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Produção Científica em Geografia Econômica em São Paulo

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UNESP- UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA 
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A GEOGRAFIA ECONÔMICA NA PRODUÇÃO A GEOGRAFIA ECONÔMICA NA PRODUÇÃO A GEOGRAFIA ECONÔMICA NA PRODUÇÃO A GEOGRAFIA ECONÔMICA NA PRODUÇÃO 
CIENTÍFICA ACADÊMICA DOS PROGRAMAS DE CIENTÍFICA ACADÊMICA DOS PROGRAMAS DE CIENTÍFICA ACADÊMICA DOS PROGRAMAS DE CIENTÍFICA ACADÊMICA DOS PROGRAMAS DE 
PÓSPÓSPÓSPÓS----GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA NOGRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA NOGRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA NOGRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA NO ESTADO ESTADO ESTADO ESTADO 
DE SÃO PAULO (1970 DE SÃO PAULO (1970 DE SÃO PAULO (1970 DE SÃO PAULO (1970 ----1998) 1998) 1998) 1998) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FLAVIANA GASPAROTTI NUNES 
 
 
FLAVIANA GASPAROTTI NUNES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A GEOGRAFIA ECONÔMICA NA PRODUÇÃO A GEOGRAFIA ECONÔMICA NA PRODUÇÃO A GEOGRAFIA ECONÔMICA NA PRODUÇÃO A GEOGRAFIA ECONÔMICA NA PRODUÇÃO 
CIENTÍFICA ACADÊMICA DOS PROGRAMAS DE CIENTÍFICA ACADÊMICA DOS PROGRAMAS DE CIENTÍFICA ACADÊMICA DOS PROGRAMAS DE CIENTÍFICA ACADÊMICA DOS PROGRAMAS DE 
PÓSPÓSPÓSPÓS----GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA NO ESTADO GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA NO ESTADO GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA NO ESTADO GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA NO ESTADO 
DE SÃO PAULO (1970 DE SÃO PAULO (1970 DE SÃO PAULO (1970 DE SÃO PAULO (1970 ----1998)1998)1998)1998) 
 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Geografia da Faculdade de 
Ciências e Tecnologia/UNESP, Campus de 
Presidente Prudente, Área de Concentração 
em Desenvolvimento Regional e 
Planejamento Ambiental para obtenção do 
título de Mestre. 
Orientador: Prof. Dr. Eliseu Savério Sposito 
 
 
 
 
 
 
 
PRESIDENTE PRUDENTE (SP) 
JANEIRO, 2000 
 
 
 
FLAVIANA GASPAROTTI NUNES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A GEOGRAFIA ECONÔMICA NA PRODUÇÃO A GEOGRAFIA ECONÔMICA NA PRODUÇÃO A GEOGRAFIA ECONÔMICA NA PRODUÇÃO A GEOGRAFIA ECONÔMICA NA PRODUÇÃO 
CIENTÍFICA ACADÊMICA DOS PROGRAMAS DE CIENTÍFICA ACADÊMICA DOS PROGRAMAS DE CIENTÍFICA ACADÊMICA DOS PROGRAMAS DE CIENTÍFICA ACADÊMICA DOS PROGRAMAS DE 
PÓSPÓSPÓSPÓS----GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA NO ESTADO GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA NO ESTADO GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA NO ESTADO GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA NO ESTADO 
DE SÃO PAULO (19DE SÃO PAULO (19DE SÃO PAULO (19DE SÃO PAULO (1970 70 70 70 ----1998)1998)1998)1998) 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
DISSERTAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO TITULO DE MESTRE 
 
Presidente e Orientador: Prof. Dr. Eliseu Savério Sposito 
2º Examinador: Prof. Dr. Ariovaldo Umbelino de Oliveira 
3º Examinador: Prof. Dr. José Gilberto de Souza 
 
 
 
 
 
Presidente Prudente, 24 de Fevereiro de 2000. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Orientador: Prof. Dr. Eliseu Savério Sposito 
 1. Geografia Econômica – produção científica. 2. Geografia 
 Econômica. I Título 
 
 Ficha Catalográfica elaborada pelo Serviço de Biblioteca e Documentação da 
 FCT/UNESP – Campus de Presidente Prudente. 
913 
N93g Nunes, Flaviana Gasparotti 
 A Geografia Econômica na produção científica acadêmica 
 dos programas de pós-graduação em Geografia no Estado de 
 São Paulo (1970-1998). - - Presidente Prudente: FCT, 2000. 
 151 p. 
 
 Dissertação (mestrado) - - UNESP - Faculdade de Ciências 
 e Tecnologia, 2000. 
 
 
 
DADOS CURRICULARES 
 
 
 
 
 
FLAVIANA GASPAROTTI NUNES 
 
 
 
 
 
 
 
NASCIMENTO 22 de Agosto de 1975 – Osasco/SP 
 
 
FILIAÇÃO José Nunes 
 Antonia Augusta Gasparotti Nunes 
 
 
1994/1997 Curso de Graduação – Licenciatura em Geografia 
Faculdade de Ciências e Tecnologia 
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” 
Campus de Presidente Prudente 
 
1998/2000 Curso de Pós-Graduação em Geografia – nível de Mestrado 
Faculdade de Ciências e Tecnologia 
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” 
Campus de Presidente Prudente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOS 
 
 Para chegar até aqui contei com a colaboração de muitas pessoas que 
de uma forma direta ou indireta contribuíram para que este trabalho se realizasse. 
Gostaria de agradecer, em primeiro lugar, à FAPESP (Fundação de 
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) que durante dois anos concedeu auxílio 
financeiro em forma de bolsa sem a qual este trabalho não teria sido possível. 
Ao Magaldi pelo início de tudo: deste projeto ainda na iniciação 
científica e por ter acreditado em mim. Enfim, por ter me iniciado na pesquisa 
científica. 
Ao Eliseu por levar em frente o projeto e ter contribuído como 
orientador para que o trabalho se desenvolvesse com seriedade e qualidade. 
Aos meus professores da graduação que considero como referenciais 
em minha formação: Antonio Thomaz Júnior e Maria Encarnação Beltrão Sposito que 
apesar de tão diferentes (podem pensar alguns...) mostraram com suas diferenças como 
podemos fazer e pensar a Geografia. 
Ao Prof. Dr. Ariovaldo Umbelino de Oliveira e Prof. Dr. Antonio 
Nivaldo Hespanhol pelas críticas e sugestões apresentadas em nosso Exame de 
Qualificação. 
Aos amigos da graduação que num trabalho de campo, numa cerveja 
num boteco qualquer, no dia-a-dia enriqueceram e tornaram minha vida mais feliz por 
nossa convivência, conversas etc: Marcelo, Terezinha, Fábio e especialmente Sílvia. 
Além, é claro, de outros que não poderia deixar de lembrar: Marcelino, Mafer, Márcia e 
Joelma. 
Ao Cláudio pelos melhores momentos da minha vida. 
SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO 
 
 
Introdução....................................................................Introdução....................................................................Introdução....................................................................Introdução............................................................................................................................................ 09090909 
Capítulo 1 Capítulo 1 Capítulo 1 Capítulo 1 –––– Geografia Econômica: elementos para uma definição............ Geografia Econômica: elementos para uma definição............ Geografia Econômica: elementos para uma definição............ Geografia Econômica: elementos para uma definição............ 14141414 
 A Geografia Econômica no pensamento geográfico............................ 14 
 Pensando a partir das definições de Geografia Econômica................. 23 
 Buscando elementos para uma definição atualizada de Geografia 
 Econômica............................................................................................ 
 
 
28 
Capítulo 2 Capítulo 2 Capítulo 2 Capítulo 2 –––– Elementos para a discussão: características da produção Elementos para a discussão: características da produção Elementos para a discussão: características da produção Elementos para a discussão: características da produção 
científica acadêmica em Geografia Econômica no Estado de São Paulo .....científica acadêmica em Geografia Econômica no Estado de São Paulo .....científica acadêmica em Geografia Econômica no Estado de São Paulo .....científica acadêmica em Geografia Econômica no Estado de São Paulo ..... 
 
34343434 
 Análise das dissertações e teses........................................................ 36 
 Temáticasabordadas ......................................................................... 36 
 Estruturas dos trabalhos .................................................................... 50 
 Metodologias e referencial teórico.................................................... 62 
 Década de 1970: a abordagem analítico-descritiva............................. 69 
 Décadas de 1980 e 1990: a abordagem crítica ou dialética................. 78 
 As abordagens presentes no período (1970 a 1998)............................ 94 
 
Capítulo 3 Capítulo 3 Capítulo 3 Capítulo 3 –––– Tendências da pesquisa em Geografia Econômica a partir da Tendências da pesquisa em Geografia Econômica a partir da Tendências da pesquisa em Geografia Econômica a partir da Tendências da pesquisa em Geografia Econômica a partir da 
fonte fonte fonte fonte bibliográfica analisada....................................................................bibliográfica analisada....................................................................bibliográfica analisada....................................................................bibliográfica analisada.................................................................... 
 
95959595 
 O perfil da Geografia Econômica nos três cursos de pós-graduação 
 do Estado de São Paulo...................................................................... 
 
