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VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 1
AMIDO DE MANDIOCA OXIDADO POR ACIDO LÁTICO E PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO 
Thaís Paes Rodrigues dos SANTOS1, Cláudio CABELLO2 
 
RESUMO 
 O amido de mandioca oxidado é bastante utilizado pela indústria têxtil, papeleira e mais 
recentemente pelas indústrias de alimentos, devido suas características, como a propriedade de 
expansão. Este trabalho teve como objetivo desenvolver a modificação do amido de mandioca 
através da oxidação com ácido lático e peróxido de hidrogênio, a fim de desenvolver a expansão 
com o aumento dos grupos carboxilas. Os resultados obtidos indicaram pequeno aumento no 
índice de expansão e na quantidade de grupos carboxila. Concluindo que novos estudos deverão 
ser desenvolvidos para um melhor entendimento dos mecanismos da expansibilidade. 
Palavras chave: modificação, propriedade de expansão, grupos carboxila, características. 
 
SUMMARY: CASSAVA STARCH OXIDIZED LACTIC ACID AND HYDROGEN PEROXIDE. The 
oxidized starch from cassava is widely used by the textile, paper and more recently for the food 
industry because of its characteristics, such as the expansion property. This study aimed to 
develop a modification of cassava starch by oxidation with lactic acid and hydrogen peroxide in 
order to develop and expansion with the increase of carboxyl groups. The results indicated a small 
increase in the rate of expansion and the amount of carboxyl groups. Concluding that further 
studies should be developed for a better understanding of the mechanisms of expansion. 
Keywords: modification, expansion property, carboxyl groups, characteristics. 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Amido oxidado é amplamente utilizado em diversos ramos da indústria, principalmente, 
têxtil e papeleira, porém sua utilização em indústrias de alimentos vem aumentando. 
Características como baixa viscosidade, alta estabilidade, claridade da pasta e formação de filmes 
são de grande interesse pela indústria de alimentos para o desenvolvimento de alimentos nas 
áreas de congelados, confeitaria, gomas e doces, pois pode melhorar a textura, aparência, 
umidade, consistência e estabilidade no armazenamento (shelf-life) dos mesmos. 
 Embora o ácido lático esteja presente nos amidos fermentados, na concentração de cerca 
de 1%, quando modificados quimicamente necessita-se de maiores concentrações do mesmo 
para se obter altos índices de expansão. A utilização desses ácidos são bastante estudada pois é 
um ácido orgânico com propriedade GRAS, podendo ser utilizado em alimentos, já o uso de 
peróxido de hidrogênio é restrito, podendo ser utilizados em pequenas quantidades. 
 
1 Aluna de Pós-Graduação, FCA/UNESP, Botucatu/SP – thaispaes.btu@ig.com.br 
2 Pesquisador Doutor - CERAT/UNESP, Botucatu/SP – dircerat@fca.unesp.br 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 2
 Estudos com modificação de amido com acidificação com ácido lático seguido de oxidação 
foram realizados por Demiate et. al (2000), utilizando permanganato de potássio com o objetivo de 
desenvolver o índice de expansão de amido de mandioca pela introdução de grupos carboxilas, e 
Martinez-Bustos (2007), a partir do peróxido de hidrogênio para o estudo das propriedades do 
amido modificado de mandioca. 
 Amido de mandioca fermentado, polvilho azedo, é de grande interesse pela indústria de 
alimento devido sua propriedade de se expandir durante o forneamento. Por esse motivo, existem 
vários estudos para o desenvolvimento de um amido modificado com essas características com a 
intenção de substituir o processo de produção do polvilho azedo, o qual despende alto custo com 
mão de obra e problemas com contaminação física e química. 
 O objetivo desse trabalho foi desenvolver um amido de mandioca modificado através da 
acidificação com ácido lático seguido de oxidação com peróxido de hidrogênio sem efeito 
catalítico da luz, a fim de desenvolver a propriedade de expansão com a introdução de grupos 
carboxilas. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
Material 
A modificação e as análises foram realizadas no laboratório do CERAT/UNESP Botucatu. 
Para a modificação foi utilizado amido de mandioca nativo doado pela indústria Halotec e para as 
análises foram utilizados materiais e equipamentos já disponíveis no laboratório. 
 
Modificação do amido de mandioca 
O processo de oxidação foi realizado de acordo com Martinez-Bustos et. al (2007). O 
amido foi suspenso em água na proporção de 400g L-1 em um Becker e constantemente agitado a 
35°C. O pH da solução foi ajustado para 4.0 por adição lenta de ácido lático (85%). Peróxido de 
hidrogênio (1g Kg-1 de amido) foi então adicionado à solução e a mesma foi constantemente 
agitada por 8 h com o pH mantido a 4.0. Em seguida, a solução foi centrifugada para a 
recuperação do amido, o qual foi lavado com 500mL água destilada e seco em estufa de 
circulação de ar a 45°C por 48h. 
 
Poder de Expansão 
Para verificar a propriedade de expansão do amido modificado foi analisado o volume 
específico utilizando a metodologia desenvolvida Cereda (1983), através do transbordamento de 
painço. Foram pesados 50g de amido nativo ou modificado e colocados sobre amostra 
aproximadamente 40mL de água fervente. A massa foi modelada, testando-se a consistência nas 
mãos até tornar-se homogênea e macia suficiente para ser moldada. Caso permanecesse dura e 
quebradiça, um pouco mais de água fervente era adicionado até obter-se a consistência ideal. 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 3
Com a massa modelada foram confeccionados seis biscoitos redondos. Foram distribuídos em 
assadeira e levados ao forno elétrico termoestatizado à temperatura de 200°C, por 25 minutos. Os 
volumes dos biscoitos foram determinados pelo método de deslocamento de sementes de painço. 
Depois de frios os biscoitos foram pesados, para determinação do volume foi usado um Becker de 
2000mL completado de semente de painço, em seguida retirou-se parte das sementes e 
colocados os biscoitos e recoberto pelas sementes até completar o volume. O volume 
transbordado foi medido em proveta, obtendo-se por cálculo do volume específico (expansão), 
expresso em mL g-1 calculado pela relação entre o volume (mL) e o peso (g) de cada biscoito. A 
expansão das amostras foi comparada aos índices de expansão estabelecidos por NUNES & 
CEREDA (1994) para classificar o polvilho azedo em pequeno (≤ 5,0mL g-1), médio (de 5,0 a 
10mL g-1) e grande (≥ 10,0mL g-1). 
 
Determinação de grupos carboxílicos 
A concentração de grupos carboxílicos foi determinada pela metodologia modificada 
Kuakpetoon e Wang (2001), onde uma amostra de 2 gramas de amido modificado foi diluída em 
25 mL de 0,1 N de HCl e mantida sob agitação por 30 minutos num agitador magnético. A 
suspensão foi centrifugada e em seguida lavada com 400 mL de água destilada. O amido 
depositado foi transferido para um Becker e o volume ajustado a 300 mL com água destilada, em 
seguida foi aquecida em banho de água a 100°C com agitação constante até completa 
gelatinização. A dispersão de amido gelatinizado foi elevada a 450mL com água destilada e 
titulada com solução padrão de 0,01N de NaOH, utilizando fenolftaleína como indicador, até pH 
8.3. A amostra em branco foi realizada com a mesma quantidade de amido e seguindo o mesmo 
procedimento a partir da diluição em 300mL de água destilada. Os grupos carboxílicos foram 
calculados como: 
 
 
  gspamidodeAmostra
alcalinaeNormalidadmLBrancoAmostratituladaAmostra
carbonilademPorcentage
..
1000045,0 
 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Os resultados da análise de poder de expansão do amido oxidado, foram obtidos a partir 
de três repetições, não diferiram quanto à classificação de Índice de Expansão citado por Nunes e 
Cereda (1994). O índice de expansão dos biscoitos foram 1,03 e 1,88 mL g-1, com desvio padrão 
de 0,10 e 0,75, para amido nativo e oxidado, respectivamente,sendo classificados como pequeno. 
Os biscoitos confeccionados com amido oxidado apresentaram diferenças físicas quanto a 
sua expansão quando comparados com os confeccionados com amido nativo. A expansão 
desenvolveu quebra na superfície dos biscoitos e bolhas maiores, evidenciando que houve 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 4
modificação na estrutura do amido quando comparados com os dados observados Silva et. al 
(2008), modificando amido de mandioca com permanganato de potássio seguido de ácido lático. 
 
Ilustração 1: Biscoitos de amido de mandioca nativo e modificado. 
 
Segundo autores estudos com modificação com ácido lático e secagem em estufa de 
circulação de ar obtiveram índice de expansão maior que obtidos nesse trabalho, Demiate et. al 
(2000) conseguiram expansão de 17mL g-1 tratando amido com permanganato de potássio 
seguido de imersão em ácido lático a 1%, porém quando tratado somente com imersão de ácido 
lático a expansão foi de apenas 3,2mL g-1. 
Os resultados da análise de grupos carboxila, obtidos através de três repetições, foram de 
0,11 e 0,78 g Kg-1 de amido (base seca), desvio padrão de 0,03 e 0,33, de amido nativo e 
modificado, respectivamente. 
Os valores obtidos revelam o aumento de grupos carboxilas no amido modificado, porém 
são valores abaixo do encontrado na literatura tanto para amido nativo de mandioca como para 
amido modificado com acido/oxidação. Martinez-Bustos et. al (2007) encontraram valores de 1,26 
e 2,05 g Kg-1de amido (p.s.), respectivamente, em amido nativo e modificado de mandioca, com 
ácido lático e peróxido de hidrogênio. Valores semelhantes foram obtidos por Demiate et. al 
(2000), 1,13 e 4,05 g Kg-1 de amido, para amido nativo e modificado, respectivamente, tratando 
amido com permanganato de potássio seguido de imersão em ácido lático a 1%. 
 A análise comparativa entre os resultados obtidos e os da literatura demonstra haver 
diferença no amido nativo utilizado, para a afirmação dessa análise novas modificações deverão 
ser realizadas para a obtenção de resultados mais satisfatórios. A diferença entre os amidos pode 
estar relacionada com o processo de fabricação, o qual pode atuar na quantidade de carboxila 
presente no amido nativo. 
 
