas sao produzidas como se na estrutura examinada fossem 
realizados vhrios cortes em vArios ptanos de espessura relativamente 
pequena. 
Holmlund et al.= (1986). ap6s afirmarem ser a ATM a 
articula@o mais complexa da ser humano, aleriaram para a extrema. 
dificuldade em examin8-la criteriosamente atravbs de radiografias 
convencionais, portanto sugerem .que .a TC seja o exame de eleiç8o 
quando se quer visualizar estruturas que, normalmente, sgo superpostas 
e encobertas na tomada radiogrAfica comum, com 6 o caso da ATM. 
Heffez et al.18 (1 989), ao descreverem dois casos clínicos 
onde ocorreram defeitos de desenvolvimento da placa timpanica, 
observaram que as radiografias comuns eram falhas em detectar a 
presença do forame de Huschke, a qual poderia melhor ser identificada 
atraves da imagem obtida utilizandese a TC. 
Herzog & ~ i e s e ' ~ (1989) afirmaram que a tomografia é o 
exame considerado de eleição para estruturaanas quis ao se r e m e m 
o exame radiogrdfioo comum, apareçam superposi@es de imagens, como 
por exemplo, as estruturas que compbem o meato acústico externo e o 
ouvido médio encobertas pelo osso temporal. Portanto, indicaram a TC 
quando se necessita identificar a persistkncia do foram de Huschke. 
Devido sua localizaç30 e A grande possibilidade de superposição de 
imagens na regi80 dos ossos temporais, especificamente a parte 
timpanica, existe uma grande dificuldade em visualizar o foram atraves 
de tomadas radiogrhficas convencibnais. 
Segundo Arita & varoli' (1993). o funcionamento do 
tomógrafo pode acontecer de duas maneiras: primeiro quando o filme gira 
para um lado e a fonte de raios-x para o outro (O filme está colocado sob 
a mesa de trabalho livre para se movimentar, sem incomodar o paciente, 
sendo o fulcro o único ponto que permanece estdtico); segundo o 
cabepte e o filme se movimentam atrav4s de um arco em vez de 
linearmente. Esses movimentos podem ser circular, triespirat , eliptico e 
ainda outros movimentos multidirecionais. Ambas as formas geram 
imagens de uma fina camada ou slice do objeto. Essas camadas variam 
em (espessura) milímetros, sendo que a distancia entre os cortes 
(incremento) tamb6m 4 mnsurada em millmetros. Segundo os mesmos 
autores, diversas unidades funcionais compUem o sistema de TC: u m a 
fonte emissora de raios-x, um detectar de radiação, um computador digital 
e um instrumento para que os dados acumulados em fita magnbtica ou 
discos sejam transformados em imagem visual. A imagem produzida por 
um tombgrafo computadorizada inicia-se com o processo de 
estratificação. Vhrias pequenas fontes de raios-x geram feixes 
extremamente finos que ultrapassam o corpo a ser examinado, 
impregnando os detedores de radiação. A eficiência do sistema de 
estratificação pade ser aumentada com o uso de um feixe de raios-x do 
tipo fan-shaped associado a um número maior de detectares. Estes 
quando estimulados produzem imputsas el8tricos que são proporcionais à 
intensidade do feixe de raios-x emergindo do corpo. A intensidade do 
feixe 8 determinada por diversos fatores incluindo a energia do feixe 
original de raios-x e a distância entre a fonte e o deteetor, sendo que cada 
penetração no contorno do corpo, produz um numero que, juntos, sao 
armazenados em um computador digital e atraves de um complexo 
sistema algbbrico (algoritmo) contendo mais de dez mil equaws, 
transforma-os em uma escala de densidade que produzir6 uma imagem 
vislvel e interprekivel. 
Matteson et a!.28 (1 996) afinaram que a grande vantagem 
da TC 4 a obtenção de imagens sem superposiç&s, e em função dessas 
imagens superpostas 6 que as radiografias convencionais, são falhas 
para se avaliar subestnrturas bsseas. Para estes casos o exame de 
eieiçSo 6 a TC. 
De acordo com Taguchi et al? (1997), a dose de radiaçao 
necessbria para se obter uma tomografia é alta se comparada com a 
radiografia convencional, e sua disponibilidade é limitada para o cirurgião 
dentista pelos altos custos do exame, quando comparado com as 
radiografias convencionais normalmente solicitadas pelos profissionais da 
Odontologia. 
Swartz & ~ a r n s b e r ~ e r ~ (1998) chamaram a atenção para 
a impomncia do exame fisico (otoscopia) do mato acGstico externo, que 
B facilmente acesslvel. No entanto, quando este está obstruido por um 
tumor ou uma ínfe-o, o exame par imagem tomográfica 6 
extremamente importante para avaliar as estruturas adjacentes. 