96 
 O que dizer da Geografia Econômica?.............................................. 98 
 O econômico na Geografia Econômica............................................. 106 
 
Considerações Finais................................................................................Considerações Finais................................................................................Considerações Finais................................................................................Considerações Finais................................................................................ 109109109109 
Bibliografia..............................................................................................Bibliografia..............................................................................................Bibliografia..............................................................................................Bibliografia.............................................................................................. 112112112112 
Anexos...........Anexos...........Anexos...........Anexos............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 133133133133 
Anexo I – Quadro das dissertações e teses analisadas ............................................... 133 
Anexo II – Temáticas abordadas nas dissertações e teses em Geografia Econômica 145 
 
LISTA DE FIGURASLISTA DE FIGURASLISTA DE FIGURASLISTA DE FIGURAS 
 
 
 
 
Figura 1 - Gráfico das Temáticas Abordadas nas Dissertações e Teses em Geografia 
 Econômica – 1970 a 1998 ................................................................................ 
 
37 
 
Figura 2 – Gráfico das Temáticas Abordadas nas Dissertações e Teses em Geografia 
 Econômica defendidas no IGCE/UNESP – 1980 a 1998 ................................ 
 
38 
 
Figura 3 – Gráfico das Temáticas Abordadas nas Dissertações e Teses em Geografia 
 Econômica defendidas na FFLCH/USP – 1970 a 1998 .................................. 
 
40 
 
Figura 4 - Gráfico das Temáticas Abordadas nas Dissertações em Geografia 
 Econômica defendidas na FCT/UNESP – 1989 a 1998 .................................. 
 
42 
 
Figura 5 – Gráfico das Temáticas Abordadas nas Dissertações e Teses em Geografia 
 Econômica – Década de 1970 ........................................................................ 
 
43 
 
Figura 6 - Gráfico das Temáticas Abordadas nas Dissertações e Teses em Geografia 
 Econômica – Década de 1980 ......................................................................... 
 
44 
 
Figura 7 – Gráfico das Temáticas Abordadas nas Dissertações e Teses em Geografia 
 Econômica – Década de 1990.......................................................................... 
 
46 
 
Figura 8 – Gráfico das Estruturas Observadas nas Dissertações e Teses em Geografia 
 Econômica – 1970 a 1998 .............................................................................. 
 
51 
 
Figura 9 – Gráfico das Estruturas Observadas nas Dissertações e Teses em Geografia 
 Econômica – Década de 1970 ......................................................................... 
 
52 
 
Figura 10 – Gráfico das Estruturas Observadas nas Dissertações e Teses em Geografia 
 Econômica – Década de 1980........................................................................ 
 
53 
 
Figura 11 – Gráfico das Estruturas Observadas nas Dissertações e Teses em Geografia 
 Econômica – Década de 1990 ....................................................................... 
 
53 
 
Figura 12 – Gráfico das Estruturas Observadas nas Dissertações e Teses em Geografia 
 Econômica defendidas na FFLCH/USP......................................................... 
 
54 
 
Figura 13 – Gráfico das Estruturas Observadas nas Dissertações e Teses em Geografia 
 Econômica defendidas no IGCE/UNESP....................................................... 
 
54 
 
Figura 14 – Gráfico das Estruturas Observadas nas Dissertações em Geografia 
 Econômica defendidas na FCT/UNESP.......................................................... 
 
55 
 
Figura 15 – Gráfico das Abordagens Teórico-Metodológicas identificadas nas Disserta- 
 ções e Teses em Geografia Econômica (1970 – 1998).................................... 
 
63 
 
Figura 16 – Gráfico das Abordagens Teórico-Metodológicas identificadas nas Disserta- 
 cões e Teses em Geografia Econômica – Década de 1970............................. 
 
64 
 
Figura 17 - Gráfico das Abordagens Teórico-Metodológicas identificadas nas Disserta- 
 ções e Teses em Geografia Econômica – Década de 1980............................. 
 
64 
 
Figura 18 - Gráfico das Abordagens Teórico-Metodológicas identificadas nas Disserta- 
 ções e Teses em Geografia Econômica – Década de 1990............................. 
 
65 
 
Figura 19 - Gráfico das Abordagens Teórico-Metodológicas identificadas nas Disserta- 
 ções e Teses em Geografia Econômica defendidas na FFLCH/USP.............. 
 
66 
 
Figura 20 - Gráfico das Abordagens Teórico-Metodológicas identificadas nas Disserta- 
 ções e Teses em Geografia Econômica defendidas no IGCE/UNESP............ 
 
66 
 
Figura 21 - Gráfico das Abordagens Teórico-Metodológicas identificadas nas Disserta- 
 ções em Geografia Econômica defendidas na FCT/UNESP.......................... 
 
67 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURASLISTA DE ABREVIATURASLISTA DE ABREVIATURASLISTA DE ABREVIATURAS 
 
 
 
 
FCT – Faculdade de Ciências e Tecnologia 
FFLCH – Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas 
IGCE – Instituto deGeociências e Ciências Exatas 
UNESP – Universidade Estadual Paulista 
USP – Universidade de São Paulo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMORESUMORESUMORESUMO 
 
Na perspectiva de contribuir para o campo de investigação relacionado 
à epistemologia da Geografia, procuramos, neste trabalho fazer uma avaliação crítica de 
uma de suas áreas, no caso, a Geografia Econômica a partir de sua produção científica 
mais recente. 
A metodologia utilizada baseou-se na análise de trabalhos acadêmicos 
(dissertações e teses) defendidos nos três cursos de pós-graduação em Geografia do 
Estado de São Paulo: USP (Universidade de São Paulo) e UNESP (Universidade 
Estadual Paulista) – campi de Presidente Prudente e Rio Claro no período de 1970 a 
1998. A partir desta análise procuramos reunir elementos que nos possibilitassem 
refletir sobre esta parcela da produção científica em Geografia Econômica de forma a 
iniciarmos neste trabalho uma discussão maior sobre o próprio sentido, validade, 
alcances e limites da Geografia Econômica em geral. 
Na análise dos trabalhos procuramos verificar as temáticas abordadas, 
estruturas, metodologias, referenciais teóricos utilizados. Desta forma, realizamos um 
mapeamento da produção em Geografia Econômica nos cursos de Pós-Graduação do 
Estado de São Paulo mostrando os temas mais abordados em cada período e as 
abordagens teórico-metodológicas presentes. 
Neste sentido, pudemos identificar basicamente duas abordagens ou 
tendências teórico-metodológicas nas pesquisas em Geografia Econômica: a abordagem 
empírico-analítica ou analítico-descritiva e a abordagem crítica ou dialética. De um 
modo geral, a primeira esteve mais presente nos trabalhos defendidos na década de 1970 
sendo que seus traços permanecem de uma forma ou outra em alguns trabalhos das 
décadas de 1980 e até 1990. A segunda abordagem pode ser identificada nos trabalhos 
da década de 1980 em diante permanecendo de forma menos clara nos trabalhos mais 
atuais. 
Com base no referencial teórico-metodológico também foi possível 
refletirmos sobre como o econômico comparece na Geografia Econômica e portanto, 
fazermos uma avaliação da Geografia Econômica nesses trabalhos. 
Verificamos que o econômico passou de parte do trabalho geográfico 
a um elemento explicativo dos fatos e situações que possuem uma natureza econômica e 
podem ser abordadas com um enfoque geográfico. Nos trabalhos da década de 1970 
podíamos identificar claramente a separação entre o geográfico e o econômico, com a 
introdução do materialismo dialético como referencial teórico-metodológico, notamos a 
utilização do econômico como elemento explicativo para os fatos geográficos. 
 
Palavras-chave: Geografia Econômica; produção científica; epistemologia; teoria; 
método; pensamento geográfico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACTABSTRACTABSTRACTABSTRACT 
 
With the purpose of contributing to the investigative field related to 
the epistemology of Geography, we have tried, in this paper, to critically evaluate of one 
of its areas, in this case, the Economic Geography starting from its more recent 
scientific production. 
The methodology used was based on the analysis of academic work 
(dissertations and thesis) defended in the three postgraduate courses in Geography of the 
State of São Paulo: USP (Universidade de São Paulo) and UNESP (Universidade 
Estadual Paulista) – campuses of Presidente Prudente and Rio Claro, during the period 
of 1970 to 1998. From this analysis we tried to gather elements that enabled us to 
reflect about this portion of scientific production in Economic Geography to begin, in 
this work, a broader discussion about the sense, validity, range and limits of Economic 
Geography in general. 
In the analysis of the papers we tried to verify the chosen themes, 
structures, methodologies, and theoretical referentials used. In this way, we mapped the 
production in Economic Geography in the postgraduate courses of the state of São 
Paulo, underlining the most chosen themes in each period and the theoretic-
methodological approaches present. 
We basically identify two theoretic-methodological approaches or 
tendencies in the researches in Economic Geography: the empiric-analytic or analytic-
descriptive approach and the critical or dialectic approach. In general, the first was more 
present in the papers defended in the 1970's and its traces remain in one way or another 
in some papers of the 1980's and even 1990's. The second approach can be identified 
from the 1980's on, and is less clear in current work. 
Based on the theoretic-methodological referential, it was also possible 
to reflect on how the economic appears in the Economic Geography and therefore, make 
an evaluation of Economic Geography in these papers. 
We have verified that the economic has passed from part of 
geographical work to an explicative element of the facts and situations that have an 
economic nature and can be approached through a geographical focus. In the work 
developed in 1970's we could clearly identify the separation between the geographical 
and the economic, with the introduction of the dialectic materialism as a theoretic-
methodological referential, we noticed the use of the economic as an explanatory 
element for the geographical facts. 
 
