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Apostila - Sociologia(2)

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UNIPAC ON-LINE
Sociologia
UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS – UNIPAC
UNIPAC ON-LINE
 
PROF. VILMARA LUCIA RODRIGUES TEIXEIRA 
SOCIOLOGIA
BARBACENA 
2016
UNIPAC
 T266s 
 Teixeira, Vilmara Lucia Rodrigues 
 Sociologia. / Vilmara Lucia Rodrigues. – Barbacena: UNIPAC, 2016. 
 90 p. il. color.
 ISBN:
 1. Sociologia I. Título II. Universidade Presidente Antônio Carlos - 
 UNIPAC
 
 CDD: 301
Copyright © 2016
Todos os direitos reservados a:
Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC.
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, 
por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da UNIPAC.
Reitor
Bonifácio de Andrada
Vice-Reitor Institucional
Lauro Lopes Pinheiro
Vice-Reitor Administrativo
Fábio Afonso Borges de Andrada
Coordenação e Desenvolvimento de Projeto e Produtos EaD
Késcia Maria de Carvalho
Coordenação de Produção de Materiais
Nívea Campos
Capa, Diagramação e Projeto Gráfico
Wuallen Leandro José Dornelles Ribeiro
Equipe EaD
Catalogação na fonte elaborada por Rosy Mara Oliveira – CRB 6/2083
A sociologia como ciência e o ser humano como um ser social, imerso na organização social, 
vivendo sob os padrões sociais da estrutura, da cultura e das instituições sociais, bem como um ser 
dotado de um “Eu” e de uma mente, um ser simbólico, capaz de intervir e transformar a realidade 
social. O indivíduo e a sociedade face à questão da desigualdade social, dos processos sociais e da 
mudança social.
EMENTA
CONHEÇA A AUTORA
Vilmara Lucia Rodrigues Teixeira possui graduação em História e mestrado em 
História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006). Atualmente é 
professora de ensino superior da Universidade Presidente Antônio Carlos - UNI-
PAC. Atua também como professora de Educação Básica no Colégio Tiradentes da 
Polícia Militar de Minas Gerais.
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/0532137309756575
A UNIPAC há mais de meio século, trabalha para que estudantes tenham uma formação de qualidade e se tornem profissionais ca-
pazes de competir no mercado de trabalho. Pensando nisso, a instituição abriu suas portas para o ensino à distância, uma metodologia 
de aprendizagem ativa que tem como função auxiliar os alunos a desenvolverem competências que podem potencializar seu processo 
de aprendizagem.
As disciplinas oferecidas nesta modalidade são de formação humana e geral, o que significa que os alunos terão um conteúdo que 
não apenas lhe será útil profissionalmente, mas também ampliará sua visão de mundo tornando-o um sujeito proativo, critico e capaz 
de fazer escolhas e tomar decisões precisas quando necessário.
É com satisfação que a UNIPAC oferece a você, aluno(a), esta apostila de Sociologia, parte integrante de um conjunto de materiais 
voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar a você 
uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
Através do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), você possui ainda outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de 
recursos multidisciplinares, como fóruns, aulas web e material de apoio.
Assim, a UNIPAC oferece os recursos necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo, tornando seu aprendizado eficiente e prazero-
so, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
Desejamos-lhe bons estudos!
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
SUMÁRIO
UNIDADE I - O DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO..................................................11
1.1 A SOCIOLOGIA E O OLHAR SOCIOLÓGICO..........................................................................................12
1.2 O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA: CONTEXTO HISTÓRICO...............................................................15
1.3 AS ABORDAGENS SOCIOLÓGICAS........................................................................................................17
UNIDADE II - O PENSAMENTO SOCIOLÓGICO CLÁSSICO.........................................................................21
2.1 AUGUST COMTE (1798 – 1857).................................................................................................................22
2.2 ÉMILE DURKHEIM (1858 – 1917)...............................................................................................................23
2.3 KARL MARX (1818 – 1883).........................................................................................................................26
2.4 MAX WEBER (1864 – 1920)........................................................................................................................27
UNIDADE III - INDIVÍDUO, SOCIEDADE E SOCIALIZAÇÃO..........................................................................33
3.1 A IMPORTÂNCIA DOPROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO...........................................................................34
3.2 OS PROCESSOS SOCIAIS..........................................................................................................................39
UNIDADE IV - GRUPOS SOCIAIS E INTERAÇÃO.........................................................................................43
4.1 SOCIOLOGIA DOS GRUPOS SOCIAIS......................................................................................................44
4.2 MECANISMOS DE SUSTENTAÇÃO DOS GRUPOS SOCIAIS.................................................................45
4.3 OS GRUPOS SOCIAIS E A CONSOLIDAÇÃO DA INTERNET.................................................................46
UNIDADE V - ESTRATIFICAÇÃO E MOBILIDADE SOCIAL........................................................................51
5.1 ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS...........................................................52
5.2 TIPOS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL......................................................................................................52
5.3 MOBILIDADE SOCIAL................................................................................................................................54
UNIDADE VI - INSTITUIÇÕES SOCIAIS.........................................................................................................57 
6.1 AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS: CONCEITOS E FUNÇÕES.........................................................................58
6.2 AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS E O CONTROLE DOS INDIVÍDUOS..........................................................58
UNIDADE VII - SOCIEDADE E CULTURA..................................................................................................67
7.1 A CULTURA E SUAS VARIAÇÕES...........................................................................................................68
7.2 TIPOS DE CULTURAS.................................................................................................................................69
7.3 A INDÚSTRIA CULTURAL..........................................................................................................................70
UNIDADE VIII - RAÇA E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL......................................................77
8.1 CONCEITOS BÁSICOS...............................................................................................................................78
8.2 A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA COR...................................................................................................79
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................90Figura 1: Filme de Charlie Chaplin - Tempos Modernos..................................................15
Figura 2: Luke Fildes Houseless and Hunfry, 12 de Abril de 1869.................................16
Figura 3: Max Weber, Marx e Durkheim.............................................................................18
Figura 4: Augusto Comte......................................................................................................22
Figura 5: Émile Durkheim.....................................................................................................23
Figura 6: Karl Marx................................................................................................................26
Figura 7: Max Weber..............................................................................................................27
Figura 8: Pirâmide das Castas na Índia.............................................................................52
Figura 9: Pirâmide social da sociedade estamental.........................................................53
Figura 10: Ilustração do Panóptico, de Jeremy Bentham..................................................59
Figura 11: Movimento Hippie da década de 60, nos EUA...................................................69
Figura 12: A facilidade da interação entre: indústria 
cultural e consumidores, catálogo da Netflix. ................................................................71
IMAGENS
UNIPAC ON-LINE
Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC
11
UNIPAC ON-LINE
Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC
O DESENVOLVIMENTO DO 
PENSAMENTO SOCIOLÓGICO
UNIDADE
12
meios de comunicação de massa, e comumente admi-
tidas como verdade.
A Sociologia é uma ciência que transforma nos-
sa percepção sobre o que vivemos em nossa rotina e, 
desse modo, contribui para alterar a forma como pen-
samos nossa própria vida e a realidade que nos cerca. 
É por isso que para analisar as questões sociais deve-
mos nos libertar da rapidez das circunstâncias pesso-
ais e enxergar as coisas em um contexto mais amplo. 
Desnaturalizar o mundo. Aquilo que encaramos como 
natural, inevitável, bom ou verdadeiro pode não ser 
bem assim. Os modos como a vida social se organiza 
são arbitrários, fortemente influenciados por processos 
históricos. 
É o que nos ensina o americano C. Wright Mills, 
em sua famosa expressão “imaginação sociológica”, 
muito utilizada para incitar o pensamento criativo suge-
rindo pensar além do óbvio, pensar fora dos padrões 
(usuais) ou alguma outra expressão similar.
1.1 A SOCIOLOGIA E O OLHAR 
 SOCIOLÓGICO
A Sociologia trata de fenômenos sociais, de mu-
danças e permanências, que de uma maneira ou de 
outra, nos afetam em nosso dia-a-dia. São questões 
que estamos acostumados a ver em nossa vida coti-
diana.
Quem nunca “trocou ideia” com os amigos sobre a 
sociedade e seus problemas como desemprego, cor-
rupção, fome, miséria? Quem nunca emitiu uma opi-
nião sobre como os ricos ficam cada vez mais ricos e 
os pobres cada vez mais pobres? Sabemos que dez 
em cada dez pessoas que lerem estas indagações vão 
responder que fazem isso frequentemente. Mas, en-
tão, todos nós somos sociólogos?
Na verdade não, porque quando falamos sobre 
esses assuntos, mesmo que sejam instigantes, não 
nos detemos neles refletidamente, ao contrário emiti-
mos opiniões por meio de noções do senso comum, 
ou seja, ideias recebidas, principalmente, através dos 
do seu período, que ele somente poderá conhecer suas 
chances na vida cientificando-se de todos os indiví-
duos em suas circunstâncias. De muitas maneiras, é 
uma lição terrível; de muitas maneiras, magnífica. Não 
conhecemos os limites das capacidades de esforço 
supremo ou degradação voluntária de um homem, de 
agonia ou alegria, de brutalidade prazerosa ou da do-
çura da razão. Todavia, em nossa época, aprendemos 
que os limites da ‘natureza humana’ são assustadora-
mente amplos. Aprendemos que cada indivíduo vive, a 
cada geração, em alguma sociedade; que ele vive uma 
biografia, e que ele vive dentro de alguma sequência 
histórica. Pelo fato de viver, ele contribui, ainda que 
minimamente, para a criação dessa sociedade e suas 
disputas históricas. A imaginação sociológica nos pos-
sibilita compreender história e biografia e as relações 
entre as duas na sociedade.
