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raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 Sumário 1. Res. 809/ 2020 – CRV e CLA (CRLV) digital 9 1.1. CRLV-e ................................................................................................. 9 1.1.1. Obrigatoriedade de Expedição ....................................................... 9 1.1.2. Campos e Leiaute ......................................................................... 10 1.1.3. Porte do Documento ..................................................................... 10 1.1.4. CRV Físico .................................................................................... 11 1.2. Autorização para Transferência de Propriedade do Veículo em Meio Digital (ATPV-E) ............................................................................................ 11 1.2.1. Campos ........................................................................................ 11 1.2.2. Disponibilização ............................................................................ 12 1.2.3. Cancelamento............................................................................... 12 1.2.4. Assinatura Eletrônica .................................................................... 12 1.2.5. Impressão ..................................................................................... 13 1.3. Comunicação de venda do veículo ...................................................... 13 1.3.1. Comunicação de venda por meio eletrônico ................................. 13 2. Res. 810/ 2020 – Classificação de danos, alterada pela 851 16 2.1. Conceito .............................................................................................. 16 2.2. Abrangência ........................................................................................ 16 2.3. Competência ....................................................................................... 16 2.4. Danos não descritos em veículos indenizados integralmente ............. 16 2.5. Comunicação de acidente sem vítimas ............................................... 17 2.6. Registro dos danos ............................................................................. 17 2.7. Danos não avaliados ........................................................................... 17 2.8. Imagens .............................................................................................. 17 2.9. Comunicação ao DETRAN .................................................................. 18 2.10. Restrição Administrativa ............................................................... 18 2.11. Efeitos ........................................................................................... 18 2.12. Notificação .................................................................................... 19 2.13. Dano de Média Monta e Regularização ........................................ 19 2.13.1. Efeitos do Desbloqueio .............................................................. 19 2.13.2. Veículo com DMM não Recuperado .......................................... 20 raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 2.14. Dano de Grande Monta ................................................................ 20 2.15. Reenquadramento do Dano .......................................................... 20 2.15.1. Itens não avaliados – caso especial ........................................... 21 2.15.2. Julgamento e Reavaliação ........................................................ 21 2.15.3. Deferimento do Recurso ............................................................ 21 2.15.4. Prazo para julgamento .............................................................. 22 2.15.5. Transferência de propriedade ................................................... 22 2.16. Cálculo dos danos ........................................................................ 23 2.16.1. Automóveis e camionetas, caminhonetes e utilitários com estrutura em monobloco; motocicletas, motonetas, ciclomotores, triciclos e quadriciclos ................................................................................................ 24 2.16.2. Reboques e semirreboques, para camionetas, caminhonetes e utilitários com estrutura em chassis, para caminhões e caminhões-trator e para ônibus e micro-ônibus ........................................................................ 26 3. Res. 819/2021 – Crianças 29 3.1. Disposições iniciais e exigibilidade ..................................................... 29 3.2. Dispositivos de retenção ..................................................................... 29 3.3. Exceções ............................................................................................. 31 3.3.1. Exceção para o sistema de retenção ............................................ 31 3.3.2. Exceção quanto ao uso do banco de trás ..................................... 32 3.4. Prescrições dos Fabricantes ............................................................... 34 3.5. Infração ............................................................................................... 34 4. Res. 870/2021 – PNATRANs 37 4.1. Pilares ................................................................................................. 37 4.2. Sistema Seguro de Visão Zero ............................................................ 37 4.2.1. Princípios ...................................................................................... 38 4.3. Ações .................................................................................................. 39 4.4. Introdução ........................................................................................... 40 4.5. Metas e propostas ............................................................................... 40 4.6. Execução ............................................................................................ 42 4.7. Coordenação ....................................................................................... 42 4.8. SENATRAN ......................................................................................... 42 4.9. Revisão do Plano ................................................................................ 42 4.10. Exemplos de Ações da PRF ......................................................... 42 4.10.1. Pilar 1: Gestão da Segurança no Trânsito ................................. 44 raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 4.10.2. Pilar 2: Vias Seguras ................................................................. 44 4.10.3. Pilar 3: Segurança Veicular ....................................................... 44 4.10.4. Pilar 4: Educação para o Trânsito ............................................. 45 4.10.5. Pilar 5: Atendimento às Vítimas ................................................. 45 4.10.6. Pilar 6: Normatização e Fiscalização ......................................... 46 5. Res. 871/2021 - Campanha Educativa de Trânsito de 2022 48 6. Res. 882/2021 - Pesos, Dimensões, AET 50 6.1. Disposições preliminares .................................................................... 51 6.2. Conceitos e definições ........................................................................ 51 6.3. Limites de dimensões e pesos ............................................................ 55 6.3.1. Dimensões autorizadas ................................................................ 56 6.3.2. Comprimento do balanço traseiro ................................................. 59 6.3.3. PBT, PBTC e Peso por Eixo autorizados ...................................... 60 6.3.4. Eixos em tandem .......................................................................... 66 6.3.5. Registro e licenciamento .............................................................. 67 6.3.6. AET ...............................................................................................67 6.4. Excepcionalidades .............................................................................. 68 6.4.1. Dos veículos em circulação com peso por eixo excedente ........... 68 6.4.2. Dos veículos em circulação com dimensões e balanço traseiro excedente .................................................................................................. 69 6.4.3. Autorização específica para veículos ou combinações de veículos com percentual de Tolerância de Peso nos Limites de PBT e PBTC ........ 69 6.4.4. Concessão de AET para as CVC com PBTC de até 74 t e comprimento inferior a 25 m ...................................................................... 70 6.5. Autorização Especial de Trânsito ........................................................ 71 6.5.1. Competência ................................................................................ 71 6.5.2. Veículos bélicos ............................................................................ 71 6.5.3. Requisitos ..................................................................................... 71 6.5.4. Tração .......................................................................................... 73 6.5.5. Medidas complementares ............................................................. 73 6.5.6. Objeto ........................................................................................... 73 6.5.7. Dispensa ....................................................................................... 73 6.5.8. Restrições ao tráfego .................................................................... 73 6.5.9. Requerimento ............................................................................... 