Amido Nativo Amido Modificado 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 5
CONCLUSÃO 
 
 Os resultados de expansão e respectiva concentração de carboxila não permitiram 
observar a existência de correlação entre elas. Outros ensaios serão analisados buscando 
verificar a relação de causa e efeito. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
CEREDA, M. P. Padronização para ensaios de qualidade de fécula fermentada de mandioca 
(polvilho azedo): I. formulação e preparo de biscoitos. Boletim da Sociedade Brasileira de 
Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 17, n. 3, p. 287-295, 1983. 
DEMIATE, I. M. et al. Relationship between baking behavior of modified cassava starches and 
starch chemical structure determined by FTIR spectroscopy. Carbohydrate Polymers, Barking, v. 
42, n. 2, 2000. 
KUAKPETOON, D., WANG, Y. Characterization of different starches oxidized by hypochlorite. 
Starch, Weinheim v. 53, n. 5, p. 211-218, 2001. 
MARTÍNEZ-BUSTOS, F., AMAYA-LLANO, S. L., CARBAJAL-ARTEAGA, J. A., CHANG, Y. 
K., ZAZUETA-MORALES, J. J. Physicochemical properties of cassava, potato and jicama 
starches oxidised with organic acids, Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 87, n. 7, 
May 2007 , pp. 1207-1214. 
NUNES, O.L.G.S.; CEREDA M. P. Metodologia para avaliação da qualidade de fécula fermentada 
de mandioca (polvilho azedo). In: Congresso Brasileiro de Mandioca, Salvador, 1994. 
SILVA, Roberto Marques et al. Características físico-químicas de amidos modificados com 
permanganato de potássio/ácido lático e hipoclorito de sódio/ácido lático. Ciênc. Tecnol. 
Aliment. [online]. 2008, vol.28, n.1, pp. 66-77. 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 6
ANÁLISES FÍSICAS, QUÍMICAS E REOLÓGICAS DE POLVILHO AZEDO, 
FARINHA DE QUINOA E SUAS MISTURAS 
Lívia Giolo TAVERNA1,Magali LEONEL2 
 
RESUMO 
Atualmente, os consumidores estão mais interessados nos benefícios 
potenciais da nutrição para o controle e prevenção de doenças, e passaram a exigir 
além de sabor agradável e praticidade, alto valor nutritivo e outros benefícios à saúde 
em alimentos industrializados. Este trabalho teve por objetivo caracterizar polvilho 
azedo e farinha de quinoa comerciais quanto a composição química, pH, acidez 
titulável, cor e propriedades de pasta, bem como, suas misturas para cor, 
propriedades de pasta, índice de solubilidade em água e índice de absorção de água, 
objetivando conhecer as características das duas matérias-primas e das misturas (5, 
10, 15 e 20% de farinha de quinoa) para uso na produção de biscoito funcional de 
polvilho azedo por extrusão. Os resultados mostraram que o polvilho é composto por 
um alto teor de amido, e a farinha de quinoa possui valores expressivos de amido, 
proteínas e fibras. Ao analisar as misturas notou-se que a adição da farinha de quinoa 
diminuiu a luminosidade, aumentou a absorção e a solubilidade em água e diminuiu os 
valores de propriedades de pasta. 
Palavras-chave: farinha, cor, viscosidade, absorção, solubilidade 
 
ABSTRACT: Consumers today are more interested in the potential benefits of nutrition 
for the control and prevention of diseases, and have demanded beyond nice flavor and 
convenience, high nutritional value and other health benefits in foods. This study aimed 
to characterize sour cassava starch and quinoa flour as chemical composition, pH, 
acidity, color and pasting properties, as well as, their mixtures for color, pasting 
properties, water solubility index and water absorption index, aiming to know the 
characteristics of raw materials and the mixtures (5, 10, 15 and 20% of quinoa flour) for 
use in the production of sour cassava functional biscuits by extrusion. The results 
showed that sour cassava starch has high content of starch and quinoa flour has 
significant values of starch, protein and fiber. The addition of quinoa flour to sour 
cassava starch decreased brightness, increased absorption and solubility in water and 
decreased pasting properties. 
Keywords: flour, color, viscosity, absorption, solubility 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 7
INTRODUÇÃO 
 
A tecnologia de extrusão, nos últimos tempos, tem se tornado um dos 
principais processos no desenvolvimento de produtos alimentícios. 
GUY (2001) relaciona ao processo de extrusão as seguintes vantagens: 
versatilidade, baixo custo, altas taxa de produção, produtos de boa qualidade e 
ausência de efluentes. 
Para Fellows (2000), os dois principais fatores que influenciam nas 
características dos produtos extrusados são: as características das matérias-primas e 
as condições operacionais do extrusor. Como principais características para a matéria-
prima são destacadas: tipo de material, teor de umidade, estado físico, composição 
química (teores e tipos de amidos, proteínas, gorduras e açúcares) e pH do material. 
O polvilho azedo é um derivado da fécula de mandioca, produzido por 
fermentação natural e secagem ao sol, muito utilizado em produtos alimentícios devido 
á propriedade de expansão natural e encontrado praticamente em todos os países da 
América do Sul, com exceção do Equador. 
 Incorporar ingredientes alimentares nutritivos e funcionais no preparo de 
biscoitos de polvilho utilizando-se a tecnologia da extrusão para o processamento 
apresenta-se como uma grande possibilidade para as indústrias produtoras de 
polvilho, pois possibilitaria um incremento significativo no mercado dos biscoitos. 
 A quinoa (Chenopodium quinoa) é uma planta indígena da família das 
Amaranthacea, originária das regiões montanhosas da América do Sul. As sementes 
de quinoa contêm cerca de 12 a 19% de proteína com elevados níveis dos 
aminoácidoslisina e metionina. Contêm também grandes quantidades de cálcio, 
fósforo, magnésio, ferro, zinco, potássio e cobre (LORENZ, 1990; RUALES & NAIR, 
1993; ASCHERI et al., 1998), o que a torna um ingrediente de interesse para o 
desenvolvimento de produtos funcionais. 
 Este trabalho teve por objetivo caracterizar quanto a composição química, 
características físicas e propriedades de pasta as matérias-primas polvilho azedo e 
farinha de quinoa, bem como, misturas destas, para parâmetros de cor, absorção e 
solubilidade em água e porpriedades de pasta visando obter informações importantes 
para a determinação das condições operacionais do processo de extrusão para a 
produção de biscoitos funcionais de polvilho azedo. 
 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 8
MATERIAIS E MÉTODOS 
 
 O polvilho azedo da marca Ouro Minas e a farinha de quinoa comercializada 
pela Jasmini foram analisados quanto: a umidade, proteína, lipídeos, cinzas, fibras, 
açúcares solúveis totais, amido, pH e acidez titulável (AOAC, 1980) 
 O polvilho azedo e a farinha de quinoa também foram caracterizados quanto as 
propriedades de pasta no Rapid Visco Analyser, sendo utilizado a programação 
Extrusion 2 e avaliados a viscosidade inicial, pico de viscosidade, quebra de 
viscosidade, viscosidade final e tendência a retrogradação. 
 Os produtos também foram caracterizados quanto aos componentes de cor em 
colorímetro Minolta com iluminante D65, e determinados a luminosidade (L*), croma a* 
e croma b*.. 
 Foram determinados os índices de absorção e solubilidade em água dos 
produtos de acordo com a metodologia de Anderson et al. (1969) 
 Para a produção das misturas ,foi acrescentado ao polvilho porcentagens 
crescentes da farinha de quinoa (5%,10%,15% e 20%). 
 As misturas foram caracterizadas para a cor, índice de absorção e solubilidade 
em água, e propriedades de pasta seguindo as mesmas metodologias utilizadas para 
os produtos. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
A composição centesimal do polvilho azedo e da farinha de quinoa está 
apresentada na Tabela 1. Quanto ao polvilho azedo foi observado alto teor de amido, 
valores já esperados para esse produto. Segundo Camargo et al (2008), o polvilho 
azedo apresenta 79,19% de amido, valor menor, mas não menos significante do que o 
encontrado nesse estudo. Já em relação à farinha de quinoa, destaca-se o valor 
protéico desse produto (13,77%), valor semelhante ao citado por Comai et al. (2007). 
Tabela 1 : Caracterização físico-química do polvilho azedo e da farinha de quinoa. 
g/100g Polvilho Azedo Farinha de Quinoa 
Umidade 14,05±0 10,6±0,1 
Cinzas 2,44±0,11 4,73±1,13 
Lipídios 0,25±0,22 7,21±0,8 
Fibras 0,74±0,13 3,23±0,17 
Proteínas 0,42±0,05 13,77±0,3 
Amido 88,27±6,6 39,36±3,42 
Açúcar 0,08±0,04 1,41±0,24 
pH 4,48 6,23 
Acidez titulável (ml NaOH 1N) 0,79 1,6 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 9
 A análise de cor dos produtos evidenciou a elevada luminosidade do polvilho 
azedo e menor luminosidade e maior presença de croma b* positivo (amarelo) na 
farinha de quinoa (Tabela 2). Nas misturas da farinha de quinoa ao polvilho azedo 
observou-se pequena redução da luminosidade e aumento do croma b* com o 
aumento da porcentagem de farinha de quinoa 
 
Tabela 2: Resultados da análise de cor do polvilho azedo, farinha de quinoa e suas 
misturas 
 Luminosidade (L*) Croma a* Croma b* 
Polvilho Azedo 94,68 1,1 5,96 
Farinha de Quinoa 89,60 0,09 12,66 
Misturas 
5% 93,98 0,92 6,8 
10% 93,38 0,82 7,68 
15% 93,01 0,66 8,45 
20% 92,79 0,58 8,94 
 
A análise do o índice de absorção de água (IAA) evidenciou que o acréscimo 
da farinha de quinoa ao polvilho azedo resulta numa maior absorção de água. Essa 
absorção aumenta de acordo com a proporção da farinha adicionada à mistura, o que 
provavelmente se deve ao aumento do teor de proteínas e fibras. 
A mistura de farinha de quinoa ao polvilho azedo nas diferentes proporções 
não promoveu alterações na solubilidade das misturas cruas (Tabela 3). 
 
