Buscar

ATENÇÃO-INTEGRAL-À-SAÚDE-DO-ADULTO-E-DO-IDOSO-2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

0 
 
 
 
 
1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO ................... 4 
3 AÇÕES DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE ......................................................... 6 
 Vigitel .................................................................................................... 7 
 Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças 
Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) ..................................................................... 9 
4 POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE ............................... 11 
5 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM
 ...................................................................................................................14 
 Diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem:
 ............................................................................................................17 
 O homem e o acesso aos serviços de saúde ..................................... 18 
6 O ENVELHECIMENTO: Políticas, Programas e Rede de Atenção à Saúde 
do Idoso ...................................................................................................................19 
 População Idosa no País .................................................................... 19 
 Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento ......................... 20 
 Plano de ação sobre a saúde das pessoas idosas ............................ 21 
 Políticas, programas e ações nacionais ............................................. 21 
7 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA ........................................ 22 
8 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO DOMICILIAR – PNAD .................. 24 
9 PROGRAMA MELHOR EM CASA ............................................................ 28 
10 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA ...................... 31 
 Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa ........................................... 33 
 Rede de Atenção à Saúde do Idoso ............................................... 34 
 Unidades Básicas de Saúde (UBS) ................................................ 35 
 Unidades de atendimento ambulatorial especializado .................... 36 
 
2 
 
 Unidades de reabilitação ................................................................. 37 
11 IMPACTO DO ENVELHECIMENTO NO ORGANISMO HUMANO ....... 38 
12 SEDENTARISMO COMO PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA E 
BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA OS IDOSOS....................................... 41 
 Práticas Corporais e Atividades Físicas .......................................... 43 
 Preparando os idosos para atividades físicas ou práticas corporais
 .........................................................................................................44 
 Como devem ser realizadas as atividades físicas ou práticas 
corporais com idosos ............................................................................................. 45 
13 QUEDAS ENTRE OS IDOSOS ............................................................. 46 
 Fatores de risco .............................................................................. 47 
 Prevenção de quedas ..................................................................... 48 
 Orientações aos idosos e cuidadores ............................................. 49 
14 O CUIDADO OFERTADO AOS IDOSOS .............................................. 50 
 O autocuidado ................................................................................. 51 
 O cuidador ....................................................................................... 52 
 O cuidador e a equipe de saúde ..................................................... 55 
 O cuidador e a família ..................................................................... 56 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 1 INTRODUÇÃO 
Prezado (a) aluno (a)! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro quase improvável, um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
4 
 
2 ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO 
 
Fonte: imagem.band.com.br 
Algumas mudanças ocorridas no país nas últimas décadas como, o processo 
de urbanização, aumento da expectativa de vida, redução da fecundidade, migração, 
entre outras, contribuíram para a modificar a estrutura de faixa etária da população. O 
quantitativo de pessoas adultas, ou seja, com idade de 20 a 59 anos, foi 
significativamente ampliado. Como consequência do envelhecimento da população, 
as doenças crônico degenerativas surgem como sendo as principais causas de 
morbidade e mortalidade (JÚNIOR et al., 2013). 
Conforme afirma Malta et al. (2017), são responsáveis por 70% das mortes no 
mundo, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), sendo elas: Doenças 
Cardiovasculares, Respiratórias Crônicas, Diabetes Mellitus e Cânceres. A estimativa 
é de 38 milhões de mortes por ano e dentre esses óbitos, 16 milhões são de pessoas 
com menos de 70 anos de idade. 
Essas doenças tendem a ser de longa duração e surgem como o resultado da 
combinação de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e comportamentais. 
Tabagismo, sedentarismo, alcoolismo e dieta pouco saudável contribuem para o 
aumento do risco de morte por DCNT, além da poluição do ar, que também é um fator 
de risco para as enfermidades (ONU, 2018). 
 
5 
 
Para atender às necessidades sociais em saúde, a promoção da saúde que é 
parte estratégica de produção de saúde, deve ocorrer de forma articulada às demais 
políticas e tecnologias desenvolvidas no sistema de saúde brasileiro. Ações que 
possibilitam responder à essas necessidades são construídas (BRASIL, 2010). 
A Atenção Integral à Saúde do Adulto, atua nas condições específicas a esse 
público. No Brasil, além das DCNT citadas anteriormente, também são foco do 
Programa de Atenção Integral à Saúde do Adulto (PAISA): Tuberculose; Hanseníase 
e Saúde do Homem. A execução dessas ações se constitui como uma das iniciativas 
do Ministério da Saúde (MS) que priorizam condições pautadas no perfil 
epidemiológico desta população, com o intuito de articular ações de caráter individual 
e coletivo. Programas educativos sobre doenças crônicas e degenerativas reduz o 
número de hospitalizações, melhora as complicações agudas e crônicas e previne de 
algumas enfermidades (GARCIA; FONSÊCA, 2016). 
Algumas estratégias podem ser utilizadas no desenvolvimento de ações à 
saúde do adulto, como por exemplo: 
 Atividades de grupo para a população adulta: Grupos de promoção à 
saúde para portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e 
Diabetes Mellitus (DM), grupo de atividade física, grupo de saúde 
mental, grupo de trabalhos manuais, grupo de tabagismo e grupo de 
reabilitação; 
 Atividades de sala de espera: Espaço que possibilita práticas pontuais 
de educação em saúde e troca de informações; e 
 Visitadomiciliar: Priorizar portadores de doenças crônicas com 
limitação física, egressos de hospital com condição incapacitante, 
usuários em fase terminal, portadores de doença mental com limitação 
de acesso à UBS, abordagem familiar, busca ativa de marcadores do 
Siab/Sisab ou de doenças de notificação compulsória. 
Para reorganizar as Redes de Atenção à Saúde (RAS), bem como as linhas de 
cuidado às doenças crônicas, o Ministério da Saúde tem investido em diretrizes que 
oriente essa reorganização. Ações de vigilância das doenças infecciosas mais 
prevalentes também receberam orientações do MS. Na Atenção à saúde do homem, 
as ações voltadas para prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, 
 
6 
 
manutenção, promoção e proteção da saúde tem sido de grande importância para a 
saúde do adulto. 
3 AÇÕES DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE 
É responsabilidade da Vigilância em Saúde, desenvolver ações que possibilite 
acompanhamento, prevenção e controle de doenças transmissíveis, bem como a 
responsabilidade de atuar na vigilância de fatores de risco para o desenvolvimento de 
doenças crônicas não transmissíveis, na promoção da saúde, na saúde ambiental e 
do trabalhador, vigilância sanitária e também analisar a situação de saúde da 
população brasileira (BRASIL, 2017). 
De acordo com o relatório final da 1ª Conferência Nacional de Vigilância em 
Saúde (2018), realizada entre os dias 27 de fevereiro a 2 de março de 2018, no Centro 
de Eventos da Ascade, em Brasília (DF), as ações da Vigilância em Saúde, para que 
possam superar vulnerabilidades sociais, econômicas e ambientais, devem ser 
orientadas da seguinte forma: 
 Por meio do planejamento a partir dos territórios das Regiões e Unidades 
de Saúde; 
 Deve haver fortalecimento das ferramentas de comunicação social; e 
 Deve haver educação permanente dos profissionais de saúde e 
conselheiros de saúde municipais, estaduais e do Distrito Federal. 
A tuberculose e a hanseníase, estão relacionadas como sendo os agravos 
transmissíveis mais frequentes dentre a população adulta em nosso país, quando se 
trata de saúde do adulto. Dessa forma é necessária a promoção de ações de 
prevenção e controle das mesmas, o que refletirá na ampliação da capacidade de 
respostas dos serviços às doenças emergentes e às endemias. O diagnóstico e 
tratamento dos pacientes acometidos por essas doenças, constituem em foco 
importante da ação de controle desses agravos, afim de interromper a cadeia de 
transmissão. E grande parte das ações encontra-se no âmbito da Atenção 
Básica/Saúde da Família. 
A saúde do trabalhador também corresponde a uma área importante 
incorporada as ações de vigilância em saúde, juntamente com a saúde do adulto. 
Compreende um conjunto de atividades voltadas à promoção e proteção da saúde 
 
7 
 
dos trabalhadores, visando a recuperação e reabilitação da saúde desses 
trabalhadores, submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. 
Abrange os seguintes aspectos: 
(1) assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de 
doença profissional e do trabalho; (2) participação em estudos, pesquisas, 
avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no 
processo de trabalho; (3) informação ao trabalhador e à sua respectiva 
entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, 
doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, 
avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de 
demissão, respeitados os preceitos da ética profissional (BRASIL, 2008 apud 
GARCIA; FONSÊCA, 2016). 
De acordo com Brasil (2018), eventos decorrentes do exercício da profissão ou 
ocorridos no percurso de ida e volta entre a residência e o local de trabalho, que cause 
lesão ou prejuízo funcional, levando a morte ou perda ou redução da capacidade para 
o trabalho, é considerado acidente de trabalho. A taxa de incidência por sexo aponta 
índice superior a 76% para a população masculina, conforme divulgado pelo Portal 
Brasileiro de Dados Abertos, na série histórica 1997-2008. Os estereótipos de gênero 
colaboram para que os homens se exponham mais a situações de risco no trabalho, 
evidenciadas em descumprimentos de normas básicas de segurança e proteção, 
rotinas de trabalho desfavoráveis, entre outras. 
 Vigitel 
Para planejar ações e programas que reduzam a ocorrência e a gravidade das 
DCNT é necessário primeiramente, conhecer a situação de saúde da população. 
Dessa forma, pesquisas são realizadas pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) 
do Ministério da Saúde, através do Vigitel, que compõe o sistema de Vigilância de 
Fatores de Risco para DCNT, atuando em parceria com outros inquéritos, como os 
domiciliares e os voltados para a população escolar (BRASIL, 2017). 
O sistema foi implantado em 2006 em todas as capitais dos 26 estados 
brasileiros e no Distrito Federal. O objetivo é monitorar a frequência e a distribuição 
desses fatores de risco e proteção para as doenças, através de inquérito telefônico. 
As entrevistas telefônicas são realizadas anualmente com a população adulta a partir 
de 18 anos, residente em domicílios com linha de telefone fixo. 
O Vigitel monitora as seguintes Doenças Crônicas Não Transmissíveis: 
 
8 
 
 Diabetes; 
 Câncer; 
 Doenças respiratórias crônicas, e 
 Doenças cardiovasculares (HAS-Hipertensão Arterial Sistêmica). 
 