74 raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 6.5.10. Conteúdo ................................................................................... 75 6.5.11. Responsabilidade civil ............................................................... 75 6.5.12. Sinalização ................................................................................ 75 6.6. Novas composições ............................................................................ 78 6.7. Trânsito de Composições de Veículos de Carga remontadas (CVR) .. 78 6.8. Dimensões e Pesos para Veículos em Circulação em Viagem Internacional pelo Território Nacional............................................................ 79 6.9. Ônibus articulados e biarticulados ...................................................... 80 6.9.1. Requisitos ..................................................................................... 80 6.9.2. Dispensa ....................................................................................... 81 6.9.3. Restrições ao trânsito ................................................................... 81 6.10. Inscrições e Fiscalização das Inscrições dos Dados Técnicos ..... 81 6.10.1. Conflito com a AET ou AE ......................................................... 83 6.10.2. Responsabilidade ...................................................................... 83 6.10.3. Forma de aplicação ................................................................... 83 6.10.4. Locais de aplicação ................................................................... 83 6.10.5. Conteúdo das inscrições ........................................................... 84 6.10.6. Instalação de complemento ....................................................... 85 6.10.7. Adaptação de veículos em circulação ....................................... 85 6.11. Formas e Tolerâncias para a Fiscalização ................................... 86 6.11.1. Fiscalização por balança ........................................................... 86 6.11.2. Fiscalização por Nota Fiscal ...................................................... 87 6.11.3. Responsabilidade ...................................................................... 87 6.11.4. Excesso por eixo ....................................................................... 88 6.11.5. Excesso de PBT ou PBTC ......................................................... 88 6.12. Medida administrativa ................................................................... 88 6.12.1. Dispensa do transbordo ............................................................ 88 6.13. Cálculo da multa por excesso de peso ......................................... 89 6.14. Cálculo da multa por excesso de CMT ......................................... 90 6.15. Indicações de Infrações ao CTB ................................................... 90 7. Res. 886/2021 - CNH 95 7.1. Especificações .................................................................................... 95 7.1.1. Dados ........................................................................................... 96 7.1.2. Restrições médicas e outras informações .................................... 96 raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 7.1.3. QR Code ....................................................................................... 97 7.1.4. PPD e ACC ................................................................................... 98 7.2. Numeração .......................................................................................... 98 7.3. Expedição ........................................................................................... 99 7.3.1. Eletrônica ...................................................................................... 99 7.3.2. Física ............................................................................................ 99 7.3.3. Hipóteses ...................................................................................... 99 7.3.4. Banco de imagens ...................................................................... 100 8. RES. 916/2022 – MODIFICAÇÕES VEICULARES 102 8.1. Concessão de Código de Marca/ Modelo/ Versão ............................ 102 8.2. Modificações de veículos .................................................................. 102 8.2.1. Requisitos ................................................................................... 102 8.2.2. Regularização da modificação .................................................... 103 8.3. Disposições Específicas para Registro e Modificação de Veículos ... 103 8.3.1. Motor a diesel ............................................................................. 103 8.3.2. Alteração na suspensão ............................................................. 103 8.3.3. Uso de GNV ................................................................................ 105 8.3.4. Proibições ................................................................................... 106 8.3.5. Extensão dos para-lamas ........................................................... 107 8.3.6. Inclusão de Quarto Eixo.............................................................. 108 8.3.7. Inclusão ou modificação de eixo ................................................. 109 8.3.8. Complementação de veículo....................................................... 109 8.3.9. Alterações de cor ........................................................................ 109 8.3.10. Substituição de equipamentos ................................................ 110 8.4. Infrações ........................................................................................... 111 9. RES. 925/2022, EXCETO AS FICHAS – MBFT 113 9.1. Abreviaturas e siglas ......................................................................... 113 9.2. Introdução ......................................................................................... 114 9.3. Agente da Autoridade de Trânsito ..................................................... 114 9.4. Infração de Trânsito ..........................................................................117 9.5. Responsabilidade pela Infração ........................................................ 117 9.5.1. Proprietário ................................................................................. 118 9.5.2. Condutor ..................................................................................... 118 9.5.3. Embarcador ................................................................................ 118 raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 9.5.4. Transportador ............................................................................. 118 9.5.5. Embarcador e Transportador ...................................................... 118 9.5.6. Pessoa Física ou Jurídica expressamente mencionada no CTB 119 9.6. Autuação ........................................................................................... 119 9.6.1. Infrações concorrentes e concomitantes .................................... 121 9.6.2. Estacionamento irregular – caso específico ................................ 122 9.6.3. Abordagem ................................................................................. 122 9.6.4. Combinações de veículos ........................................................... 122 9.7. Medidas Administrativas ................................................................... 123 9.7.1. Competência .............................................................................. 123 9.7.2. Retenção do Veículo ................................................................... 123 9.7.3. Remoção do Veículo ................................................................... 125 9.7.4. Recolhimento do Documento de Habilitação .............................. 126 9.7.5. Recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual (CLA/CRLV) ............................................................................................. 126 9.8. Habilitação ........................................................................................ 127 9.8.1. Condutor oriundo de país Estrangeiro ........................................ 127 9.9. Disposições Finais ............................................................................ 128 raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 Res. 809/2020 raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 9 1. RES. 809/ 2020 – CRV E CLA (CRLV) DIGITAL A Resolução nº 809/2020 do CONTRAN dispõe sobre os requisitos para emissão do Certificado de Registro de Veículo (CRV), do Certificado de Licenciamento Anual (CLA) e do comprovante de transferência de propriedade em meio digital. Fica instituído o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo em meio digita l(CRLV-e), expedido na forma estabelecida pelo órgão máximo executivo de trânsito da União - SENATRAN, que conterá, vinculados em um único documento, o Certificado de Registro de Veículo (CRV) e o Certificado de Licenciamento Anual (CLA), conforme disposto nos arts. 121 e 131 do CTB: Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certificado de Registro de Veículo - CRV de acordo com os modelos e especificações estabelecidos pelo CONTRAN, contendo as características e condições de invulnerabilidade à falsificação e à adulteração. Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será expedido ao veículo licenciado, vinculado ao Certificado de Registro de Veículo, em meio físico e/ou digital, à escolha do proprietário, de acordo com o modelo e com as especificações estabelecidos pelo Contran. 