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AFRFB_administrativo_TEO_EXE_armando_mercadante_Aula 05

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DDiirreeiittoo AAddmmiinniissttrraattiivvoo 
AAnnaalliissttaa ee AAuuddiittoorr ddaa RReecceeiittaa FFeeddeerraall 
(Aula nº 5 – 31/08/10) 
 
 
Prezado(a) aluno(a), 
 
 
Nesse quinto encontro será abordado o seguinte tema: 
 
• Normas constitucionais concernentes aos servidores públicos (art. 37 
a 41 da CF). 
 
 
Quaisquer dúvidas, permaneço à disposição no fórum. 
 
Grande abraço e ótima aula, 
 
 
 
Armando Mercadante 
mercadante@pontodosconcursos.com.br 
 
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PPOONNTTOO 1111 
NNoorrmmaass ccoonnssttittucioonnaaiiss coonnceerrnneentess 
aaos sserrviidores públiicoos (aarrtt. 377 a 411 da CFF) 
 
CCaarrggooss,, eemmpprreeggooss ee ffuunnççõõeess ppúúbblliiccaass 
 
No início desse tópico, vou aproveitar para tratar dos conceitos envolvendo 
cargos, empregos e funções públicas. Tais considerações serão importantes 
para a melhor compreensão dessa aula. 
 
- Cargo público 
 
É um lugar na organização do serviço público, com denominação própria e 
atribuições específicas, para ser provido e exercido por um titular. 
 
De acordo com o art. 3º da Lei 8.112/90 é o “conjunto de atribuições e 
responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser 
cometidas a um servidor”. 
 
Os cargos são criados por lei, de iniciativa de cada Poder, que definirá a sua 
denominação e remuneração. 
 
Pelo princípio da simetria das formas, se o cargo é criado por lei deverá ser 
extinto também por lei. 
 
Quanto a essa regra, a EC nº 32 trouxe uma exceção, pois o art. 84, VI, “b”, 
CF, passou a admitir a extinção de funções e de cargos vagos por meio de 
decreto do Chefe do Executivo. 
 
Cuidado na prova, pois somente se o cargo estiver vago é que poderá ser 
extinto por decreto. Se estiver provido (preenchido), somente será extinto 
por meio de lei. 
 
As principais espécies de cargo público são efetivo e comissionado. 
 
O cargo efetivo é aquele obrigatoriamente preenchido por meio de aprovação 
em concurso público. 
 
Fique atento para não confundir efetividade com estabilidade. É muito comum 
ouvir em sala de aula aluno dizendo que após 3 anos de serviço público o 
servidor torna-se efetivo. De forma nenhuma! Efetividade não guarda relação 
com tempo de serviço, mas sim com investidura por força de aprovação em 
concurso público. 
 
Já o cargo em comissão, conforme art. 37, V, CF, é de livre nomeação e 
exoneração, devendo ser preenchido por servidores de carreira nos casos, 
condições e percentuais mínimos previstos em lei. Tanto a nomeação como a 
exoneração de cargo em comissão são classificados como atos 
discricionários. 
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Esse inciso V revela que os cargos em comissão, num percentual mínimo, só 
podem ser preenchidos por servidores concursados de carreira. Quanto ao 
percentual remanescente, poderão ser nomeados servidores e/ou 
particulares. De qualquer forma, tanto num como noutro caso, deve-se 
observar a súmula vinculante nº 13, que veda a prática do nepotismo. 
 
Você só encontrará cargo público, efetivo ou em comissão, na administração 
direta (União, Estados, DF e Municípios), nas autarquias e nas fundações 
públicas de direito público. Ou seja, só existem cargos públicos nas 
pessoas jurídicas de direito público que adotam regime jurídico 
estatutário (ex: Lei 8.112/90). 
 
Se o vínculo for contratual (celetista ou de emprego público), haverá emprego 
e não cargo. Esse regime contratual é obrigatório para as pessoas 
jurídicas de direito privado integrantes da administração pública indireta, 
quais sejam, fundações públicas de direito privado, empresas públicas e 
sociedades de economia mista. 
 
Interessante lembrar que existem pessoas políticas que adotam o regime 
contratual (celetista), possuindo empregados públicos, o que é a realidade de 
diversos municípios brasileiros. 
 
 
- Função pública 
 
É o conjunto de atribuições e de responsabilidades atribuídas a um 
servidor. Da mesma forma que os cargos, depende de lei para criação e 
para extinção. 
 
Daí ser importante ficar atento(a) para o seguinte jogo de palavras que as 
bancas costumam fazer: todo cargo público tem função, mas nem toda 
função está vinculada a um cargo público. 
 
De fato, qualquer cargo possui atribuições (tarefas), mas existem agentes 
públicos, tais como os mesários de eleição e os jurados do Tribunal do Júri, 
que exercem apenas função, sem ocupar um correlato cargo. 
 
A CF, no seu inciso V, já citado linhas acima, disciplinou a função de 
confiança, cujas atribuições são de direção, chefia e assessoramento, as 
mesmas do cargo em comissão, e só pode ser desempenhada por servidores 
efetivos. 
 
Se compararmos cargo em comissão com função de confiança identificaremos 
duas diferenças: 
 
• Enquanto o cargo em comissão é um lugar na organização do serviço 
público, a função de confiança é um conjunto de atribuições; 
 
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• Enquanto o cargo em comissão pode ser ocupado por qualquer pessoa, 
reservando-se um percentual mínimo para servidores de carreira, a função 
de confiança só pode ser atribuída a servidores efetivos. 
 
(CESPE/ AUDITOR INSS/2003) As funções de confiança, exercidas exclusivamente por 
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos 
por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, 
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. (correta) 
 
Vou aproveitar e fazer uma tabelinha que faço em sala para meus alunos com 
as terminologias corretas que devem ser usadas relativamente a cargos e 
funções. Adotarei como referência as expressões usadas pela Lei 8.112/90: 
 
 Ingresso Saída sem punição Saída com punição 
Cargo efetivo Nomeação Exoneração Demissão 
Cargo em comissão Nomeação Exoneração Destituição 
Função de confiança Designação Dispensa Destituição 
 
 
- Emprego público 
 
Distingue-se do cargo efetivo e do comissionado por conta do regime de 
trabalho adotado: regime de emprego (celetista). 
 
As normas reguladoras estão previstas na CLT – Consolidação das Leis do 
Trabalho, submetida às regras do art. 7º da CF e de alguns incisos do art. 37. 
 
Só para fazer uma comparação: 
 
• enquanto os empregados públicos estão sujeitos à CLT, os ocupantes de 
cargos públicos estão sujeitos a um estatuto (ex: Lei 8.112/90); 
 
• enquanto os empregados públicos sujeitam-se às normas do art. 7º da CF e 
a alguns dispositivos do art. 37, os ocupantes de cargos públicos sujeitam-se 
a todos os dispositivos do art. 37 e a alguns do art. 7º1. 
 
Também será legal se compararmos o regime estatutário com o regime de 
emprego: 
 
• o regime estatuário tem natureza legal; o regime de emprego tem 
natureza contratual; 
 
• o regime estatutário é caracterizado pela pluralidade normativa, pois 
cada pessoa da federação que adote o regime estatutário terá a sua lei 
estatutária; o regime de emprego é caracterizado pela unicidade 
                                                            
1 Veja a redação do art. 39, § 3º: “Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 
7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos 
diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir”. 
 
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normativa, porque o conjunto integral das normas reguladoras se encontra 
em um único diploma: CLT. 
 
No âmbito federal, a União editou a Lei 9.962/00, que disciplina o regime de 
emprego público do pessoal da Administração federal direta, autárquica e 
fundacional, que não afasta a aplicação da CLT. 
 
Interessante destacar que essa lei se restringe às pessoas públicas 
(União, autarquias e fundações autárquicas), não sendo aplicável às 
empresas públicas e às sociedades de economia mista, que continuam com 
seu pessoal regido pela CLT e pela CF. 
 
A criação e a extinção de empregos para pessoas jurídicas de direito público 
também dependem de lei (art. 61, §1º, II, a, CF). 
 