Tabela 3: Médias e desvio padrão dos Índices de Solubilidade (ISA) e Índice da 
Absorção (IAA) em água das misturas de polvilho azedo e farinha de quinoa. 
 ISA IAA 
Polvilho Azedo 2,11±0,02 0,82±0,04 
Misturas 
5% 2,15±0,03 0,83±0,18 
10% 2,24±0,03 1,19±0,03 
15% 2,2±0,01 1,75±0,1 
20% 2,23±0,11 1,96±0,12 
 
A viscosidade inicial do polvilho azedo foi baixa mostrando pequena presença 
de amido gelatinizado no produto (Tabela 4). Os valores de pico de viscosidade (PV), 
quebra de viscosidade (QV) e tendência a retrogradação diferiram dos observados por 
Leonel et al (2002) para fécula de mandioca que foram de: PV de 247,8 RVU, QV de 
153,1 RVU, VF de 169,6 RVU, TR de 74,9 RVU, o que pode ser devido a ação dos 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 10
ácidos formados durante o processo de fermentação da fécula no processo de 
obtenção do polvilho azedo. 
A mistura de farinha de quinoa ao polvilho azedo aumentou a viscosidade á 
frio, o que pode ser devido á absorção de água pelas proteínas e fibras presentes na 
farinha e diminuiu as demais propriedades analisadas, evidenciando a influência de 
outros componentes da farinha sobre as propriedades de pasta. 
Tabela 4 – Propriedades de pasta do polvilho azedo, farinha de quinoa e misturas. 
 
Propriedades (RVU) 
Produtos VI PV QV VF TR 
Farinha de quinoa 
Polvilho azedo 1,17 383,58 313,16 162,00 91,58 
Misturas 
5% 2,58 356,67 282,75 166,67 92,75 
10% 2,48 336,00 259,67 161,08 84,75 
15% 2,32 305,17 229,17 155,42 79,42 
20% 2,17 289,82 213,57 151,42 75,17 
VI= viscosidade inicial; PV= pico de viscosidade; QV= quebra de viscosidade; VF= 
viscosidade final; TR= tendência á retrogradação 
 
CONCLUSÃO 
 
 A partir dos resultados obtidos foi possível observar que a adição da farinha de 
quinoa ao polvilho melhora o valor nutricional, pois a quinoa é fonte de proteínas e de 
fibras, e que esta mistura promove alterações nas características de cor, absorção e 
solubilidade em água e propriedades de pasta nas misturas cruas. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of 
analysis., 13th ed. Washington, 1980, 109 p. 
 
ASCHERI, J.L.R., RAMÍREZ-ASCHERI, E., CARVALHO, C.W.P. Elaboration de 
harina integral instantânea de quinoa (Chenopodium quinoa Willd) por extrusão 
termoplástica. Alimentaria, v.292, n.5, p.93-98, 1998. 
 
CAMARGO, K.F.;LEONEL, M.; MISCHAN, M.M. Produção de biscoitos extrusados de 
polvilho azedo com fibras: efeito de parâmetros operacionais sobre as propriedades 
físicas. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.28, n.3, p. 586-591, 2008. 
 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 11
COMAI, S.; BERTAZZO, A.; BAILONE, L.; ZANCATO, M.; COSTA, C.V.L.; ALLEGRI, 
G. The content of proteic and nonproteic (free and protein-bound) tryptophan in quinoa 
and cereal flours. Food Chemistry, Oxford, v.100, p.1350-1355, 2007. 
 
FELLOWS, P. Extrusion. In: FELLOWS, P. Food processing technology: 
principles and practive. Cambridge: Woodhead Publishing, 2002. cap.14, p.294-308. 
 
GUY, R. Extrusion cooking: Technologies and applications. Cambridge, UK: 
Woodhead Publishing, 2001. 288p. 
 
LEONEL, M.; SARMENTO, S. B. S.; CEREDA, M. P. Processamento de araruta 
(Maranta arundinacea) para extração e caracterização da fração amilácea. Brazilian 
Journal of Food Technology, v. 5, p. 151-155, 2002. 
 
LORENZ, K. Quinoa (Chenopodium quinoa) starch – physico-chemical properties and 
functional characterístics. Starch, Alemanha, v.42, n.3, p.81-86, 1990. 
 
RUALES, J.; NAIR, B.M. Content of fat, vitamins and minerals in quinoa 
(Chenopodium quinoa, Willd) seeds. Food Chemistry, Oxford, v.48, n.2, p.131-136, 
1993. 
 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 12
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO E VIGOR VEGETATIVO EM CLONES DE 
MANDIOQUINHA-SALSA 
 
Ezequiel Lopes do CARMO1, Magali LEONEL2, Joaquim Gonçalvesde PÁDUA3, 
Sérgio Ricardo INOUE4 
 
RESUMO 
A raiz de mandioquinha-salsa (Arracacia xanthorrhiza Bancroft) é um dos alimentos mais 
importantes para fins alimentícios. Entretanto, o Brasil apresenta poucas cultivares de interesse 
econômico, não tendo grande diversidade genética, podendo tornar um risco em relação ao 
ataque de pragas e doenças, além de dificultar a expansão da produção e do consumo. Portanto, 
este trabalho objetivou avaliar o desempenho agronômico de oito clones avançados de 
mandioquinha-salsa, verificando o crescimento e vigor vegetativo da planta, o ciclo e o potencial 
produtivo nas condições de cultivo do Estado de São Paulo. Houve maior crescimento no clone 
BGH 6414, seguido pelo BGH 5744 e pela cultivar Amarela de Senador Amaral. Os clones BGH 
6513 e BGH 4560 apresentaram os menores crescimentos. Em observação visual, as plantas da 
cultivar Senador Firmino e do clone BGH 6525 continuam em crescimento, o que mostra que 
estes materiais podem ser mais tardios. Os clones BGH 6414, BGH 5744 e a cultivar Amarela de 
Senador Amaral apresentaram plantas mais vigorosas, enquanto que a cultivar Senador Firmino 
apresentou plantas com menor vigor. 
Palavras-chave: Arracacia xanthorrhiza Bancroft, cultivo, desenvolvimento 
 
ABSTRACT: The root of Peruvian carrot (Arracacia xanthorrhiza Bancroft) is one of the most 
important tubers for food. However, Brazil has few cultivars of economic interest, not having high 
genetic diversity what may become a risk in relation to pests and diseases as well as hindering the 
expansion of production and consumption. Therefore, this study aimed to evaluate the agronomic 
performance of eight clones advanced Peruvian carrot, checking the growth and force of the plant, 
the cycle and yield potential in the growing conditions of the State of Sao Paulo. There was greater 
growth in clone BGH 6414, BGH followed by 5744 and the cultivar “Amarela de Senador Amaral”. 
BGH 6513 and BGH 4560 showed the lowest growth. In visual observation, the plants grow 
“Senador Firmino” and BGH 6525 are still growing, which shows that these materials can be 
further delayed. BGH 6414, BGH 5744 and the cultivar “Amarela de Senador Amaral” showed 
more vigorous plants, while “Senator Firmin” had cultivating plants with less force. 
Keywords: Arracacia xanthorrhiza Bancroft, culture, growth 
__________________________ 
1 Pós-graduando em Agronomia (Energia na Agricultura)/UNESP/FCA, Botucatu-SP. ezequiel@fca.unesp.br 
2 Pesquisadora Doutora - CERAT/UNESP, Botucatu/SP. mleonel@fca.unesp.br 
3 Pesquisador Doutor - EPAMIG, Pouso Alegre/MG. padua2008@gmail.com 
4 Técnico Agrícola - CERAT/UNESP, Botucatu/SP. 
 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 13
INTRODUÇÃO 
 