1.1. CRLV-e 1.1.1. Obrigatoriedade de Expedição O CRLV-e será expedido obrigatoriamente: no registro do veículo; no licenciamento anual do veículo; na transferência de propriedade; na mudança de Município de domicílio ou de Município de residência do proprietário; na alteração de qualquer característica do veículo; na mudança de categoria; no caso de segunda via dos documentos emitidos com base na Resolução CONTRAN nº 16,de 06 de fevereiro de 1998, com a alteração dada pela Resolução CONTRAN nº 775, de 28 de março de 2019; no caso de remarcação de chassi; nos casos previstos em regulamentos complementares onde seja necessária a emissão de um CRV. o Um exemplo deste caso é o previsto pela R810, quando o veículo sofre um dano de média monta, é regularizado perante o órgão de trânsito e precisa da expedição de um novo CRV. O CRLV-e somente será expedido após a quitação dos débitos relativos a tributos, encargos e multas de trânsito e ambientais, vinculados ao veículo, bem como o pagamento do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestres (Seguro DPVAT). raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 10 A existência de restrições administrativas ou judiciais que restrinjam a circulação do veículo impede a expedição do CRLV-e. 1.1.2. Campos e Leiaute Os campos e leiaute do CRLV-e foram definidos no Anexo I da Resolução, e se referem às principais informações sobre o veículo e sua propriedade. A SENATRAN poderá estabelecer outras informações a serem agregadas ao CRLV-e. Veja parte do modelo do CRLVe: A inclusão do QR Code como requisito de segurança do CRLV-e é uma das maiores mudanças em relação ao documento físico: Art. 7º O órgão máximo executivo de trânsito da União disponibilizará sistema eletrônico para validação do CRLV-e, ou sua versão impressa, por meio da leitura do código de barras bidimensionais dinâmico (Quick Response Code - QRCode) inserido no documento. Parágrafo único. O QRCode será gerado a partir de algoritmo específico, de propriedade do órgão máximo executivo de trânsito da União, composto pelos dados individuais do veículo obtidos por meio do Registro Nacional de Veículos Automotores (RENAVAM). 1.1.3. Porte do Documento raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 11 O CRLV-e, em sua versão digital (diretamente pelo celular), ou impressa, é documento suficiente para fim de cumprimento do que dispõe o caput do art. 133 do CTB: Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de Licenciamento Anual. Para fins de fiscalização, o CRLV-e pode ser apresentado: na versão digital por meio dos aplicativos oficiais do Governo Federal na versão impressa em papel A4 branco comum. A expedição do CRLV-e dispensa a obrigatoriedade da versão impressa. 1.1.4. CRV Físico A R817 REVOGOU o artigo da R809 que proibia a expedição física do CRV. Assim, caso o proprietário faça a opção pela expedição do documento em meio físico, o CRLV-e será impresso em papel A4 comum branco, no modelo do Anexo. 1.2. Autorização para Transferência de Propriedade do Veículo em Meio Digital (ATPV-E) Fica instituída a Autorização para Transferência de Propriedade do Veículo em meio digital (ATPV-e), expedida na forma estabelecida pelo órgão máximo executivo de trânsito da União, que constitui o comprovante de transferência de propriedade de que trata o inciso III do art. 124 do CTB. Art. 124. Para a expedição do novo Certificado de Registro de Veículo serão exigidos os seguintes documentos: III - comprovante de transferência de propriedade, quando for o caso, conforme modelo e normas estabelecidas pelo CONTRAN; No padrão anterior, esse documento era conhecido como DUT (Documento Único de Transferência, que também era uma Autorização para Transferência de Propriedade de Veículo), localizado fisicamente no verso do CRV. Esse DUT era preenchido pelo proprietário do veículo e comprador quando fosse realizada a transferência da propriedade do veículo. No novo modelo da R809, o DUT foi substituído por um documento chamado Autorização para Transferência de Propriedade do Veículo em meio digital (ATPV-e), expedida na forma estabelecida pelo DENATRAN: Art. 11. A ATPV-e é o documento gerado pelo órgão máximo executivo de trânsito da União em queo antigo e o novo proprietário, respectivamente, vendedor e comprador, declaram estar de acordo com a transferência da propriedade do veículo, nos termos das informações constantes no documento, responsabilizando-se pela veracidade das informações ali declaradas. 1.2.1. Campos A ATPV-e conterá: raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 12 os dados identificadores o do proprietário do veículo, o do veículo e o do comprador; código de barras bidimensionais dinâmico (QRCode) gerado pelos sistemas do DENATRAN; assinaturas autenticadas das partes envolvidas. 1.2.2. Disponibilização A ATPV-e somente será disponibilizada aos veículos que forem registrados após a sua vigência (04/01/2021), salvo: X quando houver expedição de segunda via dos documentos de licenciamento; ou X mediante requerimento do proprietário do veículo, observados os requisitos estabelecidos pelo DETRAN responsável pelo registro do veículo. A ATPV-e deverá ser disponibilizada por meio dos canais de atendimento dos DETRANs, podendo a SENATRAN instituir outros canais de atendimento para disponibilização da ATPV-e. 1.2.3. Cancelamento Quando houver a necessidade de cancelamento da ATPV-e que tenha sido expedida, o DETRAN responsável pelo registro do veículo poderá estabelecer os requisitos necessários para emissão de uma nova ATPV-e. 1.2.4. Assinatura Eletrônica Quando ambos, proprietário vendedor e comprador, possuírem os requisitos necessários para assinatura eletrônica da ATPV-e, o preenchimento e a assinatura poderão ocorrer nos sistemas do órgão máximo executivo de trânsito da União ou dos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal que disponibilizarem essa funcionalidade. Os órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal poderão estabelecer outros meios para autenticar a identificação do vendedor e do comprador em conformidade com a legislação em vigor para validação jurídica. No caso de ser usada assinatura eletrônica, ela própria já caracterizará a comunicação de venda eletrônica do veículo para efeitos do art. 134 do CTB: Art. 134 Os órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal poderão estabelecer outros meios para autenticar a identificação do vendedor e do comprador em conformidade com a legislação em vigor para validação jurídica. raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 13 1.2.5. Impressão Na versão impressa, assim como ocorre com o DUT, a ATPV-e deverá ser assinada e conter o reconhecimento de firma do vendedor e do comprador por autenticidade. 1.3. Comunicação de venda do veículo O encaminhamento do comprovante de transferência de propriedade aos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal corresponde à comunicação de venda de veículo, nos termos do CTB: Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certificado de Registro de Veículo quando: § 1º No caso de transferência de propriedade, o prazo para o proprietário adotar as providências necessárias à efetivação da expedição do novo Certificado de Registro de Veículo é de trinta dias, sendo que nos demais casos as providências deverão ser imediatas. Art. 134. No caso de transferência de propriedade, expirado o prazo previsto no § 1º do art. 123 deste Código sem que o novo proprietário tenha tomado as providências necessárias à efetivação da expedição do novo Certificado de Registro de Veículo, o antigo proprietário deverá encaminhar ao órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, no prazo de 60 (sessenta) dias, cópia autenticada do comprovante de transferência de propriedade, devidamente assinado e datado, sob pena de ter que se responsabilizar solidariamente pelas penalidades impostas e suas reincidências até a data da comunicação. (redação conforme a Lei nº 14.071/2020) Parágrafo único. O comprovante de transferência de propriedade de que trata o caput deste artigo poderá ser substituído por documento eletrônico com assinatura eletrônica válida, na forma regulamentada pelo Contran. (redação conforme a Lei nº 14.071/2020) 1.3.1. Comunicação de venda por meio eletrônico No caso da ATPV-e, a comunicação de venda será realizada: pela assinatura eletrônica da ATPV-e pelo antigo proprietário; por meio de sistema eletrônico implantado pela SENATRAN, com a utilização de: o assinatura digital avançada, nos termos da Lei nº 14.063/2020 e de regulamentação vigente; ou o certificado digital, de propriedade do vendedor e do comprador, emitido por autoridade certificadora, conforme padrão de Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil); por entidade pública ou privada com atribuição legal, em conformidade com a Lei nº 8.935/1994 (lei de serviços notariais), expressamente autorizada pela SENATRAN para tal finalidade; o Neste caso, estas entidades públicas ou privadas poderão contratar entidades privadas que tenham como atividade principal ou acessória, prevista em lei ou em seu estatuto constitutivo ou contrato social, a prestação de serviços inerentes à comunicação raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 14 de venda de veículos. pelo DETRAN, conforme procedimentos definidos por cada órgão ou entidade. No caso da ATPV-e na versão impressa ou da ATPV (DUT) constante no verso de CRV válido, o antigo proprietário deverá encaminhar ao DETRAN onde o veículo for registrado a cópia autenticada da ATPV-e ou da ATPV, respectivamente, devidamente preenchida. raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 15 Res. 810/2020 raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 16 2. RES. 810/ 2020 – CLASSIFICAÇÃO DE DANOS, ALTERADA PELA 851 A Resolução nº 810/2020 do CONTRAN dispõe sobre a classificação de danos e os procedimentos para a regularização, a transferência e a baixa dos veículos envolvidos em acidentes. 