Buscar

1 PARTE - 2 AVALIAÇÃO - DIREITO PREVIDENCIÁRIO - ANNA CARLA FRACALOSSI

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1ª PARTE AVALIAÇÃO DA II UNIDADE DE 2022.2 - DIREITO PREVIDENCIÁRIO
PROFESSORA: ANNA CARLA FRACALOSSI
Salvador/BA
2022
1 - Na data do óbito o segurado possuía qualidade de segurado? Fundamente sua resposta.
Compreende como segurado da Previdência Social toda pessoa física que exerce atividade
urbana ou rural de forma remunerada, efetiva ou eventual, com ou sem vínculo empregatício,
conforme art. 12 e parágrafos da lei nº 8.212/91 e art. 11 da lei 8.213/91. Nesse sentido, pode-se
estabelecer dois pressupostos básicos para caracterizar a condição de segurado do Regime Geral da
Previdência Social: ser pessoa física e exercer uma atividade laboral remunerada lícita.
Logo, percebe-se que a previsão legal do segurado da Previdência Social não traz a exigência
de que o vínculo de emprego seja formalizado na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).
Deste modo, existindo a prestação do serviço, em caráter não eventual, com subordinação e
remuneração, o trabalhador está automaticamente filiado ao Regime Geral de Previdência Social.
Em vista destes apontamentos fundamentados na legislação e na jurisprudência dos tribunais
(vide AC: 50044084220114047007)1, é verdade que, na data do óbito, o Sr. João de Deus possuía a
qualidade de segurado por exercer atividade lícita e remunerada na Empresa Lar Supermercados Ltda,
mesmo que, por erro da sua contabilidade, ainda não tivesse assinado a sua CTPS.
1 PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. EX-ESPOSA, SEPARADA DE FATO, QUE NÃO DEPENDIA
ECONOMICAMENTE DO SEGURADO FALECIDO. AUSÊNCIA DE DIREITO AO BENEFÍCIO. A ex-esposa, separada de
fato do segurado, que dele não dependia economicamente, não tem direito à pensão decorrente de seu óbito.
(TRF-4 - AC: 50044084220114047007 PR 5004408-42.2011.4.04.7007, Relator: SEBASTIÃO OGÊ MUNIZ, Data de
Julgamento: 16/07/2013, QUINTA TURMA)
2 - Quem (quais) é (são) dependente(s) do segurado SR. JOÃO DE DEUS BARBOSA, à luz
da sistemática previdenciária brasileira? Fundamente sua resposta.
Os dependentes estão disciplinados no artigo 16 da Lei 8.213/91 e também no artigo 16 do
Decreto 3.048/99. Tais normas descrevem três classes de dependentes, sendo as relevantes para o caso
a classificação do cônjuge ou companheiro(a) como de primeira classe, juntamente com o filho (nas
condições da lei); e dos pais como de segunda classe. A lei determina prioridade na proteção das
classes superiores, a existência de um dependente de classe superior exclui o direito das demais.
Como não há filho que se enquadre na condição de dependente, o cônjuge ou companheira
será o único beneficiário da pensão. Observa-se, no caso concreto, que o falecido, apesar de estar
casado legalmente com a Sra. Julia, estava separado de fato e mantinha união estável com a Sra.
Deolinda. Embora o inciso IV art. 122 da IN 77 define que não constitui união estável a relação com
pessoa casada, o parágrafo único afasta essa norma no caso de a pessoa estar separada de fato.
Segundo art. 178 § 3º para auferir o status de companheira deve-se demonstrar que mantém
união estável com o segurado, que configura-se na convivência pública, contínua e duradoura, com
intenção de constituir família, devendo ser comprovado o vínculo contemporâneo, além de prova
superior a 24 meses anteriores ao fato. A IN nº 77/15, artigo 371 determina que a ex-esposa teria
direito à pensão por morte, caso recebesse deste pensão alimentícia, mesmo que separada de fato do
falecido, o que não é o caso, fato corroborado pelas ações cautelares nº 500440842201140470072 e
429961201140499993.
3PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE DE EX-CÔNJUGE. SEPARAÇÃO DE FATO. AUSÊNCIA
DE COMPROVAÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO E DA DEPENDÊNCIA ECONÔMICA DA AUTORA EM
RELAÇÃO AO DE CUJUS. BENEFÍCIO INDEVIDO. 1. Para a obtenção do benefício de pensão por morte deve a parte
interessada preencher os requisitos estabelecidos na legislação previdenciária vigente à data do óbito, consoante iterativa
jurisprudência dos Tribunais Superiores e desta Corte. 2. A jurisprudência previdenciária desta Corte distingue duas situações nos
casos de cônjuges separados que buscam provar a dependência econômica: (i) a dependência econômica do cônjuge separado que
recebia pensão de alimentos é presumida (art. 76, § 2º c/c art. 16, § 4º, da Lei 8.213/91); (ii) a dependência econômica do cônjuge
separado que não recebia pensão de alimentos deve ser comprovada. 3. In casu, não restaram suficientemente demonstradas a
qualidade de segurado do de cujus ao tempo do óbito, nem a dependência econômica da autora em relação ao ex-cônjuge, razão
