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GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL 
PREVIDÊNCIA SOCIAL
Unidade 6 - Previdência social: 
confl itos e consensos
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
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UNIDADE 6
> Identificar a
assistência social.
> Identificar a saúde.
> Analisar as novas
discussões acerca do
tema.
> Analisar as
alterações acerca do
tema.
Todos os direitos reservados.
Prezado(a) aluno(a), este material de estudo é para seu uso pessoal, 
sendo vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua 
reprodução, venda, compartilhamento e distribuição.
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
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6 PREVIDÊNCIA SOCIAL: 
CONFLITOS E CONSENSOS. LEI 
ORGÂNICA DA PREVIDÊNCIA 
SOCIAL (LOPS). PROCESSO 
ADMINISTRATIVO. REGIME 
PREVIDENCIÁRIO DOS 
SERVIDORES PÚBLICOS. 
REFORMAS PREVIDENCIÁRIAS. 
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade abordará Assistência Social, seus objetivos, seus fundamentos, 
suas fontes de custeio, seus serviços e seus benefícios assistenciais; o históri-
co da saúde, suas características e seus princípios; o Sistema Único de Saúde 
(SUS); o processo administrativo previdenciário; o Regime previdenciário dos 
servidores públicos e a Previdência Complementar; as Reformas Previdenci-
árias na vigência da Constituição de 1988; e, por fim, a Lei Orgânica da Previ-
dência Social (LOPS).
Conhecer a estrutura da Seguridade Social, tanto para os trabalhadores da 
área privada, como para os servidores efetivos da União, do Distrito Federal, 
dos Estados e dos Municípios, suas autarquias e suas fundações, é impres-
cindível tanto para quem quer trabalhar na área previdenciária quanto para 
quem apenas precisará, um dia, pleitear direitos, benefícios e serviços de saú-
de, assistenciais ou previdenciários. Saber a quem, como, quando e onde re-
correr pode auxiliar muito no acesso aos serviços essenciais securitários.
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
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6.1 ASSISTÊNCIA SOCIAL: CONCEITO, OBJETIVOS E 
FUNDAMENTOS.
O conceito e princípios que regem a Assistência Social estão nos Arts. 203 e 
204 da Constituição Federal (CF) e na Lei n. 8.742, de 07 de dezembro de 1993, 
chamada Lei Orgânica da Assistência Social ou simplesmente LOAS.
FIGURA 1 - ASSISTÊNCIA SOCIAL
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Essas normas, baseadas na dignidade da pessoa humana, têm por norte políti-
ca públicas de assistência social para a erradicação da pobreza e da marginali-
zação; a redução das desigualdades sociais e regionais; e a garantia do mínimo 
vital para os hipossuficientes, pessoas socialmente vulneráveis por incapacida-
de laboral momentânea que, para sobreviverem dignamente e subir na escala 
social, precisam da ajuda do Estado. 
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
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 A Assistência Social está definida no Art. 1° da LOAS:
Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e 
dever do Estado, é Política de Seguridade Social 
não contributiva, que provê os mínimos sociais, 
realizada através de um conjunto integrado de 
ações de iniciativa pública e da sociedade, para 
garantir o atendimento às necessidades básicas. 
Têm direito à Assistência Social todos aqueles que não auferem o mínimo 
necessário para sobreviverem dignamente, ou seja, para garantir a si e a seus 
dependentes legais os direitos sociais básicos indicados no Art. 6° da Carta 
Magna: educação, saúde, alimentação, moradia, transporte e lazer.
1. Objetivo da Assistência Social: 
Tudo o que ultrapassa o mínimo vital deve ser alcançado por 
esforço próprio, pois o objetivo da Assistência Social é amparar 
apenas os hipossuficientes econômicos e os vulneráveis sociais, 
sem a necessidade de contraprestação em dinheiro, por meio de 
políticas públicas de proteção à família, à maternidade, à infância, 
à adolescência e à velhice; de integração dos desocupados no 
mercado de trabalho; de habilitação, reabilitação e integração à 
vida comunitária dos deficientes; além de garantir aos idosos e aos 
deficientes sem meios de prover a própria subsistência ou tê-la provida 
pela família, renda mensal equivalente a um salário mínimo. (Art. 203, I 
a V, CF)
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FIGURA 2 - ASSISTÊNCIA AOS HIPOSSUFICIENTES
Fonte: Platform Deduca (2019).