2.1. Conceito Considera-se veículo sinistrado todo aquele envolvido em ocorrência de acidente de trânsito, dano ou qualquer outro evento que ocasione avaria em uma ou mais partes do veículo. 2.2. Abrangência A Resolução se aplica a todos os veículos sinistrados e também a: Veículos que sofreram acidentes antes de serem cadastrados o Neste caso, cabe o envio de ofício com a documentação com a classificação de danos ao órgão máximo executivo de trânsito da União, para bloqueio administrativo no pré-cadastro da BIN e demais procedimentos daí decorrentes Veículos objetos de roubo ou furto que tenham sido sinistrados o Neste caso, deve ser elaborado boletim de ocorrência policial e o BAT, encaminhando-os ao órgão executivo de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal que detiver o registro do veículo. Veículos transportados, envolvidos em acidentes de trânsito durante o transporte o Neste caso, deverá ser realizado relatório de avarias individualmente e independente do relatório de avarias do veículo transportador. 2.3. Competência A avaliação dos danos sofridos pelo veículo deve ser feita pela autoridade de autoridade de trânsito ou seu agente – no caso da PRF, o próprio policial fará essa avaliação quando do preenchimento do BAT. Este procedimento e, principalmente, a obtenção das imagens obrigatórias deve ser feito, preferencialmente, quando os veículos estiverem em condições adequadas de análise, especialmente, após o destombamento, socorro e desencarceramento de vítimas, entre outros. A avaliação de danos dos veículos não dispensa o registro completo do acidente no BAT pelo policial. 2.4. Danos não descritos em veículos indenizados raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 17 integralmente Os danos de veículos indenizados integralmente que nãotenham sido objeto do relatório de avarias pela autoridade competente devem receber a sua classificação no momento da transferência para o nome da companhia seguradora, mediante regulamentação do DETRAN responsável pela transferência. 2.5. Comunicação de acidente sem vítimas Os órgãos ou entidades com circunscrição sobre a via poderão disponibilizar em seu sítio eletrônico na rede mundial de computadores o acesso a formulário ou outro meio eletrônico que possibilite o registro de acidentes de trânsito sem vítimas por meio de declaração do próprio cidadão. Este documento, mediante validação pela autoridade de trânsito ou seu agente, poderá substituir a lavratura do Boletim de Ocorrência de Acidente de Trânsito (BAT). 2.6. Registro dos danos Concomitantemente à lavratura do BAT, a autoridade de trânsito ou seu agente deve avaliar o dano sofrido pelo veículo no acidente, enquadrando-o em uma das categorias a seguir e preenchendo o relatório de avarias: Dano de pequena monta (DPM) ou sem dano; Dano de média monta (DMM); e Dano de grande monta (DGM). A categoria em que o veículo será enquadrado depende: do tipo de veículo que estará sendo avaliado dos danos que existirem no veículo. 2.7. Danos não avaliados Quando, em virtude de circunstâncias excepcionais, não for possível verificar se um componente do veículo foi danificado no acidente, esse componente deve ser assinalado como “não avaliado” – NA - no Relatório de Avarias e será considerado como item danificado até que se prove o contrário, sendo computado na avaliação geral do veículo A impossibilidade de avaliação de algum item deve ser devidamente justificada no Relatório. 2.8. Imagens Devem ser anexadas ao BAT imagens do veículo acidentado nos seguintes ângulos: raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 18 SE DISPENSA a apresentação das imagens quanto for devidamente justificada a impossibilidade de sua juntada. 2.9. Comunicação ao DETRAN Em caso de danos de média monta ou grande monta, o órgão ou entidade fiscalizadora de trânsito responsável pelo BAT deve, em até 60 (sessenta) dias contados da data do acidente, expedir ofício acompanhado dos registros que possibilitaram a classificação do dano ao DETRAN responsável pelo registro do veículo, comunicando a restrição. O envio dessa documentação deve ser por meio eletrônico previamente definido entre os órgãos, excepcionalmente admitido o meio postal. 2.10. Restrição Administrativa O DETRAN em que o veículo estiver registrado deve incluir a restrição administrativa no cadastro em até 10 (dez) dias úteis após o recebimento da documentação mencionada acima, remetida pelo órgão responsável pelo BAT. A restrição administrativa será registrada na Base de Índice Nacional (BIN) pertencente ao sistema de Registro Nacional de Veículos Automotores (RENAVAM), contendo a data do sinistro, o tipo de dano classificado, o órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal responsável pela inclusão e, se for o caso, número do BAT e o órgão fiscalizador responsável pela ocorrência. Os órgãos e entidades pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito (SNT) poderão celebrar acordo de cooperação, ou outros tipos de ajustes, que possibilite o registro da monta diretamente pelo responsável pelo atendimento do acidente. 2.11. Efeitos O veículo fica PROIBIDO de circular em vias públicas enquanto estiver com a restrição administrativa, sob pena de cometer a infração prevista no VIII do art. 230 do CTB. Art. 230. Conduzir o veículo: VIII - sem ter sido submetido à inspeção de segurança veicular, quando obrigatória; Infração - grave; Penalidade - multa; lateral direita lateral esquerda frente traseira raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 19 Medida administrativa - retenção do veículo para regularização; 2.12. Notificação IMEDIATAMENTE após o lançamento da restrição administrativa, o DETRAN deve notificar o proprietário do veículo, informando-o sobre as providências que devem ser adotadas para a regularização ou baixa do veículo. 2.13. Dano de Média Monta e Regularização O veículo que tenha dano classificado como MÉDIA monta pode ser recuperado e devidamente desbloqueado para circulação, desde que: O responsável pelo veículo conserte os danos causados; O responsável deve apresentar os seguintes documentos ao DETRAN onde o veículo estiver registrado: o I - CRV e CLA originais do veículo, RG, CPF ou CNPJ e comprovante de residência ou domicílio do proprietário, sendo aceitos os documentos emitidos em meio digital; o II - comprovação do serviço executado e das peças utilizadas, mediante apresentação da nota fiscal de serviço da oficina reparadora ou declaração do proprietário, acompanhada da(s) nota(s) fiscal (is) das peças utilizadas; o III - Certificado de Segurança Veicular (CSV) expedido por Instituição Técnica Licenciada (ITL), devidamente licenciada pelo órgão máximo executivo de trânsito da União e acreditada pelo INMETRO; e o IV- comprovação da autenticidade da identificação do veículo mediante VISTORIA do DETRAN ou entidade por ele autorizada. Caso o veículo sofra acidente em UF distinta daquela na qual está registrado, é facultada ao proprietário do veículo ou seu representante a obtenção do CSV e realizar a vistoria no próprio local onde o veículo se encontra. o Neste caso, o DETRAN que realizar vistoria deve comunicar formalmente sua realização ao DETRAN da UF onde o veículo está registrado. O desbloqueio do veículo, que consiste na retirada da restrição administrativa, só pode ser realizado pelo DETRAN no qual o veículo esteja registrado. 2.13.1. Efeitos do Desbloqueio O desbloqueio é a retirada da restrição sobre o veículo, para que possa voltar a circular regularmente. Porém, o desbloqueio traz consequências: Expedição de um novo CRV; Inscrição, pelo DETRAN, de observação permanente no CRV, indicando raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 20 que este veículo sofreu sinistro e foi recuperado: O órgão executivo de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal no qual está registrado o veículo com dano de média monta, de posse dos documentos previstos no parágrafo anterior, deve fazer constar no campo "observações" do CRV/CLA o número do CSV e a palavra "Sinistrado" ou a sigla "DMM", que deverá permanecer no documento e no cadastro do veículo na BIN mesmo após eventuais transferências de propriedade, município ou Unidade da Federação (UF), até a baixa definitiva do veículo. 2.13.2. Veículo com DMM não Recuperado Caso não ocorra a recuperação do veículo que tenha sido classificado como média monta, seu proprietário deve providenciar a baixa do registro do veículo junto ao órgão de trânsito de seu registro, de acordo com o art. 126 do CTB e regulamentação complementar: Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou destinado à desmontagem, deverá requerer a baixa do registro, no prazo e forma estabelecidos pelo Contran, vedada a remontagem do veículo sobre o mesmo chassi de forma a manter o registro anterior. Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo é da companhia seguradora ou do adquirente do veículo destinado à desmontagem, quando estes sucederem ao proprietário. 