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PEN 18 - Os Crimes Contra a Incolumidade Pública

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DIREITO PENAL 
 18 
Os Crimes Contra 
a Incolumidade 
Pública 
 
 
 
 
 
 
 Os Crimes de Perigo Comum 
 
 
 Incêndio 
 
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de 
outrem: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Qualquer pessoa, inclusive o proprietário da coisa incendiada. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é dar causa, provocar o incêndio criando perigo à outrem. É um crime de perigo 
concreto. Constitui elementar do crime que da combustão advenha perigo para a vida, integridade 
física ou o patrimônio de outrem. Se o sujeito ateia fogo em um imóvel distante e desabitado, não 
será considerado crime. 
 
! Se o incêndio for causado, visando o agente a expor a perigo um número certo de pessoas, o crime será o do art. 132. 
 
Se o incêndio for causado, visando o agente a causar dano em patrimônio de pessoa determinada, 
o crime será o do art. 163. 
 
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Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de causar o incêndio, expondo outrem a perigo. A forma culposa é prevista no 
parágrafo 2º. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com o advento do perigo comum. Admite-se a tentativa. 
 
Formas Qualificadas: 
 
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço: 
 
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou 
alheio; 
 
! Se o agente causa o incêndio com intenção de fraudar seguradora para receber o prêmio, e expõe a perigo um número indeterminado de pessoas, responderá pela qualificadora, que absorve o 
estelionato. Se, porém, não causar perigo a número indeterminado de pessoas, responde pelo art. 
171, § 2º, V. 
 
II - se o incêndio é: 
a) em casa habitada ou destinada a habitação; 
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura; 
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo; 
d) em estação ferroviária ou aeródromo; 
e) em estaleiro, fábrica ou oficina; 
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável; 
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração; 
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta. 
 
Incêndio Culposo: 
 
Incêndio culposo 
§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
 
 
 Explosão 
 
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante 
explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos 
análogos: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade exposta ao perigo da explosão. 
 
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Tipo Objetivo: 
A conduta típica é expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem mediante: 
a) explosão: estouro violento, com deslocamento de ar; 
b) arremesso: atirar com violência e a distância; 
c) simples colocação de engenho de dinamite ou substância de efeitos análogos: pune-se a 
potencialidade de explosão. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de praticar as condutas descritas no artigo. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a produção do perigo comum. Admite-se a forma tentada, embora seja de 
difícil observação na prática. 
 
Figura Privilegiada: 
 
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Figura Qualificada: 
 
§ 2º - As pena aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do 
artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no n.º II do mesmo 
parágrafo. 
 
Modalidade Culposa: 
 
§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena é 
de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; nos demais casos, é de detenção, de 3 (três) meses 
a 1 (um) ano. 
 
 
 Uso de Gás Tóxico ou Asfixiante 
 
Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás 
tóxico ou asfixiante: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Modalidade Culposa 
Parágrafo único - Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
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Tipo Objetivo: 
A conduta típica é expor a perigo a vida, integridade física ou o patrimônio de outrem, através de gás 
tóxico (capaz de envenenar) ou asfixiante (capaz de provocar sufocação). 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de expor a perigo a vida, integridade física ou patrimônio de outrem com o 
emprego do gás tóxico ou asfixiante. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a ocorrência da situação de perigo. 
Admite-se a tentativa. 
 
 
 Fabrico, Fornecimento, Aquisição, Posse ou Transporte de 
 Explosivos ou Gás Tóxico, ou Asfixiante 
 
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, 
substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua 
fabricação: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Noções Iniciais: 
No que tange à engenho explosivo, encontra-se revogado este artigo pela Lei de Porte de Armas, que 
tipifica as ações de possuir, deter, fabricar ou empregar artefato explosivo. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
Há presentes cinco modalidades de conduta: 
a) fabricar; 
b) fornecer; 
c) adquirir; 
d) possuir; 
e) transportar. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de realizar uma das condutas mencionadas. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a prática de qualquer ato. A tentativa não é admitida. 
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 Inundação 
 
Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de 
outrem: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de 6 (seis) 
meses a 2 (dois) anos, no caso de culpa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta é causar inundação, da qual decorra perigo a outrem. A inundação pode ser provocada 
pelo desvio de águas de seus limites naturais. 
 