Zarb at a).'' (2000) afirmaram que, depois da artroscopia e 
da cirurgia aberta da ATM, a imagem radiogrbfica B o Único método de 
obter imagens visuais dessa articulaflo. Seu pequeno tamanho, 
morfologia variAvel da fossa articular.do processo condilar da mandlbula 
e estruturas 6sseas densas que a circundam, oferecem dificuldades 
t6cnicas para obter-se uma imagem radiog&fica clara e nítida. A principal 
limitação da radiografia convencional da ATM 6 a modificaflo necesshria 
da angulação do feixe a fim de prevenir a sobreposição de estruturas 
6sseas adjacentes na imagem da articulação. Para superar estes 
obstáculos, múltiplas gcnicas ' radiagrAficas foram introduzidds, 
notadamente a TC. Os autores afimiararn, ainda, que a TC é uma opção 
se houver um problema concorrente ao tecido duro da ariiculaçiío e a 
radiografia convencional pregressa for negativa ou questiondvel; no 
entanto, frisaram que a quantidade de radiação 6 cinco a dez vezes maior 
do que na radiografia transcraniana comum. 
2.4 Artmscopla da ATM 
A artroscopia de maneira geral foi primeiramente descrita 
por Takagi em 1939. Em f 975, Omnish descreveu o uso da tecnic-a na 
ATM. Desde então, o interesse pela artroscopia da ATM tem aumentado, 
sendo que a tecnica tem sido empregada, preferenciatmente, para os 
casos de ader4ncia do disco articular, que ocorre em maior frequencia no 
compartimento superior da cavidade articular. Nestes casos, o paciente 
apresenta uma limitação de abertura bucal ou ate mesmo travamento 
articular. 
As complicaç6es pós artroscopia são importantes neste 
estudo, uma vez que o diãmetro do artroscbpio tem, em mbdia, 1,7 a 
2,4mrn, menores, portanto, que o diametro da anomalia anatdmica 
descrita por diversos autores citados durante esta reu i sb bibliogrAfm. 
Holrnlund & ~ e t l s i n ~ ~ (1985) afinaram que a ATM tem, 
na sua anatomia e em seus aspectos funcionais, caracterlsticas mais 
complexas do que em qualquer outra articulação do corpo humano. Sua 
posigo junb A base do crânio, com superposição de v8rias estruturas, 6 
um complicador quando se necessita examina-la clinica ou 
radiograficamente. Os autores, ao estudarem a precisão da artroçmpia 
corno método diagnbstico em 49 ATM de cadCiveres, concluiram, 
comparativamente, ap6s a dissecção das peças anat6micasD que o exame 
artroscbpico oferece uma boa exatiaão diag nbstica. 
Segundo Holmlund et al.= (1986). a artroscopia da ATM 
somente deve ser indicada quando a terapia consenradora não obtiver um 
resultado favorAvel, exatamnte pelos riscos que envolvem o 
procedimento. Relataram que em 28 artrosmpias reatidas, dois 
pacientes queixaramse de dor p6s-ùperatbna, 71 pacientes acusaram 
parestesia transitória durante a anestesia dos ramos zigom5tiw elou 
temporal do nervo facial; não ocorreu nenhum caso de hemorragia ou 
infeoção intra-articular, porkrn todos as pacientes relataram algum 
desconforto acústioo p6s-cirurgia, sem, no entanto, os autores terem 
discorrido como possam ter ocorrido tais desconfortos. Devido A extrema 
complexidade anatbmica e funcional da referida articulação, sendo esta 
circundada por muitas estruturas de vital importancia, concluiram que um 
criterioso treinamento em cadáveres deve ser realizado. Este treinamento 
tem como finalidade obter uma maior habilidade no manuseio do 
adrosobpio, diminuindo possíveis cornplicagdes. 
Liedberg & ~estesson" (1986) salientaram o grande 
interesse cientlfico na artroscopia da ATM, seja ela utilizada como Mtodo 
diagnbstico elou terapeutico, o que pode ser observado pelo expressivo 
número de publicaçUes a respeib do assunto. Contribuindo com 
estudos, os autores investigaram 53 ATM de cadaveres frescos, com o 
objetivo de comparar a artroscopia frente ao exame aberto da articdaç.80 
(artrotomia). Sabendo-se que os autores exploraram minuciosamente um 
número considerável de articulações, chama atenção o Fato de nãio 
salientarem para as possíveis complicaç6es que podem ocorrer durante a 
tkcnica artrosdpica, notadamente identificando-se a ATM como uma 
regiao anatômica extremamente nobre- 
SandersB (1986) observou que o travamento persistente 
da ATM tem sido atribuldo ao d&envo~vimento de desordens internas 
devido ao deslocamento do disco com ou sem redução, condiçiio 
extremamente dolorosa ao paciente. O tratamento para travamento da 
ATM deve incluir manipula90 mandibular (cinesiùterapia) e terapia 
oclusal, visando recapturar ou reduzir o disco âeçlocado. Se houver 
insucesso com o tratamento conservador, o travamento persistirá, sendo 
indicada a cirurgia artrosa5pica que & considerado um &todo altamente 
efetivo para liberar o disco da superficie da fossa articular. Apbs estudo 
cllnico em 40 artroscopias realizadas, o autor relatou uma severa 
complicação com infec@o no ouvido m i o , resuitando em perda da 
audição; no entanto, nElo mencionou como ocorreu. Em todos os casos, 
utilizou pelo menos um &todo de imagem como prb-operatbrio nao 
especificando qual. 