2. Universo de atuação
Como o Art. 203 da Constituição Federal não é exaustivo, a atuação da 
Assistência Social é muito abrangente: conflitos familiares; combate 
aos vícios e consequências, ao racismo; igualdade e não discriminação 
étnica, de gênero, de idade, de deficiência, de saúde mental; 
representações culturais; proteção dos costumes comunitários; 
segurança laboral, alimentar e nutricional; etc. 
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6.2 CUSTEIO, SERVIÇOS E BENEFÍCIOS.
Segundo o Art. 23, inciso XIV e XV, da Constituição Federal, há responsabili-
dade e dever concorrente entre União, Distrito Federal, estados e municípios, 
para legislar, implementar e ampliar políticas públicas assistenciais. (BRASIL, 
1988)
FIGURA 3 - AÇÕES GOVERNAMENTAIS
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
Segundo o Art. 204 c/c 195, Constituição Federal, as fontes de custeio das ações 
governamentais em Assistência Social são concursos de prognósticos, doa-
ções, tributos sobre a importação, folhas de salário, rendimentos e lucro das 
empresas etc. (BRASIL, 1988) Esses valores integram, segundo o Art. 28, Lei n. 
8.742/93, o Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), alimentado também 
por outras verbas: dinheiro da venda dos imóveis da extinta Fundação Legião 
Brasileira de Assistência, contribuições dos entes federados etc. (BRASIL, 1993)
FIGURA 4 - FONTES DE CUSTEIO
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Enquanto política social e prestadora de serviços sociais, a Assistência Social, 
nos termos da Lei n. 8.742/1993, subdivide-se em:
a. Serviços assistenciais (Art. 23): atividades contínuas para melhoria de 
vida da população de acordo com os objetivos, princípios e diretrizes es-
tabelecidas na LOAS.
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b. Programas de assistência social (Art. 24): “ações integradas e comple-
mentares com objetivos, tempo e área de abrangência definidos para 
qualificar, incentivar e melhorar os benefícios e os serviços assistenciais”. 
(BRASIL, 1993)
c. Projetos de enfrentamento da pobreza (Art. 25): investimentos econômico-
-sociais em grupos vulneráveis, com ajuda financeira e técnica para subsis-
tência e para melhoria da qualidade de vida, da capacidade produtiva e de 
gestão, aliando atenção, escalada social e preservação do meio-ambiente.
FIGURA 5 - ENFRENTAMENTO DA POBREZA
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
1. Benefício de Prestação Continuada
O benefício assistencial previsto na LOAS é direito personalíssimo, 
destinado a pessoas não seguradas da Previdência Social, em estado 
de miserabilidade, sem óbice para recebimento por mais de um 
integrante da mesma família, cessando com a morte ou com a 
mudança de status social do beneficiado, dividindo-se em:
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a) Benefício de Prestação Continuada da Assistência So-
cial (BPC) (Art. 20 e 21 Lei n. 8.742/1993)
Garante renda mensal de um salário mínimo a pessoas em estado 
de miserabilidade, subdividindo-se em: Benefício Assistencial ao 
Idoso, carentes com 65 anos ou mais; e Benefício Assistencial à 
Pessoa com Deficiência, carentes com deficiência física e mentais, 
independentemente da idade.
FIGURA 6 - BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
b) Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência
A deficiência, por si, não autoriza o direito ao benefício assistencial. 