A mandioquinha-salsa (Arracacia xanthorrhiza Bancroft), cujas raízes são comestíveis, é 
muito importante na alimentação devido às qualidades nutritivas e versatilidade no preparo de 
alimentos. É considerada um alimento de função energética, pois, na sua composição destacam-
se alto teor de carboidratos, além de níveis consideráveis de minerais como cálcio, fósforo e ferro 
e boa fonte de vitaminas A e niacina (SEDIYAMA et al., 2005). Comparando-se os teores desses 
minerais, o consumo diário de mandioquinha-salsa é suficiente para suprir as necessidades 
diárias do consumo humano. Apresenta ainda amido com características especiais que favorecem 
grandemente a digestibilidade, sendo recomendada para todas as idades, além de doentes e 
esportistas. No Brasil, a produção de mandioquinha-salsa é quase exclusivamente destinada ao 
consumo caseiro (SEDIYAMA et al., 2005. 
O cultivo de mandioquinha-salsa é caracterizado, predominantemente por pequenas áreas, 
pouco uso de insumos (SANTOS, 1993) e quantidade expressiva de mão-de-obra familiar sendo, 
portanto, de grande importância social e econômica. O País apresenta uma área plantada com 
mandioquinha–salsa aproximada de 23 mil hectares com produção média de 250 mil toneladas 
anuais e cerca de 95% desse volume é consumido in natura (CARVALHO, 2008). Minas Gerais é 
um dos maiores produtores desta olerícola, com lavouras concentradas nas regiões do Sul de 
Minas, Zona da Mata e Campos das Vertentes, com produtividade média de 13,13 toneladas ha-1 
e uma área cultivada de aproximadamente 1100 hectares (CARVALHO, 2008). O rendimento 
obtido nessas regiões é superior à média nacional que é de 9 t ha-1 ou à média da região Andina 
que é de 6 t ha-1 (Silva, 1997), embora existam clones com produtividade de 25 t ha-1 (Santos, 
1997). O Estado de São Paulo apresentou na safra 2007/2008, aproximadamente 547 hectares 
plantados com a cultura da mandioquinha-salsa, destacando os municípios de Piedade e Serra 
Negra, com 170,50 e 104,40 hectares, respectivamente, (CATI, 2009). Aliado a essa produção, o 
estado é um dos maiores pólos de comercialização dessa raiz. 
A planta é herbácea, de porte baixo, com altura variando entre 40 e 60 cm, podendo as 
folhagens alcançar até 1,5m de altura, sendo anual quanto à produção das raízes. De acordo com 
a cultivar ou clone e as condições edafoclimáticas, a cultura poderá apresentar variações na 
coloração das raízes (SANTOS; CÂMARA, 1995), no desempenho vegetativo, bem como, no 
rendimento e qualidade das raízes. 
Nas regiões de altitude elevada e clima ameno, o plantio da mandioquinha-salsa pode ser 
feito durante todo o ano. Em Minas Gerais, as melhores épocas de plantio compreendem os 
períodos de março a junho e de setembro a outubro (GRANATE et al., 2007). No Estado de São 
Paulo, a época recomendada está compreendida entre os meses de março e maio (CÂMARA; 
SANTOS, 2002). 
A mandioquinha-salsa no país restringe-se a poucas cultivares, o que resulta em 
características semelhantes e grande uniformidade genética. As cultivares mais difundidas são a 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 14
Amarela de Carandaí e Amarela de Senador Amaral, sendo esta última largamente cultivada. Há 
também a variedade Branca que apresenta raízes de coloração branca, cuja planta é bastante 
vigorosa em relação às variedades de raízes amarelas, apresenta porte alto e expressiva 
produção de massa verde, chegando a produzir até sete quilos de raízes por planta (SANTOS, 
1993). Seu cultivo é muito restrito, pois suas raízes não têm boa aceitação pelo consumidor, 
devido à quase total ausência do aroma característico, do sabor adocicado e mesmo pela sua 
coloração. 
A uniformidade genética entre os materiais cultivados no Brasil é um risco em relação a 
pragas e doenças, além de limitante a expansão do cultivo em condições ambientais diferentes 
das tradicionais. A propagação comercial, de caráter exclusivamente assexuado, aliada a baixa 
variabilidade observada entre as variedades cultivadas no Brasil, conduz a possibilidade desta 
espécie estar em alto grau de heterozigose, apresentando baixa produtividade e ciclo considerado 
longo (SANTOS, 1994). As plantas que produzem raízes de coloração amarela têm, geralmente, 
ciclo vegetativo mais longo, apresentam maior resistência às condições climáticas e produzem 
raízes maiores. As plantas de raízes brancas ou roxas são menos resistentes às variações 
climáticas e às vezes produzem raízes menores, porem são mais precoces, têm raízes de 
consistência mais suave e são as preferidas pelos consumidores dos países andinos 
(CARRASQUILLA, 1944 e MUÑOZ, 1969). 
No Brasil, a mandioquinha-salsa é comumente colhida a partir de oito meses após o plantio 
(GRANATE et al., 2007). O sinal fisiológico da maturidade das plantas está associado ao 
progressivo amarelecimento das folhas, finalizando com o total desfolhamento (SANTOS et al., 
1991). O período de colheita na mandioquinha-salsa pode ser retardado à espera de melhores 
preços. Porém, esse período não deve ser prolongado, visto que as raízes tornam-se mais 
alongadas e grossas, ao mesmo tempo em que vão ficando mais fibrosas, reduzindoseu valor 
comercial como olerácea (SANTOS, 1997). 
Tendo em vista a importância sócio-econômica e nutricional da mandioquinha-salsa este 
trabalho teve por objetivo avaliar o desempenho agronômico de clones avançados de 
mandioquinha-salsa, verificando o crescimento e vigor vegetativo da planta, o ciclo e o potencial 
produtivo nas condições de cultivo do Estado de São Paulo. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental São Manuel, localizada no 
município de São Manuel-SP e pertencente à Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP, 
Botucatu-SP. As coordenadas geográficas da fazenda são de latitude 22o 46’ 35” Sul e longitude 
48o 34’ 44” Oeste, em relação a Greenwich, com altitude de 750 m. O clima da região segundo a 
classificação de Köppen é do tipo Cfa, ou seja, temperado quente e úmido, com temperatura 
média do mês mais quente acima de 22°C. As médias anuais do município são de 1433 mm de 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 15
precipitação, 71% de umidade relativa do ar e 23oC de temperatura (CUNHA; MARTINS, 2009). O 
solo foi classificado como Latossolo Vermelho Escuro distrófico epieutrófico, A moderado, textura 
média, fase cerrado tropical, relevo suave ondulado (CARVALHO, 1998). 
O solo foi analisado quanto a composição de macro e micronutrientes, bem como pH, 
matéria orgânica, CTC e V%, no Depto. de Solos da FCA, seguindo a metodologia proposta por 
Raij et al. (2001). A classificação do clima e os dados meteorológicos foram fornecidos pelo setor 
de Ciências Ambientais do Departamento de Recursos Naturais, FCA/UNESP – Botucatu. 
Os tratamentos constaram de oito clones oriundos do Banco de Germoplasma de 
Hortaliças da Universidade Federal de Viçosa - BGH (4560, 5741, 5744, 5746, 5747, 6414, 6513 e 
6525) e duas cultivares (Amarela de Senador Amaral e Senador Firmino) utilizadas como 
testemunhas. 
As mudas foram selecionadas de plantas sadias, higienizadas por cinco minutos com água 
sanitária diluída em água na proporção de 1:10 e posteriormente secadas à sombra. No dia 
seguinte foram cortadas em formato de bisel simples e colocadas em bandejas de isopor para o 
pré-enraizamento. Quando atingido aproximadamente 0,12 m as mudas foram plantadas 
definitivamente. 
O delineamento experimental foi de blocos casualizados com três repetições. A parcela foi 
constituída de duas linhas de plantio com 10 plantas, no espaçamento de 0,80 m entre sulcos e 
0,40 m entre plantas, com total de 20 plantas na parcela. 
A partir de sete dias após o plantio, quinzenalmente, foi avaliada a altura de plantas, com 
auxílio de uma régua, em quatro plantas representativas por parcela. Foi avaliado também o vigor 
vegetativo das plantas das parcelas na mesma época, atribuindo notas de acordo com uma escala 
de O = sem vigor, 5 = pouco vigorosa, 10 = vigor intermediário, 15 = vigorosa e 20 = muito 
vigorosa. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Foram identificadas diferenças no crescimento e vigor para todos os materiais avaliados. 
Os resultados mostraram que houve maior crescimento no clone BGH 6414, seguido pelo BGH 
5744 e pela cultivar Amarela de Senador Amaral (Figura 1). Os clones BGH 6513 e BGH 4560 
apresentaram os menores crescimentos (Tabela 1). 
Em observação visual do comportamento das plantas no campo, verificou-se que as 
plantas da cultivar Senador Firmino e do clone BGH 6525 continuam ainda em crescimento, o que 
mostra que estes materiais podem ser mais tardios, característica que pode desestimular os 
produtores a plantá-los. Os clones BGH 5744 e BGH 4560 apresentaram plantas com menor 
crescimento (Tabela 1) e baixo vigor vegetativo (Tabela 2), que pode estar relacionado à própria 
característica da planta ou à adaptação ao ambiente de cultivo. 
 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 16
 
Tabela 1 – Evolução da altura das plantas de mandioquinha-salsa (cm) durante o ciclo 
Clones Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro
BGH 6414 13 18 26 39 49 49 49 48 
BGH 5746 10 11 13 20 29 30 30 30 
Senador Firmino 10 11 13 15 22 29 31 31 
BGH 6513 10 12 17 24 27 27 27 26 
BGH 6525 11 12 14 21 29 30 30 30 
BGH 5744 12 16 24 37 40 40 40 39 
BGH 4560 10 12 14 22 28 28 28 26 
BGH 5747 11 13 17 27 32 32 32 31 
BGH 5741 10 12 16 25 31 31 31 30 
Senador Amaral 11 14 23 33 36 36 36 34 
 
Na avaliação do vigor vegetativo, os clones BGH 6414, BGH 5744 e a cultivar Amarela de 
Senador Amaral (Figura 2) apresentaram plantas mais vigorosas, enquanto que a cultivar Senador 
Firmino apresentou plantas com menor vigor. As plantas dos clones restantes apresentaram, 
apenas uma oscilação com relação ao vigor no decorrer do período de avaliação. 
 
Tabela 2 – Evolução do Vigor vegetativo das plantas de mandioquinha (notas) durante o ciclo 
Clones Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro
BGH 6414 5 10,0 17,5 20,0 20,0 20,0 15,0 5 
BGH 5746 5 5,0 10,0 12,5 15,0 15,0 15,0 10 
Senador Firmino 5 5,0 10,0 10,0 10,0 13,3 12,5 5 
BGH 6513 5 5,0 10,0 15,0 12,5 10,0 10,0 10 
BGH 6525 5 5,0 10,0 15,0 15,0 11,7 12,5 10 
BGH 5744 5 10,0 17,5 20,0 20,0 18,3 7,5 5 
BGH 4560 5 5,0 10,0 15,0 12,5 11,7 7,5 5 
BGH 5747 5 7,5 10,0 17,5 17,5 15,0 12,5 5 
BGH 5741 5 5,0 10,0 15,0 15,0 13,3 10,0 5 
Senador Amaral 5 7,5 17,5 20,0 20,0 18,3 12,5 5 
 
 
 
 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 17
 Figura 1- Evolução vegetativa de clones de mandioquinha-salsa 
 
 
 
 Figura 2- Evolução do vigor vegetativo de mandioquinha-salsa 
 
 
CONCLUSÕES 
 
Os resultados mostram que há uma diferença entre os clones com relação ao 
desenvolvimento vegetativo, que pode estar relacionado à própria característica da planta ou à 
adaptação ao ambiente de cultivo. 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
CÂMARA, F. L. A.; SANTOS, F. F. dos. Cultura da mandioquinha-salsa. In: CEREDA, M. P. 
(Coord.). Agricultura: tuberosas amiláceas latino americanas. São Paulo: Fundação Cargill, 2002. 
p. 519-532. 
 
CARRASQUILLA, J. D. Datos para la aclimatación de arracacha en Europa. Revista de la 
Academia Colombiana de Ciencias Exactas, Físicas y Naturales, Bogotá, v. 5, n. 20, p. 470-
482, 1944. 
 
CARVALHO, S. Informações sobre mandioquinha-salsa. Centro de Informação Agropecuária 
(Ciagro); Assessoria de Mercado e Comercialização (Asmec); Departamento Técnico Emater – 
MG (Detec). 2008. Adaptação. 
 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 18
CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral). Levantamento censitário das unidades de 
produção agropecuária do estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.cati.sp.gov.br/ 
projetolupa/mapaculturas/Mandioquinha.php>. Acesso em: 18 ago. 2009. 
 
