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LESÃO POR PRESSÃO E TRATAMENTO DE FERIDAS TURMA ENF05N22 ALUNOS Cleiciane Ferreira de Souza Kariana Alcântara Siza Karoline Uchôa da Silva Silvia Jéssica da Silva Oliveira Silvio Gabriel da Silva Oliveira LESÃO POR PRESSÃO A lesão por pressão (LPP), conhecida anteriormente como úlcera de pressão, úlcera de decúbito ou ferida de leito, ela é um dano localizado na pele e tecido subjacente, que pode ser causado por pressão, cisalhamento ou fricção. Esse tipo de lesão é mais comum entre idosos, pessoas com a mobilidade reduzida ou pessoas acamadas e, usualmente, são de difícil cicatrização, dolorosas, necessitam de tratamento custoso, além de ter um impacto negativo na qualidade de vida do indivíduo. Cuidados com as feridas e curativos Os cuidados com as feridas são fundamentais para prevenção de infecções podem prejudicar o processo de cicatrização, além de evitar desconforto e dores. Tratar as feridas em ambiente hospitalar ou em casa exigem medidas que garantam a segurança do paciente. Uma delas tem a ver com os tipos de curativos para feridas. Além de higienizar bem as mãos, utilizar materiais descartáveis e esterilizados, é preciso cuidar para que o curativo auxilie na proteção e cicatrização dos ferimentos. Devido a maior fragilidade da pele dos idosos, os ferimentos nesses pacientes merecem cuidados especiais para que as lesões não aumentem. Feridas causadas por roupas e acessórios Fraldas geriátricas, roupas muito justas ao e outros tipos de tecidos que dificultam a transpiração da pele que, pode causar atrito e ferimento no idoso ou os demais pacientes. Nesse caso, além de observado para prevenir o aparecimento desse tipo de ferida, quando detectadas devem ser higienizadas com água e sabão neutro. É importante deixar a área afetada livre para que a cicatrização ocorra normalmente. Para isso, não é recomendado o uso de curativos oclusivo que isolam a área. Caso o ferimento apresente alguma alteração de cor ou secreção, é necessário procurar atendimento médico. Feridas pós-operatório Após a realização de procedimento cirúrgico, é necessário seguir os cuidados como a troca periódica e higienização correta de acordo com a indicação médica. Geralmente, o período para retirada de pontos é de 6 a7 dias. O curativo com dreno é um tipo de curativo cirúrgico utilizado em paciente que utiliza sonda ou bolsas estéril e devem ser trocada periodicamente, de acordo com a orientação médica. O procedimento para troca deve manter a pele ao redor do ferimento ilesa de agressões por esparadrapos. Feridas causadas por lesões de pressão Popularmente conhecida como escara, a úlcera de decúbito ou pressão surgem em idosos demais pacientes acamados ou que permanecem por muito tempo na mesma posição em cadeira de rodas. Com pressão exercida sobre áreas como os cotovelos, ombros, calcanhar, ísquio (nádegas) e sacro (cóccix), o primeiro grau desses experimentos começa como uma mancha avermelhada e podendo evoluir a erupções que expõem músculos e ossos, se não forem tratados adequadamente. Para prevenir esse tipo de lesão, é necessário alternar a posição a cada duas horas e manter a pele seca, higienizada e hidratada. Nos casos onde o ferimento ainda não apresenta exposição de músculos e ossos, são utilizados curativo (semi-oclusivos) até que a ferida inicie a cicatrização já em seu último estado, onde existe perda de tecidos epitelial, é necessário a intervenção cirúrgica. Segurança para prevenção de lesões por pressão 1- Realizar avaliação de risco de todos os pacientes antes e durante a internação; 2- Realizar avaliação criteriosa da pele pelo menos uma vez ao dia, especialmente nas áreas de proeminências ósseas (joelhos, cotovelos e calcanhares) e pelo menos duas vezes ao dia nas regiões submetidas a pressão por dispositivos, como cateteres, tubos e drenos; 3- Uso de apoio (travesseiros coxins ou espumas) na altura da panturrilha, a fim de erguer os pés e proteger os calcanhares; 4- Manutenção da higiene corporal; 5- Hidratação diária da pele do paciente com hidratantes e umectantes; 6- Manutenção de nutrição (calórica, proteica e hídrica) adequada para favorecer a cicatrização dos tecidos; 7- Unhas de Barreiras protetora da unidade excessiva viva quando necessário como, por exemplo: película semipermeável, hidrocoloide, espuma de poliuretano, sacos retais ou substâncias oleosas; 8- Orientação do paciente da família na prevenção e tratamento das lesões por pressão. 9- Mudança de posição para reduzir a pressão local evitando manter a mesma posição durante períodos prolongados. 