“ A HAS tem grande impacto na morbimortalidade e na qualidade de vida 
da população. ” 
 
Alguns fatores de risco são comuns para as doenças supracitadas e são 
também monitorados pelo Vigitel. São eles: 
 Tabagismo; 
 Alimentação não saudável; 
 Inatividade física; e 
 Uso nocivo de bebidas alcoólicas. 
Os indicadores avaliados pelo Vigitel também abordam os seguintes temas: 
 Excesso de peso e obesidade; 
 Condução de veículo motorizado após consumo de qualquer quantidade 
de bebidas alcoólicas; 
 Autoavaliação do estado de saúde; 
 Prevenção de câncer; e 
 Morbidade referida. 
Através desse monitoramento são obtidas informações importantes para o 
planejamento de políticas públicas de promoção e prevenção, além da avaliação de 
intervenções realizadas. A elaboração do Plano de Ações Estratégicas para o 
Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil 2011–2022, 
bem como o acompanhamento das metas propostas no mesmo, é resultado das 
ações do sistema de Vigilância de Fatores de Risco de DCNT. Dentro do sistema, o 
Vigitel apoia também o monitoramento das metas do Plano Regional de DCNT 
(Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS) e do Plano Global para o 
Enfrentamento das DCNT (Organização Mundial da Saúde). 
 
9 
 
 Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas 
Não Transmissíveis (DCNT) 
As DNCT compõem um grupo de doenças de maior proporção no país, 
acometendo principalmente, as populações mais vulneráveis (de baixa renda e baixa 
escolaridade). Diante da situação, o Ministério da Saúde elaborou o Plano de Ações 
Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT, em parceria com vários ministérios, 
instituições de ensino e pesquisa, ONGs da área da saúde, entidades médicas e 
associações de portadores de doenças crônicas, visando preparar o Brasil para 
enfrentar e deter as DCNT até 2022. 
O desenvolvimento e a implementação de políticas públicas efetivas, 
integradas, sustentáveis e baseadas em evidências, a fim de prevenir e controlar as 
DCNT e seus fatores de risco, além de apoiar os serviços de saúde voltados às essas 
doenças, faz parte do Plano. 
As doenças crônicas não transmissíveis abordadas no Plano são: 
 Doenças circulatórias; 
 Doenças respiratórias crônicas; 
 Diabetes; e 
 Câncer. 
Os fatores de risco em comum modificáveis para essas doenças, também 
abordados no Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT são: 
 Tabagismo; 
 Álcool; 
 Inatividade física; Alimentação não saudável; e 
 Obesidade. 
A promoção da saúde, como escopo da Vigilância em Saúde, compreende o 
conjunto de intervenções individuais, coletivas e ambientais responsáveis pela 
atuação sobre os determinantes sociais da saúde, visto a diferenças entre as 
necessidades, territórios e culturas em nosso país. A atenção à saúde, deve seguir 
um modelo diferenciado que vai além dos “muros das unidades” de saúde, atuando 
na prevenção de riscos e agravos e na promoção da saúde. E isso só é possível 
quando a equipe atua no território onde vive e trabalha a população da área de 
 
10 
 
abrangência, superando assim o modelo voltado à atenção à “demanda espontânea”, 
de atendimento a doentes. 
É importante ressaltar que, um modelo não substitui o outro, ou seja, faz-se 
necessário realizar tanto a busca ativa e atenção domiciliar, quanto o acolhimento aos 
usuários e, esse acolhimento para que ocorra de maneira adequada, implica em 
responder às necessidades atuais dos usuários e programar o acompanhamento de 
suas condições crônicas. 
Geralmente os usuários portadores de doenças crônicas são frequentadores 
assíduos da Unidade Básica de Saúde e diversas são as razões: 
 Verificar a pressão e/ou glicemia; 
 Renovar receitas; 
 Consulta de acompanhamento; 
 Atendimento para agudização de sua condição crônica, entre outras. 
Durante o acolhimento à uma condição aguda, o enfermeiro deve avaliar o 
usuário investigando as seguintes condições: 
 O uso correto das medicações prescritas; 
 A alimentação (recente, eventuais exageros ou dieta muito restritiva); 
 Realização ou não de atividade física; 
 O uso de álcool, tabaco e outras drogas; 
 Episódios de conflitos e outros estresses emocionais. 
“Os protocolos clínicos baseados em evidências são muito úteis ao recomendar 
o que fazer em cada situação, a exemplo dos Cadernos de Atenção Básica. ” (BRASIL, 
2014). 
 
11 
 
4 POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE 
 
Fonte: fafich.ufmg.br 
A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), a qual foi aprovada através 
da Portaria MS/GM nº 687, de 30 março de 2006, revogada e redefinida pela Portaria 
nº 2.446, de 11 de novembro de 2014, atua em sintonia com a lei nº 8.080, de 19 de 
setembro de 1990 que institui o Sistema Único de Saúde (SUS), afirmando que as 
ações públicas em saúde devem ultrapassar a ideia de cura e reabilitação, ou seja, 
que é necessário priorizar medidas preventivas e de promoção da saúde à fim de 
transformar os fatores da vida que colocam as coletividades em situação de iniquidade 
e vulnerabilidade, tais como: violência, desemprego, subemprego, falta de 
saneamento básico, habitação inadequada ou ausente, dificuldade de acesso à 
educação, fome, urbanização desordenada e má qualidade do ar e da água. Dessa 
forma a PNPS envolve ações e serviços, operando sobre os determinantes do 
adoecer (BRASIL, 2013). 
Os 13 objetivos específicos da PNPS são: 
 Estimular a promoção da saúde como parte da integralidade do cuidado 
na RAS, articulada às demais redes de proteção social; 
 
12 
 
 Contribuir para a adoção de práticas sociais e de saúde centradas na 
equidade, na participação e no controle social, visando reduzir as 
desigualdades sistemáticas, injustas e evitáveis, com respeito às 
diferenças de classe social, de gênero, de orientação sexual e identidade 
de gênero, entre gerações, étnico-raciais, culturais, territoriais e 
relacionadas às pessoas com deficiências. 
 Favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade e o desenvolvimento 
seguro, saudável e sustentável; 
 Promover a cultura da paz em comunidades, territórios e municípios; 
 Apoiar o desenvolvimento de espaços de produção social e ambientes 
saudáveis, favoráveis ao desenvolvimento humano e ao bem viver; 
 Valorizar os saberes populares e tradicionais e as práticas integrativas e 
complementares; 
 Promover o empoderamento e a capacidade para tomada de decisão e 
a autonomia de sujeitos e coletividades por meio do desenvolvimento de 
habilidades pessoais e de competências em promoção e defesa da 
saúde e da vida; 
 Promover processos de educação, formação profissional e capacitação 
específicas em promoção da saúde, de acordo com os princípios e 
valores da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), para 
trabalhadores, gestores e cidadãos; 
 Estabelecer estratégias de comunicação social e mídia direcionadas ao 
fortalecimento dos princípios e ações em promoção da saúde e à defesa 
de políticas públicas saudáveis; 
 Estimular a pesquisa, produção e difusão de conhecimentos e 
estratégias inovadoras no âmbito das ações de promoção da saúde; 
 Promover meios para a inclusão e qualificação do registro de atividades 
de promoção da saúde e da equidade nos sistemas de informação e 
inquéritos, permitindo análise, monitoramento, avaliação e 
financiamento das ações; 
 Fomentar discussões sobre modos de consumo e produção que estejam 
em conflito de interesses com os princípios e valores da promoção da 
saúde e que aumentem vulnerabilidades e riscos à saúde; e 
 
13 
 
 Contribuir para a articulação de políticas públicas inter e intrassetoriais 
com as agendas nacionais e internacionais. 
A PNPS, apresenta no Art. 10 (BRASIL, 2014), os temas prioritários, os quais 
foram evidenciados pelas ações de promoção da saúde realizadas, sendo 
compatíveis com o Plano Nacional de Saúde, pactos interfederativos e com o 
planejamento estratégico do MS, bem como acordos internacionais que foram 
firmados pelo governo brasileiro, em permanente diálogo com as demais políticas, 
com os outros setores e especificidades sanitárias: 
 Formação e educação permanente; 
 Alimentação adequada e saudável; 
 Práticas corporais e atividades físicas; 
 Enfrentamento do uso do tabaco e seus derivados; 
 Enfrentamento do uso abusivo de álcool e outras drogas; 
 Promoção da mobilidade segura (redução da morbimortalidade por 
acidentes de trânsito); 
 Promoção da cultura da paz e de direitos humanos; e 
 Promoção do desenvolvimento sustentável. 
 