CUNHA, A. R.; MARTINS, D. Classificação climática para os municípios de Botucatu e São 
Manuel, SP. Irriga, Botucatu, SP, v. 14, n. 1, p. 1-11, mar. 2009. 
 
GRANATE, M. J.; SEDIYAMA, M. A. N.; PUIATTI, M. Batata-baroa ou mandioquinha-salsa – 
Arracacia xanthorrhiza Banc. In: PAULA JÚNIOR, T. J.; VENZON, M. (Ed.). 101 Culturas – 
Manual de tecnologias agrícolas. Belo Horizonte: EPAMIG, 2007. p. 137-142. 
 
MUÑOZ, E. H. El cultivo de la arracacha en la sábana tropical, Colombia, v. 24, n. 3, p. 139-146, 
1969. 
 
SANTOS, F. F. A cultura da mandioquinha-salsa no Brasil. Informe Agropecuário. Belo 
Horizonte, MG, v. 19, n. 190, p. 5-7, 1997. 
 
SANTOS, F. F. Mandioquinha-salsa: potencial de uma cultura. Horticultura Brasileira, Brasília, 
DF, v. 12, n. 2, 1994. Contra capa. 
 
SANTOS, F. F. Características sócio-econômicas no processo de produção de mandioquinha-
salsa no Brasil. Horticultura Brasileira. Brasília, DF: SOB, v. 11, n. 1, p. 95, 1993. Resumo. 
 
SANTOS, F. F. e CÂMARA, F. L. A. O cultivo da mandioquinha-salsa Arracacia xanthorrhiza 
Bancroft. Botucatu: Unesp-Cerat/Brasilia: Embrapa-CNPH, 1995. 13 p. (Série Raízes, 1). 
SANTOS, F. F.; VIEIRA, J. V.; PEREIRA, A. S.; LOPES, C. A.; CHARCHAR, J. M. Cultivo da 
mandioquinha-salsa(Arracacia xanthorrhiza Bancroft). Brasília: EMBRAPA-CNPH, 1991. Não 
paginado. (EMBRAPA-CNPH. Instruções Técnicas, 10). 
 
SEDIYAMA, M. A. N.et al. Cultura da mandioquinha-salsa ou batata-baroa: EPAMIG. 
BOLETIM TÉCNICO, NO 77. Belo Horizonte, 2005. 28 p. 
 
SILVA, H. R. Irrigação da mandioquinha-salsa. Informe Agropecuário. Belo Horizonte, MG, v. 19, 
n. 190, p. 42-44, 1997. 
 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 19
AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS OPERACIONAIS DO PROCESSO DE HIDRÓLISE 
ENZIMÁTICA PARA USO COMO SUBSTRATO PARA PRODUÇÃO DE ETANOL 
 
Eloneida A. CAMILI1, Cláudio CABELLO2 
 
RESUMO 
Este trabalho teve como objetivo avaliar as melhores condições operacionais para o 
processo de hidrólise enzimática, utilizando como substrato mandioca (fécula branca). Foram 
realizados ensaios de hidrólise utilizando enzimas -amilase e amiloglucosidase em duas etapas. 
Os resultados mostraram que os ensaios onde a concentração de matéria seca era de 32 e 33,5% 
e a concentração de amiloglucosiase de 3, 4 e 4,7 AGU.g-1 deram maior resultado quanto a 
produção de glicose, ou seja, para produção de glicose seria necessário uma matéria prima 
(mandioca) com teor de 32% de matéria seca e 3 AGU.g-1 de enzima sacarificante uma produção 
média de glicose de 350g.L-1. 
Palavras chaves: mandioca, hidrólise enzimática, glicose. 
 
ABSTRACT: This study aimed to evaluate the best operating conditions for the process of 
hydrolysis and fermentation, using cassava as substrate (Fécula Branca). Tests were performed 
using enzyme hydrolysis -amylase and amiloglucosidase in two stages. The results showed that 
the tests where the concentration of dry matter was 32 and 33,5% and the concentration of 
amiloglucosiase 3 and 4,7 AGU.g-1 have increased as a result the production of glucose, ie for 
glucose production would require a raw material (cassava) containing 32% dry matter and 3 
AGU.g-1 enzyme sacarificante an average production of glucose 350g.L-1. 
Keywords: cassava, enzymatic hydrolysis, glucose. 
 
INTRODUÇÃO 
O processo de produção de etanol utilizando amidos como fonte de carboidrato demanda 
de uma reação química objetivando a solubilização dos amidos em água que é realizada 
utilizando temperatura e catalizador que promove a ruptura das cadeias de amiloses e 
amilopctinas. Esses polissacarídeos por sua vez são transformados em monossacarídeos de 
glicose pela ação de outra enzima, a glucoamilose, que hidrolisa as ligações entre monômeros e 
incorpora uma molécula de água a cada molécula de glicose formada. Esta glicose é a fonte de 
carbono para outro biocatalizador, leveduras, que a transforma em etanol e gás carbônico. 
Atualmente, a produção de álcool carburante de mandioca não concorre, em comparação 
ao processo a partir da cana-de-açúcar e a utilização do bagaço gerado. Todavia, a possibilidade 
de se produzir álcool refinado a partir de mandioca tem obtido o interesse de alguns industriais da 
 
1 Doutoranda em Energia na Agricultura–FCA/UNESP, Botucatu-SP;. email:elocamili@fca.unesp.br 
2 Orientador Prof. Dr. CERAT-UNESP, Botucatu-SP. e-mail: dircerat@fca.unesp.br. 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 20
área, pois o produto apresenta um maior valor de mercado que o álcool carburante (LEONEL e 
CABELLO, 2001). 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
O substrato utilizado para realizar o processo de hidrólise foi raiz de mandioca, variedade 
Fécula Branca, desintegrada na forma de polpa com adição de água. Foi utilizado um 
delineamento composto central rotacional (DCCR) 23, mais os 6 ensaios axiais e 7 repetições no 
ponto central, totalizando 23 ensaios. Os valores utilizados nos ensaios do planejamento estão 
apresentados na Tabela 1, onde o valor da variável dependente, concentração de glicose do 
sacarificado ficou em função das variáveis independentes que foram, concentração de matéria 
seca, concentração de enzima dextrinizante e concentração de enzima. 
 
Tabela 1- Valores reais das variáveis independentes e níveis de variação para produção de 
hidrolisado e fermentado com planejamento fatorial 23. 
 
Variáveis -α(-1,68) -1 0 +1 +α(+1,68) 
Conc.matéria 
seca 
% p/p 26,5 28 30 32 33,5 
Conc. enzima 
dextrinização 
KNU/g 1,3 2 3 4 4,7 
Conc enzima 
sacarificação 
AGU/g 1,3 2 3 4 4,7 
 
Tabela 2- Matriz experimental do planejamento fatorial 23. 
 
Ensaios Matéria 
Seca 
Conc. 
Enzima 
dextrinização
Conc. 
Enzima 
Sacarificação 
1 -1 -1 -1 
2 +1 -1 -1 
3 -1 +1 -1 
4 +1 +1 -1 
5 -1 -1 +1 
6 +1 -1 +1 
7 -1 +1 +1 
8 +1 +1 +1 
9 -1,68 0 0 
10 +1,68 0 0 
11 0 -1,68 0 
12 0 +1,68 0 
13 0 0 -1,68 
14 0 0 +1,68 
15 0 0 0 
16 0 0 0 
17 0 0 0 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 21
18 0 0 0 
19 0 0 0 
20 0 0 0 
21 0 0 0 
22 0 0 0 
23 0 0 0 
 
O experimento foi realizado em reator elétrico com capacidade para 5 litros, onde a 
quantidade de matéria seca e enzimas foram definidas no planejamento experimental acima. Após 
o fechamento, foi ligada a agitação no sistema de controle e acionada a chave de controle do 
aquecimento, até atingir a temperatura de 90°C mantendo-se o tempo de hidrólise por 2 horas, 
após o término deste período, o sistema de aquecimento foi desligado para iniciar o resfriamento. 
Quando a temperatura atingiu 60° foi adicionada a segunda enzima amiloglucosidase AMG 400, 
novamente o reator foi fechado permanecendo por 16 horas sob agitação. Após o decorrente 
tempo de hidrólise, os ensaios foram analisados quanto ao teor de glicose por cromatografia 
líquida. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Os resultados médios obtidos para o teor de glicose nos diversos ensaios realizados estão 
apresentados na Tabela 3. A análise dos dados mostrou terem ocorrido diferenças significativas 
entre os valores de glicose produzido, com os teores observado nos ensaios onde a concentração 
de matéria seca era de 32 e 33,5% e a concentração de amiloglucosidade de 3 a 4,7 AGU.g-1. 
Tabela 3 – Valores médios em g.L-1 da quantidade de glicose e maltose formadas nos 
ensaios de hidrólise 
 Variáveis independentes Variáveis 
dependentes 
Ensaio 
Matéria 
Seca 
Conc. Enzima 
dextrinização 
Conc. Enzima 
Sacarificação 
Glicose Maltose 
1 28(-1) 2(-1) 2(-1) 308,58 1,53 
2 32(+1) 2(-1) 2(-1) 359,91 7,94 
3 28(-1) 4(+1) 2(-1) 314,71 0,36 
4 32(+1) 4(+1) 2(-1) 382,42 7,65 
5 28(-1) 2(-1) 4(+1) 365,01 6,82 
6 32(+1) 2(-1) 4(+1) 413,36 0 
7 28(-1) 4(+1) 4(+1) 447,14 0 
8 32(+1) 4(+1) 4(+1) 394,64 2,83 
9 26,5(-1,68) 3(0) 3(0) 321,86 3,43 
10 33,5(+1,68) 3(0) 3(0) 456,32 5,48 
11 30(0) 1,3(-1,68) 3(0) 355,24 0 
12 30(0) 4,7(+1,68) 3(0) 388,31 5,17 
13 30(0) 3(0) 1,3(-1,68) 301,4 0 
14 30(0) 3(0) 4,7(+1,68) 367,49 7,45 
15 30(0) 3(0) 3(0) 399,01 10,7 
16 30(0) 3(0) 3(0) 409,08 10,36 
17 30(0) 3(0) 3(0) 397,87 10,37 
18 30(0) 3(0) 3(0) 378,61 0 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 22
19 30(0) 3(0) 3(0) 394,36 6,07 
20 30(0) 3(0) 3(0) 390,42 6,62 
21 30(0) 3(0) 3(0) 378,25 1,57 
22 30(0) 3(0) 3(0) 393,21 6,73 
23 30(0) 3(0) 3(0) 393,15 3,64 
 
 
No processo completo de hidrolise, o amido e convertido em uma mistura de vários 
oligossacarideos e dextrinas diferentes pelo uso da α-amilase. Essas maltodextrinas, ligeiramente 
doces, são submetidas a mais uma conversão pela adição de outras enzimas promotoras do 
desdobramento total das moléculas de amilose ou amilopectina que ao se romperem 
transformam-se em dextrinas cada vez mais simples e finalmente em glicose (ENZIMAS, 2007). 
Analisando os dados da Figura1 observa-se que ocorreu variação nas concentrações glicose, em 
função das concentrações de enzima AMG e matéria seca utilizada. 
 400 
 350 
 300 
 250 
 200 
 150 
 
Figura 1 - Gráfico de superfície de resposta para produção de glicose para as variáveis de 
(%)matéria seca e (AGU.g-1) amiloglucosidase. 
 