Westesson et (lg86) afinaram que as complicaçóes 
durante a artroscopia da ATM n80 estavam muito bem documentadas. 
Chamaram a atenção para os riscos de danos nos vasos temporais 
superficiais na regiao lateral. da ATM, pela-proximidade desta ao nervo 
facial, e ainda, para o perigo acentuado de se causar iatrogenias durante 
manipulação intra-articular com o trocar (instrumento biselado utilizado 
para se penetrar ate a fossa articular) cujo diametro M d i o situa-se entre 
1,7 e 2 , 4 m Informaram, ainda, que o risco pode s e r dirninuldù com uma 
boa e suficiente distensão da ATM atravbs de uma injeçilo satina 
intracapsular realizada antes de se iniciar a artroscopia. 
Van Sickels et (1987) afirmaram ser a artroscopia da 
ATM o mais novo &todo para tratamento e diagnbstíco das desordens 
temporomandibulares (DTM). Apbs a revisão de literatura sobre o assunto 
e baseanbse na anatomia regional, observaram um número potencial 
de complicaçOes que podem ocorrer durante e apbs a cirurgia 
artroscúpica. SBo eles: hemorragia e infec@o na cavidade articular, 
edema, perfurações na membrana tirnpania e fossa craniana m i a , 
injtiria na glanduta parótida, condrites, capsulites, danos ao disco articular 
e articulaç.30, injúrias nas estruturas do ouvido médio com perda parcial 
ou total da audi@o. Os autores relstaram ainda o caso clinico de uma 
paciente que durante a artroscopia da ATM, sofreu dilaceraçáo da 
membrana timpbica com rompimento d e umossicuio no ouvido M i a - e 
subsequente perda total da audição, sem, no entanto, explicarem como 
ocorreu tão grave iatrogenia- Os autores finalizaram recomendando a 
avaliaçao de um otorrinolaringologista, caso ocorram complicaçbes pbs 
artroscupia da ATM, 
Applebaurn et (1988) afinaram que a ariroscopia da 
ATM B um procedimento cirúrgico efetivo para fins de diagnbstico e 
tratamento de suas desordens. Observaram que, com o aumento 
crescente de indicaç6es para este procedimento, as complicações pbs- 
cirúrgicas têm sido relatadas na mesma proporção. Com relação As 
complicações especificamente relacionadas ao aparelho auditivo, a 
literatura pesquisada pelos autores mostrou que, desde a primeira 
artroscopia da ATM realizada em 1975 por Ornniçh, somente dois m o s 
foram publicados: um, por sanders3 (1 986); outro, por Van sickels4' 
(1987). Em seguida, os autores descreveram h& casos onde ocorreram 
&rias complicaçUes otológicas p6s artroscopia da ATM, senda dois 
pacientes do sexo feminino e um do sexo masculino. Em todos os casos, 
ocorreram penetragíks do artroscópio em estruturas nobres da região do 
ouvido, sendo que, em dois casos, deixaram sequelas irreversiveis. Logo, 
alertararn para a necessidade denim maior cuidado quando da inserpo 
do trocar na ATM, feita por meia de uma pequena incisão. Chamaram a 
atenção para as breas de junção entre as porçoes cartilaginosa e bssea 
do meato acústico externo e ainda a porção cartilaginosa do meato, que 
podem ser facilmente perfuradas por este instrumento biselado e rlgido, 
com diametro variando de 1,7 a 2,7mm, e, inadvertidamente, penetrar no 
ouvido W i o . F inalizararn relatandb que os acidentes podem ter ocorrido 
devido a umafratura acidental na fina parede anterior da mato acústico 
externo promovida pelo equipamento cirijrgico, ou ainda a possibilidade 
de a TG prboperatória ter falhado em detectar pequenos defeitos ósseos 
que pudessem facilitar a penetração do artroscbpio na mato acbstico, 
com sequelas, muitas vezes, irreversiveis. 
Holmlund 8 ~ellsing'' ( I g88), ao realizarem estudo clínico 
e artroscbpico para investigar a ocorr6ncia e locaiiagio de osteoartrose e 
sinovite na ATM, citaram que, apds 38 pacientes serem submetidos ao 
exame artroscbpico, nenhuma complicação foi observada. 
Greene et al.14 (19891, ao estudarem detalhadamente a 
região anatbmica da ATM, objetivando evitar complicaçbes ao se realizar 
o exame artroscbpico em regiao E o nobre, chamaram a atenção para o 
extremo cuidado que deve ser tomado ao inserir os instrumentos 
utilizados para ú exame dentro da -vidade articular. Esta pode 
apresentar regiao com parede dssea muito fina, hauenda a possibilidade 
de ser, infortunadamente, perfurada pelo artrosolipio com subseqCiente 
penetrago no ouvido médio, deixando seqClelas, muitas veres, 
irreversiveis. 