 
AAcceessssoo aa ccaarrggooss,, eemmpprreeggooss ee ffuunnççõõeess ppúúbblliiccaass 
 
- Brasileiros x estrangeiros 
 
Assim dispõe o art. 37, I, da CF: 
 
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros 
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos 
estrangeiros, na forma da lei; 
 
A análise desse inciso revela que o constituinte não faz distinção entre 
brasileiros natos e naturalizados, englobando todos na expressão “brasileiros”. 
Portanto, seja nato ou naturalizado, o brasileiro terá acesso aos cargos, 
empregos ou funções públicas se preencher os requisitos estabelecidos em lei. 
 
Observe que os brasileiros, desde que preencham os requisitos legais, poderão 
ocupar quaisquer cargos ou empregos públicos (com a ressalva do art. 12, §3º, 
privativos dos natos); já os estrangeiros só poderão ocupar os cargos e 
empregos públicos que a lei permitir. 
 
(ESAF/TFC/SFC/2000) O estrangeiro, na forma da lei, pode ocupar cargo público. 
(correta) 
 
Quanto à ocupação de cargos, você identificará distinção entre brasileiros 
natos e naturalizados no art. 12, §3º, da CF, que indica quais são os cargos 
que só podem ser ocupados por brasileiros natos (cargos privativos): 
 
• Presidente e Vice-Presidente da República; 
• Presidente da Câmara dos Deputados; 
• Presidente do Senado Federal; 
• Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
• Carreira diplomática; 
• Oficial das Forças Armadas. 
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• Ministro de Estado da Defesa 
 
No que concerne aos estrangeiros, a CF em seu art. 207 preceitua: 
 
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa 
e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de 
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. 
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas 
estrangeiros, na forma da lei. 
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica 
e tecnológica. 
 
Portanto, estrangeiros, nos termos da lei (o art. 217 da CF é norma de eficácia 
limitada), poderão ocupar cargos de professores, de técnicos e de cientistas 
nas universidades, instituições de pesquisa científica e tecnológica. 
 
 
- Requisitos para acesso a cargos, empregos e funções públicas 
 
Os requisitos para preenchimento de cargos, empregos e funções públicas 
devem ser estabelecidos em lei, o que é mera decorrência da obrigatoriedade 
de lei para criação de cargos, empregos e funções públicos. Para Hely Lopes 
Meirelles, esse inciso representa o princípio da organização legal do serviço 
público. 
 
Importante também ressaltar que não basta a simples previsão legal para 
determinado requisito ser considerado legítimo. É preciso ainda que esteja de 
acordo com os princípios constitucionais, em especial, da isonomia, da 
razoabilidade e da proporcionalidade. 
 
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, ao abordarem a necessidade de conciliar 
os princípios da isonomia e da razoabilidade na fixação de determinados 
requisitos para desempenho de funções públicos, fazem referência à seguinte 
lição do prof. Hely Lopes Meirelles: 
 
“Se determinado cargo de datilógrafo pode ser exercido indiferentemente por 
pessoas do sexo feminino ou masculino, a discriminação fundada nesse atributo 
pessoal do candidato será indevida; entretanto, se o que a Administração deseja 
é uma pessoa do sexo feminino para ocupar o cargo de datilógrafo numa 
penitenciária de mulheres, o estabelecimento desse requisito não constituirá 
discriminação ilegal”. 
 
No sentido de que os requisitos para acesso a cargos, empregos e funções 
devem ter previsão lei, veja o teor da súmula nº 686 do STF: “só por lei se 
pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo 
público”. 
 
Quanto ao exame psicotécnico, em 2009 foi editado o Decreto 6.944, que em 
seu art. 14 assim regulou o tema: 
 
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Art. 14. A realização de exame psicotécnico está condicionada à existência de 
previsão legal expressa específica e deverá estar prevista no edital. 
§ 1o O exame psicotécnico limitar-se-á à detecção de problemas psicológicos 
que possam vir a comprometer o exercício das atividades inerentes ao cargo ou 
emprego disputado no concurso. 
§ 2o É vedada a realização de exame psicotécnico em concurso público para 
aferição de perfil profissiográfico, avaliação vocacional ou avaliação de 
quociente de inteligência. 
 
No entendimento do STF, a legitimidade do exame psicotécnico está 
condicionada à observância dos seguintes requisitos: I) previsão legal; II) 
utilização de critérios objetivos de caráter científico; III) possibilidade de 
recurso. 
 
Outro ponto que merece destaque diz respeito à posição do STF quanto à 
legitimidade da previsão em edital de concursos públicos da classificação 
por regiões ou por áreas de especialização, ainda que para o mesmo cargo 
(RMS 23.259-DF, 25/03/03). 
 
Aí ocorre aquele conhecido choro de concurseiro: pô, se eu tivesse feito para a 
região tal em teria entrado, pois o ponto de corte foi menor. Nesse caso, 
conforme dito, o entendimento do STF é pela constitucionalidade da 
classificação regional. 
 
Mais uma questão para sua prova diz respeito à idoneidade moral de 
candidato aprovado que responde a inquérito policial ou ação penal. 
 
Veja o entendimento do STF externado no julgamento do AgR AI 741101 (DJe 
28/05/09), de relatoria do Min. Eros Grau: “O Supremo Tribunal Federal fixou 
entendimento no sentido de que a eliminação do candidato de concurso público 
que esteja respondendo a inquérito ou ação penal, sem pena condenatória 
transitada em julgado, fere o princípio da presunção de inocência.” 
 
Contudo, é interessante destacar outra decisão também do STF, porém em 
situação diferente: 
 
“1. Não tem capacitação moral para o exercício da atividade policial o candidato 
que está subordinado ao cumprimento de exigências decorrentes da suspensão 
condicional da pena prevista no art. 89 da Lei nº 9.099/95 que impedem a sua 
livre circulação, incluída a freqüência a certos lugares e a vedação de ausentar-
se da comarca, além da obrigação de comparecer pessoalmente ao Juízo para 
justificar suas atividades. Reconhecer que candidato assim limitado preencha o 
requisito da idoneidade moral necessária ao exercício da atividade policial não é 
pertinente, ausente, assim, qualquer violação do princípio constitucional da 
presunção de inocência”. (saudoso Min. Menezes Direito, RE 568030, DJe 
23/10/08) 
 
 
- Criação de cargos, empregos e funções públicas 
 
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Por fim, a criação de cargos, de empregos públicos e de funções públicas na 
administração pública federal direta,autárquica ou fundacional, depende de 
aprovação pelo Congresso Nacional de lei de iniciativa do Presidente da 
República. 
 
O procedimento para extinção será idêntico (lei de iniciativa do Presidente 
aprovada pelo Congresso Nacional), salvo se o cargo ou função estiverem 
vagos, pois nesses casos o Presidente da República poderá diretamente por 
meio de decreto decretar a extinção (art. 84, VI, b, CF, modificado pela EC 
32/01). 
 
 
- Concurso público 
 
Nos termos do art. 37, II, da CF: 
 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação 
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo 
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista 
em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em 
lei de livre nomeação e exoneração; 
 
Cuidado na prova com: 
 
- concurso público será de provas ou de provas e títulos, não existindo 
concurso apenas de títulos; 
 
(ESAF/TFC/SFC/2000) Não se admite concurso público exclusivamente de títulos. 
(correta) 
 
- apenas os cargos efetivos e empregos permanentes são preenchidos por 
meio de concurso público, pois os cargos em comissão são de livre nomeação, 
conforme indica a parte final do inciso ora estudado, e os temporários, que 
estudaremos mais adiante, não são preenchidos obrigatoriamente por concurso 
público; 
 
(ESAF/ANALISTA/MPOG/2001) Em relação ao servidor público detentor de emprego 
público não é correto afirmar que seu ingresso depende de aprovação prévia em 
processo seletivo simplificado. (correta) 
 
- o concurso público, em regra, é obrigatório para toda a administração 
pública, seja direta ou indireta. Dessa forma, haverá concurso público tanto 
para preenchimento de cargo de Auditor Tributário do Distrito Federal como 
para o emprego de técnico bancário na Caixa Econômica Federal (empresa 
pública federal); 
 
- os candidatos não possuem direito adquirido à realização do concurso 
público ainda que com data já designada, que pode ser revogado pela 
Administração Pública por motivos de oportunidade e de conveniência, sendo-
lhes garantido apenas à devolução da taxa de inscrição eventualmente paga; 
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- STF e STJ têm entendimento pacífico de que não cabe ao Poder Judiciário 
discutir critérios de correção de questões de provas, bem como avaliação 
de títulos, salvo se houver ilegalidade, quando então será cabível a 
intervenção por tratar-se de controle de legalidade e não de mérito 
administrativo. A ilegalidade faz-se presente, quanto à correção, nos casos de 
erro crasso ou de inclusão em questão de matéria não abrangida pelo 
conteúdo programático constante do edital. 
 