Tipo Subjetivo: 
O crime existe sob a forma dolosa ou culposa. O dolo é a vontade de causar inundação, expondo a 
perigo de vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem. Pode ser dolo direto ou eventual. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a ocorrência do perigo real.Admite-se a tentativa. 
 
 
 Perigo de Inundação 
 
Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, 
a integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir 
inundação: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, inclusive o proprietário do prédio no qual é destruído, removido ou 
inutilizado obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
 
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Tipo Objetivo: 
Existem três condutas típicas que devem recair sobre obstáculo natural ou obra destinada a impedir a 
inundação: 
a) remover; 
b) destruir; 
c) inutilizar 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de remover, destruir ou inutilizar o obstáculo natural ou a obra destinada a 
impedir a inundação, ciente do perigo comum decorrente da sua conduta. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito com a ocorrência do perigo concreto de inundação. Não se admite a forma 
tentada. 
 
 
 Desabamento ou Desmoronamento 
 
Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade 
física ou o patrimônio de outrem: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Modalidade culposa 
Parágrafo único - Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, inclusive o proprietário do prédio. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é causar (provocar): 
a) desabamento: queda de obras construídas pela ação do homem; 
b) desmoronamento: queda de formações naturais, como barrancos. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de provocar desmoronamento ou desabamento criando uma situação de perigo a 
pessoa ou pessoas indetermináveis. Pune-se a forma culposa. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime se consuma com a criação da situação de perigo à coletividade. 
 
 
 
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 Subtração, Ocultação ou Inutilização de Material de Salvamento 
 
Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou 
outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de 
combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, inclusive o proprietário do aparelho, material ou qualquer outro meio 
destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica abrange duas modalidades: 
a) subtrair, ocultar ou inutilizar o material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao 
perigo, de socorro ou salvamento sob a condição de ser praticado por ocasião de incêndio, 
inundação, naufrágio ou outro desastre ou calamidade; 
b) impedir ou dificultar o serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento, durante 
calamidade ou desastre. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de praticar as ações descritas sabendo-se que sua conduta é atentatória ao bem 
jurídico tutelado. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a subtração, ocultação ou inutilização dos objetos ou com o efetivo 
impedimento ou dificultação da prestação do serviço. 
Admite-se a forma tentada. 
 
 
 Formas Qualificadas de Crime de Perigo Comum 
 
Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena 
privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso 
de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, 
aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço. 
 
Crime de Perigo Comum 
DOLOSO ! 
Lesão Corporal 
CULPA ! 
Pena aumentada de metade 
 
Crime de Perigo Comum 
DOLOSO ! 
Morte 
CULPA ! 
Pena aplicada em dobro 
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Havendo dolo direto ou eventual com relação à morte da vítima, haverá homicídio qualificado (art. 
121, § 2º, III). O homicídio qualificado absorve o crime de perigo comum. 
 
Crime de Perigo Comum 
CULPOSO ! Lesão Corporal ! 
Pena aumentada de metade 
 
Crime de Perigo Comum 
CULPOSO ! Morte ! 
Pena do homicídio culposo 
aumentada de 1/3 
 
 
 Difusão de Doença ou Praga 
 
Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou animais de 
utilidade econômica: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Modalidade culposa 
Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, inclusive o proprietário. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é difundir (propagar, disseminar) doença ou praga, que seriam qualquer processo 
patológico ou através de outros organismos capazes de levar à morte plantas ou animais. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de difundir a doença ou a praga que tem possibilidade de causar dano a floresta, 
plantação ou animais de utilidade econômica. O crime é punido também a título de culpa. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a efetiva propagação da doença ou praga. Admite-se a tentativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Os Crimes Contra a Segurança dos Meios de 
Comunicação e Transporte e Outros Serviços Públicos 
 
 
 Perigo de Desastre Ferroviário 
 
Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro: 
 
I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea, material 
rodante ou de tração, obra-de-arte ou instalação; 
 
II - colocando obstáculo na linha; 
 
III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou interrompendo ou 
embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia; 
 
IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre: 
 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
As condutas típicas são: 
a) impedir: não permitir, interromper, obstruir; 
b) perturbar: criar embaraço, modificar. 
Através dos seguintes meios de execução: 
a) destruição, danificação, desarranjo total ou parcial da linha férrea, material rodante ou de 
tração, obra-de-arte ou instalação; 
b) colocação de obstáculo na linha; 
c) transmissão de falso aviso acerca do movimento dos veículo ou interrupção ou embaraço do 
funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia; 
d) prática de outro ato de quepossa resultar desastre. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de impedir ou perturbar o serviço de estrada de ferro por intermédio dos meios 
assinalados. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a ocorrência de perigo decorrente da prática de qualquer dos fatos 
previstos. Admite-se a tentativa. 
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Desastre Ferroviário: 
Pune-se de forma mais severa se realmente ocorre o desastre ferroviário. 
Damásio entende que a punição abrange tanto a forma dolosa, quando o agente quis, desde o início, o 
desastre, quanto a forma preterdolosa, quando o agente quis somente causar uma situação de perigo, 
mas decorrente desta, causou o desastre. 
 
§ 1º - Se do fato resulta desastre: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos e multa. 
 
Modalidade Culposa: 
Damásio entende que o crime de perigo de desastre ferroviário não é punido a título de culpa se não 
sobrevém o efetivo desastre. Se porém este ocorre, o agente é punido pelo crime de desastre 
ferroviário culposo. 
 
§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
 
Definição de Estrada de Ferro: 
 
§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de comunicação 
em que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo. 
 
 
 Atentado Contra a Segurança de Transporte Marítimo, Fluvial ou Aéreo 
 
Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato 
tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
 
Sinistro em Transporte Marítimo, Fluvial ou Aéreo: 
 
§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda ou 
destruição de aeronave: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 
 
Prática do Crime com o Fim de Lucro: 
 
§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com intuito de obter 
vantagem econômica, para si ou para outrem. 
 
Modalidade Culposa: 
 
§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública, em especial os meios de transporte coletivo de natureza marítima, 
fluvial ou aérea. 
 
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Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é: 
a) expor a perigo (concreto) embarcação ou aeronave, própria ou alheia; 
b) praticar qualquer ato tendente a impedir (tornar impraticável, obstruir) ou dificultar (tornar 
difícil, opor óbices) navegação marítima, fluvial ou aérea. 
Embarcação é qualquer construção destinada a navegar sobre água. Aeronave é todo e qualquer 
aparelho apto a efetuar transportes e que possa ser levado e dirigido pelo espaço. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar 
qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea. É necessário que 
o agente tenha vontade de expor a perigo concreto a coletividade, ciente da situação perigosa. 
A forma culposa é punida quando da ocorrência de sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com o advento de perigo concreto. Admite-se a tentativa. 
 
 
 Atentado Contra a Segurança de Outro Meio de Transporte 
 
Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o 
funcionamento: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
 
§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
 
§ 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública no aspecto da segurança dos meios de transporte público. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é: 
a) expor a perigo outro meio de transporte público; 
b) impedir ou dificultar o funcionamento de outro meio de transporte público. 
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Outro meio de transporte abrange aqueles que se destinam ao atendimento da coletividade e não 
sejam marítimo, fluvial ou aéreo. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de expor a perigo qualquer outro meio de transporte público, ou vontade de 
impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento. A forma culposa só é punida só houver efetivamente o 
desastre. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a ocorrência de perigo à coletividade. Admite-se a forma tentada. 
 
 
 Formas Qualificadas 
 
Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou 
sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258. 
 
 
 Arremesso de Projétil 
 
Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte público 
por terra, por água ou pelo ar: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses. 
 
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de 6 (seis) meses a 2 
(dois) anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública, no aspecto da segurança dos meios de transporte. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é arremessar (lançar com ímpeto) projétil (qualquer sólido pesado que se mova no 
espaço) em veículo em movimento, destinado ao transporte público. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de arremessar o projétil contra o veículo. 
Não existe a forma culposa. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com o lançamento do projétil ao veículo, ainda que não o consiga atingir. A 
tentativa não é admitida. 
 
 
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 Atentado Contra a Segurança de Serviço de Utilidade Pública 
 
Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou 
calor, ou qualquer outro de utilidade pública: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública, em especial, os serviços de utilidade pública prestados pelo 
Estado ou particulares à coletividade. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é atentar contra a segurança ou o funcionamento (perturbar, praticar ato tendente a 
tornar insegura a prestação do serviço ou prejudicar o funcionamento) de serviço prestado à 
coletividade. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviços 
de utilidade pública. 
Não existe a forma culposa. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a prática de qualquer ato idôneo a perturbar a segurança ou o 
funcionamento de serviço de utilidade pública. 
Admite-sea tentativa, embora seja de difícil verificação na prática. 
 