2.14. Dano de Grande Monta O veículo enquadrado na categoria "dano de grande monta" deve ser classificado como "IRRECUPERÁVEL" pelo DETRAN que detiver seu registro, devendo ser executada a baixa do seu cadastro na forma estabelecida na Resolução CONTRAN nº 11/1998, bem como pelo CTB. Caso o sinistro ocorra em UF distinta daquela na qual o veículo está registrado, o proprietário pode, para efeito de baixa definitiva, entregar a comprovação de inutilização do chassi e placas no DETRAN onde o veículo se encontra, que encaminhará a Certidão de Entregada inutilização do chassi e das placas para o DETRAN da UF onde o veículo estiver registrado, o qual, por sua vez, promoverá a baixa definitiva. 2.15. Reenquadramento do Dano O proprietário do veículo, ou seu representante legal, classificado com "dano de grande monta" ou "dano de média monta" poderá apresentar RECURSO para REENQUADRAMENTO do dano na CATEGORIA IMEDIATAMENTE INFERIOR, sendo necessário, para tanto, o atendimento às seguintes exigências: ser realizada nova avaliação técnica por profissional engenheiro legalmente habilitado e apresentado o respectivo laudo; o veículo deve estar nas mesmas condições em que se encontrava após o acidente; a avaliação deve ser feita conforme os critérios de classificação de danos constantes desta Resolução e seus anexos; raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 21 o laudo deve estar acompanhado de imagens ilustrativas do veículo mostrando as partes danificadas e as seguintes vistas: o frontal; o traseira; o lateral direita; o lateral esquerda; o a 45° mostrando dianteira e lateral esquerda; o a 45° mostrando dianteira e lateral direita; o a 45° mostrando traseira e lateral esquerda; e o a 45° mostrando traseira e lateral direita. o laudo deve estar acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) devidamente preenchida e assinada pelo engenheiro e pelo proprietário do veículo ou seu representante legal; e o laudo e demais documentos devem ser apresentados ao órgão executivo de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal que detiver o registro do veículo no prazo máximo de 90 (noventa) dias, a contar da data da lavratura do BAT o salvo caso fortuito ou força maior devidamente comprovados, em que não se exigirá o respeito a este prazo. 2.15.1. Itens não avaliados – caso especial Vimos, acima, que o processo de reenquadramento do dano pode ser movido apenas para reenquadrar o dano na categoria imediatamente inferior. Entretanto, há uma exceção para isso! Nos casos de itens de peças e componentes assinalados com a opção "NA", é possível o reenquadramento do dano do item e posterior reavaliação do somatório para a classificação da categoria de monta do veículo, inclusive para reenquadramento para "dano de pequena monta". 2.15.2. Julgamento e Reavaliação O DETRAN que detiver o registro do veículo deve apreciar o recurso no prazo de 15 (quinze) dias úteis. Neste prazo, o DETRAN pode requisitar a apresentação do veículo para avaliação própria ou por entidade por ele reconhecida. Esta requisição interromperá, por sua vez, o prazo para apreciação do recurso, até que a nova avaliação seja realizada. O proprietário deve atender esta requisição no prazo de 10 dias úteis, e, se deixar de fazê-lo, haverá o pronto indeferimento do recurso. 2.15.3. Deferimento do Recurso Em caso de deferimento do recurso, com o reenquadramento do dano para média monta, o desbloqueio do veículo fica sujeito ao cumprimento de todos os raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 22 requisitos apresentados no capítulo acima sobre desbloqueio. 2.15.4. Prazo para julgamento Se transcorrer o prazo de 60 (sessenta) dias para análise do recurso, sem que a autoridade do DETRAN se manifeste, este silêncio importará aprovação tácita para todos os efeitos do recurso, como se tivesse sido deferido. 2.15.5. Transferência de propriedade Existe um nicho de mercado que se ocupa apenas do comércio de sucatas de veículos (irrecuperáveis) e da recuperação de veículos que possuem danos de média monta, relacionados ou não a seguradoras de veículo. 2.15.5.1. Destinatário O veículo classificado com dano de média ou grande monta SOMENTE poderá ter sua propriedade transferida somente para as companhias seguradoras, nos casos de acidentes em que, por força da indenização, se opere a sub-rogação nos direitos de propriedade. A sub-rogação é um instituto jurídico que costuma aparecer em contratos de seguros de veículos. Através dele, ocorre a substituição do sujeito da obrigação. Nestes casos, a obrigação de regularizar o veículo ou solicitar a sua baixa, que pertenceria originalmente ao seu proprietário, é transferida para a empresa seguradora, e o proprietário não precisará lidar com tais transtornos. As seguradoras, por sua vez, e os proprietários dos veículos não segurados poderão transferir a propriedade do veículo classificado com danos de média monta para empresas ou entidades privadas cuja atividade principal seja a compra e venda de veículos sinistrados, exclusivamente mediante: apresentação do CRV com a Autorização para Transferência de Propriedade de Veículo (ATPV) devidamente preenchida. Em todo caso, a circulação do veículo em vias terrestres continua PROIBIDA até a sua regularização No caso de veículos classificados com dano de grande monta, não é possível a transferência para empresas que trabalhem com veículos sinistrados. Esta operação apenas é possível quando o dano for de média monta. Estas empresas passarão a ser responsáveis pela regularização do veículo com DMM. Não poderão ser efetuadas a comercialização ou a comunicação de venda do veículo dessas empresas para terceiros antes de ser providenciada a sua regularização. raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 23 2.15.5.2. Requisitos O veículo sinistrado somente será transferido à companhia seguradora ou às empresas e entidades de compra e venda de veículos sinistrados mediante apresentação: do relatório de avarias; das imagens do veículo acidentado; do CRV; da documentação referente ao processo de indenização, em caso de veículo segurado; e do BAT, se houver. realização de vistoria prévia, que irá verificar somente os itens de identificação do veículo, dispensada a verificação dos equipamentos e itens de segurança. Esta transferência de propriedade está sujeita aos mesmos prazos para comunicação de venda e registro do veículo previstos o art. 123: Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certificado de Registro de Veículo quando: I - for transferida a propriedade; § 1º No caso de transferência de propriedade, o prazo para o proprietário adotar as providências necessárias à efetivação da expedição do novo Certificado de Registro de Veículo é de trinta dias, sendo que nos demais casos as providências deverão ser imediatas. No ato da transferência de propriedade prevista, será emitido o CRV com a informação de que o veículo se encontra proibido de circular nas vias públicas, até que seja promovida a sua regularização. 2.16. Cálculo dos danos O cálculo dos danos é feito seguindo as diretrizes dos Anexos da Resolução. Este cálculo muda de acordo com cada tipo de veículo, que veremos a seguir. Todos, entretanto, envolvem a avaliação de: os danos provocados diretamente pela dinâmica do acidente; Em caso de dano de MÉDIA ou GRANDE monta O veículo pode ser transferido à seguradora a que for sub-rogado Pelo seu proprietário Em caso de danos de MÉDIA monta O veículo pode ser transferido à empresa que trabalhe com veículos sinistrados Pelo seu proprietário ou pela seguradora que já foi sub-rogada raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 24 os danos advindos do atendimento ao acidente, tais como resgate, remoção, desobstrução da via, entre outros; e outros danos preexistentes, sem relação direta com o acidente. o Estes danos devem ser identificados adicionalmente no campo observações do relatório de avarias. Observe que a avaliação de danos não abrange apenas os danos decorrentes diretamente do acidente, mas também aqueles danos que já existiam no veículo. No caso de combinações de veículos, a análise de danos deve ser realizada individualmente para cada veículo registrado. 2.16.1. Automóveis e camionetas, caminhonetese utilitários com estrutura em monobloco; motocicletas, motonetas, ciclomotores, triciclos e quadriciclos Para estes tipos de veículos, o agente deverá proceder a uma avaliação dos elementos estruturais do veículo e assinalar no Relatório de Avarias os componentes que sofreram dano. A cada peça danificada, o agente marcará “SIM” no Relatório, e caso não tenha sido danificado ou a peça não exista naquele veículo, deverá assinalar “NÃO”. Caso não tenha sido possível avaliar a peça, marcará “NA” (Não Avaliado), justificará e o item será computado a avaliação como se danificado estivesse. 2. O preenchimento do Relatório de Avarias constante deste Anexo deve retratar a condição real do veículo e ser feito conforme os seguintes critérios: 2.1. Quando verificar-se fisicamente que um componente estrutural ou de segurança passiva do veículo foi danificado no acidente, deve ser assinalada a coluna "SIM" ao lado do respectivo item no relatório. 2.2. Quando um componente estrutural ou de segurança passiva não estiver danificado, ou não existir originalmente, deve ser assinalada a coluna "NÃO" ao lado do respectivo item no relatório. 2.3. Quando, em virtude de circunstâncias excepcionais, a autoridade de trânsito ou seu agente não conseguirem verificar se um componente estrutural ou de segurança passiva do veículo foi danificado no acidente, esse componente deve ser assinalado na coluna "NA" do respectivo "Relatório de Avarias" e sua pontuação considerada no cômputo geral da avaliação do veículo, justificando-se no campo "observações" do relatório as razões pelas quais ele não pôde ser avaliado. 