- A escolaridade mínima e a experiência profissional, quando exigidas, deverão 
ser comprovadas no ato de posse no cargo ou no emprego, vedada a 
exigência de comprovação no ato de inscrição no concurso público ou em 
qualquer de suas etapas, ressalvado o disposto em legislação específica (art. 
19, parágrafo único, Decreto 6.944/09). É o que dispõe a súmula do STJ nº 
266: “O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido 
na posse e não na inscrição para o concurso público”. 
 
Prevalece no STF (ADI 3460/DF, DJe 14/06/07, decisão por maioria) o 
entendimento que a citada súmula 266 do STJ não se aplica aos concursos 
públicos para as carreira da Magistratura e do Ministério Público. Nesses 
concursos, a prática jurídica deve ser comprovada no ato da inscrição 
definitiva. 
 
 
- Prazo de validade e prorrogação 
 
Atenção para a clássica pegadinha das bancas de afirmarem que o prazo de 
validade de concurso é de 2 anos. Falso, pois não é de 2 anos, mas sim de até 
2 anos, conforme inciso III do art. 37: 
 
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, 
prorrogável uma vez, por igual período; 
 
No edital constará a indicação correta do prazo de validade, se de 30 dias, se 
de 6 meses, se de 1 ano ... 
 
(ESAF/TFC/SFC/2000) O edital do concurso público pode estabelecer sua validade em 
até cinco anos. (errada) 
 
A prorrogação do prazo de validade traduz-se em ato discricionário da 
administração pública, não sendo obrigatória. A obrigatoriedade que existe é 
que se houver prorrogação o prazo de segundo período deve ser igual ao do 
primeiro. Por ex., validade de 2 anos, se houver prorrogação, este prazo será 
de 2 anos. 
 
Outra questão importante para sua prova: caso caia uma questão afirmando 
que o edital de determinado concurso foi silente (omisso) quanto à 
possibilidade de prorrogação. Pergunto-lhe: será ou não possível a 
prorrogação? Aplique a regra que você acertará a questão: a prorrogação será 
possível. Por ex., no edital consta que a validade do concurso será de 1 ano. 
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Nada é dito sobre a prorrogação. Nesse caso a prorrogação permanece ato 
discricionário, sendo perfeitamente possível a sua aplicação. 
 
A contagem do prazo de validade tem início a partir da homologação do 
concurso público. 
 
 
- Direito do aprovado à nomeação 
 
Durante o prazo de validade o candidato aprovado dentro do número de 
vagas divulgado no edital, de acordo com a posição predominante no 
STJ, terá direito adquirido à nomeação. Nesse tribunal, não prevalece mais 
a tese de que candidato aprovado tem apenas expectativa de direito à 
nomeação. 
 
Contudo, no STF, a questão ainda não se mostra tão tranquila como no STJ. 
Há votos recentes de Ministros (RE 227.480/RJ, 16/09/09) sustentando o 
direito à nomeação do aprovado dentro do número de vagas, mas ainda não há 
uma posição do Plenário nesse sentido. Portanto, não se pode posicionar 
numa prova que o STF tem posição pacífica ou majoritária nesse sentido. 
Ainda não existem elementos que permitem essa conclusão. 
 
Por outro lado, não há dúvidas de que os aprovados em concurso público têm 
direito subjetivo à nomeação quando as respectivas vagas estão preenchidas 
por servidores precários (contratação sem concurso público). Essa posição 
está de acordo com as decisões do STF e do STJ. 
 
Da mesma forma, terá direito à nomeação o candidato que for preterido na 
ordem classificação (João é aprovado em 2º lugar, mas a Administração 
nomeia, antes dele, Pedro aprovado em 3º lugar). 
 
Nesse sentido, há súmula do STF (súmula 15): "dentro do prazo de validade 
do concurso, o candidato aprovado tem o direito à nomeação, quando o 
cargo for preenchido sem observância da classificação”. 
 
A CF permite a abertura de novo concurso, para o mesmo cargo ou emprego, 
durante o período improrrogável (segundo período) previsto no edital: 
 
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, 
aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos 
será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir 
cargo ou emprego, na carreira; 
 
Dessa forma, por ex., concurso para procurador federal, validade de 2 anos. 
Antes de esgotar o primeiro prazo, é possível a sua prorrogação por mais 2 
anos. Nesse segundo período, o Poder Público poderá abrir novo concurso 
para o cargo de procurador federal, porém, quando das nomeações, deverá 
priorizar os aprovados no primeiro concurso enquanto este estiver no seu prazo 
de validade. 
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- Cargos em comissão e funções de confiança 
 
No art. 37, V, a CF versa sobre funções de confiança e cargos em comissão: 
 
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores 
ocupantes de cargo efetivo, e os cargos emcomissão, a serem 
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais 
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, 
chefia e assessoramento; 
 
Enquanto as funções de confiança somente podem ser exercidas por 
servidores efetivos (concursados), os cargos em comissão podem ser 
ocupados tanto por servidores como por não servidores. 
 
(ESAF/AFRF/2001) Os cargos de provimento em comissão são privativos dos 
servidores de carreira. (errada) 
 
Contudo, a CF determina que a lei reserve um percentual mínimo para cargos 
em comissão que só poderão ser ocupados por servidores de carreira 
(concursados integrantes de carreiras). Dessa forma, há uma determinação 
constitucional que para determinado percentual de cargos em comissão 
somente sejam nomeados servidores efetivos de carreira. O percentual 
restante pode ser preenchido tanto por servidores como por não servidores, 
devendo-se observar, contudo, as limitações impostas pela súmula vinculante 
do STF nº 13, que versa sobre nepotismo: 
 
Súmula Vinculante nº 13 - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente 
em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da 
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em 
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em 
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração 
pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações 
recíprocas, viola a Constituição Federal. 
 
Não vou adentrar no tema nepotismo, pois já vou trabalhado na aula de 
princípios, especificamente quando do estudo do princípio da moralidade. 
 
Tanto a nomeação para cargos comissionados como a designação para 
funções de confiança não dependem de concurso público. Ou seja, não se 
realiza concurso público para preencher cargo em comissão ou função de 
confiança. 
 
Lembrar na prova que exoneração de cargo em comissão ou dispensa de 
função de confiança não constituem punição disciplinar, não dependendo, 
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por isso, de processo administrativo disciplinar com ampla defesa e 
contraditório para serem aplicadas. 
 
Outra informação importante diz respeito à inexistência de estabilidade no 
cargo em comissão e na função de confiança. O servidor somente adquire 
estabilidade no seu cargo efetivo. 
 
Por fim, cargos em comissão e funções de confiança são criados apenas para 
o exercício das seguintes funções: direção, chefia e assessoramento. 
 
 
- Portadores de necessidades especiais 
 
O art. 37, VIII, assim dispõe: 
 
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as 
pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão; 
 
Quanto a esse tema, o que se conclui dos julgados de STF e de STJ é que 
ainda não há unanimidade. 
 
O Decreto nº 3.298/99, que regulamenta a Lei 7.835/89 (dispõe sobre a Política 
Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência), tratou do 
tema nos seguintes termos: 
 
Art. 37. Fica assegurado à pessoa portadora de deficiência o direito de se 
inscrever em concurso público, em igualdade de condições com os demais 
candidatos, para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a 
deficiência de que é portador. 
§ 1o O candidato portador de deficiência, em razão da necessária igualdade de 
condições, concorrerá a todas as vagas, sendo reservado no mínimo o 
percentual de cinco por cento em face da classificação obtida. 
§ 2o Caso a aplicação do percentual de que trata o parágrafo anterior resulte em 
número fracionado, este deverá ser elevado até o primeiro número inteiro 
subseqüente. 
 
Quanto ao percentual máximo, a Lei 8.112/90, para os concursos por ela 
abrangidos, definiu em seu art. 5º, §2º: “Às pessoas portadoras de deficiência é 
assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de 
cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são 
portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das 
vagas oferecidas no concurso”. 
 
A principal polêmica surge quando a aplicação do percentual de reserva de 
vagas resulta em número fracionado. O decreto em referência determina em 
seu §2º o arredondamento para o primeiro número inteiro subsequente. 
 
