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DESCRIÇÃO A toxicologia como ferramenta de avaliação e prevenção de riscos associados à saúde do trabalhador. PROPÓSITO Compreender a importância da toxicologia para a avaliação dos efeitos nocivos causados pelas substâncias químicas presentes no ambiente ocupacional é fundamental no contexto da segurança do trabalho, pois serve como uma ferramenta de controle dos fatores de risco e prevenção de intoxicação, permitindo um ambiente de trabalho saudável. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer os efeitos adversos mais comuns associados à exposição às substâncias tóxicas no ambiente laboral MÓDULO 2 Identificar os agentes químicos e as principais características de substâncias químicas de interesse ocupacional MÓDULO 3 Descrever as principais ferramentas de identificação e reconhecimento de riscos de acidentes ocupacionais INTRODUÇÃO O crescimento da indústria e o aumento do uso de produtos químicos faz com que qualquer tipo de ocupação trabalhista não esteja completamente livre de exposição. Existem diversas substâncias que são capazes de produzir efeitos nocivos para a saúde e, nesse sentido, a toxicologia ocupacional se preocupa com os efeitos para a saúde provocados pela exposição a produtos tóxicos no local de trabalho. Esse ramo da toxicologia busca identificar, quantificar, avaliar e controlar a utilização de substâncias químicas que possam causar doenças ocupacionais e problemas ambientais, com os objetivos de prevenir danos à saúde do trabalhador e tornar o ambiente de trabalho seguro. Neste conteúdo, vamos conhecer um assunto de grande relevância para a saúde e a segurança no ambiente de trabalho. Para alcançarmos os objetivos, abordaremos algumas características das substâncias químicas e dos efeitos tóxicos ao organismo provocados por elas, o que é fundamental para identificar e reconhecer riscos de acidentes no ambiente de trabalho. Além disso, vamos estudar os aspectos toxicológicos e a avaliação de riscos à exposição a substâncias de interesse ocupacional e compreender os limites de tolerâncias para a determinação de segurança de uso. MÓDULO 1 Reconhecer os efeitos adversos mais comuns associados à exposição às substâncias tóxicas no ambiente laboral Os trabalhadores estão expostos a diversos compostos, o que é conhecido como exposição ocupacional. Na maioria das vezes, as exposições ocupacionais que causam doenças nos trabalhadores são crônicas. As exposições agudas nos locais de trabalho normalmente acontecem em casos de acidentes, quando ocorrem vazamentos, por exemplo. O contato desses agentes tóxicos com o organismo pode ocasionar efeitos prejudiciais, os quais são denominados adversos ou tóxicos. Em outras palavras, um efeito adverso é uma alteração anormal, indesejável ou prejudicial ocorrida após a exposição às substâncias potencialmente tóxicas. Existem diferentes tipos de efeitos adversos possíveis. Órgãos específicos podem ser afetados por determinada substância, ou várias partes do corpo podem ser acometidas simultaneamente. Veja na imagem a seguir alguns efeitos locais e sistêmicos ocasionados por substâncias perigosas: Imagem: Shutterstock.com e Pixabay, Adaptada por Rossana Ramos Efeitos locais e sistêmicos provocados por substâncias perigosas. A seguir, vamos discutir os efeitos adversos mais comumente observados em exposições ocupacionais. EFEITOS NO SISTEMA RESPIRATÓRIO A principal função do sistema respiratório é capturar o oxigênio necessário para as células do corpo e eliminar o gás carbônico. Observe na imagem a seguir a representação do sistema respiratório. Imagem: Caroline de Lima Mota. Representação do sistema respiratório. A exposição por meio da inalação é uma via muito importante, em especial no ambiente de trabalho. Os agentes tóxicos que entram no pulmão podem também exercer um efeito direto em suas células ou serem absorvidos pelo sistema circulatório. Dessa forma, a exposição por meio da inalação pode afetar o tecido pulmonar e órgãos distantes, que são atingidos após a substância entrar no organismo. As substâncias tóxicas presentes no ar podem causar danos nas células desde as narinas até a região das trocas gasosas (alvéolos). As partículas pequenas são difíceis de serem eliminadas e podem se alojar nos pulmões, onde poderão provocar graves problemas respiratórios. EXEMPLO Várias substâncias presentes em meio ocupacional podem provocar doenças, como, por exemplo, a asma ocupacional, caracterizada por crises de falta de ar devido ao estreitamento dos brônquios. Materiais associados ao desenvolvimento da asma são proteínas de animais e plantas, substâncias utilizadas em tintas em spray , espumas e adesivos dentre outras. PNEUMOCONIOSE A pneumoconiose é a representação clássica de doença que afeta os pulmões provocada pela inalação de partículas de poeira em ambiente ocupacional. Os sinais e sintomas variam de acordo com o agente causador, podendo ser assintomáticos ou sintomáticos, apresentar sintomas como tosse, dispneia (Falta de ar) , fadiga, disfunção respiratória, bronquite (Inflamação dos brônquios) , enfisema pulmonar (Perda de elasticidade dos pulmões) etc. As principais pneumoconioses são: SILICOSE Causada pela exposição à sílica, presente em diversos processos industriais como na marmoraria, lapidação e corte de pedras, jateamento, moagem, britagem, pedreiras, cerâmica, vidros, matéria-prima em indústrias que utilizam material contendo sílica (quartzo, granito, argila) etc. É uma doença caracterizada pela formação de tecido conjuntivo fibroso no pulmão, chamada de fibrose, que diminui a elasticidade pulmonar e prejudica as trocas gasosas. O adoecimento por silicose propicia o aumento do risco de câncer pulmonar e de doenças autoimunes. ASBESTOSE Caracterizada pela deposição das fibras de amianto (ou asbesto) nos pulmões, provocando fibrose. É causada pela inalação das fibras de amianto utilizado na construção civil e empregado em telhas de amianto, caixas d’água, tubos para canalizações, dutos, materiais de vedação e isolamento térmico. A contaminação do ar é uma grande preocupação e levou ao banimento do uso do amianto em diversos países. O amianto é cancerígeno para os seres humanos e não há níveis seguros para a exposição. Outras doenças por exposição a asbesto incluem câncer de pulmão e mesotelioma. Um longo período de exposição é necessário para o desenvolvimento da asbestose. PNEUMOCONIOSE DOS TRABALHADORES DO CARVÃO (PTC) Também conhecida como pneumoconiose dos carvoeiros ou doença do pulmão negro, é uma doença pulmonar causada pela inalação de pó de carvão durante muitos anos (geralmente mais de 10 anos). Esta doença ocorre principalmente em trabalhadores da mineração, na produção ou uso de grafite, carbono e seus derivados. Outras doenças estão relacionadas à PTC, como a bronquite crônica, o enfisema pulmonar e a fibrose maciça progressiva, na qual javascript:void(0) se formam cicatrizes extensas nos pulmões (no mínimo 1,5 cm de diâmetro) que prejudicam o tecido pulmonar e os vasos sanguíneos dos pulmões. OUTROS TIPOS DE PNEUMOCONIOSES DOENÇA CRÔNICA POR EXPOSIÇÃO AO BERÍLIO BISSINOSE SIDEROSE DOENÇA CRÔNICA POR EXPOSIÇÃO AO BERÍLIO Em que há inalação constante de pó ou gases de berílio (mineração, produção de ligas de berílio, usinagem de ligas metálicas, aparelhos eletrônicos, telecomunicação, indústria automotiva, reciclagem de resíduos de metal, computador e aparelhos eletrônicos). BISSINOSE Caracterizada pela inalação de poeira das fibras de algodão, linho ou cânhamo (atividades relacionadas ao processamento e manuseio dessas fibras). SIDEROSE Em que há exposição a poeira contendo partículas de ferro (mineração de hematita, magnetita, limonita e siderita, manipulação de esmeril, na siderurgia e na metalurgia, fabricação de aços, fundições de ferro e de outras ligas que o contenham, e principalmente, o processo de soldagem). Para conhecer o histórico de utilização, fontes de exposição e principais efeitosà saúde relacionados à exposição ao amianto, assista ao vídeo a seguir. AMIANTO: HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO, FONTES DE EXPOSIÇÃO E PRINCIPAIS EFEITOS À SAÚDE. EFEITOS NO SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso é dividido em central (SNC) e periférico (SNP): O SNC é composto pelo cérebro e medula espinhal. O SNP é uma estrutura nervosa externa ao SNC, que conduz os impulsos ao cérebro. O corpo recebe estímulos (como toque, som, luz, dor, frio, calor) que são fornecidos para o sistema nervoso pelos receptores. A unidade funcional do sistema nervoso é o neurônio, uma célula altamente especializada que conduz ou transmite mensagens (impulsos nervosos) de uma parte a outra do corpo. Diferentemente de outros tipos celulares, os neurônios não se reproduzem. Portanto, quando um neurônio é destruído, não é substituído, o que torna o sistema neuronal vulnerável. Imagem: Caroline de Lima Mota. Ilustração esquemática de um neurônio. MESOTELIOMA Tipo raro de câncer na pleura, membrana que reveste os pulmões e o interior da parede torácica. O mercúrio é um exemplo de substância que pode causar toxicidade aos neurônios. Um caso muito conhecido aconteceu na Inglaterra, em 1902, onde trabalhadores de uma fábrica eram expostos ao nitrato de mercúrio utilizado no processo de feltração, nas oficinas de confecção de chapéus. Eles apresentaram uma síndrome caracterizada por movimentos involuntários dos músculos da face e das extremidades e distúrbios psiquiátricos. javascript:void(0) FELTRAÇÃO Feltração ou feltragem é o processo na estabilização de fibras de lã por meio de prensagem, adensamento ou pressionamento. VOCÊ SABIA