14 
 
5 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM 
 
Fonte: saude.gov.br 
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) é uma 
das prioridades do governo, apresentada pelo Ministério da Saúde, que atua de forma 
alinhada com a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e em consonância com 
os princípios do SUS. “Entre seus principais objetivos, insere-se a orientação com as 
ações e serviços de saúde para a população masculina, com integralidade e equidade, 
primando pela humanização da atenção. ” (GARCIA; FONSÊCA, 2016). 
Foi instituída pela Portaria GM nº 1.944, de 27 de agosto de 2009, hoje incluída 
no Anexo XII da Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017, 
Consolidação das Normas sobre as Políticas Nacionais de Saúde do Sistema Único 
de Saúde. A população masculina apresenta menor acesso aos serviços de saúde e, 
portanto, a atenção requer que os trabalhadores da saúde ampliem o olhar quanto a 
esse acesso, quanto ao acolhimento e ao atendimento a essa população (BRASIL, 
2018). 
 
15 
 
 
 
Fonte: Ministério da Saúde 
Promover ações que contribuam para a compreensão da realidade singular 
masculina, em seus diversos contextos socioculturais e político-econômicos e 
respeitar os diferentes níveis de desenvolvimento e organização dos sistemas locais 
de saúde e tipos de gestão de Estados e Municípios é uma das diretrizes da PNAISH. 
Tem como objetivo geral, ampliar o acesso da população masculina da faixa etária de 
20 a 59 anos aos serviços de saúde, bem como melhorar esse acesso. Para que seja 
alcançado esse objetivo, a PNAISH é desenvolvida a partir de cinco (05) eixos 
temáticos (BRASIL, 2019): 
 Acesso e Acolhimento: Visa a reorganização das ações de saúde, por 
meio de uma proposta inclusiva, na qual os homens considerem os 
serviçosde saúde também como espaços masculinos e, por sua vez, os 
serviços reconheçam os homens como sujeitos que necessitam de 
cuidados. 
 
16 
 
 Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva: Visa a sensibilização de gestores 
(as), profissionais de saúde e a população em geral à fim de reconhecer 
os homens como sujeitos de direitos sexuais e reprodutivos, os 
envolvendo nas ações voltadas a esse fim e implementando estratégias 
para aproximá-los desta temática. 
 Paternidade e Cuidado: Objetiva sensibilizar gestores (as), 
profissionais de saúde e a população em geral sobre os benefícios do 
envolvimento ativo do homem com sua parceira durante as fases da 
gestação e participação nas ações de cuidados com os (as) filhos (as), 
destacando como esta participação pode trazer saúde, bem-estar e 
fortalecimento de vínculos saudáveis intrafamiliar. 
 Doenças prevalentes na população masculina: Busca fortalecer a 
assistência básica no cuidado à saúde dos homens, facilitando e 
garantindo o acesso e a qualidade da atenção necessária ao 
enfrentamento dos fatores de risco das doenças e dos agravos à saúde. 
 Prevenção de Violências e Acidentes: Busca propor e desenvolver 
ações que chamem atenção para a grave relação entre a população 
masculina e as violências (em especial a violência urbana) e acidentes, 
bem como sensibilizar a população em geral e também os profissionais 
de saúde sobre o tema. 
As doenças prevalentes na população masculina e que conforme pesquisas 
como a Vigitel, ocorrem com maior frequência entre os homens, estão relacionadas 
aos seguintes fatores de risco, conforme Brasil (2018): 
 Tabagismo; 
 Consumo de bebidas alcoólicas; 
 Alimentação inadequada; 
 Excesso de peso. 
Um dos desafios da PNAISH é a mobilização da população masculina brasileira 
para a luta pela garantia de seu direito social à saúde. É necessário sensibilizar os 
homens para que possam reconhecer e expressar suas condições sociais e de saúde, 
para que sucedam sujeitos protagonistas de suas demandas, consolidando seu 
exercício e gozo dos direitos de cidadania (GARCIA; FONSÊCA, 2016). 
 
17 
 
 Diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: 
As diretrizes da PNAISH, conforme Ministério da Saúde (2009) foram 
elaboradas a partir da integralidade, factibilidade, coerência e viabilidade, sendo 
norteadas pela humanização e a qualidade da assistência a ser prestada ao público 
masculino, princípios que devem permear todas as ações. Essas devem conduzir a 
elaboração dos planos, programas, projetos e atividades, como formulações que 
indicam as linhas de ação a serem seguidas pelo setor saúde: 
 Entender a Saúde do Homem como um conjunto de ações de promoção, 
prevenção, assistência e recuperação da saúde, executado nos 
diferentes níveis de atenção. Deve-se priorizar a atenção básica, com 
foco na Estratégia de Saúde da Família, porta de entrada do sistema de 
saúde integral, hierarquizado e regionalizado; 
 Reforçar a responsabilidade dos três níveis de gestão e do controle 
social, de acordo com as competências de cada um, garantindo 
condições para a execução da presente Política; 
 Nortear a prática de saúde pela humanização e a qualidade da 
assistência a ser prestada, princípios que devem permear todas as 
ações; 
 Integrar a execução da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do 
Homem às demais políticas, programas, estratégias e ações do 
Ministério da Saúde; 
 Promover a articulação interinstitucional, em especial com o setor 
Educação, como promotor de novas formas de pensar e agir; 
 Reorganizar as ações de saúde, através de uma proposta inclusiva, na 
qual os homens considerem os serviços de saúde também como 
espaços masculinos e, por sua vez, os serviços de saúde reconheçam 
os homens como sujeitos que necessitem de cuidados; 
 Integrar as entidades da sociedade organizada na corresponsabilidade 
das ações governamentais pela convicção de que a saúde não é só um 
dever do Estado, mas uma prerrogativa da cidadania; 
 Incluir na Educação permanente dos trabalhadores do SUS temas 
ligados a Atenção Integral à Saúde do Homem; 
 
18 
 
 Aperfeiçoar os sistemas de informação de maneira a possibilitar um 
melhor monitoramento que permita tomadas racionais de decisão; e 
 Realizar estudos e pesquisas que contribuam para a melhoria das ações 
da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. 
 O homem e o acesso aos serviços de saúde 
Algumas barreiras socioculturais envolvendo os homens como: medo de 
descobrir doenças, crenças de que o “homem é o sexo forte”, que são violentos por 
natureza, papel de provedor, entre outras serão mudadas através do acesso e 
acolhimento na PNAISH. As barreiras institucionais, também serão modificadas 
através de ações da política, como o fato de o homem ter dificuldade em ser liberado 
do trabalho para cuidados relacionados à saúde, horário de funcionamento das 
Unidades Básicas de Saúde (UBS), as filas e a qualidade dos serviços prestados por 
essas unidades. 
Conforme o Ministério da Saúde (2018), “É importante que trabalhadores (as) 
da saúde ampliem o olhar quanto à ambiência necessária nos serviços, de modo que 
os homens os reconheçam como espaços de cuidado também masculino.” Pois dados 
apontam que o homem, não acessa os serviços de saúde com frequência. 
Os serviços de saúde, bem como o ambiente das unidades, foram construídos 
a partir de estereótipos de gênero, onde o foco do acolhimento, primava por mulheres 
e crianças, prejudicando assim homens e outros usuários. A mediação permanente 
de conflitos na rotina dos serviços de saúde deve envolver toda a equipe, respeitando 
as singularidades dos usuários homens (BRASIL, 2018). 
Para o MS, segundo Brasil (2008 apud GARCIA; FONSÊCA, 2016), é 
necessário compreender as barreiras socioculturais e institucionais aqui 
apresentadas, bem como outras não descritas, para propor estratégias de medidas 
que promovam o acesso dos homens aos serviços de atenção primária, que deve ser 
a porta de entrada ao sistema de saúde, a fim de resguardar a prevenção e a 
promoção como eixos necessários e fundamentais de intervenção. 
 
19 
 
6 O ENVELHECIMENTO: Políticas, Programas e Rede de Atenção à Saúde do 
Idoso 
 
Fonte: mansaoreal.com.br 
 População Idosa no País 
O aumento da expectativa média de vida trouxe repercussões diretas na saúde 
pública. O Brasil tem sofrido profundas transformações demográficas, políticas e 
sociais e ao mesmo tempo, o país experimenta uma transição de morbimortalidade 
onde predominam as enfermidades crônicas, mais complexas e onerosas, que exigem 
cuidados constantes (LIMA-COSTA et al., 2011 apud ALCÂNTARA; CAMARANO; 
GIACOMIN, 2016)). Doenças crônicas afetam mais os segmentos de maior idade. 
É para esta complexa dinâmica populacional que os formuladores de políticas 
públicas devem atentar. Tais políticas precisam oferecer suporte ao processo de 
envelhecimento no Brasil, de forma que atenda às necessidades dessa população. 
 Martins et al (2007) afirma: 
Contudo, para atenção adequada ao idoso, juntamente com a magnitude e a 
severidade dos seus problemas funcionais, é imperativo o desenvolvimento 
de políticas sociais e de saúde factíveis e condizentes com as reais 
necessidades das pessoas nessa fase da vida. 
 
20 
 
Segundo o IBGE (PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 
Contínua) 2018, o número de idosos cresceu 18% de 2012 a 2017, ou seja, 4,8 
milhões de novos idosos em cinco anos, ultrapassando 30 milhões de idosos no país. 
Esse crescimento representa uma importante conquista social, é resultado da 
melhoria das condições de vida, com ampliação do acesso aos serviços de saúde, em 
especial a Atenção Básica, aos cuidados preventivos e curativos, do avanço da 
tecnologia médica, da ampliação da cobertura de saneamento básico, aumento da 
escolaridade e da renda, entre outros determinantes(BRASIL, 2015). 
Apesar dos avanços, resultando no aumento da expectativa de vida para a 
população brasileira, muitos idosos são portadores de doenças ou disfunções 
orgânicas, mas cabe destacar que esse quadro não significa necessariamente 
limitação de suas atividades, restrição da participação social ou do desempenho do 
seu papel social. 
 Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento 
O Brasil vem formulando várias políticas públicas para atender a demanda 
idosa no país, a fim de garantir os direitos sociais e de cidadania para esta população, 
trabalhando de forma alinhada à posição internacional sobre o tema. Foram 
elaboradas várias Leis, Decretos, Portarias e Políticas, tornando os idosos o público-
alvo, conforme exemplifica Romero et al. (2019): 
 Normas exigíveis imediatamente (direito ao transporte público gratuito); 
 Normas-diretrizes para a ação do Estado (instrução para diminuir as 
desigualdades sociais nesse grupo etário e colocar a funcionalidade no 
centro da definição de saúde dos idosos). 
 