Keywords: Economic geography; scientific production; epistemology; theory; method; 
geographical thought. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO 
 
 
Foi na perspectiva de contribuir para o campo de investigação 
relacionado à epistemologia da Geografia que desenvolvemos este trabalho. O objetivo 
central colocado, a princípio, era tentar fazer uma avaliação crítica de uma área da 
Geografia, no caso, a Geografia Econômica a partir de sua produção científica mais 
recente. Claro que é um campo de estudo bastante amplo, mas um passo inicial seria o 
estudo de algumas fontes bibliográficas como trabalhos acadêmicos (dissertações e 
teses) defendidos no Estado de São Paulo especificamente nos três cursos de pós-
graduação em Geografia: USP (Universidade de São Paulo) e UNESP (Universidade 
Estadual Paulista) – campi de Rio Claro e Presidente Prudente. E isso foi o que 
tentamos fazer e esperamos ter conseguido apresentar ao leitor. 
Acreditamos que o fato de termos eleito o Estado de São Paulo como 
“território” não significa de forma alguma uma limitação ou uma preocupação local. 
Deve-se lembrar que até a meados da década de 1980 os cursos da FFLCH/USP e 
IGCE/UNESP formavam grande parte dos geógrafos que atuavam nas universidades de 
todo o Brasil, sendo, portanto, cursos de alcance nacional. 
Cabe ainda esclarecer: por que Geografia Econômica? Tendo em vista 
a grande importância exercida pelos processos econômicos em quase todas as situações 
de nossa existência, percebemos que nos diferentes fatos que a Geografia estuda e pode 
explicar, a dimensão econômica quase sempre está presente. 
Além disso, tomando a Geografia como área do conhecimento que 
permite entender os processos determinantes com que a sociedade produz, organiza e se 
expressa espacialmente entendemos que ela possui um amplo instrumental para explicar 
as atuais transformações no sistema produtivo e seus reflexos na sociedade. Afinal, 
essas transformações se expressam territorial e espacialmente; formas (no sentido de 
entidades de caráter físico e visíveis) e conteúdos (no sentido das relações que se 
estabelecem entre os agentes em determinado território) deste sistema produtivo trazem 
reflexos diretos no espaço e no território. Daí a importância de se estudar e refletir sobre 
a Geografia Econômica. Mesmo não estando explicitamente reunidas sob a 
denominação de Geografia Econômica, percebemos que as questões que dizem respeito 
às transformaçõesno sistema produtivo e suas conseqüências espaciais são constituintes 
da pauta do que poder-se-ia chamar Geografia Econômica atual pois permitem explicar 
a dinâmica econômica e as novas territorialidades. 
A metodologia utilizada para a realização do trabalho baseou-se no 
levantamento e análise das dissertações e teses defendidas nos cursos de pós-graduação 
da USP e da UNESP no período de 1970 a 1998. As dissertações e teses foram 
selecionadas inicialmente a partir do tema/objeto que tratam. Pode-se dizer que se trata 
de um nível inicial e geral da análise que visou a identificação de fenômenos e situações 
de natureza econômica relacionados ao espaço. Posteriormente verificamos qual o 
recorte utilizado pelo autor para tratar a temática. O recorte é a via pela qual o objeto foi 
identificado e estudado pelo autor. Desta forma, os trabalhos foram selecionados e lidos 
sendo que procuramos seguir alguns passos apontados por Gamboa (1987)1 tais como 
identificação de técnicas e metodologias utilizadas e referencial teórico a partir de 
perguntas específicas sobre o texto de cada pesquisa, especialmente nos capítulos tidos 
como tradicionais e quase sempre intitulados como introdução, referencial teórico, 
metodologia e conclusões. A partir disso, montamos uma espécie de “banco de dados” 
 
1 Gamboa, Sílvio A.S. Epistemologia da pesquisa em educação – estruturas lógicas e tendências 
metodológicas. Campinas, UNICAMP, 1987. Tese de Doutorado. Como falaremos adiante, o trabalho de 
Gamboa nos trouxe uma série de esclarecimentos e sugestões a partir da metodologia por ele utilizada 
para a análise e discussão da produção discente dos cursos de pós-graduação em educação do Estado de 
São Paulo entre 1971 e 1984. 
reunindo as principais características dos trabalhos analisados para que então, 
pudéssemos refletir sobre elas. Os trabalhos selecionados foram organizados por 
instituição em que foram defendidos e em ordem cronológica. (vide Anexo I) 
A partir destes procedimentos procuramos reunir elementos que nos 
possibilitassem refletir sobre esta parcela da produção científica em Geografia 
Econômica de forma a iniciarmos neste trabalho uma discussão maior sobre o próprio 
sentido, validade, alcances e limites da Geografia Econômica em geral. 
No primeiro capítulo fizemos algumas reflexões sobre a Geografia 
Econômica no sentido de buscar elementos para sua definição. Neste sentido, 
procuramos trazer alguns elementos para caracterizar a Geografia Econômica a partir de 
suas diferentes definições, bem como situá-las dentro da evolução do pensamento 
geográfico de forma a contextualizá-las e também procurando mostrar nossas 
impressões e entendimento da Geografia Econômica no sentido de contribuir para uma 
“atualização” a partir de uma reflexão sobre a validade de determinados elementos em 
sua caracterização. 
O segundo capítulo expressa nosso esforço de sistematização e análise 
das dissertações e teses selecionadas no levantamento bibliográfico efetuado junto às 
bibliotecas da FCT/UNESP em Presidente Prudente, IGCE/UNESP em Rio Claro e 
FFLCH/USP em São Paulo. Este capítulo se constitui a base das reflexões sobre a 
Geografia Econômica na medida em que nesta parte do trabalho procuramos evidenciar 
os elementos encontrados na análise do material bibliográfico destacando os mais 
relevantes para se pensar não só a produção existente no Estado de São Paulo em 
particular e sim enquanto expressão da Geografia Econômica e da própria Geografia. 
Este capítulo está dividido em dois momentos: o primeiro no qual discutimos as 
temáticas e estrutura dos trabalhos e o segundo no qual discutimos as metodologias e 
referenciais teóricos sempre procurando apresentar exemplos a partir do que 
encontramos nos próprios trabalhos. 
O terceiro capítulo é uma tentativa mais ampla de reflexão sobre o 
conjunto de elementos e características observadas nos trabalhos a fim de verificar qual 
a Geografia Econômica presente neles, quais os avanços, permanências, influências, 
enfim, o que podemos dizer da Geografia Econômica produzida no Estado de São Paulo 
tendo em vista as diferentes orientações e mudanças que a própria Geografia sofreu 
durante o período estudado. 
 Infelizmente a Geografia carece de reflexões internas sobre sua 
produção; na Geografia Econômica são poucas as análises neste sentido. Por isso, 
acreditamos que este trabalho pode ser um passo pequeno mas necessário para futuras 
reflexões. Está evidente que falar em Geografia Econômica não é algo ultrapassado; 
precisamos sim pensar e refletir sobre o sentido e significado dela. Os temas e questões 
da conjuntura mundial atual em que vivemos são mais do que motivos e elementos para 
isso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1CAPÍTULO 1CAPÍTULO 1CAPÍTULO 1 
GEOGRAFIA ECONÔMICA: ELEMENTOS PARGEOGRAFIA ECONÔMICA: ELEMENTOS PARGEOGRAFIA ECONÔMICA: ELEMENTOS PARGEOGRAFIA ECONÔMICA: ELEMENTOS PARA UMA DEFINIÇÃOA UMA DEFINIÇÃOA UMA DEFINIÇÃOA UMA DEFINIÇÃO 
 
 
Para iniciarmos a discussão sobre a produção científica em Geografia 
Econômica precisamos primeiramente esclarecer o que estamos entendendo como 
Geografia Econômica de forma que o leitor possa ter clareza sobre os critérios e 
balizamentos que nortearam as reflexões e mesmo a seleção dos trabalhos e de 
determinados elementos nestes. 
Neste sentido, tentaremos neste primeiro capítulo trazer alguns 
elementos para caracterizar a Geografia Econômica a partir de suas diferentes 
definições, bem como situá-la dentro da evolução do pensamento geográfico de forma a 
contextualizá-la. Além disso, procuraremos também esclarecer nossas impressões e 
entendimento da Geografia Econômica no sentido de contribuir para uma “atualização” 
a partir de uma reflexão sobre a validade de determinados elementos em sua 
caracterização. 
 