Na Figura 2 o gráfico mostra os valores de maltose produzida em relação a quantidade dematéria seca e enzima sacarificante amiloglucosidade. 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 23
 6 
 4 
 2 
 0 
 -2 
 -4 
 -6 
Figura 2 - Gráfico 
de superfície de resposta para produção de maltose para as variáveis de (%) matéria seca e 
(AGU.g-1) amiloglucosidase. 
 
CONCLUSÕES 
 
A partir dos resultados obtidos foi possível concluir que a quantidade de matéria seca 
utilizada e a concentração de enzima sacarificante diferem entre si quanto ao teor de glicose 
produzido e apresentam-se um melhor resultado nos ensaios onde a concentração de matéria 
seca foi de 32% e a concentração de amiloglucosidase foi de 3AGU.g-1. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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tuberosas amiláceas Latino Americanas), 2001. 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 24
DENSIDADE POPULACIONAL E EFEITO VARIETAL NA PRODUTIVIDADE DA PARTE AÉREA 
DE MANDIOCA APÓS A PODA1 
 
Eduardo Barreto AGUIAR2, Silvio José BICUDO3, Felipe CURCELLI4, Magno Luiz de ABREU5, 
Simério Carlos Silva CRUZ2, Francisco Rafael da Silva PEREIRA2, Elizeu Luiz BRACHTVOGEL2, 
Caio Tesoto PASSINI6; Adriana Cristina FERRARI6 
 
RESUMO 
A parte aérea da mandioca é geralmente deixada no campo após a poda ou colheita. 
Possuí grande potencial para utilização na alimentação animal e produção de energia. No Brasil 
sua produtividade pode variar de 10 a 15 toneladas de parte aérea fresca ha-1. A parte aérea da 
mandioca é considerada rica em proteína, com teores que variam de 10 a 16% na matéria seca, e 
pode facilmente ser utilizada na alimentação animal, como subproduto da produção de raízes. 
Embora seja evidente a possibilidade de utilização da parte aérea de mandioca para a produção 
de energia, até o momento não temos disponíveis trabalhos demonstrem esse potencial. A poda 
da mandioca é recomendada nas lavouras brasileiras cultivadas com dois ciclos vegetativos (18 a 
24 meses) e realizada normalmente antes do início das brotações do segundo ciclo. Consiste no 
corte das hastes rente ao solo para possibilitar principalmente o controle do mato com herbicidas, 
retirada de material de plantio ou utilização na alimentação animal. O presente trabalho avaliou a 
produção da parte aérea da mandioca após a poda, em cinco variedades com diferentes 
arquiteturas, e os efeitos de quatro densidades populacionais na produção de parte aérea da 
variedade IAC 14. Foram encontradas diferenças significativas nas produtividades da parte aérea 
entre as variedades avaliadas. A densidade populacional alterou o rendimento da parte aérea da 
mandioca, conforme modelo de regressão polinomial do segundo grau, com ponto de máxima 
próximo a 14.500 plantas.ha-1. 
Palavras-chave: Alimentação animal, Manihot esculenta Crantz, energia, espaçamento, 
variedades de mandioca. 
 
ABSTRACT: The aerial part of cassava is usually left on the field after pruning or harvesting. That 
Show great potential for use in animal feed and energy production. In Brazil, its productivity can 
range from 10 to 15 tons of shoot fresh.ha-1. The aerial part of cassava is rich in protein, with 
levels ranging from 10 to 16% dry matter, and can easily be used in animal feed as a byproduct of 
 
1 Parte do trabalho de tese de doutorado, em andamento no programa de Agricultura da UNESP - Univ. 
Estadual Paulista, Botucatu-SP. 
2 Aluno de doutorado do programa de Agricultura da UNESP - Univ. Estadual Paulista, Botucatu-SP. E-mail: 
aguiareb@msn.com. 
3 Prof. Dr. Diretor do CERAT / UNESP - Centro de Estudos de Raízes e Amidos Tropicais. 
4 Aluno de doutorado do programa de Energia na Agricultura da UNESP - Univ. Estadual Paulista, Botucatu-
SP. 
5 Aluno de mestrado do programa de Agricultura da UNESP - Univ. Estadual Paulista, Botucatu-SP. 
6 Aluno do curso de Zootecnia da UNESP - Univ. Estadual Paulista, Botucatu-SP. 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 25
the production of roots. Although it is clear the possibility of using the aerial part of cassava for the 
production of energy, so far we have available studies have demonstrated that potential. Pruning of 
cassava is recommended in Brazilian crops grown with two growing seasons (18 to 24 months) 
and usually held before the start of the budding leafs of the second cycle. It consists in cutting the 
stems near the soil surface to allow especially weed control with herbicides, removal of planting 
material or use in animal feed. This study evaluated the production of aerial par of cassava after 
pruning, in five varieties with different architectures, and the effects of four stocking densities in the 
production of aerial part of the IAC 14. There were significant differences in shoot yield between 
the varieties tested. The population density altered the yield of aerial part of cassava as the 
polynomial regression model of second degree, with the point of maximum close to 14.500 
plants.ha-1. 
Keywords: Animal feed, Manihot esculenta Crantz, energy, spacing, cassava varieties. 
 
