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Psicologia Cognitiva - Margareth Matlin

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Figura 1
Temas que Estruturam o Livro 
Tema 1: cogn e não passivos. 
Tema 2: processos cognitivos são notavelmente eficazes e 
Tema 3: 
negativas. 
Tema 4: n nter-relacionados; 
Tema 5: Os processos cognitivos 
q 
Parte A
VERMELHO 
VERMELHO 
AMARELO 
VERMELHO 
Parte B
Figura 2 (para a Demonstração 2.4) 
AZUL VERDE AMARELO VERDE 
AZUL AMARELO AZUL VERMELHO 
VERDE AMARELO VERDE AZUL 
VERMELHO VERDE AMARELO AZUL 
Figura 3 (para a Demonstração 2.5) 
Parte A
X 
X 
o 
X 
o o X o 
X 
o
XX o
X 
X 
o o X O 
X 
X X o X O
o 
o 
A1 A2 
Parte B
o 
X o o xº 
X o X o o 
X X 
o X X o 
O
X 
X o 
o 
X o 
o o o 
B1 B2 
Figura 4 (para a Fig. 8.4)
Resultados da pesquisa PET scan para quatro tipos diferentes de rarefas de linguagem. 
A parte frontal do cérebro fica à esque:-da. 
A. Segundo Nível, Visual 
(Vendo Palavras) 
C. Terceiro Nível 
(Falando Palavras) 
B. Segcnào Nível, Auditivo 
Ouvindo Palavras) 
D. Quarto Nível 
(Produzindo Verbos) 
• • ••• 
Nenhuma Atividade Atividade Máxima 
PSICOLOGIA COGNITIVA 
MARGARET w. MATLIN 
SUNY Geneseo 
Tradução 
Stella Machado 
Revisão Técnica 
Cláudia Henschel de Lima 
Doutora em Psicologia Social e da Personalidade pela 
Universidade Federal do Ric de janeiro (UFRJ). 
LTC 
EDITORA 
ÜUINTA EDIÇÃO 
1 1 
Prefácio 
Em 1967, estava eu atravessando o saguão do Human 
Performance Center da Michigan University, quando 
meus pensamentos foram interrompidos por um jovem 
que passou correndo por mim. Ele gritava: "Ei, todo mun­
do! Acabei de conseguir um exemplar de Cognitive Psycho­
logy de Neisser!" Conforme sugere minha memória de 
flash, a nascente perspectiva cognitiva era recebida com 
entusiasmo, pelo menos em certos círculos. Tive a opor­
tunidade de testemunhar o desenvolvimento dessa dis­
ciplina durante sua infância, com uma interessante pes­
quisa inicial em tópicos como memória icónica, memó­
ria de curto prazo e compreensão da linguagem. 
Há vinte anos, comecei a redigir a primeira edição do 
meu livro COGNITION (Psicologia Cognitiva). Essa primeira 
edição americana, publicada em 1983, possuía 382 pági­
nas de texto. Trazia somente um capítulo sobre a memó­
ria e um sobre a linguagem - e não mais que 23 páginas 
de referências bibliográficas. 
Atualmente, após o ano 2000, a psicologia cognitiva 
já passou da infância e até mesmo da adolescência. Nos­
sa disciplina relativamente madura orgulha-se agora de 
dezenas de periódicos, centenas de livros profissionais e 
vários manuais. De fato, foi uma luta limitar esta quinta 
edição de Psicologia Cognitiva às páginas de texto e refe­
�ências que aqui se encontram. 
Redigir este prefácio para a edição atual de Psicologia 
Cognitiva me faz lembrar os progressos esplêndidos nesta 
::lisciplina desde que a primeira edição foi publicada. Os 
:::isicólogos cognitivistas têm explorado tópicos nem se­
.=ruer mencionados na primeira edição - como metame­
�ória, componentes cognitivos da escrita e bilingüismo. 
2les também desenvolveram novas abordagens teóricas. 
?or exemplo: a perspectiva da capacidade de fixidez da 
::iemória de curto prazo foi agora substituída pelo mo­
.::elo sofisticado de Baddeley sobre a memória de traba-
lho. Além disso, a abordagem de processamento de dis­
tribuição paralela sequer foi mencionada na primeira edi­
ção - e na segunda foi discutida em um parágrafo ape­
nas-, agora desempenha um papel mais importante na 
discussão da memória semântica. 
Novas técnicas de pesquisa também abriram cami­
nhos inexplorados, como as pesquisas da neurociência 
que nos permitem investigar as bases biológicas da aten­
ção, da memória, da imaginação mental e da lingua­
gem. Os psicólogos cognitivistas mostram-se cada vez 
mais criativos no desenvolvimento de suas técnicas de 
pesquisa, o que torna empolgante fazer uma idéia de 
como o campo da cognição se expandirá nas próximas 
décadas. 
Esse campo de pesquisa continua a dar ênfase à im­
pressionante competência de nossos processos cogniti­
vos. Conseguimos lembrar-nos dos nomes de nossas pri­
meiras professoras, de detalhes de uma festa de aniver­
sário ocorrida dez anos antes e até mesmo do significado 
do vocabulário de uma língua estrangeira em que não 
pensamos mais desde o ensino médio. As crianças de 
um ano e dois meses podem lembrar informações sobre 
um acontecimento comum passado há três meses e as 
de seis anos conhecem cerca de 14.000 palavras, que 
empregam para construírem frases que são, ao mesmo 
tempo, incomparáveis e exatas. 
Ainda assim, muitos livros de psicologia cognitiva são 
escritos num estilo tão seco e acadêmico que deixam de 
apreender essas capacidades inerentemente interessan­
tes. Durante anos, tenho recebido cartas e comentários 
de centenas de alunos e de professores dizendo-me o 
quanto gostaram de ler Psicologia Cognitiva. Com base nesse 
retomo, tentei redigir esta quinta edição de modo que as 
qualidades mais apreciadas pelos leitores tenham ainda 
mais destaque do que nas edições anteriores. 
ASPECTOS ESSENCIAIS DO LIVRO 
.- á ministrei o curso de Psicologia Cognitiva em SUNY 
::::-eneseo cerca de trinta vezes. A cada vez que redijo Psi­
:: !:igia Cognitiva, procuro pensar nos alunos como se fos-
5 :::ri os de minhas turmas. Essa precaução parece-me 
::::::equada, porque me leva a estar sempre perguntando a 
:-:-_:m mesma: "Meus próprios alunos realmente entende­
�:J.m isto, ou simplesmente olhariam para mim com um 
.. . . 
?" : __ �_ar mexpress1vo. 
Vão aqui algumas características que me fazem julgar 
este livro dirigido aos alunos: 
1. O estilo da redação é claro e interessante, com 
muitos exemplos. 
2. O texto demonstra como os nossos processos 
cognitivos são pertinentes às nossas experiências 
da realidade diária. 
viii PREFÁCIO 
3. O livro examina constantemente como a cogni­
ção pode ser aplicada a outras disciplinas, como
educação, comunicação, negócios, psicologia clí­
nica, psicologia social. medicina, direito e psico­
logia do consumidor.
4. O primeiro capítulo apresenta cinco temas de
maior importância. Investigo esses temas ao lon­
go de todo o livro, oferecendo aos alunos um sen­
tido de continuidade por meio do desdobramen­
to dos assuntos em muitos tópicos diferentes.
5. Muitas demonstrações fáceis de executar ilustram
experimentos importantes de cognição, esclare­
cendo conceitos centrais da disciplina. Planejei
essas demonstrações de modo a exigirem um equi­
pamento que possa estar disponível aos universi­
tários. (Sim, talvez os alunos precisem exercer sua
criatividade para encontrar alguns "itens", como
uma criança com menos de dez anos para a De­
monstração 12.5, no Capítulo 12!)
6. Cada termo novo é apresentado em negrito e
acompanhado por uma definição concisa que apa­
rece na mesma frase. 
7. Cada capítulo é precedido de um sumário e de 
uma apresentação, propiciando uma estrutura
apropriada para o novo material.
8. As seções mais importantes dos capítulos são con­
cluídas com um resumo. Esse detalhe capacita o
aluno a rever e a consolidar o material antes de
passar para a seção seguinte, em vez de esperar
até o final do capítulo para ter um resumo único e
extenso.
9. Cada capítulo inclui exercícios de revisão e uma
lista de novos termos.
10. Ao final de cada capítulo, há uma lista de leituras
recomendadas e uma breve descrição de cada fon­
te bibliográfica.
11. No fim do livro, há um glossário com a definição
de termos novos. Tentei incluir informações
contextuais extras em alguns tópicos, a fim de 
esclarecer os termos tanto quanto possível.
ORGANIZAÇÃO DO LIVRO 
Um livro-texto deve ser interessante e útil. Também deve 
refletir os progressos atuais da disciplina em questão, 
permitindo que os professores se adaptem aos próprios 
planejamentos de ensino. Os seguintes elementos deste 
livro são atraentes para situações pedagógicas: 
1. Psicologia Cognitiva oferece uma visão abrangente do
campo, incluindo capítulos sobre percepção, me­
mória, imaginação, conhecimento geral, linguagem,
resolução de problemas e criatividade,raciocínio e
tomada de decisões e desenvolvimento cognitivo.
2. Cada capítulo é uma unidade independente. É o
caso, por exemplo, dos termos específicos, como
heurística ou processamento top-down. Eles são defi­
nidos nos capítulos em que são empregados. Esse
aspecto concede aos professores uma flexibilida­
de considerável na seqüência de seu curso. Por
exemplo: alguns professores podem querer discu­
tir o tópico sobre imaginação (Capítulo 6) antes
dos três capítulos sobre a memória. Outros pro­
fessores podem desejar ministrar a matéria do ca­
pítulo sobre conhecimento geral (Capítulo 7) an­
tecipadamente.
3. Cada seção dentro de um capítulo pode permane­
cer como uma unidade à parte, em especial devido
ao resumo com que são concluídas. Os professo­
res podem optar por cobrir seções individuais numa
ordem diferente. Por exemplo: um professor pode
decidir-se por incluir a seção sobre esquemas antes
do capítulo sobre a memória de longo prazo. Ou­
tro professor poderia preferir subdividir o Capítulo
12, sobre o desenvolvimento cognitivo, de modo
que a primeira seção desse capítulo se seguisse ao
Capítulo 4, a segunda seção se seguisse ao Capítu­
lo 5, e a terceira, ao Capítulo 9.
4. Os Capítulos 2 a 12 incluem um tópico denomina­
do "Em Profundidade", que aborda pesquisas re­
centes sobre tópicos escolhidos da psicologia cog­
nitiva e fornece detalhes sobre métodos de pesqui­
sa. Seis deles são novos nesta quinta edição, e os
cinco restantes foram atualizados e revisados.
5. No total, a bibliografia contém 1.779 referências:
865 são novas e 782 já vinham sendo publicadas
nos últimos cinco anos. Como resultado, o livro
proporciona uma visão geral bastante atualizada da
disciplina.