Essa é sua tarefa e sua promessa …
(WRIGHT MILLS, C. A imaginação sociológica. Tra-
dução Waltensir Dutra.Rio de Janeiro: Zahar, 1965.pp. 
11-18)
A imaginação sociológica 
proporciona àquele que a pos-
sui entender o cenário histórico 
mais amplo em termos de seu 
significado para a vida interior 
e a carreira externa de uma va-
riedade de indivíduos. Ela pos-
sibilita ao sociólogo considerar 
como os indivíduos, no rebuliço 
de suas experiências cotidianas, 
se tornam falsamente conscien-
tes de suas posições sociais. 
Dentro desse rebuliço, procura-se um modelo que re-
presente a sociedade moderna e, dentro desse modelo, 
formulam-se as psicologias de uma variedade de ho-
mens e mulheres. Por tais meios, a inquietação pessoal 
dos indivíduos é dirigida para problemas explícitos, e a 
indiferença do público se transforma em envolvimento 
com questões públicas.
O primeiro fruto dessa imaginação – e a primeira li-
ção das ciências sociais a incorporá-lo – é a ideia de 
que o indivíduo pode entender a sua própria experiên-
cia e avaliar o seu próprio destino situando-se dentro 
INTRODUÇÃO
Porque estudar Sociologia? Por que ela é importante? De que forma o conhecimento sociológico 
pode contribuir para minha formação? Estas são algumas perguntas que procuraremos responder nesta 
unidade. 
PARA SABER MAIS
13
por trás do comportamento particular das pessoas 
(eventos que parecem ser individuais refletem ques-
tões mais amplas). Embora todo indivíduo seja único, 
a sociedade molda a vida de seus integrantes.
O divórcio, por exemplo, é um fato pessoal inques-
tionavelmente difícil para o marido e para a esposa que 
se separam. Entretanto, o uso da imaginação socioló-
gica permite ver o divórcio não apenas como problema 
pessoal do indivíduo, mas sim como uma preocupação 
da sociedade. Usando essa perspectiva, podemos no-
tar que um aumento da taxa de divórcio na verdade 
redefine uma instituição fundamental – a família. Os la-
res hoje com frequência incluem padrastos, madrastas 
e meios-irmãos cujos pais se divorciaram e casaram 
novamente.
Embora isso demonstre que somos todos influen-
ciados pelos contextos sociais, nenhum de nós é de-
terminado totalmente por esses contextos em nosso 
comportamento. Possuímos e criamos nossa própria 
individualidade. É trabalho da Sociologia investigar as 
conexões entre o que a sociedade faz de nós e o que 
fazemos de nós mesmos e da sociedade.
O texto a seguir busca apresentar a sociologia 
como uma ciência que tem seu objeto de estudo no 
cotidiano. Trata-se de um texto livre publicado na pri-
meira edição da Revista Café com Sociologia. Segue 
o texto:
O exercício de imaginar socio-
logicamente exige que “pensemos 
fora da caixa”, que nos afastemos 
das respostas simples e pas-
semos a enxergar a reali-
dade como algo novo. 
Além disso, este 
exercício nos ensina 
a pensar criticamen-
te, levando-nos do 
senso comum para 
o desenvolvimento 
de um conhecimento 
científico, autônomo, 
capaz de nos tornar pensadores independentes, capa-
zes de analisar um noticiário, uma novela, um jornal, 
uma entrevista, com autoridade.
Aprender a pensar sociologicamente significa cul-
tivar a imaginação. Um sociólogo é alguém capaz de 
se libertar do quadro das suas circunstâncias pesso-
ais e pensar as coisas num contexto mais abrangente, 
ou seja, abstrair-se das rotinas familiares da vida co-
tidiana de maneira a poder olhá-las de forma diferen-
te. Estabelecer relaçõesmais amplas com situações 
rotineiras.
Peter Berger (1963) descreveu esse olhar socio-
lógico como “ver o geral no particular”. Com isso ele 
quer dizer que o sociólogo procura os padrões gerais 
Figura 1.0: Pensar fora da caixa. 
das para impor uma suposta explicação verdadeira 
ou, no caso da última, apresentar uma explicação 
na defensiva, buscando deixar claro que é assim, 
e que se não for é por que mudou de uns tempos 
pra cá. A verdade é que a vida é como o futebol, 
todos se acham técnicos, capazes de explicar as 
regras do jogo. O certo é que os fenômenos que 
acontecem em nossa volta nos instigam a buscar 
compreendê-los.
Mas o que tem a Sociologia com isso? A Socio-
logia se alimenta do cotidiano e ao mesmo tempo 
procura iluminá-lo. Em outras palavras, é do coti-
diano que o Sociólogo “pega” o fenômeno que irá 
estudar. Assim acaba tratando da mesma coisa que 
o cidadão comum. O que muda é a forma de expli-
car as coisas. Isso nos lembra um episódio que nos 
ocorreu, no ano de 2004, em um bar na cidade de 
Guaribas, localizada no interior do Piauí.
A noite estava quente e resolvemos, depois de 
um congresso, ir a um bar. Não sabíamos
que uma cidade tão pequena nos proporciona-
ria tanta reflexão, e olha que não foi nas palestras. 
Quando chegamos no local, havia uma roda de pes-
soas discutindo e apontando para uma mulher que 
estava sentada em uma mesa ao lado. Devido a 
Diferentemente da Astronomia e de outras ciên-
cias, temas sociológicos são assuntos de bar. Sa-
bia?Os temas discutidos são quase sempre socio-
lógicos, mas a forma de discuti-los quase sempre 
não o são. Como assim? Você deve estar se per-
guntado! É isso mesmo. Podemos falar de assuntos 
de Sociologia sem pensar sociologicamente, assim 
como podemos falar de problemas sociais e não so-
ciológicos. Os problemas ou os temas sociais discu-
tidos no bar só passam a ser sociológicos quando 
apresentam, em sua análise, um rigor científico pró-
prio da Sociologia.
É comum todos acharem que sabem explicar um 
determinado fenômeno social, como, a prostituição, 
o desemprego, a moda, a pobreza, entre outros as-
suntos. Cada pessoa tenta explicar à seu modo. Al-
gumas explicações são até bem lógicas, outras sem 
o menor sentido. Algumas buscam explicações na 
religião, no acaso ou no fenômeno em si.
É comum ouvir a expressão “olhe, a questão é a 
seguinte...”. Certamente, quem usa esta frase quer 
ganhar o direito de estar certo. Quem, também, não 
ouviu a famosa frase vinda dos mais velhos: “desde 
que me entendo por gente é assim...” Ou ainda: “na 
minha época era assim...”. Estas frases são usa-
A Sociologia, um bar, o equilibrista, uma beata e a Darleny: tudo a ver!
14
era chamada na região) só tem uma!
Tentamos então explicar que existiam mais coi-
sas para além da Darleny - Danadinha de Guaribas. 
Buscamos argumentar que existem fatores que in-
fluenciam as escolhas e o comportamento das pes-
soas. Foi aí que Equilibrista falou algo que nos fez 
entender que a forma de enxergar o mundo não é só 
questão de aprendizagem, mas também como “você 
está no mundo e ele em você”. Ele nos interrompeu 
e disse: seus cabras sociólugus, entendo o que tão 
dizeno. Entonce é o como o caso da cachaça que 
mexe comigo, num é? Nessa hora ficamos decepcio-
nados com o resultado de nossa explicação. Quando 
ele prosseguiu: no caso eu sou como a Darleny; o 
bar é a porcaria da sociedade, cheia de tipus de bibi-
das; a beata a moralidadi e; a cana é aquilo que be-
bemos dessa sociedadi, que leva nois a fazer coisas 
por querer e sem querer, pra além de nossa vontadi. 
Acho que é isso que estão querendo dizer... Essa re-
flexão nos animava, até que ele continuou...mas ain-
da acho que é por dinheiro, né não Antoin? – Claro 
que não homi, é por servengonheza! Respondeu ele. 
Desistimos de explicar e voltamos para a pousada 
onde estávamos alojados.
Essa experiência nos serviu para refletir sobre o 
pensamento sociológico, o pensamento religioso, o 
senso comum e nossa posição no mundo.
A beata apresentou uma explicação baseada 
na religião, não possuindo nenhuma racionalidade, 
antes apoiando-se em suas crenças, o que chama-
mos de mito. Mito são todas as explicações basea-
das em deus ou deuses. Já Antônio e o Equilibrista 
se apropriam do senso comum para explicar o caso 
de forma isolado do mundo, como simples escolha 
autônoma de Darleny. Suas interpretações estavam 
influenciadas pelas suas posições no mundo, assim 
como pela influencia deste em suas vidas.
Gostaríamos que eles entendessem a colabora-
ção da Sociologia para compreender a questão da 
prostituição, sendo ela parte de uma estrutura, um 
conjunto de fenômenos interligados que de certa for-
ma levou a Darleny àquela profissão. Assim, o caso 
desta mulher não era um caso isolado, como se ti-
vesse em uma redoma de vidro. Antes, trata-se de 
um fenômeno fruto de nossa história, da pobreza, 
da falta de escolaridade, da corrupção e tantos ou-
tros fenômenos interligados direta ou indiretamente. 
O mais provável é que Darleny era prostituta devi-
do sua história, a qual se entrelaça com a história 
do país, especialmente do interior do nordeste. Órfã 
desde os 6 anos de idade, criada pela tia como em-
pregada, não teve condições de estudar, foi obriga-
da pela tia a casar muito cedo, tendo três filhos e 
logo ficando viúva. Darleny residia em uma das ci-
dades mais pobres do Brasil,com pouco mais de 4 
mil habitantes. Guaribas era marcada pelo trabalho 
de subsistência no campo e pelo preço elevado dos 
curiosidade, perguntamos qual era o assunto.