Forma Qualificada: 
 
Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de um terço até a metade, se o dano ocorrer em virtude 
de subtração de material essencial ao funcionamento dos serviços. 
 
 
 Interrupção ou Perturbação de Serviço Telegráfico ou Telefônico 
 
Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir 
ou dificultar-lhe o restabelecimento: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
 
Parágrafo único - Aplicam-se as penas em dobro, se o crime é cometido por ocasião de 
calamidade pública. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o regular funcionamento dos serviços telegráficos, radiotelegráficos ou telefônicos. 
 
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Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é interromper (fazer cessar) ou perturbar (causar embaraço, atrapalhar) serviço 
telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, ou ainda, impedir ou dificultar o restabelecimento do 
serviço. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de interromper ou perturbar o serviço ou impedir ou dificultar o seu 
restabelecimento. Não existe a forma culposa. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a interrupção ou perturbação do serviço telegráfico, radiotelegráfico ou 
telefônico, ou com o impedimento ou dificultação de seu restabelecimento. É possível a tentativa. 
 
 
 
 
 
 
 Os Crimes Contra a Saúde Pública 
 
 
 Epidemia 
 
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública, em especial a saúde pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos. Significa 
provocar uma doença numa dada localidade acometendo, sucessiva ou simultaneamente, numerosas 
pessoas. Germes patogênicos são todos os microorganismos capazes de produzir moléstias 
infecciosas. 
 
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Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos. O tipo admite 
a modalidade culposa. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a ocorrência da epidemia. Admite-se a tentativa. 
 
Resultado Qualificador: 
 
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. 
 
Modalidade Culposa: 
 
§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, ou, se resulta morte, de 
2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
 
 
 Infração de Medida Sanitária Preventiva 
 
Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou 
propagação de doença contagiosa: 
Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é infringir (violar, desrespeitar) determinação do Poder Público (qualquer ato 
normativo) destinada a impedir a introdução ou propagação de doença contagiosa. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de infringir a determinação do Poder Público destinada a impedir introdução ou 
propagação de doença contagiosa. Não existe a modalidade culposa. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com o desrespeito à determinação do Poder Público destinada a impedir 
introdução ou propagação de doença contagiosa. Admite-se a tentativa. 
 
Figura Qualificada: 
 
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde pública 
ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro. 
 
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 Omissão de Notificação de Doença 
 
Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é 
compulsória: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública, nos aspecto da saúde do grupo social ameaçado. 
 
Sujeito Ativo: 
É crime próprio, uma vez que só pode ser praticado por médico. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é a omissão em comunicar à autoridade competente a doença cuja notificação é 
compulsória. 
 
! Trata-se de norma penal em branco, de definição típica incompleta, deixando para outra lei a enumeração das doenças cuja notificação é compulsória. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é vontade de não comunicar à autoridade competente doença cuja notificação é compulsória. 
Não existe a forma culposa. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a não comunicação da doença à autoridade competente no prazo designado 
para tanto nos regulamentos ou outros atos normativos que versem sobre a matéria. Não é admitida a 
tentativa. 
 
 
 Envenenamento de Água Potável ou de Substância Alimentícia 
 ou Medicinal 
 
Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou 
medicinal destinada a consumo: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos. 
 
§ 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em depósito, para o fim de ser 
distribuída, a água ou a substância envenenada. 
 
Modalidade culposa 
§ 2º - Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
 
 
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Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública, em especial, a saúde pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é envenenar (colocar substância venenosa) a água potável ou substância alimentícia 
ou medicinal. No § 1.º pune-se a conduta de entregar a consumo ou ter em depósito, para o fim de ser 
distribuída, a água ou a substância envenenada. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de envenenar a água potável, de uso comum ou particular, ou substância 
alimentícia ou medicinal destinada a consumo, ou ainda, entregar a consumo ou ter em depósito a 
substância envenenada. A forma culposa também é punida. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se no momento em que o objeto material é envenenado, independente de resultado 
perigoso. Nas modalidades do § 1.º o crime consuma-se com o oferecimento ao consumo ou com a 
guarda do objeto material. Admite-se a tentativa, exceto nos casos de culpa. 
 
 
 Corrupção ou Poluição de Água Potável 
 
Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular, tornando-a imprópria 
para consumo ou nociva à saúde: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
 
Modalidade culposa 
Parágrafo único - Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade, em particular, a saúde pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típicaé corromper (adulterar a sua composição) ou poluir (sujar, conspurcar) água potável 
(própria para uso alimentar), seja de uso comum ou particular. 
 