A intoxicação por origem ocupacional é bem ilustrada pelo personagem “Chapeleiro Louco”, do livro Alice no País das Maravilhas. Os trabalhadores expostos ao nitrato de mercúrio utilizado na feltração apresentaram a doença, que ficou conhecida como “loucura dos chapeleiros”, origem da expressão “mad as a hatter”; ou seja, louco como um chapeleiro. Diversos tipos de ocupações envolvem o mercúrio, como as indústrias de cloro-álcalis, produção de lâmpadas fluorescentes, baterias, materiais odontológicos. Sendo assim, trabalhadores desses setores sofrem o risco de exposição a essa substância. Outra substância neurotóxica é o chumbo, presente em muitas atividades industriais como automobilísticas, de tintas e estabilizantes para plásticos, produção de cerâmicas e de baterias, soldagem e petrolífera. As principais vias de absorção são respiratória e gastrointestinal, e o chumbo absorvido se deposita nos ossos, dentes, cérebro, fígado, rins e medula óssea. O nome dado à doença causada pela intoxicação pelo chumbo é saturnismo. Os sintomas dessa doença são inespecíficos (podem aparecer em outras doenças) e incluem náuseas, vômitos, dor abdominal, fadiga e irritabilidade, além de manifestações neurológicas, alterações hematológicas (ex.: anemia) e mau funcionamento dos rins. EFEITOS NO SISTEMA IMUNOLÓGICO O sistema imunológico é a defesa que protege o organismo de moléculas “estranhas” – chamadas de antígenos – e neutraliza ou elimina organismos invasores como vírus, bactérias, células tumorais, e agentes ambientais. Os neutrófilos, macrófagos e linfócitos são algumas das células importantes que compõem o sistema imune. Imagem: KLAASSEN; WATKINS e CASARETT (2010, p. 165). Componentes do sistema imune. As substâncias que afetam o sistema imune são chamadas de imunotoxinas. Os efeitos adversos mais comuns são: IMUNOSSUPRESSÃO HIPERSENSIBILIBIDADE AUTOIMUNIDADE IMUNOSSUPRESSÃO Caracterizada pela inibição (não funcionamento) do sistema imunológico, o que aumenta a susceptibilidade do organismo a infecções. Pode ser causada por diversos agentes químicos e físicos como radiação ultravioleta, chumbo, mercúrio, cádmio, pesticidas, asbestos, sílica, fumaça de cigarro, micotoxinas, dentre outros. Outras substâncias que podem causar imunossupressão são as bifenilas policloradas (PBBs), empregadas há muitos anos em diversos setores industriais, como os de plastificantes, adesivos, transformadores elétricos, fluídos hidráulicos, pesticidas etc. HIPERSENSIBILIBIDADE São as alergias, uma resposta imunológica exagerada do corpo após a exposição a uma substância estranha em indivíduos previamente sensibilizados ou que tenham uma predisposição genética. Entre as manifestações clínicas estão: febre, asma, dermatite de contato (alergia de pele, que resulta em erupção cutânea, inchaço, formação de bolhas e coceira na pele). Entre as substâncias que podem causar alergias estão: poliisocianatos e diisocianatos de toluenos (usados na produção de adesivos e revestimentos); anidridos ácidos inalados (utilizados na produção de tintas, vernizes, revestimentos, seladoras); cobre, platina, níquel, cromo, cobalto, que são responsáveis pela hipersensibilidade pulmonar e de contato; látex, utilizado em mais de 40 mil produtos desde balões até luvas cirúrgicas; formaldeído, presente em indústrias cosméticas e têxteis, de móveis e de resinas. AUTOIMUNIDADE O sistema imune perde a capacidade de fazer distinção entre suas próprias células e células estranhas, e ataca a si próprio, resultando em danos nos tecidos. Algumas substâncias associadas com doenças autoimunes são certos pesticidas, cloreto de vinila, mercúrio e sílica. EFEITOS HEPÁTICOS O fígado possui várias funções e está envolvido: Na digestão No metabolismo Na síntese de nutrientes e detoxificação de drogas e substâncias químicas Esse órgão recebe e processa substâncias absorvidas pelo trato gastrointestinal para que sejam distribuídas aos tecidos. O fígado é o primeiro local de metabolização da gordura e fonte de glicogênio, que é revertido em energia quando necessário. Ele ainda produz bile, colesterol e proteínas responsáveis pela coagulação e a albumina. Imagem: Caroline de Lima Mota. Ilustração esquemática do fígado. Além disso, o fígado é o principal órgão no qual as substâncias químicas são biotransformadas e, por fim, excretadas. As substâncias tóxicas podem sofrer um processo de desintoxicação no fígado (biotransformação), produzindo metabólitos que, em geral, são muito menos tóxicos aos humanos do que a substância original e mais solúvel em água e, portanto, mais fáceis de serem excretados. Como consequência dessa função de biotransformação exercida pelo fígado, as células do fígado (também chamadas de células hepáticas ou hepatócitos) estão expostas a concentrações significativas dessas substâncias tóxicas, que podem resultar em disfunção hepática, dano celular e até falência do órgão. A magnitude do dano depende da intensidade da ação, do tipo de células afetadas e se a exposição foi aguda ou crônica. javascript:void(0) javascript:void(0) Um exemplo de dano ao fígado pode ser caracterizado pelo acúmulo de gordura (esteatose), que pode ter como origem distúrbios no metabolismo de lipídeos. A esteatose, uma resposta de exposição aguda às substâncias hepatotóxicas, geralmente é reversível e não provoca morte dos hepatócitos. Ela tem entre suas causas o excesso de ingestão de bebidas alcoólicas, hepatites, uso de anabolizantes, e exposição de trabalhadores da indústria a produtos químicos tóxicos para o fígado. SUBSTÂNCIAS HEPATOTÓXICAS Substâncias que podem causar danos ao fígado. BIOTRANSFORMADAS A biotransformação é o processo pelo qual fármacos, nutrientes, toxinas e outras substâncias exógenas são modificadas por meio de reações químicas, muitas vezes promovidas por enzimas. Apesar de serem estruturalmente semelhantes, substâncias biotransformadas apresentam características químicas diferentes daquelas que lhes deram origem e são chamadas de metabólitos. DISFUNÇÃO HEPÁTICA Funcionamento anormal ou prejudicado do fígado. Outros danos ao fígado que podem ser resultado da exposição a diversos agentes são a fibrose e a cirrose. javascript:void(0) Fibrose Em exposições crônicas a substâncias químicas, as células do fígado são destruídas e substituídaspor um tecido fibroso. A fibrose é caracterizada por esse acúmulo de fibras de colágeno como resposta a um dano direto ou a uma inflamação. Cirrose Quando essa alteração é difusa, designa-se um quadro de cirrose e o fígado tem uma capacidade mínima de realizar suas funções. A cirrose é uma doença crônica irreversível, resultado do consumo crônico de álcool, de hepatite viral ou de exposição a agentes químicos. Outra manifestação hepática decorrente da exposição a substâncias são as neoplasias, observadas em exposições ao arsênio, cloreto de vinila, solventes, bifenilas policloradas (PCBs), radiação ionizante. Essas são típicas de ocupações como mecânico de veículos de motor, operador de indústria química, bem como de trabalhadores rurais. EFEITOS NO SISTEMA CARDIOVASCULAR O sistema cardiovascular é formado pelo coração, responsável pelo bombeamento do sangue e vasos sanguíneos (artérias, veias e capilares). Imagem: KLAASSEN; WATKINS; CASARETT (2010, p. 250). Esquema ilustrando a anatomia básica do coração. O sistema circulatório promove a circulação do sangue e o transporte de nutrientes, gases respiratórios, hormônios e metabólitos. Também é responsável pela regulação da temperatura corporal e manutenção do pH celular e tecidual. Além dos fatores de risco muito conhecidos para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como sedentarismo, tabagismo, etilismo, estresse, dieta, histórico familiar de doenças cardiovasculares e colesterol alto, outras substâncias também estão relacionadas. Entre elas estão substâncias de origem natural (esteroides e hormônios relacionados), toxinas animais e vegetais (como veneno de cobra, aranha, escorpião) e agentes industriais, como solventes, hidrocarbonetos halogenados, cetonas e metais pesados. As doenças cardiovasculares caracterizam-se por alterações no sistema cardiovascular que interferem no transporte de oxigênio e nutrientes às células. VOCÊ SABIA Essas doenças representam a principal causa de morte da população adulta e são responsáveis, no Brasil, por um alto número de pedidos de aposentadoria precoce. Um exemplo são trabalhadores expostos ao chumbo carregado pelo ar presente em atividades de mineração, fábrica de baterias, indústria cerâmica e fundições. É observado que uma grande porcentagem de pessoas que exercem atividades nesses locais apresenta hipertensão arterial e têm taxas de chumbo no corpo aumentadas. Outros metais relacionados a doenças cardiovasculares são o mercúrio (presente nas indústrias de cloro-álcalis, na produção de lâmpadas fluorescentes, baterias, equipamentos ) e o arsênio (usado na fabricação de herbicidas e de raticidas, em semicondutores e em pirotecnia) que estão associados ao desenvolvimento de arritmia cardíaca, uma alteração nos batimentos do coração, que pode comprometer o bombeamento do sangue para o corpo e, em casos extremos, pode levar a morte súbita. O tolueno, um solvente utilizado largamente em setores industriais, também pode provocar arritmias cardíacas e, consequentemente, morte súbita por inalação. Outro exemplo é o monóxido de carbono que, além de estar presente em fontes ambientais tais como fumaça de tabaco e escapamento de automóveis, está também em indústrias como de queima de tabaco, biomassa e termelétricas. A intoxicação por monóxido de carbono prejudica o transporte de oxigênio e está relacionada a algumas