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GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL 
PREVIDÊNCIA SOCIAL
Unidade 2 - Conceitos básicos 
dos benefícios. previdência na 
constituição de 1988
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
2
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
UNIDADE 2
> Analisar em
quais princípios
se fundamenta
o conceito de
seguridade social.
> Identificar a
diferença entre
Previdência Social e
Seguridade Social.
> Debater a crítica
da Seguridade Social
como instrumento
de consolidação dos
valores democráticos
e dos direitos sociais.
> Praticar as
dogmáticas
constitucional e
infraconstitucional
referente ao tema da
disciplina.
Todos os direitos reservados.
Prezado(a) aluno(a), este material de estudo é para seu uso pessoal, 
sendo vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua 
reprodução, venda, compartilhamento e distribuição.
3
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
2 CONCEITOS BÁSICOS DOS 
BENEFÍCIOS. PREVIDÊNCIA NA 
CONSTITUIÇÃO DE 1988.
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade abordará a Seguridade Social e a Previdência Social, para que 
reflitam sobre o papel desse sistema de filiação obrigatória, solidária e con-
tributiva na nossa sociedade, destinado a pagar auxílios previdenciários aos 
segurados em momentos de fragilidade física e mental que os impede de 
trabalhar, seja para assegurar a democracia e a dignidade da pessoa humana, 
seja para evitar a sobrecarga do sistema de Assistencial Social.
Através do Regime Geral da Previdência Social 
(RGPS), em seu art. 3º da Lei n. 8.212/91, a Previdência 
Social deve:
[...] assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de 
manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada, 
tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de 
família e reclusão ou morte daqueles de quem dependiam 
economicamente. (BRASIL,1991) 
A enorme e complexa estrutura administrativa previdenciária trabalha sob re-
gras e princípios contidos na Constituição Federal (CF) e em leis especiais, para 
atender aos segurados e desenvolver políticas públicas de segurança do traba-
lho e proteção à saúde dos trabalhadores.
Como, um dia, todos precisaremos recorrer ao sistema previdenciário, é muito 
importante conhecê-lo.
4
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
2.1 SEGURIDADE SOCIAL E PREVIDÊNCIA SOCIAL 
- CONCEITO E OBJETO DE ESTUDO DO DIREITO 
PREVIDENCIÁRIO
Seguridade Social e Previdência Social não são institutos sinônimos. A segun-
da está contida no universo da primeira, muito mais ampla e que engloba 
também a saúde e a assistência social. Porém, todas estão sob a égide da Or-
dem Social, que, segundo o art. 193 da CF/1988 “tem como base o primado do 
trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais”. (BRASIL, 1988) 
FIGURA 1 - ORDEM SOCIAL
 
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
 A seguridade social está definida no art. 194 da Carta 
de 1988 da seguinte forma:
A seguridade social compreende um conjunto integrado 
de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, 
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social.
5
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
É orientada pelos seguintes princípios:
a. Princípio da Universalidade da Cobertura e do Atendimento (art. 194, 
inciso I, da CF/1988): garante proteção social ampla, para toda a sociedade.
b. Princípio da Uniformidade e da Equivalência dos Benefícios e Serviços 
às Populações Urbanas e Rurais (art. 194, inciso II, da CF/1988): assegura 
tratamentos e benefícios semelhantes e com critérios de qualidade iguais 
para todos os segurados, urbanos e rurais.
c. Princípio da Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefí-
cios e Serviços (art. 194, inciso III, da CF/1988): os benefícios e serviços 
devem ser concedidos a quem realmente precisa e os hipossufi cientes 
devem ser prioridade nos orçamentos e políticas públicas.
d. Princípio da Irredutibilidade dos Benefícios (art. 194, inciso IV, da CF): é 
inconstitucional reduzir o valor de benefícios legalmente concedidos. 
DIAGRAMA 1 - PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL
Benefícios:
caráter alimentar
Garantia de dívidas
Lei Veda
Redução Penhora Arresto e Sequestro
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
e. Princípio da Equidade na Forma de Participação no Custeio (art. 194, in-
ciso V, da CF): os trabalhadores, empregados e administradores públicos 
devem participar equilibradamente, de forma direta e indireta, na gestão 
dos meios econômicos e fi nanceiros destinados à mantença e cumpri-
mento das obrigações da Seguridade Social. 