2.4. Em atendimento ao § 2º do art. 1º do CTB, para efeito de segurança no trânsito, até prova em contrário, um componente assinalado como não avaliado ("NA") será considerado como danificado e será computado na avaliação geral do veículo. Exemplo de componentes avaliados no automóvel: raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 25 Exemplo de componentes avaliados na motocicleta: 1 - Mesa superior da suspensão dianteira 2 - Mesa inferior da suspensão dianteira 3 – Coluna de Direção 4 – Chassi 5 – Garfo Traseiro Veja trecho do Relatório de Avarias de uma motocicleta para entender como ele funciona: A classificação do dano será obtida pela contagem do número de itens danificados que forem assinalados, seguindo a seguinte regra: Automóveis e para camionetas, caminhonetes e utilitários com estrutura em monobloco o Pequena monta ou sem dano: total de itens assinalados na coluna "SIM" somados aos da coluna "NA" for no máximo 1 (um) item; o Média monta: total de itens assinalados na coluna "SIM" somados raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 26 aos da coluna "NA" for superior a 1 (um) não superior a 6 (seis) itens; o Grande monta: total de itens assinalados na coluna "SIM" somados aos da coluna "NA" for superior a 6 (seis) itens, o que implica também na classificação do veículo como irrecuperável. Motocicletas, motonetas, ciclomotores, triciclos e quadriciclos o Pequena monta ou sem dano: total de itens assinalados na coluna "SIM" somados aos da coluna "NA" for igual a zero; o Média monta: total de itens assinalados na coluna "SIM" somados aos da coluna "NA" for superior a 1 (um) não superior a 4 (quatro) itens. o Grande monta: total de itens assinalados na coluna "SIM" somados aos da coluna "NA" for superior a 4 (quatro) itens, o que implica também na classificação do veículo como irrecuperável. 2.16.2. Reboques e semirreboques, para camionetas, caminhonetes e utilitários com estrutura em chassis, para caminhões e caminhões-trator e para ônibus e micro- ônibus Para estes veículos, o policial também realizará a avaliação dos elementos estruturais e assinalará, no Relatório de Avarias, os componentes que sofreram danos ou não – da mesma forma como vimos acima. Porém, neste caso, o cálculo para classificação do dano ocorre de forma diferente. Para estes tipos de veículos, cada componente vem, no Relatório de Avarias, assinalado com uma determinada gravidade (M ou G). Assim, a classificação do dano corresponderá ao item de maior gravidade que for assinalado. Veja dois trechos do Relatório de Avarias do ônibus e micro- ônibus: A classificação final do dano, desta forma, observará a seguinte regra: Pequena monta ou sem dano: quando não houver nenhum item assinalado nas colunas "SIM" ou "NA" raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 27 Média monta: quando o item de maior gravidade assinalado nas colunas "SIM" ou "NA" for de categoria M Grande monta: quando o item de maior gravidade assinalado nas colunas "SIM" ou "NA" for de categoria G raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 28 Res. 819/2021 raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 29 3. RES. 819/2021 – CRIANÇAS A Resolução nº 819/2021, adaptando as disposições do CONTRAN à L14071, revogou a 277/08 para dispor sobre os requisitos para transporte de crianças em veículos automotores. Do CTB: Art. 64. As crianças com idade inferior a 10 (dez) anos que não tenham atingido 1,45 m (um metro e quarenta e cinco centímetros) de altura devem ser transportadas nos bancos traseiros, em dispositivo de retenção adequado para cada idade, peso e altura, salvo exceções relacionadas a tipos específicos de veículos regulamentadas pelo Contran. (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020) Parágrafo único. O Contran disciplinará o uso excepcional de dispositivos de retenção no banco dianteiro do veículo e as especificações técnicas dos dispositivos de retenção a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) Dentre as alterações, destacamos: Adequação à altura inserida no art. 64 do CTB; Inserção de critérios de peso, em conjunto com os critérios de idade das crianças, para fins de definição do dispositivo de retenção (DRC) adequado; A expressa isenção da exigibilidade dos DRC para veículos escolares; A inclusão da isenção da exigibilidade dos DRC para veículos de transporte remunerado individual de passageiros. As demais disposições que já conhecíamos da R277 foram mantidas, como veremos a seguir. 3.1. Disposições iniciais e exigibilidade Para transitar em veículos automotores, as crianças com idade inferior a dez anos que não tenham atingido 1,45 m (um metro e quarenta e cinco centímetros) de altura devem ser transportados nos bancos traseiros usando individualmente cinto de segurança ou dispositivo de retenção equivalente, na forma prevista no Anexo desta Resolução. Note que existem sempre duas normas que devem ser articuladas quando tratamos do transporte de crianças: O local do transporte: se no banco traseiro ou dianteiro; O dispositivo de retenção: se será usado ou não, e qual será usado 3.2. Dispositivos de retenção Dispositivo de retenção para o transporte de crianças (DRC) é: o conjunto de elementos que contém uma combinação de tiras com fechos de travamento, dispositivo de ajuste, partes de fixação e, em certos casos, dispositivos como: um berço portátil porta-bebê, uma cadeirinha auxiliar ou uma proteção antichoque, raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 30 que devem ser fixados ao veículo, mediante a utilização dos cintos de segurança ou outro equipamento apropriado instalado pelo fabricante do veículo, com a finalidade de reduzir o risco ao usuário em casos de colisão ou de desaceleração repentina do veículo, limitando o deslocamento do corpo da criança com idade até sete anos e meio. Veja, na tabela a seguir, os dispositivos exigidos conforme cada faixa etária, peso e altura: I - “bebê conforto ou conversível” (Figura 1), para as seguintes condições:a) crianças com até um ano de idade; ou b) crianças com peso de até 13 kg, conforme limite máximo definido pelo fabricante do dispositivo D is p o s it iv o d e r e te n ç ã o conjunto de elementos que contém uma combinação de tiras com fechos de travamento dispositivo de ajuste partes de fixação em certos casos, dispositivos que devem ser fixados ao veículo, mediante a utilização dos cintos de segurança ou outro equipamento apropriado instalado pelo fabricante do veículo com tal finalidade berço portátil porta-bebê cadeirinha auxiliar proteção anti- choque Finalidade de reduzir o risco ao usuário em casos de colisão desaceleração repentina limitando o deslocamento do corpo da criança com idade até sete anos e meio. raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 31 II - “cadeirinha” (Figura 2), para as seguintes condições: a) crianças com idade superior a um ano e inferior ou igual a quatro anos; ou b) crianças com peso entre 9 a 18 kg, conforme limite máximo definido pelo fabricante do dispositivo III - “assento de elevação” (Figura 3), para as seguintes condições: a) crianças com idade superior a quatro anos e inferior ou igual a sete anos e meio; ou b) crianças com até 1,45 m de altura e peso entre 15 a 36 kg, conforme limite máximo definido pelo fabricante do dispositivo IV - cinto de segurança do veículo (Figura 4), para as seguintes condições: a) crianças com idade superior a sete anos e meio e inferior ou igual a dez anos; ou b) crianças com altura superior a 1,45m 3.3. Exceções 3.3.1. Exceção para o sistema de retenção As exigências relativas ao sistema de retenção, no transporte de crianças com até sete anos e meio de idade, NÃO se aplicam a veículos de: transporte coletivo de passageiros; categoria aluguel; transporte remunerado individual de passageiros, durante a efetiva prestação do serviço; escolares; demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t. raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 32 Excepcionalmente, as crianças com idade superior a quatro anos e inferior a sete anos e meio podem ser transportadas utilizando cinto de segurança de dois pontos sem o dispositivo denominado 'assento de elevação', nos bancos traseiros, quando o veículo for dotado originalmente destes cintos. Nestes casos, o transporte da criança ainda será no banco traseiro, exceto se ocorrer alguma das hipóteses que veremos abaixo. 