 
A Geografia Econômica no pensamento geográficoA Geografia Econômica no pensamento geográficoA Geografia Econômica no pensamento geográficoA Geografia Econômica no pensamento geográfico 
 
Há poucas referências à Geografia Econômica e sua história 
especificamente na história do pensamento geográfico. Em um ou outro momento 
encontramos um dado ou uma citação referente a este campo da Geografia o que tornou 
difícil, para nós, uma reconstituição mais detalhada desta história. 
Sobre a origem do termo Geografia Econômica, segundo Wooldridge 
e East (1967) parece ter sido utilizado pela primeira vez pelo alemão Gotz (1882)2 para 
distinguir seus trabalhos de Geografia Comercial. A Geografia Comercial servia como 
uma espécie de material de consulta pois não passava de afirmações sobre fatos, com 
dados históricos e estatísticos acerca da situação, magnitude e processos concernentes á 
produção e troca de mercadorias. 
Os autores afirmam que: 
 
Na opinião de Gotz, a Geografia Econômica seria a Geografia 
Comercial tratada do ponto de vista das relações de causalidade. Seu 
objetivo seria o estudo científico das áreas do mundo, com respeito à 
influência direta que exercem sobre a produção de mercadorias. Nesse 
particular, definiu-se um longo caminho que muitos geógrafos 
especialistas em Geografia Econômica trilharam, buscando verificar, 
acima de tudo, a influência dos fatores de ordem física sobre as 
ocupações, os produtos e, de modo mais geral, a vida dos povos 
estabelecidos nas diferentes partes do globo. Trata-se, pois, de uma 
tarefa eminentemente geográfica e relacionada de maneira direta como 
o campo da Geografia Geral, possuindo bastante em comum com o 
mesmo. Procura estabelecer para o mundo, considerado como um 
todo, a natureza e o fundamento lógico de suas diferenciações 
regionais. (...) (Wooldridge e East, 1967, p. 109) 
 
 
Tomando-se por base os períodos e escolas constituintes da Geografia 
moderna3, podemos dizerque a origem da Geografia Econômica está vinculada à Escola 
Francesa que teve como principal expoente Paul Vidal de La Blache. 
La Blache acentuou o propósito humano da Geografia vinculando 
todos os estudos à Geografia Humana (Moraes, 1986, p.72) propiciando uma distinção 
em relação à Escola Alemã de Humboldt, Ritter e Ratzel que de uma forma geral dava 
maior importância aos elementos naturais. No caso de Ratzel isso se deve ao fato de 
 
2 Os autores não mencionam o ano/época deste fato, mas Lutgens (1954, p.4) coloca esta data. 
3 Não é nosso objetivo neste trabalho fazer uma trajetória detalhada da evolução do pensamento 
geográfico. Para uma visão mais ampla deste assunto com as características e principais idéias desses 
períodos e escolas ver Capel, Horácio. Filosofia y Ciencia en la Geografía Contemporánea. Barcelona: 
Barcanova, 1981. 
suas idéias se desenvolverem a partir da relação homem-meio pela perspectiva do meio 
como elemento central para se pensar as condições humanas. 
Na verdade, a proposta de La Blache foi uma espécie de “reação” às 
idéias da Escola Alemã na medida em que colocava o homem como ser ativo que sofre 
a influência do meio, porém atua sobre este transformando-o. 
Podemos dizer que os fatos econômicos dentro da proposta de La 
Blache eram uma conseqüência do humano. Desta forma, as atividades econômicas 
como comércio e circulação são vistos como fatores do desenvolvimento humano. Na 
obra Princípios de Geografia Humana (1954)4, após falar da distribuição do homem no 
globo e das formas de civilização, La Blache destaca a circulação de forma a mostrar a 
importância dos progressos dos meios de transporte para o desenvolvimento econômico. 
Vejamos o que ele fala: 
 
Quaisquer que tenham sido as modificações trazidas pelos 
caminhos-de-ferro, ligam-se mais ao passado do que o 
substituem. Importa ter em grande consideração o que 
previamente as estradas haviam levado a termo, as 
conseqüências a que tinham dado origem e que persistem 
através dos factos econômicos da idade atual. Por exemplo, a 
indústria moderna enxertou-se muito freqüentemente nas 
relações criadas pelas estradas. Se muitas das cidades 
industriais européias puderam conservar sua vitalidade, apesar 
das vicissitudes a que tiveram expostos os seus gêneros de 
trabalho, devem-no à posição de que desfrutavam em estradas 
freqüentadas desde remotos tempos pelo comércio. (...) (La 
Blache, 1954, p. 317-318) 
 
 
A partir das idéias de La Blache, dentro da Geografia Francesa 
desenvolveram-se os estudos regionais5 e a Geografia Regional tornou-se a mais usual 
perspectiva de análise geográfica. Com a grande quantidade de estudos regionais 
 
4 La Blache, Paul Vidal de. Princípios de Geografia Humana. Lisboa: Cosmos, 1954. 
5 O conceito de região foi explicitado pela Escola Francesa como uma unidade de análise geográfica que 
exprimia a forma de os homens organizarem o espaço terrestre; seria uma escala de análise dotada de 
individualidade em relação à áreas limítrofes (Moraes,1986, p. 75) 
iniciaram-se as especializações que tentavam uma reunião de certos elementos 
levantados em tais estudos, como o agrícola, urbano, etc. 
Dentre estas especializações tem-se a Geografia Econômica que 
inicialmente privilegiou como objeto de análise a vida econômica de uma região, 
discutindo os fluxos, o trabalho, a produção, etc, articulando população, comércio, 
indústria, transportes, entre outros elementos do quadro regional6. 
Pode-se dizer que a Geografia Econômica contentava-se então com o 
reconhecimento da “vida econômica regional” e suas formas correspondentes através de 
fenômenos que se manifestavam em escalas maiores, sendo facilmente identificáveis 
nas observações empíricas cujas lógicas internas eram explicadas pela interdependência 
funcional dos elementos e fatores. 
A partir dos pressupostos gerais de La Blache alguns autores 
desenvolveram estudos específicos nos quais encontramos a preocupação com as 
questões econômicas. 
Neste caso, podemos citar A. Demangeon (1872-1940) que revelou a 
problemática econômica enfatizando as instalações humanas em relação às atividades 
produtivas e Camille Vallaux por entender que a Geografia deveria estudar o “quarto 
estado da matéria”, aquele criado pelo trabalho humano, portanto resultante das 
atividades produtivas. 
Mesmo tendo exercido pouca influência na Geografia francesa oficial 
e não seguir a proposta lablachiana, acreditamos que Elisée Reclus (1830-1905) é um 
nome que deve ser lembrado quando se fala da discussão de questões econômicas na 
Geografia. Segundo Lacoste7, Reclus já levantava em sua época o problema do 
desenvolvimento industrial, da análise das estruturas econômicas, políticas e sociais nos 
 
6 Para termos uma idéia de como isso ocorreu basta pegarmos, por exemplo, os índices dos trabalhos de 
Delgado de Carvalho e Aroldo de Azevedo. 
7 Citado por Andrade (1991, p.26) 
estudos geográficos. Neste sentido, ao referir-se ao papel de Reclus na Geografia 
francesa, Capel destaca que: 
 
(...) Reclus pone de manifesto, una y outra vez, el papel de la 
organización social en la producción y en la organización del 
espacio geográfico, e incorpora decididamente temas que a 
vences tardarían en ser incluidos en la tradición geográfica: el 
problema de la defectuosa explotacíon de la tierra como 
resultado de la estructura social de la propriedad o de la 
explotacíon; el tema de la colonización y el imperialismo 
europeo; la incidencia del mercado mundial en la actividad y en 
la vida de los productores; la situación social de la población 
urbana y rural; la inadecuada distribución de los recursos 
terrestres, que él considera suficientes para alimentar la 
población mundial. (...) (1982, p. 305) 
 
Outro momento em que podemos destacar a Geografia Econômica no 
pensamento geográfico refere-se à decada de 1950. A partir da Segunda Guerra Mundial 
o capitalismo sofre mudanças no que diz respeito à divisão social e territorial do 
trabalho e isso se reflete nas ciências, principalmente nas ciências humanas tendo em 
vista o progresso de seus suportes, as necessidades dos utilizadores e o próprio objeto. O 
progresso na automação trouxe, então, a necessidade de buscar alternativas que 
respondessem às novas exigências. (Santos, 1980)8. 
A Geografia neste momento começa a assistir a essa busca de 
alternativas em seu interior tendo como uma das principais expressões o surgimento da 
chamada Nova Geografia dentro do movimento de renovação. 
A Nova Geografia, como afirma Santos (1980) quer marcar distância 
em relação à Geografia Clássica constituindo-se num novo paradigma, num novo 
método, utilizando-se de uma nova linguagem na tentativa de sobrepor-se às chamadas 
“escolas nacionais”. 
 
8 Santos, Milton. Por uma Geografia Nova – da crítica da Geografia à uma Geografia crítica. São 
Paulo: Hucitec, 1980. 
Claro que, como é sabido, a New Geography provocou reações que iam 
desde sua defesa incondicional até seu total repúdio. Esse repúdio e as críticas mais 
veementes vinham em função do papel ideológico e pragmático que se revestia essa 
Geografia. Como afirma Correa (1987)9 a Nova Geografia tinha função de justificar a 
expansão capitalista e escamotear as transformações por meio de sua ação pragmática e 
de planejamento do Estado capitalista. 
A crítica de Santos (1980) vai no mesmo sentido, ou seja, do 
comprometimento de sua manifestação quantitativa valorizando o empírico e o 
ideológico. 
Dentro deste contexto, a Geografia Econômica pautou-se 
exclusivamente na utilização de modelos hipotéticos sem priorizar a compreensão ou 
explicação da realidade. 
Desta forma, os modelospropostos por Lösch, von Thünen e 
Christaller foram incorporados e particularizados aos estudos geográficos temáticos 
tomando-os como generalizadores de explicações que tentavam ajustá-los 
indiscriminadamente à realidade. Dentro desta escola, a Geografia Econômica adotou os 
modelos propostos demonstrando os mesmos problemas e limitações impostas por eles 
em sua aplicação aos fenômenos dinâmicos do espaço10. 
 Ainda no contexto do movimento de renovação da Geografia, na 
vertente conhecida como crítica, principalmente para a Geografia Econômica, destaca-
se o nome de Pierre George. A partir das transformações ocorridas na Geografia 
Regional Francesa que se aproximava mais da História e da Economia, George 
 