10- Usar colchão especial ou de coxins, como colchão de espuma de tipo caixa de ovo ou colchão d'água; Prevenção das infecções das LPP ✓ Siga as medidas de precauções e substâncias corporais quando estiver lidando com o UPP. ✓ Os luvas limpas para cada paciente. ✓ Quando estiver tratando multiplayer 0 PP em um mesmo paciente, atenda a lesão mais contaminada por último. ✓ Os instrumentos para desbridar a LPP. ✓ Após o desbridamento monitoriza a temperatura do paciente esteja alerta para sinais de bateremia ou septicemia, por exemplo: febre inexplicável, taquicardia, hipotensão, deterioração (agravamento) no status mental. ✓ Os descartes desses curativos contaminados devem ser feitos de maneira consistente, com a regulamentação local. ✓ Uma aderência estrita as precauções universais e boa lavagem das mãos entre os pacientes. ✓ Carros de curativos usados para vários pacientes, levados para o quarto, ao lado da cama, não deve ser usados para guardar suprimentos para curativos. ✓ Os pacientes, individualmente, deveriam ter os seus próprios materiais de curativo que são protegidos de contaminação ambiental, danos causados pela água, acúmulo de poeiras ou contaminantes de contato. ✓ Avaliação da recorrência da UPP é um componente contínuo do cuidado. ✓ A cama deve ser limpa e seca. ✓ Os cuidadores devem lavar as mãos antes de entrar em contato com os pacientes. ✓ A agência de proteção ambiental americana, recomenda que cuidado a domiciliar os curativos sujos devem ser colocados em saco plásticos, seguramente fechados, antes de serem adicionados aos outros lixos da casa. Os seis estágios ou tipos da lesão por pressão O sistema de classificação da ferida nos ajuda a descrever o nível de dano à pele e ao tecido. Esta é uma primeira etapa importante a fim de desenvolver o plano de tratamento adequado para estes tipos de feridas. Lesão por Pressão Estágio 1: Pele íntegra com eritema que não embranquece. Pele íntegra com área localizada de eritema que não embranquece e que pode parecer diferente em pele de cor escura. Presença de eritema que embranquece ou mudanças na sensibilidade, temperatura ou consistência (endurecimento) podem preceder as mudanças visuais. Mudanças na cor não incluem descoloração púrpura ou castanha; essas podem indicar dano tissular profundo. Lesão por Pressão Estágio 2: Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da derme. Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da derme. O leito da ferida é viável, de coloração rosa ou vermelha, úmido e pode também apresentar-se como uma bolha intacta (preenchida com exsudato seroso) ou rompida. O tecido adiposo e tecidos profundos não são visíveis. Tecido de granulação, esfacelo e escara não estão presentes. Essas lesões geralmente resultam de microclima inadequado e cisalhamento da pele na região da pélvis e no calcâneo. Esse estágio não deve ser usado para descrever as lesões de pele associadas à umidade, incluindo a dermatite associada à incontinência (DAI), a dermatite intertriginosa, a lesão de pele associada a adesivos médicos ou as feridas traumáticas (lesões por fricção, queimaduras, abrasões). Lesão porPressão Estágio 3: Perda da pele em sua espessura total. Perda da pele em sua espessura total na qual a gordura é visível e, frequentemente, tecido de granulação e epíbole (lesão com bordas enroladas) estão presentes. Esfacelo e /ou escara pode estar visível. A profundidade do dano tissular varia conforme a localização anatômica; áreas com adiposidade significativa podem desenvolver lesões profundas. Podem ocorrer descolamento e túneis. Não há exposição de fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem e/ou osso. Quando o esfacelo ou escara prejudica a identificação da extensão da perda tissular, deve-se classificá-la como Lesão por Pressão Não Classificável. Lesão por Pressão Estágio 4: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular. Perda da pele em sua espessura total e perda tissular com exposição ou palpação direta da fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso. Esfacelo e /ou escara pode estar visível. Epíbole (lesão com bordas enroladas), descolamento e/ou túneis ocorrem frequentemente. A profundidade varia conforme a localização anatômica. Quando o esfacelo ou escara prejudica a identificação da extensão da perda tissular, deve-se classificá-la como Lesão por Pressão Não Classificável. Lesão por Pressão Não Classificável: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular não visível. Perda da pele em sua espessura total e perda tissular na qual a extensão do dano não pode ser confirmada porque está encoberta pelo esfacelo ou escara. Ao ser removido (esfacelo ou escara), Lesão por Pressão em Estágio 3 ou Estágio 4 ficará aparente. Escara estável (isto é, seca, aderente, sem eritema ou flutuação) em membro isquêmico ou no calcâneo não deve ser removida, pois serve de proteção natural. Lesão por Pressão Tissular Profunda: descoloração vermelho escura, marrom ou púrpura, persistente e que não embranquece. Pele intacta ou não, com área localizada e persistente de descoloração vermelha escura, marrom ou púrpura que não embranquece ou separação epidérmica que mostra lesão com leito escurecido ou bolha com exsudato sanguinolento. Dor e mudança na temperatura frequentemente precedem as alterações de coloração da pele. A descoloração pode apresentar-se diferente em pessoas com pele de tonalidade mais escura. Essa lesão resulta de pressão intensa e/ou prolongada e de cisalhamento na interface osso-músculo. A ferida pode evoluir rapidamente e revelar a extensão atual da lesão tissular ou resolver sem perda tissular. Quando tecido necrótico, tecido subcutâneo, tecido de granulação, fáscia, músculo ou outras estruturas subjacentes estão visíveis, isso indica lesão por pressão com perda total de tecido (Lesão por Pressão