Hefíez et a1.j8 (1989). ao estudarem as anomalias ósseas 
de desenvolvimento da placa timpânica, afirmaram que o forame da 
Huschke poderia propiciar a passagem do trocar da fossa articular para o 
rneato acústico externo, em seguida atingindo a membrana tirnpanica, 
perfurando-a, como tem sido descrito na literatura 
lndresanon (1989) afirmou que a artroswpia da ATM deve 
ser indicada para os casos de travamento persistente desça articulação, 
principalmente quando o tratamento conservador, preferencialmente 
preconizado, n8o obtiver o sucesso esperado. O autor acompanhou por 
um longo periodo pacientes que se submeteram a 64 artroscopias da 
ATM, ponderando que quatro compficaçbes ocorreram nos vinte primeiros 
exames e associou-as A pouca habilidade inicial do cirurgião 
bucomaxilofacial. Dentre elas, relacionou: paralisia dos ramos temporal e 
zigomhtico do Vlf par craniano, que retornou apds seis meses e um caso 
de otite externa que n3o foi associada perfuração do m a t o acústico 
externo. Recomendou, portanto, exame otológico p6s artroscopia da ATM. 
Condui citando que: 'complicaçdes podem ocorrer, porkrn &%o taras na 
rnao de um experiente cirurgiãow. Alertou os profissionais que realizam 
esta intervenção, sobre a necessidade de um treinamento apurado e 
exaustivo antes de habilitaremse a realizar ù exame artroscbpico em 
região tão nobre. 
Jones & ~ o r n ~ ~ ((1989). ao estudarem o efeito da 
artroscopia da ATM na função auditiva, citaram que 22 articuIaçBes de 14 
pacientes (12 do sexo feminino e dois do sexo masculino) foram tratadas, 
nao sendo observada nenhuma deficigncia auditiva pbs-cirkgica 
Entretanto chamaram a atenção para os casos raros onde possam ocorrer 
a persisthcia do forame de Huschke, considerado uma via importante 
atravbs da qual o artroscdpio possa penetrar no mato acústico externo 
elou mbdio, com graves complicaçUes ao complexo auditivo. 
Moses et a!." (1989) observaram que inúmeros acidentes 
tem sido descritos relativos ao procedimento artroscopia da ATM, muitas 
veres com sequelas irreverçlveis ao complexo auditivo. Recomendaram 
que, ap6s este procedirriento cirúrgico, deveria sempre ser feita uma 
avaliagão por um especialista de ouvido e exame de otoscopia, para 
verificar possiveis danos iatrog6nicos. Afirmaram, ainda, que a artroscopia 
deveria ser usada como terapia somente para algumas DTM, 
principalmente em casos de deslocamento anterior do disco com limitação 
de abertura bucal. 
Moses & ~ o k e p ((1989) afirmaram que macrotraumas 
(impacto) e microtraumas na ATM são alguns dos fatores etiolbgicos de 
desordens internas nesta articulação. Como conseqU&ncia, podem ocorrer 
os deslommentos do disco articular, sendo que este não retomando A 
sua posiwo funcional, podem advir as aderencias entre o disco e a fossa 
articular com conseqüente timitaç& de abertura bucal. Relataram que 
estas alteraç8es devam ser preferencialmente tratadas abav8s de uma 
terapia conservadora. e, caso as resultados nãa sejam satisfatbrias, a 
artroscopia da Ai?vi é uma alternativa a ser considerada. Finalizaram 
recomendando um exame otolbgico feito por especialista para verificar 
posslveis iatrogenias pbs intervenflo artroscdpica na ATM, as quais tem 
sido descritas na literatura. 
~ ~ h i t e ~ (7989), informou que a artroscopia da ATM tem 
sido largamente usada para examinar o espaço articular superior em 
pacientes com desordem interna e condi@o articular degenerativa. Ao 
acompanhar a evolução de cem artrosoopias da ATM realizadas por sua 
equipe, onda todos os exames realizados iniciaramse com pelo menos 
um estudo por imagem atravks de radiogrãfia transcraniana, sendo que 
alguns pacientesi& passularn RM da ATM e outros TC da-mesma regiao, 
salientou que poucas complicações ocorreram durante e ap6s o exame: 
uma foi a fratura da &nula utilizada, que foi removida em seguida, n8o 
informando, porém, se deixou sequela; outra, de um paciente que relatou 
parestesia infraorbitária, retomando ao .estado normal apbs tres dias. No 
entanto, o autor chama a atenção para as complicações no complexo 
auditivo como resultado do exame artroscbpico da ATM, as q u i s foram 
descritas na literatura. Ponderou, recomendando que, apbs a cirurgia, um 
exame do mato acústico externo 0 da membrana timpanica deva ser 
feito por um especialista de ouvido para avaliar possiveis iatragenias, 
concluindo que a tbcnica apresentb resultados Favoráveis a curto prazo, 
com mlnimas complicaçbs. 
