Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tema: POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SERVIÇO SOCIALSERVIÇO SOCIAL Todos os direitos reservados à Editora UNIASSELVI - Uma empresa do Grupo UNIASSELVI Fone/Fax: (47) 3281-9000/ 3281-9090 Copyright © Editora GRUPO UNIASSELVI 2011. Proibida a reprodução total ou parcial da obra de acordo com a Lei nº 9.610/98. Rodovia BR 470, km 71, n° 1.040, Bairro Benedito Caixa postal n° 191 - CEP: 89.130-000. lndaial-SC Fone: (0xx47) 3281-9000/3281-9090 Home-page: www.uniasselvi.com.br Curso sobre Serviço Social Centro Universitário Leonardo da Vinci Organização Vera Lúcia Hoffmann Pieritz Andréia Zanluca Denise da Silva Vieira Joelma Bonetti Juliana Maria Lazzarini Marines Selau Lopes Silvana Braz Wegrzynovski Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch Pró-Reitora de Ensino de Graduação a Distância Prof.ª Francieli Stano Torres Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância Prof. Hermínio Kloch Diagramação e Capa Maitê Karly Roeder Revisão: Harry Wiese Marcelo Bucci Nélson Dellagiustina Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 1POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL EMENTA O Sistema Único de Assistência Social (os níveis de proteção, gestão e conselhos). A NOB / SUAS – NOB/RH/SUAS. A Tipifi cação Nacional dos Serviços Socioassistenciais. O Plano Brasil sem Miséria. O Benefício da Prestação Continuada – BPC. Defi nição de Termologias utilizadas na Política de Assistência Social. 1 SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS Por: Denise da Silva Vieira FIGURA 1 – SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS FONTE: Disponível em: <http://www.mds.gov.br>. Acesso em: 8 maio 2013. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 2 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Caro(a) acadêmico(a)! Você já ouviu falar sobre SUAS? Esperamos que sim. Agora vamos nos lembrar de alguns detalhes importantes. Vejamos: Conforme Brasil (2005a), a IV Conferência Nacional de Assistência Social foi realizada em dezembro 2003, em Brasília/DF, que apontou como principal deliberação a construção e implementação do SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS, que é requisito essencial da Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS – para dar efetividade à assistência social como política pública. Mas, então o que é o SUAS? No que tange ao SUAS, devemos compreender que: O SUAS é um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo que tem por FUNÇÃO a gestão do conteúdo específi co da assistência social no campo da proteção brasileira. (BRASIL, 2005a, p. 86 – grifos nossos). E qual é o seu objetivo? O OBJETIVO do SUAS, conforme BRASIL (2005a), é assegurar a concretude dos preceitos da LOAS e integrar o governo federal com os estaduais e municipais em uma ação pública comum de garantia de direitos. Compreenderam? Esperamos que sim. Continuando nossos estudos, agora vamos compreender um pouco mais sobre os tipos e níveis de gestão do SUAS. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 3POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 1.1 TIPOS E NÍVEIS DE GESTÃO DO SUAS Agora, prezado(a) acadêmico(a), vamos conhecer em detalhes os tipos e níveis de GESTÃO do SUAS. O SUAS comporta quatro tipos de gestão: Conforme BRASIL (2005a), a Gestão dos Municípios pode ser compreendida em inicial, básica e plena. Vejamos cada uma delas: INICIAL: Aos municípios que não se habilitam na gestão plena e básica. BÁSICA: Nível em que o município assume a proteção básica. PLENA: Nível em que o município tem a gestão total das ações de assistência social, assumindo a responsabilidade de organizar a proteção social básica e especial em seu município. Município de Pequeno Porte I: Mínimo 1 CRAS, para até 2.500 famílias referenciadas. Município de Pequeno Porte II: Mínimo 1 CRAS, para até 3.500 famílias referenciadas. Município de Médio Porte: Mínimo 2 CRAS, cada um para até 5.000 famílias referenciadas. Município de Grande Porte: Mínimo 4 CRAS, cada um para até 5.000 famílias referenciadas. Metrópoles: Mínimo 8 CRAS, cada um para até 5.000 famílias referenciadas. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 4 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL OBS.: CRAS – Centro de referência de assistência social. Instrumentos de Gestão: são ferramentas de planejamento técnico e fi nanceiro da política e do SUAS, nas três esferas de governo, tendo como parâmetro o diagnóstico social e os eixos de proteção social, básica e especial, sendo eles: plano de assistência social, orçamento, monitoramento, avaliação e gestão da informação, relatório anual de gestão. Instâncias de Articulação, Pactuação e Deliberação: Articulação: são espaços de participação aberta, constituídos por organizações governamentais e não governamentais. Pactuação: são negociações estabelecidas com a anuência das esferas de governo envolvidas, no que tange à operacionalização da política não pressupondo processo de votação nem tão pouco de deliberação. As instâncias de negociação e pactuação da assistencia social são as CIB e CIT. CIB: Comissão Intergestoras Bipartite: representantes do estado e dos municípios, são instâncias com particularidades diferenciadas e não substituem o papel do gestor. CIT: Comissão Intergestores Tripartite: é um espaço de articulação entre os gestores federal, estaduais e municipais, pactuam estratégias para implementação e operacionalização do SUAS. Deliberação: apenas os conselhos podem deliberar, são eles: Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS; Conselhos Estadual de Assistência Social – CEAS; Conselho de Assistência Social do Distrito Federal – CAS/ DF; Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS e conferências de assistência social. FONTE: BRASIL (2005a) Entenderam? Esperamos que sim. Continuando, iremos ver agora a questão da Assistência Social e as proteções afi ançadas. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 5POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 1.2 ASSISTÊNCIA SOCIAL E AS PROTEÇÕES AFIANÇADAS: Prezado(a) acadêmico(a)! Veja os conceitos de Proteção Social Básica, Proteção Social Especial e Proteção Social de Média Complexidade e Alta, que são importantíssimos para a sua atuação profi ssional, vejamos: Proteção Social BÁSICA: tem como objetivos prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comúnitários. (BRASIL, 2005a, p. 33). Serviços de proteção básica serão executados de forma direta nos Centros de Referência da Assistência Social – CRAS, que é responsável pelo programa de atenção integral às famílias – PAIF. Proteção Social ESPECIAL: é a modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimentos de medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras. (BRASIL, 2005a, p. 37). Proteção Social de MÉDIA COMPLEXIDADE: aquela que oferece atendimentos às famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas cujos vínculos familiares e comunitário não foram rompidos. (BRASIL, 2005a, p. 38). Ex.: serviço de orientação e apoio familiar; plantão social; abordagem de rua; cuidado no domicílio, serviços de habilitação e reabilitação na comunidade das pessoas com defi ciência; medidas socioeducativas em meio aberto. Proteção Social Especial de ALTA COMPLEXIDADE: é aquela que garante proteção integral – moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para famílias e indivíduosque se encontram sem referências e, ou, em situação de ameaça, necessistando ser retirado de seu núcleo famíliar e, ou, comunitário. (BRASIL, 2005a, p. 38). Ex.: atendimento integral institucional; casa lar; república; casa de passagem; albergue; família substituta; família acolhedora; medidas socioeducativas restritivas e privativas de liberdade (semiliberdade, internação provisória e sentenciada), trabalho protegido. Para compreendermos melhor, vejamos o esquema a seguir: Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 6 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Esperamos que você tenha percebido as diferenças entre estes tipos de proteção. Vejamos agora alguns detalhes importantes relativos aos conselhos na política de assistência social. 