Segundo o Art. 3º, IV, da Lei n. 13.146 de 2015, apenas os carentes com 
limitação física ou mental que obste o trabalho e a plena participação 
social, em igualdade de condição com as demais pessoas, têm direito 
a recebê-lo. (BRASIL, 2015)
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1. BenefíciosEventuais
Segundo o Art. 22 da Lei n. 8.742/1993 e o Decreto n. 6.307 de 2007, 
são auxílios temporários, suplementares à renda dos indivíduos e 
das famílias transitoriamente vulneráveis, como auxílios natalidade, 
funeral, calamidade, e a ajuda de 25% do salário mínimo para menores 
até 06 anos de idade, integrantes de família com renda mensal per 
capita de até ¼ do salário mínimo. (BRASIL, 1993; BRASIL, 2007)
FIGURA 7 - BENEFÍCIOS EVENTUAIS
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
2. Avaliação dos Benefícios Eventuais
A avaliação da carência se dá pelo critério do risco, “ameaça de sérios 
padecimentos, privação de bens e de segurança material, agravos 
sociais e ofensa, ou outras situações sociais que comprometam a 
sobrevivência”. (BRASIL, 2007).
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6.3 SAÚDE: HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS E 
PRINCÍPIOS.
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um plano de reforma sanitária, criado pela 
Constituição e regulamentado nas Leis n. 8.080/90 e n. 8.142/90, para promo-
ção, proteção e recuperação da saúde, por meio de ações e serviços em saú-
de prestados pelos entes federados, em parceria com a iniciativa privada por 
meio de convênios, sob a orientação e a fiscalização do Ministério da Saúde, 
para atenção integral a todas as pessoas no território nacional.
FIGURA 8 - ATENÇÃO INTEGRAL
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
No Brasil, ¼ da população, 58 milhões de brasileiros, recebe menos de um dólar/
dia, vivendo na miséria. Outros 44,8 milhões ganham até um salário mínimo. Ou 
seja, cerca de 103 milhões de brasileiros têm, no SUS, o único acesso a serviços 
de saúde, o que dá uma dimensão da sua importância social. (IBGE, 2019)
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
Como a “saúde é direito de todos e dever do Estado” – Art. 196, CF –, a atenção 
plena, universal e qualitativa, sem qualquer discriminação, inclusive de nacio-
nalidade e status social, independente de contraprestação pecuniária, é impo-
sitiva e garantista do pleno acesso a tratamentos (médico, dentário, psicológico 
etc.), exames, remédios etc. (BRASIL, 1988)
FIGURA 9 - SAÚDE – DIREITO DE TODOS
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
As atribuições do SUS são muito amplas e estão 
elencadas no Art. 200 da Constituição Federal, 
regulamentado pela Lei n. 8.080/1990.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, 
além de outras atribuições, nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e 
substâncias de interesse para a saúde e participar 
da produção de medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e 
epidemiológica, bem como as de saúde do 
trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na 
área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da 
execução das ações de saneamento básico;
V - incrementar, em sua área de atuação, o 
desenvolvimento científico e tecnológico 
e a inovação; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 85, de 2015)
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, 
compreendido o controle de seu teor nutricional, 
bem como bebidas e águas para consumo 
humano;
VII - participar do controle e fiscalização da 
produção, transporte, guarda e utilização de 
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e 
radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, 
nele compreendido o do trabalho. (BRASIL, 1990)
São pilares dessa imensa estrutura os seguintes princípios (Art. 198, CF):
1. Princípio da Universalidade do acesso e da igualdade 
na assistência
Todos têm direito ao atendimento no SUS, sem discriminação ou 
preconceito.
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
FIGURA 10 - UNIVERSALIDADE DO ACESSO
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
2. Princípio da Integralidade da assistência
Acesso a ações curativas e preventivas, individuais e coletivas, em todas 
as áreas da saúde. 
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
1. Informação e preservação da autonomia individual
O SUS deve dar informações completas sobre os serviços de saúde e 
como usá-los; e os profissionais de saúde devem informar os pacientes 
sobre a sua saúde, para que possam escolher aceitar ou recusar 
recomendações médicas e defender, plena e conscientemente, a sua 
integridade física e moral.
FIGURA 11 - INFORMAÇÃO E AUTONOMIA INDIVIDUAL
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
2. Diretrizes epidemiológicas
É o uso de dados epidemiológicos como orientação para, 
programaticamente, alocar recursos e definir prioridades em práticas 
de saúde.