Herzog & ~ i e s e ' ~ (1989) informaram que hemorragia, 
injúria motota e sensitiva, danos articulação, otalgia, dor, inchaço e 
infeqão são complicaçdes que podem ocorrer durante o exame de 
artroscopia da ATM. Com o objetivo de diminuir esbs e outras 
complica@es, estudos em caddveres t&m sido realizados buscando um 
acesso A ATM que nao deixe seqUelas no nenro facial e nos vasos 
temporais superficiais. Talvez a mais devastadora complicação, segundo 
os autores, seja o envolvimento e injúria em estruturas do ouvido Mdio e 
interno. Ao observarem a dificuldade em se detalhar o mecanismo de 
ocorremia dessas compiiqões, procuraram identifimr, através de 
fatores anatdmicos, o que poderia predispor a tais tesoes. Afirmaram que 
a persistencia do forarne de Huschke com a penetração do trocar atravBs 
do mesmo, poderia justificá-las. Este deixaria vulnerAveis estruturas do 
ouvido médio e interno, trazendo serias sequelas ao aparelho auditivo. 
Com o objetivo de ilustrar outras posslveis impticaçbes clínicas em 
pacientes que apresentem a referida anomalia anatõrnica, os autores 
relataram o caso clinico de uma hernia no mato acústico externo, que foi 
atribuida 4 persistgncia do forame de Huschke. Observaram que o 
paciente ao abrir a boca, o aumento da pressAo hidroçtática do liquido 
sinovial pressionava o epitelio que reveste o mato aciistico externo, 
sendo visualizado através da atascopia como uma saliência, porem, 
fechando a boca, a saligncia desaparecia. Cùnclulram sugerindo que uma 
otoscúpia deveria ser preferencialmente realizada solicitando ao paciente 
que abrisse e fechasse a b o a durante o transcorrer do exame. 
Moses & I4osaka3' (1 9921, ao realizarem uma ariroscopia 
da ATM em um menino que apresentava dificuldades em abrir e fechar a 
boca, chamaram a atenção para a referido exame em crianças para que 
n8o ocorram complicaçbes. Ressaivaram que pacientes pedjátricos tem 
uma fossa articular rasa quando comparados com adultos. Numa vista 
coronal, os tubbrculos articulares nao sao proeminentes como nos 
adultos, portanto a punção deve ser mais alta para evitar danos ao disco 
aficuiar, Os autores nBo mencionaram que, na desenuolvimnto dos 
ossos temporais, encontra-se at6 o quinto ano de vida o foram de 
Huschke. A sua persistência no adulto tem sido associada a leses no 
complexoauditivo durante a artroscopia da ATM, que deixam sequelas 
muitas vezes irreversiveis. 
Bel17 (1 992) relacionou algumas complicações que podem 
ocorrer durante a artroscopia da ATM, como a paralisia do nervo facial, 
penetração do trocar no ouvido, injúria intra-capsular, hemorragia e 
in-o na cavidade articular no pbs-operatbrio. P o r h estas 
complicações são raras: 1,7% de 7 .O27 casos catalogados de cirurgiães 
bucwnaxilofaciais que realizam este procedimento. Afirmou ainda que em 
estdgios avançados de desordens internas, o baixo [ndice de sucesso da 
terapia conservadora, indica o tratamento cirirrgico atrav6s da artroscopia. 
Finalmente pondera que com as novas tkcnicas de imagem, a artroscopia 
n8o deve ser usada para fins de diagnbstico muito menos para desordens 
musculares da ATAR. 
McCain et (1992) mencionaram a da@o de um 
comit6 especial para artroscopia da ATM pela Amerícan Association of 
Oral Maxillofacial Surgeons, com o objetivo de obter um banco de dados 
sobre resultados de artroscupia da ATM. De abril de I983 a dezembro de 
1989, 3.146 pacientes foram tratados, sendo realizados 4.831 exames 
artroscbpicos em pacientes com idade entre dez e 83 anos. Após o 
exame de 4.736 ATM cujos pacientes queixavamse de dor, 91,3% 
melhoraram. As complicaçdes relatadas pelos pacientes foram: surdez 
completa em um caso, surdez parcial em outros 23, 939 pacientes 
apresentaram altera- no sistemh nervoso, i n f v na ATM em outras 
14, instrumento quebrado em 46 pacientes e hemorragia na cavidade 
articular foi relatado em apenas um caso. Todas os exames foram 
realizados com, pelo menos, um estudo por imagem prb-operatório. 
Muitos cirurgiões-dentistas utilizaram RM para tecido mote, radiografia e 
TC para tecidos duros, sendo que esta última com pouca freqWncia. 
Finalmente, ressaltaram que a artroscopia B altamente efetiva, 
minimamente invasiva e segura como método de diagnbstico e tratamento 
de patologias intra-articulares na ATM, no entanto os autores nao citaram 
a persistencia do forame de Huschke como um potencial complicador 
para a artroscopia da ATM. 
Stein" (1 9951, ao revisar a literatura referente ao assunto 
artrocentese da ATM, verificou que este procedimento 6 uma opção 
menos invasiva frente A tbcnica artrosct5pica, notadamente para os casos 
de IirnitaçAo .de abertura bucal em que a técnica conservadora, 
preferencialmente preconizada, não correspondeu favoravelmente. 