9 Correa, Roberto L. Região e Organização Espacial. São Paulo: Ática, 1987. 
10 Como exemplo de trabalhos seguindo esta linha, especificamente no Brasil, podemos citar grande parte 
dos artigos de Speridião Faissol publicados durante a década de 1970 na Revista Brasileira de Geografia 
(IBGE). 
introduziu alguns conceitos de formação e/ou inspiração marxista na discussão 
geográfica como relações de produção, relações de trabalho, capital e forças produtivas. 
Inclusive deve-se ressaltar que sua obra “Geografia Econômica” foi 
um marco importante para a época11 embora tenha sido posteriormente criticada. 
Oliveira (1982) afirma que nesta obra, George fala da forma sem se 
envolver com o conteúdo, abstraindo conceitos como modo de produção, classes sociais 
e luta de classes que são fundamentais para se entender o econômico enquanto infra-
estrutura econômica da sociedade12. 
Além disso, para a realização e discussão dos temas adota-se uma 
postura aparentemente neutra. 
Para Oliveira a chave para a compreensão da obra de George está no 
fato de que o autor utiliza-se de conceitos do materialismo histórico articulando-os 
segundo o método histórico da economia (um choque teórico-metodológico na sua 
prática teórica). 
Desta forma, seria uma orientação na qual a história segue uma 
linearidade evolucionista, não havendo grandes rupturas sendo que todo funcionamento 
das dinâmicas econômicas e sua relação com o espaço seguiria esta linearidade, não 
permitindo que as contradições presentes nestas dinâmicas produzam grandes rupturas. 
Isto não significa demérito para a obra de George, mas é importante destacar seus 
limites no âmbito da Geografia e da Geografia Econômica. 
Quanto à Geografia Econômica brasileira, em particular, segundo 
Silva (1988, p. 32) esta “desenvolveu-se segundo quatro temas que foram 
 
11 Uma análise preliminar desta obra pode ser encontrada em nosso trabalho de Iniciação Científica 
intitulado Geografia e Economia: fronteiras e convergências – um estudo da produção científica em 
Geografia Econômica concluído em Julho/1997 sob orientação do Prof. Sérgio Braz Magaldi e apoio 
financeiro do PIBIC/CNPq. 
12 Para este entendimento toma-se por base, como instrumento de análise, como faz Oliveira, o 
materialismo histórico dialético tal como Marx. 
sucessivamente se impondo em vista das transformações ocorridas nos últimos trinta 
anos”. 
Segundo o autor esses temas seriam: 1) recursos naturais e 
posteriormente recursos humanos que se desenvolveram a partir da década de 40 
quando com o início da implantação da indústria de base no Brasil, os problemas da 
agricultura e pecuária começaram a ganhar dimensões diferentes da perspectiva da 
industrialização; 2) produção e circulação que foi introduzido na década de 50 
levantando-se a questão da localização de atividades relacionadas ao sistema econômico 
tendo em vista as variáveis geográficas; 3) desenvolvimento e subdesenvolvimento que 
surgiu na década de 60 e início da década de 70 discutindo os problemas anteriores de 
recursos e de produção e circulação sob o prisma desta questão e 4) problemas 
referentes à organização do espaço que foi introduzido na década de 70 englobando os 
anteriores, principalmente a teoria da localização que passa a ser vista como parte da 
problemática regional. 
 Com relação ao momento mais recente, na seqüência procuraremos 
mostrar as questões atuais da Geografia Econômica em termos de definição de objeto, 
temáticas etc. O próprio desenrolar deste trabalho trará elementos para pensarmos o 
momento atual e mais especificamente as duas últimas décadas. 
No entanto, já devemos lembrar que a partir da década de 1980 a 
Geografia brasileira viveu um momento de grandes mudanças e rupturas teórico-
metodológicas que poderão ser observadas na Geografia Econômica pelas temáticas 
tratadas e forma de abordagens destas13. 
Já nos fins da década de 1980 e início da década de 1990 com as 
mudanças na economia global, nas estruturas das relações de poder e a chamada crise 
 
13 No Capítulo seguinte estaremos discutindo detalhadamente esta questão. 
paradigmática do mundo moderno14a Geografia Econômica passa a se preocupar, então 
com as questões que envolvem esse mundo em mutação. Dessa maneira, a partir do 
novo paradigma técno-econômico baseado na informação surgem novos processos e 
temas como a reestruturação industrial, acumulação flexível, flexibilização das relações 
de trabalho, entre outros. 
Quanto ao referencial teórico-metodológico adotado, assim como na 
Geografia em geral notamos a permanência do materialismo histórico dialético mas já 
apontando para novas tendências que ainda estão sendo delineadas. 
 
Pensando a partir das definições de Geografia EconômicaPensando a partir das definições de Geografia EconômicaPensando a partir das definições de Geografia EconômicaPensando a partir das definições de Geografia Econômica 
 
Tendo em vista os objetivos deste trabalho faz-se necessária uma 
reflexão do significado da Geografia Econômica na medida em que precisamos deixar 
claro “o que é” para depois pensarmos no “como é”. 
Nesta reflexão nos baseamos majoritariamente nas definições de 
Geografia Econômica encontradas na bibliografia existente, principalmente em Manuais 
verificando que nos últimos anos (décadas de 1980 e 1990) muito pouco foi publicado 
neste sentido, ou seja, definindo ou refletindo sobre a Geografia Econômica. 
Sendo assim, segue-se uma tentativa de reflexão sobre a Geografia 
Econômica a partir dos elementos contidos nas definições de diferentes autores. 
Vejamos o que diz George (1983, p.1)15: 
 
 
14 Para mais detalhes sobre esta questão ver: Moreira, Ruy.O círculo e a espiral – a crise paradigmática 
do mundo moderno. Rio de Janeiro: Obra Aberta, 1993. Nesta obra o autor discute essa questão 
destacando o papel do Estado, da técnica e da própria cultura técnico-científica baseada no paradigma 
cartesiano-newtoniano no interior da crise do capitalismo do final do século XX. 
15 Aqui chamamos atenção para o fato de que a primeira edição desta obra em português é de 1961. 
A Geografia Econômica tem por objeto o estudo das formas de 
produção e o da localização16 do consumo dos diferentes 
produtos no âmbito mundial17. (1983, p.1) 
 
Seguindo esta mesma orientação teórica de George, temos várias 
outras bastante semelhantes: 
 
(...) A finalidade desta disciplina será o estudo das formas de 
produção e localização do consumo dos diferentes artigos em 
conjunto mundial. (Torres e Saenz, 1972, p.13) 
 
 
(...) a preocupação especial do especialista em Geografia 
Econômica relaciona-se com a distribuição espacial das 
atividades produtivas; a tarefa dele consiste em estabelecer e 
analisar modelos de áreas desta distribuição e chegar, se 
possível, a explanações válidas das mesmas. (Estall e 
Buchanan, 1971, p.15) 
 
Embora anteriores, as definições abaixo também mostram a 
preocupação com osmesmos elementos: 
 
La Geografía Económica estudia la producción y la 
distribuición de las mercancias (...) (Allix, 1950, p.528) 
 
(...) é a parte da Geografia Humana que estuda a localização 
das riquezas naturais e dos bens materiais criados pelo homem 
na superfície terrestre, levando em conta as influências que 
exercem sobre esta e o meio físico e a atividade humana. 
(Repetto, 1959, p.173) 
 
 
(...) A Geografia Econômica é o estudo da relação dos fatores 
físicos do meio com as condições econômicas das ocupações 
produtivas e da distribuição que se produz. (Jones e 
Darkenwald, 1955, p. 20) 
 
 
O aspecto que destacamos nestas definições é a grande ênfase dada à 
localização do consumo e das formas de produção em escala mundial. Nem tanto para 
 
16Grifo nosso. 
17Grifo nosso. 
as formas de produção (geralmente entendidas apenas no “como se produz” sem levar 
em consideração elementos estruturantes do processo de produção) e mais para a 
localização em escala mundial. Desta forma, pode-se dizer que a Geografia Econômica 
preocupava-se com o “o que e onde” se produz identificando e localizando fatos de 
natureza econômica. 
 Destaca-se que a definição de Repetto chama atenção para a questão 
das influências. A de Estall e Buchanan (1971) aponta a análise de modelos18 . 
Dentre as definições encontradas, a de Manners (1976) nos parece a 
mais inovadora no sentido de que lança elementos novos como as diferencialidades; ele 
fala em "caráter variável da vida econômica" e as próprias relações existentes entre os 
diferentes espaços de produção, consumo, circulação, enfim, das atividades econômicas, 
embora também utilize-se da descrição: “Os geógrafos econômicos procuram compreender, 
pela escrição e análise, o caráter variável da vida econômica, sobre a face da terra e os 
intercâmbios espaciais correlatos. (p.15)” 
A questão da localização da produção e do consumo é sem dúvida, o 
ponto central da Geografia Econômica segundo as definições apresentadas. 
Qual seria, então, o papel da Geografia Econômica? Com base nestas 
definições, a Geografia Econômica seria responsável pelo mapeamento das atividades 
produtivas na superfície terrestre dando ênfase às “semelhanças e diferenças de região 
para região, pequenas e grandes regiões e nas relações entre estas” (Thoman, 1968 apud 
Megale). Desta forma, a Geografia Econômica encarregar-se-ia de localizar e descrever 
as atividades econômicas/produtivas (produção, distribuição e consumo) sobre a 
superfície terrestre de forma a caracterizá-las. 
 