Um bêbado, conhecido como Equilibrista (entendi 
na hora o porquê do apelido), nos disse: Nois tamu 
suntano a Darleny.
- Quem é Darleny? Perguntamos.
- É que o Antoin disse que ela é quenga porque 
quer. Disse Equilibrista.
- É pura safadeza dela! Gritou Antônio, por detrás 
do balcão do bar.
Nessa hora, Equilibrista subiu na cadeira, ou me-
lhor, tentou se equilibrar nela, e antes de se espatifar 
no chão gritou:
- Ela é quenga por semvergonhonhice. Ela gosta 
é da bufunfa. Num quer trabaiar!
Ele gritou tão alto que uma beata, que passava 
na frente do bar, ouvindo aquilo gritou em resposta, 
sem olhar para o ambiente: é coisa do demo! Ela tá 
encapetada!
De repente um silêncio. Parecia que a discussão 
havia acabado. Após alguns segundos alguém gri-
tou: pergunte prus cabras da cidade o porquê Dar-
leny é quenga. Percebemos que estavam falando 
de nós. Ficamos sem reação. Como nada dissemos, 
Equilibrista sugeriu para que alguém perguntasse a 
própria Darleny. Foto que não acorreu. Todos, exceto 
nós que nada dissemos, concordaram, acreditando 
que só a Darleny saberia responder essa questão.
Nós então dissemos que éramos sociólogos e 
que poderíamos ajudar. Logo veio duas “pergunta 
afirmativas”, enfáticas e bombásticas: e daí? Esta-
mos falando da Darleny e vocês vêm com essa reli-
gião? Equilibrista, depois de entornar mais uma dose 
de pinga, disse: se nois caricesse de tirar o capeta 
dos côro da cutruvia, nós chamava a beata que pas-
sou indagorinha por aqui. Nois tudim é católico!
- Eu sou discrenti – gritou mais uma vez Antônio 
por de traz do balcão.
- Te discunjuro Antoin. Diabeisso? Tá duvidano 
de Deus? Perguntou equilibrista.
Fomos explicar o que era ser Sociólogo. Todos 
se interessaram pela explicação, prestando atenção 
no que estávamos a falar, até que afirmamos que 
havíamos estudado justamente para explicar a situ-
ação da Darleny. Nesse momento gritaram para a 
Darleny: Eita cunhã que tu tá famosa na capital! É a 
primeira vez que vejo universidade estudar quenga!
Tentamos dizer a eles que existiam várias “Dar-
lenys” no Brasil, quando alguém nos interrompeu di-
zendo: Darleny Danadinha de Guaribas (assim ela 
15
co. Embora o senso comum e a Sociologia pareçam 
distantes,não são. Naquele bar de Guaribas, poderia 
ocorrer uma discussão de caráter sociológico, desde 
que se atentasse para o método típico desta ciência. 
Poderíamos encerar esse texto dizendo:
Veja como a Sociologia é útil! Mas optamos em 
terminar afirmando que o bar, o Equilibrista, a bea-
ta e a Darleny era um cenário de pura Sociologia, 
apenas eles não sabiam. E você, sabe? Talvez veio 
a seguinte frase à cabeça: “Eu nunca tinha pensado 
desta forma”. Se isso ocorreu, fomos mais aptos do 
que naquele dia... naquele bar de Guaribas.
Fonte: BODART, Cristiano das N. SILVA, Roniel 
Sampaio. A Sociologia, um bar, o equilibrista, uma 
beata e a Darleny: tudo a ver! Revista Café com So-
ciologia, v.1, Nº 1, Dez. 2012. Disponível em:<http://
revistacafecomsociologia.com/revista/index.php/
revista/issue/view/Vol.1%2C%20Número1%2C%20
ano%202012%2C%201ª%20edição/showToc>
bens de consumo (devido ao difícil acesso à cidade). 
Parece que para ela, que não tinha terra para plantar 
o sustento de sua família, não havia muitas escolhas 
e nem condições de ter uma visão do mundo diferen-
te. Parece que não lhe restou nada além de ter que 
deitar-se com estranhos para garantir o seu sustento 
e de seus três filhos.
Buscado ser críticos, no sentido de duvidarmos 
de tudo o que nos veem aos olhos e ouvidos, esta-
remos nos aproximando do pensamento sociológico. 
Se assim fizessem o balconista, o Equilibrista e a 
beata, talvez entenderiam que não era bem uma es-
colha, ou por “sem-vergonhice”, ou ainda por que o 
“diabo” a teria tomada. Antes, compreenderiam que 
o contexto social a qual Darleny viveu a influenciou 
fortemente para essa escolha. Claro que o raciocínio 
não para por aí. São necessários métodos científicos 
para compreender como o fenômeno da prostituição 
atua e se situa na estrutura social, bem como buscar 
identificar regras gerais capazes de explicá-lo.
Alguns temas oriundos de conversas corriqueiras 
de bar, embora não tenham rigor científico, pode ser 
dotado de uma certa lógica racional, o que é o pri-
meiro passo em direção ao conhecimento sociológi-
1.2 O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA: 
 CONTEXTO HISTÓRICO
O filme “Tempos Modernos,” produzido, dirigido, 
escrito e estrelado por Charles Chaplin em 1936, re-
trata a situação do proletariado americano pós-grande 
depressão de 1929. Porém, trata-se de um dos melho-
res roteiros capazes de ilustrar o processo de transfor-
mação da estrutura social e econômica que tem sua 
origem no fim do Feudalismo e na consolidação da so-
ciedade capitalista.
 Na imagem acima, Carlitos aparece apertando 
parafusos, num emprego repetitivo e automatizado, 
um trabalho completamente esvaziado de sentido, por 
não abranger qualquer conteúdo que exija do trabalha-
dor senão o seu adestramento manual. 
Desde os primeiros momentos da industrialização, 
em função do aprimoramento nos equipamentos e pro-
cessos, o modelo de produção, fundado na fragmenta-
ção e rotinização das tarefas e na fixação do operário 
a um único posto de trabalho passou a ser adotado 
como regra em todas as indústrias. Esta situação é o 
reflexo de parte da lógica social desumanizadora ins-
taurada a partir da formação da sociedade capitalista 
moderna.
Desde o século XVI, diversas transformações so-
ciais vêm caracterizando o que chamamos de moder-
nidade. Estas mudanças provocaram expectativas e 
incertezas, pois o que era considerado certo foi cain-
do em descrédito e o que se julgava válido foi posto 
em questão. A vida em sociedade ganhou um formato 
mais complexo, isto é, formas de produção, de conhe-
cimento, de cultura e de consumo contribuíram para a 
dinamização das relações sociais.
O século XVIII tornou-se um marco importante 
para a história do pensamento ocidental, dadas as 
 Fonte: http://oteatrodavida.blogspot.com.br/ Data do acesso: 25/01/2016.
Figura 1: Filme de Charlie Chaplin - Tempos Modernos. 
16
transformações econômicas, políticas e culturais que 
se aceleraram nesse período e que apresentaram pro-
blemas inéditos para as sociedades. A dupla revolução 
que este século testemunhou (Revoluções Francesa e 
Industrial) constituiu dois lados de um mesmo proces-
so: a instalação definitiva da sociedade capitalista.
A partir desse momento, economia mundial foi 
influenciada pela Revolução Industrial ocorrida na In-
glaterra, enquanto a política e a ideologia sofreram a 
intervenção da Revolução Francesa.
A Revolução Francesa (1789) e os ideais de Li-
berdade, Igualdade e Fraternidade cultivados por seus 
líderes contribuíram enormemente para a ascensão da 
burguesia ao poder e para tornar evidente os proble-
mas e os conflitos sociais.
A partir desse momento, a divisão da sociedade 
segundo o modelo medieval (nobreza, burguesia e 
camponeses) é radicalmente alterada. A crença na rí-
gida hierarquia social e na impossibilidade dos indiví-
duos se moverem na escala social foi rompida. A ideia 
de que todos os homens são iguais impulsiona simples 
plebeus a buscarem o desenvolvimento de suas capa-
cidades e de seus talentos, pois agora existe a certeza 
de que se se esforçassem conseguiriam alcançar a 
liberdade e a tão almejada mobilidade social. Assim, 
essa nova maneira de ver o mundo transforma a so-
ciedade em um caldeirão de relações conflituosas que 
levariam a rupturas e mudanças definitivas.
Para Martins (1985, p.13) o objetivo da revolução 
de 1789 não era apenas mudar a estrutura do Estado, 
mas abolir radicalmente a antiga forma de sociedade, 
com suas instituições tradicionais, seus costumes e 
hábitos arraigados, e ao mesmo tempo promover pro-
fundas inovações na economia, na política, na vida 
cultural etc.
A Revolução Industrial representou um conjunto 
de mudanças tecnológicas que tiveram um profundo 
impacto no processo produtivo, econômico e social 
no mundo antigo. Iniciado na Inglaterra em meados 
do século XVIII, esse amplo processo de mudanças 
se propagou pelo mundo a partir do século XIX. Na 
primeira fase (1760-1860) foram principalmente utiliza-
dos recursos como o ferro, o carvão, o tear mecânico 
e a máquina a vapor. A segunda fase (1860-1900) foi 
caracterizada pelo emprego da energia elétrica, do aço 
e de produtos químicos.
O desenvolvimento acarretado por essa industria-
lização reorganizou o trabalho manufatureiro de forma 
radical, pôs fim ao artesão independente, introduziu a 
fábrica moderna e criou uma nova classe de trabalha-
dores: o proletariado, ou classe operária, concentran-
do, sobretudo em grandes unidades industriais.