 
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Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular, tornando-a 
imprópria para o consumo ou nociva à saúde. A forma culposa também é punida. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com corrupção ou poluição da água potável. Admite-se a forma tentada. 
 
 
 Falsificação, Corrupção, Adulteração ou Alteração de 
 Substância ou Produtos Alimentícios 
 
Art. 272 - Corromper, adulterar ou falsificar substância ou produto alimentício destinado a 
consumo, tornando-o nocivo à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo: 
Pena - reclusão, de 4 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
§ 1º - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à venda, importa, tem em 
depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a substância 
alimentícia ou o produto falsificado, corrompida ou adulterada. 
 
§ 1º A - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas neste artigo em relação a 
bebidas, com ou sem teor alcoólico. 
 
Modalidade culposa 
§ 2º - Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública, no particular aspecto da saúde pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
Existem quatro condutas típicas: corromper, adulterar, falsificar e alterar substância ou produto 
alimentício destinado a consumo. É imprescindível que da ação resulte nocividade à saúde ou que 
tenham reduzido o seu valor nutritivo. 
 
! O produto ou substância alimentícia deve ser destinado a um número indeterminado de pessoas, se for destinado a pessoas determinadas, o crime será o do art. 132, perigo para a vida ou a saúde de 
outrem. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de corromper, alterar, adulterar ou falsificar o produto ou a substância alimentícia 
destinada a consumo público. 
 
 
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Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a corrupção, alteração, adulteração ou falsificação do produto ou da 
substância alimentícia. 
Admite-se a tentativa. 
 
 
 Falsificação, Corrupção, Adulteração ou Alteração de 
 Produto Destinado a Fins Terapêuticos ou Medicinais 
 
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou 
medicinais: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. 
 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito para vender 
ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, 
adulterado ou alterado. 
 
§ 1º A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as matérias-
primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico. 
 
§ 1º B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a 
produtos em qualquer das seguintes condições: 
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; 
II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior; 
III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; 
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; 
V - de procedência ignorada; 
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente. 
 
Modalidade culposa 
§ 2º - Se o criminoso é culposo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública, no particular aspecto da saúde pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é alterar, falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins 
terapêuticos ou medicinais (toda substância, sólida ou líquida, empregada na cura ou prevenção de 
moléstias). O parágrafo 1.º-A, incluído pela Lei 9.677/98, caracterizou também como produto os 
medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de 
uso em diagnóstico. 
 
O parágrafo 1º inclui as ações de vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer 
forma distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. O 
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parágrafo 1º-B trouxe também novos elementos normativos em relação às condutas incriminadas no 
parágrafo 1º. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de praticar as condutas descritas no artigo. Na modalidade “ter em depósito” 
exige-se, além do dolo, um especial fim de agir, consistente na finalidade de vender o produto. Pune-
se a modalidade culposa, quando o agente dar causa à modificação do produto por imprudência, 
negligência ou imperícia. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a modificação do produto por qualquer das formas descritas. Os crimes do 
parágrafo 1º consumam-se com a efetiva venda, exposição à venda, guarda em depósito ou entrega a 
consumo da substância alterada. Admite-se a tentativa. 
 
 
 Emprego de Processo Proibido ou de Substância Não Permitida 
 
Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento, gaseificação 
artificial, matéria corante, substância aromática, anti-séptica, conservadora ou qualquer outra 
não expressamente permitida pela legislação sanitária: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública, principalmente a saúde pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é empregar (usar, aplicar) na fabricação de produtos destinados a consumo 
(alimentos ou remédios). 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de empregar, no fabrico de produto destinado ao consumo, processos ou 
substâncias não expressamente permitidos pela legislação sanitária. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com o emprego de processo ou de substância não expressamente permitidos 
pela legislação sanitária aplicável no fabrico de produto destinado ao consumo do público. Não é 
admitida a forma tentada. 
 