Não Classificável ou Estágio 3 ou Estágio 4). Não se deve utilizar a categoria Lesão por Pressão Tissular Profunda (LPTP) para descrever condições vasculares, traumáticas, neuropáticas ou dermatológicas. Definições adicionais: Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico: Essa terminologia descreve a etiologia da lesão e resulta do uso de dispositivos criados e aplicados para fins diagnósticos e terapêuticos. A lesão por pressão resultante geralmente apresenta o padrão ou forma do dispositivo. Essa lesão deve ser categorizada usando o sistema de classificação de lesões por pressão. Lesão por Pressão em Membranas Mucosas: A Lesão por Pressão em Membranas Mucosas é encontrada quando há histórico de uso de dispositivos médicos no local do dano. Devido à anatomia do tecido, essas lesões não podem ser categorizadas. Escala de Braden É um importante instrumento que foi criado no ano de 1987 pelas enfermeiras Bárbara Braden e Nancy Bergstrom, com o objetivo de avaliar o risco de acometimento de lesão por pressão, especialmente aqueles em internação hospitalar por longo período. A Escala de Braden é um recurso utilizado nas UTIs para medir o risco dos pacientes críticos de desenvolverem lesões por pressão. A partir desse registro, enfermeiros conseguem aplicar medidas preventivas e promover um tratamento mais eficaz. De acordo com os resultados desta avaliação, profissionais de saúde conseguem identificar os pacientes em risco e aplicar medidas preventivas para evitar o desenvolvimento das lesões por pressão. O profissional responsável analisa seis fatores principais e pontua de 1 a 4, sendo maior quanto mais positivo for o estado do paciente. São eles: Percepção sensorial (1 a 4 pontos); Atividade (1 a 4 pontos); Mobilidade (1 a 4 pontos); Umidade (1 a 4 pontos); Nutrição (1 a 4 pontos); Fricção ou cisalhamento (1 a 3 pontos). Em seguida, é necessário somar os valores, que resultará em um número entre 6 e 23, indicando o estado da lesão e quais práticas seguir após a avaliação. Tratamento da LPP O tratamento da LPP instalada deverá ser implementado em conjunto com as medidas preventivas. Os tratamentos tópico e sistêmico da LPP considerarão: Procedimentos de limpeza e de debridamento; Aplicação de terapia tópica (coberturas primárias, secundárias e de fixação) e Intervenção sistêmica. Tratamento Tópico Procedimentos de limpeza e de debridamento. • A técnica de limpeza da lesão e da pele adjacente visa remover secreções, tecidos desvitalizados soltos, micro-organismos e resíduos das coberturas tópicas, preservando o tecido de granulação e minimizando riscos de trauma e/ou infecção. Os passos para a limpeza da lesão deverão seguir o POP “Curativo em Ferida Aberta”, disponível à equipe de enfermagem, seguindo técnica asséptica e limpeza com soro fisiológico (SF) 0,9% morno e em jato. A solução aquosa de polihexanida 0,1% (PHMB) poderá ser indicada também para limpeza da ferida, quando for necessário uma limpeza mais profunda e controle antimicrobiano. • A remoção do tecido desvitalizado, quando houver, ocorrerá após a limpeza, sem agredir o tecido de granulação, por meio dos processos: 1° opção: Mecânico (jato de SF 0,9% ou gazes); 2° opção: Enzimático (cobertura tópica primária com enzimas proteolíticas) ou Autolítico (cobertura tópica primária com facilitadores da ação dos macrófagos e da atividade proteolítica endógena); 3° opção: Instrumental conservador (tesoura/bisturi); 4° opção: Cirúrgico. Ressalvas: 1. Utilizar o sistema RYB de avaliação por cores para seleção do debridamento: Vermelho, amarelo e preta – PROTEGER A VERMELHA; LIMPAR A AMARELA E DESBRIDAR A PRETA. 2. O debridamento conservador ou cirúrgico deverá ser indicado quando o desbridamento pelos meios mecânico e enzimático ou autolítico não forem suficientes. 3. As necroses secas deverão ser “escarificadas”, em forma de rede, (técnica de Square) com uso de bisturi ou agulha 0,12 x 40, antes da aplicação da cobertura tópica enzimática ou autolítica, para facilitar a penetração desse produto. 4. Não é recomendado desbridar necroses estáveis e duras nos membros inferiores: especialmente, nos calcâneo Aplicação de terapias tópicas A prescrição das coberturas será embasada nas recomendações do preparo do leito da lesão que preconizam fazer as seguintes observações clínicas: tipo de tecido; estadiamento da lesão; quantidade de exsudato; presença de sangramento; sensibilidade à dor e presença de infecção. As coberturas incluem: as primárias, as secundárias e os dispositivos defixação/suporte. • A terapia sistêmica deverá estar voltada ao tratamento ou controle/ajustes dos fatores intrínsecos do paciente que, diretamente ou indiretamente, interferem ou podem interferir no processo de cicatrização da LPP. Importante: considerar as competências técnicas e legais de cada categoria profissional. • A análise laboratorial é uma ferramenta indicada como critério de avaliação no processo cicatricial da lesão e guia para adequaçõesnutricionais e metabólicas. Os exames indicados e os valores de referência são: Hemoglobina glicada (6,5 a 7%); Albumina sérica (3,5 a 5,2 g/dL); Hemograma completo (eritrócitos 4 a 6 milhões/mm3; hemoglobina 12 a 18 g/dL; hematócrito 35 a 