“ O Brasil é considerado um dos países que efetiva os acordos internacionais 
em matéria de envelhecimento.” O conceito de saúde foi transformado graças a 
Constituição Federal de 1988, e a partir daí o país aprovou a Política Nacional do 
Idoso (PNI), a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) e o Estatuto do 
Idoso, além de ter assinado diversos acordos internacionais na área, como por 
exemplo o Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento, em 2002 (ROMERO 
et al., 2019). 
 
21 
 
Esse Plano exigiu mudanças das atitudes, das políticas e das práticas em todos 
os níveis, fosse nacional ou internacional e em todos os setores, para que pudesse 
concretizar as enormes possibilidades que oferece o envelhecimento no século XXI. 
Oferece como um instrumento prático para ajudar os responsáveis pela formulação 
de políticas a considerar as prioridades básicas associadas com o envelhecimento 
dos indivíduos e das populações. O objetivo é garantir que a população possa 
envelhecer de forma segura e digna, e que os idosos possam continuar participando 
ativamente em suas sociedades como cidadãos plenos de direitos (BRASIL, 2003). 
 Plano de ação sobre a saúde das pessoas idosas 
A promoção da saúde e bem-estar na velhice é uma das prioridades do plano 
de ação e o Brasil recebe apoio da ONU em sua estratégia de promoção do 
envelhecimento saudável. Trata-se da “Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa”, que 
foi implementada pelo Governo Federal, em parceria com a Organização Pan-
Americana da Saúde (OPAS), com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e 
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O intuito da iniciativa 
visa agregar políticas públicas em prol do idoso em municípios e comunidades, 
garantindo a efetivação do Estatuto do Idoso, em linha com os Objetivos de 
Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) (ONU, 2019). 
Em relação a agenda 2030 do ODS, o Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento (2019) afirma: 
“Valorizar a pessoa idosa e considerar seriamente o envelhecimento da 
população são vitais para a realização da Agenda 2030. Afinal, as questões 
que envolvem esse segmento populacional são transversais, perpassam 
quase todos os ODS, como os que abordam a erradicação da pobreza, a 
saúde e o bem-estar, a igualdade de gênero, o crescimento econômico, o 
trabalho decente, a redução das desigualdades e cidades sustentáveis”. 
 Políticas, programas e ações nacionais 
Importantes instrumentos de organização do SUS, tiveram como parte 
integrante a Saúde do Idoso, como o Pacto pela Saúde em 2006, comtemplando três 
Eixos (Pacto em Defesa do SUS; Pacto em Defesa da Vida e Pacto de Gestão). Uma 
das prioridades do eixo Pacto em Defesa da Vida é a implantação da Política Nacional 
 
22 
 
de Saúde da Pessoa Idosa, buscando a atenção ao idoso de forma integral. O 
Contrato Organizativo de Ação Pública – Coap (2011) também teve como parte 
integrante, a Saúde do idoso (ROMERO et al., 2019). 
 
 
Fonte: Acervo do autor 
7 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA 
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), foi regulamentada em 2006, 
através da Portaria GM nº 648 de 28 de março. A concepção de Atenção Básica (AB) 
foi ampliada, incorporando as atribuições da atenção primária à saúde abrangente e 
reconhecendo a Saúde da Família como o modelo que substitui e reorganiza a AB. 
Além disso, as funções das Unidades Básicas de Saúde (UBS) foram revisadas e 
também reconhecidas diferentes modalidades dessas UBS, ou seja, com ou sem 
Estratégia de Saúde da Família (ESF) (BRASIL, 2006; GIOVANELLA e MENDONÇA, 
2012 apud MELO et al., 2018). 
Apesar da expansão da ESF nos grandes centros urbanos, pela incorporação 
e ampliação das Equipes de Saúde Bucal (ESB) e também a criação dos Núcleos de 
Apoio à Saúde da Família (NASF), alguns pontos críticos (infraestrutura inadequada, 
subfinanciamento, modelo assistencial ultrapassado e a dificuldade de adesão de 
profissionais médicos), se mantiveram persistentes (MELO et al., 2018). 
A PNAB foi revista por meio da Portaria 2488 de 21 de outubro de 2011, com o 
objetivo de fortalecer a Atenção Primária à Saúde (APS), que é a porta de entrada ao 
SUS e coordenadora do cuidado nas Redes de Atenção. Iniciou-se então, naquele 
ano, segundo Pinto; Souza e Ferla (2014 apud MELO et al., 2018) um movimento de 
mudança dessa política, em grande parte no intuito de enfrentar os pontos críticos. O 
 
23 
 
Requalifica UBS (reformas, ampliações, construções e informatização), o Programa 
de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ) e o Programa Mais Médicos (PMM) 
são demonstrações desse esforço. 
Porém em 2017, a Política Nacional de Atenção Básica, foi reformulada, 
através da Portaria 2.436 de 21 de setembro, definindo as Redes de Atenção à Saúde 
(RAS) como estratégia para a organização do SUS, destacando a AB como a porta 
de entrada preferencial ao SUS e reconhecendo além da ESF, outras estratégias de 
organização da Atenção Primária, com parâmetros populacionais incertos de 
adscrição e carga horária (BRASIL, 2017). 
A implantação do NASF se deu em 2008 através da Portaria 154, constituindo-
se em mais um esforço de reestruturação do processo de trabalho em saúde. Após a 
nova versão da PNAB em 2017, o NASF passou a se chamar Núcleo Ampliado de 
Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB). 
A consolidação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) é ponto 
essencial da PNAB. São organizados por equipes compostas por profissionais de 
diferentes áreas de conhecimento, atuando de maneira integrada e apoiando os 
profissionais das ESF e das equipes de AB no atendimento a populações específicas 
(consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais e Academia da Saúde), 
compartilhando de práticas e saberes em saúde. 
Os NASF fazem parte da AB, porém não são serviços com unidades físicas 
independentes ou especiais e o atendimento se dá conforme ofertado e referenciado 
pelas equipes de AB. Trabalham em conjunto com essas equipes e as ações são 
baseadas nas demandas identificadas, atuando de maneira integrada à RAS e outras 
redes, como por exemplo: 
 Centros de Atenção Psicossocial - CAPS; 
 Centro de Referência em Saúde do Trabalhador - CEREST; 
 Ambulatórios especializados; 
 Sistema Único de Assistência Social - SUAS; 
 Redes sociais e comunitárias. (ENSP, 2012 apud COELHO et al., 2018). 
 
24 
 
8 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO DOMICILIAR – PNAD 
No Brasil, a primeira experiência profissional de assistência domiciliar 
conhecida data de 1949 foi prestada pelo Serviço de Assistência Médica à Família e 
Emergências (SAMDU), vinculado ao Ministério do Trabalho, e inserido no Instituto 
Nacional do Seguro Social (INPS) em 1967. Desde então, o Serviço de Assistência à 
Família (AD) no Brasil continuou em expansão, principalmente a partir da década de 
1990. Essa expansão está relacionada principalmenteao aumento da demanda por 
atendimento em determinadas populações, principalmente aquelas acometidas por 
doenças crônico-degenerativas, e se concentra no setor privado e nos centros 
metropolitanos (BRAGA, 2015). 
Reconhecendo essas mudanças e a necessidade de políticas públicas que 
subsidiem as organizações dos diversos modelos AD no Brasil, a Portaria Ministerial 
nº 1. Nº 2.416, em 1998, definiu os requisitos para o credenciamento hospitalar e o 
padrão do modelo de atenção domiciliar do SUS (BRASIL, 1998). 
Outro marco legislativo importante foi a Lei nº 10.424, aprovada pelo Ministério 
da Saúde (2002), que agregou à Lei Federal nº 8.080 / 90 a Atenção Domiciliar e 
Hospitalização no Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, têm se intensificado as 
discussões sobre políticas e planos específicos para a inclusão e regulação da 
atenção domiciliar no contexto do SUS, buscando definir seus diferentes modelos, e 
definir mecanismos específicos para garantir a supervisão e o financiamento da AD 
no SUS entre outros. Esse esforço acabou resultando na edição de uma série de 
decretos de 2006 a 2013 e no lançamento do projeto Melhor em Casa, que instituiu 
uma Política Nacional de Atenção Domiciliar no SUS em 2011 (BRASIL, 2011; SENA, 
2015). 
 Em outubro de 2011, o Ministério da Saúde redefiniu a atenção domiciliar no 
Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da Portaria nº 2.527 / GM / MS. Em julho de 
2012, foi aprovado o Decreto Ministerial nº 1.533 / GM / MS, que revisou os 
regulamentos e os acrescentou ao Decreto nº 2.527 / GM / MS. Em maio de 2013, por 
meio do Decreto nº 963 / GM / MS, o AD foi redefinido no âmbito do SUS (BRASIL, 
2011; 2012; 2013). Atualmente, a portaria que regulamenta o funcionamento do 
Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) no SUS é a Portaria nº 825/2016 / GM / MS, que 
considera o AD como modelo de atenção à saúde integrado à rede de atenção à saúde 
 
25 
 
(RAS), e prioriza ações de prevenção e tratamento de doenças e reabilitação, 
cuidados paliativos e promoção da saúde, proporcionando cuidados continuados no 
domicílio (BRASIL, 2016). 
O Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) é considerado um complemento aos 
cuidados prestados pela atenção básica e serviços de emergência, substituindo ou 
complementando a internação, e é composto por uma equipe multiprofissional de 
atendimento domiciliar (EMAD) e uma equipe multiprofissional de apoio (EMAP) 
(BRASIL, 2016). 
Cada EMAD é composto por médicos, enfermeiros, assistentes sociais e / ou 
fisioterapeutas, e cada EMAP pode ser composto por fonoaudiólogos, fisioterapeutas, 
nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e / ou assistentes sociais. Pelo menos três 
casas profissionais listadas no EMAP são obrigatórias (BRASIL, 2016). 
Características da Equipe Multiprofissional de Atenção Domiciliar e Equipe 
Multiprofissional de Apoio. 
 