doenças, como arritmia cardíaca, parada cardíaca e infarto agudo do miocárdio. Além de substâncias químicas e metais, fatores de risco físicos presentes no ambiente laboral também estão relacionados a doenças cardiovasculares como a síndrome de Raynaud. Nesse fenômeno, as artérias menores que fornecem sangue para a pele se contraem em reação às substâncias, ao frio e a vibrações excessivas, o que limita o fornecimento de sangue para as áreas afetadas. Um exemplo são trabalhadores que utilizam equipamentos que geram vibrações como parafusadeiras e lixadeiras. VOCÊ SABIA O ambiente de trabalho pode influenciar na saúde como causador de estresse psicoemocional, aumentando o risco de aparecimento de doenças cardiovasculares. Um exemplo são os motoristas profissionais, como de ônibus, que estão expostos a um estresse cotidiano. Trata-se de um grupo no qual se observa um aumento de risco de desenvolvimento de hipertensão e infarto agudo do miocárdio. EFEITOS NO SISTEMA ENDÓCRINO Existem ainda doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas relacionadas com o trabalho. O sistema endócrino é formado por um conjunto de células especializadas que sintetizam, armazenam e liberam suas secreções (hormônios) na corrente sanguínea. É constituído por diversas glândulas secretoras de diferentes hormônios que atuam como sinalizadores químicos e garantem o funcionamento adequado do organismo. Imagem: Pixabay Ilustração das glândulas endócrinas no organismo. Agentes tóxicos podem influenciar tanto na síntese, quanto no armazenamento e liberação desses hormônios. Exemplo de substâncias presentes em meio ocupacional são o chumbo e os hidrocarbonetos halogenados, que podem causar hipotiroidismo, um distúrbio no qual a tireoide não produz a quantidade adequada de hormônios, e pode afetar, por exemplo, a frequência cardíaca, a temperatura corporal e aspectos do metabolismo. Outros compostos capazes de alterar o funcionamento do sistema endócrino são os chamados disruptores endócrinos: javascript:void(0) DISRUPTORES ENDÓCRINOS Compostos químicos naturais ou sintéticos que podem causar danos à saúde e comprometer o potencial reprodutivo. Os disruptores endócrinos são substâncias utilizadas como esteroides, fármacos, pesticidas e produtos de indústrias. A maior exposição aos disruptores endócrinos se dá pelo contato com agrotóxicos, que são substâncias químicas utilizadas no controle de pragas. A lista de substâncias é extensa, e os agrotóxicos são utilizados de maneira intensiva na agricultura brasileira, representando um grande perigo ocupacional para as comunidades rurais, que podem apresentar problemas de saúde como doenças crônicas, intoxicações agudas, problemas reprodutivos e neoplasias. EFEITOS EM OUTROS SISTEMAS Existem ainda muitos outros sistemas do organismo que podem ser afetados pela exposição ocupacional a agentes químicos, físicos e biológicos. Além disso, como você já deve ter percebido, uma única substância pode causar danos a diferentes órgãos ou locais do corpo. Várias substâncias podem provocar efeitos adversos no sangue e nos tecidos formadores do sangue. Um exemplo clássico é o benzeno, que pode provocar efeitos decorrentes de exposições tanto agudas quanto crônicas, tais como: anemia aplástica, leucemia e outras hemopatias malignas. O sistema ocular também pode ser afetado por substâncias de origem ocupacional. Solventes orgânicos que espirram nos olhos causam uma reação dolorosa e imediata. Alguns solventes podem ainda danificar o epitélio e produzir edema. Substâncias químicas e metais, como cloreto de etila, iodo, flúor, arsênio e berílio, também têm o potencial de causar danos oculares. Além disso, fontes de radiação são agentes de fototoxicidade que podem causar conjuntivites, cataratas, queimaduras, lesões na pele etc. Um exemplo são as radiações ionizantes, às quais operadores de raio-x e radioterapia estão frequentemente expostos, e que podem causar conjuntivite, ceratite (Inflamação da córnea.) e ceratoconjuntivite, catarata, além de efeitos em outros sistemas, como neoplasias dos ossos, de cartilagem e de pele, anemias, leucemias, entre outros. Imagem: Shutterstock.com CERATOCONJUNTIVITE Inflamação ocular que afeta a córnea e a conjuntiva. Existem ainda doenças do ouvido relacionadas ao trabalho, tais como otite e perfuração do tímpano, causadas por atividades em que os trabalhadores são expostos a pressão atmosférica inferior à pressão padrão, como atividades em altas altitudes. Os ruídos representam um dos principais fatores de exposição que provocam alteraçõesauditivas, observadas em trabalhadores da siderurgia, metalurgia, vidraria, indústria gráfica ou têxtil etc. javascript:void(0) Imagem: Shutterstock.com As substâncias tóxicas na circulação sanguínea passam pelos rins em quantidades relativamente altas, por isso, a acumulação e transformação de substâncias tóxicas contribuem para a susceptibilidade dos rins e os danos decorrentes da toxicidade. As toxinas que afetam os rins são chamadas de nefrotoxinas, e um efeito tóxico no rim pode atingir todas suas funções. Um exemplo é a insuficiência renal causada por mercúrio, que pode levar à falência do rim depois de 24-48 horas de exposição. Muitos metais pesados são nefrotóxicos, como cádmio, cromo, chumbo, platina, urânio e mercúrio, bem como hidrocarbonetos halogenados, solventes orgânicos e alguns pesticidas. Imagem: Shutterstock.com Doenças infecciosas e parasitárias relacionadas com o trabalho também podem ser ressaltadas. Entre elas podemos citar a exposição ocupacional ao Clostridium tetani, em circunstâncias de acidentes do trabalho na agricultura, na construção civil, na indústria ou em acidentes de trajeto que levam a ferimentos externos, permitindo a entrada de esporos da bactéria. Outro exemplo são as hepatites virais, decorrentes de exposição aos vírus de hepatite em trabalhos envolvendo manipulação, acondicionamento ou emprego de sangue humano ou de seus derivados, contato com "águas usadas" e esgotos, trabalhos com materiais provenientes de doentes ou objetos contaminados por eles. De fato, são diversas doenças associadas à exposição ocupacional a agentes químicos, físicos e biológicos. Neste módulo, foram apresentadas algumas delas. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. UM TRABALHADOR EXERCE DETERMINADA ATIVIDADE NA QUAL ESTÁ EXPOSTO COTIDIANAMENTE A UM SOLVENTE, SEM USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO OBRIGATÓRIOS, SENDO ESSA SUBSTÂNCIA CONHECIDA POR TER POTENCIAL DE CAUSAR UMA DOENÇA TÓXICA DO FÍGADO COM HEPATITE CRÔNICA. DIZ-SE QUE ESSA SUBSTÂNCIA É: A) Nefrotóxica. B) Hepatotóxica. C) Carcinogênica. D) Neurotóxica. E) Teratogênica. 2. QUANDO O ORGANISMO DE INDIVÍDUOS PREVIAMENTE SENSIBILIZADOS OU QUE APRESENTEM PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA RESPONDE DE MANEIRA EXAGERADA APÓS A EXPOSIÇÃO A UMA SUBSTÂNCIA ESTRANHA, TEMOS UM QUADRO DE ALERGIA. ENTRE AS POSSÍVEIS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA ALERGIA ESTÃO AS DERMATITES DE CONTATO (ALERGIA DE PELE, QUE RESULTA EM ERUPÇÃO CUTÂNEA, INCHAÇO, FORMAÇÃO DE BOLHAS E COCEIRA NA PELE). SÃO FATORES DE RISCO DE ALERGIA POR EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL EXCETO: A) Fabricação e manipulação de cosméticos. B) Borracha. C) Cromo e seus compostos. D) Vibrações. E) Cimento. GABARITO 1. Um trabalhador exerce determinada atividade na qual está exposto cotidianamente a um solvente, sem uso de equipamentos de proteção obrigatórios, sendo essa substância conhecida por ter potencial de causar uma doença tóxica do fígado com hepatite crônica. Diz-se que essa substância é: A alternativa "B " está correta. Substâncias capazes de levar a danos nas células do fígado com substituição por tecido fibroso, por exemplo, são denominadas hepatotóxicas. 2. Quando o organismo de indivíduos previamente sensibilizados ou que apresentem predisposição genética responde de maneira exagerada após a exposição a uma substância estranha, temos um quadro de alergia. Entre as possíveis manifestações clínicas da alergia estão as dermatites de contato (alergia de pele, que resulta em erupção cutânea, inchaço, formação de bolhas e coceira na pele). São fatores de risco de alergia por exposição ocupacional exceto: A alternativa "D " está correta. Exemplos de agentes que podem causar alergias de pele são cromo, fabricação e manipulação de cosméticos, borracha, adesivos e manipulação de plantas em exposição ocupacional. No ambiente de trabalho, o contato com alguns produtos químicos e outras substâncias pode causar uma série de alergias. MÓDULO 2 Identificar os agentes químicos e as principais características de substâncias químicas de interesse ocupacional Sabemos que o uso de produtos químicos é essencial para algumas atividades e, portanto, possibilita o desenvolvimento econômico. Apesar de todos os benefícios que os produtos químicos trazem para a humanidade e a vida moderna, muitas dessas substâncias são prejudiciais à saúde. Os processos industriais geram diversos resíduos que podem causar impactos ambientais, prejuízos à saúde e à sustentabilidade do planeta. Nesse sentido, diversas atividades ocupacionais expõem os trabalhadores a agentes químicos prejudiciais a sua saúde e integridade física. Os trabalhadores estão expostos a diversos compostos, o que é conhecido como exposição ocupacional. SAIBA MAIS Segundo a Norma Regulamentadora 9 (NR 9), agentes químicos são substâncias, compostos ou produtos que podem penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, podem ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. Este módulo disponibilizará informações básicas sobre a