50%; plaquetas 150.000 a 450.000/mm3; leucócitos 4.500 a 11.000 células/mm3); Zinco (80 a 120 μg/dL); Vitamina B12 (200-835 pg/mL); Vitamina D (>30 ng/mL). Evolução da Lesão por Pressão • O registro da evolução da LPP deverá ser realizado a cada 7 dias, pelo enfermeiro da unidade, utilizando o “Formulário de Avaliação de Lesão Crônica” (APÊNDICE C), para monitoramento e reavaliar condutas. • A escala Pressure Ulcer Scale for Healing (PUSH) (ANEXO C) poderá ser utilizada para predizer o progresso da cicatrização da lesão (pontuação de 0 a 17 pontos). Como medir a área da LPP? Traçar uma linha horizontal e uma linha vertical nos maiores diâmetros da lesão; mensurar em centímetros e multiplicar os valores. Utilizar régua transparente descartável milimetrada, preferencialmente. • O plano de tratamento deverá ser reavaliado a cada 7 dias, principalmente, quando não houver uma evolução esperada da lesão. • A análise microbiológica da lesão poderá ser indicada quando a LPP não apresentar uma evolução esperada e ter a presença de sinais e sintomas locais e/ou sistêmicos de infecção. Sinais e sintomas locais e sistêmicos: Aumento da dor; odor fétido; descoloração do tecido de granulação; hipergranulação; Aumento ou alteração exsudato (purulento); aumento de necrose; alterações na pele perilesional (edema, dor; eritema, calor); febre; calafrios; leucocitose; taquicardia; hipotensão arterial e outros. Tipos de procedimentos para coleta de material microbiológico: Coleta de tecido por meio de biópsia (CB). Indicado pós debridamento cirúrgico. Preferível Coleta por swab ou por técnica de aspiração. Seguir o POP “Coleta de Material Microbiológico de Feridas”, disponível à equipe de enfermagem (STACCIARINI; CUNHA, 2014). Observações: A coleta de material microbiológico deverá ser realizada em tecido viável, após a limpeza. Se o resultado microbiológico confirmar a infecção da lesão, a necessidade de tratamento sistêmico com antimicrobianos será determinada pelo médico, considerando os resultados laboratoriais e o e estado clínico do paciente. Na presença de sinais de infecção na lesão, é indicada terapia tópica com antimicrobianos. Tempo máximo de uso de um mesmo agente tópico é de 15 dias. Investigação de diagnóstico de osteomielite em lesões estágio 4 a partir do 14° dia de sua instalação. • A documentação fotográfica, recurso utilizado no registro da evolução de uma lesão, deverá possuir: autorização escrita do paciente/responsável; máquina de boa qualidade. Tratamento de Feridas AVALIAÇÃO É essencial uma avaliação criteriosa da ferida e o estabelecimento de um diagnóstico de enfermagem acurado. Para tanto, é necessário levar em consideração as evidências clínicas observadas quanto à localização anatômica, forma, tamanho, profundidade, bordos, presença de tecido de granulação e quantidade de tecido necrótico, sua drenagem e as condições da pele perilesional. A sistematização do tratamento de feridas ocorre por meio de ações simples que visam remover as barreiras que impedem a cicatrização. Essas barreiras são expressas na palavra TIME, onde cada letra significa uma barreira a ser removida da lesão são quatro componentes da cicatrização da ferida importantes na preparação do leito e na orientação das decisões terapêuticas dos profissionais. Para atingir um bom resultado em termos de cicatrização, é preciso observar esses quatro princípios, sendo necessário que cada um deles apresente um status adequado para que seja possível a progressão do processo cicatricial. T (Tecido inviável) - Para o preparo da ferida, é necessário avaliar as condições do tecido. Se ele estiver inviável, necrótico ou deficiente, é recomendável realizar o desbridamento, que pode ser instrumental, autolítico, enzimático, mecânico ou biológico. O desbridamento tem a finalidade de remover o tecido desvitalizado, restaurar a base da ferida e da matriz extracelular e obter tecido viável no leito da ferida. I (Infecção ou inflamação) - Trata-se aqui do tecido com alta conta gem bacteriana ou inflamação prolongada, com número elevado de citocinas inflamatórias. Atividade das proteases e baixa atividade dos fatores de crescimento são prejudiciais para a cicatrização. Nessa situação, é necessário realizar a limpeza da ferida e avaliar as condições tópicas sistêmicas e o uso de anti-inflamatórios e antimicrobianos. M (Manutenção da umidade) - Para que ocorra a cicatrização, é necessário o equilíbrio da umidade da ferida. Enquanto o leito da ferida ressecado ocasiona uma migração lenta das células epiteliais, o excesso de exsudato também é prejudicial, pois pode provocar maceração da margem e da pele perilesional. Nessas condições, é preciso estimular a migração das células epiteliais, para evitar ressecamento e maceração, e controlar o edema e o excesso de fluidos. E (Epitelização das bordas) – É a situação em que, no processo de cicatrização, há progressão da cobertura epitelial a partir das bordas. Nesse caso, deve-se avaliar todo o processo, observando as causas e optando por uma das terapias corretivas, que poderá ser desbridamento do tecido morto, enxerto de pele no local, uso de agentes biológicos e terapias adjuntas. Tratamento da ferida No tratamento das feridas, além