A f i m u ainda que as c o m p l i c ~ e s pbs-cirúrgicas são rnlnirnas e 
envolvem dor, parestesia transitdria e ederna, provavelmente em 
conseqll4nch da distençBo do espaço articular atraves da injeção de uma 
solução salina que precede a cirurgia. O autor n8o mencionou se foram 
realizados estudos por imagem como requisito prb-operatório, nem 
mesmo se a presença de variantes anatUmicas poderiam çontra-indicar 
ou ainda orientar para que novos cuidadas fossem asegurados, 
objetivando o sucesso cllnico esperado. 
Carls et a1.I0 (1996). ao estudarem 451 artroscopias da 
ATM realizadas em um perludo de dez anos, relataram que ocorreram 
complicaç&s em apenas oito casos. Em três casos os pacientes 
queixaram-se de parestesia ternporAria no V par craniano, parestesia 
temporaria no Vlt par craniano em dois casos e aneurisma traumático, 
hematoma e quebra da inçtrumntbs ocorreram, cada um em um caso. 
Segundo os autores, injirrias neurológicas são as cornplicaç6es mais 
relatadas na literatura, o que foi verificado tambkm nos estudos realizados 
por eles. Afirmaram que as complicagões, durante e apbs a artroscopia da 
ATM. &o pouco frequentes, entretanto elas podem occirrer. Contudo, 
concluiram que é preciso estar atento e bem habilitado para o manuseio 
seguro do equipamento. 
Nitzan et ai." (1997) realizaram um estudo em que 
avaliaram, por um periodo de seis a 37 meses, o resultado ctinico obtido 
apbs a artrocentese em 39 pacientes (quarenta ATM). Os procedimentos 
cirúrgicos foram indicados a p b anamnese e exame clínico e indicados 
para pacientes com histbria de limitação de abertura bucal elou 
travamento articular não associados a macrotrauma. Não foi mencionado 
nenhum tipo de estudo por imagem como requisito pr6-operatbrio. 
Relataram os autores que, em quarenta artrocenteses realizadas (39 
pacientes), nove pacientes experimntaram algum tipo de complicação 
local ou sistkmica, sem detalharem. mntudo, quais foram estas 
complicações. 
Schickinger et (1998) relataram que. ao avaliarem 
uma paciente de 38 anos com história de artrose e travamento da ATM, 
esta reclamou de dor e perda da audição no ouvido direito apbs ser 
submetida a artroscopia da ATM, Ao consultar um otorri~olaringologista~ 
este obsenrou, atrav6s da otoscopia, que o m a t o acostico externo estava 
cheio de sangue e uma solução aquosa, bem como havia uma perfuração 
central na parte antero-inferior da membrana timpânica; no entanto não 
havia sinais visíveis de perfuração no meato acústico externo. Os autores 
ponderaram que, embora os números de complicações após a artroscopia 
fossem pouco expressivos, injdrias ao ouvido médio e interno são serias o 
bastante para estimular investigagbes sobre o posçlvel mecanismo de 
com procedem. Foi realirado em'8eguida uma TC e uma R M na ATM 
direita, que revelaram degeneração 6ssea e alteraçóes infl arnatbrias. Não 
havia alteraçdes dsseas que justificassem as iatrogenias causadas. Os 
autores, ao revisarem a literatura, encontraram algumas das possíveis 
explicações para a ocorrido, como por exemplo, traumas, doença. articular 
degenerativa e a persistencia do forame de Huschke no adulto, o que não 
ocorreram neste caso. Acreditaram que a inje@o salina usualmente 
utilizada sob pressão para distender a cápsula articular possa ter 
penetrado na fissura petrotimpdnica e, em seguida, ter rompido a 
membrana timpanica. Finalizaram chamando a aten@o para a 
importância do exame de TC com cortes bem finos do osso temporal, 
para identificar estes pacientes de afo risco para a artrscopia da ATM. 
Hasson 8 ~ e v ~ ' ' (1999) afirmaram que, durante algum 
tempo, a reposição cirrirgica do disco articular e a artroscopia da ATM 
eram as dnicaç opg8es para os pacientes com limitação de abertura bucal 
de origem articular, que não obtiveram um sucesso dinico esperado com 
o tratamento conservador. Obsenrararn ainda, que a artrocentese e 
lavagem da ATM vieram ocupar o lugar intermediário entre as duas 
oppões descritas anteriormente, com resultados animadores. Posslveis 
complicagks da artrocentese e lavagem da ATM incluem extrauasamento 
do soro fisiolbgico nos tecidos ao redor da ATM tratada com pmslvel 
fomf lo de hematoma. Alguns pacientes podem apresentar diminuiflo 
temporária da audiflo, mas somente por algumas horas. Os autores não 
mencionaram o mecanismo que pocieria explicar esta perda de audi@o 
rnomsntânea, nem mesmo a atribuiram a fatores anatdmicos locais. 