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
1. Participação e descentralização. 
a) Participação comunitária: o povo deve opinar sobre decisões 
estatais.
b) Descentralização administrativa: a atenção deve ser regionalizada e 
hierarquizada, sob direção única nas diferentes esferas governamentais.
FIGURA 12 - DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
2. Integração e Otimização. 
a) Integração das ações públicas: coesão entre políticas públicas de 
saúde, meio ambiente e saneamento básico.
b) Otimizar gestão, decisões administrativas e serviços: reunir capital 
humano, financeiro e tecnológico dos entes federados para melhorar 
a gestão em saúde em todos os níveis de assistência e organizar 
trabalhos e políticas públicas, evitando duplicidade de meios para 
idênticos fins.
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
Segundo o Art. 199, da Constituição Federal, para regulamentar, organizar e 
fiscalizar a participação complementar da iniciativa privada na área da saúde, 
foi criada a autarquia federal Agência Nacional de Saúde (ANS), sendo proibi-
do, entretanto, destinar recursos públicos para instituições privadas com fins 
lucrativos. (BRASIL, 1988) Também é proibida a participação direta ou indireta 
de empresas ou capital estrangeiro na assistência à saúde, exceto na condição 
controladoras de empreendimentos de assistência à saúde, caso da United 
Health Group Incorporated que, em 2012, adquiriu a Amil Participações S.A., 
maior operadora de planos de saúde brasileira.
FIGURA 13 - ATENÇÃO INTEGRAL
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Como as pessoas têm responsabilidade compartilhada com Poder Público so-
bre a saúde, própria e da família, é dever de todos evitar a doença e a autome-
dicação; acatar o calendário de vacinação pública; cuidar da higiene pessoal e 
da casa; descartar adequadamente o lixo; limpar quintais e terraços; não deixar 
água parada no ambiente doméstico; manter animais limpos e vacinados; não 
dirigir alcoolizado; comparecer às consultas nas unidades de saúde ou des-
marcar antecipadamente; seguir corretamente os tratamentos médicos; etc.
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
6.4 PROCESSO ADMINISTRATIVO: COMPETÊNCIA 
PARA AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS E PRÉVIO 
INGRESSO NA VIA ADMINISTRATIVA.
Segundo o Art. 37 da Constituição Federal O Instituto Nacional da Seguridade 
Social (INSS) integra a administração pública e está adstrito ao princípio da le-
galidade, o que confere presunção de veracidade aos seus atos (BRAIL, 1988), 
e total credibilidade aos dados do Cadastro Nacional de Informações Sociais 
(CNIS), que provam a filiação ao Órgão, os vínculos laborais, as remunerações, 
o tempo e os salários de contribuição.
Em caso de divergência nesses dados, cabe ao 
segurado prová-las, nos termos do Art. 682 da IN – 
INSS/PRES n. 77:
Art. 682. A comprovação dos dados divergentes, 
extemporâneos ou não constantes no CNIS cabe 
ao requerente.
§ 1º Nos casos de dados divergentes ou 
extemporâneos no CNIS cabe ao INSS emitir carta 
de exigências na forma do § 1º do art. 678.
§ 2º Quando os documentos apresentados não 
forem suficientes para o acerto do CNIS, mas 
constituírem início de prova material, o INSS 
deverá realizar as diligências cabíveis, tais como:
I - consulta aos bancos de dados colocados à 
disposição do INSS;
II - emissão de ofício a empresas ou órgãos;
III - pesquisa externa; e
IV - justificaçãoadministrativa.
O processo administrativo federal é regulamentado pela Lei n. 9.784/99 e, no 
âmbito do INSS, também pela Instrução Normativa (IN) – NSS/PRES n. 77, de 21 
de janeiro de 2015, publicada no Diário Oficial da União em 22 de janeiro 2015.
O Diagrama 1 representa a estrutura processual administrativa do INSS.