classificação das substâncias químicas encontradas no ambiente de trabalho. SUBSTÂNCIA Substância é a denominação genérica de elementos caracterizados por uma única e idêntica constituição (por exemplo o gás cloro, Cl2). COMPOSTO Composto é uma substância cuja molécula é constituída de vários átomos diferentes (por exemplo, o ácido clorídrico, HCl). IDENTIFICAÇÃO DE UMA SUBSTÂNCIA QUÍMICA javascript:void(0) javascript:void(0) Em geral, uma substância química pode ser identificada por: Um nome químico, por exemplo: benzeno (sinônimos: benzol, ciclohexatrieno); Sua composição química, determinada por uma análise química. Ex.: > 99% de benzeno e < 1% de tolueno. Um número de registro de chemical abstracts services (CAS) quando disponível. O CAS é um número de registro que consta no banco de dados da American Chemical Society, que atribui esses números a cada produto químico que é descrito na literatura. Funciona como o “número de identidade da substância”. Veja na tabela a seguir alguns exemplos de como as substâncias químicas podem ser identificadas. Nome químico CAS Sinônimo ACETONA 67-64-1 2-Propanona; Dimetilcetona ÁCIDO ACÉTICO 64-19-7 Ácido Etanoico; Ácido de Vinagre BENZENO 71-43-2 Benzol CLORO 7782-50-5 DIÓXIDO DE CARBONO 124-38-9 Gás Carbônico; Anidrido Carbônico MERCÚRIO 7439-97-6 Mercúrio Metálico NITRATO DE AMÔNIO 6484-52-2 ÓXIDO DE ETILENO 75-21-8 Óxido de Eteno ; 1,2-Epóxi-etano ; Oxirano TOLUENO 108-88-3 Metilbenzeno; Metilbenzol; Toluol Tabela: Nome químico, número CAS e sinônimos de algumas substâncias químicas. Elaborado por Caroline de Lima Mota. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS Existem diversas maneiras de classificar uma substância química, como, por exemplo: QUANTO À NATUREZA (origem animal, vegetal, mineral, sintética). QUANTO AO USO (produtos industriais, agrícolas, domésticos, alimentícios, medicamentos). QUANTO À VIA DE ABSORÇÃO (inalatória, digestória, cutânea). QUANTO ÀS CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS (orgânica, inorgânica, aminas, hidrocarbonetos, metais etc.), entre outras. Veja a seguir a classificação das substâncias químicas quanto a: forma (características físicas), riscos que representam e mecanismos de efeitos tóxicos. CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS PELA FORMA (CARACTERÍSTICAS FÍSICAS) Os riscos à saúde decorrentes da exposição a substâncias tóxicas em meio ocupacional podem ocorrer por: Imagem: Shutterstock.com INALAÇÃO Imagem: Shutterstock.com INGESTÃO Imagem: Shutterstock.com CONTATO COM A PELE Imagem: Shutterstock.com CONTATO COM OS OLHOS Essas substâncias podem ser encontradas nos estados físicos como: aerodispersoides, gases e vapores. Os aerodispersoides são pequenas partículas em estado sólido ou líquido disseminadas no ar. Elessão classificados em poeiras, fumos e fibras (particulados sólidos) e, névoas e neblinas (particulados líquidos). Poeira em ambiente de trabalho. Foto: Shutterstock.com Poeiras são partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica de um sólido. Como exemplo de atividades em que ocorre exposição a poeiras estão: corte de pedras (como em marmorarias), corte de madeira, moagem e jateamento de areia . Um exemplo de doença causada pela exposição a poeiras é a silicose, provocada pela inalação de sílica cristalina, presente em construção civil, indústrias de cerâmica, agricultura e metalurgia. Foto: Shutterstock.com Os fumos são partículas sólidas originadas pela condensação ou oxidação de vapores de substâncias sólidas em condições normais. São característicos de atividades em que um metal ou plástico é fundido (aquecido), vaporizado e resfriado rapidamente, normalmente em presença de processos de soldagem e fundição. Exemplos são: soldagem, fundição e extrusão de plásticos . Foto: Shutterstock.com As fibras são agentes químicos em estado sólido – assim como as poeiras – e são formadas pelo rompimento mecânico de materiais sólidos. Entretanto, as fibras são partículas mais alongadas. Exemplos: fibras de lã. Spray liberando partículas líquidas (névoa). Foto: Andrew Magill de Boulder, EUA / Wikimedia Commons / CC BY 2.0 Névoas são partículas líquidas produzidas mecanicamente que estão suspensas no ar. São encontradas em ambientes de trabalho como: pinturas na forma de spray e aplicação de agrotóxicos, também denominados pesticidas ou praguicidas. As neblinas correspondem à suspensão de partículas líquidas formadas pela condensação do vapor de uma substância que é líquida. CONDENSAÇÃO Condensação é a passagem de um vapor para o estado líquido. A seguir, a especialista Cristiane Paiva apresentará aspectos importantes como: características, utilização, riscos, principais sinais e sintomas de envenenamento por javascript:void(0) agrotóxicos. AGROTÓXICOS: O QUE SÃO, UTILIZAÇÃO E QUAIS RISCOS REPRESENTAM. ATENÇÃO Apesar dos termos névoa e neblina serem muito confundidos, é fundamental a distinção entre eles para a determinação dos equipamentos de proteção adequados (Ex.: seleção dos filtros para respiradores). Gases Os gases são substâncias químicas que se apresentam em estado gasoso sob condições normais de temperatura e pressão (25 °C e 760 mmHg). Essas substâncias não têm forma e podem ocupar qualquer espaço disponível (Ex.: monóxido de carbono, cloro, dióxido de enxofre, gás sulfídrico). Vapores Os vapores normalmente são substâncias líquidas ou sólidas, que passam para o estado gasoso por mudanças de temperatura ou pressão (Ex.: gasolina e solventes de modo geral, tais como álcoois, éteres, hidrocarbonetos). O tamanho das partículas dos aerodispersoides varia de acordo com a substância. No geral, as poeiras são formadas por partículas de mais de 0,5 µm (mícrons ou micrômeros) de diâmetro, e os fumos metálicos, por partículas menores do que 0,5 µm (1 µm= 0,000001 m). CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS QUÍMICOS QUANTO AOS RISCOS Os produtos químicos perigosos são classificados, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), em nove classes de riscos e suas respectivas subclasses, conforme mostram os dados do quadro a seguir, disponíveis na Resolução n. 420/2004 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT): Classificação Subclasse Definição Exemplos Classe 1 Explosivos 1.1 Substâncias e artigos com risco de explosão em massa. TNT, fulminato de mercúrio 1.2 Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco de explosão em massa. Granadas 1.3 Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de explosão ou de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em massa. Artigos pirotécnicos 1.4 Substância e artigos que não apresentam risco significativo. Dispositivos iniciadores 1.5 Substâncias muito insensíveis, com risco de explosão em massa. Explosivos de demolição 1.6 Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa. Artigos explosivos extremamente insensíveis Classe 2 Gases 2.1 Gases inflamáveis: gases que, a 20 °C e à pressão de 101,3 kPa são inflamáveis quando em mistura de 13 % ou menos, em volume, com o ar; ou que apresentam faixa de inflamabilidade com o ar de, no mínimo 12 %, independente do limite inferior de inflamabilidade. Os aerossóis e os pequenos recipientes contendo gás devem ser incluídos nesta subclasse (quando o conteúdo incluir mais de 45 %, em massa, ou mais de 250 g de componentes inflamáveis). Brometo de vinila e butadieno estabilizado 2.2 Gases não inflamáveis, não tóxicos: são gases asfixiantes (gases que diluem ou substituem o oxigênio normalmente existente na atmosfera; são capazes de impedir a chegada do oxigênio aos tecidos), oxidantes (gases que, por fornecerem oxigênio, podem causar ou contribuir para a combustão de outro material) ou que não se enquadrem em outra subclasse. Clorodifluorometano, argônio comprimido 2.3 Gases tóxicos: são gases reconhecida ou supostamente, tóxicos e corrosivos que constituam risco à saúde das pessoas. Brometo de hidrogênio, cloreto de bromo Classe 3 Líquidos Inflamáveis - Líquidos inflamáveis: são líquidos, misturas de líquidos ou líquidos que contenham sólidos em solução ou suspensão, que produzam vapor inflamável a temperaturas de até 60,5 Álcoois, gasolina e solventes °C, em ensaio de vaso fechado, ou até 65,6 oC, em ensaio de vaso aberto, ou ainda os explosivos líquidos insensibilizados dissolvidos ou suspensos em água ou outras substâncias líquidas. Classe 4 Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas a combustão espontânea; substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis 4.1 Sólidos inflamáveis, substâncias autorreagentes e explosivos sólidos insensibilizados: sólidos que, em condições de transporte, sejam facilmente combustíveis, ou que por atrito possam causar fogo ou contribuir para tal; substâncias autorreagentes que possam sofrer reação fortemente exotérmica; explosivos sólidos insensibilizados que possam explodir se não estiverem suficientemente diluídos. Nitrito de diciclo- hexilamônio e enxofre 4.2 Substâncias sujeitas a combustão espontânea: aquelas sujeitas a aquecimento espontâneo em condições normais de transporte, ou a aquecimento em contato com ar, capazes de se inflamarem. Fósforo branco 4.3 Substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis: substâncias que, por interação com a água, podem tornar-se espontaneamente inflamáveis ou liberar gases inflamáveis em quantidades perigosas. Carbureto de cálcio e alumínio, em pó, não revestido Classe 5 Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos 5.1 Substâncias oxidantes: aquelas que podem, em geral pela liberação de oxigênio, causar a combustão de outros materiais ou contribuir para isso. Peróxido de ureia, clorato de zinco 5.2 