dos fatores locais, existem fatores sistêmicos que podem afetar o processo de reparação da pele e dos tecidos, como a idade, a imobilidade, o estado nutricional, as doenças associadas e o uso de medicamentos contínuos, principalmente drogas imunossupressoras. Entre os fatores locais que afetam o processo, destacam-se a localização anatômica da ferida e a presença de infecção e de tecido desvitalizado. Avaliação das condições clínicas Todo paciente deve ser avaliado de forma ampla, uma vez que um paciente descompensado clinicamente terá um processo de cicatrização mais difícil. Apresentam-se a seguir os fatores a serem considerados nesta avaliação. • Idade: é um dos aspectos sistêmicos mais importantes, um cofator de risco tanto para o surgimento de lesões, como para a sua manutenção, já que ela interfere no funcionamento de todos os sistemas fisiológicos corporais. A idade avançada está associada a uma série de alterações nutricionais, metabólicas, vasculares e imunológicas e, muitas vezes, às doenças crônicas, que tornam o indivíduo mais suscetível ao trauma e à infecção. • Estado nutricional: as proteínas são fundamentais para todos os aspectos da cicatrização, desde a síntese de colágeno e a proliferação epidérmica, até a neovascularização. Destacam-se os se- guintes nutrientes: • Vitamina A: essencial à formação e manutenção da integridade do tecido epitelial; • Vitaminas do complexo B: necessárias para a efetiva ligação cruzada entre as fibras colágenas, para a função linfocitária e a produção de anticorpos; • Vitamina C: essencial para a hidroxilação da lisina e da prolina no processo de síntese de colágeno. É importante, também, para a produção de fibroblastos e para a integridade capilar; • Oligoelementos, como zinco, ferro, cobre e manganês: necessários para a formação do colágeno; • Água: o mais importante nutriente; corresponde a cerca de 55% do peso corporal e compõe todas as atividades celulares e funções fisiológicas. • Imobilidade: é um fator que limita e reduz a cicatrização da ferida, por diminuir o aporte sanguíneo e aumentar o risco de isquemia tecidual. Pacientes com percepção sensorial diminuída e imobilizados no leito não percebem ou não conseguem reagir ao desconforto ocasionadopelo excesso de pressão nas regiões de proeminências ósseas e, portanto, têm maior dependência para se movimentarem. Esses pacientes precisam de assistência da enfermagem para aliviar a pressão nos tecidos. A pressão excessiva contribui para o desenvolvimento da úlcera de pressão, por induzir à isquemia e à necrose dos tecidos. • Vascularização: a oxigenação e perfusão tissular são condições essenciais para a manutenção da integridade e sucesso na reparação tissular. Indivíduos portadores de insuficiência arterial ou venosa podem desenvolver ulcerações distais que tendem à cronificação. O tabagismo também é um componente importante na ocorrência da hipóxia, devido à ação vasoconstritora da nicotina. • Condições sistêmicas: uma das mais importantes é o diabetes mellitus, que reduz a resposta inflamatória e aumenta o risco de infecção. Já a neuropatia diminui a percepção sensorial, aumentando o risco para o desenvolvimento de feridas. A insuficiência renal, por sua vez, interfere na manutenção da pressão arterial, no equilíbrio hidroeletrolítico e no processo de coagulação. Além dessas, existem outras condições sistêmicas, como as doenças reumatológica, hepática, neurológica, intestinal, hematológica, que, por mecanismos diretos ou indiretos, influenciam negativamente no processo de reparação tissular ou predispõem o indivíduo a riscos maiores de desenvolvimento de feridas. Alguns tratamentos sistêmicos podem comprometer o processo de reparação tissular, como radioterapia, quimioterapia, esteroides e drogas anti-inflamatórias e imunossupressoras. • Fatores locais: são desencadeados por doença arterial, infecção bacteriana, uso de agentes tópicos citotóxicos ou presença de tecido necrosado. • Fatores psicossociais: ausência de redes sociais ou de sistemas de suporte, isolamento, dificuldades financeiras, comportamento de não adesão aos protocolos de tratamento, não comparecimento às consultas, não remoção de curativos, abuso de substâncias, dor etc. Controle da dor e o uso de analgésicos A dor é uma das principais causas de sofrimento humano, portanto, sua avaliação se constitui numa premissa da prática clínica. Para identificar a causa desencadeante da dor e ter condições de aliviá-la, é necessário um cuidado individualizado. O inadequado alívio da dor na presença de feridas e na troca da cobertura dificulta a realização adequada do curativo, com prejuízo à cicatrização e desconforto ou dor ao paciente. Portanto, a analgesia prévia ao curativo, conforme prescrição médica, é necessária para que se possam remover do leito da ferida o curativo, os agentes inflamatórios, os corpos estranhos e os tecidos desvitalizados com o mínimo de desconforto para o paciente. Nesse processo, o uso de soro morno também auxilia a minimizar a dor. A dor pode ser classificada como: a dor local, a dor ocasional, a dor produzida durante o curativo e a dor relacionada aos procedimentos cirúrgicos. A dor local é aquela que o paciente sente sem