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
DIAGRAMA 1 - ESTRUTURA PROCESSUAL ADMINISTRATIVA DO INSS
Estrutura
administrativa
INSS
Proc. Administrativo
Junta
de recursos
Indefere Defere
Câmera de julgamento
Indefere Defere
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
O procedimento administrativo previdenciário pode ser impulsionado por pro-
vocação do interessado ou de ofício pelo próprio INSS (Art. 2°, XII, § único c/c 
Arts. 5° e 29, Lei n. 9.784/99), cabendo ao Órgão resguardar os direitos subjeti-
vos dos segurados, dependentes e representantes legais, informando os requi-
sitos necessários para a obtenção de benefícios ou de serviços mais vantajosos; 
a documentação necessária para instrução do procedimento administrativo; 
os prazos; os recursos; etc. A intermediação de terceiros, como advogados, na 
via administrativa previdenciária, fica a critério do segurado, dos beneficiários 
ou de terceiros interessados.
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
FIGURA 14 - PROCESSO ADMINISTRATIVO
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Como o acesso à justiça é um direito constitucional fundamental, a via admi-
nistrativa não precisa ser exaurida. O interessado pode impetrar ação judicial a 
qualquer tempo, conforme decisão plenária do Supremo Tribunal Federal, no 
RE n. 631.240, julgado em 03 de setembro de 2014, em decisão plenária.
Pelo fato de o INSS ser uma autarquia federal, segundo o Art. 109 da Constitui-
ção Federal, a competência geral, para as ações previdenciárias, é da Justiça 
Federal (BRASIL, 1988). Mas há exceções como ações sobre concessão e revisão 
de benefícios decorrentes de acidente do trabalho, cuja competência é da jus-
tiça estadual (Art. 109, I, CF c/c Art.129, II, Lei n. 8.213/9l, e Súmula n. 15, STJ). Já 
as ações indenizatórias decorrentes de acidente de trabalho em face do em-
pregador, por incapacidade ou morte, pela natureza de responsabilidade civil, 
são de competência da Justiça Trabalhista, a partir da Emenda Constitucional 
n. 45/2004. 
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
Neste sentido, a Súmula Vinculante 22, do STF:
A Justiça do Trabalho é competente para processar 
e julgar as ações de indenização por danos morais e 
patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho 
propostas por empregado contra empregador, 
inclusive aquelas que ainda não possuíam 
sentença de mérito em primeiro grau quando 
da promulgação da Emenda Constitucional 
n. 45/2004. (STF, DJE de 11-12-2009)
Nas comarcas onde não há varas federais, por competência delegada, os pro-
cessos são julgados em primeira instância estadual e em grau recursal na Jus-
tiça Federal.
6.5 REGIME PREVIDENCIÁRIO DOS SERVIDORES 
PÚBLICOS E PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR.
Os servidores públicos efetivos da União, Estados e Municípios, suas autar-
quias e fundações, têm um Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) es-
tatutário, de caráter contributivo e solidário, baseado no equilíbrio financeiro 
e atuarial, segundo Art. 40, caput, da Constituição Federal, Lei n. 9.717/1998. 
(BRASIL, 1988)
FIGURA 15 - CARÁTER CONTRIBUTIVO
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
O cálculo das aposentadorias é feito pela média aritmética simples de 80% 
(oitenta por cento) das maiores remunerações de todo o período contributivo, 
proporcional ao tempo de contribuição, com proventos não inferiores ao sa-
lário mínimo e não superiores à remuneração do cargo efetivo ocupado pelo 
servidor quando do pedido de aposentadoria, que pode se dar por invalidez 
permanente e com proventos proporcionais ao tempo de contribuição; com-
pulsoriamente aos 70 ou 75 anos, com proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição; e voluntariamente, cumpridos dez anos de efetivo exercício no 
serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, 
aos 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55 de idade e 30 de 
contribuição, se mulher, ou 65 anos, se homem, e 60, se mulher, com pro-
ventos proporcionais ao tempo de contribuição. Para professores com efetivo 
exercício do magistério infantil, fundamental ou médio, o tempo é diminuído 
em 05 anos, segundo Art. 40, § 1°, incisos I a III, “a” e “b”, e § 5°.