As novas condições de vida suscitadas pelo mun-
do moderno provocaram o aparecimento de complexos 
problemas cujas explicações não eram encontradas 
nem na natureza, nem na vontade individual. As con-
sequências da rápida industrialização e urbanização 
levaram ao aumento da prostituição, do alcoolismo, da 
criminalidade, das epidemias e dos bolsões de misé-
ria. Até o fim do século XIX, as jornadas de trabalho 
na indústria europeia giravam em torno de catorze ou 
dezesseis horas por dia. Não havia descanso remune-
rado, como hoje, nem férias, nem aposentadoria.
As condições de trabalho na indústria e nas minas 
eram extremamente penosas, ocasionando muitos aci-
dentes, que podiam provocar a morte ou mutilações 
nos trabalhadores. Não havia limite de idade para tra-
balhar, nem leis de proteção ao menor, de modo que 
mesmo crianças de seis ou sete anos trabalhavam em 
funções perigosas.
Além disso, as condições de vida e de moradia 
eram precárias. Não havia saneamento básico nos 
bairros proletários. As habitações eram pequenas, in-
salubres e nelas se aglomeravam muitas pessoas.
Fonte: http://spartacus-educational.com/Jfildes.htm Data do acesso: 25/01/2016.
 Figura 2: Luke Fildes Houseless and Hunfry, 12 de Abril de 1869.
Nesse contexto eclodiram movimentos de protes-
to e tentativasde organização da classe trabalhadora. 
Formavam-se, assim, os primeiros sindicatos na Ingla-
terra e em outros países europeus. 
Ao mesmo tempo, alguns pensadores dedicavam 
esforços para compreender essas mudanças pelas 
quais o mundo passava. Foi nesse cenário que emer-
giu a necessidade de uma ciência que investigasse ri-
gorosamente a sociedade. A vida social passou a ser 
um “problema” para as pessoas. Percebeu-se que era 
preciso entender o que se passava com a sociedade 
para explicar como as pessoas viviam e como deve-
riam se posicionar diante do que estava acontecendo. 
A Sociologia surgiu como uma disciplina no século 
XIX, na forma de uma resposta acadêmica para um 
desafio da modernidade. Uma ciência voltada para a 
observação da sociedade, dos seus antagonismos de 
classes epor isso mesmo uma ciência da ação, dese-
17
josa por interferir e transformar os rumos da civilização 
moderna. 
Historicamente, a Sociologia é um conjunto de 
conceitos, de técnicas e de métodos de investigação 
que produzem uma diversidade de tendências teóricas 
desenvolvidas por pessoas com diferentes “visões de 
mundo”.
Segundo Martins (1985) a Sociologia “[...] para 
alguns representa uma poderosa arma a serviço dos 
interesses dominantes, para outros ela é a expressão 
teórica dos movimentos revolucionários” (MARTINS, 
1985, p. 7). 
Podemos destacar, a partir dessa análise, que 
além de não se tratar de uma ciência neutra, a Socio-
logia possui diferenças na explicação da vida social. E 
essas diferenças acabam dando origem a uma infini-
dade de conceitos, muitas vezes divergentes, mas que 
nos permite alcançar uma pluralidade de respostas 
para o mesmo problema: o que é viver em sociedade?
Isto fica evidente quando observamos os trabalhos 
dos pioneiros fundadores dessa disciplina. Sua refe-
rência é a sociedade capitalista moderna, porém sua 
interpretação segue matrizes diferentes, ora conserva-
dora ou reformista e ora revolucionária. 
Ao olhar para a sociedade do século XIX, trans-
formada pelo trabalho das máquinas, quase sem fron-
teiras comerciais graças ao neocolonialismo e com 
um sistema social que não só hierarquizava e privile-
giava algumas poucas pessoas, mas também alguns 
Estados Nacionais, os sociólogos ligados às ideias 
conservadoras pensavam e teorizavam sobre as vá-
rias formas de manutenção do sistema social vigente, 
para que determinados grupos sociais se mantivessem 
no poder. Os reformistas, também chamados liberais, 
buscavam o aprimoramento do sistema capitalista que 
os deixaria cada vez mais próximos de um refinado 
conjunto de estratégias de exploração das pessoas 
mais pobres e do trabalho exercido por elas. Já os re-
volucionários defendiam a transformação dessa forma 
de organização capitalista da vida social. Uma trans-
formação tão profunda que implica na superação do 
capitalismo, radicalizando a igualdade social.
Nesse sentido, podemos concluir que a Sociologia 
surge para estudar e explicar a sociedade capitalista, 
ora defendendo-a e produzindo conhecimento para 
aprimorá-la, ora criticando-a e produzindo estratégias 
para superá-la, transformá-la.
1.3 AS ABORDAGENS 
 SOCIOLÓGICAS
As três mais importantes abordagens sociológi-
cas, o funcionalismo, a abordagem do conflito e o in-
teracionismo simbólico, apresentam conexões com as 
teorias de Durkheim, Marx e Weber, respectivamente.
Para Giddens “o funcionalismo diz que a socieda-
de é um sistema complexo, cujas várias partes atuam 
juntas para produzir estabilidade e solidariedade. Se-
gundo essa abordagem, a disciplina Sociologia deve 
investigar a relação de partes da sociedade entre si e 
com a sociedade como um todo.” (GIDDENS, 2012, p. 31).
Durkheim costumava comparar a sociedade a um 
“corpo vivo”, em que cada órgão cumpre uma função. 
As partes da sociedade funcionam juntas, assim como 
várias partes do corpo humano, para benefício da so-
ciedade como um todo. Nesse sentido, estudar a fun-
ção de uma prática ou instituição social é analisar a 
contribuição que aquela prática ou instituição traz para 
a continuidade da sociedade.
Muitos críticos argumentam que o funcionalismo é 
bom para explicar o consenso – porque as sociedades 
se sustentam e compartilham uma moralidade comum 
– mas é muito menos capaz de explicar o conflito e 
a mudança social radical. Outros argumentam que o 
funcionalismo durkheimiano parece priorizar as restri-
ções das sociedades para as pessoas e não possibilita 
espaço suficiente para os atos criativos dos indivíduos. 
Finalmente, a análise funcional tende a imputar propó-
sitos e necessidades à própria sociedade. (GIDDENS, 
2012, p. 69).
Como os funcionalistas, os sociólogos que empre-
gam teorias de conflito enfatizam a importância de es-
truturas dentro da sociedade. Eles também defendem 
um “modelo” abrangente para explicar como a socie-
dade funciona. Todavia, os teóricos do conflito rejeitam 
a ênfase do funcionalismo no consenso. Ao invés dis-
so, eles destacam a importância das divisões na so-
ciedade. Desse modo, concentram-se em questões de 
poder, desigualdade e luta. Eles tendem a considerar 
a sociedade composta de grupos distintos, que bus-
cam seus próprios interesses. A existência de interes-
ses separados significa que o potencial de conflito está 
sempre presente e que certos grupos se beneficiam 
mais que outros. Os teóricos do conflito analisam as 
tensões entre os grupos dominadores e dominados 
na sociedade e tentam entender como as relações de 
controle se estabelecem e se perpetuam. Uma aborda-
gem influente na teoria do conflito é o marxismo, assim 
denominado por causa de Karl Marx, cujo trabalho en-
fatizava o conflito de classe. (GIDDENS,2012, p. 32)
O interacionismo simbólico direciona a nossa 
atenção para os detalhes das interações interpessoais 
18
e como os usamos para entender o que as pessoas 
dizem e fazem. Os sociólogos influenciados pelo in-
teracionismo simbólico enfocam as interações presen-
ciais nos contextos da vida cotidiana. Eles enfatizam 
o papel dessas interações na criação da sociedade e 
de suas instituições. Max Weber tem uma influência di-
reta e importante nessa abordagem teórica, pois, em-
bora reconhecesse a existência de estruturas sociais 
– como classes, partidos, grupos de status e outros – 
acreditava que essas estruturaseram criadas por meio 
das ações sociais dos indivíduos.
Embora a perspectiva interacionista simbólica 
possa gerar muitas ideias sobre a natureza das nos-
sas ações no decorrer da vida social cotidiana, ela foi 
criticada por ignorar as questões mais amplas do po-
der e da estrutura da sociedade, e como servem para 
condicionar a ação individual. (GIDDENS, 2012, p.32)
A partir de tudo isso que vimos, podemos afirmar 
que a Sociologia possui uma variedade de aborda-
gens, isso é devido à natureza própria do seu objeto 
de estudo. O comportamento humano é diverso e com-
plexo, assim, é necessária a utilização de teorias para 
conferir sentido às interpretações feitas, pois sem uma 
abordagem teórica, não saberíamos o que procurar ao 
começar a estudar ou ao interpretar nossos resultados 
ao final da pesquisa.
Nesses cento e cinquenta anos (mais ou menos) 
de construção da Sociologia, o volume de pesquisas e 
teorias produzidas criaram lógicas, formas de pensar 
os fenômenos sociais que nos informam sobre os mo-
dos de pensar sociologicamente.
O ponto chave para o desenvolvimento das pes-
quisas no campo sociológico foi o abandono das expli-
cações religiosas e míticas e a adoção da ciência ao 
responder as questões impostas pela realidade social.
Temas clássicos foram trabalhados por grandes 
pensadores, que se tornaram clássicos e, que são re-
correntes nas pesquisas contemporâneas. A base do 
ofício do sociólogo é o saber, são os saberes elabo-
rados historicamente sobre a realidade social,as re-
lações e as formas de vida. As técnicas nascem das 
necessidades contemporâneas e do saber acumulado 
e apropriado pelo cientista, pelo pensador, pelo soció-
logo.