18 Aqui deve-se levar em consideração o momento por que passava a Geografia enfatizando as 
abordagens modelísticas e sistêmicas. 
Megale (1975, p.08) afirma que “(...) a Geografia Econômica é a 
parte da ciência geográfica tendo seu aspecto espacial definido quanto à sua relação 
com a economia”. Embora sua definição seja um pouco vaga ou não muito clara, 
Megale chama atenção para a relação com a Economia dando um caráter menos 
generalizante à Geografia Econômica. 
Neste sentido, lembramos o que Milton Santos (1980) também aponta 
quanto às relações e mesmo contribuições que a Geografia pode trazer á Economia: 
 
A própria geografia pode contribuir para a evolução conceitual 
de outras disciplinas, a economia, por exemplo, e isso se tornou 
muito mais evidente depois que a economia neoclássica se 
impôs escolasticamente e também politicamente, como 
instrumento essencial à difusão capitalista. Como a economia 
neoclássica é por definição, uma abstração em relação ao 
homem e ao meio geográfico, os estudos geográficos ganharam 
assim novas condições para colaborar no aperfeiçoamento de 
muitos dos conceitos econômicos. (p.102) 
 
 
É Rochefort (1998, p.44-45) quem faz uma clara relação entre espaço 
e economia: 
 
(...) A economia se inscreve no espaço por lugares onde se faz a 
produção, quer seja a produção primária (como para a borracha, 
as plantações de héveas), a produção industrial (isto é, a 
localização da fábrica onde se opera a transformação de 
matérias-primas em produtos acabados), a produção terciária 
(por exemplo, o local onde fisicamente está implantada a filial 
bancária que recebe o cliente). Esta é uma primeira relação 
entre economia e espaço. A segunda é a localização das 
direções desses três tipos de estabelecimentos. (...) 
 
 
A relação apontada por Rochefort parece voltada ao entendimento de 
Geografia Econômica predominante nas definições anteriormente destacadas na medida 
em que enfatiza a questão da localização. Podemos, então, perceber uma restrição da 
Geografia Econômica aos aspectos da distribuição dos fatos econômicos no território, 
ou seja, aos elementos visíveis e aparentes que se materializam em determinada porção 
do território. 
Os estudos de Geografia Econômica, portanto, consideravam as 
paisagens econômicas numa perspectiva estática, sem buscar as relações e os 
cruzamentos que as diferentes instâncias mantêm através dos agentes, instituições, 
governos e mercados, em diferentes níveis e escalas. 
Mas e a discussão do que está além dos aspectos visíveis? E os 
processos e relações desencadeadoras dessa materialidade? Não caberia à Geografia 
Econômica a discussão de tais questões deixando de fazer tão somente uma análise 
empírica e descritiva ? 
Na seqüência procuraremos pontuar algumas questões que julgamos 
importantes para avançarmos numa definição de Geografia Econômica que procure 
contemplar a preocupação acima colocada. 
 
Buscando elementos para uma definição atualizada de Geografia Buscando elementos para uma definição atualizada de Geografia Buscando elementos para uma definição atualizada de Geografia Buscando elementos para uma definição atualizada de Geografia 
EconômicaEconômicaEconômicaEconômica 
 
 
A partir das definições apresentadas acima iremos agora esclarecer os 
elementos que balizaram a análise da produção científica em Geografia Econômica 
podendo delimitar com maior precisão a abrangência de suas preocupações. Isto não 
significa que traremos uma nova definição de Geografia Econômica, mas sim 
refletiremos sobre a validade de determinados elementos na caracterização da Geografia 
Econômica como contribuição à sua atualização. 
A Geografia Econômica sustenta-se primeiramente por apresentar uma 
característica básica: a precedência do fato/evento econômico na determinação dos 
processos e relações que produzem as diferentes formas espaciais. 
Sendo assim, devemos ter claro que a Geografia Econômica procura 
fazer uma análise geográfica dos fatos econômicos que estão presentes nas diferentes 
formas espaciais que são produto e condição para o desenvolvimento das forças 
produtivas e de suas relações determinantes/conseqüentes. 
De um modo geral, poderíamos dizer que o enfoque econômico no 
trabalho geográfico relaciona-se à espacialidade dos fatos econômicos, visto que esses 
fatos têm a capacidade de se expressar e materializar no espaço. 
Neste sentido, deve-se ressaltar a importância do “geográfico” em 
processos histórico-estruturais como os de aprofundamento e complexificação da 
divisão do trabalho e da reprodução ampliada do capital, além do comparecimento não 
neutro do território nos processos de (re)estruturação de mercados ou de reconfiguração 
de objetos, métodos e processos associados à produção e às novas formas de 
organização, controle e regulação do trabalho envolvendo agentes tais como firmas, 
corporações, ramos e indústrias, sindicatos, entre outros. (Magaldi, 1996) 
Benko (1996) fala em comportamento geográfico das atividades 
econômicas e discutindoo que denomina de Geografia Econômica contemporânea 
chama atenção justamente para as questões que não dizem respeito apenas ao sistema 
produtivo em si, mas ao papel de alguns conceitos e questões como modo de regulação, 
modelo de desenvolvimento, paradigma tecnológico, entre outros para a compreensão 
da organização territorial da produção contemporânea. Em outras palavras, não basta 
localizar a produção, a Geografia Econômica deve buscar explicar o movimento dessa 
produção e o conjunto de elementos envolvidos que produzem as diferentes 
configurações espaciais que principalmente neste final de século apresentam grandes 
mudanças. Compreender essas mudanças em nível espacial seria, então, o papel da 
Geografia Econômica. 
Fazendo um balanço da Geografia Econômica nas últimas décadas, 
Martin (1996) afirma que até a década de 1980 a Geografia Econômica organizou-se em 
torno de dois programas de pesquisa básicos: a dinâmica da localização industrial e o 
processo de desenvolvimento regional desigual utilizando conceitos e teorias da 
economia neoclássica, de Keynes e de Marx e que essa situação tem mudado nos 
últimos anos principalmente porque as bases teóricas estão sendo contestadas. Segundo 
Martin: 
 
(...) Nenhuma das principais escolas de economia – neoclássica, 
keynesiana ou marxista – explica adequadamente os 
acontecimentos e mudanças das últimas duas décadas, e, à 
medida que esses principais paradigmas ficaram como que 
sitiados, houve um avanço nas revisões, reformulações e 
perspectivas alternativas propostas. (...) (1996, p. 33) 
 
Além disso, a economia está em mutação havendo um novo 
paradigma técno-econômico baseado na informação e com ele novos processos e temas 
(reestruturação industrial, relações de trabalho, entre outros). Portanto, não vivemos 
mais o paradigma da economia industrial, ele não é mais capaz de explicar a realidade, e 
com isso, a Geografia Econômica precisa buscar outros referenciais. Neste sentido, 
aponta a necessidade de se fazer uma Geografia Econômica de múltiplas dimensões 
considerando quatro níveis: microeconomia de indivíduos e empresas, macroeconomia 
do estado-nação, a economia do capital e as finanças transnacionais e a economia global 
ou mundial (Martin, 1996, p.56). 
De qualquer maneira, percebe-se que o espaço a ser considerado é 
essencialmente o espaço para reprodução do capital, na medida em que a constituição 
do espaço em sentido amplo tem como princípio básico a dinâmica do sistema 
capitalista e suas diversas variáveis. 
Destacamos, então, a existência de uma base econômica fundamental 
em fatos que se expressam espacialmente, ou seja, o econômico não é a única 
determinação, mas é uma condição básica para os processos e fenômenos 
espacializáveis. 
Diante do exposto, percebemos que alguns elementos se revelam 
importantes para o entendimento dos fatos econômicos na análise geográfica Dentre 
esses podemos destacar: produção, circulação, consumo, relações capital/trabalho, 
movimento/dinâmica, contradição, Estado e classes sociais. 
Neste sentido, a busca de uma atualização da Geografia Econômica, 
mesmo levando-se em consideração a nova estrutura econômico-produtiva mundial e as 
temáticas e situações conseqüentes desta, ainda deve ter tais elementos como centrais 
para suas análises e interpretações. Processos como produção, circulação e consumo, 
por exemplo, embora possam apresentar novas configurações e dinâmicas ainda 
continuam sendo importantes para se explicar as atuais realidades econômico-espaciais. 
Assim, também, as relações capital-trabalho, o papel do Estado e as relações de classe, 
sempre procurando considerá-los dentro de uma dinâmica que é contraditória (a 
dinâmica do capital). 
Por fim, apenas a título de esclarecimento, para que possamos 
justificar no conjunto dos trabalhos analisados (dissertações e teses) a presença de 
alguns que poderiam ser classificados como Geografia Rural ou Geografia Urbana, 
deve-se lembrar que os fatos econômicos podem manifestar-se em diferentes lugares. 
Desta forma, sabemos que os objetos da Geografia Econômica podem 
estar relacionados ao rural (campo) ou ao urbano (cidade). É aceitável, portanto que em 
algumas situações iremos “esbarrar” na Geografia Rural ou Urbana19. Mas o que deve 
ficar claro mais uma vez é o “recorte” estabelecido para o tratamento do objeto. 
Entendemos que os estudos “rurais” e “urbanos” que manteriam 
contato com a Geografia Econômica expressam preocupação com as formas espaciais 
que guardam em seu conteúdo uma certa precedência de natureza econômica. Claro que 
a esta se combinam as dinâmicas sociais e políticas produzindo diferentes formas 
espaciais. Não queremos reduzir o espectro dos estudos rurais e urbanos em Geografia, 
mas tão somente identificar aqueles que sublinham os processos econômicos em curso 
naquelas fases de organização do espaço. 
Deve-se destacar que tanto no urbano como no rural as atividades de 
produção, circulação, consumo, intermediação financeira, além das relações de 
produção e seus agentes estão presentes. Portanto, dependendo de como determinadas 
questões de natureza econômica são tratadas na cidade ou no campo, pode-se estar 
fazendo uma leitura geoeconômica da cidade ou do campo. 
Os fatos específicos ligados à dinâmica externa e interna do campo ou 
da cidade podem também “esbarrar” no econômico. No entanto, as preocupações em 
termos de objetivos são diferentes. No caso deste trabalho, nossa hipótese é que o 
econômico aparece como elemento explicativo de outros fatos ou processos específicos. 
Assim, para a Geografia Econômica, o urbano ou o rural aparecem como formas 
espaciais produzidas pela dinâmica econômica; daí buscarmos uma leitura geográfica 
destes fatos. 
Não queremos com isso adotar uma perspectiva limitadora, apenas 
queremos deixar claro que para os fins deste trabalho haverá uma precedência e não 
 