haver manipulação da ferida. Ela pode ser contínua ou intermitente. Está relacionada a fatores subjacentes da ferida, a fatores locais como isquemia ou infecção, ou a outras patologias relevantes, como neuropatia diabética, doença vascular periférica, artrite reumatoide ou alterações dermatológicas. Os fatores locais da dor nas feridas incluem a isquemia no sítio ou perilesional, a presença de infecção local ou subjacente, a umidade, a presença de exsudato, o edema e a maceração da pele. • avaliar tanto a dor local da ferida quanto a dor de todo tecido perilesional; • utilizar escalas de avaliação de intensidade de dor durante e após o procedimento; • registrar os dados para que se possa avaliar se a dor aumenta ou diminui; • avaliar as intervenções analgésicas propostas na troca de coberturas; • registrar os acontecimentos que incrementam ou diminuem a dor relacionada ao tratamento de feridas; • promover um ambiente de cuidado humanizado, livre de sofrimentos quando é possível evitá-los. • Tipo de ferida – informar a causa da ferida: cirúrgica, traumática ou ulcerativa. Se for úlcera por pressão, classificar seu estágio de acordo com a Classificação por Estágios das Úlceras por Pressão. • Tempo de duração da ferida e sua origem - essa informação permite classificar a ferida em aguda ou crônica, bem como estabelecer se a origem foi comunitária ou hospitalar. • Localização da ferida - descrever a região anatômica acometi- da, o que permite a localização precisa da ferida. • Dimensão da ferida - medir os bordos da ferida, registrando altura, largura e profundidade, em centímetros, utilizando a régua descartável. • Tipo de tecido - descrever o tipo de tecido do leito da ferida, se existe infecção, como é o meio (umidade) e a epitelização dos bordos (TIME). • Características do exsudato - registrar o aspecto, a quantidade ou a ausência de exsudato. • Pele perilesão - registrar o aspecto e as condições da pele perilesional. • Descrição do procedimento - descrever o aspecto do curativo, a técnica de limpeza e a cobertura escolhida para o leito da ferida e para a proteção dos bordos. • Previsão de troca do curativo - registrar a periodicidade da próxima troca e incluir na prescrição de enfermagem. • Dor ou queixas do paciente em relação ao procedimento - registrar se a analgesia prescrita está adequada, se está sendo possível realizar a limpeza da ferida com desconforto tolerável para o paciente, e demais queixas do paciente. Evolução da ferida Avaliar e registrar a evolução da ferida é necessário para determinar o tratamento apropriado para cada caso. Isso deve ser feito de forma sistemática, desde a ocorrência da ferida até sua resolução. O registro deverá ser realizado de forma objetiva, incluindo o tipo de ferida, o tempo de duração, a localização, a dimensão, o tipo de tecido, o exsudato, a pele perilesional e o tipo de curativo. Ele também deverá conter a descrição do procedimento realizado, informar se há dor durante a troca do curativo, outros desconfortos relatados pelo paciente, bem como o plano para a próxima troca do curativo. Os registros devem ter uma linguagem objetiva e mensurável, sendo fundamental que as informações permitam acompanhar a evolução das feridas. Alguns fatores que interferem na cicatrização de feridas A cicatrização é um processo complexo que compreende diversos eventos celulares e moleculares interagindo para que o local da lesão seja reconstituído. É preciso ficar atento quando há demora em se fechar algumas feridas pois existem alguns fatores que, além de atrasar a reconstrução e a produção de novas células, podem fazer com que haja complicações futuras. Diferenças entre as causas de cicatrizações lentas Existem dois tipos de fatores que influenciam a cicatrização, que são os que estão ligados diretamente ao local afetado (intrínsecos) e os que estão ligados à condição do paciente com a lesão (extrínsecos). Entre os Fatores Intrínsecos estão: Dimensão e profundidade da lesão; Tipo de tecido lesado; Localização da lesão; Infecção local e grau de contaminação; Presença de secreções; Necrose tecidual; Falta de oxigenação; Tensão na ferida; Hemorragia; Corpos Estranhos; Hematomas. Nutrição – É muito importante, dietas ricas em vitaminas e proteínas vão interferir diretamente com o tempo de cicatrização da ferida. Hidratação – O paciente desidratado tem maior dificuldade no tratamento e tempo cicatrização das feridas. Estado neurológico – A colaboração do paciente é muito importante para o sucesso do tratamento. Idade – baixa resistência do idoso. Esta associada a uma serie de alterações nutricionais, metabólicas, vasculares e imunológicas. Localização Anatômica da ferida – A localização interfere, pois dependendo por exemplo em lugares em que dificultam o curativocomo na região sacra onde o paciente dorme em cima da ferida. Mobilidade – O paciente em condições de mobilidade normal a possui mais condições para a rapidez da cicatrização. Condições Sociais – De uma forma geral facilita o tratamento quando o paciente tem pessoas como da família para auxílio no tratamento, bem como condições monetária para compra de materiais e dispositivos necessários. Uso de Medicamentos – Imunossupressores interferem