Do saber acumulado, definimos princípios lógicos 
do raciocínio e da imaginação sociológica. Das neces-
sidades contemporâneas, definimos modos de ensi-
nar, técnicas de criação de vínculos da sociologia com 
os indivíduos. Como a Sociologia é uma ciência da mo-
dernidade e é relativamente nova em relação às ou-
tras, o saber acumulado sobre os mais variados fenô-
menos sociais é novo, não é de todo superado. Mesmo 
os estudos dos clássicos, tais como, Durkheim, Marx e 
Weber, guardam alguma atualidade e vínculos com as 
VOCÊ APRENDEU QUE:
- A Sociologia é uma ciência que contribui para a mudança na forma em que pensamos a 
realidade que nos cerca.
- A formação da Sociologia como ciência tem relação com a dupla revolução europeia do 
século XVIII, ou seja, o desenvolvimento do pensamento social foi influenciado pelas mudanças 
causadas pelas Revoluções Industrial e Francesa.
- A Sociologia possui diferentes abordagens para a explicação da realidade social, destaca-
-se três delas: o funcionalismo, a teoria do conflito e o interacionismo simbólico.
Fonte: http://literatortura.com/ Data do acesso: 25/01/2016
necessidades contemporâneas de compreensão da 
realidade.
indivíduos. Como a Sociologia é uma ciência da 
modernidade e é relativamente nova em relação às 
outras, o saber acumulado sobre os mais variados 
fenômenos sociais é novo, não é de todo superado. 
Mesmo os estudos dos clássicos, tais como, Durkheim, 
Marx e Weber, guardam alguma atualidade e vínculos 
com as necessidades contemporâneas de compreen-
são da realidade.
E é exatamente isso que passaremos a ver nas 
próximas unidades, temas contemporâneos explica-
dos à luz dos pais fundadores da Sociologia.
Figura 3: Max Weber, Marx e Durkheim. 
19
SUGESTÕES DE LEITURA:
SCOTT, John. 50 Sociólogos Fundamentais. Editora Contexto. 2007. 
Este livro trata da vida, obra, ideias e impacto de alguns dos mais importantes sociólogos da nossa 
história, como Auguste Comte, Émile Durkheim, Karl Marx, Theodor Adorno, Max Weber e Frédéric 
Le Play.
Palavras-chave: Sociólogos. Sociologia. 
GIDDENS Anthony. Sociologia. Editora ARTMED. 2005. 
A quarta deste livro edição preserva e, mais do que isso, amplia as notáveis qualidades do texto, 
sua lucidez, vivacidade, alcance e originalidade. Esta obra é o primeiro livro-texto a abordar o im-
pacto da internet, da nova economia e da globalização na sociedade atual.
Palavras-chave: Sociologia. Sociedade. 
BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira & OLIVEIRA, Márci. Um Toque de Clássicos. Editora Barbosa. 
2003
O pensamento social é quase tão antigo como a própria humanidade. No entanto, a Sociologia, 
como campo delimitado do saber científico, surge em meados do século 19. Para melhor enten-
der esse novo campo do saber é imprescindível o conhecimento de 3 grandes sociólogos: Marx, 
Durkheim e Weber.
Palavras-chave: Marx. Durkheim. Weber. 
INTERNET:
www.cafecomsociologia.com
Site que divulga a produção sociológica. Traz textos, materiais e links de publicações.
FILMES:
Tempos Modernos. Direção: Charles Chaplin. Produção: 1936.
Um trabalhador de uma fábrica (Chaplin) tem um colapso nervoso por trabalhar de forma quase 
escrava. É levado para um hospital, e quando retorna para a “vida normal”, para o barulho da ci-
dade, encontra a fábrica já fechada. Vai à busca de outro destino, mas acaba se envolvendo numa 
confusão: ao ver uma jovem (Paulette) roubar um pão para comer, decide se entregar em seu lugar. 
Não dá certo, pois uma grã-fina tinha visto o que houve e entrega tudo. A prisão para ele parece 
ser o melhor local para se viver: tranquilo, seguro e entre amigos. Mesmo assim, os dois acabam 
escapando e vão tentar a vida de outra maneira. A amizade que surge entre os dois é bela, porém 
não os alimenta. Ele tem que arrumar um emprego rapidamente. 
20
UNIPAC ON-LINE
Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC
21
UNIPAC ON-LINE
Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC
O PENSAMENTO
SOCIOLÓGICO CLÁSSICO
UNIDADE
22
2.1 AUGUST COMTE (1798 – 1857)
A Sociologia foi a primeira ciência social a ser insti-
tucionalizada, antes, portanto, da Ciência Política e da 
Antropologia. O termo Sociologie foi usado pela primei-
ra vez por August Comte, em seu Curso de Filosofia 
Positiva, em 1839. Originalmente, ele usava o termo 
“física social” para descrever o novo campo, mas al-
guns intelectuais da época também estavam usando o 
termo, então ele decidiu distinguir suas ideias e, assim, 
cunhou o termo Sociologia.
Nascido dez anos depois da Revolução Francesa, 
Comte teve seu pensamento influenciado pelos acon-
tecimentos turbulentos de sua época. Tentou criar uma 
ciência da sociedade que pudesse explicar as leis do 
mundo social, assim como a Ciência Natural explica-
va o funcionamento do mundo físico. Comte afirmava 
que a sociedade deveria ser considerada como um 
organismo vivo, cujas partes desempenham funções 
específicas que contribuem para manter o equilíbrio do 
todo.
Para Comte, da mesma maneira que a descober-
ta de leis no mundo natural nos permitira controlar e 
prever os acontecimentos ao nosso redor, descobrir as 
leis que governam a sociedade humana poderia nos 
ajudar a moldar o nosso destino e melhorar o bem-es-
tar da humanidade. Argumentava que a sociedade aia 
INTRODUÇÃO
Por tudo que vimos até aqui, podemos afirmar que a Sociologia não é uma ciência de 
ideias uniformes e nem uma obra de um único cientista, mas o resultado do trabalho de 
vários pensadores empenhados em compreender as diversas situações da vida social. Pas-
saremos a partir de agora à análise da contribuição deles, os chamados “pais fundadores da 
Sociologia”. 
Imagem: http://www.estudopratico.com.br/ Data do acesso: 25/01/2016 
Figura 4: Augusto Comte. 
conforme leis invariáveis, da mesma forma que o mun-
do físico. (GIDDENS, 2012, p.24)
Sua abordagem denomina-se Positivismo, baseia-
-se no princípio da observação direta, que pode ser 
explicado por afirmações teóricas baseadas no esta-
belecimento de generalizações causais (assim como 
leis gerais), através de evidências empíricas obtidas 
com observação, comparação e experimentação.
A tarefa da Sociologia, segundo Comte, era adqui-
rir conhecimento seguro sobre o mundo social para fa-
zer previsões sobre ele e, com base nestas previsões, 
intervir para mudar a vida social de maneira progres-
sista.
A motivação pela qual Comte se movia era a si-
tuação de “anarquia” e “desordem” de sua época. A 
reconciliação entre a “ordem” e o “progresso” consiste 
em um dos eixos centrais de sua Sociologia. Por isso, 
ao estudar as novas realidades advindas das Revolu-
ções Industrial e Francesa, preconizava a necessida-
de mútua desses dois elementos (ordem e progresso) 
para a nova sociedade. O restabelecimento da ordem 
nas ideias e nos conhecimentos era a chave, segundo 
o autor, para a promoção da coesão e equilíbrio na so-
ciedade, e para isso seria necessário criar um conjunto 
de crenças comuns a todos os homens.
O século XX assistiu a muitas tentativas de con-
trolar populações humanas, incluindo os Regimes Mi-
litares linha-dura como o implantado no Brasil de 1964 
a 1985 e em governos fascistas baseados em teorias 
de “racismo científico” para justificar assassinatos em 
massa. Os cientistas sociais não podem desconhecer 
as horrorosas consequências humanas desse uso de 
teorias científicas, e existe um ceticismo crescente so-
bre a noção de Comte da Sociologia como uma ciência 
positiva. (GIDDENS, 2012, p.65)
Entretanto, embora Comte não seja particularmen-
te estimado pela maioria dos sociólogos atualmente, é 
importante lembrar seu papel formativoem estabelecer 
o argumento em favor de uma ciência da sociedade.
23
É considerado o pai da Sociologia, pois é ele que 
vai estruturar, de fato, a ciência sociológica na França, 
tendo dedicado toda sua carreira ao desenvolvimento 
dessa ciência, metódica e rigorosamente objetiva.
Nasceu na região francesa da Alsácia, em 1858. 
Descendente de judeus franceses e rabinos frequentou 
grandes escolas e formou-se em Filosofia. Tornou-se 
professor e mais tarde foi estudar Ciências Sociais na 
Alemanha (1885) onde esses estudos estavam mais 
avançados. Ministrou o primeiro curso de Sociologia 
criado em uma universidade francesa. Durante estes 
estudos, teve contatos com as obras de Augusto Com-
te e Herbert Spencer que o influenciaram significativa-
mente na tentativa de buscar a cientificidade no estudo 
das humanidades. Durkheim é uma figura fundamental 
no desenvolvimento da Sociologia acadêmica, acredi-
tava que esta estava mais próxima de esclarecer as 
principais questões morais que a sociedade francesa 
enfrentava.
Para Durkheim, o estudo dos fenômenos sociais 
se faz necessário sempre que as ações humanas ul-
trapassarem as explicações individuais. Para ele, as 
instituições e as formas sociais têm uma realidade pró-
pria, ou seja, a sociedade é mais que simplesmente 
um somatório de ações e interesses individuais.