1.3 CONSELHOS Caro(a) acadêmico(a)! Vamos conhecer o PAPEL dos conselhos na política de assistência social. Então, vejamos: O CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CNAS foi instituído pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993), como órgão superior de deliberação colegiada, vinculada à estrutura do órgão da Administração Pública Federal, que é responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social (que atualmente, é o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome), cujos membros, nomeados pelo Presidente da República, têm mandato de dois anos, permitida uma única recondução por igual período. O CNAS é composto por 18 (dezoito) membros e respectivos suplentes, cujos nomes são indicados ao órgão da Administração Pública Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 7POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Federal responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social, de acordo com os critérios seguintes: I - 9 (nove) representantes governamentais, incluindo 1 (um) representante dos estados e 1 (um) dos municípios. II - 9 (nove) representantes da sociedade civil, entre representantes dos usuários ou de organizações de usuários, das entidades e organizações de assistência social e dos trabalhadores do setor, escolhidos em foro próprio sob a fi scalização do Ministério Público Federal. As principais COMPETÊNCIAS do Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS são: • aprovar a Política Nacional de Assistência Social; • normatizar as ações e regular a prestação de serviços de natureza pública e privada no campo da assistência social; • zelar pela efetivação do sistema descentralizado e participativo de assistência social; • convocar ordinariamente a Conferência Nacional de Assistência Social; • apreciar e aprovar a proposta orçamentária da Assistência Social a ser encaminhada pelo órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social; • divulgar, no Diário Ofi cial da União, todas as suas decisões, bem como as contas do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) e os respectivos pareceres emitidos. FONTE: Disponível em: <http://www.mds.gov.br/cnas/sobre-o-cnas/quem-somos-e- como-funcionamos/>. Acesso em: 10 maio 2013. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 8 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Caro(a) acadêmico(a)! Agora vamos relembrar alguns tópicos importantes para o estudo: FONTE: Disponível em: <http://www.crasmeninojesus-saogabriel-rs.blogspot.com>. Acesso em: 11 maio 2013. Assistência Social Saúde Previdência Social Não Contributa Não Contributa Contributiva FIGURA 2 – CRAS Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 9POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL PROTEÇÃO SOCIAL: consiste no conjunto de ações, cuidados, atenções, benefícios e auxílios ofertados pelo SUAS. (BRASIL, 2005a, p. 40). PRINCÍPIOS: a matricidade sociofamiliar; territorialização; a proteção proativa; integração à seguridade social; fi nanciamento; controle social; desafi o da participação popular/cidadão usuário; política de recursos humanos; informação, o monitoramento e a avaliação. (BRASIL, 2005a, p. 39). GARANTIAS: a segurança de acolhida; a segurança social de renda; a segurança do convívio ou vivência familiar, comunitária e social; a segurança do desenvolvimento da autonomia individual, familiar e social; a segurança de sobrevivência a riscos circunstanciais. (BRASIL, 2005a, p. 40). VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL: consiste no desenvolvimento da capacidade e de meios de gestão assumidos pelo órgão público gestor da assistência social para conhecer a presença das formas de vulnerabilidade social da população e do território pelo qual é responsável. (BRASIL, 2005a, p. 39). REDE SOCIOASSISTENCIAL: é um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, que ofertam e operam benefícios, serviços, programas e projetos, o que supõe a articulação entre todas estas unidades de provisão de proteção social, sob a hierarquia básica e especial e ainda por níveis de complexidade. (BRASIL, 2005a, p. 38). CRAS: Centro de referência da Assistência Social. CREAS: Centro de referência especializado da assistência social. PAIF: É um trabalho de caratér continuado que visa a fortalecer a função de proteção das famílias, prevenindo a ruptura de laços, promovendo o acesso e usufruto de direitos e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 10 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL BENEFÍCIOS DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – BPC E EVENTUAIS (NATALIDADE E FUNERAL) = proteção básica, os benefícios, BPC, como os eventuais, integram a proteção social básica e devem ser articulados aos demais programas e serviços ofertados pelas três esferas de governo dentro do SUAS. O FUNDO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL criado pela LOAS e regulamentado pelo decreto nº 1.605/95, tem o objetivo de fi nanciar o BPC e apoiar serviços, programas e projetos da assistência social. Compreenderam um pouco mais? Esperamos que sim. Para concluir este assunto indicamos como sugestão para leitura a obra: FIGURA 3 – O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL SUAS: UMA REALIDADE EM MOVIMENTO FONTE: Disponível em: <http://www.cortezeditora.com.br>. Acesso em: 11 maio 2013. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 11POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2 NORMA OPERACIONAL BÁSICA NOB/SUAS Por: Denise da Silva Vieira FIGURA 4 – NORMA OPERACIONAL BÁSICA NOB/SUAS FONTE: Disponível em: <http://www.mds.gov.br>. Acesso em: 13 maio 2013. Caro(a) acadêmico(a)! Você já ouviu falar sobre NOB/SUAS E NOB/RH? Agora vamos lembrar alguns detalhes importantes. Vejamos: 2.1 CARÁTER DA NORMA OPERACIONAL BÁSICA DO SUAS A Norma Operacional Básica – NOB/SUAS disciplina a gestão pública da política de assistência no território brasileiro, exercida no módulo sistêmico pelos entes federativos, em consonância com a Constituição da República de 1988, a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS e as legislações complementares a ela aplicáveis. (BRASIL, 2005b, p. 85). Seu conteúdo estabelece: caráter do SUAS; funções da política de assistência social para extensão da proteção social brasileira; níveis de gestão do SUAS; instâncias de articulação, pactuação e deliberação que compõem o processo Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 12 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL democrático de gestão do SUAS; fi nanciamento; regras de transição. O pacto federativo, que sustenta o conteúdo do SUAS e de sua regulação por meio da NOB/SUAS: o conhecimento da realidade municipal, do Distrito Federal, estadual e nacional, quanto à presença e à prevenção de riscos e vulnerabilidade sociais dapopulação; a distância entre a demanda de proteção social em face da rede socioassistencial existente e entre esta e aquela que se busca alcançar com a implementação do SUAS; construção gradual de metas nos planos municipais, do Distrito Federal, estaduais e federal; o trato igualitário e equitativo dos municípios, dos estados e regiões nacionais e das microrregiões dos estados; a defesa dos direitos socioassistenciais; padrão de fi nanciamento e o controle social. A NOB/SUAS: é fundada em pacto entre os entes federativos, o que assegura a unidade de concepção e de âmbito da política de assitência social em todo território nacional, sob o paradigma dos direitos à proteção social pública de seguridade social e à defesa da cidadania do usuário. 