3.3.2. Exceção quanto ao uso do banco de trás O transporte de criança com idade inferior a dez anos pode ser realizado no banco dianteiro do veículo, com o uso do dispositivo de retenção adequado ao seu peso e altura, nas seguintes situações: quando o veículo for dotado exclusivamente deste banco quando a quantidade de crianças com esta idade exceder a lotação do banco traseiro; ou quando o veículo for dotado originalmente (fabricado) de cintos de segurança subabdominais (dois pontos) nos bancos traseiros; ou Iquando a criança já tiver atingido 1,45m de altura. NÃO se exige sistema de rentenção no transporte de crianças DE até 7 anos e meio de idade nos veículos de transporte coletivo de passageiros; categoria aluguel; transporte remunerado individual de passageiros, durante a efetiva prestação do serviço; escolares; demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t. raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 33 3.3.2.1. Regras sobre Airbag Nos veículos equipados com dispositivo suplementar de retenção (airbag), para o passageiro do banco dianteiro, o transporte de crianças com até dez anos de idade neste banco, conforme vimos acima, pode ser realizado desde que utilizado o dispositivo de retenção adequado ao seu peso e altura e observados os seguintes requisitos: I - é vedado o transporte de crianças com até sete anos e meio de idade, em dispositivo de retenção posicionado em sentido contrário ao da marcha do veículo; II - é permitido o transporte de crianças com até sete anos e meio de idade, em dispositivo de retenção posicionado no sentido de marcha do veículo, desde que não possua bandeja, ou acessório equivalente, incorporado ao dispositivo de retenção; e III - salvo instruções específicas do fabricante do veículo, o banco do passageiro dotado de airbag deve ser ajustado em sua última posição de recuo, quando ocorrer o transporte de crianças neste banco. Crianças no banco da frente Com dispositivo de retenção o veículo só tem os bancos dianteiros o número de crianças transportadas é superior à capacidade do banco traseiro o veículo tem, de fábrica, cintos de dois pontos no bancos de trás a criança já tem 1,45m de altura raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 34 3.4. Prescrições dos Fabricantes Com a finalidade de ampliar a segurança dos ocupantes, adicionalmente às prescrições desta Resolução, o fabricante ou o importador do veículo pode estabelecer condições e/ou restrições específicas para o uso do dispositivo de retenção para crianças com até sete anos e meio de idade em seus veículos, sendo que tais prescrições devem constar do manual do proprietário. O fabricante ou importador deve comunicar a restrição ao órgão máximo executivo de trânsito da União no requerimento de concessão da marca/modelo/versão e do Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito (CAT). Os manuais dos veículos automotores devem conter informações a respeito dos cuidados no transporte de crianças, da necessidade de dispositivos de retenção e da importância de seu uso. 3.5. Infração O transporte de crianças em desatendimento ao disposto na Resolução sujeitará os infratores às sanções do artigo 168 do CTB: Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor sem observância das normas de segurança especiais estabelecidas neste Código: Infração - gravíssima; Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção do veículo até que a irregularidade seja sanada. Criança transportada no banco dianteiro com air bag VEDADO dispositivo de retenção em sentido contrário ao da marcha do veículo PERMITIDO dispositivo de retenção no sentido de marcha do veículo desde que não possua bandeja, ou acessório equivalente O banco DEVERÁ ser ajustado na última posição de recuo salvo instruções do fabricante raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 35 Cadeirinha salva vida de bebê de um ano em acidente no Paraná Situação de risco: PRF na Bahia flagra criança e adolescente sendo transportadas em veículo por um indivíduo que não tinha relação de parentesco ou de representação legal Criança de 3 anos viajava ao lado de 250 quilos de maconha raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 https://www.gov.br/prf/pt-br/noticias/estaduais/parana/2021/outubro/cadeirinha-salva-vida-de-bebe-de-um-ano-em-acidente-no-parana https://www.gov.br/prf/pt-br/noticias/noticias-2020/dezembro/situacao-de-risco-prf-na-bahia-flagra-crianca-e-adolescente-sendo-transportadas-em-veiculo-por-um-individuo-que-nao-tinha-relacao-de-parentesco-ou-de-representacao-legal https://www.gov.br/prf/pt-br/noticias/noticias-2020/dezembro/situacao-de-risco-prf-na-bahia-flagra-crianca-e-adolescente-sendo-transportadas-em-veiculo-por-um-individuo-que-nao-tinha-relacao-de-parentesco-ou-de-representacao-legal https://www.gov.br/prf/pt-br/noticias/noticias-2020/dezembro/situacao-de-risco-prf-na-bahia-flagra-crianca-e-adolescente-sendo-transportadas-em-veiculo-por-um-individuo-que-nao-tinha-relacao-de-parentesco-ou-de-representacao-legal https://www.gov.br/prf/pt-br/noticias/estaduais/santa-catarina/crianca-de-3-anos-viajava-ao-lado-de-250-quilos-de-maconha 36 Res. 870/2021 raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com020.711.411-05 37 4. RES. 870/2021 – PNATRANS Esta Resolução dispõe sobre o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS), instituído pela Lei nº 13.614, de 11 de janeiro de 2018. 4.1. Pilares O PNATRANS está estruturado em 6 (seis) pilares: 4.2. Sistema Seguro de Visão Zero O PNATRANS está alinhado com as abordagens de Sistema Seguro e de Visão Zero. Entende-se por Sistema Seguro e Visão Zero a premissa básica de que o erro humano é inevitável, mas as mortes e ferimentos graves no trânsito não são, com base na compreensão mais profunda das causas das fatalidades e das lesões e com o objetivo de zerar o número de mortos e feridos graves no trânsito. Do texto do PNATRANs, extraímos: As abordagens de Sistema Seguro e Visão Zero reconhecem a segurança no trânsito como resultado da inter-relação de diversos componentes que formam um sistema. As dinâmicas nas ruas são influenciadas pela interação de diferentes variáveis: instituições, leis, regulamentos, usos do solo, infraestrutura, veículos e as pessoas – ou usuários da via. Esse sistema interfere na maneira como as pessoas se deslocam e influencia seus comportamentos – e, consequentemente, seu nível de exposição ao risco de uma colisão. As evidências mostram que países, regiões e cidades que adotaram os princípios de Sistema Seguro em vez de uma abordagem tradicional de gestão da segurança viária tiveram resultados mais expressivos. Além disso, um sistema de mobilidade com alto grau de segurança gera benefícios sociais mais amplos, já que seus impactos trazem outras externalidades positivas em termos de saúde pública, acessibilidade, atividade física, qualidade do ar e sustentabilidade ambiental. A Tabela 2 apresenta a diferença dos paradigmas de uma abordagem tradicional para tratar a segurança viária em comparação aos Sistema Seguro raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 38 A elaboração de uma estratégia abrangente para a redução de mortes e lesões graves no trânsito, como o PNATRANS, é essencial para a institucionalização do tema e para o cumprimento das metas locais e globais de segurança viária. A institucionalização tem papel central em termos de engajamento político, da comunidade técnica e da sociedade. Como apresentado na tabela anterior, o engajamento é inclusive uma das mudanças de paradigma a serem implementadas com adoção da abordagem de Sistemas Seguros, na qual foi embasada a revisão deste plano. O problema só será endereçado de forma adequada quando os diferentes grupos da população compreenderem sua dimensão e impacto e, a partir daí, reivindicarem mais segurança no trânsito. 4.2.1. Princípios São princípios de um sistema seguro de mobilidade: nenhuma morte no trânsito é aceitável; os seres humanos cometem erros; os seres humanos são vulneráveis a lesões no trânsito; a responsabilidade por evitar feridos e mortos no trânsito é compartilhada por quem projeta, constrói, gerencia, fiscaliza e usa as vias e os veículos e pelos agentes responsáveis pelo atendimento às vítimas, dentro de suas competências legais; e a gestão da segurança no trânsito é integrada e proativa. raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 39 4.3. Ações As ações do PNATRANS abordam as conexões da segurança no trânsito com: As ações do PNATRANS integram o Programa Nacional de Trânsito de que trata a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) saúde desenvolvimento educação equidade igualdade de gênero cidades sustentáveis meio ambiente mudança climática proporcionam o estabelecimento de interfaces com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 40 4.4. Introdução O Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS) foi criado pela Lei nº 13.614, de 11 de janeiro de 2018, que acrescenta o art. 326-A ao Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e propõe um novo desafio para a gestão de trânsito no Brasil e para os órgãos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito. A meta do PNATRANS é, no período de dez anos, reduzir no mínimo à metade o índice nacional de mortos no trânsito por grupo de veículos e o índice nacional de mortos no trânsito por grupo de habitantes, ambos apurados no ano da entrada em vigor da Lei nº 13.614, de 2018. As metas de redução do índice de mortos no trânsito, fixadas pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) para cada um dos estados da Federação e para o Distrito Federal, a partir das propostas dos Conselhos Estaduais de Trânsito (CETRAN), do Conselho de Trânsito do Distrito Federal (CONTRANDIFE) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no âmbito das respectivas circunscrições, garantem que todos sejam chamados a contribuir. Desse grupo, fazem parte também cidadãos e cidadãs, que de forma direta ou indireta podem participar dos processos de participação social criados para discutir o tema, conforme preveem o CTB e a Agenda Regulatória da Secretaria Nacional de Trânsito (SENATRAN), bem como diversos outros setores da sociedade. O Plano se junta às ações positivas já existentes em prol da segurança no trânsito, porém dá um passo adiante ao propor iniciativas pautadas em seis pilares fundamentais para o desenvolvimento das propostas, permitindo que a questão seja abordada em suas diversas vertentes, a saber: Pilar 1: Gestão da Segurança no Trânsito; Pilar 2: Vias Seguras; Pilar 3: Segurança Veicular; Pilar 4: Educação para o Trânsito; Pilar 5: Atendimento às Vítimas; e Pilar 6: Normatização e Fiscalização. Por se tratar de um plano dinâmico, o PNATRANS, ora revisado, traz um olhar integral e atualizado sobre a segurança do trânsito. O documento prevê revisões periódicas, com a instituição de metas e indicadores para todos os produtos propostos, cada um sob responsabilidade de um órgão ou entidade predefinido, e monitoramento minucioso, por meio da instituição de Câmara Temática do CONTRAN específica para a gestão e a coordenação do Plano. Com essas modificações, esperase que o planejamento seja mais bem executado e que as ações previstas sejam implementadas e acompanhadas de forma efetiva e alinhadas com a abordagem de Sistema Seguro e Visão Zero. Por fim, o PNATRANS fortalece o cumprimento da legislação de trânsito no país e estabelece, de forma significativa, a consecução dos objetivos propostos, alinhados à nova Década de Ação pela Segurança no Trânsito proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU). 