Vamos tomar emprestado do professor Gabriel 
Cohn uma analogia que vai nos ajudar a compreen-
der melhor essa resposta. Segundo o professor, para 
Durkheim a vida é como um aquário: os peixes seriam 
os indivíduos e o aquário, a sociedade, ou seja, em 
um aquário tudo já está colocado em seu devido lugar, 
todas as plantas, as pedras. O aquário, assim como a 
sociedade cerca os indivíduos por todos os lados. O 
que restaria para os peixes fazerem é simplesmente 
viver, pois tudo já foi pré-estabelecido.
Durante toda a vida, os indivíduos encontram uma 
série de predeterminações já estabelecidas e impostas 
pela sociedade, pois eles nascem e passam pela vida 
com as circunstâncias já constituídas.
Isso explica porque Durkheim concentrou seus 
esforços no estudo dos aspectos da vida social que 
moldam nossas ações como indivíduos, por exemplo, 
a economia ou a religião. Durkheim chamou estes as-
pectos de fatos sociais que, segundo ele, são modos 
adotar o lema “ordem e progresso”. Várias das medidas 
governamentais dos primeiros anos da República tive-
ram inspiração positivista, como a reforma educativa de 
1891 e, no mesmo ano, a separação oficial entre Igreja 
e Estado. O positivismo ficou de tal forma conhecido no 
Brasil que o prenome de Comte foi aportuguesado para 
Augusto e a corrente filosófica tornou-se tema de um 
samba de Noel Rosa e Orestes Barbosa. A canção, in-
titulada Positivismo e lançada em 1933, termina com os 
versos: “O amor vem por princípio, a ordem por base/O 
progresso é que deve vir por fim/ Desprezaste esta lei 
de Augusto Comte/ E foste ser feliz longe de mim”.
( http://revistaescola.abril.com.br/formacao/auguste-com-
te-423321.shtml?page=all, acesso em dezembro de 2015)
O projeto sociopolítico de 
Comte pressupunha uma evo-
lução ordeira da sociedade, 
incompatível com revoluções 
e mudanças bruscas. Curiosa-
mente, no Brasil os ideais posi-
tivistas serviram para alavancar 
uma troca de regime, com a pro-
clamação da República. O apa-
rente paradoxo se explica, em 
parte, pelo fato de a influência 
positivista ter resultado em pensamentos muito diversos 
no Brasil, conforme se combinou com outras correntes 
ideológicas. Nenhum setor teve maior presença da ide-
ologia comtiana do que as Forças Armadas, de onde 
saiu o vitorioso movimento republicano e a ideia de 
PARA SABER MAIS
Proclamação da República teve influência positivista
 Imagem: http://www.controversia.com.br/blog/12992 Data do acesso: 25/01/2016 
Figura 5: Émile Durkheim. 
2.2 ÉMILE DURKHEIM (1858 – 1917)
24
Existe um modo de vestir que é comum e específico 
a cada situação do dia-a-dia. Isso não é estabelecido 
pelo indivíduo. Quando ele entrou no grupo social, já 
existia tal norma e, quando ele sair, a norma provavel-
mente permanecerá. Quer a pessoa goste ou não, ver-
-se-á obrigada a seguir o costume geral. Se não seguir, 
sofrerá uma punição que pode ir, conforme o caso, da 
ridicularizarão e do isolamento a uma sanção penal. 
Émile Durkheim afirmaria que “não existe moralidade 
fora do contexto social e a moralidade é a grande força 
coesiva da sociedade. A função básica da sociedade é 
justamente transmitir valores morais.”
de agir, pensar ou sentir externos aos indivíduos e têm 
sua própria realidade à margem das percepções de 
pessoas individuais. Os fatos sociais exercem um po-
der coercitivo sobre os indivíduos, porém, estes não 
costumam reconhecer seu caráter condicionante. Isso 
ocorre porque as pessoas geralmente obedecem livre-
mente os fatos sociais, acreditando que estão agindo 
por escolha própria.
Um exemplo simples pode nos ajudar a entender 
esse conceito. Se uma aluna chegasse à universidade 
vestida com trajes de praia, certamente ficaria em uma 
situação desconfortável, para não dizer constrangedo-
ra: os colegas ririam, debochariam e até insultariam. 
“O fato social é o objeto da Sociologia, refere-se a toda maneira de agir, fixa ou não, capaz de exercer 
sobre o indivíduo uma coerção exterior, ou ainda, que é geral no conjunto de uma dada sociedade tendo, ao 
mesmo tempo, uma existência própria, independente de suas manifestações individuais.”
Os fatos sociais podem, assim, ser definidos por três princípios básicos:
- a coercitividade, ou força que exercem sobre os indivíduos, obrigando-os, através do constrangimento, 
a se conformar com as regras, normas e valores sociais vigentes;
- a exterioridade, ou fato de serem padrões exteriores aos indivíduos e independentes de sua consciência;
-a generalidade, ou fato de serem coletivos e permearem toda a sociedade sobre a qual atuam. 
Então: 
 
São fatos sociais, por exemplo, as regras jurídicas e morais de uma sociedade, seus dogmas religiosos, 
seu sistema financeiro e até mesmo seus costumes.
O FATO
SOCIAL É:
1- GERAL 2- EXTERIOR 3- COERCITIVO
Durkheim estava preocupado com as mudanças 
que em sua época estavam transformando a socie-
dade. Ele se interessava particularmente pela soli-
dariedade social e moral, ou seja, aquilo que une os 
indivíduos à sociedade e a impede de cair no caos. 
A solidariedade é mantida quando os indivíduos con-
seguem se integrar aos grupos sociais e são regulados 
por um conjunto de valores e costumes compartilha-
dos. (GIDDENS, 2012, p.25).
Solidariedade social = 
- Responsável pela coesão
entre os homens;
- Solidariedade significa
solidez, coesão.
25
Em sua obra “A divisão do trabalho social” 
Durkheim apresenta a distinção entre as formas mecâ-
nica e orgânica de solidariedade e as relaciona à divi-
são do trabalho.
Segundo Durkheim, as culturas tradicionais com 
uma baixa divisão do trabalho (muitas vezes dividido 
apenas com base no caráter sexual) se caracterizam 
pela solidariedade mecânica. Como a maioria das 
pessoas na sociedade tem ocupações semelhantes, 
elas são unidas pela experiência comum e crenças 
compartilhadas. A especialização de tarefas e a cres-
cente diferenciação social nas sociedades avançadas 
levariam a uma nova ordem, caracterizando a solida-
riedade orgânica. As sociedades caracterizadas por 
esse tipo de solidariedade se mantêm pela interdepen-
dência econômica das pessoas e por seu reconheci-
mento da importância da contribuição dos outros. (GI-
DDENS, 2012, p.25).
Contudo a solidariedade não é capaz de impedir o 
surgimento das dificuldades e dos problemas sociais, 
como as revoluções, as greves, as lutas de classes. 
Durkheim considerava que essas manifestações eram 
sintomas de uma espécie de “doença”da sociedade, 
que chamou de anomia. Em seu entender, a anomia 
seria caracterizada pela perda de regras ou de normas 
corretas de conduta social. Na base desse fenômeno 
haveria, portanto, um desregramento das relações en-
tre o indivíduo e a sociedade.
Resumindo:
Sociedades tribais e clânicas = So-
lidariedade Mecânica = Divisão sexual do 
trabalho = baixa diferenciação social = 
consciência individual é quase inexisten-
te = não ocorre o processo de individua-
ção.
Sociedades complexas = Solidarie-
dade Orgânica = Divisão social do traba-
lho = diferenciação social = processo de 
individuação = os indivíduos são autôno-
mos nas suas ações.
pensar que andamos dentro de um ônibus (ambiente 
fechado) cheio de pessoas desconhecidas e sendo diri-
gido igualmente por um estranho? Por que não ficamos 
apavorados com essa situação? A resposta está na 
consciência coletiva: todos ali, normalmente, respeitam 
uns aos outros, assim como o motorista presa pela sua 
vida e dos demais.
Tarefa difícil é identificar se uma dada consciência 
é realmente pessoal e não fruto da consciência coleti-
va. Muitas vezes achamos que se trata de uma vontade 
pessoal, ou consciência particular, quando na verdade 
é parte da consciência coletiva que já está coercitiva-
mente “entranhado” em nossas consciências.
Para Durkheim, a consciência coletiva independe do 
indivíduo. Ela existe antes do individuo e influencia esse 
em sua formação de consciência. Para esse sociólogo, 
a conformidade das consciências particulares à consci-
ência coletiva que possibilita a vida em sociedade. Ima-
gine se a consciência coletiva não estivesse bem posta 
dentro do ônibus? Nesse caso: Motorista, vou descer 
agora!
Por Cristiano Bodart
http://www.cafecomsociologia.com/2013/01/o-que-e-cons-
ciencia-coletiva-e.html, acesso em dezembro de 2015.
A partir das colaborações 
dadas por Émile Durkheim aos 
estudos em torno da sociedade, 
as ciências humanas passaram 
a se preocupar em compreender 
como é possível os homens vi-
verem em sociedade. Durkheim 
buscando responder tal questão 
desenvolveu os conceitos de 
“consciência coletiva” e “consci-
ência particular”.
O conceito de consciência particular estaria ligado 
as crenças e aos sentimentos pessoais, que nos tor-
nam indivíduos únicos; nos possibilitando termos perso-
nalidade própria. Já o conceito de consciência coletiva 
seria o conjunto de crenças e sentimentos comuns aos 
membros de uma sociedade. Tal consciência, adquiri-
mos por meio do processo de socialização.