Fonte: BRASIL (2013) 
A atenção domiciliar é um modelo de atenção à saúde propício à implantação 
de novas formas de produção do cuidado e ações interdisciplinares, em expansão no 
Brasil e no mundo. É uma alternativa à internação, que não só reduz a necessidade 
de internação, mas também reduz o tempo de internação, reduzindo o custo e o risco 
de complicações relacionadas ao ambiente de assistência à saúde. Mais importante 
ainda, tem sido reconhecido como um espaço favorável para uma atenção à saúde 
inovadora e única, com potencial para prestar um cuidado centrado nas necessidades 
dos usuários (BRAGA, 2017). 
De acordo com o princípio do SUS, além de evitar internações desnecessárias 
em serviços de urgência e emergência e apoiar a equipe de atenção básica no 
 
26 
 
atendimento aos pacientes que precisam (e se beneficiam) da assistência prestada 
no domicílio, o AD também pode alcançar a desinstitucionalização, principalmente do 
acesso, hospitalidade e humanização. Além disso, pode ser executado pela própria 
equipe da estratégia saúde da família de uma forma (VALLE, 2015). 
É preciso considerar que a atenção domiciliar é uma estratégia de intervenção 
em saúde que requer um cuidado profissional qualificado, pois reconhece que esse 
tipo de cuidado necessita mobilizar competências específicas, principalmente as 
relacionadas ao relacionamento interpessoal, para interagir com usuários, familiares 
e trabalho em equipe multiprofissional, bem como autonomia, responsabilidade e 
conhecimento técnico-científico na área. Portanto, entende-se que trabalhar na AD 
apresenta comportamentos diversos e complexidades específicas, exigindo 
experiência e qualificação profissional para a atuação no domicílio (ANDRADE et al., 
2017). 
O SAD, dispõe de 3 modalidades de atenção que é necessário levar em conta 
a condição clínica dos pacientes e o cuidado que a condição dela irá demandar. Sendo 
eles: 
AD1- difere-se por ser dirigida a pessoas que demandam cuidado de 
profissional de saúde com menor frequência e menor necessidade de 
recursos de saúde, e os profissionais responsáveis por ela são aqueles que 
compõem as equipes de atenção primaria. 
AD2 - destina-se a pessoas que necessitam maior frequência do cuidado 
profissional, recursos de saúde e acompanhamento contínuos. 
AD3 - difere-se porque é destinada a pessoas que, além de impetrar cuidado 
profissional ininterrupto e sem autonomia de locomoção, fazem uso contínuo 
de equipamentos de saúde (SIMÃO E MIOTO, 2016). 
Nesse caso, o paciente só consegue se adaptar a uma ou mais formas. Vale 
ressaltar que os pacientes que necessitam de auxílio nos modelos AD2 e AD3 são 
atendidos pela equipe multiprofissional e equipe de apoio. Além disso, é muito 
importante que o paciente indicado para esse tipo de atendimento tenha um cuidador 
(seja um familiar ou pessoa designada pela família), pois o cuidador será orientado / 
treinado pela equipe para auxiliar o paciente na realização de Vida Diária Ativa (AVD) 
e suas atividades diárias. 
Modalidades de Atenção Domiciliar 
 
27 
 
 
Fonte: BRASIL (2013) 
O vínculo afetivo estabelecido no comportamento de cuidar é muito importante 
e deve ser buscado e aprimorado ao longo do cuidado prestado no domicílio. O 
importante é buscar os pacientes que participem ativamente de todo o processo saúde 
doença e se tornem o corpo principal, não apenas o objeto dos cuidados. O cuidador 
também deve ser apoiado pela equipe de saúde, deve estar atento às dificuldades, 
ouvir suas queixas, atender às suas necessidades de saúde, estimular a substituição 
do cuidador e rever o processo de cuidar de acordo com sua situação (BRASIL, 2012). 
A Atenção Primária à Saúde (APS) é um modelo de enfermagem cujos atributos 
resolvem sinergicamente a maioria dos problemas de saúde da população idosa, 
reduzem intervenções desnecessárias, ampliam o escopo dos serviços e facilitam a 
atenção integral aos diversos agravos (BRANDÃO, 2019). A Estratégia Saúde da 
Família (ESF) é um modelo brasileiro de implantação da APS a partir da atenção à 
saúde do idoso e de seu cuidador, incluindo ações individuais e coletivas de promoção 
 
28 
 
à saúde, prevenção de doenças, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de 
agravos e cuidados paliativos (PLACIDELI et al., 2020). 
Porém, a integralidade do cuidado prestado tanto ao idoso quanto ao cuidador 
enfrenta as dificuldades de expressão política, redefinição social e cultural, 
reorganização dos serviços de saúde e equipamentos sociais, reformulação da prática 
de enfermagem e diversificação do cuidado familiar. Nesse enunciado lógico, as 
necessidades de enfermagem prestadas pelas unidades básicas de saúde aos idosos 
e seus cuidadores abrangem as ações e serviços específicos desses usuários e seus 
familiares, buscando práticas efetivas e sendo orientados pelas políticas públicas 
existentes (CECCON et al., 2021). 
9 PROGRAMA MELHOR EM CASA 
O Programa Melhor em Casa é um serviço para pessoas que estão 
temporariamente ou permanentemente impossibilitadas de sair de casapara ir a uma 
instituição médica, ou que se encontram em uma situação em que o atendimento 
domiciliar é melhor para o seu tratamento. A atenção domiciliar visa proporcionar ao 
paciente um cuidado diário mais próximo da família, evitar internações desnecessárias 
e reduzir o risco de infecção, permitindo-lhe viver com conforto em casa. Dependendo 
das necessidades do paciente e dos padrões de planejamento, este atendimento 
domiciliar pode ser realizado por diferentes profissionais (BRASIL, 2013). 
Dada a necessidade de melhorar os serviços de enfermagem e de saúde 
integral, bem como a procura decorrente do envelhecimento do ser humano e das 
alterações epidemiológicas que se verificam no país, considera-se a prática inovadora 
de cuidados de saúde, nomeadamente as casas de tratamento proporcionadas. 
Serviços de atendimento a pacientes com HIV / AIDS, recomendações de cuidados 
paliativos familiares, etc. (BRASIL, 2013). 
O plano foi elaborado em 2011 e foi incorporado ao plano de emergência SOS 
da rede de pronto atendimento do SUS por meio da Portaria Ministerial nº 1.208, de 
18 de junho de 2013. De acordo com o decreto, a atenção domiciliar é interpretada 
como uma nova modalidade de atenção à saúde que substitui ou complementa a 
existente, caracterizando-se por um conjunto de ações de promoção da saúde, 
prevenção e tratamento de doenças e reabilitação no domicílio, para garantir a 
 
29 
 
continuidade de cuidados e ser consistente com a integração da rede de cuidados de 
saúde (BRASIL, 2013). 
O objetivo do Melhor em Casa é atender pessoas com necessidade de 
reabilitação física, idosos e domicílios de portadores de doenças crônicas, sem 
agravamento ou pós-operatório, evitando internações desnecessárias e filas de 
atendimento de emergência. (BRASIL, 2013). 
O Programa Melhor em Casa institui diretrizes para a organização da atenção 
domiciliar e a define como uma forma de atenção à saúde substitutiva ou 
complementar às já existentes, caracterizada por ações de promoção à saúde, 
prevenção e tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio, com 
garantia de continuidade de cuidados e integrada às redes de atenção à saúde 
(BRASIL, 2011). 
Ao se cadastrar, é necessário designar um cuidador, que pode ou não ser um 
membro da família. O cuidador será a referência familiar da equipe Melhor em Casa. 
A presença de familiares / cuidadores promove novas formas de produção de cuidado 
e interação com a equipe de saúde. Além disso, trará tensão na discussão com a 
equipe sobre o plano de cuidados, além de contribuir para o aprimoramento da 
produção do cuidado, pois também é portador de conhecimento (CARVALHO, 2009). 
Segundo Bottino e Aparício (2011, p. 173), na literatura médica atual, o termo 
qualidade de vida não tem um significado único, podendo enfatizar o bem-estar 
biológico e psicossocial do paciente após o tratamento como um todo, e descreva 
como a saúde de uma pessoa afeta O impacto da capacidade de levar uma vida plena. 
Este trabalho remete a esse conceito, pois a qualidade de vida dos pacientes 
atendidos pelo projeto Melhor em Casa é afetada por diversos aspectos, 
principalmente no campo da pesquisa: psicologia e relações sociais. 
Conforme relatado por Neto e Dias (2014), o projeto Melhor em Casa ainda é 
jovem, mas representa um grande avanço na concepção da atenção domiciliar dentro 
de um sistema único de saúde, colocando esse tipo de cuidado na agenda de 
gestores, trabalhadores e sociedade. Além disso, cabe destacar que nesse período, 
desde a implantação em 2013, as decisões tomadas pelo interesse em ouvir o 
processo de vida de experimentos e invenções no cotidiano dos serviços têm levado 
a ajustes na regulamentação. 
 