A posição majoritária do STF é pelo afastamento do arredondamento previsto 
no citado decreto. 
 
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- Contratação temporária 
 
A matéria é tratada no inciso IX do art. 37, CF: 
 
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para 
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; 
 
A contratação de temporários constitui exceção à regra do concurso público. 
 
(ESAF/AFRF/2003) A exigência de concurso público de provas ou de provas e títulos, 
estabelecida no art. 37, inciso II, da Constituição Federal, pode ser excepcionada por lei 
que autorize a contratação por tempo determinado para atender a necessidade 
temporária de excepcional interesse público. (correta) 
 
O Plenário do STF, no julgamento da ADI 3430/ES, rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, 12.8.2009, fixou os requisitos para contratação temporária pela 
Administração Pública: 
 
• os casos excepcionais estejam previstos em lei; 
• o prazo de contratação seja predeterminado; 
• a necessidade seja temporária; e 
• o interesse público seja excepcional. 
 
Vale destaque que o STF entende que a função a ser exercida pelos 
temporários não precisa ser eventual, temporária ou excepcional, podendo ser 
regular e permanente (ADI 3.068-DF, 28/08/04). O que deve ser temporária é a 
necessidade da contratação. 
 
O regime jurídico dos servidores temporários é diverso dos ocupantes de 
cargos efetivos, comissionados e de empregos públicos. 
 
Não são regidos pela CLT, por contratos de trabalho, nem pelos estatutos 
funcionais (como ocorre na órbita federal com a Lei 8.112/90), mas sim por um 
vínculo jurídico-administrativo. 
 
Por tal motivo, as demandas envolvendo temporários e Poder Público não 
serão julgadas pela Justiça do Trabalho, mas sim pela Justiça Comum 
(Federal, Estadual ou do DF), conforme decidiu o STF na Reclamação 8107-
GO (08/10/09). 
 
Na esfera federal, a contratação temporária é regulamentada pela Lei 8.745/93, 
que é aplicável à administração direta, às autarquias e às fundações públicas 
de direito público. 
 
 
DDiirreeiittoo à liiberrddaaddee siindiccal e exeerrccícciioo de ggrreeve 
 
O direito à livre associação sindical está previsto no inciso VI do art. 37, CF: 
 
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VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação 
sindical; 
 
Trata-se de extensão aos servidores civis do direito garantido aos 
trabalhadores urbanos pelo art. 8º da CF. 
 
(ESAF/TFC/SFC/2000) O servidor público tem direito à livre associação sindical. 
(correta) 
 
Importante destacar que esse direito não é estendido aos militares, 
conforme art. 142, IV, CF: “ao militar são proibidas a sindicalização e a greve”. 
 
Quanto ao direito de greve, o tema é tratado no inciso VII: 
 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em 
lei específica; 
 
Diante da inexistência da lei específica referida nesse inciso VII, permanece a 
greve dos servidores públicos pendente de regulamentação. Diante dessa 
inércia legislativa, o STF, por maioria,nos mandados de injunção nºs 670/ES, 
708/DF e 712/PA, determinou a aplicação, no que couber, da Lei 7.783/89, que 
dispõe sobre o exercício do direito de greve na iniciativa privada, 
regulamentando assim provisoriamente o tema. 
 
Quanto ao foro competente para julgamento destes litígios, decidiu a Corte que 
não é da competência da Justiça do Trabalho julgar os litígios envolvendo 
greve de servidores estatutários (Rcl 6568/SP, DJe 24/09/09), mas sim da 
Justiça Comum (Justiça Federal ou Justiça Estadual). 
 
Merece destaque a posição do Min. Eros Grau externada no julgamento desta 
mesma Reclamação quanto à privação de algumas carreiras públicas do 
exercício do direito de greve. Considerando-se que neste julgado a discussão 
cingia-se à incompetência da Justiça Trabalhista para julgar litígio versando 
sobre greve de policiais militares, o tema não foi aprofundado, mas obteve 
manifestações favoráveis de alguns Ministros. A questão certamente será 
debatida em outra oportunidade. 
 
Segue trecho da ementa: 
 
“2. Servidores públicos que exercem atividades relacionadas à manutenção da 
ordem pública e à segurança pública, à administração da Justiça — aí os 
integrados nas chamadas carreiras de Estado, que exercem atividades 
indelegáveis, inclusive as de exação tributária — e à saúde pública. A 
conservação do bem comum exige que certas categorias de servidores públicos 
sejam privadas do exercício do direito de greve. Defesa dessa conservação e 
efetiva proteção de outros direitos igualmente salvaguardados pela Constituição 
do Brasil. 3. Doutrina do duplo efeito, segundo Tomás de Aquino, na Suma 
Teológica (II Seção da II Parte, Questão 64, Artigo 7). Não há dúvida quanto a 
serem, os servidores públicos, titulares do direito de greve. Porém, tal e qual é 
lícito matar a outrem em vista do bem comum, não será ilícita a recusa do direito 
de greve a tais e quais servidores públicos em benefício do bem comum. Não há 
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mesmo dúvida quanto a serem eles titulares do direito de greve. A Constituição 
é, contudo, uma totalidade. Não um conjunto de enunciados que se possa ler 
palavra por palavra, em experiência de leitura bem comportada ou esteticamente 
ordenada. Dela são extraídos, pelo intérprete, sentidos normativos, outras coisas 
que não somente textos. A força normativa da Constituição é desprendida da 
totalidade, totalidade normativa, que a Constituição é. Os servidores públicos 
são, seguramente, titulares do direito de greve. Essa é a regra. Ocorre, contudo, 
que entre os serviços públicos há alguns que a coesão social impõe sejam 
prestados plenamente, em sua totalidade. Atividades das quais dependam a 
manutenção da ordem pública e a segurança pública, a administração da Justiça 
— onde as carreiras de Estado, cujos membros exercem atividades 
indelegáveis, inclusive as de exação tributária — e a saúde pública não estão 
inseridos no elenco dos servidores alcançados por esse direito. Serviços 
públicos desenvolvidos por grupos armados: as atividades desenvolvidas pela 
polícia civil são análogas, para esse efeito, às dos militares, em relação aos 
quais a Constituição expressamente proíbe a greve [art. 142, § 3º, IV]”. 
 
Por fim, no julgamento da ADI 3235 (04/02/10), o STF considerou 
inconstitucional norma que previa punição para servidores em estágio 
probatório envolvidos comprovadamente em movimentos grevistas. Ficou 
consignado nesse julgamento que a Constituição Federal não autoriza 
distinção entre servidores estáveis e servidores em estágio probatório em 
função de movimentos grevistas. 
 
 
RReeggrraass qquuaannttoo àà rreemmuunneerraaççããoo ddooss sseerrvviiddoorreess ppúúbblliiccooss 
 
O art. 37, X, assim dispõe: 
 
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º 
do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, 
observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral 
anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; 
 
De início, importante demonstrar a diferença entre os conceitos de vencimento, 
remuneração, salário e subsídio: 
 
• Vencimento: é a retribuição pecuniária, ou seja, em dinheiro, pelo 
exercício de cargo público, com valor fixado em lei. 
 
Quanto a esse ponto, peço seu cuidado com duas pegadinhas de concurso 
público: 1ª) o vencimento não remunera emprego público, mas sim cargo 
público; 2ª) a fixação de vencimento, bem como as posteriores modificações, 
dependem de lei específica. É o que diz o art. 37, X, CF: “a remuneração dos 
servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente 
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa 
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma 
data e sem distinção de índices”.    
 
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• Remuneração: é o vencimento acrescido de vantagens pecuniárias 
permanentes previstas em leis, tais como gratificações e adicionais. 
 
Pode estar certo(a) que o que vou dizer agora é questão de prova: nenhum 
servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo (art. 41, § 5o). A Lei 
8.112/90 foi alterada e não mais diz vencimento, mas sim remuneração. 
 
Portanto, o vencimento do servidor pode ser inferior ao salário mínimo, 
havendo vedação quanto à remuneração! Pegadaça de prova....muito 
cuidado!!! 
 
Tal conclusão também é extraída da leitura da súmula vinculante nº 15 do STF: 
“Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, 
referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público”. 
 
• Salário: é a retribuição pecuniária pelo exercício de emprego público. 
 