Peróxidos orgânicos: são substâncias consideradas derivados do peróxido de hidrogênio, termicamente instáveis que podem sofrer decomposição exotérmica (que libera energia) autoacelerável. Além disso, podem apresentar uma ou mais das seguintes propriedades: ser sujeitas a decomposição explosiva; queimar rapidamente; ser sensíveis a choque ou a atrito; reagir perigosamente com outras substâncias; causar danos aos olhos. Peróxido orgânico Classe 6 Substâncias tóxicas e substâncias infectantes 6.1 Substâncias tóxicas: aquelas capazes de provocar morte, lesões graves ou danos à saúde humana, se ingeridas ou inaladas, ou se entrarem em contato com a pele. Acetato de bromometila, ácido cloracético 6.2 Substâncias infectantes: aquelas que contêm ou possam conter patógenos capazes de provocar doenças infecciosas em seres humanos ou em animais. Microrganismos que possam causar doençasClasse 7 Material radioativo - Qualquer material ou substância que contenha radionuclídeos, cuja concentração de atividade e atividade total na expedição (radiação), excedam os valores especificados. Urânio Classe 8 Substâncias corrosivas - São substâncias que, por meio de reação química, causam severos danos quando em contato com tecidos vivos ou, em caso de Ácido sulfúrico, ácido clorídrico vazamento, danificam ou mesmo destroem outras cargas ou o próprio veículo. Classe 9 Substâncias e artigos perigosos diversos - São aqueles que, durante o transporte, apresentam um risco não abrangido por nenhuma das outras classes. Acetaldeído de amônia, hidrossulfito de zinco Quadro: Classificação ONU dos riscos dos produtos perigosos. Adaptado da Resolução n. 420/2004 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS TÓXICAS QUANTO AOS MECANISMOS DE EFEITOS TÓXICOS Existem maneiras diversas pelas quais produtos químicos podem causar danos e doenças. A classificação das substâncias químicas quanto aos efeitos sobre o organismo é baseada principalmente na ação tóxica (efeitos fisiológicos) exercida pelos agentes químicos no ambiente de trabalho. Considerando a principal ação da substância, elas podem ser classificadas em: ASFIXIANTES Substâncias capazes de interferir no transporte do oxigênio, o que leva à redução da quantidade de oxigênio nos tecidos e órgãos. São classificadas como: ASFIXIANTES SIMPLES ASFIXIANTES QUÍMICOS ASFIXIANTES SIMPLES Gases inertes, cujo perigo está relacionado à sua alta concentração no ambiente. São capazes de deslocar o oxigênio do ar e provocar asfixia (sufocamento) devido à diminuição da concentração de oxigênio inalado. Ex.: metano, GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) , nitrogênio, hidrogênio. ASFIXIANTES QUÍMICOS Substâncias que provocam asfixia mesmo em baixas concentrações, pois se ligam à hemoglobina e reduzem a absorção de oxigênio nos glóbulos vermelhos. Embora o oxigênio possa ser inalado, o organismo não consegue transportá-lo para os tecidos. Ex.: monóxido de carbono, sulfeto de hidrogênio, gás sulfídrico. IRRITANTES São substâncias químicas capazes de produzir um processo inflamatório nas áreas com as quais entram em contato. Essas substâncias afetam principalmente pele, conjuntiva ocular e tecidos de revestimento das vias respiratórias. EXEMPLO Amônia, cloro, soda cáustica, ácidos, dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio, gás sulfídrico, solventes. ANESTÉSICOS E NARCÓTICOS Substâncias capazes de causar depressão do sistema nervoso central. A intensidade do efeito depende da concentração do agente tóxico. Pode causar perda da consciência, parada respiratória e morte. EXEMPLO Álcoois, éteres, cetonas, clorofórmio, benzeno, tolueno etc. ALERGÊNICOS Substâncias capazes de provocar hipersensibilidade ao sistema imunológico (alergias). EXEMPLO Exemplos de substâncias que podem estar presentes em ambiente ocupacional com potencial alergênico são: resinas epóxi, tintas, adesivos, acrilatos, isocianetos, metais como níquel e cobalto, além de substâncias naturais como poeira, pólen, fibras de algodão etc. CANCERÍGENOS Substâncias que podem iniciar ou potencializar o desenvolvimento de câncer, proliferação de células neoplásicas malignas ou potencialmente malignas. Alguns compostos químicos interagem direta ou indiretamente com o DNA e causam alterações permanentes. Os carcinógenos são substâncias tóxicas crônicas, já que os efeitos geralmente se manifestam após um longo tempo de exposição, ou exposição repetida. EXEMPLO Benzeno, níquel, benzidina, formaldeído e outros. A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, na sigla em inglês) é a agência especializada em câncer da Organização Mundial de Saúde (OMS) que analisa diversos fatores suspeitos de causar câncer, desde substâncias químicas até estilo de vida, e tem uma documentação criada com o objetivo de ser uma fonte segura a respeito das causas do câncer. Nessa documentação, estão relacionadas as substâncias classificadas como cancerígenas. TERATOGÊNICOS Substâncias que, ao entrarem em contato com o embrião, podem causar morte ou má- formação do bebê, uma vez que, quando uma mulher grávida é exposta a substâncias químicas, o feto também está exposto. EXEMPLO Exemplos de substâncias teratogênicas: fármaco (como a talidomida), vírus (como o zika vírus), e substâncias químicas como mercúrio, chumbo e xileno. MUTAGÊNICOS Substâncias químicas que podem causar mutações, ou seja, afetar o material genético das células (DNA) que podem resultar em várias doenças ou anomalias em gerações futuras. EXEMPLO Clorofórmio e óxido de etileno podem afetar células do sistema reprodutivo (esperma e óvulos); benzeno, chumbo, cloreto de vinila podem afetar células que não são parte do sistema reprodutivo (rins, fígado ou células sanguíneas). TESTES DE TOXICIDADE A classificação das substâncias quanto aos efeitos sobre o organismo é baseada na avaliação toxicológica dos produtos/substâncias químicas. Essa avaliação é realizada por meio de pesquisa técnica na literatura e pelos ensaios/testes de toxicidade. Com os dados obtidos pelos testes de toxicidade e pela literatura científica, é possível classificar uma substância quanto aos riscos associados à exposição. Testes de toxicidade são ensaios laboratoriais realizados sob condições controladas, utilizados para estimar a toxicidade de substâncias, ou seja, para caracterizar os efeitos tóxicos que um produto químico é capaz de produzir. Nesses ensaios, organismos-teste são expostos a diferentes concentrações da substância e os efeitos tóxicos resultantes são analisados. Os estudos in vitro e em animais permitem conhecer os mecanismos que levam às doenças desencadeadas por substâncias específicas que estamos estudando. Esses tipos de estudos produzem informações que ajudam a entender a toxicidade de uma substância nos humanos. Além disso, permitem a identificação de biomarcadores aplicáveis na avaliação do risco associado à exposição ocupacional, antecipadamente ao surgimento de sintomas. VEJAMOS ALGUNS TESTES DE TOXICIDADE EM ANIMAIS: O primeiro teste de toxicidade realizado para um novo produto químico é o de toxicidade aguda. Nesse teste, são observados a DL50 (dose letal aguda) e outros efeitos tóxicos agudos em uma ou mais espécies de animais, após a administração do produto químico por uma ou mais vias de administração (via oral ou a via de exposição prevista para a substância). Os animais são observados diariamente, e registra-se o número de mortes no período de 14 dias após uma única dose. Os testes de toxicidade aguda fornecem importantes informações sobre a toxicidade dos agentes tóxicos tais como: Estima a quantitativa da toxicidade aguda. Identifica os órgãos afetados e manifestações clínicas das intoxicações agudas. Verifica se a resposta tóxica é reversível, entre outras. Esse tipo de teste é uma questão controversa, sob o ponto de vista ético, pois envolve o uso de animais em experimentos laboratoriais. SAIBA MAIS DL50 é a quantidade de uma substância química que, quando administrada em uma única dose por via oral, causa a morte de 50% dos animais expostos, dentro de um período de observação de 14 dias. Dessa forma, podemos dizer que, quanto menor a DL50 de uma substância, mais tóxica ela é. Categoria DL 50 Exemplo Extremamente tóxico < 1 mg/kg Fluoroacetato de sódio Altamente tóxico 1 mg/kg a 50 mg/kg Cianeto de sódio Moderadamente tóxico 50 mg/kg a 500 mg/kg DDT Ligeiramente tóxico 0,5 g/kg a 5 g/kg Acetanilida Praticamente não tóxico 5 g/kg a 15 g/kg Acetona Relativamente atóxico > 15 g/kg Glicerol Tabela: Categorias de agentes tóxicos. Adaptado de Ruppenthal (2013, p. 17). Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Outros testes de toxicidade utilizadossão os de irritação dérmica e ocular. IRRITAÇÃO DÉRMICA No teste de irritação dérmica, o produto químico é aplicado na pele de animais de laboratório (e coberto por 4 horas) para avaliar o grau de irritação da pele. IRRITAÇÃO OCULAR No teste de irritação ocular, o produto é instilado no olho do animal, e o olho contralateral é usado como comparativo (os olhos são examinados várias vezes após a aplicação). Existem alguns modelos alternativos in vitro para esses testes, incluindo queratinócitos epidérmicos e modelos de cultura epiteliais da camada córnea. Além dos testes de irritação, outras características são importantes a respeito do potencial de sensibilização de substâncias que podem entrar em contato com a pele repetidas vezes. A substância é testada na pele de animais durante um período de semanas, no qual são observados os efeitos resultantes. Existem também os testes de toxicidade subagudos, que são estudos de doses repetidas, realizados para obter informações sobre a toxicidade de um produto químico após a administração repetida (em geral por 14 dias). Os ensaios subcrônicos têm o objetivo de estabelecer o nível mais baixo para um efeito adverso observável e identificar os órgãos afetados pela substância após a administração repetida. Esses ensaios duram geralmente 90 dias, período em que pelo menos três doses são javascript:void(0) javascript:void(0) empregadas, e os animais são observados algumas vezes por dia para sinais de toxicidade. São observadas várias determinações bioquímicas (como glicemia, cálcio, potássio, ureia, triglicerídeo, colesterol etc.), e feitas análises hematológicas (hemoglobina, hematócrito, eritrócitos, leucócitos, plaquetas etc.) e exames de urina (pH, proteínas, glicose, cetonas etc.). Os ensaios crônicos são semelhantes aos subcrônicos, entretanto, o período de exposição é maior, costuma ser de 6 meses a 2 anos. Esse tipo de ensaio geralmente é utilizado para avaliar a toxicidade cumulativa e o potencial carcinogênico de produtos químicos. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE INDICA CLASSIFICAÇÕES DE SUBSTÂNCIAS DE ACORDO COM SUA FORMA (CARACTERÍSTICAS FÍSICAS): A) Gás, vapor e DL50. B) Poeira, fibra e pH. C) Vapor, DL50 e pH. D) Poeira, fibra e DL50. E) Aerodispersoides, gases e vapores. 2. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE INDICA A CLASSIFICAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS QUE CAUSAM ASFIXIA MESMO QUANDO PRESENTES EM PEQUENAS CONCENTRAÇÕES PORQUE INTERFEREM NO TRANSPORTE DO O2 POR INTERMÉDIO DA HEMOGLOBINA: A) Irritantes. B) Anestésicos. C) Asfixiantes químicos. D) Asfixiantes simples. E) Corrosivas. GABARITO 1. Assinale a alternativa que indica classificações de substâncias de acordo com sua forma (características físicas): A alternativa "E " está correta. Os agentes químicos no ambiente de trabalho são classificados quanto à sua forma física em aerodispersoides (pequenas partículas sólidas ou líquidas dispersas no ar), gases (substâncias na forma gasosa em temperatura ambiente) e vapores (substâncias líquidas ou sólidas que passam ao estado gasoso por variação de temperatura ou pressão). 2. Assinale a alternativa que indica a classificação de substâncias que causam asfixia mesmo quando presentes em pequenas concentrações porque interferem no transporte do O2 por intermédio da hemoglobina: A alternativa "C " está correta. Algumas substâncias químicas são capazes de se ligar à hemoglobina e reduzir o transporte de oxigênio para as células, levando à asfixia ainda que a pessoa seja capaz de inalar o oxigênio. Alguns exemplos dessas substâncias são: monóxido de carbono, sulfeto de hidrogênio e gás sulfídrico. MÓDULO 3 Descrever as principais ferramentas de identificação e reconhecimento de riscos de acidentes ocupacionais A redução do número de acidentes e das doenças ocupacionais é uma preocupação importante, bem como o controle das exposições é fundamental para se assegurar a saúde e a segurança do trabalhador. A avaliação dos riscos presentes no ambiente de trabalho e nos processos produtivos deve ser estudada com atenção. Este é o ponto de partida para que sejam possíveis a redução da exposição, a diminuição dos riscos à saúde do trabalhador e a definição das melhores estratégias de controle. Imagem: Shutterstock.com Ilustração de riscos ocupacionais. Vejamos, agora, as etapas envolvidas na avaliação dos riscos inerentes ao ambiente de trabalho. IDENTIFICAÇÃO E RECONHECIMENTO DOS RISCOS Identificar as atividades insalubres no ambiente de trabalho, por meio do reconhecimento dos agentes de risco, significa reconhecer as situações capazes de provocar doenças no trabalhador. Dessa forma, a presença de um profissional qualificado é indispensável uma vez que, se os riscos não forem identificados adequadamente, não serão controlados, e o trabalhador poderá ter sua saúde prejudicada. Para o reconhecimento de riscos em um ambiente de trabalho é necessário conhecer as matérias-primas utilizadas, os resíduos gerados, os processos e as atividades desenvolvidas etc. Isso pode ser feito por diferentes abordagens, tais como a observação do trabalho, o histórico de acidentes e a identificação de medidas de controle existentes. Além disso, no caso de substâncias químicas, é importante fazer o reconhecimento dos riscos identificando a forma como elas são utilizadas e como estão acondicionadas no ambiente. Adicionalmente, é importante conhecer suas propriedades pela avaliação da toxicidade, das características físico- químicas, da solubilidade na água ou no ar etc. FONTES DE INFORMAÇÃO SOBRE OS PRODUTOS QUÍMICOS Quando um trabalhador lida com produtos químicos diariamente, é imprescindível que estejam disponíveis as informações dessas substâncias para os envolvidos na empresa. É importante ter acesso a fontes de informação como quais medidas devem ser tomadas em caso de acidentes ou derramamento, como manuseá-las, e os riscos apresentados pelas substâncias. Existem diversas fontes de informações sobre as substâncias químicas. Para a área de saúde e segurança ocupacional, os rótulos e as fichas de dados de segurança são as mais conhecidas. RÓTULO O rótulo é a primeira fonte de informação relativa a um produto. Identifica possíveis perigos associados a uma substância, e deve transmitir informações de maneira clara e objetiva, para minimizar os riscos de acidentes. Os rótulos são fontes de informações que servem como lembretes sobre os principais perigos da substância. A importância dos rótulos está relacionada ao manuseio, armazenamento e transporte de maneira segura, tendo em vista a minimização de acidentes. Os produtos químicos apresentam em sua embalagem símbolos que identificam o grau de toxicidade da substância. O Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS) é uma abordagem que traz orientações para a comunicação de perigos dos produtos químicos, entre outras. O GHS conceitua os perigos físicos à saúde e ao meio ambiente e estabelece critérios uniformes para a classificação e a comunicação da informação sobre eles. O rótulo deve conter os seguintes elementos: identificação do produto e telefone de emergência do fornecedor, composição química, pictogramas de perigo, palavras de advertência, frases de perigo, frases de precaução e informações suplementares, conforme a NR-26. SAIBA MAIS As palavras de advertência alertam e indicam a gravidade de perigo (“perigo” e “atenção”). As frases de perigo são textos padronizados descritos na NBR 14725-3, correspondentes à classificação de perigo do produto (Ex.: H225 Líquidos e vapores altamente inflamáveis – Informação de um líquido inflamável). As frases de precaução estão de acordo com as categorias de perigo, as propriedades específicas e a utilização pretendida (Exemplos de frases de precaução – prevenção: P210 Mantenha afastado do calor, faísca, chama aberta, superfícies quentes. Não fume). Os pictogramas representam um conjunto de elementos gráficos, incluindoum símbolo, que indica a classe de perigo associado à utilização da substância ou mistura perigosa, importante para proteção e prevenção de acidentes. Trata-se da composição gráfica que transmite a informação específica de perigo do produto. Esses elementos são padronizados em formas e em cores. O pictograma tem formato quadrado, símbolo preto e fundo branco dentro de uma moldura vermelha. São nove pictogramas distintos associados às classes de perigos físicos, à saúde e ao meio ambiente. Os pictogramas são acompanhados por palavras-sinal, advertências de perigo (frases H, descrevem a natureza dos perigos de uma substância ou mistura, como mostrados no quadro a seguir), recomendações de prudência (frases P, descrevem as medidas recomendadas para minimizar ou prevenir efeitos adversos decorrentes da exposição à substância, como “Mantenha o recipiente hermeticamente fechado”) e dados sobre o produto e o fornecedor. Oxidante Fonte:Shutterstock Inflamável; autorreativo; pirofórico; autoaquecimento; emite gás inflamável; peróxido orgânico Fonte:Shutterstock Explosivo; autorreativo; peróxido orgânico Fonte:Shutterstock Tóxico agudo (severo) Fonte:Shutterstock Corrosivo à pele; causa danos severos aos olhos; corrosivo aos metais Fonte:Shutterstock Gás sob pressão Fonte:Shutterstock Carcinogênico; sensibilizante respiratório; tóxico reprodutivo; tóxico a órgão alvo específico (exposições repetidas); mutagênico a células germinativas; perigoso por aspiração Fonte:Shutterstock Tóxico à vida aquática (agudo); tóxico à vida aquática (crônico) Fonte:Shutterstock Irritação da pele e dos olhos; sensibilizante da pele; tóxico a órgão alvo específico (única exposição); tóxico agudo (prejudicial); prejudicial à camada de ozônio Fonte:Shutterstock Quadro: Pictogramas de perigo. Adaptado de Uema e Ribeiro (2017, p. 355) Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal FICHAS DE DADOS DE SEGURANÇA As fichas de dados de segurança são documentos que fornecem informações sobre perigos e possíveis riscos associados ao produto químico em questão. Existem alguns tipos de documentos, entre os quais os mais utilizados como fonte de informação na área da saúde e segurança do trabalho são o SDS / MSDS (Ficha de Dados de Segurança) e a FISPQ (Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos). Ambos os documentos têm como função comunicar riscos vinculados ao uso do produto químico e possuem informações importantes para a segurança ocupacional, tais como dados físicos, químicos, toxicidade, efeitos para a saúde, primeiros socorros, armazenamento, descarte, equipamentos de proteção, cuidados com derramamentos e vazamentos. A FISPQ é um documento normalizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) conforme