2.2 NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE RECURSOS HUMANOS DO SUAS NOB-RH/SUAS Caro(a) acâdemico(a) vejamos agora o conteúdo da NOB/RH, conforme nos mostra BRASIL (2006). A partir do DIAGNÓSTICO realizado na pesquisa, no item Gestão de Pessoas na área da Assistência Social em todo o Brasil, a “V Conferência” deliberou algumas metas que embasam esta NOB-RH/SUAS. Neste sentido, depois de um amplo processo de discussão, aprimoramento e contribuições, surgiu a Norma Operacional Básica – NOB/ RH-SUAS. E, de que trata esta tal de NOB/RH-SUAS? Vejamos: Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 13POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Vamos conhecer a EQUIPE DE REFERÊNCIA que preconiza a NOB/RH/ SUAS. As equipes de referência são aquelas constituídas por servidores efetivos responsáveis pela organização e oferta de serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e especial, levando-se em consideração o número de famílias e indivíduos referenciados, o tipo de atendimento e as aquisições que devem ser garantidas aos usuários. Então, de que trata a proteção social Básica? A PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA, nada mais é do que a composição de uma equipe de referência dos Centros de Referência da Assistência Social – CRAS para a prestação de serviços e execução das ações no âmbito da Proteção Social Básica nos municípios. FIGURA 5 – CRAS FONTE: Disponível em: <http://crasjg.blogspot.com/2012/07/projeto- -siga-bem-caminhoneiro-do-sbt.html>. Acesso em: 13 maio 2013. Vejamos agora alguns detalhes específi cos dos CRAS: Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 14 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL QUADRO 1 – CENTRO DE REFERÊNCIA SOCIAL - CRAS CENTRO DE REFERÊNCIA SOCIAL – CRAS Pequeno Porte I Pequeno Porte II Médio, Grande, Metrópole e DF Até 2.500 famílias referenciadas Até 3.500 famílias referenciadas A cada 5.000 famílias referenciadas 2 técnicos de nível superior, sendo 1 profi ssional assistente social e o outro preferencialmente psicólogo. 3 técnicos de nível superior, sendo 2 profi ssionais assistentes sociais e preferencialmente 1psicólogo. 4 técnicos de nível superior, sendo 2 profi ssionais assistentes sociais, 1 psicólogo e um profi ssional que compõe o SUAS. 2 técnicos de nível médio. 3 técnicos nível médio. 4 técnicos de nível médio. FONTE: BRASIL (2006, p. 15) Deste modo, conforme BRASIL (2006), as equipes de referência para os Centros de Referência da Assistência Social – CRAS devem contar sempre com um coordenador, devendo o mesmo, independentemente do porte do município, ter o seguinte perfi l profi ssional: ser um técnico de nível superior, concursado, com experiência em trabalhos comunitários e gestão de programas, projetos, serviços e benefícios socioassistenciais. Ok, compreenderam? Agora iremos ver quais são as características da Proteção Social Especial. A PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL, é composta de uma equipe de referência para a prestação de serviços e execução das ações no âmbito da Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade. De Média Complexidade: O Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS – é uma unidade pública que se constitui como polo de referência, coordenador e articulador da proteção social especial de média complexidade. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 15POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL FIGURA 6 – CREAS FONTE: Disponível em: <http://creas.tamboril.zip.net/>. Acesso em: 13 maio 2013. Vejamos agora alguns detalhes específi cos relativos a esta questão: QUADRO 2 – DETALHES ESPECÍFICOS Municípios em Gestão Inicial e Básica Municípios em Gestão Plena e Estados com Serviços Regionais Capacidade de atendimento de 50 pessoas/indivíduos Capacidade de atendimento de 80 pessoas/indivíduos 1 coordenador 1 coordenador; 1 assistente social; 1 psicólogo; 1 advogado; 2 profi ssionais de nível superior ou médio (abordagem dos usuários); 1 auxiliar administrativo. 1 coordenador 1 coordenador; 2 assistentes sociais; 2 psicólogos; 1 advogado; 4 profi ssionais de nível superior ou médio (abordagem dos usuários); 2 auxiliar administrativo. FONTE: BRASIL (2006, p. 16) Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 16 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL De Alta Complexidade: 1 Atendimento em pequenos grupos (abrigo institucional, casa-lar e casa de passagem). Equipe de referência para atendimento direto: QUADRO 3 – EQUIPE DE ATENDIMENTO EM PEQUENOS GRUPOS PROFISSIONAL / FUNÇÃO ESCOLARIDADE QUANTIDADE Coordenador Nível superior ou médio 1 profi ssional referenciado para até 20 usuários acolhidos em, no máximo, 2 equipamentos. Cuidador Nível médio e qualifi cação específi ca 1 profi ssional para até 10 usuários, por turno. A quantidade de cuidador por usuário deverá ser aumentada quando houver usuários que demandem atenção específi ca (com defi ciência, com necessidades específi cas de saúde, pessoas soropositivas, idade inferior a um ano, pessoa idosa com grau de dependência II ou III, entre outros). Para tanto, deverá ser adotada a seguinte relação: a) 1 cuidador para cada 8 usuários, quando houver 1 usuário com demandas específi cas; b) 1 cuidador para cada 6 usuários, quando houver 2 ou mais usuários com demandas específi cas. Auxiliar de Cuidador Nível fundamental e qualifi cação específi ca 1 profi ssional para até 10 usuários, por turno. A quantidade de cuidador por usuário deverá ser aumentada quando houver usuários que demandem atenção específi ca (com defi ciência, com necessidades específi cas de saúde, pessoas soropositivas, idade inferior a um ano, pessoa idosa com Grau de Dependência II ou III, dentre outros). Para tanto, deverá ser adotada a seguinte relação: a) 1 auxiliar de cuidador para cada 8 usuários, quando houver 1 usuário com demandas específi cas; b) 1 auxiliar de cuidador para cada 6 usuários, quando houver 2 ou mais usuários com demandas específi cas. FONTE: BRASIL (2006, p. 17) Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 17POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Equipe de referência para atendimento psicossocial, vinculada ao órgão gestor: QUADRO 4 – EQUIPE DE REFERÊNCIA PARA ATENDIMENTO PSICOSSOCIAL PROFISSIONAL / FUNÇÃO ESCOLARIDADE QUANTIDADE Assistente Social Nível superior 1 profi ssional para atendimento a, no máximo, 20 usuários acolhidos em até dois equipamentos da alta complexidade para pequenos grupos. Psicólogo Nível superior 1 profi ssional para atendimento a, no máximo, 20 usuários acolhidos em até dois equipamentos da alta complexidade para pequenos grupos. FONTE: BRASIL (2006, p. 17) Agora, prezado(a) acadêmico(a), vejamos outros programas. A Família Acolhedora: que é uma Equipe de Referência para atendimento psicossocial, vinculada ao órgão gestor: QUADRO5 – EQUIPE DE REFERÊNCIA PROFISSIONAL / FUNÇÃO ESCOLARIDADE QUANTIDADE Coordenador Nível superior 1 profi ssional referenciado para até 45 usuários acolhidos. Assistente Social Nível superior 1 profi ssional para acompanhamento de até 15 famílias acolhedoras e atendimento a até 15 famílias de origem dos usuários atendidos nesta modalidade. Psicólogo Nível superior 1 profi ssional para acompanhamento de até 15 famílias acolhedoras e atendimento a até 15 famílias de origem dos usuários atendidos nesta modalidade. FONTE: BRASIL (2006, p. 17) Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 18 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL A República: que é uma Equipe de Referência para atendimento psicossocial, vinculada ao órgão gestor: QUADRO 6 – EQUIPE DE REFERÊNCIA PROFISSIONAL / FUNÇÃO ESCOLARIDADE QUANTIDADE Coordenador Nível superior 1 profi ssional referenciado para até 20 usuários. Assistente Social Nível superior 1 profi ssional para atendimento a, no máximo, 20 usuários. em até dois equipamentos. Psicólogo Nível superior 1 profi ssional para atendimento a, no máximo, 20 usuários em até dois equipamentos. FONTE: BRASIL (2006, p. 17) As Instituições de Longa Permanência para Idosos – ILPIs, que é uma Equipe de Referência para Atendimento Direto: QUADRO 7 – EQUIPE DE