4.5. Metas e propostas A meta do PNATRANS é, no período de 10 (dez) anos, reduzir no mínimo à metade o índice nacional de mortos no trânsito por 10.000 (dez mil) veículos e o índice nacional de mortos no trânsito por 100.000 (cem mil) habitantes, apurados no ano da entrada em vigor da Lei nº 13.614, de 2018. raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 41 O CONTRAN deve fixar metas anuais para cada estado e para o Distrito Federal, mediante propostas fundamentadas dos CETRAN, do CONTRANDIFE e da PRF, no âmbito das respectivas circunscrições. Essas propostas devem ser encaminhadas até 1º de agosto de cada ano e devem conter relatório analítico a respeito do cumprimento das metas fixadas para o ano anterior e de exposição de ações, projetos ou programas, com os respectivos orçamentos, por meio dos quais se pretende cumprir as metas propostas para o ano seguinte. Antes de submeterem as propostas ao CONTRAN, os CETRAN, o CONTRANDIFE e a PRF devem realizar consulta ou audiência pública para manifestação da sociedade sobre as metas a serem propostas. Será admitida a tolerância de 0,5% (meio ponto percentual) da meta apurada para cada ano avaliado. raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 42 As metas podem ser revisadas peloCONTRAN a cada ano, a partir da obtenção dos dados estatísticos sobre mortalidade no trânsito coletados, tratados e consolidados pelos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Trânsito. 4.6. Execução O PNATRANS deve ser executado pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito no período de 2021 a 2030, alinhado à nova Década de Ação para a Segurança no Trânsito proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU). A partir de 2028, a avaliação do cumprimento das metas do PNATRANS passa a ser realizada conforme proposto pela ONU, observadas as disposições da legislação nacional. 4.7. Coordenação A coordenação do PNATRANS será exercida por meio de Câmara Temática a ser criada pelo CONTRAN. 4.8. SENATRAN O órgão máximo executivo de trânsito da União deve auxiliar os representantes dos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito na aplicação do modelo de ações e projetos definido no Anexo da Resolução. 4.9. Revisão do Plano O PNATRANS deve ser revisado periodicamente a cada 2 (dois) anos, com início em 2023, podendo ser estabelecidas revisões extraordinárias, se necessário. 4.10. Exemplos de Ações da PRF As ações de cada órgão estão listadas de forma bastante específica no Anexo do PNATRANS. Trouxe aqui um exemplo de ação a ser desenvolvida pela PRF dentro de cada um dos pilares, para que você possa começar a entender como o plano funciona. Antes, uma breve explanação sobre como funcionam as divisões dos pilares: Os itens a seguir apresentam cada um dos pilares, bem como seus objetivos e visões, Plano de ações alinhados aos princípios e diretrizes da abordagem de Sistema Seguro, garantindo a prioridade aos usuários mais vulneráveis – pedestres, ciclistas e motociclistas, conforme estabelecido pela Política Nacional de Mobilidade Urbana e pelo Código de Trânsito Brasileiro – e a participação da sociedade. São apresentadas também as iniciativas que compõem cada pilar com uma breve descrição de propósito. Eventualmente, as iniciativas podem ser divididas em subiniciativas, para melhor compreensão. Por fim, tem-se o detalhamento das ações de cada pilar com seus respectivos produtos, indicadores e metas. raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 43 Pilar Iniciativa Ação Produtos, indicadores e metas raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 44 4.10.1. Pilar 1: Gestão da Segurança no Trânsito 4.10.2. Pilar 2: Vias Seguras 4.10.3. Pilar 3: Segurança Veicular Este pilar não tem nenhum órgão de fiscalização como responsável pelas ações desenvolvidas, as quais são de responsabilidade, principalmente, do CONTRAN e da SENATRAN. raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 45 4.10.4. Pilar 4: Educação para o Trânsito 4.10.5. Pilar 5: Atendimento às Vítimas raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 46 4.10.6. Pilar 6: Normatização e Fiscalização A leitura do PNATRANs é didática e intuitiva. Acreditamos que sua importância reside especialmente na sua porção inicial, para fazer você entender as premissas que fundamentam a atual visão de políticas públicas de trânsito nas diversas áreas abrangidas. Faça a leitura do documento aqui, ou acesse-o na sua área do aluno. O PNATRANs contém, ainda, informações valiosas para incrementar as respostas às questões discursivas. raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 https://escola.detran.rs.gov.br/wp-content/uploads/2021/09/PNATRANS.pdf 47 Res. 871/2021 raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 48 5. RES. 871/2021 - CAMPANHA EDUCATIVA DE TRÂNSITO DE 2022 Esta Resolução estabelece os temas e o cronograma das campanhas educativas de trânsito a serem realizadas de janeiro a dezembro de 2022, bem como a mensagem educativa de trânsito a ser utilizada nacionalmente em todas as peças publicitárias destinadas à divulgação ou promoção, nos meios de comunicação social, de produtos oriundos da indústria automobilística ou afins. As Campanhas Educativas de Trânsito de 2022 terão como mensagem "JUNTOS SALVAMOS VIDAS" que deverá ser promovida pelos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito. Esta mensagem deverá ser veiculada obrigatoriamente nos meios de comunicação social em toda peça publicitária destinada à divulgação ou promoção de produtos oriundos da indústria automobilística ou afins, conforme orientação do CONTRAN. O Anexo da R871 traz um cronograma sugestivo acerca das ações a serem trabalhadas pelos órgãos de trânsito durante cada mês do ano, que é interessante para fins de visualizar como os órgãos se organizam, mas não necessita ser memorizada. raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito-antigo/conteudo-contran/resolucoes/Resolucao8712021.pdf 49 Res. 882/2021 raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 50 6. RES. 882/2021 - PESOS, DIMENSÕES, AET A R882 revogou diversas resoluções que tratavam dos assuntos relativos a peso e dimensões, consolidando-as, como a 210, 211, 290, 520 e 803. Esta Resolução estabelece os limites de pesos e dimensões para veículos que transitem por vias terrestres, referenda a Deliberação CONTRAN nº 246, de 25 de novembro de 2021, e dá outras providências. Vejamos o lastro dessa Resolução no CTB: Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres o veículo cujo peso e dimensões atenderem aos limites estabelecidos pelo CONTRAN. § 1º O excesso de peso será aferido por equipamento de pesagem ou pela verificação de documento fiscal, na forma estabelecida pelo CONTRAN. § 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de peso bruto total e peso bruto transmitido por eixo de veículos à superfície das vias, quando aferido por equipamento, na forma estabelecida pelo CONTRAN. § 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na pesagem de veículos serão aferidos de acordo com a metodologia e na periodicidade estabelecidas pelo CONTRAN, ouvido o órgão ou entidade de metrologia legal. Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veículos poderá transitar com lotação de passageiros, com peso bruto total, ou com peso bruto total combinado com peso por eixo, superior ao fixado pelo fabricante, nem ultrapassar a capacidade máxima de tração da unidade tratora. Art. 101. Ao veículo ou à combinação de veículos utilizados no transporte de carga que não se enquadre nos limites de peso e dimensões estabelecidos pelo Contran, poderá ser concedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via, autorização especial de trânsito, com prazo certo, válida para cada viagem ou por período, atendidas as medidas de segurança consideradas necessárias, conforme regulamentação do Contran. (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020) Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os coletivos de passageiros deverão conter, em local facilmente visível, a inscrição indicativa de sua tara, do peso bruto total (PBT), do peso bruto total combinado (PBTC) ou capacidade máxima de tração (CMT) e de sua lotação, vedado o uso em desacordo com sua classificação. Art. 231. Transitar com o veículo:[...] V - com excesso de peso, admitido percentual de tolerância quando aferido por equipamento, na forma a ser estabelecida pelo CONTRAN: [...] X - excedendo a capacidade máxima de tração: Infração - de média a gravíssima, a depender da relação entre o excesso de peso apurado e a capacidade máxima de tração, a ser regulamentada pelo CONTRAN; [...] raquel avelino ribeiro guiamaison@gmail.com 020.711.411-05 51 Art. 323. O CONTRAN, em cento e oitenta dias, fixará a metodologia de aferição de peso de
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