Eu, por exemplo, posso não gostar da cor amarela 
ou de música Funk; essa seria minha consciência par-
ticular. Acreditar que eu devo obedecer às regras da 
escola já é fruto de minha consciência coletiva. A cons-
ciência coletiva é marcada pela conformidade de maior 
parte dos membros da sociedade, a qual a defende 
como verdadeira, correta, e/ou bela, etc. Já parou para 
PARA SABER MAIS
O que é Consciência Coletiva e Consciência Particular?
26
Filósofo social e economista alemão contribuiu 
muito para o desenvolvimento da Sociologia. Marx 
teve como objetivo analisar o funcionamento do capi-
talismo e prever sua evolução. Enquanto o positivismo 
se preocupa com a manutenção da ordem capitalista, 
o marxismo elabora uma crítica radical ao capitalismo, 
evidenciando seus antagonismos e suas contradições. 
Segundo Marx, para viverem, os seres humanos 
precisam transformar a natureza: comer, construir abri-
gos, produzir utensílios. Por essa razão o estudo de 
qualquer sociedade deveria partir das relações que 
se estabelecem para utilizar os meios de produção 
e transformar a natureza. Esse tipo de relação Marx 
chamou de relações sociais de produção (escravidão, 
servidão, trabalho assalariado), que constituem a base 
de toda a estrutura social.
 O ponto de vista de Marx baseia-se naquilo 
que chamamos de concepção materialista da história. 
Segundo essa visão, não são as ideias ou os valores 
que os seres humanos detêm que são as principais 
fontes de mudanças sociais; ao invés disso, as mudan-
ças sociais são primordialmente induzidas por influên-
cias econômicas. 
Marx compara a sociedade a um edifício em que a 
base é a produção econômica, assim, ele a divide em 
infraestrutura e superestrutura. A infraestrutura é a 
estrutura econômica, formada das relações de produ-
ção e forças produtivas (incluem o próprio homem, na 
qualidade de produtor, e os meios materiais e intelec-
tuais de que necessita para produzir). A superestrutura 
divide-se em dois níveis: o primeiro, a estrutura jurídi-
co-política, é formado pelas normas e leis que corres-
pondem à sistematização das relações já existentes; o 
segundo, a estrutura ideológica (filosofia, arte, religião 
etc), justificativa do real, é formada por um conjunto 
de ideias de determinada classe social que, através de 
sua ideologia, defende seus interesses. (LAKATOS, 
1990, p. 45).
Assim, nenhuma ideia brotaria do nada, da sim-
ples imaginação fértil de alguns homens. Segundo 
Marx, “os homens fazem sua própria história, mas não 
a fazem como querem e sim sob àquelas condições 
materiais com que se defrontam diretamente, legadas 
e transmitidas pelo passado”. Para ele, a sociedade é 
produto da ação recíproca dos homens, que não po-
dem eleger uma forma social. É o nível do desenvolvi-
mento das forças produtivas que determina as formas 
de comércio e consumo; e dessas formas de comércio 
e consumo deriva uma determinada forma de organi-
zação social. Nesse sentido, Marx argumenta que os 
homens não escolhem suas forças produtivas, estas 
são criadas pela atividade anterior, e os homens as en-
contram já estabelecidas. Todas as ideias e ideais que 
surgiram ao longo da história se explicam pelo tipo de 
sociedade que as produziu. 
Marx proclama a inexistência da igualdade natu-
ral. Para ele, as desigualdades sociais são provocadas 
pelas relações de produção do sistema capitalista, as 
quais dividem os homens em dois grupos: Proprietá-
rios e não proprietários dos meios de produção. As 
desigualdades são à base da formação das classes 
sociais.
Há uma relação de exploração entre os 
proprietários (burguesia) e os trabalhadores 
(proletariado) que gera o conflito entre essas duas 
classes sociais. O conflito dá-se pela oposição e an-
tagonismo entre os interesses inconciliáveis das clas-
ses sociais. O capitalista deseja manter seu direito à 
propriedade dos meios de produção, à comercializa-
ção dos produtos e à exploração do trabalho operário. 
Pode reduzir salários e ampliar a jornada de trabalho. 
De outro lado, o trabalhador procura diminuir os efeitos 
da exploração ao lutar por menores jornadas de traba-
lho, melhores salários e participação nos lucros.
A história da humanidade é, para Marx, a história 
da luta de classes, uma luta constante entre interesses 
opostos, embora nem sempre se manifeste socialmen-
te sob forma de guerra declarada, há as divergências, 
oposições e antagonismos de classes que estão sub-
jacentes a toda relação social, desde o surgimento da 
propriedade privada.
Figura 6: Karl Marx.
2.3 KARL MARX (1818 – 1883)
Fonte: Pixabay imagens livres.
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Economicamente, o capitalismo alienou, isto é, 
separou o trabalhador dos seus meios de produção 
(as ferramentas, as matérias-primas, a terra e as má-
quinas), que se tornaram propriedade privada do ca-
pitalista. Sendo assim o trabalhador perdeu ainda o 
controle do produto de seu trabalho que também foi 
apropriado pelo capitalista. Essa é à base da alienação 
econômica do homem sob o capital.
Politicamente, também o homem se alienou, pois 
o Estado perdeu a imparcialidade de representar toda 
a sociedade. O Estado representa apenas a classe do-
minante e age conformeo interesse desta. Até a filo-
sofia foi afetada pela alienação. Diz Marx que a divisão 
social do trabalho fez com que a filosofia se tornasse a 
atividade social de um determinado grupo. Portanto ela 
é parcial e reflete o pensamento de um único grupo.
2.4 MAX WEBER (1864 – 1920) Weber não pode ser simplesmente rotulado como 
sociólogo, seus interesses e preocupações cobriam 
muitas áreas como Economia, Direito, Filosofia, Histó-
ria, além da Sociologia. Nascido na Alemanha - defen-
dia um tipo de abordagem no estudo da sociedade que 
o distinguia dos demais fundadores da Sociologia, pois 
argumentava que os fenômenos sociais têm como cau-
sa as ações individuais dotadas de sentido. Uma con-
duta com sentido é aquela ação que o agente realiza 
tendo como referência a ação de outro agente social.
Segundo Weber a motivação e as ideias humanas 
eram forças por trás da mudança, ou seja, ideias, va-
lores e opiniões tinham o poder de causar transforma-
ções. Nesse sentido, os indivíduos têm a capacidade 
de agir livremente e moldar o futuro.
Ao contrário de Durkheim e Marx, que acreditavam 
que as estruturas existiam fora ou independentemente 
dos indivíduos, Weber dizia que as estruturas da socie-
dade eram formadas por uma complexa inter-relação 
de ações. Para ele, é trabalho da Sociologia entender 
Fonte: Pixabay imagens livres.
Figura 7: Karl Marx.
também um valor a mais, um valor excedente sem con-
trapartida, denominado por Marx de mais-valia.
Para Marx a mais-valia é dividida entre Absoluta e 
Relativa. Produção de mais-valia absoluta é um modo 
de incrementar a produção do excedente a ser apro-
priado pelo capitalista. Consiste na intensificação do 
ritmo de trabalho, através de uma série de controles 
impostos aos operários, que incluem da mais severa 
vigilância a todos os seus atos na unidade produtiva 
até a cronometragem e determinação dos movimentos 
necessários à realização das suas tarefas. O capitalista 
obriga o trabalhador a trabalhar a um ritmo tal que, sem 
alterar a duração da jornada, produzem mais mercado-
rias e mais valor. 
Fonte:http://economidiando.blogspot.com.br/2011/06/marx-
-mais-valia-absoluta-e-relativa.html
Acesso em dezembro de 2015.
Mais-Valia é um conceito 
fundamental da economia po-
lítica marxista, que consiste no 
valor do trabalho não pago ao 
trabalhador, isto é, na explora-
ção exercida pelos capitalistas 
sobre seus assalariados. Marx, 
assim como Adam Smith e Da-
vid Ricardo, considerava que 
o valor de toda a mercadoria é 
determinado pela quantidade de 
trabalho socialmente necessário para produzi-la. Sendo 
a força de trabalho uma mercadoria cujo valor é deter-
minado pelos meios de vida necessários à subsistência 
do trabalhador (alimentos, roupas, moradia, transporte, 
etc.), se este trabalhador trabalhar além de um deter-
minado número de horas, estará gerando não apenas 
valor correspondente ao de sua força de trabalho (que 
lhe é pago pelo capitalista na forma de salário), mas 
PARA SABER MAIS
O que é Consciência Coletiva e Consciência Particular?
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os significados por trás dessas ações assim a discipli-
na assume um papel interpretativo e não apenas des-
critivo. Para Weber não basta descrever as atitudes e 
relações estabelecidas entre os indivíduos em socie-
dade, mas é necessário também interpretar o sentido 
que as pessoas atribuem às próprias atitudes.
Por ação social, Weber entendia uma modalidade 
de conduta dotada de sentido e voltada para a ação de 
outras pessoas. Porém, nem toda ação constitui uma 
ação social. Por exemplo, não pode ser considerada 
uma ação social o fato de duas pessoas se cruzarem 
na rua. Para tanto seria necessário que elas se cum-
primentassem, conversassem ou entrassem em confli-
to, ou seja, atos com significados próprios. Constituem 
exemplos de ações sociais, um jogo de futebol, uma 
greve, uma aula, um ato religioso, etc.