DESTAQ!JES DA Q!JINTA EDIÇÃO 
A disciplina psicologia cognitiva realizou avanços enor­
mes desde a quarta edição deste livro, em 1998. As pes­
quisas nas áreas da memória e da linguagem têm sido 
especialmente ambiciosas, e as abordagens teóricas da 
disciplina têm-se expandido grandemente. Entre outros, 
vêm-se empregando técnicas da neurociência para se 
obterem informações sobre tópicos cognitivos tão dife­
rentes quanto profundidade do processamento, memó­
ria implícita e desenvolvimento da linguagem durante a 
infância. 
Fiz algumas alterações estruturais ao redigir a quinta 
edição de Psicologia Cognitiva. Pessoas que utilizaram a edi-
ção anterior sugeriram que a abrangência do tópico me­
mória sensorial poderia ser consideravelmente reduzida. 
Também propuseram que eu reorganizasse o material do 
Capítulo 3 da quarta edição - "Modelos de Memórd'. 
Essas teorias estão agora incorporadas aos Capítulos 1, 4 
e 7. Além disso, a seção sobre o desenvolvimento da 
memória foi combinada com as seções sobre metame­
mória e metacompreensão para formar um novo capí­
tulo. Também revi com muito cuidado os outros capí­
tulos. De fato, cada página deste livro foi atualizada e 
reescrita. Algumas alterações dignas de nota são as se­
guintes: 
• O Capítulo 1 examina algumas novas pesquisas
sobre tendências históricas nas abordagens cogni­
tiva e behaviorista. Também reorganizei a discus­
são no final do capítulo sobre como usar o livro de 
forma mais proveitosa. 
• O Capítulo 2 discute vários tópicos atuais interes­
santes, como visão cega para mudanças, reconhe­
cimento de rostos em fotos de carteiras de identi­
dade e visão cega. Além disso, a discussão sobre o 
efeito Stroop explora duas aplicações na psicologia 
clínica. 
• O Capítulo 3, sobre a memória de trabalho, é uma 
versão reorganizada do Capítulo 4 da quarta edi­
ção, iniciando-se com uma visão histórica geral e, 
depois, apresentando a clássica pesquisa sobre a 
memória de curto prazo. A parte mais importante 
do Capítulo 3 examina a abordagem de Baddeley 
sobre a memória de trabalho, bem como as pes­
quisas atuais sobre ela. O capítulo inclui também 
um novo tópico "Em Profundidade" sobre as dife­
renças individuais na memória de trabalho. 
• O Capítulo 4, sobre memória de longo prazo, foi 
replanejado de modo a apresentar três seções: co­
dificação, recuperação e memória autobiográfica. 
Há também um material novo a respeito do efeito 
de auto-referência, de humor e memória, de moni­
toramento de fonte e da controvérsia sobre memó­
ria recuperada/memória falsa. 
• O Capítulo 5 combina a discussão sobre o aprimo­
ramento da memória com as seções sobre
metacognição da edição anterior. Esse capítulo in­
clui também novas pesquisas sobre a memória
prospectiva, a metamemória, o fenômeno ponta­
da-língua e a regulação das estratégias de leitura. 
PREFÁCIO ix 
• O Capítulo 6 apresenta novas pesquisas sobre tó­
picos como rotação mental nos indivíduos que 
usam a Língua Americana de Sinais (American Sign 
Language - ASL), movimento motor e imagina­
ção motora e a neuropsicologia da imaginação
mental. 
• O Capítulo 7, sobre o conhecimento geral, discute 
as pesquisas da neurociência na abordagem de pro­
tótipos. Dois novos tópicos são a abordagem exem­
plar e a extensão dos limites. 
• O Capítulo 8 inclui agora a teoria cognitivo-funci­
onal da linguagem. Além disso, foram acrescenta­
das novas pesquisas sobre neurolingüística, reco­
nhecimento de palavras e inferências. 
• No Capítulo 9 foi acrescentado novo material so­
bre a teoria de produção de palavras, um modelo 
cognitivo de escrita e bilingüismo. 
• O Capítulo 10 traz uma cobertura atualizada de 
tópicos como cognição situada, expertise em reso­
lução de problemas e irracionalidade. Um novo 
tópico, "Em Profundidade", focaliza a motivação e 
a criatividade. 
• O Capítulo 11 apresenta uma descussão reorgani­
zada do raciocínio condicional, bem como novas 
pesquisas sobre a tendenciosidade da confirmação, 
a falácia da conjunção e as três heurísticas mais
importantes. Um novo tópico "Em Profundidade" 
discute o excesso de confiança na tomada de deci­
sao. 
• O Capítulo 12 aborda novas pesquisas sobre a 
memória infantil, o monitoramento de fonte du­
rante a infância, a memória nos idosos, a compre­
ensão da linguagem na primeira infância e aspec­
tos pragmáticos do uso da linguagem na criança. 
Ao preparar esta nova edição, despendi todos os es­
forços possíveis para enfatizar as pesquisas atuais. Exa­
minei todos os artigos relevantes relacionados com o as­
sunto em oito periódicos de psicologia cognitiva. Essa 
investigação foi suplementada por várias buscas especí­
ficas na PsycLIT. Além disso, procurei todos os livros im­
portantes comentados por críticos em Contemporary 
Psvchologv. Também escrevi a mais de duzentos pesqui­
sadores solicitando reproduções. A pesquisa em cognição 
está se expandindo a uma velocidade cada vez maior, e 
este livro apreende a efervescência das pesquisas atuais. 
AGRADECIMENTOS 
Quero agradecer a muitas pessoas por seus magníficos 
esforços na elaboração deste livro. Primeiro, gostaria de 
elogiar o pessoal da Harcourt College Publishers. Tracy 
Napper e eu já trabalhamos juntos em três livros. É um 
prazer trabalhar com uma profissional consciente, que 
consegue descobrir revisores excelentes, oferecer um re-
torno útil da leitura dos originais e encontrar exemplos 
interessantes dos princípios cognitivos na vida real! Tam­
bém gostaria de agradecer a Carol Wada, Lisa Hensley, 
Bradley Potthof e Earl McPeek por suas contribuições 
editoriais durante as fases de planejamento e redação deste 
livro. 
X PREFÁCIO 
A Harcourt reuniu uma equipe de pessoas brilhantes 
para produzir esta quinta edição. Laura Hanna, minha 
diretora sénior de projeto, é inteligente e bem organiza­
da - uma expert no gerenciamento de todas as fases do 
trabalho! Holly Lewerenz, gerente de produção, também 
supervisionou as muitas decisões que precisaram ser to­
madas durante toda a produção de Psicologia Cognitiva. 
Brian Salisbury1 diretor de arte do livro, compreendeu ver­
dadeiramente o meu desejo de um projeto despojado que 
sublinhasse princípios pedagógicos. Brian também criou 
o estonteante desenho de capa para esta nova edição. 
Se os editores pudessem receber o aplausopúblico 
que merecem, Michele Gitlin receberia uma ovação de 
pé! Michele editou este livro com bastante cuidado, evi­
tando contradições, ambigüidades e expressões difíceis. 
Suas habilidades editoriais enriqueceram o livro inteiro! 
Mais uma vez, Linda Webster compilou tanto o índi­
ce de assuntos quanto o índice de autores e também pre­
parou o glossário. Continuo impressionado com seu tra­
balho inteligente e cuidadoso nesses componentes im­
portantes do livro. 
Também devo enviar elogios especiais a Cindy Geiss, 
diretora de arte, e Linda Smith, diagramadora, do Grafic 
World nesta quinta edição. Foram notavelmente habili­
dosas em criar figuras, colocando as demonstrações nos 
locais apropriados e cumprindo todas as tarefas com ra­
pidez recorde! 
Gostaria ainda de agradecer a Katie Matthews, estra­
tegista de marketing, e aos representantes de vendas da 
Harcourt pelo bom trabalho e apoio empolgante. 
Durante minha formação acadêmica, muitos catedrá­
ticos me entusiasmaram em relação ao campo crescente 
da cognição. Gostaria de agradecer a Gordon Bower, Al­
bert Hastorf, Leonard Horowitz, e Eleanor Maccoby da 
Stanford University, e Edwin Martin, Arthur Melton, Ri­
chard Pew, e Robert Zajonc da University of Michigan. 
Muitos outros colaboraram de maneira importante 
neste livro. Melissa Katter, Shirin Ghazanfari, Jennifer 
Albaugh e Allison Katter são estagiários exemplares que 
ajudaram a localizar referências e a preparar a bibliogra­
fia. Shirley Thompson, Carolyn Emmert e Connie Ellis 
mantiveram outros aspectos de minha vida funcionando 
sem problemas, permitindo-me ter mais tempo para tra­
balhar na redação deste projeto. 
Recebi também ajudas diversas. Vários membros da 
Milne Library, em SUNY Geneseo, por exemplo, mere­
cem agradecimentos especiais: Paula Henry encomendou 
vários livros para mim, mantendo-me atualizada em re­
ferências interessantes e pertinentes. Judith Bushnell aju­
dou-me a seguir a pista de referências caprichosas e in­
formações suplementares esquivas. Harriet Sleggs, Mina 
Orman e sua equipe encomendaram com eficiência cen­
tenas de livros e artigos por meio de empréstimos entre 
bibliotecas. 
Contei com a contribuição de alunos que apresenta­
ram sugestões úteis depois de terem lido as três primei-
ras edições: Jennifer Balus, Mary Jane Brennan, A Eleanor 
Chand, Miriam Dowd, Elizabeth Einemann, Michelle 
Fischer, Sarah Gonnella, Benjamin Griffin, Jessica Hosey, 
Don Hudson, Jay Kleinman, Mary Kroll, Eun Jung Lim, 
Pamela Mead, Pamela Mino, Kaveh Moghbeli, Jacquilyn 
Moran, Michelle Morante, J ennifer Niemczyk, Danielle 
Palermo, Judith Rickey, Mary Riley, Margery Schemmel1 
Richard Slocum1 John Tanchak, Brenna Terry, Dan Vance, 
Heather Wallach1 e Rachelle Yablin. Vários alunos da Casa 
Zapata da Stanford University forneceram insights sobre 
bilingüismo: Laura Aizpuru, Sven Halstenburg, Rodrigo 
Liong, Jean Lu, Edwardo Martinez, Sally Matlin, Dorin 
Parasca e Laura Uribarri. Outros ofereceram informações 
sobre artigos úteis de psicologia cognitiva: Ned Abbott, 
Patricia Kramer, Leslie Lauer, Sally Matlin, Cristopher 
Piersante, Laura Segovia e Nancy Tomassino. Agradeço 
também aos colegas Drew Appleby, Ada Azodo, K. 
Anders Ericsson, Hugh Foley, Mark Graber, Douglas 
Herrmann, Ken Kallio, Lisbet Nielsen, Bennett L. 
Schwartz, Douglas Vipond, Lori Van Wallendael, e Alan 
Welsh pelas sugestões que fizeram sobre referências e 
sobre a redação de passagens do texto. Além disso1 quero 
agradecer a David Irwin por haver descoberto a fonte da 
foto do náutilo que escolhemos para o desenho de capa. 