no tratamento devido a baixa resistência causada para o paciente. Tempo da Existência da Ferida – Feridas crônicas devem ser avaliadas à partir de vários critérios, assim como uso de terapias anteriores, uso de pomadas que interferem na cicatrização não sendo seletiva em relação ao dano do tecido viável. Podemos destacar nestes fatores que alguns deles são causados pela falta de higiene adequada e de cuidados especiais com o local lesionado, porém, é notável como a falta de oxigenação e circulação adequada do sangue interfere na cura. Por isso muitos pacientes estão procurando tratamentos realizados em câmera hiperbárica, porque o aumento do oxigênio que circula no sangue faz com que a cicatrização seja acelerada. Vamos citar agora os Fatores Extrínsecos: Idade; Estado nutricional; Estado imunológico; Diabetes e outras doenças crônicas; Uso de medicamentos (principalmente de esteroides) e/ou Terapias medicamentosas associadas; Quimioterapia; Alcoolismo; Tabagismo. Os fatores acima não são diretamente controlados por quem sofreu a lesão ou pelo profissional que o acompanha. No caso do uso de cigarro, álcool e algumas medicações, a recomendação para interromper o uso durante esse período pode ser dada, mas as substâncias que já circulam no sangue podem afetar a cicatrização por um tempo prolongado, mesmo depois que tenham sido interrompidos. O desconhecimento de algumas doenças, estado nutricional e a falta de cuidado de pacientes diabéticos são agravantes e quanto mais cedo o tratamento se iniciar, menores as chances de complicações tardias. Como perceber e tratar esses fatores A cicatrização normalmente leva entre 4 a 6 semanas para se completar. Ela pode não se iniciar imediatamente após a lesão devido aos fatores extrínsecos que citamos. Pacientes com diabetes, idade avançada e que fazem uso de algumas medicações podem retardar o processo de cura de feridas. Não é bom deixar o local aberto por muito tempo e sem os cuidados necessários. Muitas amputações de pessoas com pé diabético ocorrem por causa da má circulação e de oxigenação insuficiente no local. Irrigação A irrigação é muito importante, sendo utilizado toda a quantidade do frasco, isso remove qualquer corpo estranho que venha interferir no processo de cicatrização sem causar lesão na mucosa íntegra. - Manter a ferida fechada para proteção de qualquer interferência externa. Irrigar a laceração usando soro fisiológico estéril em uma seringa de 35 ou 60 mL (de preferência com um protetor contra respingos acoplado, ou então utilizando um cateter plástico). Usar uma sonda ou pinça de tecido para expor o tecido e irrigar toda a profundidade e toda a extensão da ferida. Pressionar o êmbolo para baixo com os polegares das duas mãos para produzir pressão suficiente para remover material particulado e bactérias. O volume de líquido necessário varia de acordo com o tamanho e o grau de contaminação da ferida. Tipicamente, 50 a 100 mL por centímetro do comprimento da ferida são utilizados, mas para feridas relativamente limpas, 30 a 50 mL por centímetro são geralmente adequados. Continuar a irrigação até que a ferida esteja visivelmente limpa. Se a irrigação é ineficaz em remover partículas visíveis, é necessária limpeza. Cuidados com drenos Algumas cirurgias exigem a necessidade da colocação de drenos para facilitar o esvaziamento do ar e líquidos (sangue, secreções) acumulados na cavidade. Dreno pode ser definido como um objeto de forma variada, produzido em materiais diversos, cuja finalidade é manter a saída de líquido de uma cavidade para o exterior. As indicações para colocação de controle de drenos são específicas para cada tipo de dreno. Podem ser classificados em: – Dreno aberto, ex.: penrose; – Dreno de sucção fechada; – Dreno de reservatório; – Cateteres para drenagem de abscesso. Dreno de Penrose É um dreno de borracha, tipo látex, utilizado em cirurgias que implicam em possível acúmulo local de líquidos infectados, ou não, no período pós-operatório. Seu orifício de passagem deve ser amplo e ser posicionado à menor distância da loja a ser drenada, não utilizando o dreno por meio da incisão cirúrgica e, sim, por meio de uma contraincisão. Para evitar depósitos de fibrina que possam obstruir seu lúmen, o dreno de penrose deve ser observado e mobilizado a cada 12 horas, ou seja, tracionado em cada curativo (exceto quando contraindicado), cortado seu excesso e recolocado o alfinete de segurança estéril, usando luva esterilizada. O orifício de saída deve ser ocluído com gaze estéril, devendo este curativo ser substituído sempre que necessário. Dreno de Sucção (Portovac) É composto por um sistema fechado de drenagem pós-operatória, de polietileno, com resistência projetada para uma sucção contínua e suave. Possui uma bomba de aspiração com capacidade de 500 ml, com um cordão de fixação, uma extensão intermediária em PVC com pinça corta-fluxo e um conector de duas ou três vias, e um cateter de drenagem com agulha de aço cirúrgico (3,2 mm, 4,8 mm ou 6,4 mm) utilizada para perfurar o local de passagem do dreno. É usado para drenagem de líquido seroso ou sanguinolento, de locais de dissecção ou da área de anastomoses intraperitoneais. Seu objetivo é facilitar a