• Subsídio: é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público que não 
admite, em regra, “o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, 
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória” (art. 39, 
§4º, CF). De acordo com o referido dispositivo constitucional, o subsídio é 
fixado em parcela única, o que significa justamente a ausência de 
vantagens compondo seu valor. Serão remunerados por subsídio: 
 
• Membros de Poder: procuradores federais, advogados da União, 
defensores públicos, magistrados, membros do ministério público, etc.; 
• Detentores de mandato eletivo: vereados, prefeitos, governadores, 
deputados, etc.; 
• Ministros e Secretários Estaduais e Municipais; e 
• Policiais federais, policiais rodoviários federais, policiais 
ferroviários federais, policiais civis, policiais militares e bombeiros 
militares. 
 
Facultativamente, a remuneração dos servidores públicos organizados em 
carreira poderá ser fixada por meio de subsídio (art. 39, §8º). 
 
(ESAF/AFC/STN/2000) A regra de remuneração por subsídio, composto de parcela 
única, é obrigatória para os seguintes cargos, exceto: 
a) Promotor de Justiça 
b) Juiz de Direito 
c) Defensor Público Federal 
d) Procurador do Estado 
e) Auditor da Previdência Social 
 
De acordo com a redação desse inciso, a fixação ou a alteração de 
remuneração dos servidores públicos depende de lei específica, ou seja, para 
cada fixação ou a alteração de remuneração a CF exige a edição de lei 
ordinária que trate especificamente desses temas. 
 
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A iniciativa privativa diz respeito à competência para apresentação do projeto 
de lei. Por exemplo, a competência para tratar das remunerações dos 
servidores da estrutura do Poder Executivo federal é privativa do Presidente da 
República, devendo esta autoridade apresentar o projeto delei para votação no 
Congresso Nacional. 
 
 
 
 
- Teto e subtetos remuneratórios 
 
O inciso XI do art. 37 da CF indica o teto e os subtetos remuneratórios a serem 
observados na administração direta, autárquica e fundacional de quaisquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. 
 
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e 
empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos 
membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais 
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, 
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou 
de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em 
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como 
limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito 
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, 
o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder 
Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, 
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do 
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, 
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do 
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; 
 
(ESAF/ANALISTA/MPOG/2001) Em relação ao servidor público detentor de emprego 
público não é correto afirmar que se vincula ao teto remuneratório constitucional. 
(errada) 
 
(DPE/PI/Defensor/2009) A CF determina um subteto constitucional limitado a 90,25% do 
subsídio mensal, em espécie, dos ministros do STF, para os membros do MP, os 
procuradores de estado, os DPs e os delegados de polícia. (errada) 
 
Dessa forma, o teto constitucional, que é único, é representado pelos 
subsídios dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, cuja iniciativa do projeto 
de lei para fixação é do próprio STF, dependendo para aprovação de sanção 
do Presidente da República. 
 
Esse teto remuneratório pode ser igualado, mas não superado. Melhor 
explicando, é possível que determinado agente público tenha remuneração 
igual ao subsídio pago aos Ministros do STF, mas não poderá receber quantia 
superior. 
 
No âmbito dos Estados e do DF, os subtetos foram fixados para cada Poder: 
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- Poder Executivo: o subteto será o subsídio dos Governadores. 
 
- Poder Legislativo: o subteto será o subsídio dos Deputados Estudais ou 
Deputados Distritais. 
 
- Poder Judiciário: o subteto será o subsídio dos Desembargadores do 
Tribunal de Justiça, limitado a 90.25% dos subsídios dos Ministros do STF. 
 
Para melhor compreensão, raciocine da seguinte forma: um servidor do 
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais não poderá receber 
remuneração superior ao subsídio dos Desembargadores do respectivo 
Tribunal; um servidor da Assembléia Legislativa de São Paulo não poderá 
receber remuneração superior ao subsídio dos Deputados Estados integrantes 
da respectiva Casa Legislativa. 
 
Além disso, todos esses subtetos indicados - Governadores, Deputados 
Estaduais e Distritais, e Desembargadores do TJ - encontram como limite 
remuneratório o teto único: subsídio dos Ministros do STF. 
 
Interessante destacar que a CF não criou para os servidores federais subtetos, 
como o fez para os Estados, DF e Municípios, estando todos eles vinculados 
apenas ao teto remuneratório. Portanto, um servidor do Ministério Público da 
União, que é órgão da União, encontra como limite remuneratório o subsídio 
dos Ministros do STF. 
 
Em resumo: 
 
TETO REMUNERATÓRIO 
Subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal 
SUBTETOS 
União Ministros do STF 
Estados e 
Distrito 
Federal 
Poder Executivo Governador 
Poder Legislativo Dep. Estaduais/Distritais 
Poder Judiciário Desembargadores do TJ (limitado a 
90,25%** dos subsídios dos Min. do STF) 
Municípios Prefeitos 
* o teto não pode ser ultrapassado, mas pode ser igualado, significando que é legítimo que 
servidor receba remuneração idêntica ao subsídio dos Ministros do STF. 
** esse limite também é aplicável aos membros do MP, Defensores Públicos e Procuradores. 
 
Considerações importantes: 
 
1) Estão abrangidas pela regra todas as espécies remuneratórias e vantagens 
recebidas pelos servidores, com exclusão das parcelas indenizatórias. Veja 
o que diz o art. 37, § 11, CF: “Não serão computadas, para efeito dos limites 
remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas 
de caráter indenizatório previstas em lei”. 
 
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A Lei 8.112/90 prevê como parcelas indenizatórias: diárias, ajuda de custo, 
transporte e auxílio moradia. 
 
Vamos pensar em números: suponhamos que o subsídio dos Ministros do STF 
seja de R$30.000,00. Se determinado servidor já recebe a título de 
remuneração R$30.000,00, não poderá receber novas vantagens 
remuneratórias, sob pena de ultrapassar o teto. Contudo, se esse mesmo 
servidor realizar determinada viagem a serviço, fará jus e receberá as diárias, 
ainda que somadas à remuneração ultrapassem o teto remuneratório, pois, 
conforme já dito, as parcelas de caráter indenizatório não são computadas para 
fins de apuração dos limites remuneratórios. 
 
Contudo, há parcelas de caráter remuneratório que são excluídas desses 
limites, conforme preceitua art. 42, parágrafo único, da referida lei, a saber: 
gratificação natalina; adicional pelo exercício de atividades insalubres, 
perigosas ou penosas; adicional pela prestação de serviço extraordinário; 
adicional noturno e adicional de férias. 
 
Além dessas, estão fora do limite do teto remuneratório, dentre outras: abono 
de permanência em serviço (art. 40, §19, CF) e remuneração de 
magistrados e membros do MP pelo exercício de magistério. 
 
 
2) Seria possível um deputado estadual/distrital ter subsídio igual ao dos 
Ministros do STF? 
 
Já vimos que o teto pode ser alcançando, não podendo ser superado. Dessa 
forma, não haveria nenhum problema de os deputados estaduais/distritais 
receberem subsídio igual ao dos Ministros do STF se não fosse a redação do 
art. 27, §2º, da CF, que determina que o subsídio dos deputados 
estaduais/distritais não poderá ser superior a 75% do subsídio dos 
deputados federais. 
 
Dessa forma, o subsídio dos deputados federais pode igualar aos dos Ministros 
do STF, o mesmo não ocorrendo quanto ao subsídio dos deputados 
estaduais/distritais, que ficará limitado a 75% do subsídio dos deputados 
federais. 
 
 
3) No caso de acumulação de cargos ou de empregos públicos, ou de 
acumulação de remuneração/subsídio com proventos de aposentadoria ou com 
pensões, os valores deverão ser somados para fins de observância do teto e 
dos subtetos. 
 
(DPE/PI/Defensor/2009) Caso a acumulação de cargos públicos do servidor seja 
permitida pela CF, de forma excepcional não se aplicará o teto remuneratório 
constitucionalmente previsto. (errada) 
 
4) Nos termos do § 12 do art. 37 da CF, fica facultado aos Estados e ao Distrito 
Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e 
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Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do 
respectivo Tribunal de Justiça, limitado a 90,25% do subsídio mensal dos 
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando essa regra aos 
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.5) Os limites constantes do inciso XI são aplicáveis à União, Estados, DF e 
Municípios, bem como às suas respectivas autarquias e fundações 
públicas. Relativamente às empresas públicas e sociedades de economia 
mista, e suas subsidiárias, nos termos do art. 37, §9º, CF, referidos limites 
apenas serão aplicáveis se receberem recursos da administração direta 
para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. 
 