Devo agradecimentos especiais a Lucinda DeWitt, que 
assistiu a preparação do Arquivo de Itens de Teste para 
esta quinta edição de Psicologia Cognitiva. Lucinda foi de 
ajuda particularmente útil na revisão das edições anterio­
res deste livro. Ela foi também co-autora do Arquivo de 
Itens de Teste de meu livro Psychology (terceira edição), 
bem como co-autora do Manual para o professor e do 
Banco de Testes de meu livro Psvchology o(Women (quarta 
edição). Por sorte, Lucinda concordou em trabalhar tam­
bém no texto auxiliar de Psicologia Cognitiva. Lucinda aju­
dou-nos a atualizar todas as perguntas desse Arquivo de 
Itens de Teste* e também revisou todas as páginas dos 
originais para dar-lhes continuidade, exatidão e clareza. 
Obrigada, Lucinda! 
Também gostaria de exprimir meus agradecimentos 
permanentes aos revisores das cinco edições de Cognição. 
Revisores da primeira edição: Mark Ashcraft, Cleveland 
State University; Randolph Easton, Boston College; 
Barbara Goldman, University of Michigan, Dearborn; 
Harold Hawkins, University of Oregon; Joseph Hellige, 
University of Southern California; Richard High, Lehigh 
University; James Juola, University of Kansas; Richard 
Kasschau, University of Houston; e R. A Kinchla, Prin­
ceton University. 
Revisores da segunda edição: Harriett Amster, Univer­
sity of Texas, Arlington; Francis T. Durso, University of 
Oklahoma; Susan E. Dutch, Westfield State College; Sallie 
Gordon, University of Utah; Richard Gottwald, Universi-
*Do Arquivo de Itens de Teste, a Editora LTC selecionou 100 questões 
e inseriu como apêndice ao final de Psicologia Cognitiva (nota do editor). 
"":'/ of Indiana, South Bend; Kenneth R. Graham, Muhlen­
·CJerg College; MortonA. Heller, Winston-Salem State Uni­
versity; Michael W. O'Boyle, Iowa Sta te University; David 
G. Payne, SUNY Binghamton, Louisa M. Slowiaczek, 
:'...,oyola University, Chicago; Donald A Smith, Northern 
Illinois University; Patricia Snyder, Albright College; e Ri­
chard K. Wagner, Florida State University. 
Revisores da terceira edição: Ira Fischler, University of 
Florida; John Flowers, University of Nebraska; Nancy 
Franklin, SUNY Stony Brook; Joanne Gallivan, Universi­
ty College of Cape Breton; Margaret Intons-Peterson, 
Indiana University; Christine Lofgren, University of Ca­
lifornia, Irvine; Bill McKeachie, University of Michigan; 
William Oliver, Florida State University; Andrea Richards, 
University of California, Los Angeles; Jonathan Schooler, 
University of Pittsburgh; e Jyotsna Vaid, Texas A & M 
University. 
Revisores da quarta edição: Lucinda DeWitt, Concor­
dia College; Susan Dutch, Westfield State College; 
Kathleen Flannery, Saint Anselm College; Linda Gerard, 
Michigan Sta te University; Catherine Hale, University of 
Puget Sound; Timothy Jay, North Adams State College; 
W. Daniel Phillips, Trenton State College; Dana Plude, 
University of Maryland; Jonathan Schooler, University 
of Pittsburgh; Matthew Sharps, California State Univer­
sity, Fresno; Greg Simpson, University of Kansas; Mar­
garet Thompson, University of Central Florida; e Paul 
Zelhart, East Texas Sta te University. O excelente conse­
lho dos revisores dessas quatro edições continuaram a 
guiar-me enquanto eu preparava esta versão mais recen­
te do livro. 
Por fim, sou grata aos revisores da quinta edição, que 
deram conselhos sobre como reestruturar os capítulos 
deste livro e recomendaram a inclusão de um glossário. 
PREFÁCIO xi 
Aprecio a habilidade deles, na revisão de meus originais 
tanto do ponto de vista de um profissional informado 
como de um estudante de psicologia bem ingênuo. Agra­
deço com entusiasmo às seguintes pessoas: Lise Abrams, 
University of Florida; Tom Alley, Clemson University; 
Kurt Baker, Emporia State University; Richard Block, 
Montana State University; Kyle Cave, University of 
Southampton (Reino Unido); Lucinda De Witt, Univer­
sity of Minnesota; Susan Dutch, Westfield Sta te College; 
James Enns, University of British Columbia; Philip 
Higham1 University of Northern British Columbia; Mark 
Hoyert, Indiana University Northwest; Anita Meehan, 
Kutztown University of Pennsylvania; Joan Piroch, 
Coastal Carolina University; David Pittenger, Marietta 
College; e Matthew Sharps, California State University, 
Fresno. 
As últimas palavras de agradecimento pertencem aos 
membros de minha família. Arnie Matlin1 meu marido, 
encorajou-me a escrevera primeira edição deste livro 
durante o início da década de 1980. Seu entusiasmo con­
tínuo e apoio amoroso sempre trouxeram alegria ao meu 
trabalho de redação - e à minha vida! Nossas filhas e 
seus maridos vivem agora em outras partes dos Estados 
Unidos. Gostaria de agradecer a Beth Matlin-Heiger, Neil 
Matlin-Heiger, Sally Matlin e Octavio Gonzalez. Seu or­
gulho incessante por causa do que realizei torna ainda 
mais gratificante o fato de ser escritora! Por fim, gostaria 
de exprimir minha gratidão a outras quatro pessoas im­
portantes que decidiram minha vida: Helen e Donald 
White, meus pais, pelo meu nascimento, e Clare e Harry 
Matlin, meus sogros, pelo meu casamento. 
Margaret W. Matlin 
Geneseo, Nova York 
Sumário 
CAPfTULO 1 Introdução 1 
Uma Breve História da Abordagem Cognitiva 3 
• Origens da Psicologia Cognitiva 3
Wilhelm Wundt 3 
Primeiros Pesquisadores em Memória 3 
William James 4 
Behaviorismo 4 
A Abordagem da Gestalt 4 
Frederick C. Bartlett 5 
• Surgimento da Psicologia Cognitiva 
Contemporânea 5 
Fatores que Contribuíram para o Crescimento 
da Psicologia Cognitiva 5 
A Abordagem do Processamento da 
Informação 7 
Questões Teóricas Atuais em Psicologia 
Cognitiva 9 
• Ciência Cognitiva 10
• Neurociência Cognitiva 10
Lesões Cerebrais 10 
Técnicas de Imagem Cerebral 11 
Potencial Ligado a Eventos 11 
Técnica de Registro de uma Única Célula 12 
• Inteligência Artificial 12
A Metáfora Computacional 12 
IA Pura 13 
Simulação Computacional 13 
• A Abordagem do Processamento de Distribuição 
Paralela 13 
Origens da Abordagem PDP 14 
Características Básicas da Abordagem PDP 14 
Reações a Abordagem PDP 15 
Visão Geral Deste Livro 15 
• Apresentação dos Capítulos 15
• Temas Abordados 16
• Como Usar Este Livro 17
Sumário do Capítulo 17 
Apresent.ação do Capítulo 17 
Aplicações 17 
Novos Termos 18 
"Em Profundidade" 18 
Resumo de Cada Seção 18 
Exercícios de Revisão de cada Capítulo 18 
Leituras Recomendadas 18 
Glossário 18 
Exercícios de Revisão do Capítulo 18 
Novos Termos 19 
Leituras Recomendadas 19 
CAPfTULo 2 Processos Perceptivos 21 
Introdução 22 
Reconhecimento do Objeto 22 
• Histórico do Reconhecimento do Objeto 23
• Teorias do Reconhecimento do Objeto 24
Teoria da Correspondência de Gabaritos 24 
Modelo de Análise de Características 25 
O Modelo de Reconhecimento pelos 
Componentes 27 
• Como o Processamento Top-Down Influi 
no Reconhecimento do Objeto 28 
A Distinção entre o Processamento Bottom-Up 
e o Processamento Top-Down 28 
Pesquisas em Processamento Top-Down 28 
Processamento Top-Down Superativo 30 
• Em Proftmdidade: Percepção de Rostos 31
Reconhecimento de Rostos versus 
Reconhecimento de Outros Objetos 31 
Pesquisas em Neurociência sobre 
Reconhecimento de Rostos 32 
Pesquisas Aplicadas ao Reconhecimento de 
Rostos 32 
• Visão Cega para Mudança 33
Atenção 35 
• Atenção Dividida 35
Pesquisas sobre Atenção Dividida 36 
Atenção Dividida e Prática 36 
• Atenção Seletiva 36
Escuta Dicótica 36 
O Efeito Stroop 38 
• Teorias da Atenção 39
Primeiras Teorias da Atenção 39 
Processamento Automático versus 
Processamento Controlado 39 
Teoria de Integração de Características 40 
• Pesquisas em Neurociência sobre a Atenção 43
A Rede Posterior de Atenção 44 
A Rede Anterior de Atenção 44 
Usando a Técnica de Potencial Ligado a Eventos 
para Explorar a Atenção 44 
:X:ÍV SUMARIO 
• Consciência 45
A Consciência de Nossos Processos Mentais 
Superiores 45
Supressão do Pensamento 46
Visão Cega 47
O Inconsciente Cognitivo 47
Exercícios de Revisão do Capítulo 49
Novos Termos 49
Leituras Recomendadas 50 
CAPfTULO 3 Memória de Trabalho 51
Introdução 52
A História da Pesquisa sobre Memória de 
Trabalho 53
• "O Mágico Número Sete" de George Miller 53
• A Pesquisa Clássica sobre a Memória de 
Curto Prazo 54
A Técnica de Brown/Peterson & Peterson 54 
O Efeito de Recenticidade 55 
Span da Memória 55 
• O Modelo de Atkinson e Shiffrin 56
• Uma Perspectiva Diferente: A Abordagem de 
Baddeley 56
Fatores que Afetam a Capacidade da Memória 
de Trabalho 57 
• Tempo de Pronúncia 57 
• Similaridade Semântica dos Itens na Memória de 
Trabalho 57 
A Abordagem de Baddeley sobre Memória de 
Trabalho 60
• Evidências de Componentes com Capacidades 
Independentes 61
• O Circuito Fonológico 61
Outras Pesquisas sobre o Circuito 
Fonológico 61
Dois Componentes do Circuito 
Fonológico 62
A Base Biológica do Circuito Fonológico 63
Outros Empregos do Circuito Fonológico 63
• Bloco de Esboço Visuoespacial 63
Codificação Visual na Memória de Trabalho 64
Codificação Espacial na Memória de 
Trabalho 64
Base Biológica do Bloco de Esboço 
Visuoespacial 66
• Executivo Central 66
O Executivo Central e o Pensamento 
Independente de Estímulo 67
A Base Biológica do Executivo Central 67 
• Novos Rumos para as Pesquisas sobre Memória de 
Trabalho 67
• Em Profimdidade: Diferenças Individuais na Memória 
de Trabalho 68
Memória de Trabalho e Habilidades de 
Linguagem 68
Memória de Trabalho e Habilidades de 
Leitura 70
Memória de Trabalho e Experts da Memória 70
Exercícios de Revisão do Capítulo 71
Novos Termos 72
Leituras Recomendadas 72
CAPfTULO 4 Memória de Longo Prazo 73
Introdução 7 4 
A Codificação na Memória de Longo Prazo 75