6
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
FIGURA 2 - EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO NO CUSTEIO
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
 
f. Princípio da Diversidade da Base de Financiamento (art. 194, inciso VI, 
da CF): significa que a receita da seguridade social vem de múltiplas fon-
tes: impostos, contribuições sociais, doações, concursos de prognósticos, 
porcentagem nos leilões da receita federal, etc. Ela está disciplinada na 
Lei n. 8.212/1991, regulamentada pelo Decreto n. 3.048/1999.
g. Princípio do Caráter Democrático e Descentralizado da Administração, 
Mediante Gestão Quadripartite, com Participação dos Trabalhadores, 
dos Empregadores, dos Aposentados e do Governo nos Órgãos Colegia-
dos (art. 194, inciso VII, da CF): é uma garantia da participação da so-
ciedade na gestão de recursos, programas, serviços e ações de saúde da 
previdência e da assistência social em nível federal, estadual e municipal.
h. Princípio da Anterioridade Mitigada (art. 195, parágrafo 6°, CF): 
FIGURA 3 - PRAZOS
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
7
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
Também denominado Anterioridade Especial, Nonagesimal ou Período de No-
ventena. É o prazo de 90 dias, após a publicação de leis novas, para que a Admi-
nistração Pública aplique novas regras de contribuição para a seguridade social.
A Constituição Federal estabelece as regras da 
Previdência Social no art. 201:
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de 
regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, 
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade 
avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, 
de 1998)
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego 
involuntário; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
20, de 1998)
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes 
dos segurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998)
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, 
ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o 
disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 20, de 1998). (BRASIL, 1998)
8
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
A Previdência Social pode ser definida como (Lazzari 
e Castro, 2016):
O sistema pelo qual, mediante contribuição, as pessoas 
vinculadas a algum tipo de atividade laborativa e seus 
dependentes ficam resguardadas quanto a eventos de 
infortunística (morte, invalidez, idade avançada, doença, 
acidente de trabalho, desemprego involuntário), ou outros 
que a lei considera que exijam um amparo financeiro ao 
indivíduo (maternidade, prole, reclusão), mediante prestações 
pecuniárias (benefícios previdenciários) ou serviços. 
O conceito de Previdência Social, na Constituição Federal, art. 1°, inciso III, está 
assentado em princípios específicos elencados na Carta Magna, decorrentes 
do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, pilar da República Federativa 
do Brasil, balizador dos direitos e deveres do Estado e dos cidadãos, da auto-
determinação individual e norte para todas as políticas públicas.
FIGURA 4 - DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
Fonte: PlataformaDeduca (2019).
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GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
Nas palavras de Alexandre de Moraes (2017), é “ 
[...] a dignidade da pessoa humana que concede 
unidade aos direitos e garantias fundamentais, 
sendo inerente às personalidades humanas”.
Os direitos humanos se subdividem em duas dimensões:
1. Intersubjetiva
segundo Constituição Federal, art. 3°, inciso IV, assevera ser missão do 
Estado, em conjunto com a sociedade em geral, a garantia e o respeito 
à dignidade humana, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade 
e quaisquer outras formas de discriminação. Por intersubjetividade se 
entende uma comunhão de consciências individuais, com visão de 
mundo, valores e crenças que se conectam em prol de um ou mais 
objetivos comuns (BRASIL, 1988).
FIGURA 5 - COMUNHÃO
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
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GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
2. Assistencial
que ordena ao Estado e à sociedade união na função assistencial, 
para garantir a todos os indivíduos o acesso ao mínimo existencial, ou 
mínimo vital, e a uma vida digna. 
Mínimo vital é o conjunto de bens e condições indispensáveis à sobrevivência 
com dignidade, discriminado no art. 6°, da Constituição Federal: “educação, a 
saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, 
a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados”. (BRASIL, 1988)
Como as prestações estatais têm custo, as políticas previdenciárias e assisten-
ciais estão condicionadas à “reserva do possível”, ou seja, à previsão anual de 
distribuição orçamentária entre os poderes e órgãos públicos, de acordo com 
as necessidades, interesses e bem-estar públicos.