 
6) Conforme já foi dito, os servidores federais não possuem subteto, mas 
apenas teto. Dessa forma, os juízes federais encontram como limite único o 
subsídio dos Ministros do STF. Em contrapartida, os juízes estaduais 
encontram como limite (subteto) o subsídio dos Desembargadores dos TJ´s, 
limitado a 90,25% do subsídio dos Ministros do STF. Ou seja, os juízes federais 
podem receber subsídio igual do dos Ministros do STF, ao passo que os juízes 
estaduais ficam limitados a no máximo 90,25%. 
 
Ocorre que a lei orgânica de ambas as carreiras é a mesma, além de as 
funções por elas desempenhadas serem idênticas, não havendo razão para 
essa discriminação. Há inegável ofensa ao princípio da isonomia. 
 
Essa discussão foi levada à apreciação do STF no julgamento da ADIMC 
3.854/DF, 28/02/07), tendo a Suprema Corte dado ao art. 37, XI, e seu §12, 
interpretação conforme à Constituição, considerando inconstitucional a 
distinção de limites remuneratórios entre juízes federais e estaduais. 
 
A partir desse julgamento, não há mais que se falar em limite de 90,25% para 
os Desembargadores dos Tribunais de Justiça, bem como para os juízes 
estaduais. Ambos possuem, da mesma forma que os juízes federais e demais 
servidores federais, apenas teto constitucional. 
 
Importante destacar que referido limite permanece aplicável para os demais 
servidores do Poder Judiciário dos Estados e do DF, bem como para os 
membros do Ministério Público, procuradores e defensores públicos. 
 
 
- Vencimentos pagos pelo Poder Executivo x vencimentos pago pelos 
demais Poderes 
 
Quanto à isonomia de vencimentos, a redação do art. 42 da Lei 8.1112/90 é 
bem mais elucidativa do que a do art. 37, XII, CF. 
 
Compare os dois dispositivos: 
 
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“Art. 42. É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de 
atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores 
dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas 
à natureza ou ao local de trabalho”. 
 
“Art. 37, XII. Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder 
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo”. 
 
(ESAF/TFC/SFC/2000) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder 
Judiciário não podem ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. (correta) 
 
O que extrair desses dois artigos para a prova? Se dois servidores 
desempenham funções iguais ou assemelhadas, a CF lhes assegura a 
isonomia de vencimento, independentemente de trabalharem no mesmo 
Poder ou em Poderes diferentes. 
 
Qual a pegadinha de prova? A isonomia não é de remuneração, mas sim de 
vencimento, pois as vantagens pessoais são ressalvadas no art. 42. 
 
Dessa forma, dois digitadores, um do Poder Executivo e outro do Legislativo, 
ao desempenharem as mesmas atribuições, terão os mesmos vencimentos (eu 
digo em sala que é a primeira linha do contracheque), porém, não 
necessariamente terão a mesma remuneração (vencimento + vantagens 
pecuniárias permanentes), pois um pode ter mais tempo de serviço que o outro 
e ter acumulado qüinqüênios, por exemplo. Ou seja, apesar de o vencimento 
ser o mesmo, a remuneração será diferente. 
 
A propósito, os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão 
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos 
públicos (art. 37, §6º, CF). 
 
 
- Vinculação e equiparação de remunerações 
 
O inciso XIII do art. 37 vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer 
espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do 
serviço público. 
 
(ESAF/AFRF/2003) A remuneração do AFRF pode ser estabelecida de forma vinculada 
ao subsídio do Ministro da Fazenda. (errada) 
 
Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá 
estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores 
públicos, obedecido, em qualquer caso, os limites remuneratórios constantes 
do art. 37, XI. 
 
 
- Acréscimos pecuniários e base de cálculo 
 
Assim dispõe o inciso XIV do art. 37 da CF: 
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XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão 
computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos 
ulteriores; 
 
Esse inciso determina que os acréscimos pecuniários concedidos aos 
servidores devem ser calculados com base no vencimento básico, e não 
adotando-se a remuneração (vencimento + vantagens pecuniárias). 
 
Exemplificando: se determinado servidor possui um remuneração de 
R$5.000,00, composta de vencimento de R$3.000,00 e vantagens de 
R$2.000,00, caso passe a fazer jus ao adicional de insalubridade de 20%, este 
não incidirá sobre os R$5.000,00, mas somente sobre o vencimento, qual seja, 
R$3.000,00. Isso por que os acréscimos pecuniários, no caso as vantagens no 
importe de R$2.000,00, não poderão ser utilizados como base de cálculo para 
o cálculo de novos acréscimos. 
 
 
- Irredutibilidade da remuneração 
 
O inciso XV do art. 37 prevê a regra da irredutibilidade da 
remuneração, ressalvando a possibilidade de redução nas hipóteses nele 
indicadas: 
 
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e 
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos 
incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 
2º, I; 
 
(ESAF/AFRF/2003) O princípio da irredutibilidade dos vencimentos possui natureza 
absoluta, não comportando qualquer exceção. (errada) 
 
Importante destacar que acordos e convenções coletivas de trabalho não 
podem ser utilizadas para alteração das remunerações dos servidores. 
 
 
- Fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do 
sistema remuneratório 
 
De acordo com o §1º do art. 39 da CF, a fixação dos padrões de vencimento e 
dos demais componentes do sistema remuneratório observará: 
 
• a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos 
componentes de cada carreira; 
• os requisitos para a investidura; e 
• as peculiaridades dos cargos. 
 
 
- Adicional e prêmio de produtividade 
 
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Nos termos do § 7º do art. 39 da CF lei da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários 
provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e 
fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e 
produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento 
e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou 
prêmio de produtividade. 
 
 
AAccumuullaçããoo de carrggooss,, eempprreeggooss ee fuunnççõõees ppúúbblliccas 
 
O tema é abordado, em especial, nos seguintes incisos do art. 37: 
 
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, 
quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer 
caso o disposto no inciso XI. 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de 
saúde, comprofissões regulamentadas; 
 
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e 
abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de 
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta 
ou indiretamente, pelo poder público; 
 
(ESAF/AFRF/2003) A proibição de acumulação remunerada de cargos públicos não se 
aplica quando um cargo for exercido na administração direta e o outro numa subsidiária 
de sociedade de economia mista, desde que haja compatibilidade de horários. (errada) 
 
(ESAF/ANALISTA/MPOG/2001) Em relação ao servidor público detentor de emprego 
público não é correto afirmar que se enquadra nas regras de proibição de acumulação 
de cargos públicos. (errada) 
 
De início, destaco que no nosso ordenamento jurídico a regra é a 
impossibilidade de acumulação remunerada de cargos, empregos e 
funções. A acumulação remunerada constitui exceção, só permitida nas 
hipóteses previstas na CF e quando houver compatibilidade de horários. 
 
No inciso sob enfoque o legislador constituinte listou os cargos/empregos cuja 
acumulação será possível: 
 
• professor x professor; 
• professor x técnico; 
• professor x científico; e 
• área de saúde x área de saúde, desde que as profissões sejam 
regulamentadas. 
 
Além dessas hipóteses, a CF permite: 
 
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• acumulação pelos vereadores (art. 38, III); 
• magistrado x magistério (art. 95, parágrafo único, I); e 
• membro do Ministério Público x magistério (art. 128, §5º, II, d). 
 
 
- Acumulação de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo, 
emprego ou função pública 
 
Veja a redação do art. 37, §10º, da CF: 
 
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de 
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a 
remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os 
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos 
e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e 
exoneração. 
 
A CF traz como regra a impossibilidade de acumulação remunerada de cargos, 
empregos e funções públicas, ressalvando algumas exceções. 
 
Nessas exceções, será possível ao servidor acumular o provento de 
aposentadoria com a remuneração do cargo/emprego. Por exemplo: como a 
CF permite a acumulação de dois cargos de professor, determinado servidor 
poderá acumulá-los na atividade; posteriormente, aposentar em um deles e 
permanece ativo no outro; e finalmente, manter-se aposentado nos dois. Como 
a acumulação é permitida em atividade, também o será quando da 
aposentadoria. 
 
(ESAF/TC/RN/2000) É vedada a acumulação remunerada de cargo público efetivo 
com proventos de aposentadoria, salvo as exceções constitucionalmente admitidas. 
(errada) 
 
Portanto, a primeira regra é permitir a acumulação de proventos com 
remuneração de cargos/empregos acumuláveis na atividade. 
 