• Profundidade do Processamento 75
Profundidade do Processamento e Memória de 
Material Verbal 76
Profundidade do Processamento e Memória 
para Rostos 77
• Em Profimd1dade: O Efeito de Auto-referência 77
A Pesquisa sobre o Efeito de Auto-referência 77
Explicações para o Efeito de Auto-referência 78 
Correlatos Biológicos do Efeito de Auto-
referência 79
Aplicações do Efeito de Auto-referência 79
• Os Efeitos do Contexto: Especificidade da 
Codificação 80
Pesquisas sobre a Especificidade da 
Codificação 80
Profundidade do Processamento e 
Especificidade da Codificação 82
• Emoções, Humor e Memória 82
Memória para Itens que Diferem em Emoção 83
Efeitos da Violência na Televisão sobre a 
Memória para Comerciais 83
Congruência do Humor 83
Memória Dependente do Humor 84
A Recuperação na Memória de Longo Prazo 85
• Tarefas de Memória Explícita versus Tarefas de 
Memória Implícita 85
Definições e Exemplos 85
Pesquisas com Adultos Normais 86
O Status Atual da Memória Implícita 87
• Memória de Prazo Muito Longo 87
• Expertise (Perícia) 88
A Natureza Específica do Contexto da 
Expertise 89
Em que Diferem Experts e Novatos? 89
Atores Profissionais 90
Tendenciosidade da Própria Raça 90
• Sujeitos Amnésicos 90
Memória Autobiográfica 92
• Lembranças de Flash 92
Pesquisa Clássica 93
Pesquisas Mais Recentes 93 
• Esquemas e Memória Autobiográfica 94 
Memória Repisódica 94
O Viés da Consistência 94 
• Monitoramento de Fonte 95 
• Testemunho Ocular 95 
O Efeito da Desinformação 96 
Fatores que Afetam a Exatidão do Testemunho 
Ocular 97
A Controvérsia Lembrança (Memória) 
Recuperada/ Lembrança (Memória) Falsa 97
• Testemunho Auditivo 99
Exercícios de Revisão do Capítulo 100
Novos Termos 101
Leituras Recomendadas 101
CAPfTULO 5 Estratégias de Memória e 
Metacognição 103
Introdução 104
Estratégias de Memória 104
• Sugestões dos Capítulos Anteriores: Revisão 104
• Prática 105
• A Mnemônica Usando a Imaginação 107
O Método de Palavras-Chave 107
O Método dos Lugares (Loci) 108
• A Mnemônica Usando a Organização 109
Chunking 109
Técnica de Hierarquias 109
Técnica da letra Inicial 11 O
Técnica da Narra tiva 11 O
• A Abordagem Multimodal 11 O
• Aprimorando a Memória Prospectiva 111
Comparando a Memória Prospectiva com a 
Memória Retrospectiva 112
Pesquisas em Memória Prospectiva 112
Distração 112
Sugestões para o Aprimoramento da Memória 
Prospectiva 112
Metacognição 114
• Em Profundidade: Metamemória 115
A Exatidão da Metamemória 115
A Relação entre a Metamemória e o 
Desempenho da Memória 117
Conscientização Acerca dos Fatores que Afetam 
a Memória 117
Regulando Estratégias de Estudo 118
• O Fenômeno Ponta-da-língua 120
A Pesquisa Clássica de Brown e McNeill 120
Pesquisas Mais Recentes sobre o Fenômeno 
Ponta-da-Língua121
• Metacompreensão 121
Acurácia da Metacompreensão 121
Aprimorando a Metacompreensão 123
SUMÁRIO XV 
Exercícios de Revisão do Capítulo 124
Novos Termos 125
Leituras Recomendadas 125
CAPÍTULO 6 Imaginação 126
Introdução 127
Características das Imagens Mentais 128
• Imaginação e Rotação 129
A Pesquisa de Shepard e Metzler 129
A Pesquisa Mais Recente sobre a Rotação 
Mental 130
• Imaginação e Tamanho 131
A Pesquisa de Kosslyn 131
A Pesquisa Mais Recente sobre Imaginação e 
Tamanho 131
• Imaginação e Forma 132
Formas Simples 132
Formas Complexas 134
• Imaginação e Interferência 134
Imagens Visuais e Percepção Visual 135
Movimento Motor e Imagens Motoras 136
• Imaginação e Figuras Ambíguas 136
• Imaginação e Outros Processos de Tipo 
Visual 138
• Imaginação e Evidências Neuropsicológicas 138
Imaginação Visual 138
Imaginação Auditiva e Motora 139
• A Controvérsia da Imaginação Revisitada 139
A Perspectiva Analógica 139
A Perspectiva Proposicional 140
Mapas Cognitivos 141
• Informações Básicas sobre Mapas Cognitivos 142
• Mapas Cognitivos e Distância 143
Número de Cidades Intermediárias 143
Categorias Semânticas 143
Pontos de Referência versus Pontos de 
Não-Referência como locais de Destino 144
• Mapas Cognitivos e Forma 144
Ângulos 144
Curvas 145
• Mapas Cognitivos e Posição Relativa 145
A Heurística da Rotação 146
A Heurística de Alinhamento 146
Arranjo Espacial 147
• Em Profzmdtdade: Usando Descrições Verbais para
Criar Modelos Mentais 147
A Pesquisa de Franklin e Tversky 148
O Modelo da Estrutura Espacial 149
Outras Pesquisas sobre Modelos Mentais 149
Exercícios de Revisão do Capítulo 150
Novos Termos 151
Leituras Recomendadas 151
xvi SUMÁRIO 
CAPÍTULO 7 Conhecimento Geral 152
Introdução 153
A Estrutura da Memória Semântica 154
• Panorama da Memória Semântica 154
• O Modelo de Comparação de Características 155
Componentes Estruturais do Modelo de 
Comparação de Características 155
Pesquisas sobre o Modelo de Comparação de 
Características 156
Conclusões sobre o Modelo de Comparação de 
Características 157
• Em Profundidade: A Abordagem de Protótipos 157
Características dos Protótipos 158
Níveis de Categorização 160
Conclusões sobre a Abordagem de 
Protótipos 162
• A Abordagem Exemplar 162
Um Estudo Representativo sobre a Abordagem 
Exemplar 163
Comparando a Abordagem Exemplar a Outras 
Abordagens 164
Novos Rumos na Abordagem Exemplar 164
• Modelos de Rede 164
O Modelo de Rede de Collins e Loftus 165
A Teoria ACT de Anderson 165
A Abordagem do Processamento de 
Distribuição Paralela 167 
Esquemas e Scripts 172 
• Esquemas e Scripts: Fundamentos 173 
• Fatores Relacionados à Evocação de Scripts 173
Identificação de Scripts 173
Avaliando a Semelhança de Scripts 
Relacionados 173
• Esquemas e Seleção da Memória 174
Memória Aprimorada para Material Consistente 
com o Esquema 174
Memória Aprimorada para Material 
Inconsistente com o Esquema 175
O Status Atual dos Esquemas e da Seleção de 
Memórias 176
• Esquemas e Extensão dos Limites 176
• Esquemas e Abstração da Memória 178
A Abordagem Construtiva 179
A Abordagem Pragmática 179
O Atual Status dos Esquemas e Abstração da 
Memória 180
• Esquemas e Inferências na Memória 180
A Pesquisa Clássica sobre Inferência 180
Implicações para a Publicidade 181
• Esquemas e Integração na Memória 181
Integração e Atraso da Evocação 181
Integração e Capacidade Limitada da 
Memória 182
• Conclusões sobre os Esquemas 182
Exercícios de Revisão do Capítulo 183
Novos Termos 184
Leituras Recomendadas 184
CAPíTULO 8 Linguagem 1:
Introdução à Linguagem e à 
Compreensão da 
Linguagem 185
Introdução 186
A Natureza da Linguagem 187
• Fundamentos da Estrutura da Linguagem 188
Utilidade da Estrutura Sintagmática 188
Pesquisas sobre a Estrutura Sintagmática 188
• Breve História da Psicolingüística 188
A Gramática Transformacional de Chomsky 189
Pesquisas sobre a Teoria de Chomsky 190
Teorias em Psicolingüística que Enfatizam o 
Significado 190
• Fatores que Afetam a Compreensão 191
Negativas 191
Voz Passiva 191
Estruturas Embutidas 192
Ambigüidade 192
• Neurolingüística 193
Especialização Hemisférica 193
Indivíduos Portadores de Afasia 194
Pesquisa em Neuroimagem com Indivíduos 
Normais 194
Imagem Cerebral e Conhecimento Específico da 
Linguagem 195
Percepção da Fala 196
• Características da Percepção da Fala 196
Variabilidade na Pronúncia dos Fonemas 197
O Contexto e a Percepção da Fala 197
Pistas Visuais como Auxílio para Percepção da 
Fala 198
Limites das Palavras 199
• Teorias da Percepção da Fala 199
A Abordagem do Mecanismo Especial 199
A Abordagem do Mecanismo Geral 200
Processos Básicos de Leitura 201
• Comparando a Linguagem Escrita com a Linguagem
Falada 201
• Movimentos Sacádicos dos Olhos 202
• Descobrindo o Significado de uma Palavra Não
Familiar 203
• Leitura e Memória de Trabalho 204
• Teorias sobre o Papel do Som no Reconhecimento 
de Palavras 204
Pesquisas sobre a Hipótese da Rota Dual 204
Implicações no Ensino da Leitura às 
Crianças 205 
Compreensão do Discurso 206
• Formando uma Representação Coerente do 
Texto 207
• Em Profundidade: Inferências na Leitura 207
Perspectiva Construtivista versus Perspectiva 
Minimalista das Inferências 208
Fatores que Estimulam Inferências 209
Inferências de Nível Superior 210
• Inteligência Artificial e Leitura 210
O Projeto FRUMP 211
Projetos Mais Recentes 211
Exercícios de Revisão do Capítulo 212
Novos Termos 212
Leituras Recomendadas 213
CAPÍTULO 9 Linguagem II:
Produção da Linguagem e 
Bilingüismo 214
Introdução 215
A Fala 215
• Produzindo uma Palavra 215
• Produzindo uma Sentença 216
• Erros de Fala 216
Tipos de Erros dos Lapsos de Língua 217
• Produzindo o Discurso 218
• O Contexto Social da Fala 219
Repertório Comum 219
Formato Conversacional 220
Diretivas 221
A Escrita 222
• Um Modelo Cognitivo de Escrita 223
• Planejando a Tarefa Escrita 223
• Geração de Sentenças Durante a Escrita 224
• A Fase de Revisão da Escrita 224
• Estilo de Escrita em Psicologia 225
O Bilingüismo 226
• Fundamentos do Bilingüismo 226
• Vantagens do Bilingüismo 227
• Em Profundidade: A Proficiência na Segunda Língua
como Função da Idade de Aquisição 228
Fonologia 228
Vocabulário 229
Gramática 229
Exercícios de Revisão do Capítulo 231
Novos Termos 232
Leituras Recomendadas 232
CAPÍTULO 1 O Resolução de Problemas e 
Criatividade 233
Introdução 234
Compreendendo o Problema 235
SUMÁRIO x:vii 
• As Exigências para a Compreensão do Problema 235
• Prestando Atenção a Informações Importantes 236
• Métodos de Representação do Problema 236
Símbolos 236
Matrizes 238
Diagramas 238
Imagens Visuais 239
• A Cognição Situada: Importância do Contexto 239
Abordagens de Resolução de Problemas 240
• A Heurística da Subida-de-Morro 241
• A Heurística de Meios e Fins 242
Pesquisas sobre a Heurística de Meios e 
Fins 242
Simulação Computacional 242
• A Abordagem da Analogia 243
Estrutura da Abordagem da 
Analogia 244