Em 2012, por meio da Lei n. 12.618, Art. 1º, foi criado o Regime de Previdência 
Complementar (RPC), para garantir benefícios previdenciários complementa-
res aos “servidores públicos titulares de cargo efetivo da União, suas autarquias 
e fundações, inclusive para os membros do Poder Judiciário, do Ministério Pú-
blico da União e do Tribunal de Contas da União”. Para administrá-lo e exe-
cutar os planos de benefícios foi criada, por meio do Decreto n. 7.808/2012, a 
Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (FUN-
PRESP), entidade fechada de Previdência Complementar.
FIGURA 16 - PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR PRIVADA
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
Entretanto, há uma impropriedade no Art. 1° da Lei 13.183/2015, pois ela impõe 
ao servidor público a adesão à previdência complementar que, por previsão 
constitucional, é opcional.
Lazzari e Castro veem essa incongruência da 
seguinte forma:
A premissa básica do regime de previdência 
complementar é a adesão facultativa (CF, art. 202, 
caput), devendo ser interpretada esta como sendo 
a manifestação expressa do servidor que, tenha ou 
não ingressado após o funcionamento do “fundo 
de pensão”, venha a concordar em participar do 
referido sistema. É dizer, não há escolha, por parte do 
servidor, quanto à vinculação ao RPPS e aos valores-
limite pagos por este, para aqueles que ingressam 
após a implantação dos planos de previdência 
complementar (LAZZARI; CASTRO, 2017)
A Federação Nacional das Associações de Oficiais de Justiça Avaliadores Fe-
derais (FENASSOJAF) e a Associação Nacional dos Agentes de Segurança do 
Poder Judiciário da União (AGEPOLJUS) impetraram a Ação Direita de Incons-
titucionalidade (ADI 4863), processo n. 9966788-06.2012.1.00.0000, questio-
nando a inconstitucionalidade da adesão compulsória dos servidores públicos 
à Previdência Complementar, mas esse processo ainda está em trâmite e não 
há sentença.
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
6.6 REFORMAS PREVIDENCIÁRIAS. 
Desde 1988, por Emendas Constitucionais (EC), os legisladores alteraram as 
regras previdenciárias seis vezes:
FIGURA 17 - EMENDAS CONSTITUCIONAIS
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
a. EC 03/93: estabeleceu a contribuição da União e seus servidores para o 
custeio das aposentadorias e pensões.
b. EC 20/98: mudou idades mínimas e o tempo de contribuição para apo-
sentadoria, com pedágio de 40% para o tempo de contribuição propor-
cional: 48 anos de idade e 30 de contribuição para mulheres, e 53 anos de 
idade e 35 de contribuição para homens, com redução de 05 anos para 
professores do ensino fundamental ao médio. Instituiu paridade entre 
vencimentos dos servidores na ativa e aposentadorias e acabou com o 
tempo fictício de contribuição.
c. EC 41/2003: estabeleceu o cálculo pela média de todas as remunerações 
fixando um teto máximo para aposentadorias e pensões, na área pública, 
e contribuição para as já deferidas superiores ao teto.
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
d. EC 47/2005: estabeleceu critérios diferenciados para a aposentadoria de 
deficientes e trabalhadores em atividades de risco ou prejudiciais à saúde 
e criou a figura do contribuinte de baixa renda com alíquotas diferencia-
das para aposentadoria no valor de um salário mínimo.
e. EC 70/2012: determinou a revisão do cálculo das aposentadorias por inva-
lidez, que passaram a ser calculadas pela média das contribuições.f. EC 88/2015: mudou de 70 para 75 a idade da aposentadoria compulsória 
dos servidores.
FIGURA 18 - APOSENTADORIA
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Agora, em 2019, está tramitando, no Congresso Nacional, mais uma alteração 
constitucional para mudanças no Sistema de Seguridade Nacional.
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SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
6.7 LEI ORGÂNICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
(LOPS). 