NBR 14725, responsável por fornecer todas as informações essenciais sobre vários aspectos do produto químico quanto a segurança, saúde e meio ambiente. É um documento obrigatório para comercialização dos produtos químicos e segue as normas da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre rotulagem de produtos, o GHS. Para mais informações sobre a elaboração e interpretação de FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico) de acordo com a Norma ABNT NBR 14725-4, assista ao vídeo a seguir: FISPQ: ELABORAÇÃO E INTERPRETAÇÃO. As informações que constam na FISPQ são identificadas em dezesseis seções obrigatórias que não podem ser alteradas. São elas: 1. Identificação do produto e da empresa; 2. Identificação dos perigos; 3. Composição e informação dos ingredientes; 4. Medidas de primeiros socorros; 5. Medidas de combate a incêndio; 6. Medidas de controle para derramamento ou vazamento; 7. Manuseio e armazenamento; 8. Controle da exposição e proteção individual; 9. Propriedades físico-químicas; 10. Estabilidade e reatividade; 11. Informações toxicológicas; 12. Informações ecológicas; 13. Considerações sobre destinação final; 14. Informações sobre o transporte; 15. Regulamentações; 16. Outras informações (que sejam importantes para a segurança, saúde e meio ambiente, mas que não fazem parte das seções anteriores. Por exemplo: necessidades especiais de treinamento, restrições ao produto químico etc.). Quadro: Seções obrigatórias de informações que constam na FISPQ. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal LIMITES DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL Os valores-limite de exposição ocupacional referem-se aos agentes químicos, físicos e biológicos do ambiente de trabalho, que visam à promoção da saúde e à segurança do trabalhador. Esses limites são uma referência, ou um parâmetro de comparação, que estabelece os limites de exposição e referem-se às concentrações às quais, acredita-se, a maioria dos trabalhadores expostos não sofrerão efeitos adversos à saúde. Eles são definidos com base nas propriedades físico-químicas das substâncias e em estudos experimentais e epidemiológicos. Os limites de exposição ocupacional são estabelecidos como padrões por agências regulatórias, guias por grupos de pesquisas ou agências privadas. Nos Estados Unidos, algumas agências reconhecidas são a Administração/Departamento de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA) e o Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional (NIOSH) que publicam limites de exposição frequentemente atualizados. A Conferência Americana de Higienistas Industriais Governamentais (ACGIH) é uma organização privada, também muito reconhecida, que analisa e compila dados publicados na literatura. No Brasil, temos limites de exposição ocupacional na Norma Regulamentadora 15, denominados Limites de tolerância (a NR 15 utiliza os valores adaptados da ACGIH). Os limites de exposição servem de orientação para os profissionais de segurança do trabalho. O recomendado é buscar fazer uma comparação entre os limites nacionais e internacionais, como medida preventiva. Na tabela a seguir estão exemplos de limites de exposição ocupacional (LEO) adotados ou recomendados para o benzeno em vários países, bem como as referências de órgãos internacionais para o risco de leucemia. Como você pode observar, os limites de exposição ocupacional podem variar significativamente entre os países e agências, mesmo para o benzeno, que é uma substância que reconhecidamente não apresenta limites seguros para exposição, por ser um composto carcinogênico. País LEO/recomendações Brasil 1 ppm (Partes por milhão) (VRT (Valor de Referência Tecnológico) 8h) Petroquímicas 2,5 ppm (VRT 8h) Siderúrgicas China 2 ppm (TWA 8h) 3 ppm (STEL) EUA ACGIH 0,5 ppm (TWA 8h) 2,5 ppm (STEL) NIOSH 0,1 ppm (TWA 10h) 1 ppm (STEL) OSHA 1 ppm (TWA 8h) 5 ppm (STEL) EPA Risco para leucemia a 1ppm de exposição de 7,1 × 103 a 2,5×10-2 Tabela: Limites de Exposição Ocupacional (LEO) adotados ou recomendados para o benzeno em alguns países. Adaptado de MENDES et al. (2017) Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal SAIBA MAIS Existem algumas variações nos limites de exposição adotados por vários países, denominados de diferentes formas. Os Limites de Exposição Ocupacional (LEO) propostos pela ACGIH são chamados TLV (Threshold Limit Values – valores limite). No Brasil, é utilizado o Limite de Tolerância (LT) (Ministério do Trabalho – Norma regulamentadora NR 15) que se refere às concentrações máximas ou mínimas, relacionadas com a natureza e com o tempo de exposição do agente que não causará danos à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral (jornada de 8h/dia, 48 horas/semana). Existem casos particulares como, por exemplo, o benzeno, para o qual foi adotado o Valor de Referência Tecnológico (VRT), no lugar de LT, assumindo que, mesmo estabelecendo um limite de benzeno no ar, não se excluiu o risco à saúde. É importante destacar que 8 horas por dia, 5 dias por semana é diferente de 40 horas seguidas. O organismo necessita de tempo para voltar ao equilíbrio depois da exposiçãoaos agentes químicos. IDENTIFICAÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DA EXPOSIÇÃO Para que os riscos ocupacionais sejam reduzidos e controlados nos ambientes de trabalho, é necessário que profissionais capacitados conduzam um processo de identificação e classificação dos riscos por meio de avaliações qualitativas e quantitativas das exposições aos agentes potencialmente nocivos. Os objetivos principais são identificar, avaliar e estimar a magnitude dos riscos. Avaliações qualitativas As avaliações qualitativas são baseadas em observações, experiências ou estudos anteriores. Avaliações quantitativas Já as avaliações quantitativas são baseadas na comparação de resultados de medições anteriores e nos valores limite de exposição ocupacional recomendados. ATENÇÃO Quando existe um risco evidente e óbvio para a saúde, a recomendação é que mesmo antes de ser realizada uma avaliação quantitativa do risco, medidas preventivas sejam estabelecidas. Vamos falar com mais detalhes sobre esses dois tipos de avaliações. AVALIAÇÃO QUALITATIVA A avaliação qualitativa se inicia na busca por informações básicas sobre o ambiente e o processo de trabalho, como os tipos de substâncias utilizadas, as propriedades físicas e químicas, as quantidades que comumente são utilizadas, seus efeitos à saúde, como é utilizada no local de trabalho, possíveis vias de exposição e identificação das situações em que a utilização da substância tem potencial de causar danos à saúde do trabalhador. Foto: Shutterstock.com Com isso em mente, podemos notar como é importante a observação de fontes de informações sobre os produtos químicos, como a FISPQ, para a análise qualitativa dos agentes químicos. Para realizar esta avaliação, um profissional capacitado pode realizar entrevistas com os trabalhadores e observar o local de trabalho e, assim, fazer um levantamento sobre as situações de risco, ou seja, buscar compreender o risco que os trabalhadores estão correndo no processo do trabalho. Nesse caso, o profissional não utilizará nenhum tipo de equipamento, mas observará o ambiente de trabalho, conversará com as pessoas que entram em contato com os possíveis agentes de riscos e identificará as rotas de exposição. Um exemplo prático de identificação de situações de risco químico em uma empresa é a observação do fluxo dos produtos químicos, desde aquisição, recebimento/entrega, armazenagem, manuseio, processamento, até o descarte. Para tal, deve-se fazer passeios exploratórios pelos diversos setores da empresa, durante dias e horários diferentes. Nessa análise, é importante observar as atividades dos trabalhadores e as condições de utilização dos produtos químicos, como, por exemplo: se há desperdício ou perda de material; a maneira como os produtos são armazenados, manuseados e transportados, que pode representar riscos à saúde e segurança do trabalhador; se ocorre formação de nuvens de poeira durante a manipulação dos produtos; se os frascos estão vedados adequadamente; se as embalagens são rotuladas, caso estejam danificadas; se os equipamentos de segurança individuais (EPIs) são adequados ao trabalho; se as condições de temperatura e ventilação são apropriadas; se em alguns locais já ocorreram incidentes no passado; se há altos índices de ausência por motivos médicos, entre outros. Além dos riscos à segurança dos trabalhadores, os riscos ao meio ambiente também devem ser levados em consideração, como, por exemplo: o descarte indevido na água, no ar e no solo; explosões; fogo etc. Após a identificação dos riscos, ações para controle devem ser colocadas em prática. A avaliação e a implementação dessas medidas devem ser revisadas periodicamente. Além disso, também se deve fazer uma revisão quando houver mudanças significativas nas atividades, no processo, na utilização dos produtos, após a instalação de novos equipamentos ou a contratação de novos funcionários. AVALIAÇÃO QUANTITATIVA A avaliação quantitativa de um agente de risco é o tipo de avaliação na qual se utiliza um instrumento de medição que determina um valor de concentração ou exposição ao agente. Essa avaliação gera resultados mensuráveis e objetivos, além de permitir verificar a eficiência de medidas de controle de risco que tenham sido implementadas. Foto: Andy Butkaj / Wikimedia Commons / CC BY 2.0 Termômetro digital de ambiente. Para ficar mais claro, vamos pensar em uma fábrica de móveis que utilize diversos equipamentos e máquinas que geram ruídos. Esse ruído é o agente de risco