Fatores que Estimulam o Uso Adequado das 
Analogias 244
Fatores que Influem na Resolução de 
Problemas 245
• Perícia (ou Expertise) 245
Base de Conhecimentos 245
Memória 245
Representação 246
Abordagens da Resolução de Problemas 246
Elaboração a Partir de Estados Iniciais 246
Rapidez e Exatidão 246
Habilidades Metacognitivas 246
• Configuração Mental 246
• Fixidez Funcional 248
• Problemas de lnsight versus Problemas de 
Não-Jnsight 248
A Natureza do Insight 249
A Metacognição durante a Resolução de 
Problemas 249
O Papel da Linguagem na Resolução de 
Problemas 250
Criatividade 251
• Definições 252
• Abordagens da Criatividade 252
Produção Divergente 252
Teoria de Investimento da Criatividade 252
• Em Profundidade: Motivação de Tarefa e 
Criatividade 253
A Relação entre Motivação Intrínseca e 
Criatividade 254
A Relação entre Motivação Extrínseca e 
Criatividade 255
• Incubação e Criatividade 256
Exercícios de Revisão do Capítulo 257
Novos Termos 257
Leituras Recomendadas 258
xviii SUMÁRJO 
CAPíTULO 11 Raciocínio Dedutivo e 
Tomada de Decisão260
Introdução 261
Raciocínio Dedutivo 262
• Visão Geral do Raciocínio Condicional 262
• Dificuldades com Informações Negativas 264 
• Dificuldades com Problemas de Raciocínio Abstrato 264 
• O Efeito do Viés da Crença 264 
• Fazendo uma Conversão Ilícita 265 
• O Viés da Confirmação 266
A Tarefa Padrão de Seleção de Wason 266
Variações na Tarefa de Seleção de Wason 266
• Deixando de Transferir Conhecimento para uma 
Nova Tarefa 267
Tomada de Decisão 268
• A Heurística da Representatividade 268
Tamanho da Amostra e Representatividade 270
Taxa de Base e Representatividade 270
A Falácia de Conjunção e a Representatividade 271 
• A Heurística da Disponibilidade 273 
Recenticidade e Disponibilidade 27 4
Familiaridade e Disponibilidade 275
Correlação Ilusória e Disponibilidade 275
Heurística da Simulação e Disponibilidade 277
• A Heurística da Ancoragem e Ajuste 278
Pesquisas sobre a Heurística da Ancoragem e 
Ajuste 279
Aplicações de Heurística da Ancoragem e Ajuste 279
Estimando Intervalos de Confiança 280
• O Efeito de Enquadramento (The Framing Effect) 281
Informações Básicas e o Efeito de 
Enquadramento 281
Formulação de uma Pergunta e o Efeito de 
Enquadramento 281
Motivos do Efeito de Enquadramento 283
• Em Profundidade: Superconfiança nas Decisões 284
Estudos Gerais sobre a Superconfiança 284
Superconfiança na Tomada de Decisão Política 285
O Excesso de Confiança dos Estudantes em 
Completar Projetos no Prazo 285
Razões da Superconfiança 286
• O Viés Retrospectivo (The Hindsight Bias) 286
Pesquisas sobre Viés Retrospectivo 287
Explicações para o Viés Retrospectivo 288
• Duas Perspectivas sobre Tomada de Decisão:
Otimistas versus Pessimistas 288
Exercícios de Revisão do Capítulo 289
Novos Termos 290
Leituras Recomendadas 291
CAPÍTULO 12 Desenvolvimento 
Cognitivo 292
Introdução 293
O Desenvolvimento da Memória 294
• A Memória na Primeira Infância 294
Reconhecimento da Mãe 294
Reforço Conjugado com um Móbile 294
Imitação 296
• Em Profundidade: A Memória nas Crianças 297
A Memória de Trabalho das Crianças 297
Aspectos Gerais da Memória de longo Prazo 
das Crianças 297
A Memória de longo Prazo das Crianças: 
Memória Autobiográfica 298
As Estratégias de Memória das Crianças 301
• A Memória nos Idosos 303
A Memória de Trabalho no Idoso 303
A Memória de longo Prazo nos Idosos 303
Explicações sobre Diferenças de Idade na 
Memória 304
O Desenvolvimento da Metacognição 306
• A Metacognição em Crianças 306
A Metamemória das Crianças: Como a 
Memória Funciona 306
A Metamemória das Crianças: Compreendendo 
a Necessidade do Esforço 306
A Metamemória das Crianças: Acurácia das 
Predições 306
A Metamemória das Crianças: Relação entre 
Metamemória e Desempenho da Memória 308
A Metacompreensão das Crianças 308
• A Metacognição em Idosos 308
O Desenvolvimento da Linguagem 310
• A linguagem na Primeira Infância 31 O
Percepção da Fala na Primeira Infância 310
Compreensão da linguagem na Primeira 
Infância 311
Produção da linguagem na Primeira 
Infân eia 312
A linguagem dos Pais com os Bebês 312
• A linguagem nas Crianças 313
As Palavras 313
A Morfologia 315
Sintaxe 316
A Pragmática 316
Exercícios de Revisão do Capítulo 318
Novos Termos 318
Leituras Recomendadas 319
Uma Última Tarefa 319
Apêndice 320
Glossário 332
Referências 344
Créditos 395
Índice 396
---�· ·---- -·-·----- CAPÍTULO 1 
INTRODUÇÃO 
UMA BREVE HISTÓRIA DA ABORDAGEM COGNITIVA 
Origens da Psicologia Cognitiva 
Surgimento da Psicologia Cognitiva Contemporânea 
Q!)ESTÕES TEÓRICAS ATUAIS EM PSICOLOGIA COGNITIVA 
Ciência Cognitiva 
Neurociência Cognitiva 
Inteligência Artificial 
A Abordagem do Processamento de Distribuição Paralela 
VISÃO GERAL DESTE LIVRO 
Apresentação dos Capítulos 
Temas Abordados 
Como Usar Este Livro 
2 CAPÍTULO UM 
APRESENTAÇÃO 
Este capítulo apresenta você à cognição, área da psico­
logia que descreve como adquirimos, armazenamos, 
transformamos e aplicamos o conhecimento. Por lon­
go tempo, os processos do pensamento humano têm 
intrigado os teóricos. Contudo, a origem do estudo 
contemporâneo da cognição pode ser encontrada no 
desenvolvimento que Wundt fez da técnica de 
introspecção, a pesquisa inicial da memória, e na ela­
boração teórica de William James sobre os processos 
cognitivos. No início do século XX, os behavioristas 
enfatizavam o comportamento observável em vez dos 
processos mentais. Novas pesquisas em áreas como 
memória e linguagem produziram um desencantamento 
com o behaviorismo e a abordagem cognitiva logo tor­
nou-se popular. 
A psicologia cognitiva é hoje parte de uma área inter­
disciplinar atuante conhecida como ciência cognitiva. A 
psicologia cognitiva tem sofrido a influência dos pro­
gressos da neurociência cognitiva, da inteligência artifi­
cial e de uma estrutura teórica denominada abordagem 
do processamento distribuído paralelo. 
Este capítulo introdutório também apresenta um pa­
norama preliminar dos capítulos e uma visão geral dos 
cinco grandes temas do lívro. Ao final, encontram-se al­
gumas sugestões sobre a maneira de fazer o melhor uso 
dos aspectos especiais do livro. 
INTRODUÇÃO 
Neste exato momento, você está executando uma grande 
variedade de tarefas cognitivas. Para chegar a esta segunda 
oração do primeiro parágrafo, você empregou o reconheci­
mento de padrão para interpretar os diversos traçados que 
formam as letras e as palavras desta página. Consultou a 
memória para pesquisar significados de palavras e para ar­
ticular as idéias neste parágrafo. Justamente agora, enquan­
to reflete sobre essas duas tarefas, você está empenhado 
em outra tarefa cognitiva denominada metacognição, ou a 
atividade de pensar sobre seus processos de pensamento. 
Você também empregou um outro processo cognitivo de­
nominado tomada de decisão, ao tentar avaliar quanto tem­
po levaria para ler este primeiro capítulo. 
A cognição, ou atividade mental, descreve a aquisição, 
o armazenamento, a transformação e a aplicação do co­
nhecimento. Como você poderia imaginar. a cognição in­
clui um amplo leque de processos mentais que operam 
necessariamente a cada vez que adquirimos alguma infor­
mação, armazenamos e transformamos essa informação e 
a aplicamos. Este livro explorará processos mentais como 
percepção, memória, imagética, linguagem, resolução de 
problemas, raciocínio e tomada de decisão. 
A expressão relacionada, psicologia cognitiva, tem dois 
significados: (1) Algumas vezes é sinônimo do vocábulo 
cognição, referindo-se assim às muitas atividades mentais que 
acabamos de citar. (2) Outras vezes refere-se a uma deter­
minada abordagem teórica em psicologia. De maneira es­
pecífica, a abordagem cognitiva é uma orientação teórica 
que enfatiza o conhecimento que as pessoas têm e os seus 
processos mentais. Por exemplo: uma explicação elabora­
da pela psicologia cognitiva sobre estereótipos enfatizaria 
tópicos como a influência dos estereótipos nas categorias 
mentais que criamos e nos julgamentos sociais que faze­
mos (Wyer, 1998). 
A abordagem cognitiva é muitas vezes contrastada com 
outras abordagens psicológicas atuais, como o behavioris­
mo e a psicodinâmica. A abordagem behaviorista enfatiza 
os comportamentos observáveis e a abordagem psicodi­
nâmica focaliza as emoções inconscientes. Com o objeti­
vo de explicar os estereótipos, essas duas abordagens des­
creveriam comportamentos ou emoções, e não os proces­
sos cognitivos. 
Por que deveriam os estudantes de psicologia aprende� 
sobre a cognição? Uma razão é que a cognição ocupa umc. 
parte fundamental do domínio da psicologia humana. O que 
você fez no passado que não tenha exigido a percepção. e. 
memória, a linguagem ou algum outro processo mental sc­
perior? Como se verá adiante, os psicólogos têm cond uzid::: 
ativamente um grande número de pesquisas sobre cada uc 
dos tópicos que estão inseridos na psicologia cognitiva. 
Uma segunda razão para se estudar a cognição é que õ 
abordagem cognitiva tem uma influência muito difuné;::'.õ 
sobre outras áreas da psicologia.É o caso da psicologia :::o 
educação (Greeno et al., 1997; Landauer & Dumais, 199-
da psicologia social (Barone et al., 1997; J. G. Miller, 19;.;. 
da psicologia da saúde (Taylor et al., 1997) e dos leva::_:ê­
mentos (Schwarz & Sudman, 1996). A psicologia cogd::··õ 
também tem exercido influência em áreas interdisciplina:-= ô 
É o caso, por exemplo, do periódico Po!itical Psycho!og1• =--= 
destaca como os fatores cognitivos podem influir em s::·_. 
ações políticas. Em resumo, compreender os fatores .:. = �­
nitivos irá ajudar você a apreciar muitas outras área5 ::: 
psicologia. 
