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Aula 2 - Ovogênese

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Gabriella C. C. Caminha
 Uninove Bauru – T7B 
Ovogênese
Caso clínico 
Mulher, 24 anos, G0P0, estudante, procurou a UBS queixando-se de ciclos menstruais irregulares desde a menarca, que ocorreu aos 12 anos de idade. Apresenta amenorreia há 5 meses com aparecimento de hirsutismo e acne progressivo. Relata ganho de peso de 14kg em 15 meses. Nega uso de anticoncepcional e outros medicamentos.
Ao exame: Altura:1,60 m, peso: 73kg, IMC: 28,5 kg/m2, circunferência abdominal: 85 cm
Sobrepeso, Acne facial grau 3, pelos distribuídos difusamente pelo corpo, principalmente na face e abdome. Ultrassonografia transvaginal. 
Resultado: aumento do volume ovariano, presença de cistos de tamanhos variados, periféricos
Diagnóstico: Síndrome dos ovários policísticos
Análises posteriores revelam que a paciente apresenta ciclos anovulatórios. 
Comentário: amenorreia significa que a paciente está sem menstruar a cinco meses. A relação excesso de peso com a resistência à insulina indica para o desenvolvimento da síndrome do ovário policístico. Para comprovação da suspeita diagnóstica é feita uma ultrassonografia transvaginal, exame que percorre todo o caminho em direção aos ovários para identificar possíveis alterações. Volume ovariano aumentado e na superfície observados os cistos. A paciente apresenta ciclo anovulatórios o que significa que ela não libera ovócitos. Atresia folicular é a morte celular programada por apoptose do folículo ovariano. 
 