pela qual não faz jus a demandante ao benefício de pensão por morte.
(TRF-4 - AC: 42996120114049999 PR 0004299-61.2011.4.04.9999, Relator: CELSO KIPPER, Data de Julgamento: 04/09/2013,
SEXTA TURMA)
2PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. EX-ESPOSA, SEPARADA DE FATO, QUE NÃO DEPENDIA
ECONOMICAMENTE DO SEGURADO FALECIDO. AUSÊNCIA DE DIREITO AO BENEFÍCIO. A ex-esposa, separada de
fato do segurado, que dele não dependia economicamente, não tem direito à pensão decorrente de seu óbito.
(TRF-4 - AC: 50044084220114047007 PR 5004408-42.2011.4.04.7007, Relator: SEBASTIÃO OGÊ MUNIZ, Data de
Julgamento: 16/07/2013, QUINTA TURMA)
3 - Na hipótese de ser devida a concessão do benefício pleiteado, como se daria o cálculo da
referida RMI (renda mensal inicial).
Sendo a data do óbito do Sr. João de Deus Barbosa 10.10.2018, terá o cálculo da Renda Mensal
Inicial com base na norma anterior à Reforma Previdenciária de 2019. Sendo assim, o valor da pensão por
morte (renda mensal inicial) será equivalente a: 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia
no momento do óbito caso o segurado falecido fosse aposentado ou 100% do valor da aposentadoria por
invalidez que ele teria direito a receber na data do óbito caso o segurado falecido fosse não aposentado,
como previsto no art. 75 da Lei 8.213/914.
Pela data do óbito ter ocorrido anteriormente à reforma da previdência, para calcular o valor da
pensão por invalidez será feita a média das 80% maiores contribuições do falecido. Assim, encontrada
esta média o valor será concedido integralmente 100%. Fato corroborado no entendimento firmado no
RECURSO ESPECIAL - 1059099 2008.00.64413-85.
5 PREVIDENCIÁRIO. BASE DE CÁLCULO DA PENSÃO POR MORTE. ÓBITO OCORRIDO NA VIGÊNCIA DA LEI
9.032/95. RENDA MENSAL INICIAL EQUIVALENTE A 100% DO SALÁRIO DE BENEFÍCIO. RECURSO ESPECIAL
PROVIDO. 1. De acordo com a redação original do art. 86 da Lei 8.213/91, o valor mensal da pensão por morte será constituído
de uma parcela, relativa à família, de 80% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou a que teria direito se tivesse
aposentado na data do seu falecimento, mais tantas parcelas de 10% do valor da mesma aposentadoria quantos forem os seus
dependentes, até o máximo de 2. 2. A Lei 9.032/95 integralizou a Renda Mensal Inicial da pensão por morte ao valor do salário
de benefício. Já a Lei 9.528/97 equiparou os proventos ao valor da aposentadoria do segurado instituidor ou daquela a que o
mesmo teria direito se estivesse aposentado por invalidez quando do seu falecimento. 3. In casu, o óbito do segurado ocorreu na
vigência da Lei 9.032/95, motivo pelo qual a Renda Mensal Inicial da pensão por morte deverá corresponder a 100% (cem por
cento) do salário de benefício. 4. Recurso Especial provido. ..EMEN:
(RESP - RECURSO ESPECIAL - 1059099 2008.00.64413-8, NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, STJ - QUINTA TURMA,
DJE DATA:06/12/2010. DTPB).
4 Lei 8.213/91, Art. 75. O valor mensal da pensão por morte será de cem por cento do valor da aposentadoria que o segurado
recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, observado o disposto no
art. 33 desta lei. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997).
4 - O fato do companheiro da Sra. Deolinda de Jesus Santos, trabalhar como segurado
empregado na zona urbana, tem o condão de descaracterizar eventual condição de
Deolinda como segurada especial?
O segurado especialestá previsto no parágrafo 8 do art. 195 da Constituição Federal estabelece o
legislador que observe tratamento diferenciado àqueles que trabalham por conta própria, em regime de
economia familiar, realizam pequena produção com a qual retiram sua subsistência. (Pereira de Castro e
Lazzari, 2022). De acordo com a Súmula 41/Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais
Federais: "A circunstância de um dos integrantes do grupo familiar desempenhar atividade urbana não
implica, por si só, a descaracterização do trabalhador rural como segurado especial, situação que deve ser
analisada no caso concreto”.
A referida Súmula 41 serviu de base para o entendimento consolidado no REsp 1304479/SP de
2012, no qual se discute a repercussão de atividade urbana do cônjuge na pretensão de configuração
jurídica de trabalhador rural previsto no art. 143 da Lei 8.213/1991. Sendo assim, a tese firmada foi:
"O trabalho urbano de um dos membros do grupo familiar não descaracteriza, por si só,
os demais integrantes como segurados especiais, devendo ser averiguada a
dispensabilidade do trabalho rural para a subsistência do grupo familiar, incumbência
esta das instâncias ordinárias”
Portanto, a Sra. Deolinda de Jesus Santos não é descaracterizada como segurada especial em
virtude de o companheiro ter trabalhado como segurado empregado na zona urbana.

Continue navegando