A razão final para se estudar a cognição é mais pess = ê. 
Você possui um equipamento cuja sofisticação é imp�""�­
onante - sua mente - e usa esse equipamento a :=..:.:. 
minuto do dia. Ao comprar um carro, você normal:-::�::-.·: 
recebe um manual que descreve seu funcionamento. ::: . 
do você nasceu, porém, ninguém publicou um manual do 
proprietário para a sua mente. De certo modo, este livro 
lembra um manual do proprietário, descrevendo o que se 
conhece sobre o funcionamento de sua mente. E tal como 
um manual, este livro também contém sugestões sobre 
como aprimorar o desempenho. 
INTRODUÇÃO 3 
Este capítulo introdutório concentra-se em três seções. 
Primeiro, consideraremos rapidamente a história da psico­
logia cognitiva e, depois. faremos o esboço de algumas ques­
tões atuais importantes. A parte final do capítulo descreve 
este livro, incluindo conteúdo e temas principais; oferece 
também sugestões para usá-lo com proveito. 
UMA BREVE HISTÓRIA DA ABORDAGEM COGNITIVA 
A abordagem cognitiva em psicologia remonta aos filóso­
fos gregos clássicos e ao desenvolvimento da psicologia dos 
séculos XIX e XX. Contudo, como veremos nesta seção, a 
versão contemporânea da psicologia cognitiva surgiu nos 
últimos cinqüenta anos. 
ÜRIGENS DA PSICOLOGIA COGNITIVA 
A atividade de pensamento humano tem intrigado filóso­
fos e outros teóricos há pelo menos dois mil anos. O filó­
sofo grego Aristóteles elaborou leis de aprendizagem e 
memória e discutiu a importância da imagética mental. Aris­
tóteles também salientou que os seres humanos adquirem 
o conhecimento através da experiência e pela observação 
(Mayer, 1983; Sternberg, 1999a). A perspectiva aristotélica 
configurou a base original da ênfase que os psicólogos cog­
nitivistas dão à evidência empírica, ou evidência científica 
obtida pela observação e experimentação cuidadosas. Aris­
tóteles preparou as condições que possibilitaram séculos 
de debates filosóficos acerca da aquisição do conhecimen­
to. Contudo, a psicologia como disciplina só veio a surgir 
no final do século XIX. 
lfli/he!m lfltmdt. Os teóricos em história da psicologia 
costumam celebrar o ano de 1879 como o do nascimento 
da psicologia científica: foi nesse ano que Wilhelm Wundt 
inaugurou seu laboratório em uma pequena sala de aula 
em Leipzig, na Alemanha. Esse evento marcou o início da 
psicologia como uma nova disciplina independente da filo­
sofia e da fisiologia. Por vários anos, reuniram-se estudan­
tes de todo o mundo para estudar com Wundt, que lecio­
nou para cerca de 28.000 deles durante a vida (Bechtel et 
al., 1998). 
Wundt sustentava que a psicologia deveria estudar os 
processos mentais empregando uma técnica chamada 
introspecção. Introspecção, neste caso, significava que 
observadores cuidadosamente treinados poderiam analisar 
de forma sistemática as próprias sensações, relatando-as 
da maneira mais objetiva possível (Bechtel et al., 1998). 
Por exemplo, os observadores podiam ser solicitados a 
relatar as reações determinadas por um acorde musical es­
pecífico. Tais observadores eram encorajados a descrever 
as sensações que tinham em vez dos estímulos que pro­
duziam as sensações. Eram também instruídos a relatar 
pensamentos e imagens sem tentar atribuir-lhes um signi­
ficado. O trabalho de Wundt dava ênfase ao treinamento 
cuidadoso dos observadores. Wundt também chamava a 
atenção para a importância da repetição, na qual os expe­
rimentos testam um fenômeno sob uma variedade de con­
dições diferentes (como diferentes participantes, diferentes 
estímulos ou diferentes condições de testagem). A maior 
parte das pesquisas descritas neste livro foi repetida várias 
vezes. 
A técnica de introspecção elaborada por Wundt soa um 
tanto subjetiva à maioria dos psicólogos cognitivistas atu­
ais (Sternberg, 1999a). Como você aprenderá no Cap. 2, 
nossas introspecções às vezes não correspondem aos nos­
sos processos cognitivos verdadeiros. Por exemplo: você 
pode constatar pela introspecção que seus olhos estão mo­
vendo-se em linha reta nesta página, porém os psicólogos 
cognitivistas constataram que, na verdade, os olhos se mo­
vem em pequenos saltos - como será visto no Cap. 8. 
Primeiros Pesquisadores em k1emória. Contudo, nem to­
dos os colegas de Wundt adotaram a técnica introspeccio­
nista. Um outro psicólogo alemão chamado Hermann Eb­
binghaus (1885-1913), elaborou métodos próprios de estu­
do da memória humana. Construiu mais de duas mil síla­
bas sem sentido (DAK, por exemplo) e testou sua própria 
habilidade para aprender esses estímulos. Ebbinghaus exa­
minou um grande número de fatores que poderiam influ­
enciar na performance, como a quantidade de tempo entre 
a apresentação das listas. Ele escolheu propositalmente sí­
labas sem sentido - em vez de material com sentido -
para que os estímulos não tivessem associações prévias com 
a experiência anterior. 
Enquanto isso, nos Estados Unidos, pesquisas semelhan­
tes estavam sendo realizadas por psicólogos como Mary 
Whiton Calkins (1894), a primeira mulher a presidir a Ame­
rican Psychological Association. Ela relatou, por exemplo, 
um fenômeno de memória chamado efeito da recenticida­
de (Madigan & O'Hara, 1992). O efeito de recenticidade 
refere-se à observação de que nossas recordações são espe­
cialmente precisas para os itens finais presentes em uma 
série de estímulos. 
Ebbinghaus, Calkins e outros pesquisadores em me­
mória tiveram maior influência sobre a psicologia cogniti­
va do que Wundt e sua técnica de introspecção. Isso fica 
visível pelo fato de pesquisadores posteriores terem tido 
maior possibilidade de realizar experimentos testando 
maneiras pelas quais as variáveis selecionadas influem na 
memória do que solicitando que os observadores relatas­
sem as sensações produzidas por um estímulo. Contudo. 
o método de Ebbinghaus encorajou por décadas os psicó-
4 CAPÍTULO UM 
logos experimentais a empregarem os estímulos sem sen­
tido na investigação da memória. Como resultado, não 
investigaram uma abordagem muito diferente daquela que 
as pessoas adotam quando tentam recordar material sig­
nificativo. 
Wl!!tàm James. Outra figura crucial na história da psi­
cologia cognitiva é William James, um americano cujas 
teorias tornaram-se especialmente proeminentes no final 
do século XIX. James não ficou impressionado com a téc­
nica introspeccionista de Wundt nem com as pesquisas 
de Ebbinghaus com as sílabas sem sentido. Em vez disso, 
James preferiu teorizar sobre os tipos de questões psico­
lógicas encontradas no dia-a-dia. Ele é mais conhecido por 
seu livro Princípios de Psicologia, publicado em 1890, que foi 
descrito como "provavelmente o tratado psicológico mais 
digno de nota já escrito nos Estados Unidos" (Evans, 1990, 
p. 11).
O livro Princípios de Psicologia apresenta descrições deta­
lhadas sobre as experiências humanas quotidianas, enfati­
zando o fato de que a mente humana é ativa e inquiridora. 
O livro prefigura inúmeros tópicos que atualmente fasci­
nam os psicólogos cognitivistas, como percepção, atenção, 
raciocínio e o fenômeno po11ta-da-!í11g11a. Veja1 por exemplo1 
uma parte da descrição feita por James da experiência tipo 
ponta-da-língua: 
Suponha que estamos tentando recordar um nome esqueci­
do. O estado de nossa consciência é característico. Há nela 
um hiato, mas não um hiato qualquer. É um hiato intensa­
mente ativo. Há nele um tipo de espectro do nome, acenan­
do-nos emuma dada direção, causando-nos um formiga­
mento em certos momentos com a sensação de estar perto 
dele e depois deixando-nos afundar de volta sem o termo há 
muito desejado. (1890, p. 251) 
Talvez1 as mais significativas contribuições de James para 
o campo da psicologia cognitiva tenham sido suas teorias 
sobre a memória. Ele propunha dois tipos diferentes de 
memória: uma de curto prazo e outra duradoura. Essa es­
trutura foi precursora do importante modelo de memória 
proposto por Atkinson e Shiffrin (1968) cerca de oitenta 
anos mais tarde, e que será discutido mais adiante neste 
capítulo. 
Be!wviorismo. A mais proeminente perspectiva teórica 
nos Estados Unidos durante o início do século XX foi o 
behaviorismo. De acordo com a abordagem behaviorista1 
a psicologia deve concentrar-se apenas em reações objeti­
vas e observáveis. O behaviorismo enfatiza os estímulos 
ambientais que determinam o comportamento. Os behavi­
oristas ortodoxos (muitas vezes chamados beha1•1óristas ra­
dicais) rejeitavam especulações sobre os pensamentos inter­
nos (Sternberg, 1999a). O mais proeminente dos primeiros 
behavioristas foi o psicólogo americano John B. Watson 
(1913). 
A ênfase dada pelos behavioristas ao comportamento 
observável levou-os a rejeitar termos referentes a eventos 
mentais, como imagem, idéia e pensamento. Muitos behavio-
ristas classificavam o pensamento simplesmente como uma 
fala subvocal. Presume-se assim que um equipamento 
adequado poderia ser capaz de detectar os minúsculos 
movimentos feitos pela língua (comportamentos observá­
veis) durante a atividade de pensar. Por exemplo: se você 
pensa, enquanto lê esta frase, alguns dos primeiros behavi­
oristas teriam dito que você, na verdade, está conversando 
consigo mesmo, mas de maneira tão quieta que a emissão 
de sua voz não pode ser ouvida. É significativo o fato de 
que os behavioristas tendessem a evitar o emprego de par­
ticipantes humanos nas pesquisas, que até então eram usa­
dos nas pesquisas de preferidos por Wundt e Ebbinghaus. 
A maioria das pesquisas dos behavioristas foi realizada com 
animais de laboratório. 
Os behavioristas não contribuíram para o estudo da 
atividade mental, porém contribuíram de forma rele­
vante para os métodos da atual psicologia cognitiva 
(Simon, 1992). Os behavioristas ressaltavam que os 
conceitos devem ser definidos com cuidado e precisão. 
Por exemplo, desempenho poderia ser definido como o 
número de tentativas necessárias a um rato para corr> 
pletar sem erro um labirinto. Ou seja, os behavioristas 
insistiam na importância da definição operacional, umc. 
definição precisa que especifica exatamente como o con­
ceito deverá ser mensurado. Os atuais psicólogos cog­
nitivistas também dão ênfase às definições operacionais. 
Um pesquisador cognitivo, por exemplo, precisa espe­
cificar exatamente como a memória deverá ser mensura­
da em um estudo. 