(ESAF/Especialista em Pol. Públ. e Gest. Gov/MPOG/2002) Tratando-se de 
acumulação de cargos e empregos públicos, avalie a seguinte situação: José, 
Auditor aposentado da Receita Federal, é Professor da autarquia Universidade 
Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Pretende, agora, submeter-se ao concurso 
público para Gestor governamental. Uma vez aprovado, aponte a sua conduta 
lícita. 
a) Pediria licença sem remuneração da UFRJ para tomar posse como Gestor. 
b) Poderia assumir o novo cargo, sem qualquer alteração em sua situação funcional. 
c) Somente poderia assumir o novo cargo de Gestor se renunciasse à 
aposentadoria de Auditor. 
d) Para assumir o novo cargo de Gestor, teria de deixar o magistério na UFRJ e 
renunciar à aposentadoria de Auditor. 
e) Pediria aposentadoria proporcional na UFRJ para tomar posse como Gestor. 
 
Além dessas hipóteses, a CF permite que o servidor aposentado exerce cargo 
em comissão ou cargo eletivo (prefeito, deputado etc), hipóteses em que 
acumulará o seu provento com as respectivas remunerações. 
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- Acumulação de cargo público efetivo com cargo eletivo 
 
Nos termos do art. 38 da CF ao servidor público da administração direta, 
autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as 
seguintes disposições: 
 
• tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará 
afastado de seu cargo, emprego ou função; 
 
• investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou 
função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; 
 
(Bacen/Procurador/2009) Servidor público federal eleito prefeito de sua cidade natal, 
diante do afastamento do cargo efetivo federal, não poderá optar por continuar a 
receber a sua remuneração, caso seja maior que a de prefeito. (errada) 
 
• investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de 
horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, 
sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo 
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; 
 
(ESAF/AFRF/2002-2II) Havendo compatibilidade de horários, é possível a 
acumulação remunerada do exercício do cargo público com o desempenho do 
seguinte mandato eletivo: 
a) Prefeito Municipal b) Deputado Estadual c) Juiz de paz 
d) Vereador e) Secretário Municipal 
 
(ESAF/TC/RN/2000) Para o exercício do mandato eletivo de Vereador, o servidor será 
compulsoriamente afastado do cargo público. (errada) 
 
Em qualquer desses casos que exija o afastamento do servidor para o 
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos 
os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento (atenção neste 
ponto, pois para promoção por antiguidade o tempo é contado!). 
 
(DPE/ES/Defensor/2009) O servidor público em exercício de mandato tem o direito de 
ficar afastado do cargo, emprego ou função, computando-se o tempo para todos os 
efeitos legais, até mesmo para fins de promoção por antiguidade e merecimento. 
(errada) 
 
Para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores 
serão determinados como se no exercício estivesse. 
 
 
RReegras rellatiivaass aaoo reggiimee dde trraabbaalhhoo doss sserviidorres púúbblliicos 
 
- Regime jurídico de trabalho 
 
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A Emenda Constitucional nº 19/98, alterando o caput do art. 39 da CF, pôs fim 
à obrigatoriedade das pessoas jurídicas de direito público adotarem regime 
jurídico único para os seus servidores, possibilitando aos entes federados, suas 
autarquias e fundações públicas de direito público a adoção do regime de 
pessoal estatutário (por ex., Lei 8.112/90 para as autarquias federais) ou 
celetista (CLT), de acordo com o que estabelecesse a lei. 
 
Passou a ser possível determinado ente federado ser estatutário e as suas 
autarquias celetistas. Conforme eu disse, a EC 19/98 pôs fim ao regime 
jurídico único, passando a conviver dois regimes distintos: estatutário, que se 
baseia num estatuto, e celetista, baseado na CLT – Consolidação das Leis 
Trabalhistas. 
 
O regime estatutário é reservado para os ocupantes de cargos públicos, 
enquanto o regime celetista para os ocupantes de emprego público. 
 
Inclusive, no âmbito federal foi editada a Lei 9.962/00 para disciplinar o regime 
de emprego público do pessoal da Administração federal direta, autárquica e 
fundacional. 
 
Porém, depois de aproximadamente 10 anos da promulgação da EC 19/98, 
olha o que acontece... 
 
Identificaram um vício na votação do seu projeto, e por contadesse vício foi 
proposta uma ação direta de inconstitucionalidade no STF (ADI 2135). Não deu 
outra: o STF, em 02/08/07, deferiu parcialmente medida cautelar para 
suspender com efeitos ex nunc (daquele momento para frente) a eficácia 
do indigitado art. 39, caput, com a redação da EC nº 19/98. 
 
Se a EC 19/98 pôs fim ao regime jurídico único ao alterar o art. 39 da CF, com 
a suspensão de sua aplicação volta a ser aplicado o art. 39 com sua redação 
anterior, ou seja, fica restabelecido o regime jurídico único. 
 
Com essa decisão, o regime jurídico a ser adotado obrigatoriamente pelas 
pessoas jurídicas de direito público volta a ser o estatutário (posição que 
prevalece na doutrina e na jurisprudência, pois há quem defenda que não 
necessariamente deve ser o estatutário, podendo ser o regime celetista, desde 
que seja único, ou seja, adotado para administração direta, autárquica e 
fundacional). 
 
Mas e os entes federados que adotaram o regime de emprego público após a 
EC 19/98? Como a decisão do STF teve efeitos ex nunc, só produzindo efeitos 
a partir daquele momento, essas situações permanecerão inalteradas, 
aplicando-se, contudo, o regime jurídico único para as nomeações posteriores 
à decisão do STF. 
 
Elaborei um quadro para facilitar seu estudo: 
 
Entre CF/88 e EC Entre a EC 19/98 e a A partir da publicação da 
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19/98 publicação da cautelar na 
ADI 2.135 
cautelar na ADI 2.135 
Regime jurídico único: 
estatutário 
Regime jurídico estatutário ou 
celetista 
Regime jurídico único: 
estatutário. Porém, será 
mantido o regime celetista 
para os empregados 
contratados entre a EC 19/98 
e a ADI 2.135, pois a decisão 
teve efeitos ex nunc. 
 
 
- Escolas de governo 
 
Nos termos do art. 39, § 2º da CF, a União, os Estados e o Distrito Federal 
manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos 
servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos 
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de 
convênios ou contratos entre os entes federados. 
 
 
- Direitos dos trabalhadores urbanos garantidos aos servidores 
estatutários 
 
Alguns direitos consagrados pelo art. 7º da CF para os trabalhadores urbanos 
são estendidos pelo §3º do art. 39 para os ocupantes de cargos públicos, a 
saber: 
 
• salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a 
suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, 
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e 
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder 
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; 
 
• garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem 
remuneração variável; 
 
• décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da 
aposentadoria; 
 
• remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
 
• salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda 
nos termos da lei; 
 
• duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e 
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da 
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
 
• repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
 
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• remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta 
por cento à do normal; 
 
• gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do 
que o salário normal; 
 
• licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 
cento e vinte dias; 
 
• licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
 
• proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos 
específicos, nos termos da lei; 
 
• redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, 
higiene e segurança; 
 
• proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de 
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. 
 
 
AAddmmiinissttraçããoo Fazzeendária 
 
De acordo com o XVIII do art. 37, a administração fazendária e seus servidores 
fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência 
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei. 
 
(ESAF/AFRF/2003) No Porto de Santos encontra-se uma carga de grãos, vinda da 
Argentina. Tem precedência para análise dessa carga: 
a) A Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, visando a impedir a 
entrada, no Brasil, de produtos agrícolas com fungos. 
b) O IBAMA, visando a impedir a entrada de produtos transgênicos no País. 
c) A Receita Federal, visando a apurar a regularidade da importação. 
d) A Polícia Federal, se houver indícios de crime de contrabando ou de descaminho. 
e) Não existe ordem de precedência nesse caso, mas, apenas, conveniência 
administrativa, de acordo com as disponibilidades dos servidores dos órgãos 
envolvidos. 
 
 
RReeggiimmee ddee pprreevviiddêênncciiaa ddooss ooccuuppaanntteess ddee ccaarrggooss ppúúbblliiccooss 
 
De início, é importante que você faça a seguinte distinção: 
 
I) Servidor estatutário: aposentadoria observa as regras do art. 40 da CF 
(Regime próprio de previdência); 
 
II) Empregado público (celetista): aposentadoria observa as regras do art. 
201 da CF (Regime geral de previdência). 
 