INTRODUÇÃO 
 
A mandioca (Manihot esculenta Crantz.) é uma planta de origem americana, que têm suas 
raízes como seu principal produto. Ricas em amido são consideradas importantes fontes de 
carboidratos para a alimentação humana e animal. Sua parte aérea, também pode ser utilizada na 
alimentação animal, como fonte de fibras, proteínas e carboidratos, e possuí elevado potencial 
para sua utilização como energia em sistemas agroindustriais (CARVALHO, 1994; DIAS, 1966; 
LORENZI, 2003). Seu uso apresenta ainda, a vantagem de ser um subproduto da produção de 
raízes de mandioca. 
Trabalhos pioneiros realizados no Brasil descrevem a poda da mandioca como uma prática 
cultural recomendada apenas em casos específicos. Dias (1966), relata que a poda no segundo 
ciclo causa a redução na produção de raízes e no teores de amido. Normanha e Pereira (1964) 
descrevem que, a poda somente deve ser realizada para a retirada de material de plantio, ou 
quando há incidência de pragas. Albuquerque (1969) também afirma que a poda pode reduzir o 
rendimento de raízes, sendo recomendada apenas para regiões sujeitas a geadas. 
Os resultados de pesquisa, no entanto ainda são controversos. Albuquerque (1969) e 
Correia e outros autores (1973), mostraram redução na produtividade de mandioca com a poda. 
Pinho e outros (1981) e Conceição (1981) demonstram efeito positivo na produtividade de raízes 
de mandioca com a prática da poda. E ainda, Burgos e outros autores (2005) não observaram 
efeitos significativos da poda da mandioca. 
Atualmente a poda vem sendo realizada e é recomendada principalmente em lavouras de 
dois ciclos vegetativos (18 a 24 meses), por possibilitar o controle do mato com herbicidas não 
seletivos aplicados no periodo entre o primeiro e segundo ciclos. Deve ser realizada antes que se 
iniciem as chuvas e as novas brotações, o que corresponde aos meses setembro e outubro no 
centro e sul do Brasil (LORENZI, 2003). 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 26
A parte aérea da mandioca pode ser utilizada na alimentação de ruminantes como uma 
importante fonte de proteína, principalmente no período seco e frio do ano, quando a qualidade e 
a produtividade das pastagens são reduzidas. Pode ser consumida na forma de feno ou de 
silagem, pois normalmente é aproveitada apenas uma pequena parte comomaterial de plantio 
para novas áreas (CARVALHO, 1983; CARVALHO, 1994). 
O manejo das densidades populacionais altera o desenvolvimento das plantas de 
mandioca, por alterar a competição por água, luz e nutrientes. Também pode interferir na relação 
fonte-dreno entre a parte aérea e as raízes de mandioca (AGUIAR, 2003, COCK, 1977). 
Plantios mais adensados além de proporcionarem um menor crescimento individual das 
plantas de mandioca devido à maior competição, proporcionam também o maior desenvolvimento 
da parte aérea da mandioca em relação às raízes. Isso ocorre porque a parte aérea nesse caso 
promove uma maior força de dreno para a alocação dos carboidratos produzidos na fotossíntese. 
De maneira oposta, plantios menos adensados proporcionam um maior desenvolvimento das 
plantas de mandioca e proporcionam uma maior força de dreno raízes, promovendo um maior 
desenvolvimento das raízes e maiores índices de colheita (AGUIAR, 2003; COCK, 1977; ENYI, 
1972; WILLIAMS, 1972). 
O manejo das densidades populacionais passa por um ponto de máximo rendimento, que 
correlaciona não só o desenvolvimento individual de cada planta mais também o número de 
plantas por hectare (AGUIAR, 2003; COCK, 1977; NORMANHA & PEREIRA, 1950). A integração 
desses fatores são bem estudados para a produção de raízes de mandioca, todavia merecem ser 
avaliados também considerando a produção de parte aérea para a produção de energia e 
forragem para a alimentação animal. 
Alterações significativas não só no volume como também na composição da parte aérea 
de mandioca podem ser observados entre diferentes variedades. Uma das característica que as 
difere, é a arquitetura da parte aérea. Podemos separá-las principalmente em: “Esgalhadas”, que 
ramificam baixo e possuem ramificações bem abertas, “linheiras”, que não ramificam ou ramificam 
somente na extremidade das hastes, e as “intermediárias” que apresentam ramificações a uma 
altura mediana e não muito abertas. 
O presente trabalho teve o objetivo de avaliar, após a poda como prática cultural, os 
rendimentos e variações nos teores de matéria seca da parte aérea, em cinco variedades de 
mandioca com arquitetura e porte distintos. Avaliou também a produtividade da variedade IAC 14 
em quatro densidades populacionais. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
O presente trabalho consiste em dois experimentos, o primeiro avalia cinco variedades de 
mandioca quanto à produção de parte aérea, e o segundo o efeito das densidades populacionais 
na produção da variedade IAC 14. Ambos foram implantados em setembro de 2008 em solo 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 27
argiloso, na Fazenda Experimental Lageado da Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP - 
Botucatu-SP. 
No experimento um foram avaliadas cinco variedades de mandioca, com arquitetura e 
porte distintos, IAC 12, porte baixo, “esgalhado” e ramificação aberta, IAC 14 porte alto e 
ramificação intermediária, IAC 15, porte intermediário e ramificação intermediária, IAC 90 porte 
alto, “linheiro” e sem ramificação e Fibra, porte baixo, “linheiro” e sem ramificação. As parcelas 
foram formadas por quatro linhas de 12 plantas espaçadas 1,0 m entre linhas e 0,80 m entre 
plantas. O ensaio foi implantado em blocos casualizados, com quatro repetições. A parte aérea foi 
avaliada logo após a poda rente ao solo, em setembro de 2009. 
No experimento dois foi avaliada a produção da parte aérea da variedade IAC 14, 
amplamente cultivada no estado de São Paulo. Os tratamentos foram quatro densidades 
populacionais: 5000, 10000, 15000 e 20000 plantas ha-1, podadas rente ao solo e avaliadas em 
setembro de 2009. O experimento foi implantado em blocos casualizados com quatro repetições. 
As parcelas foram constituídas de quatro linhas, com 12 plantas, espaçadas 1,0 m entre linhas, e, 
espaçamento entre as plantas variável, para proporcionar as densidades estudadas: 1m x 0,5 m 
(20000 plantas ha-1), 1m x 1 m (10000 plantas.ha-1), 1 x 0,66 m (15000 plantas.ha-1) e 1m x 2 
(5000 plantas.ha-1). 
Nos dois experimentos foram a avaliadas, massa úmida da parte aérea logo após a poda, 
e massa seca, através da amostragem de duas plantas inteiras por parcela, trituradas em picador 
forrageiro, de onde foram retiradas amostras de aproximadamente 0,5 kg, secas em estufa a 55o 
C, para o cálculo da produção e dos teores de matéria seca. 
Os dados do experimento um foram avaliados por análise da variância e teste de Tukey 
com significância de 0,05. No experimento dois os resultados foram avaliados através de análise 
de regressão, e foram estimadas curvas de tendência para os parâmetros avaliados. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
No experimento um foram observadas diferenças significativas entre as variedades 
estudadas. A variedade IAC 14 apresentou a maior produtividade de matérias fresca e seca na 
parte aérea, respectivamente 29 e 13 t ha-1. As menores produtividades de matéria fresca da parte 
aérea foram observadas para as variedades IAC 12 e Fibra, que não apresentaram diferença 
significativa entre si, com produtividades próximas a 21,5 t ha-1 (Figura 1). 
Os menores rendimentos de matéria seca da parte aérea foram observados para o clone 
90 e a variedade IAC 15, 6,5 e 6,2 t ha-1 (Figura 1). 
Essas diferenças podem ser explicadas devido à heterogeneidade genética e fenotípica 
demonstrada entre as variedades, que apresentam diferentes arquiteturas da parte aérea. 
 Em relação ao teor de matéria seca, as variedades IAC 14, Fibra e IAC 12 não diferiram 
significativamente, apresentaram teores 45, 40 e 36 %. O clone 90 e a variedade IAC 15 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 28
obtiveram os menores teores de matéria seca, 26 e 28% não diferenciando estatisticamente entre 
si (Figura 1). 
Os rendimentos observados na produtividade de matérias fresca e seca evidenciam maior 
potencial da variedade IAC 14, para alimentação animal e produção de energia. As diferenças nos 
teores de matéria seca observadas foram também expressivas, variando de 26% no clone 90, a 
44% na IAC 14. A maior concentração de matéria seca aliada a maior produtividade da variedade 
IAC 14 habilitam-na como fonte promissora de energia para sistemas agroindustriais. 
De maneira geral os volumes produzidos de parte aérea podem ser considerados altos em 
todas as variedades avaliadas, e sua utilização pode ser recomendada principalmente por se 
tratar de um subproduto da produção de raízes de mandioca. Estudos posteriores para a 
avaliação da composição da parte aérea e rendimento energético em kcal, somados aos volumes 
produzidos por ha, poderão evidenciar ainda mais esse potencial. 
 
IAC 12
IAC 14
IAC 15
Clone 90
Fibra
0 5 10 15 20 25 30
Produtividade t.ha-1
V
ar
ie
da
de
s
 Massa seca
 Massa Fresca
IAC 12
IAC 14
IAC 15
Clone 90
Fibra
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
% de Matéria Seca
V
ar
ie
da
de
s
 
Figura 1. Teores de matéria seca e produtividade fresca e seca, da parte aérea de cinco 
variedades de mandioca. Botucatu-SP. 
 
No experimento dois, os teores de matéria seca da variedade IAC 14 não foram 
influenciados pelas densidades populacionais, tendo variado entre 26 e 29% (Tabela 1). 
 
Tabela 1. Teores médios de matéria seca da variedade IAC 14, avaliada em quatro densidades 
populacionais, em Botucatu-SP. 
Densidade Populacional em plantas.ha-1 Teor de Matéria Seca em % 
5000 27,52 
10000 26,83 
15000 27,86 
20000 26,33 
 
No entanto, pode-se observar na Figura 2, o expressivo efeito da densidade populacional 
no desenvolvimento individual das plantas. Essa variação foi de 6,9 a 2,4 kg de parte aérea fresca 
C 
A 
B 
BC 
C 
a 
c 
c 
b 
bc ab 
a 
b 
b 
a 
 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 29
planta-1, entre as densidades de 5000 e 20000 plantas ha-1. A mesma tendência pode ser 
observada na produção de matéria seca, 1,9 a 0,6 kg planta-1. Essa redução foi de 38% e 32%, 
para matériafresca e seca respectivamente. Esse efeito se deve principalmente pela maior 
competição por água, luz e nutrientes entre as plantas, submetidas às maiores densidades, que 
promoveram os menores rendimentos individuais descritos, para as maiores densidades. 
Todavia, os efeitos das densidades populacionais não devem ser observados somente em 
relação ao desenvolvimento individual das plantas. Deve-se considerar também o fator número de 
plantas por ha, que lhe confere uma tendência completamente distinta da observada no 
rendimento por planta (Figura 2). 
Geralmente, todas as culturas apresentam uma densidade populacional particular onde os 
maiores rendimentos são encontrados, e a partir dos quais os rendimentos tendem a cair com 
aumento ou diminuição da densidade de plantas. Para a planta de mandioca os valores 
observados não foram diferentes. As produtividades de matéria fresca e seca da parte aérea da 
variedade IAC 14, apresentaram ponto de máxima produção, entre as densidades de 14000 e 
15000 plantas ha-1. Essa tendência é explicada por modelo polinomial do segundo grau (Figura 
2). 
5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000
0
2
4
6
8
 Massa fresca Y =9,2875-5,527E-4 X+1,05E-8 X2 (r2=0,99)
 Massa seca Y =2,55-1,512E-4 X+2,8E-9 X2 (r2=0,98)
Densidade Populacional plantas.ha-1
M
a
ss
a
 F
re
sc
a 
kg
.p
la
n
ta
-1
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
M
assa se
ca kg
.p
la
n
ta
-1
5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000
32
34
36
38
40
42
44
46
48
50
52
54
56
58
 Massa fresca Y =9,8+0,00579 X-1,992E-7 X2 (r2=0,97)
 Massa seca Y =2,55+0,00161 X-5,6E-8 X2 (r2=0,92)
Densidade Populacional planta.ha-1
M
as
sa
 F
re
sc
a 
t.h
a-
1
10
12
14
16
18
M
a
ssa S
e
ca
 t.ha
-1
 
Figura 2. Produção e produtividade da matérias fresca e seca da parte aérea, por planta e em 
função das densidades populacionais. Variedade IAC 14, Botucatu-SP. 
 
Os valores de parte aérea estimados pelas equações de regressão, calculados a partir dos 
dados observados, mostram que produtividades de 52 t ha-1 de matéria fresca, e 14 t ha-1 de 
matéria seca de parte aérea, podem ser atingidas com densidades entre 14000 e 15000 plantas 
ha-1. Esses volumes de produção estimados mostram o pronunciado efeito das densidades 
populacionais, que pode facilmente ser manejado visando uma maior produção de parte aérea 
tanto para alimentação animal como para a produção de energia. 
No estado de São Paulo, onde a variedade IAC 14 é bastante cultivada, as densidades de 
plantio variam de 10000 a 15000 plantas ha-1, onde proporcionam os maiores rendimentos de 
raízes. Os dados observados nesse experimento mostram uma boa relação entre as densidades 
de plantio recomendadas para essa variedade, e a densidade de plantio onde obtivemos os 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 30
maiores rendimentos de parte aérea. Essa característica pode ser considerada na escolha de uma 
variedade, que se pretenda utilizar a parte aérea nas formas estudadas nesta pesquisa. 
 