Os behavioristas também valorizavam o controle expe­
rimental. Por isso. como os animais podem ser criados err_ 
condições controladas com muito mais cuidado, os pes­
quisadores em psicologia a princípio estudavam anima::: 
em vez de seres humanos. 
A da Gestalt. O behaviorismo prospero� 
nos Estados Unidos por várias décadas, porém teve influ­
ência menor na psicologia européia. Um desenvolvimer_­
to importante na Europa no início do século XX foi ::: 
gestaltismo, que ressalta que os seres humanos apreser_­
tam tendências básicas a organizarem o que vêem e que :: 
todo é maior do que a soma das partes. Vejamos, por exerr_­
plo, as primeiras sete notas da conhecida canção do alfa­
beto ("ab-cd-efg ... "). A melodia resultante é mais do que 
simplesmente sete notas reunidas; parece ter unidade e 
organização. Apresentam uma Gestalt, ou qualidade ger2� 
que transcende os elementos individuais. Por valorizarec 
a unidade dos fenômenos psicológicos, os psicólogos doo. 
Gestalt criticavam a ênfase behaviorista na elementariza­
ção do comportamento em unidades isoladas de estímv 
lo-resposta (Sternberg, 1999a). 
Os gestaltistas, ao enfatizarem que a totalidade da expe­
riência possui uma organização que lhe é inerente, fazian:. 
muitas objeções à técnica introspeccionista de Wundt que: 
analisava a experiência em componentes separados. P2�= 
descrever essa organização, elaboraram várias leis que ex­
plicam por que certos componentes de um padrão pare­
:em fazer parte do todo. A proximidade é uma dessas leis. 
A. partir dela, afirma-se que tendemos a agrupar itens men­
:almente quando eles estão fisicamente próximos uns dos 
:mtros. 
Os gestaltistas também ressaltavam a importância do 
:··isight na resolução de problemas (Holyoak & Spellman. 
:993). Quando estamos tentando resolver um problema, 
a.s suas partes inicialmente parecem não ter relação umas 
:om as outras. Contudo, com um �ash repentino de insight. 
a.s partes se encaixam em uma solução. A maior parte das 
Drimeiras pesquisas relacionadas a resolução de problemas 
foi conduzida pelos psicólogos da Gestalt. No Cap. 1 O exa­
minaremos o conceito de insight - bem como progres­
sos mais recentes. 
Frederick C. Bart!ett. No início do século XX os beha­
vioristas predominavam nos Estados Unidos e os psicólo-
5os da Gestalt tinham influência na Europa continental. 
�nquanto isso, um psicólogo britânico chamado Frederick 
C. Bartlett realizava suas pesquisas sobre a memória hu­
mana. Seu importante livro Remembering: A11 Experimenta! 
�md Social Study (Bartlett, 1932) rejeitava as pesquisas cui­
::ladosamente controladas de Ebbinghaus. Em vez disso, 
Bartlett empregava materiais significativos como histórias 
iongas. Examinava também como as experiências passa­
::las das pessoas influíam em sua evocação posterior do 
material. Ele propôs que a memória humana é um proces­
so construtivo no qual interpretamos e transformamos o 
material original. 
A obra de Bartlett foi amplamente ignorada nos Estados 
Unidos durante a década de 1930 porque os psicólogos 
americanos estavam comprometidos com a metodologia 
experimental do behaviorismo. Contudo, os psicólogos 
cognitivistas americanos descobriram mais tarde a sua obra 
e gostaram do modo como ele usava o material naturalista, 
em contraste com o artificialismo das sílabas sem sentido 
de Ebbinghaus (Bransford & Johnson, 1972; Hintzman, 
1993). A ênfase dada por Bartlett a uma abordagem da 
memória com base em esquemas prefigurava algumas pes­
quisas que iremos explorar nos Caps. 4 e 7 (Bechtel et al., 
1998). 
SURGIMENTO DA PSICOLOGIA COGNITNA 
CONTEMPORÂNEA 
Apresentamos em breves traços as raízes históricas da psi­
cologia cognitiva, mas quando foi realmente que essa nova 
abordagem "nasceu"? Os psicólogos cognitivistas concor­
dam de maneira geral em que o nascimento da psicologia 
cognitiva deve ser estabelecido em 1956 (Eysenck, 1990; 
Gardner, 1985). Durante esse ano prolífico, muitos pesqui­
sadores publicaram livros e artigos influentes sobre aten­
ção, memória, linguagem, formação de conceitos e resolu­
ção de problemas. 
!NTR.ODUÇÃO 5 
Alguns psicólogos até mesmo especificam um dia para o 
nascimento da psicologia cognitiva.* No dia 11 de setem­
bro de 1956, vários pesquisadores importantes assistiam a 
um simpósio no Massachusetts Institute of Technology 
(MIT). George Miller relembra o evento: 
Saí do simpósio com uma forte convicção, mais intuitiva 
que racional, de que a psicologia humana experimental, a 
lingüística teórica e a simulação computacional dos proces­
sos cognitivos eram. todos eles, peças de um todo maior e 
de que o futuro iria ver a elaboração e a coordenação pro­
gressiva de seus interesses em comum. (Miller, 1979, p. 9) 
O entusiasmo pela abordagem cognitiva cresceu com rapi­
dez. de modo que por volta de 1960 a metodologia, a abor­
dagem e as atitudes haviam mudado bastante (Mandler, 
1985). Um marco dessa mutação foi a publicação do livro 
Cognitive Psvcho!ogy, de Ulric Neisser (Neisser, 1967). 
O entusiasmo crescente pela abordagem cognitiva tem 
sido chamado às vezes de "revolução cognitiva"(Bruner, 
1997). Alguns psicólogos não acreditam que a abordagem 
atual difira substancialmente da estrutura "pré-revolu­
cionária" (Hintzman, 1993). Contudo, outros alegam 
que a transição assemelhou-se a uma explosão. Sperry 
(1993, p. 881). por exemplo, escreveu: "Foi como se as com­
portas que retinham as muitas pressões da consciência e da 
subjetividade se abrissem de repente." 
Há alguns fatores que contribuíram para o impressio­
nante aumento de popularidade da psicologia cognitiva, 
dentre eles, a abordagem do processamento da informa­
ção. uma das forças mais influentes no início do desenvol­
vimento da psicologia cognitiva. 
Cc:ntrib11íram vara o Cresci111e11to da 
'ci. A origem da popularidade da abordagem cog­
nitiva pode ser encontrada no desencanto dos psicólogos 
com o behaviorismo, bem como nos novos progressos em 
lingüística, na pesquisa em memória e na psicologia do de­
senvolvimento. 
Antes do final da década de 1960, os psicólogos esta­
vam ficando cada vez mais desapontados com a perspecti­
va behaviorista que tinha dominado a psicologia america­
na. A complexidade do comportamento humano não po­
dia ser prontamente explicada usando-se somente os con-
*O psicólogo George lvliller fixou a data de nascimento da ciência cogni­
tiva em 11 de setembro de 1956. O simpósio sobre Teoria da Informação, 
ocorrido no MIT. aconteceu no período de 10 a 12 de setembro de 1956. 
O dia 11 de setembro representa o segundo dia do simpósio e este se 
destaca para /l.1iller em função da apresentação de dois artigos: a "Máqui­
na de Teoria Lógica" Jogic Theory Machine) de Allen Newell e Herbert 
Simon. e 'Três Modelos de Linguagem" apresentado por Noam Chomsky. 
O artigo de Newell e Simon representava a primeira verificação de 
um teorema. executada em um computador; o artigo de Chomsky de­
mor.stra\·a a hipótese de que a lmguagem contém a precisão formal da 
matemática. 
Não parece ser contigente o entusiasmo de George /vliller em relação 
a 11 de setembro: ali parece tomar-se possível uma ciência da mente (Gard­
ner. : 985). \nota do revisor técnico; 
6 CAPÍTULO UM 
ceitos da teoria behaviorista tradicional, como é o caso do 
estímulo, da resposta e do reforço. Muitas atividades psi­
cológicas não podiam ser estudadas porque os behavioris­
tas limitavam-se somente a respostas observáveis. Por exem­
plo: suponhamos que apresentamos um problema difícil (o 
estímulo) a uma pessoa. Aguardamos vinte minutos até que 
ela apresente a solução (a resposta). Mas esse enfoque ex­
clusivo nos estímulos e respostas observados nada nos in­
forma sobre os processos psicologicamente interessantes, 
como o pensamento e as estratégias empregados na resolu­
ção do problema (Bechtel et aL. 1998). 
Os novos progressos na lingüística também aumenta­
ram a insatisfação dos psicólogos com o behaviorismo 
(Bechtel et al., 1998). As contribuições mais importantes 
vieram do lingüista Noam Chomsky (1957), que rejeitava a 
abordagem behaviorista da aquisição da linguagem. Em vez 
disso, Chomsky dava ênfase aos processos mentais de que 
precisamos para compreender e produzir a linguagem. lin­
güistas como Chomsky convenceram a muitos psicólogos 
de que a estrutura da língua era por demais complexa para 
ser explicada em termos behavioristas (Barsalou, 1992a). 
Muitos lingüistas argumentavam que os seres humanos têm 
uma capacidade inata para dominar a linguagem, idéia que 
claramente contradizia o princípio behaviorista de que a 
aprendizagem é responsável pela aquisição da linguagem. 
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Abordagem cognitiva 
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A pesquisa sobre a memória humana começou a desa­
brochar no final da década de 1950, aumentando ainda mais 
o desencanto com o behaviorismo. Os pesquisadores ex­
ploraram a possibilidade de diferentes tipos de memória. 
Eles também examinaram sua organização propondo mo­
delos explicativos de memória. Os conceitos behavioristas 
não podiam ser aplicados com facilidade aos fenômenos 
da memória. As pesquisas descobriam com freqüência que 
o material era alterado durante a retenção da memória, por
exemplo, pelos conhecimentos anteriores da pessoa; prin­
cípios behavioristas como "reforço" não conseguiam expli­
car essas alterações. 
Outra força influente veio das pesquisas sobre os pro­
cessos de pensamento das crianças. O teórico suíço Jean 
Piaget enfatizava o desenvolvimento da compreensão de 
conceitos pela criança. Por exemplo: as crianças pequenas 
desenvolvem a permanência do objeto, o conhecimento 
de que um objeto existe mesmo quando é temporariamen­
te movido para um outro lugar. Os livros de Piaget começa­
ram a atrair a atenção dos psicólogos e educadores ameri­
canos em torno do final da década de 1950. 
A popularidade nascente da abordagem cognitiva - e o 
declínio simultâneo da abordagem behaviorista - foi do­
cumentada por Robins e colaboradores (1999). Vamos fo­
calizar apenas uma parte de suas pesquisas. Empregando 
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 
tj- t-- o '""" 'O °' N ..,., 
{'-.. {'-.. 00 00 00 00 °' °' 
°' °' °' °' °' °' °' °' ....... ....... ....... ....... ....... 
Ano 
Fig. 1.1 Porcentagem de artigos publicados em quatro renomados periódicos de psicologia que contêm palavras-chave perti­
nentes às abordagens cognitiva e behaviorista. Observação: Os quatro periódicos incluídos neste estudo são: American Psychologist. 