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Geralmente esse artigo 201 é mais cobrado em concursos para bacharéis em 
Direito. Já o art. 40 está presente em todos os concursos cujo programa 
abranja Direito Administrativo ou Constitucional. 
 
Portanto, nosso foco será a aposentadoria dos servidores estatutários, como 
exemplo, os servidores civis federais vinculados à Lei 8.112/90. 
 
Veja o que diz o caput do art. 40: 
 
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas 
autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter 
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente 
público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, 
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o 
disposto neste artigo. 
 
Fiz questão de destacar para você negritando e sublinhando quais são os 
pontos cobrados pelas bancas relativamente a esse dispositivo. 
 
Vamos à sua análise... 
 
Quanto aos regimes de previdência, você pode separá-los em dois grupos: 
Previdência Geral (INSS) e Previdências Próprias (em regra, dos servidores 
estatutários). 
 
No que interessa ao nosso estudo, a CF já definiu quais agentes públicos estão 
vinculados ao regime geral: servidor ocupante exclusivamente de cargo 
em comissão, temporário e empregado público (art. 40, §13, CF). 
 
(ESAF/ANALISTA/MPOG/2001) Em relação ao servidor público detentor de emprego 
público não é correto afirmar que a ele se aplica o regime geral de previdência social. 
(errada) 
 
Atenção para o “exclusivamente” ocupante de cargo em comissão. Se você já é 
servidor estatutário e passa a ocupar um cargo em comissão, permanecerá 
vinculado ao regime próprio de previdência. Porém, se você não é servidor 
público e é nomeado para um cargo em comissão, nessa situação você será 
um ocupante exclusivamente de cargo em comissão. De acordo com a CF, 
contribuirá para a previdência geral (INSS). 
 
Quanto aos servidores vinculados ao regime próprio, veja que o art. 40 faz 
referência aos titulares de cargos efetivos, ouseja, os concursados 
estatutários. 
 
Além disso, referido dispositivo permite que cada ente federativo (União, 
Estados, DF e Municípios) tenha a sua previdência própria, que abrangerá 
suas autarquias (ex. INSS) e fundações públicas de direito público (ex. FUNAI). 
Contudo, é importante saber que cada ente só poderá gerir uma previdência 
própria, conforme determina o art. 40 em seu §20: “fica vedada a existência de 
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mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de 
cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em 
cada ente estatal...”. 
 
(DPE/PI/Defensor/2009) Não é admitida a existência de mais de um regime próprio de 
previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos. (correta) 
 
As principais características do regime próprio estão destacadas no artigo: 
contributivo e solidário. 
 
Outra informação importante para a prova é saber quem contribui para a 
previdência própria. O art. 40 também traz esses dados: respectivo ente 
público, os servidores ativos (titulares de cargos efetivos) e inativos e os 
pensionistas. 
 
Cabe ressaltar que o regime próprio de previdência observará, no que couber, 
os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social. 
Trata-se da previsão de aplicação subsidiária do regime geral aos servidores 
submetidos aos regimes própios. 
 
No regime próprio de previdência existem três modalidades de aposentadoria 
(art. 40 CF): invalidez permanente, compulsória e voluntária. Veja o que 
interessa para a prova sobre cada uma delas: 
 
a) Invalidez permanente: 
 
A regra é que os proventos sejam proporcionais ao tempo de contribuição 
(cuidado com pegadinha de prova substituindo a expressão “tempo de 
contribuição” por “tempo de serviço”), exceto se a invalidez decorreu de 
acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa 
ou incurável. 
 
(Sefaz/AC/Auditor/2009) Os proventos do servidor público aposentado por invalidez 
permanente serão sempre iguais ao da última remuneração recebida. (errada) 
 
 
b) Compulsoriamente: 
 
Quando o servidor completar 70 (setenta) anos de idade, com proventos 
proporcionais ao tempo de contribuição. Já fiz a observação da pegadinha 
da troca de “contribuição” por “serviço”. O tempo de serviço é considerado 
para fins de disponibilidade (dê uma lida no art. 40, §9º da CF). 
 
(DPE/PI/Defensor/2009) Os servidores públicos serão aposentados compulsoriamente, 
aos setenta anos de idade, com proventos integrais, desde que cumprido tempo 
mínimo de quinze anos de efetivo exercício no serviço público. (errada) 
 
 
c) Voluntariamente: 
 
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Nessa modalidade o servidor poderá aposentar-se por idade ou por idade + 
tempo de contribuição. Em qualquer das hipóteses, será preciso comprovar 
tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e de 
cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria. 
 
(Sefaz/AC/Auditor/2009) Conforme as regras atuais de aposentadoria voluntária, não é 
necessário que o servidor tenha um tempo mínimo de investidura no cargo efetivo em 
que se dará a aposentadoria. (errada) 
 
Para aposentar somente por idade, quando os proventos serão 
proporcionais ao tempo de contribuição, exige-se, além dos requisitos acima, 
que o servidor tenha 65 anos e a servidora 60 anos de idade. 
 
Já por idade + tempo de contribuição, veja o quadro: 
 
 Idade Contribuição 
Homem 60 35 
Mulher 55 30 
 
Nessa última hipótese, e somente nela, os requisitos de idade e de tempo de 
contribuição serão reduzidos em cinco anos para o professor que 
comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de 
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. 
 
 Idade Contribuição 
Homem 55 30 
Mulher 50 25 
 
É justamente nesse ponto que se manifestou o STF dando ensejo à seguinte 
questão do CESPE, cuja assertiva está errada: 
 
(TRF5/Magistratura/2009/CESPE) As funções de magistério limitam-se ao trabalho em 
sala de aula, excluindo-se as demais atividades extraclasse, de forma que, para efeitos 
de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de serviço prestado 
em atividades como as de coordenação e assessoramento pedagógico. 
 
O Supremo Tribunal Federal decidiu no julgamento da ADI 3772/DF 
(29.10.2008) que 
 
“I - a função de magistério não se circunscreve apenas ao trabalho em sala de 
aula, abrangendo também a preparação de aulas, a correção de provas, o 
atendimento aos pais e alunos, a coordenação e o assessoramento pedagógico 
e, ainda, a direção de unidade escolar; II - As funções de direção, coordenação 
e assessoramento pedagógico integram a carreira do magistério, desde que 
exercidos, em estabelecimentos de ensino básico, por professores de carreira, 
excluídos os especialistas em educação, fazendo jus aqueles que as 
desempenham ao regime especial de aposentadoria estabelecido nos arts. 40, § 
5º, e 201, § 8º, da Constituição Federal”. 
 
Dessa forma, nos termos da jurisprudência do STF, para fins de aposentadoria 
especial, computa-se o tempo no exercício das funções de magistério na 
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educação infantil e no ensino fundamental e médio, bem como nas 
funções de direção, coordenação e assessoramento pedagógico 
exercidos por professor de carreira em estabelecimentos de ensino 
básico. 
 
Nos termos do § 2º do art. 40 da CF, os proventos de aposentadoria e as 
pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração 
do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que 
serviu de referência para a concessão da pensão. 
 
É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de 
aposentadoria aos abrangidos por esse regime, ressalvados, nos termos 
definidos em leis complementares, os casos de servidores: 
 
• portadores de deficiência; 
• que exerçam atividades de risco; 
• cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem 
a saúde ou a integridade física. 
 
Ainda sobre a aposentadoria: 
 
• É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em 
caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei; 
 
• O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para 
efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de 
disponibilidade; 
 
• A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de 
contribuição fictício; 
 
• O servidor que tenha completado as exigências para aposentadoria 
voluntária estabelecidas no art. 40, § 1º, III, a, e que opte por permanecer 
em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da 
sua contribuição previdenciária até completar as exigências para 
aposentadoria compulsória. Esse abono, na verdade, equivale a não 
recolher a contribuição previdenciária. 
 
 
- Pensão por morte 
 
De acordo com o §7º do art. 40, lei disporá sobre a concessão do benefício de 
pensão por morte, que será igual: 
 
• ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo 
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social 
(R$3.218,90), acrescido de 70% da parcela excedente a este limite, caso 
aposentado à data do óbito; ou 
 
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• ao valor

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