e pode causar desconforto e ser prejudicial para a audição dos trabalhadores dessa fábrica (além de outros problemas de saúde que não vamos mencionar aqui). Nessa fábrica, foi realizado um levantamento de riscos e, para mensurar o ruído, foi utilizado um Dosímetro Digital individual, que marcou 91dB (decibéis). No Brasil, o limite de tolerância é de 85 dB(A) por 8 horas diárias, portanto, o ruído dessa fábrica estava acima do limite estabelecido, e foi necessário adotar medidas corretivas e preventivas para garantir a saúde e a segurança do trabalhador, tais como o uso de equipamento de proteção individual (EPI) para preservar a audição dos trabalhadores. Foto: Shutterstock.com Equipamento de proteção individual – protetor auricular. Assegurar que os trabalhadores não estejam expostos a limites de tolerância acima dos estabelecidos é fundamental para evitar danos à saúde. Dessa forma, a avaliação quantitativa é importante para a construção de laudos técnicos, perícias, caracterização dos riscos, identificação da concentração ou exposição do trabalhador ao risco e, a partir disso, é possível implementar medidas de controle para proteção da integridade física e saúde dos trabalhadores. Após a identificação da substância e da situação em que deve ser realizada a avaliação quantitativa, realiza-se a coleta das amostras em campo e a sua análise. Existem prestadores de serviços que desempenham ambas as atividades, outros que fazem amostragem em campo e enviam para um laboratório de terceiros para a amostra ser analisada. Cada agente de risco, de acordo com sua natureza, tem seu próprio método de análise para determinar o valor que esteja presente em determinada área de trabalho. Com base nos resultados, os valores podem então ser comparados com seus respectivos limites de exposição ocupacional (LEO) estabelecidos pela legislação e observar se existe a necessidade de implementar ações de controle da exposição, as propriedades do agente de risco e um cronograma. Diferenças entre as avaliações qualitativas e quantitativas dos riscos Avaliação quantitativa Na avaliação quantitativa, é possível conhecer os tipos de risco e quantificá-los de forma numérica, atribuindo um valor de concentração ou exposição do trabalhador ao agente. Avaliação qualitativa Já na avaliação qualitativa, a identificação dos riscos é de forma subjetiva, sendo feita a caracterização da presença do risco sem realizar medições para comprovar a existência do agente no ambiente de trabalho. A avaliação quantitativa tem a vantagem de proporcionar resultados mensuráveis que são objetivos e facilitam a sensibilização do trabalhador. Entretanto, muitas vezes são necessários equipamentos, cálculos complexos e metodologias estruturadas. Já a avaliação qualitativa é mais simples e não requer quantificações. Por outro lado, é um método subjetivo e depende da experiência dos avaliadores. O ideal é realizar as duas metodologias, embora isso possa ser dispendioso. Como a avaliação quantitativa permite determinar o nível exato da exposição ao risco ao qual o trabalhador está exposto, deve ser realizada sempre que necessário para: Comprovar o controle da exposição ou a inexistência de riscos identificados na etapa de reconhecimento. Identificar situações em que limites de exposição poderiam ter sido ultrapassados, ou para dimensionar a exposição dos trabalhadores. Verificar se as medidas de controle estabelecidas foram adequadas. VERIFICANDOO APRENDIZADO 1. A FICHA DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA DE PRODUTOS QUÍMICOS (FISPQ) É UM DOCUMENTO NORMALIZADO PELA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). SOBRE ESSA FICHA, É CORRETO AFIRMAR QUE: A) É um documento facultativo para a comercialização de produtos químicos, e os fabricantes e fornecedores não precisam necessariamente disponibilizá-lo. B) É um documento confidencial, não deve estar disponível para os trabalhadores. C) É um documento com informações sobre diversos aspectos dos produtos químicos quanto a segurança, saúde e meio ambiente. D) É um documento que possui seis seções que podem ser redefinidas de acordo com a necessidade e periculosidade do produto químico. E) É um documento facultativo para a comercialização de produtos químicos que lista as medidas de primeiros socorros adequadas. 2. EM UMA INDÚSTRIA DE REMOVEDORES DE ESMALTES, FOI FEITA UMA AVALIAÇÃO POR MEIO DE UMA BOMBA GRAVIMÉTRICA E OBSERVOU-SE UMA CONCENTRAÇÃO DE ACETONA ACIMA DO VALOR ESTABELECIDO PELA NORMA REGULAMENTADORA 15. O TIPO DE AVALIAÇÃO REALIZADO E O VALOR ESTABELECIDO PELA NR15 SÃO RESPECTIVAMENTE: A) Avaliação quantitativa e limites de tolerância. B) Avaliação qualitativa e limites de tolerância. C) Avaliação quantitativa e limite de quantificação. D) Avaliação qualitativa e limite de quantificação. E) Avaliação quantitativa e limite de detecção. GABARITO 1. A Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) é um documento normalizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Sobre essa ficha, é correto afirmar que: A alternativa "C " está correta. A FISPQ é um documento que contém informações sobre o transporte, manuseio, armazenamento e descarte de produtos químicos, considerando os aspectos de segurança, saúde e meio ambiente. É documento obrigatório para a comercialização de produtos químicos, em que o fabricante ou fornecedor deve disponibilizar as fichas junto com o produto. 2. Em uma indústria de removedores de esmaltes, foi feita uma avaliação por meio de uma bomba gravimétrica e observou-se uma concentração de acetona acima do valor estabelecido pela Norma Regulamentadora 15. O tipo de avaliação realizado e o valor estabelecido pela NR15 são respectivamente: A alternativa "A " está correta. A avaliação quantitativa utiliza um instrumento, em que é atribuído um valor de concentração ou exposição ao agente. No Brasil, temos limites de exposição ocupacional na NR15, denominados limites de tolerância. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS As indústrias são essenciais e economicamente importantes para a sociedade. Apesar do avanço na legislação e a regulamentação das atividades industriais, as indústrias são fontes de contaminação ambiental e humana por muitos agentes nocivos como, por exemplo, substâncias químicas perigosas. Como você pôde perceber, a preocupação primordial da toxicologia ocupacional é a possibilidade de um trabalhador desenvolver algum problema de saúde pela exposição a um agente tóxico em um ambiente de trabalho. Além disso, vimos que o estudo dos riscos associados à exposição a compostos tóxicos no ambiente ocupacional deve ser cuidadoso, sempre visando à redução dessa exposição e, consequentemente, dos riscos associados a ela. Dessa forma, precisa ser capaz de estabelecer medidas de segurança e prevenção de intoxicação. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 14725-3: Produtos químicos: Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente: Parte 3: Rotulagem. Rio de Janeiro, 2010. Versão corrigida. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 14725-4: Produtos químicos: Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente: Parte 4: Ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ). Rio de Janeiro, 2010. Versão corrigida. BRASIL. Ministério dos Transportes. Resolução n. 420, de 12 de fevereiro de 2004. Aprova as instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. Brasília, 2004. BRASIL. Norma Regulamentadora 15 (NR 15). Atividades e operações insalubres. Brasília, 1978. BRASIL. Norma Regulamentadora 26 (NR 26). Sinalização de Segurança. Brasília, 1978. BRASIL. Norma Regulamentadora 9 (NR 9). Programa de prevenção de riscos ambientais. Brasília, 1978. BUSCHINELLI, J. T. P. Toxicologia ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2020. EUROPEAN CHEMICALS AGENCY. ECHA. Identificação da substância. Consultado na internet em: 16 abr. 2021. KLAASSEN, C. D.; WATKINS, J. B.; CASARETT, L. J. Casarett & Doull’s essentials of toxicology. 2. ed. New York: McGraw-Hill Medical, 2010. MENDES, M. et al. Normas ocupacionais do benzeno: uma abordagem sobre o risco e exposição nos postos de revenda de combustíveis. In: Rev. bras. saúde ocup., v. 42, supl. 1, e3s, São Paulo, 2017. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. OMS. Programa Internacional de Segurança Química. Substâncias químicas perigosas à saúde e ao ambiente. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2008. PERUZZO, L. Toxicologia e segurança. Indaial: UNIASSELVI, 2018. RUPPENTHAL, J. Toxicologia. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria. Rede e- Tec Brasil, 2013. SPRADA, E. Toxicologia. Instituto Federal do Paraná. Rede e-Tec Brasil, 2013. UEMA, L. K.; RIBEIRO, M. G. Pictogramas do GHS e sua aplicação como ferramenta de comunicação de perigos para estudantes de graduação. In: Química Nova, v.40, n.3, 2017. EXPLORE+ Você pode ter mais informações sobre as doenças relacionadas ao trabalho, bem como a relação de agentes ou fatores de riscos de natureza ocupacional, consultando a Portaria n. 1339, de 18 de novembro de 1999, do Ministério da Saúde. Aprenda mais sobre abordagem qualitativa na avaliação de risco químico, lendo o artigo Abordagem qualitativa na avaliação de risco químico em atividade de lavagem de peças de impressão gráfica com solvente orgânico, escrito por Daniela Passos Simões de Almeida Tavares, Maria Juliana Ferreira dos Santos, Maria Isabel Ferreira dos Santos e Mariana Karla Gurjão Pontes, e publicado na Revista Principia, em 2020. CONTEUDISTA Caroline de Lima Mota CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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