19 Beltrão Sposito (1999) fala da importância da valorização da análise econômica na pesquisa urbana 
desde que articulada a outras dimensões de análise afastando-se do enfoque “economicista” que toma o 
econômico como determinante do conjunto de transformações sociais, políticas e ideológicas. 
determinação do econômico para explicação dos fatos que assumem diferentes formas 
quando materializados no espaço. 
Portanto, salientamos que a inclusão de alguns trabalhos baseou-se no 
enfoque dado pelo autor, no “peso” dado ao econômico dentro da obra para explicação 
do fenômeno que se materializa na cidade ou no campo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 2 
 ELEMENTOS PARA A DISCUSSÃO: CARACTERÍSTICAS DA ELEMENTOS PARA A DISCUSSÃO: CARACTERÍSTICAS DA ELEMENTOS PARA A DISCUSSÃO: CARACTERÍSTICAS DA ELEMENTOS PARA A DISCUSSÃO: CARACTERÍSTICAS DA 
PRODUÇÃO CIENTÍFICA ACADÊMICA PRODUÇÃO CIENTÍFICA ACADÊMICA PRODUÇÃO CIENTÍFICA ACADÊMICA PRODUÇÃO CIENTÍFICA ACADÊMICA EM GEOGRAFIA ECONÔMICA EM GEOGRAFIA ECONÔMICA EM GEOGRAFIA ECONÔMICA EM GEOGRAFIA ECONÔMICA 
NO ESTADO DE SÃO PAULONO ESTADO DE SÃO PAULONO ESTADO DE SÃO PAULONO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
Após os esclarecimentos teóricos feitos no Capítulo 1, passamos agora 
à apresentação e discussão da fonte bibliográfica estudada a fim de buscar elementos 
para procedermos a uma avaliação da Geografia Econômica. 
Como dissemos na introdução deste trabalho, a série temporal 
analisada compreendeu os anos 1970-1998. Foram consultadas cerca de 500 
dissertações e teses defendidas no cursos de Pós-graduação em Geografia da 
FCT/UNESP/Presidente Prudente, Área de Concentração em Desenvolvimento 
Regional e Planejamento Ambiental, do IGCE/UNESP/Rio Claro, Área de 
Concentração em Organização do Espaço e da FFLCH/USP, Área de Concentração em 
Geografia Humana. Destas500 foram selecionadas 132 entre os 3 cursos de acordo com 
os critérios estabelecidos e mencionados anteriormente. Os trabalhos selecionados 
podem ser conhecidos pelo quadro apresentado no Anexo I. 
A leitura de Gamboa (1987) nos trouxe alguns esclarecimentos e 
sugestões a partir da metodologia por ele utilizada em seu trabalho20. Segundo Gamboa 
a questão metodológica deve ser abordada levando-se em conta a relação entre o lógico 
e o histórico. O lógico caracteriza-se pela reconstituição das estruturas internas das 
abordagens explicitando as categorias técnico-metodológicas, teóricas, epistemológicas, 
 
20 Trata-se de uma pesquisa sobre a produção discente dos cursos de pós-graduação em Educação do 
Estado de São Paulo (1971-1984) que tomou como universo de análise 502 teses e dissertações 
produzidas nesses cursos. 
gnosiológicas e ontológicas. Já o histórico seria o relacionamento entre as tendências e 
o período estudado. Dentre os elementos lógicos destacam-se o nível técnico no qual 
observou-se a utilização de técnicas de coleta, tratamento e análise de dados, ou seja, 
qual o tipo de técnica utilizada pelo pesquisador; o nível teórico abordou o tipo de 
referencial teórico utilizado e o epistemológico procurou identificar conceitos e inter-
relações que se mostraram centrais no conjunto dos trabalhos. 
Utilizando-se desta relação Gamboa destaca as seguintes abordagens 
na pesquisa em Educação: empírico-analíticas, fenomenológico-hermenêuticas e crítico-
dialéticas. 
Assim como Gamboa, nosso objeto é a produção discente dos cursos 
de Pós-Graduação (neste caso em Geografia) de modo que sua leitura trouxe ainda 
elementos para pensar como proceder a uma análise de produção científica. Gamboa 
utilizou um esquema paradigmático21 que continha vários tópicos e a partir da análise 
destes é que avaliou o conjunto dos trabalhos. 
Para leitura do material selecionado seguimos alguns passos 
apontados por Gamboa (1987) tais como identificação de técnicas e metodologias 
utilizadas e referencial teórico a partir de perguntas específicas sobre o texto de cada 
pesquisa22, especialmente nos capítulos tidos como tradicionais e quase sempre 
intitulados como introdução, referencial teórico, metodologia e conclusões. A partir 
disso, montamos uma espécie de “banco de dados” reunindo as principais características 
dos trabalhos analisados para que pudessem ser melhor refletidos posteriormente. 
Tendo constituído este banco de dados, passamos à sua análise a fim 
de caracterizar e refletir sobre a Geografia Econômica presente nesses trabalhos. 
 
 
21 Esse esquema continha os seguintes tópicos: nível técnico, nível metodológico, nível teórico, nível 
epistemológico os quais já nos referimos anteriormente, pressupostos lógico-gnosiológicos (objetividade, 
subjetividade ou concreticidade) e pressupostos ontológicos (qual a visão de homem implícita). 
22 Essas perguntas eram basicamente: Quais os objetivos do trabalho? Qual a metodologia utilizada? Qual 
o referencial teórico? Como estruturou o trabalho? O que aponta como conclusões? 
Análise das disAnálise das disAnálise das disAnálise das dissertações e tesessertações e tesessertações e tesessertações e teses 
 
Na análise das dissertações e teses também estabelecemos dois níveis: um 
primeiro mais inicial que procurou verificar as temáticas e assuntos abordados nos 
trabalhos além das principais técnicas de pesquisa; no segundo nível procuramos refletir 
sobre as metodologias e referencial teórico dos trabalhos. 
 
Temáticas abordadas Temáticas abordadas Temáticas abordadas Temáticas abordadas 
 
No quadro apresentado no Anexo II podemos verificar as temáticas 
abordadas nas dissertações e teses em Geografia Econômica, o total de trabalhos nas 
temáticas, sua freqüência por curso/instituição e ano de defesa. 
Para que pudéssemos visualizar com mais facilidade as temáticas 
abordadas nos trabalhos, elaboramos o gráfico abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 
 
 
 Legenda: 
1- Agricultura (Modernização) 14- Comércio (Atacado) 
2- Agricultura (Pequena produção) 15- Comércio (Franquias) 
3- Agricultura (Relações de trabalho) 16- Comércio (Varejo) 
4- Agricultura (Quadros agrários e agrícolas –atividades) 17- Comércio regional (Estudo de caso) 
5- Agricultura e produção do espaço 18- Comércio (Supermercados e entrepostos) 
6- Agricultura (Cooperativas) 19- Relações de Trabalho 
7- Agricultura (Agroindústria) 20- Migrações 
8- Indústria (Ramos) 21- Caracterização econômica de regiões 
9- Indústria (Estudo de Caso – local) 22- Transportes 
10- Indústria (Distritos) 23- Discussões teórico-metodológicas 
11-Indústria (Tecnopólos) 24- Artesanato/garimpo 
12- Comércio (Ambulante) 25- Renda da Terra urbana 
13- Comércio (Shopping centers) 
 
Fonte: Levantamento bibliográfico 
Org.: Flaviana G. Nunes 
 
 
 
 A partir dele notamos que a temática mais freqüente no conjunto dos 
trabalhos e durante todo o período foi aquela relacionada à agricultura com ênfase na 
caracterização de quadros agrários e agrícolas de determinadas regiões ou áreas. Em 
seguida, a questão da pequena produção e dos estudos de caso sobre indústria se 
destacaram. Também houve um número significativo de trabalhos sobre modernização 
da agricultura, ramos da indústria e agroindústria, além de caracterização econômica de 
regiões e relações de trabalho. 
Temáticas Abordadas nas Dissertações e Teses em Geografia 
Econômica - 1970 a 1998 
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Desta forma, notamos que houve uma grande preocupação com os 
temas relacionados ao agrário ou agrícola. A indústria aparece em segundo plano como 
preocupação tendo um número menor de trabalhos. 
Para termos uma idéia de como isso ocorreu em cada curso/instituição 
vejamos as figuras 2, 3 e 4: 
 Figura 2 
Legenda: 
1- Agricultura (Modernização) 14- Comércio (Atacado) 
2- Agricultura (Pequena produção) 15- Comércio (Franquias) 
3- Agricultura (Relações de trabalho) 16- Comércio (Varejo) 
4- Agricultura (Quadros agrários e agrícolas –atividades) 17- Comércio regional (Estudo de caso) 
5- Agricultura e produção do espaço 18- Comércio (Supermercados e entrepostos) 
6- Agricultura (Cooperativas) 19- Relações de Trabalho 
7- Agricultura (Agroindústria) 20- Migrações 
8- Indústria (Ramos) 21- Caracterização econômica de regiões 
9- Indústria (Estudo de Caso – local) 22- Transportes 
10- Indústria (Distritos) 23- Discussões teórico-metodológicas 
11-Indústria (Tecnopólos) 24- Artesanato/garimpo 
12- Comércio (Ambulante) 25- Renda da Terra urbana 
13- Comércio (Shopping centers) 
 