Na falta de pleno acesso aos direitos sociais, previdenciários ou assistenciais, 
os afetados, brasileiros ou estrangeiros, podem recorrer ao Estado-Juiz para 
recebê-los e/ou obter reparação por danos morais, materiais ou à imagem, 
decorrentes da sua falta ou de prestação defeituosa.
FIGURA 6 - DIREITO
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
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GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
Entretanto, e em que pese o fato de o Estado dever respeitar o orçamento pú-
blico, a reserva do possível não pode ser usada como desculpa para o desres-
peito aos direitos sociais, nem para negar aos indivíduos o acesso qualitativo 
às políticas públicas previstas no texto constitucional.
Nem mesmo a má administração do dinheiro e dos bens públicos pode ser 
usada como desculpa pelo Estado e seus servidores para negar direitos sociais, 
sob pena de responsabilidade administrativa, civil e, conforme o caso, penal.
O dever assistencial, porém, reitera-se, não é restrito ao Estado. Todos os cida-
dãos, em solo nacional, devem participar ativamente na sociedade, pagando 
impostos e contribuições sociais, trabalhando em prol da subsistência própria 
e de seus dependentes, e colaborando como puderem para o bem comum na 
comunidade onde vivem. Afinal, tudo o que esteja além do mínimo existen-
cial deve ser alcançado pelo próprio indivíduo, por meio de esforço pessoal.
Nesse diapasão, pode-se concluir que o Direito Previdenciário regulamenta o 
sistema nacional de seguridade social e tem por objetivo disciplinar a Previ-
dência Social; administrar o custeio; gerir as relações entre ela, os contribuintes 
e os beneficiários das prestações previdenciárias; bem como fiscalizar a previ-
dência complementar, tudo para garantir o acesso dos trabalhadores às pres-
tações da seguridade social a que façam jus, nos termos da lei, e à dignidade 
nos momentos em que se encontrem em vulnerabilidade social involuntária.
2.2 FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL
A Constituição Federal de 1988 garante a Seguridade Social sob três pilares 
fundamentais: Direito à Saúde, à Previdência e à Assistência Social.
1. Direito à saúde
é um direito social assegurado a brasileiros e estrangeiros, residentes 
ou em trânsito, por meio de atendimento integral, preventivo 
e curativo, sob abordagem médica multidisciplinar, garantida 
por políticas públicas específicas, regionalizadas, hierarquizadas, 
descentralizadas e efetivadas conjuntamente pelos entes federativos e 
comunidade, consolidadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 
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GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
FIGURA 7 - SUS
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
2. Assistência privada
a assistência privada é permitida e complementar à do SUS. Além da 
assistência médica, hospitalar, odontológica e farmacêutica, o direito 
à saúde abrange a epidemiologia, o saneamento básico, o controle 
e fiscalização de produtos e serviços de interesse para a saúde, o 
desenvolvimento científico-tecnológico e a inovação, a fiscalização e 
a inspeção de alimentos, o controle e a fiscalização da produção, o 
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, 
tóxicos e radioativos, a proteção do meio ambiente, etc. (art. 196 ao 200, 
da CF/1988). 
3. Direito à Previdência Social
é um direito social mediante contrapartida contributiva, cujo objetivo 
é garantir aos trabalhadores uma renda de, no mínimo, um salário 
mínimo, nos momentos de impedimento justificado para o trabalho 
como doença, invalidez, morte, velhice, gestação, maternidade e 
desemprego involuntário, salário-família e auxílio-reclusão para 
segurados com baixa renda, ou ainda pensão para dependentes 
menores ou inválidos, cônjuges ou companheiros de segurados 
falecidos (arts. 201 e 202, da CF/1988). 
13
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
FIGURA 8 - DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
4. Direito à Assistência Social
é, a um só tempo, benefício social e serviço público em nível 
nacional, sem exigência de contraprestação, para ajuda a brasileiros e 
estrangeiros que não tenham meios de garantir o mínimo vital para si 
e/ou sua família. Sua finalidade é ajudar seres humanos em situação de 
vulnerabilidade social a sobreviver e superar a pobreza extrema.