 
 
 
 
 
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 Invólucro ou Recipiente com Falsa Indicação 
 
Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios, terapêuticos ou 
medicinais, a existência de substância que não se encontra em seu conteúdo ou que nele existe 
em quantidade menor que a mencionada: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a saúde pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é indicar, apontar, citar, em invólucro ou recipiente de produto alimentício, 
terapêutico ou medicinal, a existência de substânciaque não se encontra em seu conteúdo ou que nele 
existe em quantidade menor que a mencionada. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de inculcar, em invólucro ou recipiente de produto alimentício, terapêutico ou 
medicinal, a existência de substância que não se encontra em seu conteúdo ou que nele existe em 
quantidade menor que a mencionada. Não existe a forma culposa. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a falsa indicação, não se exigindo que o produto seja entregue a consumo. 
Admite-se a forma tentada. 
 
 
 Produto ou Substância nas Condições dos Dois Artigos Anteriores 
 
Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a 
consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275. 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a saúde pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, comerciante ou não. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
 
 
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Tipo Objetivo: 
A conduta típica é vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou de qualquer forma, entregar 
a consumo: 
a) produto destinado a consumo, fabricado com emprego de processo proibido ou de substância 
não permitida pela legislação sanitária; ou 
b) produto alimentício ou medicinal, acondicionado em invólucro ou recipiente com falsa 
indicação das substâncias que o compõem. 
 
! É necessário que a conduta descrita nos artigos 274 e 275 não tenham sido realizadas pelo agente deste delito, caso contrário, responderá ele apenas por aqueles crimes. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, 
entregar a consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275 do Código Penal. Na modalidade “ter 
em depósito” é necessário ter a intenção da venda. Não existe a forma culposa. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a prática efetiva de qualquer dos atos previstos no tipo. Admite-se a 
tentativa. 
 
 
 Substância Destinada à Falsificação 
 
Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância destinada à falsificação de 
produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública, no particular aspecto da saúde pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é vender (alienar), expor à venda (manter em exposição para a venda, oferecer), ter 
em depósito (ter sob à guarda, à disposição) ou ceder (transferir a outrem,dar, emprestar) substância 
destinada à falsificação de produto alimentício, terapêutico ou medicinal. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância destinada à 
falsificação de produto alimentício, terapêutico ou medicinal, tendo o agente o conhecimento da 
destinação da substância. Não existe a forma culposa. 
 
 
 
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Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a venda, exposição à venda, depósito ou cessão de substância destinada à 
falsificação de produto alimentício, terapêutico ou medicinal. Admite-se a tentativa. 
 
 
 Outras Substâncias Nocivas à Saúde Pública 
 
Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, 
entregar a consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não destinada à alimentação 
ou a fim medicinal: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
 
Modalidade culposa 
Parágrafo único - Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, comerciante ou não. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou de qualquer forma 
entregar a consumo. O objeto material do crime pode ser coisa nociva à saúde (chupetas, brinquedos, 
aparelhos terapêuticos) ou substância nociva à saúde (dentifrícios, perfumes). 
 
! A aferição da nocividade deve ser realizada por perícia. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de praticar as ações descritas no artigo. Pode ser direto ou eventual. 
Pune-se a forma culposa, ou seja, a falta de cuidado objetivo na fabricação e comercialização de 
coisa ou substância nociva à saúde. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se no momento da ocorrência da venda, fabricação ou a entrega a consumo da 
coisa ou substância nociva à saúde. Nas modalidades “expor à venda” e “ter em depósito” a 
consumação protrai-se no tempo desde o instante em que se reúnem os elementos da descrição típica 
até que cesse o comportamento delituoso (crime permanente). Admite-se a tentativa. 
 
 
 
 
 
 
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 Substância Avariada 
 
Art. 279 - (Revogado pela Lei n.º 8.137, de 27-12-1990.) 
 
 
 Medicamento em Desacordo com Receita Médica 
 
Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa. 
 
Modalidade culposa 
Parágrafo único - Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública e, em especial, a saúde pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, mas via de regra é o farmacêutico. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é fornecer (entregar a título gratuito ou oneroso) substância medicinal em desacordo 
com receita médica. O desacordo pode referir-se à espécie, qualidade ou quantidade do medicamento. 
Receita médica é a prescrição, feita por profissional formado em medicina, por escrito, seja ou não 
em papel timbrado. Se a receita for de dentista ou psicólogo, o fato será atípico. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de fornecer a substância em desacordo com a receita médica. 
A forma culposa estará configurada quando o agente, não agindo com o cuidado objetivo, dá causa 
ao resultado perigoso resultante do fornecimento do medicamento em desacordo com receita médica. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a entrega do medicamento em desacordo. 
Admite-se a tentativa quando a entrega não é imediata (ex.: via correios). 
 