A Lei n. 3.807/1960, que dispõe sobre a Lei Orgânica da Previdência Social 
(LOPS), unificou e harmonizou a legislação aplicada aos Institutos de Apo-
sentadoria e Pensões (IAP), criou o Serviço de Alimentação da Previdência 
Social (SAPS) e a estrutura da Previdência Social, dando-lhes o status de órgão 
de administração, ao lado do Departamento Nacional da Previdência Social 
(DNPS), do Conselho Superior da Providência Social (CSPS) e do Serviço Atu-
arial (SA).
Em 1966, o Decreto-Lei n. 72 unificou os institutos de pensão IAPM, IAPC, IAPB, 
IAPI, IAPETEL, IAPTEC e criou Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), 
unificando as ações previdenciárias para os trabalhadores do setor privado, 
excetuando os trabalhadores rurais e os domésticos.
Na década de 1970, houve uma expansão da cobertura previdenciária por 
meio de legislação esparsa, com concentração de recursos nos órgãos previ-
denciários federais e ampliação de direitos para várias categorias profissionais: 
empregados domésticos, em 1972; trabalhadores autônomos em caráter com-
pulsório, em 1973; amparo previdenciário assistencial para carentes maiores 
de 70 anos e inválidos não segurados, em 1974; e inclusão na previdência e 
assistência social para empregados rurais, em 1976.
As muitas normas esparsas da Previdência Social foram, à época, compiladas 
no Decreto n. 77.077/76, revogado pelo Decreto n. 31.982/84, também revogado 
e substituído pelo Decreto n. 3048/99, vigente, que aprovou o Regulamento da 
Previdência Social.
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GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
FIGURA 19 - REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA
 
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Em 1977, a Lei n. 6.439 instituiu o Sistema Nacional de Previdência e Assistência 
Social (SINPAS), para integrar as funções de concessão e manutenção de be-
nefícios e de prestação de serviços; de custeio de atividades e programas; e de 
gestão administrativa, financeira e patrimonial, sob orientação, coordenação e 
controle do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) (Art. 1°, I a II). 
Esta norma manteve o custeio e o regime de benefícios a cargo do Instituto 
Nacional de Previdência Social (INPS), do Fundo de Assistência ao Trabalhador 
Rural (FUNRURAL) e do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores 
do Estado (IPASE), de acordo com a categoria profissional dos contribuintes 
(Art. 2°), e criou as autarquias – Instituto Nacional de Assistência Médica da 
Previdência Social (INAMPS) e Instituto de Administração Financeira da Previ-
dência e Assistência Social (IAPAS0) , vinculadas ao MPAS (Art. 3°, I e II).
Por fim, a Constituição de 1988 inovou e criou o conceito de Seguridade Social, en-
globando as áreas da Saúde, Assistência e Previdência Social (Art. 194 e seguintes).
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GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
CONCLUSÃO
Nesta unidade você conheceu as regras que regem a Assistência Social, seus 
objetivos, fontes de custeio, serviços e benefícios direcionados à atenção so-
cial dos hipossuficientes sociais, a fim de ajudá-los a deixar o estado de po-
breza extrema, ou seja, de miserabilidade, caracterizado pela total carência 
e vulnerabilidade por falta do mínimo vital, e galgar um degrau na escalada 
social para a situação de pobreza.
Aprendeu sobre o processo administrativo e suas etapas, como pode e deve 
ser impulsionado pelos segurados e pela própria administração pública, assim 
como sobre a desnecessidade de exaurir a via administrativa para pleitos pre-
videnciárias na via judicial.
Conheceu o regime previdenciário especial dos servidores públicos estatutá-
rios, de caráter contributivo e solidário. E, finalmente, analisou a Lei Orgânica 
da Previdência Social – LOPS e a sua evolução no tempo.
O conhecimento adquirido nesta unidade é imprescindível, pois integra os 
direitos fundamentais do cidadão e está afeto diretamente à dignidade da 
pessoa humana, pilar da República Federativa do Brasil.

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