FIGURA 9 - VULNERABILIDADE SOCIAL
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
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GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
5. BPC-LOAS
têm o direito de receber o Benefício de Prestação Continuada da 
Assistência Social (BPC-LOAS), segundo os arts. 203 e 204, da CF/1988, 
os portadores de deficiência, física ou mental, e os maiores de 65 anos 
sem vínculo previdenciário, com renda mensal per capita inferior a ¼ 
do salário mínimo, sem meios de prover a própria subsistência ou de 
tê-la suprida pela família (BRASIL, 1988). 
2.3 FONTES DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO: 
PREVIDÊNCIA NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
Toda a estrutura do Direito Previdenciário tem sua gênese na Constituição Federal.
Nela, estão consagrados os seus princípios, a sua finalidade social, o seu norte 
inclusivo, o seu caráter contributivo e de filiação obrigatória, o seu equilíbrio 
financeiro e atuarial, os seus objetivos e o seu âmbito de cobertura assistencial, 
as suas diretrizes a serem seguidas pelas leis infraconstitucionais, as suas nor-
mas administrativas, os servidores públicos e a sociedade em geral.
Suas fontes são formais (principais) e materiais (secundárias).
1. Fontes formais
as fontes formais emanam do Estado e são normas legais obrigatórias, 
dotadas de força coercitiva. São textos legais que exteriorizam e 
concretizam o direito. Exemplo: Constituição, emendas constitucionais, 
leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, decretos etc.
2. Fontes materiais
As fontes materiais têm caráter publicista e espelham valores sociais 
que, em algum momento, influenciam no nascimento das normas 
jurídicas. Exemplo: jurisprudência, doutrina, costumes, normas 
administrativas – em especial as exaradas pelo Conselho Nacional 
da Seguridade Social (CNSS), normas coletivas e regulamentos das 
empresas. 
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GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
Enfim, na ordem constitucional, o Direito Previdenciário é espécie de seguro 
contra adversidades econômicas, custeado diretamente pelos segurados pre-
videnciários e por toda a sociedade, por meio de contribuiçõestributárias que 
têm basicamente três funções: garantir a subsistência do segurado e família; 
facilitar o retorno do indivíduo ao trabalho; e deixar para a Assistência Social o 
atendimento apenas os casos de pobreza extrema.
2.4 PRINCÍPIOS DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO
A Constituição Federal elenca, de forma objetiva, um rol mínimo de princípios 
que regem o sistema previdenciário brasileiro. São eles:
a. Princípio da fili ção obrigatória e automática (art. 194, CF/1988): Todos 
os indivíduos com relação de emprego ou trabalho remunerado são, 
automática e obrigatoriamente, filiados à Previdência Social e obrigados 
a contribuir compulsoriamente, com desconto em folha de pagamento 
feito pelo empregador que, por sua vez, repassa os valores ao Estado. A 
exceção são os segurados facultativos, que contribuem voluntariamente.
1. Princípio da contributividade (art. 201, CF/1988, e art. 1°, 
Lei n. 8.212/91)
 é uma ordem de contribuição pecuniária para o custeio da Previdência 
Social, imposta aos trabalhadores e à sociedade, aliada à exigência de 
cumprimento de carência temporal para a aquisição do direito de gozo 
dos benefícios previdenciários.
16
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
FIGURA 10 - CONTRIBUIÇÃO
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
2. Exceção ao Princípio da Contributividade
exceção são os casos de acidente do trabalho, nos quais não há 
carência para recebimento do auxílio-doença. Quando o recolhimento 
fica a cargo do empregador, o não repasse do dinheiro aos cofres 
públicos não impede que o empregado receba os benefícios. Porém, 
quando o recolhimento é feito pelo próprio segurado, a falta de 
pagamento das contribuições prejudica o direito aos benefícios.
1. Princípio do equilíbrio fina ceiro e atuarial (art. 201, 
CF/1988, e art. 80, inciso VII, Lei n. 8.212/91)
impõe à Administração Pública responsabilidade na gestão do 
orçamento previdenciário, com harmonização entre receita e despesa 
para a garantia de uma boa e ininterrupta prestação de serviços aos 
segurados no longo prazo.