30 
 
O SAD do Planejamento e Controle da Manutenção (PCM) constitui uma rede 
de atenção à saúde que deve se integrar em uma relação solidária e complementar 
por meio do estabelecimento de fluxos de atendimento, convênios clínicos e de 
acesso e mecanismos regulatórios (BRASIL, 2013). 
Como estratégia inovadora do Ministério da Saúde, o Programa Melhor em 
Casa identificou outro elemento característico, a saber, a percepção do profissional 
sobre os desafios do Programa SAD. 
Devido à diversidade de categorias de profissionais da atenção básica, os 
municípios têm dificuldade de contratá-los nos serviços de atenção básica, fixando ou 
completando sua jornada de trabalho (MENDONÇA et al., 2010). 
Na área da saúde, com o avanço contínuo da ciência e a aceleração do 
progresso tecnológico, é necessário um desenvolvimento profissional frequente, 
alicerçado em sólidos conhecimentos multidisciplinares, para que possam enfrentar 
os diversos desafios dos processos saúde / doença (MENDONÇA et al., 2010). 
Portanto, a AD é vista como uma abordagem alternativa ou complementar à 
intervenção hospitalar e / ou ambulatorial, visando à continuidade do cuidado e à 
interação com RAS no ambiente domiciliar (BRASIL, 2013 Um dos desafios para a 
implementação dos princípios do SAD é envolver os profissionais no processo de 
trabalho de recomendação da saúde de indivíduos e famílias, onde o foco central é o 
indivíduo, a família e o meio envolvente. Essa possibilidade só se concretiza com a 
integração dos profissionais por meio de um trabalho multidisciplinar (MEDEIROS et 
al., 2011). 
Porém, o maior desafio é a redução do tempo de internação e a distribuição do 
atendimento à população, pois a atenção domiciliar é uma tendência cada vez mais 
aceita, que inclui mudanças culturais na população e nos profissionais de saúde 
(ROSA & LABATE, 2005). Para as unidades do SAD, os desafios são muitos, a equipe 
atende a muitos usuários, carece de redes de apoio, exige atividades de capacitação 
regulares e carece de qualificação profissional, o que dificulta ações decisivas de 
promoção da saúde (VILELA et al., 2009). 
 
31 
 
10 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA 
A proteção dos idosos no Brasil vem ganhando ênfase desde a promulgação 
da Constituição Federal de 1988 e a partir de então, leis foram criadas a fim de atender 
as necessidades dessa população. Foi promulgada a Lei 8842/94, que dispõe sobre 
a Política Nacional do Idoso, a Lei 10741/03, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso e 
a Portaria 2528 de 19 de outubro de 2006, que instituiu a Política Nacional de Saúde 
da Pessoa Idosa (PNSPI) (BORBA et al., 2019). 
A elevação da expectativa de vida suscitou o interesse de diferentes setores da 
sociedade no sentido de melhor compreender as necessidades da população idosa. 
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, regulamentada na portaria 
2528/06, reconhece a saúde como um direito universal e integral conquistado 
pela sociedade e compreende que o exercício de tal direito deva se pautar 
pelas garantias de acesso universal e igualitário à integralidade dos serviços, 
cujas ações devam ser pensadas de forma descentralizada. Dentro de suas 
determinações principais destaca-se a obrigação dos órgãos e entidades do 
Ministério da Saúde em promoverem a readequação de seus programas, 
projetos e atividades, de acordo com as diretrizes estabelecidas na lei 
(BRASIL, 2006 apud BORBA et al., 2019). 
Tem como finalidade primordial recuperar, manter e promover a autonomia e a 
independência das pessoas idosas, direcionando medidas consonantes com os 
princípios do SUS para esse fim e definindo as seguintes diretrizes para o atendimento 
das necessidades de saúde dessa população: 
 
 
32 
 
A escolha do melhor tipo de intervenção e monitorização do estado clínico e 
funcional da população idosa deve ser baseada na avaliação da capacidade funcional 
individual e coletiva. Quando se trata de funcionalidade é necessário ter um olhar que 
vá além das doenças e que considere todos os aspectos funcionais do indivíduo em 
seu processo de envelhecimento, desde a saúde física e mental até as condições 
socioeconômicas e a capacidade de autocuidado(BRASIL, 2006). 
A PNSPI determina que de acordo com a condição funcional do indivíduo, serão 
estabelecidas ações de atenção primária, de prevenção primária, secundária e 
terciária, de reabilitação, para a recuperação da máxima autonomia funcional, 
prevenção do declínio funcional, e recuperação da saúde. Estarão incluídas nessas 
ações o controle e a prevenção de agravos de doenças crônicas não-transmissíveis. 
Todo profissional deve procurar promover a qualidade de vida da pessoa idosa, 
quando chamado a atendê-la. É importante viver muito, mas é fundamental viver bem. 
Preservar a autonomia e a independência funcional dessa população deve ser a meta 
em todos os níveis de atenção. 
 
33 
 
 Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa 
 
Fonte: doutorricardo.rs.gov.br 
O Ministério da Saúde reconhece que ainda existem muitos desafios para que 
o envelhecimento ocorra com qualidade de vida. No campo das políticas e dos 
programas voltados para os idosos, o desafio é contemplar seus direitos, preferências 
e necessidades, para a manutenção e melhoria de sua capacidade funcional e garantir 
atenção integral dos mesmos (BRASIL, 2018). 
O objetivo da caderneta de Saúde da Pessoa Idosa é qualificar a atenção 
ofertada à essa demanda, no SUS. Ela associa um conjunto de iniciativas, servindo 
de instrumento para auxiliar no bom manejo da saúde da pessoa idosa, sendo usada 
tanto pelas equipes de saúde, quanto pelos próprios idosos, por seus familiares e por 
seus cuidadores 
Dessa forma, além do registro, a caderneta permitirá também o 
acompanhamento durante o período de 5 anos, com informações bastante relevantes 
como: 
 Dados pessoais, sociais e familiares; 
 
34 
 
 Condições de saúde; 
 Hábitos de vida; e 
 Vulnerabilidades. 
Além de ofertar orientações ao idosos para o autocuidado. 
É de responsabilidade da ESF a distribuição da caderneta, porém a mesma 
deve ser utilizada nos diferentes níveis de atenção à saúde. 
 Rede de Atenção à Saúde do Idoso 
As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são conjuntos de serviços de saúde 
vinculados entre si, permitindo ofertar uma atenção contínua e integral a determinada 
população. Constituem-se de três elementos: 
 População; 
 Estrutura operacional; e 
 Modelo de atenção à saúde. 
A Portaria 4.279 de 30 de dezembro de 2010 estabelece as diretrizes para a 
organização das RAS no âmbito do SUS. Ela anuncia o papel central da Atenção 
Primária à Saúde (APS) como ponto de comunicação e ordenação do fluxo de 
usuários na rede e deve ser estruturada de forma espalhada, no intuito de alcançar 
toda a população definida. A ESF assume papel fundamental na implementação de 
ações de saúde para a população idosa e coordenação do fluxo desses usuários no 
sistema de saúde. 
Apesar do avanço da legislação brasileira, a prática da assistência ao idoso 
ainda é insatisfatória. As ações de assistência voltadas a atender especificamente as 
doenças crônicas não são satisfatórias, sendo necessário buscar estratégias que 
atendam às demandas dessa população cujo declínio funcional se apresenta como a 
mais relevante manifestação a ser combatida, acompanhada de um perfil de múltiplas 
comorbidades e alta utilização dos recursos de saúde (VERAS, 2012; MORAES, 
2012; MARTINS et al., 2014 apud COELHO; MOTTA; CALDAS, 2019). 
O usuário idoso deve estar sempre vinculado à APS, que deve atuar de forma 
articulada e integrada aos outros pontos da atenção. Dessa forma, a continuidade do 
cuidado é assegurada, reduzindo a probabilidade de evolução para perda funcional e 
 
35 
 
melhorando a qualidade da assistência. Modelo ideal para o sustento das redes de 
atenção ao idoso (COELHO; MOTTA; CALDAS, 2019). 
 Unidades Básicas de Saúde (UBS) 
Fonte: maismedicos.gov.br 
A Atenção Básica consiste na porta de entrada prioritária dos usuários do 
sistema de saúde, em especial do idoso, seja através de demanda espontânea ou de 
busca ativa. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são compostas por equipes 
multiprofissionais, promovendo ações de saúde em caráter individual e coletivo 
(BRASIL, 2015). 
Uma das ações de saúde, que é essencial no âmbito da AB na UBS, é a visita 
domiciliar, onde é realizado o registro e acompanhamento da população geral. Dentre 
as atividades e prioridades das equipes de UBS, encontra-se a identificação da 
população idosa, com ênfase na população idosa frágil ou em processo de fragilização 
no território da área de abrangência. 
“O cuidado da pessoa idosa é baseado na corresponsabilidade entre 
profissionais da atenção básica e dos profissionais que atuam nos demais pontos de 
atenção, dos diferentes componentes das diversas Redes de Atenção à Saúde. ” 
São diversas as ações e serviços ofertados: 
 Ações e serviços de promoção; 
 Prevenção; 
 Proteção; 
 Diagnóstico e reabilitação da saúde; 
 Cobertura vacinal; 
 