CONCLUSÕES 
 
As variedades estudadas mostram diferenças significativas nas produtividades matérias 
fresca e seca de parte aérea de mandioca e nos teores de matérias seca após a poda. 
A correlação entre a população de plantas e produtividade de matérias fresca e seca da 
parte aérea de mandioca, é explicada pelo modelo regressão polinomial do segundo grau. 
A densidade populacional não altera os teores de matéria seca da parte aérea da 
mandioca. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 32
DESEMPENHO DE PLANTADORA E SUBSOLADOR DE MANDIOCA EM SISTEMA DE 
PLANTIO DIRETO E CONVENCIONAL 
 
 
Felipe CURCELLI1, Silvio José BICUDO2, Eduardo Barreto AGUIAR³, Magno Luiz de ABREU³, 
Elizeu Luiz BRACHTVOGEL³, Simério Carlos Silva CRUZ³, Francisco Rafael Silva PEREIRA³ 
 
RESUMO 
A cultura da mandioca ocupa hoje uma área plantada de 1,9 milhões de hectares, e uma 
produção anual de 26 milhões de toneladas. A maioria dessas lavouras são conduzidas com baixo 
nível de mecanização e ampla utilização de mão-de-obra. O presente projeto contempla a 
avaliação de uma plantadora hidráulica de quatro linhas e um subsolador de mandioca. O objetivo 
do trabalho é avaliar a plantadeira e subsolador de mandioca em relação aos parâmetros 
mecânicos e fitotécnicos em resposta a diferentes velocidades e profundidades de plantio. Os 
experimentos serão plantados em área da Fazenda Lageado da UNESP/FCA, onde serão 
plantadas duas roças de mandioca, uma em PD e outra em PC. As parcelas serão sub-divididas 
no tempo, sendo as primeiras colhidas com um ciclo, 8 a 12 meses, e a segunda colhida com dois 
ciclos, 18 a 24 meses. O delineamento experimental utilizado será em blocos completos 
casualizados. As parcelas serão compostas por quatro linhas de 20 plantas, espaçadas 1,00 m 
entre linhas e 0,80 m entre plantas. Os tratamentos de plantio avaliados serão: quatro velocidades 
de trabalho, 03, 05, 06 e 09 km h-1 em três profundidades de 05, 10 e 15 cm. Os parâmetros 
avaliados na plantadora serão: força de tração, consumo horário e operacional de combustível, 
patinagem, área mobilizada e profundidade do sulco da plantadora, uniformidade e distribuição 
das manivas. O subsolador será avaliado nos dois sistemas de plantio com duas profundidades de 
trabalho, 0,30 e 0,50 m e dois ângulos de inclinação das asas, 20° e40° em relação ao solo. Os 
parâmetros avaliados no subsolador serão: força de tração, consumo horário e operacional de 
combustível, patinagem, empolamento e perfil do solo mobilizado. As avaliações fitotécnicas na 
cultura da mandioca serão: número de raízes quebradas, produtividade seca e fresca de raízes, 
produtividade seca e fresca de parte aérea, número de raízes, peso médio, comprimento e 
diâmetro de raízes. 
Palavras-chave: Manihot esculenta, profundidade, velocidade, produtividade 
 
ABSTRACT: The cassava crop occupies a planted area of 1.9 million hectares and an annual 
production of 26 million tonnes. Most of these crops are conducted with a low level of 
 
1 Estudante de Pós-Graduação em Energia na Agricultura da UNESP de Botucatu/SP. 
felipecurcelli@yahoo.com.br 
2 Professor Doutor- CERAT/UNESP, Botucatu/SP. sjbicudo@fca.unesp.br 
³ Estudantes de Pós-Graduação em Agricultura da UNESP de Botucatu/SP. 
 
VII Seminário de Integração de Pesquisas do CERAT 33
mechanization and extensive use of labor force. This project includes the evaluation of a hydraulic 
planter with four lines and a subsoil of cassava. The objective of this study is to evaluate the 
planter and subsoil of cassava in relation to the mechanical and phytotechnical parameters in 
response to different speeds and depths of planting. The experiments will be planted in the area of 
Lageado UNESP / FCA, which will be planted two crops of cassava, one in NT and other CP. The 
plots will be sub-divided in time, being the first taken with one cycle, 8 to 12 months, and the 
second taken with two cycles, 18 to 24 months. The experiment design will be block complete. The 
plots will consist of four rows of 20 plants spaced 1.00 m between rows and 0.80 m between 
plants. Treatments evaluated planting will be: four forward speeds, 03, 05, 06 and 09 km h-1 at 
three depths of 05, 10 and 15 cm. The parameters evaluated in the planter are: force, fuel 
consumption and operating fuel, ice skating, mobilized area and depth of the groove planter, 
uniformity and distribution of cuttings. The subsoil shall be assessed in two different systems with 
two working depths, 0.30 and 0.50 m and two angles of the wings, 20 degrees and 40 degrees 
from the ground. The parameters evaluated in the subsoil are: force, fuel consumption and 
operating fuel, ice skating, blistering and mobilized the soil profile. Evaluations plant parameters in 
cassava crop will be: number of broken roots, yield fresh and dry root, yield fresh and dry shoot 
and root number, average weight, length and diameter of roots. 
Keywords: Manihot esculenta, depth, speed, productivity 
 
INTRODUÇÃO 
 
A mandioca (Manihot esculenta Crantz.) é uma planta perene da família Euphorbiaceae. 
Seu ciclo de desenvolvimento varia de 12 a 24 meses. É originária da América do Sul, mais 
precisamente do Brasil (SILVA et al., 2001). Seu centro de origem engloba parte do centro-oeste e 
norte, mais precisamente nos estados de Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre 
(OLSEN & SHAAL, 2001). 
O uso da planta de mandioca é bastante variado. No mundo, a mandioca é amplamente 
utilizada na alimentação humana e animal, principalmente em países tropicais. É tido como o 
alimento principal na dieta diária, como fonte de carboidratos, servindo à subsistência de 
aproximadamente 200 milhões de pessoas (CONCEIÇÃO, 1989). O consumo médio de farinha de 
mandioca, no Brasil, é por volta de 3,7 kg pessoa ano-1, e valor próximo é estimado para o 
consumo in natura (CATI, 1999). 
Boas produtividades em lavouras de mandioca, segundo Lorenzi (2003), se relacionam 
com cultivos em solos profundos e bem drenados, geralmente de textura média a arenosa. 
Entretanto, elevadas produtividades vêm sendo obtidas em solos argilosos de alta fertilidade. 
O preparo do solo, nos cultivos de mandioca é prática muito importante, pois proporciona 
melhoria das características físicas do solo, que são essenciais ao crescimento das plantas e 
desenvolvimento das raízes tuberosas. Todavia, tradicionalmente praticado o preparo 
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convencional apresenta desvantagens em termos conservacionistas, em comparação aos 
sistemas de plantio direto e cultivo mínimo utilizados atualmente, o que torna necessários estudos 
que envolvam tais sistemas. 
Os sistemas de produção de mandioca utilizados no Brasil variam muito, principalmente 
em relação às práticas culturais. Essas principais variações se dão em função das condições 
climáticas da região de cultivo, tamanho da área plantada, que quanto maiores mais mecanizadas, 
e destino da produção, para indústria ou mesa. Utilizam elevada quantidade de mão-de-obra, 
sendo o plantio e a colheita as atividades que mais exigentes. 
A maioria das lavouras são conduzidas com baixo nível de mecanização e ampla utilização 
de mão-de-obra. O plantio embora seja realizado manualmente em pequenas áreas, pode ser 
feito com plantadoras tratorizadas disponíveis, recentemente, no mercado e que vêm 
demonstrando bom desempenho e rendimento. 
A colheita da mandioca é parcialmente mecanizada, realizada com subsoladores 
tratorizados com asas, conhecidos como “afofadores”, que mobilizam o solo abaixo das raízes 
facilitando o arranquio. Após a colheita é feito o “embandeiramento” das raízes ou carregamento 
em bags, para posterior transporte em carretas ou caminhões, que pode ser realizada 
manualmente ou com o uso guinchos tratorizados. 
Atualmente estão disponíveis no mercado plantadeiras de uma, duas, quatro e até seis 
linhas, e vários modelos e marcas de subsoladores para a colheita. Esses equipamentos, 
comparados aos utilizados nas demais culturas, foram pouco estudados e carecem de pesquisa 
que possam estabelecer melhores índices de desempenho, adequação de regulagens, e também 
avaliações de seus efeitos na cultura da mandioca. Esses estudos podem ainda propor melhorias 
nos equipamentos já amplamente comercializados no Brasil. 
Hoje em dia com a expansão do nível tecnológico das lavouras de mandioca, 
principalmente nos países tropicais, vem surgindo um bom nicho de mercado desses 
equipamentos, exclusivamente fabricados no Brasil. Segundo a FAO (2004), no mundo são 
colhidos, aproximadamente, 190 milhões de toneladas, que demanda grande volume de mão-de-
obra no plantio e principalmente na colheita. O Continente Africano é o maior produtor mundial , 
aproximadamente 100 milhões de toneladas ano-1. 
Já o Brasil apresenta atualmente uma área plantada de 1,9 milhões de ha e uma produção 
de 26 milhões de toneladas, com uma produtividade média de aproximadamente 15 t ha-1. No 
ranking nacional a mandioca ocupa o quarto lugar em volume anual de produção, abaixo somente 
da cultura da cana-de-açúcar, soja e milho (IBGE, 2009). 
 
 
 
 
 
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MATERIAL E MÉTODOS 
 
O presente projeto contempla a avaliação de uma plantadora de mandioca de quatro 
linhas, marca Planti-Center®, modelo Bazuca II, e um subsolador de mandioca, marca Planti-
Center®, modelo P. 900 em dois sistemas de plantio, direto (PD) e convencional (PC). 
Os equipamentos foram cedidos pelo fabricante com contrato de comodato entre a 
empresa e o Centro de Raízes e Tubérculos Tropicais (CERAT), pertencente à Universidade 
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, pelo período de cinco anos, 2009 a 2014. 
Os experimentos serão implantados em área da Fazenda Experimental de Ensino, 
Pesquisa e Produção (FEPP), Lageado, no município de Botucatu. Serão realizados dois 
experimentos, sendo um em Sistema de Plantio Direto na Palha e outro dito Plantio Convencional. 
O delineamento experimental utilizado será em blocos completamente casualizados. As 
parcelas serão compostas por quatro linhas de 20 plantas, espaçadas 1,00 m entre linhas e 0,80 
m entre plantas. As sub-parcelas consistirão

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