17
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
FIGURA 11 - EQUIDADE
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
2. Equilíbrio fina ceiro e atuarial
o equilíbrio nas contas é importante para o pagamento dos benefícios 
no curto prazo. O equilíbrio atuarial é importante para resguardar 
a capacidade financeira da Previdência ao longo dos anos, frente 
a variações entre receita e despesa, nem sempre previsíveis, como 
diminuição da arrecadação, crises financeiras, envelhecimento da 
população, endemias incapacitantes etc. 
O controle imediato da regularidade e legalidade na concessão e no repasse 
dos benefícios é feito por meio de perícias médicas periódicas. Aliado ao pa-
gamento do teto previdenciário máximo, são medidas que colaboram para o 
equilíbrio orçamentário da Previdência Social.
Há apenas duas exceções ao teto previdenciário: o salário-maternidade para se-
guradas empregadas e avulsas; e o acréscimo de 25% sobre a aposentadoria por 
invalidez, para os segurados que necessitam assistência permanente, a saber:
18
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
1. Princípio da universalidade de participação nos planos previdenciários 
mediante contribuição (art. 201, § 1°, CF, e art. 3°, a, Lei n. 8.213/91): este 
princípio ordena que todos, trabalhadores e empregados, sem distinção 
de nenhuma natureza, paguem contribuições sociais mensais como con-
dição para terem o direito de receber benefícios previdenciários em caso 
de impedimento laboral justificado. O órgão gestor da Previdência Social 
não pode impedir ou escolher quem contribui, nem pode se eximir de 
pagar os benefícios a que os segurados façam jus.
Brasileiros e estrangeiros com permissão de trabalho, e seus dependentes le-
gais, podem receber benefícios previdenciários desde que contribuam para a 
Previdência Social. Porém, pessoas em pobreza extrema, que não contribuem 
e nem têm vínculos previdenciários, podem receber um salário mínimo por 
mês a título de auxílio social do LOAS.
2. Princípio do valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do sa-
lário de contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado, não 
inferior ao do salário mínimo (art. 201, § 2º, CF/1988, e art. 3°, b, Lei n. 
8.213/91): os benefícios previdenciários têm caráter indenizatório ou subs-
titutivo da renda laboral. Os de caráter indenizatório ou complementar 
podem ser pagos em valor inferior ao salário mínimo, caso do salário 
família e do auxílio-acidente (arts. 65 e 86, Lei n. 8.213/91). Porém, os subs-
titutivos da renda não podem ser pagos em valor inferior ao salário míni-
mo, caso da aposentadoria por idade, por tempo de contribuição e espe-
cial, dos auxílios-doença e reclusão, do salário-maternidade e da pensão 
por morte.
3. Princípio do cálculo dos benefícios considerando-se os salários de con-
tribuição, corrigidos monetariamente (art. 201, §3°, CF, e art. 3°, c, Lei n. 
8.213/91): os benefícios previdenciários são calculados com base na média 
dos salários de contribuição dos segurados, atualizados pelo INPC.
4. Princípio da preservação do valor real dos benefícios (art. 201, §3°, 4°, CF, 
e art. 3°, d, Lei n. 8.213/91): por ordem deste princípio, a Previdência Social 
corrige o valor pago aos segurados a cada 12 meses, a fim de garantir o va-
lor real de compra que o benefício tinha no momento da concessão. 
19
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
FIGURA 12 - MERCADO
 
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
5. Princípio da previdência complementar facultativa, custeada por con-
tribuição adicional (art. 202, CF, e art. 3°, e, Lei n. 8.213/91): é dever da 
Previdência Social pagar benefícios que assegurem a sobrevivência dig-
na dos seus segurados, e não a renda, alta ou baixa, que tinham quando 
exerciam atividades laborativas. Para que os segurados aufiram renda 
equivalente aos das épocas de atividade laboral, a Constituição permite 
que, facultativamente, contratem e paguem unilateralmente uma previ-
dência privada. Esse custo pode ser dividido com os empregadores, mas 
a previdência privada, mesmo quando prevista em acordos coletivos do 
trabalho, não é incorporada aos contratos de trabalho.