Trieger et al." (1 999) ao avaliarem o efeito da artrocentese 
da ATM em 12 pacientes com artrite reumatbide que apresentavam algum 
tipo de limitação de abertura bucal ou mesmo travamento articular, 
descreveram o procedimento cirúrgico iniciando-se sob anestesia IomI e 
consistindo na introdu@o de duas a'gulhas no espaço articular superior da 
ATM, em seguida, 6 realizada uma irrigação durante vinte a trinta minutos 
com uma soluçSo salina. Concomitante, a mandlbula foi continuamente 
forçada a movimentar-se para cima e para baixo. Segundo os autores, os 
resultados obtidos foram satisfatbrios. Ao reiatarem que os pacientes 
tinham alteraçães h e a s devido CL doença slst&mica, não. informaram 
qual tipo de estudo por imagem que utilizaram, como tambdrn nao 
mencionaram se pcisslveis complicações ocorreram durante e apbs a 
saIiza@o da inteniençáo. 
Barkin & weinberg6 (20001, ao estudarem os resultados da 
artroscopia e da artocentese com terapias para desordens internas da 
ATM, observaram que, na d6cada passada,a cirurgia artrosdpica e, mais 
te~ntemente a artrocentese t6m sido cada vez mais usadas. Tanto a 
primeira como a segunda técnica, são largamente utilizadas quando o 
tratamento consenrador preconizado não corresponde ao esperado. 
Afirmaram que a artrosmpia da ATM e minimamente invasiva e as 
complicações pbwperatbrias sgn poucas, no entanto não relatBram 
possiveis cornpIicaçUes que poderiam ocorrer durante e apbs a 
artroc8ntese. 
~ u r i c e l l i ~ ~ (2000) afirmou que. devido B complexidade na 
definigáo diagnbstica das DTM e a grande variante de possibilidades 
tecnico cirirrgicas preconizadas como tratamento para a regi80 da ATM, 
incluindo desde uma artroscopia a@ a cirurgia articular aberb, existe um 
potencial niimero de possíveis complicaçües pbs-operatbrias que podem 
inadvertidamente ocorrer; no entanto não especificou quais seriam estas, 
complicaçües. Ponderou afirmando que a terapgutica cirfirgica que 
envolve o tratamento das atterafles estruturais e funcionais da ATM 
deveria ser somente indicada pata casos selecionados, como por 
exemplo, as redu-s bsseas, ''casos de anquitosa, hipopiasia e 
hiperplasia condilianas. 
Esta pesquisa se prop6s a realizar um estudo tomografico 
da persistgncia do foram de Huscbke, em indiuiduos n a fauraet&iaaeirria 
de dez anos de ambos os sexos, bem como abordar a impoMncia clínica 
da presença do foram. 
4 MATERIAL E M ~ O B O 
Para o presente estudo, foram avaliadas um total de 150 
tomografias compufadorizadas da região da orelha, cujos cortes 
tomogrdficos via de regra atingem a 8rea anatbrnica de interesse nesta 
pesquisa. As imagens tomogr4ficas analisadas foram obtidas através de 
exames tomogrAficos realizados em indivlduos com faixa etária superior a 
der anos d e idade, sendo 68 pertencentes ao sexo masculino e 82 ao 
sexo feminino, com idades entre 11 e 88 anos, &dia de idade de 47 
anos. Estas imagens estavam arquivadas e foram recuperadas do arquivo 
de imagens do Serviço de Radiodlagnbstico MED IMAGEM do Hospital 
Beneficência Portuguesa de São Paulo (Capital) sendo em seguida 
restauradas pelos computadores, partes integrantes dos tomúgrafos. 
Todas as tomografias foram atentamente analisadas por 
dois observadores previamente calibrados, com o objetivo de pesquisar 
na região da fossa articular e da meata acirstico externa a persistência do 
foram de Huschke. Uma vez constatada a presença da anomalia 
anatbmica, as imagens de interesse foram fotografadas, duplicadas e 
impressas em pellculas prbprias para tomografia, sendo em seguida 
anotados em ficha apropriada os seguintes detalhes: 
a) presença ou ausencia do foram; 
b) sexo do paciente; 
c) incidencia uni ou bilateral e 
d) dentro da unilateralidade, se direita ou esquerda. 
0 s exames tomogrAficos que constam da amostra, foram 
realizados em pacientes com indicaçbes Mdicas variadas. Com o 
objetivo de nao prejudicar esta amstragem, foram excluidos exames de 
paaentes operados na região da orelha dou com história de trauma na 
mesma região, exames de pacientes que dificultaram tecnicamente sua 
realizaçiio e exames controle de pacientes uma vez avaliados. NBo foram 
excluidos exames realizados utilizando-se contraste intravenoso. 
T o d a os exames informam a idade, o sexo e onumero do 
registro geral (RG) que identificam o paciente no Serviço. Somente os 
exames que sugerirem a persistgncia do foram de Huschke identificarao: 
a skrie e a seq08ncia em que as imagens foram obtidas, e se estavam 
presentes do lado direito, esquerdo'ou de ambos os lados. 
Os exames tomogr&fícos que foram avaliados sao de 
cortas no plano axial da regiao da orelha, com espessura do cozte.de 1 ,O 
a 1,5mm, e incremento, que representa a disuncia entre os cortes, de 
7 , O m . 