Um elemento importante na perspectiva socioló-
gica de Weber foi a ideia de tipo ideal. Os tipos ideais 
são modelos conceituais ou analíticos que podem ser 
usados para se entender o mundo. No mundo real, os 
tipos ideais raramente, ou nunca, existem, muitas ve-
zes, apenas alguns atributos estão presentes. Todavia, 
essas construções hipotéticas podem ser muito provei-
tosas, pois é possível entender qualquer situação do 
mundo real comparando-a com um tipo ideal. Dessa 
forma, os tipos ideais servem como um ponto de refe-
rência fixo. É importante mostrar que, com o tipo ”ide-
al”, Weber não queria dizer que a concepção era um 
objetivo perfeito ou desejável. Ao invés disso, Weber 
queria dizer que era uma forma “pura” de um certo fe-
nômeno. Weber estabeleceu quatro tipos de ação so-
cial:
- Ação tradicional: aquela determinada por um 
costume ou um hábito;
- Ação afetiva: aquela determinada por afetos;
- Racional com relação a valores: determinada 
pela crença consciente num valor considerado 
importante, independentemente do êxito desse 
valor na realidade;
- Racional com relação a fins: determinada pelo 
cálculo racional que não analisa e organiza os 
meios necessários. 
Vejamos, com um exemplo, como essas diferen-
tes categorias podem ajudar a compreender melhor 
as ações sociais. Pensemos agora em um consumi-
dor que vai comprar um par de tênis em uma loja. Sua 
ação é uma ação social, pois o ato de comprar alguma 
coisa é significativo. O indivíduo escolhe o objeto que 
irá comprar orientando-se pela ação de outros con-
sumidores. O problema é como o consumidor orienta 
sua ação na compra do tênis. Ele pode comprar o mo-
delo de que mais goste, ou seja, aquele que emocio-
nalmente é levado a escolher. Neste caso temos uma 
ação afetiva. Ele pode adquirir um tênis que tradicio-
nalmente compra e que todos os membros de sua fa-
mília também são acostumados a comprar. Então sua 
ação será tradicional. Em uma terceira possibilidade, 
ele pode comprar um tênis pelo valor que ele atribui a 
uma determinada marca. Aqui, ele toma a marca do tê-
nis como o valor, independentemente de especulações 
acerca da utilidade ou do preço do artigo. Sua ação 
será, então, racional com relação a valores: a marca é 
vista como um valor absoluto que orienta sua ação. E, 
finalmente, poderá comprar o tênis que estiver mais de 
acordo com o fim proposto. Se vai jogar vôlei, procura-
rá o tênis mais adequado para esse esporte. Aqui ele 
está agindo racionalmente com respeito a fins.
Quando a realidade concreta é estudada desta 
forma, torna-se possível estabelecer relações causais 
entre seus elementos. Sua obra “A ética protestante e 
o espírito do capitalismo” permite verificar esta relação. 
Por espírito, o autor entendia um sistema de máximas 
de comportamento humano. Estudando as socieda-
des capitalistas ocidentais e depois confrontando seus 
dados com estudos realizados na China e na Índia, 
Weber chegou à conclusão de que o surgimento do 
capitalismo não é automaticamente assegurado só por 
condições econômicas específicas; deve haver pelo 
menos uma segunda condição. Essa condição deve 
pertencer ao mundo do interior do homem, isto é, exis-
te forçosamente um poder motivador específico, qual 
seja, a aceitação psicológica de ideias e valores favo-
ráveis a essa transformação. (LAKATOS, 1990, p.50).
Anotações
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VOCÊ APRENDEU QUE:
- Apesar de haver outros autores importantes, os clássicos da Sociologia são August 
Comte, Émile Durkheim,Karl Marx e Max Weber.
- A Sociologia de Comte, chamada de Positivismo, afirmava que toda vida humana obe-
decia às mesmas fases históricas distintas e ao compreender os fundamentos desse pro-
gresso, poderia prescrever os remédios para os problemas de ordem social.
- A Sociologia de Durkheim pode ser considerada estruturalista e funcionalista na medida 
em que para ele a sociedade atua sobre os indivíduos, moldando-os, e esses indivíduos 
desenvolvem funções profissionais cada vez mais especializadas, intensificando os laços 
sociais.
- Segundo Karl Marx, a sociedade é o resultado da luta entre classes sociais opostas, 
capazes de transformar, com base nessa luta social, a realidade vivida.
- Para Max Weber, a Sociologia tem como base a compreensão da ação individual. 
Segundo ele a objetividade da Sociologia está na ação individual, que é sempre orientada 
pelas ações de outros indivíduos.
abre possibilidades de aprofundamento para novas in-
vestigações, pois a partir do momento que o homem se 
liberta do mundo encantado, ele acaba sendo influen-
ciado também por outros meios que o coloca em uma 
dimensão diferente com a qual acaba sendo preso no-
vamente, agora não pelas forças mágicas, mas pelas 
próprias formas de prisão que o mundo coloca, como: 
o avanço da tecnologia, a influência da informática, 
a aproximação das distâncias e o poder num sentido 
de autoritarismo que podemos perceber quando o ser 
humano adentra no desejo de dominação do mundo e 
dele próprio.
Assim, o homem precisa buscar ainda mais desen-
volver sua capacidade intelectual, pois a medida que o 
mundo se transforma o ser humano também é trans-
formado e desta forma ele precisa sempre está acom-
panhando os avanços que o mundo coloca, para que 
ele não se encontre outras vezes no mundo cheio de 
encantos e magias, mesmo que este seja voltado para 
as criações do homem.
 FIGUEIREDO, Jadismar de Lima. O desencantamento do 
mundo em Max Weber. www.fescfafic.edu.br,
acesso dezembro de 2015. 
O desencantamento de mundo sur-
giu a partir da racionalização em que 
foi retirada do homem toda uma cren-
dice de aceitar a existência de deuses 
e demônios como seres vivos no meio 
social, os quais geravam uma diferen-
te forma de aceitar as coisas na vida 
prática do ser humano. Esse processo faz uso cons-
tante da Religião, tendo em vista que, esta se tornou 
um ponto de intermediação entre esses conceitos e as 
instituições. Para Weber o desencantamento de mundo 
acontece por uma retirada da vida social das aceitações 
de deuses e profetas que serviam de guias para as pes-
soas. O homem a partir disso torna-se um ser que está 
designado a viver em um mundo desencantado.
O desencantamento se dá na desvalorização de 
seres abstratos, espirituais e misteriosos para a con-
cretude de objetos ou atitudes vividas no presente. É 
interessante observar que as crianças têm um interesse 
enorme pelas coisas celestes; a lua, as estrelas e tan-
tos outros. Na medida em que ela cresce se desapega 
desses seres e começa a valorizar mais o que está ao 
seu redor. O capitalismo, por exemplo, tem influencia-
do muito o homem a querer exercer poder e autoridade 
sobre as mínimas coisas e com isso ele percebe que 
nessa dominação há algo que origina inúmeros aconte-
cimentos, ou seja, ele esquece um pouco os deuses e 
os astros que os encantava e começava nesse proces-
so de desencantamento.
O desencantamento do mundo para Max Weber 
PARA SABER MAIS
O mundo desencantado de Weber
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SUGESTÕES DE LEITURA:
SHIPSIDE Steve. O Capital de Karl Marx. Editora SARAIVA,2011.
A obra explica conceitos-chave do modo de produção capitalista, como mais valia, capital constante 
e capital variável, salário e acumulação primitiva, e analisa temas caros a economistas clássicos. 
Ainda atual, O Capital não é apenas um livro de economia: continua a fornecer um eficiente ins-
trumento para dissipar a maneira fetichista com que os atuais teóricos do neoliberalismo e da pós-
-modernidade pretendem encobrir as novas e dramáticas contradições do capitalismo globalizado.. 
DURKHEIM Émile. Da divisão do Trabalho Social. Editora WMF MARTINS FONTES. 2010. 
O livro ‘Da divisão do trabalho social’ trata do papel que os agrupamentos profissionais estão desti-
nados a desempenhar na organização dos povos contemporâneos. Durkheim se esforça nesta obra 
para tratar os fatos da vida moral a partir do método das ciências positivas sem, no entanto, seguir 
o método de ciências positivas como a biologia, a psicologia e a sociologia.
WEBER Max. Ensaios de Sociologia. Editora LTC. 1982
Esta obra reúne uma seleção dos escritos fundamentais de Max Weber, o maior sociólogo alemão 
de seu tempo e figura chave para a compreensão do atual pensamento sociológico mundial. A 
preocupação maior de Weber foi sempre a de desenvolver seus estudos a partir de uma realidade 
concreta que servisse de base à teoria sociológica. Mostrou a importância dos valores na vida social 
e o perigo desses valores se infiltrarem na ciência social. Definiu conceitos analíticos de grande 
utilidade para a ciência social, como, por exemplo, o de tipo-ideal.
FILMES:
A Beleza Americana. Direção: Sam Mendes. Produção: DreamWorks SKG, 1999.
Lester Burham (Kevin Spacey) não aguenta mais o emprego e se sente impotente perante sua vida. 
Casado com Carolyn (Annette Bening) e pai da “aborrecente” Jane (Tora Birch), o melhor momento 
de seu dia quando se masturba no chuveiro. Até que conhece Angela Hayes (Mena Suvari), amiga 
de Jane. Encantado com sua beleza e disposto a dar a volta por cima, Lester pede demissão e 
começa a reconstruir sua vida, com a ajuda de seu vizinho Ricky (Wes Bentley).
A Revolução dos Bichos. Direção: John Stephenson. Produção: Flashstar, 1999.
Os animais moradores da Granja do Solar, cansados dos maus tratos rotineiros, se rebelam contra 
o dono do local, o beberrão Sr. Jones. Após o expulsarem, os bichos se organizam e instauram no-
vas regras, formando uma comunidade democrática, livre do domínio dos humanos. Os inteligentes 
porcos, no entanto, logo tratam de impor suas ideias e um novo reinado do terror ganha forma.
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ANOTAÇÕES
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