 
 Exercício Ilegal da Medicina, Arte Dentária ou Farmacêutica 
 
Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, 
sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a incolumidade pública, em particular a saúde pública. 
 
 
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Sujeito Ativo: 
Pode ser na modalidade “sem autorização legal” qualquer pessoa e na modalidade “excedendo-lhes 
os limites” somente o médico, o dentista e o farmacêutico. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade e o paciente atendido. 
 
Tipo Objetivo: 
Existem duas modalidades de conduta:a) exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem a 
autorização legal: é necessário para exercer a profissão que o médico, dentista ou 
farmacêutico tenha habilitação legal, através de registro no Serviço Nacional de Fiscalização 
do Departamento Nacional da Saúde; 
b) exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, 
excedendo-lhes os limites: nesta hipótese, mesmo tendo a habilitação, o profissional não 
deve praticar atos que não lhe sejam afetos (ex. um dentista realizar uma cirurgia do 
coração). 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou 
farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a caracterização da habitualidade da prática de atos privativos de médico, 
dentista ou farmacêutico. A forma tentada não é admitida, pois trata-se de crime habitual. 
 
Forma Qualificada: 
 
Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
 
 
 Charlatanismo 
 
Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
 
Noções Iniciais: 
O charlatanismo é uma modalidade de estelionato em que se procura fraudar a credulidade pública 
mediante promessas de cura. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a saúde pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, o médico ou leigo. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
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Tipo Objetivo: 
A conduta típica é inculcar (recomendar, indicar) ou anúncio de cura por meio secreto ou infalível. É 
necessário que o meio seja secreto (ignorado, oculto) ou infalível (certeza de cura). Não exige-se a 
habitualidade. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de inculcar ou anunciar a cura por meio secreto ou infalível, sabendo-se da 
ineficiência dos meios empregados. Não existe a forma culposa. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a inculcação ou anuncia da cura, independentemente do resultado. Admite-
se a forma tentada. 
 
 
 Curandeirismo 
 
Art. 284 - Exercer o curandeirismo: 
 
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; 
 
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; 
 
III - fazendo diagnósticos: 
 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
 
Noções Iniciais: 
O curandeirismo distingue-se do exercício ilegal de medicina, arte dentária ou farmácia, visto que o 
curandeiro não possui qualquer noção de medicina. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a saúde pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa que não possua conhecimentos médicos. 
 
Sujeito Passivo: 
É a coletividade. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é “exercer o curandeirismo”, que significa a atividade grosseira de cura, por quem 
não tem nenhum conhecimento de medicina. Exige-se a habitualidade para a configuração do crime. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de praticar os atos reiteradamente de curandeirismo. Não existe a forma culposa. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime se consuma com a pratica reiterada dos atos de curandeirismo. Não é admitida a forma 
tentada. 
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Figura Qualificada: 
Exige-se para a configuração da qualificadora que os atos tenham sido efetivamente recompensados, 
não qualificando o delito a simples promessa de retribuição. 
 
Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à 
multa. 
 
 
 Formas Qualificadas dos Crimes Contra a Saúde Pública 
 
Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Capítulo, salvo quanto ao 
definido no art. 267. 
 
Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes contra a saúde pública, salvo o delito de epidemia (art. 
267). O art. 258 qualifica o crime pelo resultado. Se o crime é doloso, e dele resulta lesão corporal de 
natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em 
dobro. Se o crime é culposo, dele resultando lesão corporal de qualquer natureza, a pena aumenta-se 
da metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um 
terço. O art. 258 é inaplicável ao crime de epidemia porque a lesão corporal já é elemento do crime e 
o evento morte já é previsto como causa de aumento de pena. 
 
 
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 Questões de Concursos 
 
 
01 - (Delegado/SP – DP1/2001) Pessoa que anuncia cura de doença, por meio secreto ou infalível, 
pratica 
( ) a) curandeirismo. 
( ) b) exercício ilegal da medicina. 
( ) c) charlatanismo. 
( ) d) exploração da credulidade pública. 
 
 
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 Gabarito 
 
 
01.C 
 
 
 
 
 
 
 Bibliografia 
 
 
• Direito Penal 
 Damásio E. de Jesus 
 São Paulo: Editora Saraiva, 9º ed., 1999. 
 
• Manual de Direito Penal 
Júlio Fabbrini Mirabete 
São Paulo: Editora Atlas, 9º ed., 1995. 
 
 
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