coaptação dos tecidos adjacentes e impedir o acúmulo de soro e a formação de hematoma. Uma das principais complicações são a erosão do dreno em órgãos ou vasos circunvizinhos e a ruptura do cateter ao ser retirado. Cuidados com o Portovac Prazo de permanência: aproximadamente 48 horas. Não tracionar verificar drenagem (presença de coágulos) Manipulação asséptica Dreno de Abramsom São tubos de grande calibre e luz múltipla e têm as seguintes finalidades: – Irrigação e aspiração contínua; – Usado mais comumente para drenar espaços intra-abdominais que se espera drenar grande volume de líquido. Dreno de Kerr É introduzido nas vias biliares extra-hepáticas, sendo utilizado para drenagem externa, descompressão, ou ainda, após anastomose biliar, como prótese modeladora, devendo ser fixado por meio de pontos na parede duodenal lateral ao dreno, tanto quanto na pele, impedindo sua saída espontânea. Dreno JP (Jackson Pratt) Drenos com reservatório JP, que funciona com pressão negativa e diferencia-se do anterior por possuir a forma de uma pêra. Indicação: cirurgias abdominais. Principal cuidado: manter vácuo (então culmina por alterar o volume drenado, podendo acumular o que provocaria dor, desconforto, alteração de sinais vitais e outras. Dreno Blake O Dreno de Blake é um dispositivo de silicone para a drenagem de fluidos no período pós-operatório. Possui canais de fluxo ao longo de seu corpo, que diminuem a possibilidade de obstrução e possibilitam uma drenagem mais eficiente. O seu centro sólido proporciona uma maior resistência às tensões, evitando assim a obstrução. Tipos de curativos Os tipos de curativos que existem e os produtos que podem ser usados, de acordo com o grau de complexidade de cada ferida. Ainda na pré-história, os homens utilizavam plantas e seus extratos como cataplasmas, para estancar hemorragias e umidificar as feridas. Por volta de 2700 a.C. os egípcios utilizavam produtos que, hoje, denominamos Fármacos da sujeira, esses produtos eram derivados de produtos aparentementeabsurdos como urina humana e outros, associados a orações e sacrifícios. Já os médicos egípcios acreditavam que quanto mais a ferida supurava, mais rápida era a cicatrização. Foram os precursores do adesivo atual, com a descoberta da ligadura adesiva, que consistia em tiras de linho impregnado de goma. O que é o curativo Meio terapêutico para limpeza e proteção da ferida. O curativo tem, portanto, como finalidade: Limpar a ferida; Promover a cicatrização, eliminando fatores que possam retardá-la; Tratar e prevenir infecções; Prevenir contaminação exógena; Remover corpos estranhos; Proteger a ferida contra traumas mecânicos; Promover hemostasia; Fazer desbridamento mecânico e remover tecidos necróticos; Reduzir edemas; Drenar e/ou absorver secreções e exsudatos inflamatórios; Diminuir odor; Manter a umidade da ferida; Fornecer isolamento térmico; Dar conforto psicológico ao paciente; Diminuir a intensidade da dor; Limitar a movimentação em torno da ferida. Tipos de curativos Variando de acordo com a natureza, a localização e o tamanho da ferida, os curativos, em alguns casos, necessitam de compressão, em outros, a lavagem exaustiva com solução fisiológica e há os que exigem imobilização com ataduras. Curativo semi-oclusivo: curativo absorvente e utilizado em feridas cirúrgicas, drenos e feridas exsudativas Curativo oclusivo: não permite a entrada de ar ou fluídos, atua como barreira mecânica, impedindo a perda de fluídos. Também promove o isolamento térmico e veda a ferida, para impedir enfisema e formação de crosta; Curativo compressivo: para reduzir o fluxo sanguíneo; Curativos abertos: realizados em ferimentos que não há necessidade de serem ocluídos. Os curativos são divididos em: Primários – quando usados em contato direto com o tecido lesado. Secundários – colocados sobre o curativo primário. Alguns tipos de Cobertura Hidrogel: Ação: mantém o meio úmido; promove desbridamento autolítico; estimula a cicatrização. Indicado para remoção de crostas e tecidos desvitalizados de feridas abertas. Alginato de cálcio: Ação: auxilia o desbridamento; tem alta capacidade de absorção; forma um gel que mantém o meio úmido; induz à hemostasia. Indicado para feridas abertas, sangrando, altamente exsudativas, com ou sem infecção. Papaína Ação: provoca dissociação das moléculas de proteína, resultando em desbridamento químico; bactericida e bacteriostático; estimula a força tênsil das cicatrizes; acelera o processo de cicatrização. Indicado para o tratamento de feridas abertas e desbridamento de tecidos desvitalizados. Ácidos graxos essenciais Ação: protege, hidrata o leito da ferida, restaura a pele na formação de tecido de granulação. Indicado para ferida em fase de granulação, sem infecção; Prevenção e tratamento das UP de graus I, II e III; Tratamento de feridas crônicas ou agudas na ausência de processos infecciosos. Carvão ativado. Ação: tem ação de absorção bactericida e desodorizante. Indicado para feridas exsudativas, limpas ou infectadas, crônicas ou agudas, superficiais ou profundas e com odor desagradável, como carcinomas fúngicos, feridas ulcerativas traumáticas e deiscências cirúrgicas.
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