Fonte: Levantamento bibliográfico 
Org.: Flaviana G. Nunes 
 
O gráfico apresentado na Figura 2 nos mostra as temáticas abordadas 
nos trabalhos defendidos no IGCE/UNESP em Rio Claro. Notamos claramente como o 
número de trabalhos relacionados à agricultura é bastante superior aos outros temas de 
forma que a questão mais discutida nos trabalhos de Geografia Econômica foi a 
caracterização de quadros agrários e agrícolas destacando atividades de uma localidade 
Tem áticas Abordadas nas D issertações e Teses em 
G eografia Econôm ica defendidas no IGCE/UNESP - 
1980 a 1998
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ou região. Na seqüência aparecem os trabalhos sobre modernização da agricultura e 
pequena produção, respectivamente. A questão da indústria só aparece em quarto lugar 
com um número bastante inferior de trabalhos. Mesmo se somarmos os trabalhos sobre 
ramos da indústria e estudos de caso ainda é inferior ao número de trabalhosque 
enfocam os quadros agrários e agrícolas. Temas como comércio, relações de trabalho e 
renda da terra urbana também apresentam número reduzido de trabalhos. 
Desta forma, notamos que nos trabalhos do IGCE/UNESP 
relacionados à Geografia Econômica houve um predomínio das temáticas ligadas à 
agricultura enquanto atividade econômica importante para a produção do espaço. 
Já nos trabalhos de Geografia Econômica defendidos na FFLCH/USP 
o quadro é um pouco diferente. A questão da indústria aparece com um número maior 
de trabalhos, embora também seja expressivo o número de trabalhos que se dedicaram à 
temáticas relacionadas à agricultura como observamos no gráfico abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 3 
 
 Legenda: 
1- Agricultura (Modernização) 14- Comércio (Atacado) 
2- Agricultura (Pequena produção) 15- Comércio (Franquias) 
3- Agricultura (Relações de trabalho) 16- Comércio (Varejo) 
4- Agricultura (Quadros agrários e agrícolas –atividades) 17- Comércio regional (Estudo de caso) 
5- Agricultura e produção do espaço 18- Comércio (Supermercados e entrepostos) 
6- Agricultura (Cooperativas) 19- Relações de Trabalho 
7- Agricultura (Agroindústria) 20- Migrações 
8- Indústria (Ramos) 21- Caracterização econômica de regiões 
9- Indústria (Estudo de Caso – local) 22- Transportes 
10- Indústria (Distritos) 23- Discussões teórico-metodológicas 
11-Indústria (Tecnopólos) 24- Artesanato/garimpo 
12- Comércio (Ambulante) 25- Renda da Terra urbana 
13- Comércio (Shopping centers) 
 
Fonte: Levantamento bibliográfico 
Org.: Flaviana G. Nunes 
 
 
Claro que devemos levar em consideração o fato de que na USP há 
um número maior de trabalhos, mesmo porque o curso é mais antigo em relação aos 
demais analisados23, no entanto, há uma distribuição mais equitativa entre os trabalhos 
sobre agricultura e indústria, além de haver um número significativo de trabalhos 
discutindo temas como relações de trabalho, comércio, renda da terra urbana e 
migrações. Ressalta-se, ainda a presença de trabalhos de cunho teórico-metodológico 
como os de Oliveira (1978)24 e Ablas (1978)25. 
 
23 Deve-se lembrar que a primeira defesa realizada no IGCE/UNESP ocorreu 1980 e na FCT/UNESP em 
1991. 
24 Oliveira, Ariovaldo U. de. Contribuição para o estudo da Geografia Agrária: crítica ao “estado isolado” 
de von Thünen. São Paulo, 1978. Tese de Doutorado, FFLCH/USP. 
Temáticas Abordadas nas Dissertações e Teses em Geografia 
Econômica defendidas na FFLCH/USP- 
1970 a 1998
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Em relação aos trabalhos defendidos na FCT/UNESP primeiramente 
deve-se ressaltar que há um número pequeno que aborda temas de Geografia 
Econômica. Além disso, dos cursos de pós-graduação em Geografia do Estado de São 
Paulo é o mais novo tendo, portanto, um número menor de defesas em relação aos 
outros. 
Na FCT/UNESP também notamos um número maior de trabalhos 
enfocando a agricultura do que outros temas. Dos oito trabalhos selecionados, cinco 
eram relativos à questões ligadas à agricultura e três à indústria. As demais temáticas 
elencadas e encontradas na FFLCH/USP e IGCE/UNESP ainda não compareceram nos 
trabalhos da FCT/UNESP como podemos notar pelo gráfico abaixo: 
 Figura 4 
 
 Legenda: 
1- Agricultura (Modernização) 14- Comércio (Atacado) 
2- Agricultura (Pequena produção) 15- Comércio (Franquias) 
3- Agricultura (Relações de trabalho) 16- Comércio (Varejo) 
4- Agricultura (Quadros agrários e agrícolas –atividades) 17- Comércio regional (Estudo de caso) 
5- Agricultura e produção do espaço 18- Comércio (Supermercados e entrepostos) 
6- Agricultura (Cooperativas) 19- Relações de Trabalho 
7- Agricultura (Agroindústria) 20- Migrações 
8- Indústria (Ramos) 21- Caracterização econômica de regiões 
9- Indústria (Estudo de Caso – local) 22- Transportes 
10- Indústria (Distritos) 23- Discussões teórico-metodológicas 
11-Indústria (Tecnopólos) 24- Artesanato/garimpo 
12- Comércio (Ambulante) 25- Renda da Terra urbana 
13- Comércio (Shopping centers) 
 
Fonte: Levantamento bibliográfico 
Org.: Flaviana G. Nunes 
 
25 Ablas, Luiz A. de Q. Teoria do lugar central: bases teóricas e evidências empíricas. São Paulo, 1978. 
Tese de Doutorado, FFLCH/USP. 
Temáticas Abordadas nas Dissertações em Geografia Econômica 
defendidas na FCT/UNESP - 1991 a 1998
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É importante destacar que esse predomínio das temáticas relacionadas 
à agricultura é constante em todo o período estudado. Os gráficos das figuras 5, 6 e 7 
mostram como isso aconteceu. 
 
 Figura 5 
 
 Legenda: 
1- Agricultura (Modernização) 14- Comércio (Atacado) 
2- Agricultura (Pequena produção) 15- Comércio (Franquias) 
3- Agricultura (Relações de trabalho) 16- Comércio (Varejo) 
4- Agricultura (Quadros agrários e agrícolas –atividades) 17- Comércio regional (Estudo de caso) 
5- Agricultura e produção do espaço 18- Comércio (Supermercados e entrepostos) 
6- Agricultura (Cooperativas) 19- Relações de Trabalho 
7- Agricultura (Agroindústria) 20- Migrações 
8- Indústria (Ramos) 21- Caracterização econômica de regiões 
9- Indústria (Estudo de Caso – local) 22- Transportes 
10- Indústria (Distritos) 23- Discussões teórico-metodológicas 
11-Indústria (Tecnopólos) 24- Artesanato/garimpo 
12- Comércio (Ambulante) 25- Renda da Terra urbana 
13- Comércio (Shopping centers) 
 
Fonte: Levantamento bibliográfico 
Org.: Flaviana G. Nunes 
 
Pelo gráfico acima percebemos que durante a década de 1970 o tema 
mais abordado nos trabalhos foi aquele relacionado à caracterização de quadros agrários 
e agrícolas em determinadas áreas ou regiões seguido dos estudos de caso sobre 
indústrias. No entanto, se somarmos os demais temas relacionados á agricultura 
notamos que são mais que o dobro de trabalhos sobre indústria. Temas como 
Temáticas Abordadas nas Dissertações e Teses em Geografia Econômica - 
Década de 1970
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caracterização econômica de regiões e discussões teórico-metodológicas também 
comparecem, mas com um número bem menor de trabalhos. 
Vejamos agora o que aconteceu na década de 1980: 
 
 Figura 6 
Legenda: 
1- Agricultura (Modernização) 14- Comércio (Atacado) 
2- Agricultura (Pequena produção) 15- Comércio (Franquias) 
3- Agricultura (Relações de trabalho) 16- Comércio (Varejo) 
4- Agricultura (Quadros agrários e agrícolas –atividades) 17- Comércio regional (Estudo de caso) 
5- Agricultura e produção do espaço 18- Comércio (Supermercados e entrepostos) 
6- Agricultura (Cooperativas) 19- Relações de Trabalho 
7- Agricultura (Agroindústria) 20- Migrações 
8- Indústria (Ramos) 21- Caracterização econômica de regiões 
9- Indústria (Estudo de Caso – local) 22- Transportes 
10- Indústria (Distritos) 23- Discussões teórico-metodológicas 
11-Indústria (Tecnopólos) 24- Artesanato/garimpo 
12- Comércio (Ambulante) 25- Renda da Terra urbana 
13- Comércio (Shopping centers) 
 
 
Fonte: Levantamento bibliográfico 
Org.: Flaviana G. Nunes 
 
Pelo gráfico acima notamos que na década de 1980 foi ainda maior o 
predomínio dos temas ligados à agricultura.

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