Ovogênese
 A ovogênese é o processo pelo qual a ovogônia (ou oogônia) se diferencia em ovócitos maduros que se trata do gameta feminino, a partir das CGP. 
Zona pelúcida é a membrana acelular rompida durante a fecundação.
A corona radiata são um grupo de células espaçadas ou juntas que ficam ao redor da zona pelúcida. 
Tudo se inicia com as CGP (células germinativas primordiais) que carregam os cromossomos XX e que na sétima semana chegam até as gônadas de um embrião geneticamente feminino (ovário) e se diferencia em ovogônias. Essas células sofrem inúmeras mitoses até a 20º semana de gestação com o intuito de aumentar a sua quantidade para a formação dos ovócitos primários. 
OBS: tudo ocorre nos ovários.
OBS: a ovogênese tem início antes do nascimento e se completa a partir da puberdade, de maneira cíclica. 
São os ovócitos primários que sofrem a primeira meiose ainda durante a gestação, mas ficam estacionados até a prófase I durante o nascimento e infância. Já na puberdade começa-se a finalização da meiose I sob estimulo hormonal e o início da meiose II, e então tem-se a formação dos ovócitos secundários os quais irão ficam parados em metáfase II.
OBS: Ao nascimento somente terá ovócitos primários. 
Os ovócitos secundários só completam sua formação quando ocorre a fecundação, ou seja, a meiose II termina com a fecundação. 
OBS: Na meiose I e II ocorre a formação de células desiguais. Sabendo disso, as maiores são os ovócitos e as menores são células que não possuem funcionalidade e se degeneram, a essas células dá-se o nome de corpúsculo polar. 
Os gametas femininos se desenvolvem dentro dos ovários, envoltos por uma estrutura celular denominada folículo, formada por células de tecido conjuntivo que circundam os ovócitos. Os folículos ovarianos estão presentes na região cortical do ovário e na região medular estão presentes os vasos sanguíneos.
Embora de 15 a 20 folículos primordiais iniciem o desenvolvimento, apenas 1 (geralmente) torna-se um folículo maduro sob estimulo do hormônio FSH a cada ciclo sexual feminino sendo liberado durante a ovulação, os demais sofrem atresia (morte).
A esse fenômeno dá-se o nome de dominância folicular. 
Durante a gestação o ovócito primário já é revestido por células com formato pavimentoso que são chamadas de célula folicular. O folículo primordial é encontrado nas crianças, uma vez que as meninas nascem com eles. Além disso, é o tipo de folículo utilizado para identificação da reserva ovariana, com isso o folículo primordial é encontrado na gestação a partir da 20º semana, no nascimento, na infância, na puberdade e período fértil. 
OBS: As células foliculares e da granulosa tem a função de produzir o estrógeno que vai atuar no útero para regularizar o ciclo menstrual para crescer a parede do útero. 
A partir da puberdade até a menopausa encontra-se outros tipos de folículos presentes no ovário que sobre o estimulo do hormônio FSH (hormônio folículo estimulante) e sofre maturação folicular. Nesse sentido, a célula folicular sob influência do hormônio assume um formato cúbico chamado de folículo primário. Assim que a célula se estratifica diante dos mesmos estímulos passa a ser chamada de células da granulosa, que são células estratificadas (células foliculares estratificadas) e as células no conjuntivo são denominadas de células da teca, as quais serão responsáveis por fazer a nutrição do ovócito. Nesse estágio o folículo é chamado de folículo secundário. 
A concentração de nutrientes para nutrição dos ovócitos na camada das células da granulosa forma o antro ou cavidade antral dando origem ao folículo antral. Por fim sob estimulo do LH (hormônio luteinizante) liberado pelas células da teca tem-se a formação do folículo maduro ou folículo de Graaf. 
OBS: As células da teca têm receptor para LH. Células da granulosa tem receptor para FSH. 
Ovulação
A ovulação acontece quando as células da teca recebem o estimulo do LH para liberarem enzimas que irão degradar todo o tecido conjuntivo e as células da granulosa para que seja aberto um “buraco” para o ovócito sair. A principal enzima é a metalo proteinase, a qual degrada colágeno e, portanto, a responsável por abrir esse estigma (“bucaro”) para o ovócito sair e ser capturado pelas fimbrias da tuba uterina. 
A estrutura folicular permanece no ovário e passa agora ser chamada de corpo lúteo. Esse corpo lúteo tem a função de produzir estrógeno e progesterona.
Caso ocorra uma gestação o corpo lúteo tem como função produzir estrógeno e progesterona até a 10º ou 12º semana a fim de manter essa gravidez, lembrando que quem estimula esse corpo lúteo é o hormônio beta-HCG. No entanto, caso não haja uma gestação esse corpo lúteo involui e passa a ser chamado de corpo albicans, o qual é como uma cicatriz provocada mês a mês no ovário. 
Ciclo ovariano e uterino (menstrual)
Hormônios hipofisários atuam no ovário para o ciclo ovariano. Nesse sentido, hipotálamo secreta GnRH (hormônio liberados de gonadotrofinas) que estimula a adeno-hipófise a secretar FSH e LH. O FSH vai atuar na maturação folicular e em consequência a célula da granulosa produzira e secretara estrógeno que vai atuar no útero para a regularização do ciclo menstrual. A parede endometrial é dividida em duas camadas: a camada estrato basal (não é removida durante a menstruação, se trata do endométrio) e o estrato funcional (o que é descamado durante o ciclo menstrual). Nessas circunstancias, sob influência do estrógeno tem o crescimento da camada funcional assim como as artérias uterinas começam a se espiralar, uma vez que precisam preparar um espaço para nutrição do possível embrião. O LH é liberado em pulsos e vai atuar nas células da teca até que ocorra um pico de LH, o qual será responsável pela formação do estigma para o ovócito sair do folículo maduro em direção as tubas uterinas. Quando o ovócito é liberado, o folículo que permaneceu no ovário se torna corpo lúteo, o qual irá produzir estrógeno e progesterona. 
OBS: a função da progesterona é manter o endométrio intacto esperando uma futura gestação) 
Caso não houver implantação, e por conseguinte não tiver uma estimulação do hormônio beta HCG (gonadotrofina coriônica humana) que atua sobre o corpo lúteo o que acontece é que o endométrio funcional é descamado sob a forma de menstruação. 
OBS: A função do anticoncepcional, em geral, é atuar no LH impedindo a sua liberação e consequentemente não permitindo a ovulação. Entretanto, a maturação folicular ocorre em razão de ser influenciapelo FSH. 
Bibliografia
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527737289/epubcfi/6/30[%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter02]!/4 - Langman Embriologia Médica, Cap. 2

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