36 
 
 Orientações sobre alimentação, nutrição e práticas de atividades físicas; 
 Orientações sobre prevenção e acompanhamento de vítimas de 
violência; 
 Orientações sobre prevenção de quedas, higiene, saúde bucal, 
autocuidado e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis; 
 Orientações e acompanhamento às doenças crônicas, ao sofrimento 
mental, decorrentes ou não do uso de álcool e outras drogas. 
As ações supracitadas devem ser conduzidas não somente ao idoso, mas 
também aos seus familiares e cuidadores, que atuam na assistência as condições 
clinicas mais comuns que os afetam. A ESF deve atuar de forma integral, 
considerando todos os idosos na área adscrita, incluindo aqueles que se encontram 
em Instituições de Longa Permanência - ILPI. 
 Unidades de atendimento ambulatorial especializado 
Além do atendimento e acompanhamento realizado pela atenção primária, é 
importante que os idosos também tenham acesso ao atendimento especializado, 
quando necessário, possibilitando a recuperação da saúde por meio de 
procedimentos específicos de cada especialidade. Garcia; Fonsêca (2016) citam 2 
exemplos: 
Perda auditiva: Muitos idosos encaram como “normal da idade”. 
Catarata: Frequentemente encontrada no paciente idoso. 
Ambos podem ser corrigidos, melhorando a qualidade de vida desse paciente. 
 Independentemente do acompanhamento por especialista, deve-se manter o 
vínculo e acompanhamento dos idosos na atenção básica. Devido as diferentes 
comorbidades que atingem os idosos, é comum que este seja acompanhado por 
diversos médicos especialistas, sem homogeneização dos tratamentos e sem 
comunicação entre eles, o que, frequentemente, leva à iatrogenia e à polifarmácia. 
Cabe ao profissional da atenção básica, que acompanha a população em geral, 
gerenciar e harmonizar o tratamento. 
 
37 
 
 Unidades de reabilitação 
Preservar e recuperar a funcionalidade é essencial para a manutenção da 
condição de saúde do idoso. A reabilitação conta com diversos profissionais da área 
da saúde, como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos, 
dentre outros e pode ser física ou cognitiva. 
No Brasil, no âmbito do SUS, as políticas públicas voltadas para a questão de 
reabilitação ainda estão focadas para atender a demanda das pessoas com 
deficiências. A Portaria nº 793 de 24 de abril de 2012, institui a Rede de Cuidados à 
Pessoa com Deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúde. 
A referida política estabelece: 
Dos Centros Especializados em Reabilitação (CER) 
Art. 19. O CER é um ponto de atenção ambulatorial especializada em 
reabilitação que realiza diagnóstico, tratamento, concessão, adaptação e manutenção 
de tecnologia assistiva, constituindo-se em referência para a rede de atenção à saúde 
no território, e poderá ser organizado das seguintes formas: 
I - CER composto por dois serviços de reabilitação habilitados - CER II; 
II - CER composto por três serviços de reabilitação habilitados - CER III; e 
III - CER composto por quatro ou mais serviços de reabilitaçãohabilitados - 
CER IV. 
§ 1º O atendimento no CER será realizado de forma articulada com os outros 
pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde, através de Projeto Terapêutico 
Singular, cuja construção envolverá a equipe, o usuário e sua família. 
§ 2º O CER poderá constituir rede de pesquisa e inovação tecnológica em 
reabilitação e ser polo de qualificação profissional no campo da reabilitação, por meio 
da educação permanente. 
 
38 
 
11 IMPACTO DO ENVELHECIMENTO NO ORGANISMO HUMANO 
 
Fonte: reflectionsonnursingleadership.org 
O processo de envelhecimento “é determinado pela interação constante e 
acumulativa de eventos de natureza genético-biológica, psicossocial e sociocultural. ” 
Ao definir que idoso é a pessoa na faixa etária de 60 anos ou mais a legislação buscou 
um critério uniforme, de acordo com estudos científicos da OMS, a qual considera 
idosas as pessoas nas seguintes faixas etárias: 
 60 anos ou mais: Nos países em desenvolvimento. 
 65 anos ou mais: Nos países desenvolvidos. 
O Brasil é um país em desenvolvimento e, portanto, a Política Nacional do Idoso 
e o Estatuto do Idoso, seguiram essa diretriz. 
Porém não devemos considerar somente os aspectos psicofísicos que tornam 
uma pessoa idosa. Vários fatores influenciam no processo de envelhecimento, 
dificultando a definição de quando se inicia a chamada “terceira idade”, ao 
considerarmos a pessoa individualmente, como: 
 O sexo; 
 A classe social; 
 A educação; 
 A personalidade; 
 As vivências passadas; 
 
39 
 
 O contexto socioeconômico, entre outros fatores. 
De acordo com Barletta (2008), “pode haver enorme diferença no estado de 
saúde (física e mental) entre duas pessoas sexagenárias, uma delas pode ser doente 
e debilitada, enquanto a outra se encontra em pleno vigor, sendo perfeitamente 
lúcida”. Porém o fato de a pessoa com 60 anos ou mais encontrar-se em boas 
condições de saúde, não lhe afasta a condição de pessoa biologicamente 
envelhecida. Com o avanço dos anos, algumas alterações biológicas (estruturais e 
funcionais), por mais que variem de um indivíduo a outro, são comuns em todos os 
idosos. 
 “O envelhecimento saudável é mais que apenas a ausência de doença. Para 
a maioria dos adultos maiores, a manutenção da habilidade funcional é mais 
importante” (OMS, 2015). 
Ocorre durante o processo de envelhecimento um decréscimo das capacidades 
motoras, com redução da força, flexibilidade, velocidade e dos níveis de VO2 máximo, 
o que dificulta na realização das atividades diárias e na manutenção de um estilo de 
vida saudável. 
As alterações fisiológicas de perda da capacidade funcional ocorrem durante o 
envelhecimento em idades mais avançadas, comprometendo a saúde e a qualidade 
de vida do idoso. As alterações biológicas são irreversíveis, devido a modificações 
nas estruturas e funcionamento das células, tecidos e sistemas do organismo. Ocorre 
de forma lenta e contínua, gerando uma diminuição das reservas funcionais dos 
diferentes órgãos progressivamente (MOLETA, 2017). 
O processo de envelhecimento é caracterizado por mudanças biológicas e 
fisiológicas, que acontecem em diferentes níveis, nos seguintes sistemas: 
 Composição e forma do corpo: Ocorre a diminuição na quantidade de 
água corporal, perda de massa muscular, diminuição do peso corporal, 
menor tolerância ao exercício físico, redução de massa óssea (nas 
mulheres geralmente ocorre após a menopausa), diminuição da estatura 
e curvatura da coluna vertebral, aumento da gordura corporal 
principalmente na faixa abdominal, entre outras. 
 Pele e anexos: Surgimento da flacidez, redução do turgor e elasticidade, 
redução da espessura, maior mobilidade aumentando o risco de lesões 
cutâneas, rugas, alteração da regulação térmica corporal, manchas na 
 
40 
 
pele (mancha senil), redução de pelos corpóreos, perda de pigmentação 
(cabelos brancos). 
 Sistema cardiovascular: A frequência cardíaca em repouso é 
diminuída, enquanto a pressão arterial e resistência vascular são 
aumentadas, é frequente a hipotensão postural, aterosclerose, etc. 
 Sistema respiratório: Com a rigidez da parede torácica a capacidade 
respiratória máxima é diminuída, acarretando reflexo pulmonar, como 
tosse e predisposição ao acúmulo de secreção. 
 Sistema gastrointestinal: Atrofia das papilas gustativas, causando 
alteração do paladar, desgaste dos dentes, dificuldade de fala, alteração 
no processo de mastigação, refluxo esofagiano, propensão à gastrite, 
maior tempo de esvaziamento gástrico, possíveis alterações de 
absorção, aumento da prevalência de constipação, predisposição à 
diverticulite, enfraquecimento da musculatura da bexiga e aumento do 
volume residual, menor capacidade de armazenamento de urina. 
 Sistema gênito-urinário: Nas mulheres: atrofia de útero e ovário, atrofia 
da mucosa vaginal e diminuição da secreção lubrificante, atrofia de 
glândulas mamárias, de substituição por tecido adiposo, 
enfraquecimento da musculatura da mama; nos homens: diminuição da 
produção de espermatozoides, aumento do peso e tamanho da próstata, 
diminuição da produção de testosterona, pode ocorrer dificuldade de 
micção (estenose de uretra). 
 Sistema nervoso: Redução do tamanho e peso do cérebro, redução de 
neurônios, maior prevalência de demência (demência senil, Doença de 
Alzheimer, Doença de Parkinson), processamento de informações mais 
lento, alterações nos reflexos. 
 