REFERÊNCIA PARA ATENDIMENTO DIRETO PROFISSIONAL / FUNCÃO ESCOLARIDADE 1 Coordenador Nível superior ou médio Cuidadores Nível médio 1 Assistente Social Nível superior 1 Psicólogo Nível superior 1 Profi ssional para desenvolvimento de atividades socioculturais. Nível superior Profi ssional de limpeza Nível fundamental Profi ssional de alimentação Nível fundamental Profi ssional de lavanderia Nível fundamental FONTE: BRASIL (2006, p. 17) Diretrizes Nacionais para os Planos de Carreira, Cargos e Salários – PCCS: Os Planos de Carreira, Cargos e Salários – PCCS deverão ser instituídos em cada esfera de governo para os trabalhadores do SUAS, da administração direta e indireta, baseados nos seguintes princípios defi nidos nacionalmente. Caro(a) acadêmico(a)! Agora vamos relembrar alguns tópicos Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 19POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL importantes para o estudo: Compreenderam um pouco mais? Esperamos que sim. Para concluir este assunto, prezado(a) acadêmico(a), indicamos como sugestão para leitura: NOB: é o instrumento normativo que defi nirá o modo de operacionalizar os preceitos da legislação que rege o Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Assistência social. N O B / R H - S U A S : i n s t r u m e n t o normativo responsável pela defi nição de diretrizes e responsabilidades no âmbito da política do trabalho na área da assistência social. TRABALHADORES DA ASSISTÊNCIA SOCIAL: são todos aqueles que atuam institucionalmente na política de assistência social, conforme preconizado na LOAS, na PNAS e no SUAS, inclusive quando se tratar de consórcios intermunicipais e entidades e organizações da assistência social. FAMÍLIA REFERENCIADA: é aquela que vive em áreas caracterizadas como de vulnerabilidade, defi nidas a partir de indicadores estabelecidos por órgão federal, pactuados e deliberados. A unidade de medida “família referenciada” é adotada para atender situações isoladas e eventuais relativas a famílias que não estejam em agregados territoriais atendidos em caráter permanente, mas que demandam do ente público proteção social. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 20 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL FIGURA 7 – OBRA “NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE RECURSOS HUMANOS DO SUAS (NOB-RH/SUAS), FRENTE ÀS DEMANDAS DOS TRABALHADORES DO SUAS FONTE: Disponível em: <http://www.slideshare.net/alaviei- ra/nobrh-e-as-demandas-dos-trabalhadores-do-suas>. Acesso em: 14 maio 2013. 3 TIPIFICAÇÃO NACIONAL DE SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS Por: Denise da Silva Vieira FIGURA 8 – TIPIFICAÇÃO NACIONAL DE SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS FONTE: Disponível em: <http://www.mds.gov.br>. Acesso em: 14 maio 2013. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 21POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Caro(a) acadêmico(a)! Você já ouviu falar de TIPIFICAÇÃO? Vamos lembrar alguns detalhes importantes. Conforme, Brasil (2009), a VI Conferência Nacional de Assistência Social, realizada em dezembro 2007, em Brasília/DF, apontou como deliberação de “Tipifi car e consolidar a classifi cação nacional dos serviços socioassistenciais”, sendo aprovada com a resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009. Mas, então do que se trata esta tal de TIPIFICAÇÃO? A Tipifi cação é a padronização de serviços Socioassistenciais, organizados por níveis de complexidade. Vejamos: No que tange aos SERVIÇOS DE PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA, possuem-se as seguintes denominações: • Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF). • Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. • Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Defi ciência e Idosos. Já, com relação aos SERVIÇOS DE PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL MÉDIA e ALTA COMPLEXIDADE, existem as seguintes denominações: a) DE MÉDIA COMPLEXIDADE: • Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI). • Serviço Especializado em Abordagem Social. • Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC). • Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Defi ciência, Idosos e suas Famílias. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 22 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL b) DE ALTA COMPLEXIDADE: Serviço de acolhimento institucional, nas seguintes modalidades: - Abrigo institucional. - Casa-lar. - Casa de passagem. - Residência inclusiva. • Serviço de Acolhimento em República. • Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora. • Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências. Caro(a) acadêmico(a)! Destacaremos agora, um demostrativo para entender melhor o PROCESSO DE TIPIFICAÇÃO dos serviços socioassistenciais. NOTA: O quadro acima é um exemplo da tipifi cação e se aplica aos demais serviços socioassistenciais - CREAS. CREAS antes da tipifi cação Com a Resolução Nº 109 de 11/11/2009 Tipifi cação dos serviços socioassistenciais FONTE: Disponível em: <http://portalsocial.sedsdh.pe.gov.br/sigas/Arquivos/capaci- tacao/meta%2006/CREAS%20E%20TIPIFICACAO%20-%20AMPLIADA.pdf>. Acesso em 14/05/2013. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 23POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Caro(a) acadêmico(a)! Agora vamos relembrar alguns tópicos importantes para o estudo: Compreenderam um pouco mais sobre a tipifi cação? Esperamos que sim. 4 O PLANO BRASIL SEM MISÉRIA Por: Marines Selau Lopes Prezado(a) acadêmico(a)! Agora adentraremos a questão do Plano Brasil sem Miséria. Mas, você já viu este assunto antes? Esperamos que sim. Mas vamos compreender um pouco mais sobre este assunto muito NOME DO SERVIÇO: termos utilizados para denominar o serviço de modo a evidenciar sua principal função e os seus usuários. ARTICULAÇÃO EM REDE: sinaliza a completude da atenção hierarquizada em serviços de vigilância social, defesa de direitos e proteção básica e especial de assistência social e dos serviços de outras políticas públicas e de organizações privada. IMPACTO SOCIAL ESPERADO: trata dos resultados e dos impactos esperados de cada serviço e do conjunto dos serviços conectados em rede socioassistencial. ABRANGÊNCIA: referência territorializada da procedênciados usuários e do alcance do serviço. REGULAMENTAÇÕES: remissão a leis, decretos, normas técnicas e planos nacionais que regulam benefícios e serviços socioassistenciais e atenções a segmentos específi cos que demandam a proteção social de assistência social. QUISIÇÕES DOS USUÁRIOS: trata dos compromissos a serem cumpridos pelos gestores em todos os níveis, para que os serviços prestados no âmbito do SUAS produzam seguranças sociais aos seus usuários, conforme suas necessidades e a situação de vulnerabilidade e risco em que se encontram. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 24 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL importante para a nossa atuação profi ssional. Vejamos: O PLANO BRASIL SEM MISÉRIA foi lançado em junho de 2011, com a fi nalidade de superar a extrema pobreza no país. O PÚBLICO ALVO defi nido foram os brasileiros que, mesmo com os avanços sociais e econômicos do país nos últimos anos, continuavam em situação de extrema pobreza, ou seja, com renda familiar mensal inferior a R$ 70,00 por pessoa. Considerando que a extrema pobreza se mostra de diversas formas além da insufi ciência de renda, o Plano foi estruturado em três linhas: • garantia de renda • inclusão produtiva e • acesso a serviços. São várias ações, programas e políticas distribuídas nas três linhas, que envolvem vários ministérios. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) coordena o Brasil sem Miséria. Todos os estados brasileiros aderiram ao Plano. Entretanto, para que o Brasil sem Miséria funcione de verdade, é fundamental que haja forte envolvimento dos municípios. Um dos motivos para a centralidade nos municípios é o CADASTRO ÚNICO, porta de entrada para o Brasil sem Miséria. Afi nal, o responsável pelo registro das famílias no Cadastro é o poder público municipal, que também tem papel de destaque no funcionamento das políticas de saúde, educação e assistência social, essenciais para a superação da extrema pobreza. Para saber mais acesse: <http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/ geral/index.php>. Vejamos agora, prezado(a) acadêmico(a), do que trata este tal de CADASTRO ÚNICO! Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 25POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 4.1 O CADASTRO ÚNICO E O PÚBLICO-ALVO DO PLANO NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS Para o acompanhamento do Plano Brasil sem Miséria, o Ministério de Desenvolvimento Social-MDS utiliza as informações do Cadastro Único. Ele provê dados individualizados, atualizados no máximo a cada dois anos, sobre os brasileiros com renda mensal de até meio salário mínimo per capita, ou renda mensal total de até três salários mínimos, permitindo saber quem são, onde moram, o perfi l de cada um dos membros das famílias e as características das suas habitações. De acordo com os registros de fevereiro de 2013, existiam 25.319.728 famílias brasileiras inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais, o que corresponde a 81.848.784 pessoas cadastradas. A distribuição das famílias cadastradas conforme a renda por pessoa mensal declarada aponta que: • 13.205.720 possuem renda per capita familiar de até R$70,00; • 18.528.057 possuem renda per capita familiar de até R$ 140,00; • 23.007.791 possuem renda per capita até meio salário mínimo. Compreenderam? Vejamos mais alguns detalhes importantes a serem compreendidos por você meu(minha) caro(a) acadêmico(a): a) O Programa Bolsa Família FIGURA 9 – REPRESENTA EM NÍVEL NACIONAL O PBF FONTE: Disponível em: <http://noticias.portalbraganca.com. br/economia/bolsa-familia-2013-confi ra-o-calendario-de-paga- mentos-do-bolsa-familia-2013.php>. Acesso em: 13 maio 2013. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 26 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA (PBF) contemplou no mês de abril de 2013, 13.647.478 famílias, que receberam benefícios com valor médio de R$ 150,32. O valor total transferido pelo governo federal em benefício às famílias atendidas alcançou R$ 2.051.462.250 no mês. Em relação às condicionalidades, o acompanhamento da frequência escolar, com base no bimestre fi nalizado em novembro de 2012, atingiu o percentual de 89,32%, para crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos, o que equivale a 13.305.702 alunos acompanhados em relação ao público de 14.896.854 alunos com perfi l para acompanhamento. Para os jovens entre 16 e 17 anos que recebem o Benefício Vinculado ao Adolescente (BVJ), o percentual de acompanhamento da frequência escolar foi de 77,62%, resultando em 2.389.544 jovens acompanhados de um total de 3.078.673 jovens com perfi l. Já o acompanhamento da saúde das famílias, na vigência até o mês de dezembro de 2012, atingiu 73,12 %, percentual equivale a 8.689.047 famílias de um total de 11.883.263 que compunham o público no perfi l para acompanhamento da área de saúde. Para saber mais acesse: <http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/ geral/relatorio.php>. b) Acesso a Serviços: Assistência Social Para fazer frente a um desafi o com o tamanho e a abrangência territorial do Brasil sem Miséria, focado no público mais vulnerável do país, foi necessário que o Plano tivesse como menção uma rede com as mesmas características – a rede do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). O sucesso do Brasil sem Miséria demanda do bom funcionamento do SUAS e uma atuação integrada entre as secretarias municipais de assistência social e as secretarias de trabalho, educação, saúde e outras que estejam envolvidas na estratégia de superação da extrema pobreza. O fortalecimento da agenda municipal da assistência social, em especial no que diz respeito à estruturação do SUAS, requer reforço no seu fi nanciamento. É por isso que o MDS disponibiliza aos municípios recursos para a ampliação da rede (saúde, educação, inclusão produtiva) e a qualifi cação de seus serviços. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 27POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Para saber mais acesse: <http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/ geral/index.php>. c) Saúde Os municípios recebem repasse do Ministério da Saúde para a construção de Unidades de Saúde em localidades de alta concentração de pobreza. d) Educação A Ação Brasil Carinhoso dá estímulos fi nanceiros aos municípios para que os serviços de educação infantil cheguem à população mais pobre. O objetivo é incentivar o aumento das vagas para as crianças de 0 a 48 meses benefi ciárias do Bolsa Família nas creches públicas ou conveniadas com o poder público. E, com mais recursos, melhorar o atendimento às crianças e suas famílias. Para isso, o MDS complementa os valores do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) repassados pelo MEC. São 50% mais recursos para cada vaga ocupada por criança do Bolsa Família. Desta forma são identifi cadas crianças no Bolsa Família em creches do município. Em razão disso, com o Brasil Carinhoso, o MDS repassa mais recursos para creches. Outra iniciativa importante para a superação da extrema pobreza é o Mais Educação, programa que estimula a ampliação da jornada nas escolas públicas para, no mínimo, sete horas diárias. Para oferecer educação básica em tempo integral, acrescentam-se às atividades curriculares já existentes outras como reforço escolar, educação ambiental, esporte e artes. O governo federal, por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola, repassa recursos para ressarcir a escola pelo pagamento de alimentação e transporte dos monitores, compra de materiais permanentes e de consumo, contratação de serviços e aquisição de kits pedagógicos. Na expansão do Mais Educação, o MEC privilegia escolas onde a maioria dos estudantes são benefi ciários do Bolsa Família. e) Inclusão Produtiva:Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC Brasil Sem Miséria) Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 28 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL O PRONATEC Brasil sem Miséria oferece gratuitamente cursos de qualifi cação profi ssional com duração mínima de 160 horas para cidadãos com mais de 16 anos de idade. Custeados pelo MEC, os cursos são ministrados por instituições de reconhecida qualidade técnica, como as entidades do Sistema “S” (SENAI, SENAC, SENAT E SENAR), a rede federal de educação profi ssional, científi ca e tecnológica e a rede estadual de educação profi ssional e tecnológica. O aluno recebe todo o material escolar e didático, além da “assistência estudantil”, que consiste de alimentação e transporte, ou de recursos para custeá-los. São muitas opções de cursos em áreas como construção civil, serviços, hotelaria, comércio, bares e restaurantes, cuidador de idoso, operador de computador, eletricista, auxiliar administrativo, entre outras. Há vagas para pessoas com diversos níveis de escolaridade, desde quem tem letramento inicial até alunos com ensino médio, a depender do curso. Ao proporcionar qualifi cação profi ssional, o PRONATEC Brasil sem Miséria aumenta as possibilidades de inserção de pessoas de baixa renda nas oportunidades de trabalho disponíveis. Municípios de qualquer porte populacional podem aderir, sem a necessidade de celebração de convênio com a União ou de pagamento de contrapartida por parte do poder público municipal. Trimestralmente as prefeituras podem renegociar com as escolas a oferta de cursos do PRONATEC Brasil sem Miséria no município. Para saber mais acesse: < h t t p : / / a p l i c a c o e s . m d s . g o v. b r / e a d / r i / c a r r e g a _ p d f . php?rel=subsidios_paa_municipal>. Compreendeu um pouco mais sobre o Plano Brasil sem Miséria? Esperamos que sim. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 29POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 5 BENEFÍCIO DA PRESTAÇÃO CONTINUADA – BPC Por: Joelma Bonetti Prezado(a) acadêmico(a)! Veremos agora as questões pertinentes ao Benefício da Prestação Continuada, o tal do BPC. Você já viu falar deste assunto antes? Esperamos que sim. Vamos compreender um pouco mais sobre isso? Vejamos: O Acesso ao BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – BPC é um direito constituído a IDOSOS com idade igual a superior a 65 anos de idade e que não tenha como manter sua subsistência ou de tê-la garantido através dos fi lhos, ou ser uma pessoa com defi ciência que não tem como se subsidiar ou de tê-la subsidiada pela família. Esse direito garante o ACESSO A UM SALÁRIO MÍNIMO, estabelecido na Constituição Federal de 1988 e posteriormente regulamentado na Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS, o acesso a esse benefício visa à garantia da manutenção das necessidades básicas como saúde, educação, habitação. O Benefício Assistencial de Prestação Continuada – BPC – é um direito constitucional dos idosos e pessoas com defi ciência intelectual e ou múltipla, regulamentado pela Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS, nº 8.742/93, o Decreto nº 1.744/95 e pelo Estatuto do Idoso Lei nº 10.741/2003. Esse repasse fi nanceiro foi instaurado em janeiro de 1993, é fi nanciado através do Fundo Nacional de Assistência Social e operacionalizado pelo INSS. O benefi cio é concedido desde que atenda aos critérios, renda idade e ou defi ciência independe de haver contribuição previdenciária. Ressaltamos que esse benefício será revisto ao fi nal de 24 meses, podendo haver a suspensão ou a continuidade do mesmo, após a avaliação da situação sociofamiliar. Por se tratar de um benefício assistencial, não poderá acessar nenhum outro benefi cio previdenciário, e em caso de falecimento não haverá repasse para dependentes e o benefi cio terá fi m. A pessoa deverá ingressar no INSS com os formulários devidamente Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 30 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL preenchidos, acompanhados da cópia dos documentos pessoas, comprovante de residência e renda. No caso das pessoas com defi ciência deverá acompanhar um atestado médico que especifi ca a defi ciência e a incapacidade para o trabalho. A LOAS nos traz que a receita total na família deverá ser dividida pelo número de integrantes e esta deve obedecer ao critério de ser igual ou menor de ¼ do salário mínimo para acessar ao benefi cio, este deverá acompanhar com o aval do perito médico que considere o indivíduo incapaz de ter vida independente ou de prover sua própria manutenção. Assim, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 203, relata: “A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social”. Ainda, em seu Inciso V prevê: “a garantia de um salário mínimo de benefício mensal, à pessoa portadora de defi ciência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provido por sua família, conforme dispuser a lei”. Outra informação importante é que os benefi ciários do BPC, não recebem o 13º salário, como os demais benefi ciários das políticas contributivas da Previdência Social. Compreenderam um pouco mais sobre o BPC? Esperamos que sim. 6 DEFINIÇÃO DE TERMOLOGIAS UTILIZADAS NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Por: Juliana Maria Lazzarini Agora, prezado(a) acadêmico(a), iremos revisitar alguns conceitos fundamentais da Política de Assistência Social. Vamos lá? CONTROLE SOCIAL: é a participação da população na gestão pública que garante aos cidadãos espaço para infl uir nas políticas públicas, além de Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 31POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL possibilitar o acompanhamento, a avaliação e fi scalização das instituições públicas e organizações não governamentais, visando assegurar os interesses da sociedade. VULNERABILIDADE SOCIAL: famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade; desvantagem pessoal resultante de defi ciência; exclusão pela pobreza e/ ou pelo acesso às demais políticas públicas. CRAS: é referência para o desenvolvimento de todos os serviços socioassistenciais de proteção básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), de caráter preventivo, protetivo e proativo, no seu território de abrangência. É uma unidade que possibilita o acesso de um grande número de famílias à rede de proteção social e assistência social. É uma unidade que tem por objetivo prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidade e risco social nos territórios, por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania. TIPIFICAÇÃO NACIONAL DOS SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS: detalha a descrição de cada serviço da Proteção Social Básica e Especial, os usuários a que se destina, seus objetivos, as provisões que devem ofertar, as aquisições que devem garantir aos usuários, entre outros. Foi aprovada pela Resolução do CNAS nº 109, de 11 de novembro de 2009. ACESSIBILIDADE: possibilidade e condições de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edifi cações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa com defi ciência ou com mobilidade reduzida (Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000). A essa referência devem ser acrescidas as condições de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança, adaptadas a cada serviço socioassistencial e orientadas por profi ssional especializado da administração pública, quando da instalação de cada unidade. ACOLHIMENTO FAMILIAR: consiste na inclusão de crianças/adolescentes, por meiode medida protetiva, em residências de famílias acolhedoras cadastradas, selecionadas, capacitadas e acompanhadas pela equipe profi ssional do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora, de forma temporária até a reintegração da criança à família ou seu encaminhamento para família substituta. ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL: o acolhimento para crianças e Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 32 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL adolescentes, por meio de medida protetiva, oferecido em diferentes equipamentos como Abrigo Institucional para pequenos grupos e casa-lar, de forma temporária até a reintegração da criança à sua própria família ou seu encaminhamento para família substituta. ADOÇÃO: medida judicial de colocação, em caráter irrevogável, de uma criança ou adolescente em outra família, que não seja aquela onde nasceu, conferindo vínculo de fi liação defi nitivo, com os mesmos direitos e deveres da fi liação biológica. AUTONOMIA: capacidade e possibilidade de cidadão suprir suas necessidades vitais, culturais políticas e sociais, sob as condições de respeito às ideias individuais e coletivas, supondo uma relação com o mercado – onde parte das necessidades deve ser adquirida – e com o Estado, responsável por assegurar outra parte das necessidades. É a possibilidade de exercício de sua liberdade, com reconhecimento de sua dignidade e a possibilidade de representar pública e partidariamente os seus interesses sem ser obstaculizado por ações de violações dos direitos humanos e políticos ou pelo cerceamento à sua expressão. BUSCA ATIVA: neste documento este termo é utilizado para designar o ato de buscar família para crianças e adolescentes em condições legais de adoção, visando garantir-lhes o direito de integração a uma nova família, quando esgotadas as possibilidades de retorno ao convívio familiar de origem. CadÚnico: Cadastro Único para Programas Sociais é um instrumento de identifi cação e caracterização socioeconômica das famílias brasileiras de renda mensal de até meio salário por pessoa ou renda familiar mensal de até três salários mínimos. Por meio dele é realizada a seleção dos benefícios de alguns programas sociais do Governo Federal, como, por exemplo, o Bolsa Família. Além de