2.5 REGIMES PREVIDENCIÁRIOS: MODELOS DE 
SEGURIDADE SOCIAL
A Constituição Federal prevê dois tipos previdenciários: o regime de repartição 
simples, lastreado na solidariedade contributiva obrigatória; e o regime de ca-
pitalização, complementar e facultativo.
 
20
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
FIGURA 13 - CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
a. O Regime Geral da Previdência Social (RGPS) é um sistema gerido pelo 
Instituto Nacional do Seguro Social que, por sua vez, segue as diretrizes 
políticas da Secretaria de Previdência (SPrev), do Ministério da Fazenda, 
para pagamento dos benefícios e aposentadorias aos segurados da Previ-
dência Social.
b. O Regime de Capitalização é regulamentado pela Superintendência 
Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), autarquia vinculada ao 
Ministério da Fazenda, que fiscaliza e supervisiona as entidades de previ-
dência complementar e os fundos de pensão, com o auxílio da Empre-
sa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (DATAPREV), que 
guarda e processa, em tempo real, os dados da Receita Federal, da saúde, 
das previdências social e privada e da assistência social.
Outros cinco órgãos colegiados ajudam orientando, desenvolvendo, projetan-
do e decidindo sobre as decisões previdenciárias, mas com norte na descentra-
lização sobre base quadripartite – Governo, empresas, trabalhadores e aposen-
tados. São eles: o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), o Conselho 
de Recursos da Previdência Social (CRPS), o Conselho Nacional de Previdência 
Complementar (CNPC), a Câmara de Recursos da Previdência Complementar 
(CRPC) e o Conselho Nacional dos Dirigentes de Regimes Próprios de Previ-
dência Social (CONAPREV).
É a Lei Complementar n. 109/2001 que regulamenta a Previdência Privada, 
definindo-a como facultativa,complementar e autônoma ao Regime Geral da 
Previdência Social, mantida pelos participantes e operada por instituições pri-
vadas com o objetivo de instituir e executar planos de benefícios previdenciá-
rios privados. 
21
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
Ou seja, os Fundos de Pensão são criados e administrados por Entidades Fecha-
das de Previdência Complementar (EFPCs), fundações privadas ou sociedades 
civis sem fins lucrativos (arts. 31 a 35 da LC 109), ou por Sociedades Anônimas, 
entidades abertas (art. 36 da LC 109), fiscalizadas pela Superintendência Nacio-
nal de Previdência Complementar (PREVIC), autarquia federal vinculada ao Mi-
nistério da Fazenda (Dec. n. 8.992/2017), com o objetivo de operar planos de 
benefício previdenciários privados para empresas, cooperativas ou associações, 
classistas ou setoriais, por meio de contribuições mensais ou pagamento único.
Em que pese o fato de ser comum, em outros países, no Brasil, a previdência 
privada não goza da confiança da população por ser um investimento de lon-
go prazo, caro para o padrão médio dos trabalhadores, mal fiscalizado pelo Po-
der Público e, por isso, com alto risco de prejuízos decorrentes de fraudes e má 
gestão, a exemplo do que ocorreu com os fundos Petros, Funcef, Postalis, Ser-
pros, CEDAE, Varig, Cia Docas, Montepio da Família Militar, Montevan, CORRFA, 
Interbrazil Seguradora, Interunion Capitalização, Internacional, entre outros.
CONCLUSÃO
Esta unidade fez uma análise dos princípios que fundamentam a Seguridade 
Social e explorou as diferenças entre ela, a Previdência Social e a Previdência 
Privada, com a finalidade de, por meio do conhecimento dos conceitos bási-
cos que regem esse institutos, servir de base a uma análise crítica do sistema 
securitário brasileiro, seu valor para a democracia e para os direitos sociais.
Conhecer e praticar os princípios e preceitos constitucionais e infraconstitu-
cionais expostos nesta unidade é também imprescindível para o exercício da 
hermenêutica. 
A Previdência Social influencia e integra, de forma direta e indireta, a vida da 
maior parte dos brasileiros, com impactos positivos na sociedade, por meio da 
concretização de ações e serviços sociais cujo norte é a garantia do mínimo 
existencial, o bem-estar e a justiça social. Todos devem conhecê-la.

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