41 
 
12 SEDENTARISMO COMO PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA E BENEFÍCIOS 
DA ATIVIDADE FÍSICA PARA OS IDOSOS 
 
Fonte: ginast.com.br 
O sedentarismo está relacionado à diminuição da qualidade de vida, assim 
como ao aumento de peso e ao aumento do risco para doenças cardiovasculares, 
doenças respiratórias e metabólicas. 
Estudos apontam alto índice de sedentarismo na população em geral, 
causando grande preocupação em relação à qualidade de vida da população e, 
principalmente, com os idosos (MOLETA, 2017). 
Exercícios físicos são fundamentais e ajudam a melhorar a função em diversas 
atividades, mantendo o vigor e melhorando a qualidade de vida. Sua prática como 
medida de combater o sedentarismo, contribui para a manutenção da aptidão física 
do idoso e diversos são os benefícios: 
 Melhora da capacidade funcional; 
 Melhora da qualidade do sono; 
 Melhora das funções orgânicas e cognitivas; 
 Controle de peso; 
 Garantia de independência pessoal; 
 Prevenção de doenças; 
 Melhora no sistema locomotor; 
https://ginast.com.br/academia-ao-ar-livre-para-idosos-dicas-de-exercicios-e-equipamentos-essenciais/
 
42 
 
 Mais agilidade, flexibilidade e força; 
 Diminuição das dores musculares e articulares; 
 Diminuição da ansiedade e do estresse, melhorando o estado de humor 
e autoestima. 
De acordo com Quintiliano, 2003 (apud MOLETA, 2017) a prática de exercícios 
físicos retarda a atrofia dos músculos, evitando, assim, a descalcificação dos ossos. 
Também é reconhecida como um meio de prevenção e controle de doenças 
associadas ao envelhecimento. Assim, podemos afirmar que a atividade física bem 
aplicada na adolescência é capaz de induzir um adulto à prática permanente, 
tornando-se, no futuro, um idoso saudável. 
Segundo o Ministério da Saúde: 
O incentivo e o apoio à adoção de modos de viver saudáveis devem ser 
prioridades no acompanhamento dos usuários. Dessa forma, busca-se 
promover a melhoria da saúde e da qualidade de vida da população por meio 
de ações que permitam aos cidadãos conhecer, experimentar e incorporar a 
prática regular de atividades físicas. (BRASIL, 2006c, [s.p]) 
Manter uma vida mais saudável, ativa e independente é uma preocupação da 
população idosa no país e também objetivo de diferentes políticas públicas. Dessa 
forma, ações de incentivo à prática de atividades físicas são desenvolvidas, afim de 
promover uma vida saudável e com qualidade, principalmente se elas forem 
realizadas de maneira sistemática(FERRETTI et al., 2019). 
É fundamental a participação da equipe multiprofissional da AB, na avaliação 
do idoso e adoção da prática de atividades físicas. Dessa forma, como benefícios além 
da redução do consumo de medicamentos, também a socialização com outros idosos 
é estimulada. 
Em 2011, foi instituído o “Programa Academia da Saúde”, através da Portaria 
MS/GM nº 719, de 7 de abril de 2011, pelo Ministério da Saúde, o qual passou por 
reajustes, sendo redefinido em 2013, no âmbito do SUS, através da Portaria nº 2.681, 
de 7 de novembro desse mesmo ano. O objetivo do programa é contribuir para a 
promoção da saúde da população a partir da implantação de polos com infraestrutura, 
equipamentos e quadro de pessoal qualificado para a orientação de Práticas 
Corporais (PC) e Atividades Físicas (AF), de lazer e modos de vida saudáveis. 
Conforme o Art. 6º da portaria que redefine o programa, as atividades no âmbito 
do Programa Academia da Saúde serão desenvolvidas conforme os 8 eixos a seguir: 
 
43 
 
 Práticas corporais e atividades físicas; 
 Produção do cuidado e de modos de vida saudáveis; 
 Promoção da alimentação saudável; 
 Práticas integrativas e complementares; 
 Práticas artísticas e culturais; 
 Educação em saúde; 
 Planejamento e gestão; e 
 Mobilização da comunidade. 
 Práticas Corporais e Atividades Físicas 
As Práticas Corporais (PC) e Atividades Físicas (AF) são ações ofertadas nas 
unidades de saúde no âmbito do SUS, e devem ser compreendidas não somente 
como atividades de prevenção das doenças crônicas não transmissíveis, mas num 
sentido amplo, onde o encontro, a convivência, a formação e fortalecimento de grupos 
sociais nos territórios, contribui proporcionando vínculo entre os sujeitos participantes 
e destes com os profissionais de saúde. 
Os benefícios das PC e AF estão evidenciados na literatura. 
Destacam-se: 
 Socioafetivos: Como a maior inserção e interação na comunidade, 
aumento da autoestima, diminuição nos níveis de ansiedade e 
depressão; 
 Biológicos: Como a prevenção das DCNT e seus fatores de risco, a 
prevenção e combate da osteoporose através do aumento e/ou 
manutenção da densidade mineral óssea, a diminuição ou cessação de 
dores crônicas; e 
 Cognitivos: Como o aprimoramento da memória. 
 
Englobam uma diversidade de ações. 
São exemplos de PC e AF: 
 Jogos cooperativos e competitivos; 
 Brincadeiras; 
 Esportes; 
 
44 
 
 Exercícios resistidos (ajudam a desenvolver massa muscular, aumentar 
a força e melhorar o equilíbrio); 
 Ginásticas; 
 Atividades recreativas; 
 Lutas, danças, atividades de aventura; 
 Movimentos corporais que levem o sujeito a reconhecer seu corpo e 
suas partes; 
 Movimentos que trabalhem a coordenação motora, equilíbrio e agilidade, 
relacionadas à postura, alongamentos e relaxamentos; 
 Exercícios respiratórios; 
 Caminhada e corrida, entre outros. 
As atividades coletivas são fundamentais para a formação de grupos 
heterogêneos, o que fará com que as pessoas vivenciem as diferenças e percebam 
que elas não devem ser impeditivas, mas constituintes da diversidade que é própria à 
condição humana. Os profissionais de saúde que conduzem os grupos, precisam 
estabelecer um ambiente que acolha os sujeitos, onde as diferenças sejam tratadas 
de maneira positiva, tornando as atividades mais atrativas. 
“É possível levantar e debater questões de gênero, étnico-raciais, ligadas aos 
ciclos de vida, a competitividade exacerbada, os padrões estéticos, doenças 
prevalentes, enfim, são muitas as possibilidades.” (CARVALHO, 2016) 
Ao escolher as atividades a serem desenvolvidas junto aos grupos, em especial 
na atenção aos idosos, é essencial que a equipe da AB avalie individualmente as 
demandas de cada indivíduo, levando em consideração fatores como, a aptidão física 
de cada um ou possível risco associado à atividade. É essencial que os exercícios 
sejam realizados com orientação profissional para evitar efeitos indesejados ou 
prejuízos à saúde do praticante. 
 Preparando os idosos para atividades físicas ou práticas corporais 
Considerar as particularidades de cada idoso no desenvolvimento das 
atividades é entender que: “O processo de envelhecimento é bastante variável entre 
 
45 
 
as pessoas e é influenciado pelo estilo de vida adotado e pelos fatores hereditários do 
indivíduo. ” (CIVINSKI, et al 2011). 
As práticas seguintes são as mais indicadas, pois causam pouco impacto, a fim 
de não causar lesões. Além de desenvolver flexibilidade, bem como equilíbrio e força 
muscular, são ainda de fácil realização: 
 Caminhadas; 
 Atividades na água (natação/hidroginástica); 
 Alongamento; 
 Dança; e 
 Musculação. 
As atividades junto aos idosos devem ser realizadas mediante as seguintes 
orientações: 
 O bem-estar físico é fundamental para iniciar qualquer atividade; 
 Extremos de temperatura devem ser evitados; 
 Manter a hidratação; 
 Usar roupas adequadas; 
 Não realizar exercícios em jejum (Comer algo leve e saudável antes das 
atividades); 
 Usar calçados adequados; 
 Interromper as atividades em caso de dor ou desconforto, respeitando 
os limites pessoais; 
 As atividades devem ser iniciadas de forma lenta e gradativa, permitindo 
assim a adaptação. 
 Como devem ser realizadas as atividades físicas ou práticas corporais com 
idosos 
A equipe multidisciplinar responsável por conduzir os grupos, deve seguir os 
seguintes critérios: 
 
 Todo programa de exercícios deve ser realizado com frequência regular, 
com continuidade. Os exercícios não devem ocorrer de forma esporádica; 
 
46 
 
 A recomendação é de que haja atividade física no mínimo 3 vezes por 
semana, por 40 a 60 minutos de cada vez; 
 O alongamento é indispensável e fundamental, para todos os participantes 
do grupo de atividades. 
13 QUEDAS ENTRE OS IDOSOS 
 
 Fonte: bhmulher.com.br 
As quedas sofridas por pessoas idosas representam um problema de saúde 
pública, sendo comuns entre essa população e aumentando progressivamente com a 
idade, em ambos os sexos. Podem ser sinal de declínio das funções fisiológicas ou 
de alguma patologia específica e dependendo da situação, podem provocar fraturas, 
traumatismos cranianos e até morte. 
Os acidentes por quedas afetam a qualidade de vida do idoso com 
consequências psicossociais, provocando sentimentos de medo, fragilidade e falta de 
confiança. “Muitas vezes funcionam como o início da degeneração do quadro geral do 
idoso, pois além de reduzir sua mobilidade, também afeta as atividades sociais e 
recreativas. ” 
 
47 
 
 Fatores de risco 
Alguns fatores predispõem à queda no idoso, podendo ser divididos em: 
Intrínsecos: Fatores relacionados às alterações fisiológicas do processo de 
envelhecimento, a uma patologia específica ou ao uso de medicamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: biblioteca.cofen.gov 
 
48 
 
As medicações devem ser administradas somente sob orientação médica e é 
necessário um cuidado especial para os diuréticos, remédios para pressão e 
calmantes. 
Extrínsecos: Fatores relacionados ao ambiente em que o idoso interage, 
como, sua casa, locais públicos, transporte coletivo, entre outros. São várias as 
circunstâncias do dia-a-dia que predispõem o idoso a sofrer quedas: 
 Má iluminação dos espaços; 
 Tapetes soltos; 
 Superfícies molhadas; 
 Calçado inadequado; 
 Escadas pouco seguras ou sem corrimões; 
 Banheiras; 
 Objetos espalhados no chão, incluindo fios elétricos ou do telefone; 
 Animais de estimação; 
 Piso irregular dos passeios públicos; 
 Árvores nas calçadas, buracos; 
 Barreiras à passagem (automóveis incorretamente estacionados); 
 Falta de segurança para pessoas com dificuldade motora nos 
transportes públicos, etc. 
 Prevenção de quedas 
Um instrumento de auxílio para os familiares e cuidadores de idosos é a 
Caderneta de Saúde do Idoso, que

Continue navegando