As imagens foram obtidas individualmente utilizando-se 
dois tipos de apare!hos, como mostra o quadro I. 
Quadro 1 - Aparelhos utilizados para a realização dos exames 
I Aparelho A Aparelho B 
Hi-Speed CTli I Modelo 9800 Quick Hi-Light 
I 
Algoritmo EDGE 1 Algoritmo EDGE 1 
I (Usado de forma convencional) - tcÕi-~anv~~i6"ãl 
Para exame de pequenas estruturas como, por exemplo, 
os ossos temporais, o aparelho A (helicoidal) foi utilizado na forma 
convencional. O fato justifica-se para a obtençao da mesma qualidade de 
imagem obtida com o aparelho R (con~encional)~ 
Apbs a avaliação de todos os exames pelos dois 
observadores, os resultados obtidus foram submetidos ao tratamento 
estatlstico com o auxilio do teste exato de Fisher, para avaliar se a 
persisthcia do forame de Huschke, no total da amostra, ocorreu com 
maior freqtibncia em pacientes do sexo feminino ou masculino, se em 
relação ao sexo houue maior incidencia uni ou bilateral, e verificar ainda 
sua incidgncia com relaçSo ao lado. 
5 RESULTADOS 
Apbs serem avaliados todos os 150 exames de TC que 
comp&m a amostra desta pesquisa, foram obtidos as seguintes 
resuftados: o foram de Huschke estava presente em 17 (17,3%) e 
ausente em 133 (88,7%) dos paciehtes. No total de 17 pacientes em que 
este estava presente, 1 3 (76,5%) eram do sexo feminino e quatro (23,5%) 
eram do sexo masculino, mostrando uma maior incidencia do fosame em 
indivíduos do sexo feminino, o que foi significante estatisticamente atrav4s 
do teste exab de Fischer. Portanto, podese afirmar que a incidgncia do 
forame de Huschke 6 maior em indivíduos femininos do que em indivíduos 
masculinos. Com relaflo ao lado, verificou-se que o foram de Huschke 
foi identificado bilateralmente em 11 (64,7%) pacientes e unilateralmente 
em seis (35,3%) pacientes, não mustrando preval8ncia para qualquer um 
dos lados. Os dados podem ser obsenrados nas Tabelas apresentadas a 
seguir, numeradas de um a oito. 
Na Tabela 7, pode-se verificar que nos 750 exames 
avafiados, o foram de Huschke estava presente em 17 (li,3%) e 
ausente em 133 (88,7%) pacientes do total da amostra. 
Tabela 1 - Presença ou ausencia do foram de Huschke no total da 
amostra 
Foram de Huschke Presença" Aus&nciaW Total da amostra' 
Número de pacientes 17 (1 1,3) t 33 (88,7) í 50 (100) 
(*) FrequBncia absoluta: fora dos parênteses 
FreqMmia re4ativa: dentro dos -teses 
Na Tabela 2, pode-se obsenrar a prevalencia do foram de 
Huschke com relação ao sexo. Verificamos que 23 (8,796) indiu[duos da 
total da amostra eram do sexo feminino e quatro (2,7%) eram do sexo 
masculino. 
Tabela 2 - Prevalencia do forame de Huschke com relação ao sexo 
Sexo Feminino* Masculino* Tobl da amostra* 
Forame de Huschke 13 (8,7) 4 (2,7) 150 (1 00) 
(") Frequericia absoluta: fora das parenteses 
FregWncia relativa: dentro das parenteses 
A Tabela 3 mostra que o foram de Huschke foi 
identificado unilateralmente em seis (4,0%) pacientes, e bilateralmente em 
1 I (7,3%) do total de pacientes. 
Tabela 3 - Uni ou bilateralidade do forame de Huschke 
UnilBilateralidade Unilateral* Bilateral' Total da amostra* 
Foram de Huschke 6 (4,O) í 1 (7,3) i 50 (f 00) 
(7 Frequbncia absoluta: fora dos parên- 
FreqlSBncia relativa: dentro dos parenteses 
A Tabela 4 mostra que os seis forames de Huschke 
unilaterais encontrados na amostra estão em uma equanim distribuição 
dentro da unilateralidade, ou seja, três (2,0%) do lado direito e os outros 
três (2,0%) do lado esquerdo. 
Tabela 4 - Dentro da unilateralidade, incid&ncia direita ou esquerda 
Unilateralidade Direita* ~ s q úerda' Total da amostra* 
Foram de Huschke 3 (2,O) 3 (2,O) 150 (1 00) 
(7 Freq~&tci~absoiuta: fora dos parenteses 
FreqMncia relativa: dentro dos parênteses 
Para verificar as hipbieses de que, na regi80 da fossa 
articular e do mato acústico externo, os sexos induzam frequencias 
iguais da presença do foram de Huschke; frequ&wias unilaterais iguais 
As das bilaterais; freqU$ncias uniiaterais esquerdas iguais &s fcequencias 
unilaterais direitas, foi realizado o tratamento estatístico dos dados obtidos 
com o auxjlio do teste exato de Fisher. 
Essa verificação se efetivou no nível de signifidncia

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