servir como referência para diversos programas sociais de concessão de benefícios, o CadÚnico permite que os estados e municípios conheçam melhor os riscos e vulnerabilidades aos quais a sua população está exposta. CASA-LAR: acolhimento institucional oferecido em unidades residenciais, nas quais pelo menos uma pessoa ou casal trabalha como educador/ cuidador residente – em uma casa que não é a sua – prestando cuidados a um grupo de crianças e/ou adolescentes. CLICO DE VIDA: diferentes etapas do desenvolvimento humano Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 33POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (infância, adolescência, juventude, idade adulta e terceira idade), ou do desenvolvimento familiar (marcado, por exemplo, pela união dos parceiros, separação, recasamento, nascimento e desenvolvimento dos fi lhos e netos, morte e outros). CONSELHO TUTELAR: órgão permanente, autônomo e não jurisdicional (que não integra o Judiciário) encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. O Conselho Tutelar é constituído por cinco membros escolhidos pelos cidadãos de cada município, para um mandato de três anos, admitida uma recondução. A principal função do Conselho Tutelar é a garantia dos direitos das crianças e adolescentes estabelecidos no ECA. Suas atribuições estão defi nidas no art. 136 do ECA. CUIDADOS: ações praticadas por agente institucional capacitado a orientar e desenvolver atos de zelo pessoal a favor de alguém com contingências pessoais. DEMANDA: manifestação de necessidades, apresentadas explicitamente pelo usuário ou identifi cadas pelo técnico, que exigem intervenções de natureza socioassistencial. DESLIGAMENTO: é a conclusão do atendimento/acompanhamento da criança e do adolescente de acordo com critérios técnicos, que leva ao retorno à família de origem, colocação em família substituta ou encaminhamento a outro serviço de acolhimento que esse mostrar mais adequado para as necessidades da criança e do adolescente. DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR: refere-se à retirada dos poderes dos pais sobre seus fi lhos, bem como seus bens, com base na lei e após o devido processo legal. A perda do Poder Familiar é decretada judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil (art. 1638, Código Civil) e também na hipótese de descumprimento injustifi cado dos seguintes deveres e obrigações: sustento, guarda e educação dos fi lhos. DINÂMICA FAMILIAR: é caracterizada pela forma de funcionamento de uma família, ou seja, suas regras, hierarquias, padrões de comunicação. EDUCADORES/CUIDADOR: pessoas selecionadas para trabalhar em instituições de acolhimento, com o objetivo de cuidar, proteger e educar crianças e adolescentes acolhidos nesses serviços por meio de medida protetiva. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 34 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL EMPODERAMENTO DA FAMÍLIA: potencialização da capacidade e dos recursos da família para o enfrentamento de desafi os inerentes às diferentes etapas do ciclo de vida familiar, bem como para a superação de condições adversas, tais como situações de vulnerabilidade e violação de direitos. Refere-se ainda, ao processo pelo qual a família obtém controle sobre decisões e ações relacionadas a políticas públicas, por meio de mobilização e expressão de suas necessidades. ENCAMINHAMENTOS: é um processo de articulação da necessidade do usuário com a oferta de serviços do município realizado pelos técnicos do serviço. Deve ser sempre formal, seja para a rede socioassistencial, seja para outras políticas. Quando necessário, deve ser precedido de contrato com o serviço de destino para contribuir com a efetivação do encaminhamento e sucedido de contrato para o retorno da informação. ENTREVISTA: procedimento técnico que serve para acolher, conhecer, coletar dados, orientar, acompanhar, avaliar e indicar os elementos para trabalhar a família e/ou o usuário do serviço em seu processo de formação cidadã. ESTUDO DE CASO: atividade técnica utilizada durante o processo de acompanhamento, para elaboração de diagnóstico, visando à realização de intervenções. FAMÍLIA: refere-se não apenas ao grupo formado pelos pais ou qualquer um deles e seus dependentes, mas, aos diferentes arranjos familiares resultantes de agregados sociais por relações consanguíneas ou afetivas, ou de subsistência e que assumem a função de cuidar dos membros. FAMÍLIA ACOLHEDORA: nomenclatura dada à família que participa de Serviço de Acolhimento em Famílias Acolhedoras, recebendo crianças e adolescentes sob sua guarda, de forma temporária até a reintegração da criança à sua própria família ou para família extensa, ou ainda para adoção. Também é denominado família de apoio, família cuidadora, família solidária, família guardiã. FAMÍLIA DE ORIGEM: família com a qual a criança e o adolescente viviam no momento em que houve a intervenção dos operadores sociais ou de direito. Pode ser tanto a família nuclear como extensa, uma família que se estende para além da unidade pai/fi lhos e/ou da unidade do casal, estando ou não dentro do mesmo domicílio irmãos, meio-irmãos, avós, tios e primos Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 35POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL de diversos graus. GRUPO DE APOIO À ADOÇÃO: são formados, na maioria das vezes, por iniciativas de pais adotivos que trabalham voluntariamente para a divulgação da nova cultura da adoção, preveniro abandono, preparar adotantes e acompanhar pais adotivos, encaminhar crianças para adoção e para a conscientização da sociedade sobre a adoção e principalmente sobre a adoção e principalmente sobre as adoções necessárias de crianças mais velhas, com necessidades especiais e inter-raciais. Um de seus maiores objetivos é a busca de soluções alternativas para as crianças destituídas de relações familiares, ou seja, resguardar os direitos destas de viver em família e em comunidade. GRUPOS DE PERTENCIMENTOS: grupos aos quais ao longo da vida uma pessoa participa (familiares, escolares, profi ssionais, de amizade), que são fundamentais para a construção da identidade individual e social. INTERSETORIALIDADE: princípio de gestão das políticas sociais que privilegia a integração das políticas em sua elaboração, execução, monitoramento e avaliação. Busca superar a fragmentação das políticas, respeitando as especifi cidades de cada área. JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE: Justiça da Infância e da Juventude está prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente em seu art. 145, como um dos órgãos garantidores da doutrina da proteção integral. Tem potencial para se apresentar como capaz para defender, proteger e promover os direitos previstos nas normativas pertinentes, devendo assumir-se, de acordo com a comunidade internacional, como parte integrante do processo de desenvolvimento nacional de cada país e ser administrada no marco geral da justiça social de modo não apenas a contribuir para a proteção, mas também para a manutenção da paz e ordem na sociedade. LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS: organiza a Assistência Social no país e responsabiliza o poder público a responder às necessidades das pessoas em situação de vulnerabilidade. Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. MORADIA SUBSIDIADA: condições materiais em forma de bolsa-moradia ou pagamento dos custos de locação e tarifas públicas para a manutenção de moradias para pessoas em situação de abandono, sem condições de prover seu autossustento e em construção de autonomia pessoal e social. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 36 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NEGLIGÊNCIA: consiste na omissão injustifi cada por parte do responsável em supervisionar ou prover as necessidades básicas de crianças, adolescentes ou pessoas com defi ciência, os quais, face ao estágio do desenvolvimento no qual se encontram e de suas condições físicas e psicológicas, dependem de cuidados prestados por familiares ou responsáveis. Este desatendimento injustifi cado pode representar risco à segurança e ao desenvolvimento do indivíduo, podendo incluir situações diversas como privação de cuidados necessários à saúde, higiene; o descumprimento do dever de encaminhar a criança ou adolescente à escola; o fato de deixar a pessoa sozinha em situação que represente risco à sua segurança. O abandono, deixando a criança, o adolescente ou a pessoa com defi ciência em situação de extrema vulnerabilidade e risco consiste na forma mais grave de negligência. NOB/RH – SUAS: Normal Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS, que tem por fi nalidade primordial estabelecer parâmetros gerais para a política de recursos humanos a ser implementada na área da Assistência Social. NORMA OPERACIONAL BÁSICA – NOB/SUAS: disciplina a gestão pública da Política de Assistência Social no território brasileiro, exercida de modo sistêmico entre os entes federados, em consonância com a Constituição Federal de 1988, LOAS e legislações complementares. Seu conteúdo estabelece – a) caráter do SUAS; b) funções da Política de Assistência Social; c) níveis da gestão do SUAS; d) instâncias de articulação, pactuação e deliberação que compõem o processo democrático de gestão do SUAS; e) fi nanciamento. PRONTUÁRIOS: registros de atos e procedimentos técnicos com atualização contínua do acompanhamento do caso, utilizado conforme acesso e capacidade do registro eletrônico e das exigências do serviço, a ser disponibilizado ao usuário se assim for requerido e que subsidia a construção de relatórios técnicos. PROTOCOLOS: padrões éticos e de procedimentos do agente institucional e de técnicos que produzem qualidade de atenção a serem ofertadas a famílias, pessoas e comunidades, no desenvolvimento de projetos, programas e serviços. REDE SOCIAL DE APOIO: formada pelas relações estabelecidas entre pessoas, grupos e instituições com o objetivo de suprir necessidades materiais e/ou afetivas. Pode ser primária, incluindo familiares e amigos, Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 37POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ou secundárias, composta por instituições governamentais e não governamentais. REINTEGRAÇÃO FAMILIAR: retorno da criança e do adolescente ao contexto da família de origem da qual se separou. REPÚBLICA DE JOVENS: acolhimento institucional que visa à transição da vida institucional para a vida autônoma, quando atingida a maioridade, sem contar necessariamente com características de ambiente familiar. Moradia onde jovens se organizam em grupo com vistas à autonomia. SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS: o SUAS confi gura-se como o novo modelo de gestão e organização da política de assistência social na oferta de programas, projetos, serviços e benefícios, em todo o território nacional. TRABALHO INTERDISCIPLINAR: forma de atuação que consiste, de um lado, na qualifi cada abordagem dentro de cada especifi cidade profi ssional, e do outro, na complementaridade entre os membros da equipe na construção coletiva do trabalho comum. Pressupõe o diálogo e trocas intersubjetivas dos diferentes especialistas e o reconhecimento de saber teóricos, práticos e existenciais, em si e nos outros. TRANSTORNO MENTAL: o termo “doença mental” ou transtorno mental é qualquer anormalidade na mente ou no seu funcionamento que pode causar mais sofrimento e incapacidade que qualquer outro tipo de problema de saúde. Transtornos mentais como a ansiedade, distúrbios alimentares, depressão, abuso de dependência de álcool e outras drogas, demência e esquizofrenia, podem afetar qualquer pessoa em todas as épocas de sua vida. VIOLAÇÃO DE DIREITOS: atentado aos direitos de crianças e adolescentes estabelecidos no Estatuto da criança e do adolescente, negligência por parte dos pais ou responsáveis, vivência nas ruas ou em instituições de abrigo e violência física, psicológica ou sexual se confi guram formas de violação de direitos. VIOLÊNCIA FÍSICA: este tipo de violência ocorre quando a força física é praticada de forma intencional e não acidental, com o objetivo de causar danos, ferimentos ou até a morte da vítima. O agressor pode ser pessoa com que a vítima mantém vínculo familiar ou afetivo, ou até mesmo de pessoas desconhecidas pela vítima. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 38 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR: é todo ato ou omissão praticado por pais, parentes ou responsáveis contra crianças e/ou adolescentes que – sendo capaz de causar dano físico, sexual e/ou psicológico à vitima – implica de um lado uma transgressão de poder/dever de proteção do adulto e, de outro, uma coisifi cação da infância, isto é, uma negação do direito que as crianças e adolescentes têm de ser tratados como sujeitos e pessoas em condições de desenvolvimento. VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA: tipo de violência de difícil identifi cação e, muitas vezes, praticada conjuntamente com outras formas de violência. Por meio da comunicação verbal ou não verbal a vítima é exposta à situação de rejeição, depreciação, discriminação, desrespeito, cobrança, ameaças ou punição excessivas, o que pode lhe causar intenso sofrimento psíquico, rebaixamento da autoestima e danos ao desenvolvimentobiopsicossocial. VISITA DOMICILIAR: atividade técnica que envolve a ida da equipe até o local de moradia das famílias e/ou indivíduos, que objetiva fornecer subsídios para compor o acompanhamento, fortalecer vínculos, compreender a realidade, demanda e necessidades, recursos e vulnerabilidades, fazer convites para atividades. Esta atividade também é importante para contatar outros membros do grupo familiar. FONTE: EGEM. Escola de Gestão Pública Municipal. Criando competências e construindo conhecimentos. Apostila. Florianópolis. S.d. Assim, fi nalizamos os estudos desta segunda etapa. Lembre-se de que os conteúdos apresentados são apenas um breve resumo da POLÍTICA NACIONAL DA ASSISTÊNCIA SOCIAL e que devem ser revisitados e aprofundados por você, pois a atuação profi ssional de um assistente social está pautada diretamente nestas questões. SUCESSO A VOCÊ! E vamos lá... Sempre na defesa da garantia dos direitos humanos e sociais da população brasileira. Copyright © Editora UNIASSELVI 2013. Todos os direitos reservados. 39POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. SUAS – Sistema Único de Assistência Social. Brasília, 2005a. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004, Norma Operacional Básica – NOB/SUAS. Brasília, 2005b. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Disponível em: <http://www.mds.gov.br>. Acesso em: 8 maio 2013. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/cnas/sobre-o-cnas/quem-somos-e-como- funcionamos/>. Acesso em: 10 maio 2013. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Norma operacional básica NOB/SUAS. Brasília, 2005. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS NOB-RH/SUAS. Brasília, 2006. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Disponível em: <http://www.mds.gov.br>. Acesso em: 8 maio 2013. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Tipifi cação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Brasília, 2009. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Disponível em: <http://www.mds.gov.br>. Acesso em: 13 maio 2013. BRASIL. Constituição Federal, de 5/10/88. Atualizada com as Emendas Constitucionais Promulgadas. BRASIL. Lei nº 8.742, de 7 de janeiro de 1993. Dispõe sobre a Lei Orgânica da Assistência Social. Brasília, 1993. BRASIL. Decreto nº 1.330, de 8 de dezembro de 1994. Regulamenta a concessão do Benefício de Prestação Continuada. Brasília, 1994. CORTEZ. Editora Cortez. Disponível em: <http://www.cortezeditora.com.br>. Acesso em: 3 maio 2013. Relatório de Informações Sociais. Disponível em: <http://aplicacoes.mds.gov.br/ sagi/RIv3/geral/texto/proc.php>. Acesso em: 16 maio 2013.
Compartilhar