Annual Review of Psychology. Psychological Bulletin e Psychological Review 
Fonte: Robins et al., 1999. 
·..:.ma base de dados computadorizados dos periódicos em 
:: sicologia, esses psicólogos examinaram os artigos publi­
::3.dos em quatro renomados periódicos de psicologia de 
:::-_teresse geral. Eles fizeram também um levantamento do 
::-_'.Ímero de artigos dos periódicos que usavam palavras-cha­
:e como cognitivo (cognitive) e cognição (cognition) (um índice da 
: :::pularidade da abordagem cognitiva) e do número de ar­
:.5os que usavam palavras-chave como reforço (reinforcement) 
: :ondicionamento (conditioning) (um índice da popularidade 
::_3 abordagem behaviorista). 
A fig. 1.1 mostra o número de artigos com palavras-cha­
:e relacionadas às abordagens cognitiva e behaviorista. 
?.:::bins e colaboradores (1999) advertem que não devería­
:-::::::s comparar diretamente as duas linhas nesta figura por­
::·..:.e as duas listas de palavras-chave podem não ser compa­
��·.·eis (um artigo pode possivelmente ser escrito a partir de 
_:-::1a perspectiva behaviorista sem o emprego de palavras 
::o::iecíficas). Em vez disso, deveríamos focalizar a tendên­
: : :: dentro de cada abordagem. De modo específico, o nú­
:-:::ero de artigos de orientação cognitivista aumenta razoa­
::::mente a partir de 1950. O número de artigos de orienta­
;�::: behaviorista atingiu o ponto máximo na década de 1960 
: :e:n diminuído desde então. 
Vimos que o conhecimento da abordagem cognitiva foi 
:::-.:orajado pelas pesquisas em lingüística, memória e psi­
: :::ogia do desenvolvimento. Vamos ver agora outro fator 
::·..:.e contribuiu para esse crescimento: o entusiasmo pela 
::·:-ordagem do processamento da informação. Por muitos 
::::-_os. essa abordagem foi a mais popular no interior da abor­
:::.gem cognitiva. 
.-i. Abordagem do Processamento da Informação. Duran­
::: 3. década de 1950, a ciência da comunicação e a ciência 
: :mputacional começaram a se desenvolver e a ganhar 
:: :pularidade. Os pesquisadores começaram então a con­
::LUrar se os processos do pensamento humano poderi-
:::-::: ser analisados a partir de uma perspectiva semelhante 
:=:.eed, 1997). Dois componentes importantes da aborda­
gem do processamento da informação são que (a) um 
:�:::cesso mental pode ser mais bem compreendido quan­:: comparado com as operações realizadas por um com­
:·_ :ador e (b) um processo mental pode ser interpretado 
: : ::lo processamento da informação por meio de um sis­
:::::::a composto por uma série de estágios, que se correla­
:::nam e são seguidos passo a passo (Eysenck, 1993; 
:·.�3ssaro e Cowan, 1993). 
\!ejamos, por exemplo, o fluxo de informações que 
: :::=irre quando você quer saber se um determinado ôni­
�·.:.s vai para o destino desejado em uma cidade desconhe­
::::ia. Primeiro, seus sentidos recebem os estímulos (a for­
:-::::. de um veículo grande está registrada na sua retina). 
:=::oses dados são então comparados com as informações 
::�:::1azenadas na memória (as imagens na retina combi­
::-.::.:::1 com as informações que você já armazenou sobre 
.: :-_:bus). A seguir, você procura informações extras (per­
�·..::-ita ao motorista sobre o destino), e esses dados são 
INTRODUÇÃO 7 
comparados com as informações armazenadas na memó­
ria (a resposta do motorista combina com o destino que 
você armazenou). Você então toma a decisão (planeja 
embarcar no ônibus). Finalmente, executa a resposta (en­
tra no ônibus). Repare que a abordagem do processamen­
to da informação pode examinar o fluxo de informações 
tanto dentro do organismo quanto entre o organismo e o 
ambiente (Mandler. 1985). 
O exemplo que mais se destaca na abordagem do pro­
cessamento da informação é um modelo projetado para 
explicar a memória humana. Durante a década de 1960 fo­
ram esboçados muitos modelos diferentes que propunham 
armazenamentos separados de memória para tipos diferen­
tes de memória (por exemplo, Waugh & Norman, 1965). 
Richard Atkinson e Richard Shiffrin (1968) desenvolveram 
um modelo de múltiplo armazenamento, que é o discutido 
com mais freqüência. Esse modelo logo se tornou extrema­
mente popular dentro do campo nascente da psicologia 
cognitiva (Squire et al., 1993). Como a teoria de Atkinson e 
Shiffrin se tornou logo a abordagem-padrão, ela é, em geral, 
chamada de "modelo modal". O modelo de Atkinson-Shi­
ffrin propunha que a memória pode ser compreendida em 
uma seqüência de etapas distintas, em que as informações 
são transferidas de uma área de armazenamento para outra. 
Discutiremos esse modelo com alguns detalhes porque ele 
exerceu grande influência a ponto de persuadir os psicólo­
gos a adotarem a perspectiva da psicologia cognitiva. 
A fig. 1.2 mostra o modelo de Atkinson-Shiffrin, com 
setas indicando a transferência da informação. Os estímu­
los externos (ambientais) entram primeiro pela memória sen­
sorial. A memória sensorial é um sistema de armazena­
mento de grande capacidade que registra informações de 
cada um dos sentidos com razoável exatidão. Durante as 
décadas de 1960 e 1970, os psicólogos tendiam especial­
mente a estudar a memória icónica (memória sensorial visual) 
e a memória ecóica (memória sensorial auditiva) (por exem­
plo, Darwin et al., 1972; Sperling, 1960). O modelo propu­
nha que as informações são armazenadas na memória sen­
sorial por dois segundos ou menos, e depois a maior parte 
é esquecida. Por exemplo: sua memória ecóica armazena 
por pouco tempo as últimas palavras de uma frase pronun­
ciada pelo seu professor, mas o "eco" dessas palavras desa­
parece em dois segundos. 
O modelo de Atkinson-Shiffrin propunha que algum 
material da memória sensorial passa então para a memória 
de curto prazo. A memória de curto prazo (chamada ago­
ra memória de trabalho) contém somente a pequena quan­
tidade de informações que estamos usando de maneira ati­
va. As lembranças de curto prazo são frágeis, embora não 
tão frágeis como as da memória sensorial; podem perder­
se da memória em cerca de 30 segundos, a menos que de 
alguma maneira sejam repetidas. 
De acordo com o modelo, o material que foi usado re­
petidamente é transferido da memória de curto prazo para 
a memória de longo prazo. A memória de longo prazo 
possui uma capacidade grande e contém lembranças que 
8 CAPITULO UM 
Perdido 
da memória 
sensorial 
Perdido 
da memória 
de curto prazo 
Perdido 
da memória 
de longo prazo 
-
1-
--<--
Fig. 1.2 Modelo de memória de Atkinson-Shiffrin. 
Fonte: Atkinson e Shiffrin. 1968. 
1 
têm algumas décadas, além de lembranças chegadas pou­
cos minutos antes. Atkinson e Shiffrin propuseram que as 
informações armazenadas na memória de longo prazo são 
relativamente permanentes, sem probabilidade de se per­
derem. Repare também a seta que volta da memória de lon­
go prazo para a memória de curto prazo. Esta seta repre­
senta nossa capacidade de recuperar informações da me­
mória de longo prazo e trazê-las de volta à memória de 
curto prazo quando queremos trabalhar de maneira ativa 
com aquelas informações outra vez. 
O modelo de processamento da informação de Atk.in­
son e Shiffrin (1968) dominou por muitos anos a pesquisa 
sobre a memória. Contudo, sua influência está reduzida 
agora. O conceito de memória sensorial ficou menos atra­
ente quando os pesquisadores começaram a questionar se 
a memória icônica desempenhava um papel importante na 
nossa vida diária (Haber, 1983a, 1983b; Healy & McNama­
ra, 1996). Além disso, a maioria dos psicólogos cognitivis­
tas consideram hoje a memória sensorial um processo muito 
breve de armazenamento que forma parte da percepção 
(Baddeley, 1995b). 
Um assunto mais controverso é a distinção feita por 
Atk.inson e Shiffrin (1968) entre a memória de curto prazo e 
a memória de longo prazo. Centenas de psicólogos realiza­
ram pesquisas destinadas a determinar se nosso sistema 
cognitivo realmente distingue entre o material que deve­
mos lembrar por alguns segundos e o material que deve­
mos lembrar por um período de tempo maior (por exem­
plo, Kintsch e Buschke, 1969; Melton, 1963; Milner, 1966). 
A bem da verdade, essa controvérsia nunca foi realmente 
resolvida (Baddeley, 1995b; Healy & McNamara, 1996). 
Input externo 
T 
Memória sensorial 
' 
Memória de curto prazo 
(Memória de trabalho) 
Memória de longo prazo 
Contudo, a maioria dos psicólogos cognitivistas dividem o 
enorme domínio de investigação da memória em duas par­
tes, mais por conveniência do que pela convicção de que 
possuímos dois tipos completamente diferentes de memó­
ria. O Cap. 3 examina a memória de curto prazo, embora eu 
empregue o termo "memória de trabalho", atual e mais des­
critivo, como título do capítulo. Os Caps. 4, 5, 6 e 7 exami­
nam os diversos componentes da memória de longo prazo. 
Estamos discutindo o modelo de memória de Atk.inson­
Shiffrin (1968) porque é o exemplo mais conhecido da 
abordagem do processamento da informação. Conforme 
vimos, declinou o entusiasmo quanto à utilidade do mode­
lo. Também declinou o entusiasmo pela abordagem do pro­
cessamento da informação; os psicólogos cognitivistas re­
conhecem hoje que precisamos de modelos mais comple­
xos para explicar o pensamento humano. 
Embora alguns psicólogos cognitivistas ainda prefiram 
a estrutura do processamento da informação, muitos se­
guiram direções diversas. Alguns enfatizam as abordagens 
da neurociência ou a abordagem do processamento dis­
tribuído paralelo. Iremos explorar ambas nesta seção. 
Outros ainda não permanecem mais leais à abordagem 
do processamento da informação, porém não possuem 
uma estrutura teórica clara dentro da psicologia cognitiva. 
Conforme observaram alguns pesquisadores reconhecidos 
no campo, a disciplina atualmente sofre uma crise de iden­
tidade; falta-lhe uma direção teórica clara para o futuro 
(Bechtel et al., 1998; Neisser, 1994; Sperry, 1993). Ao lon­
go deste livro iremos considerar várias perspectivas teóri­
cas conforme avançarmos no exame da pesquisa em psi­
cologia cognitiva. 
INTRODUÇÃO 9 
li REsuMo DA SEçÃo: UMA BREVE H1srôRJA DA ABORDAGEM CocNJTNA
1. O termo cognição refere-se a aquisição, armazenamen­
to, transformação e aplicação do conhecimento; a ex­
pressão psicologia cognitiva é algumas vezes empregada 
como sinônimo de cognição e outras como um termo 
referente a uma abordagem teórica da psicologia.

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