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Desenvolvimento de Paraciclos para Ambiente Universitário

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João Batista Mendes da Silva Júnior
Universidade Federal da Paraíba
joaobatistamsj@gmail.com
Projeto focado no usuário: experiência de desenvolvimento de paraciclos 
para o ambiente universitário
Ana Beatriz Egypto Queiroga da Nóbrega
Universidade Federal da Paraíba
anabeatrizqueiroga@yahoo.com.br
Caroline Gurgel Cavalcanti de Albuquerque Saraiva
Universidade Federal da Paraíba
carolinegca@hotmail.com
Angelina Dias Leão Costa 
Universidade Federal da Paraíba
angelinadlcosta@yahoo.com.br
959
 
9o CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO PARA O PLANEJAMENTO URBANO, 
REGIONAL, INTEGRADO E SUSTENTÁVEL (PLURIS 2021 DIGITAL) 
Pequenas cidades, grandes desafios, múltiplas oportunidades 
07, 08 e 09 de abril de 2021 
 
 
 
 
 
 
PROJETO FOCADO NO USUÁRIO: EXPERIÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO 
DE PARACICLOS PARA AMBIENTE UNIVERSITÁRIO 
 
J. B. M. Silva Júnior, A. B. E. Q. Nóbrega, C. G. C. A. Saraiva, A. D. L. Costa 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Percebendo a importância de realizar projetos centrados no usuário, em que se considerem 
as necessidades do sujeito em relação ao produto durante a sua concepção, buscou-se o 
desenvolvimento um modelo de paraciclo para o ambiente universitário, neste caso, a 
Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Este artigo destaca principalmente o processo e 
o desenvolvimento de propostas de projeto concebidas a partir da metodologia GODP e de 
uma ferramenta digital de criatividade, ainda em teste, para auxílio no processo de 
concepção projetual. Com base em projetos preliminares desenvolvidos por três equipes 
multidisciplinares compostas por três arquitetos e/ou designers cada, percebeu-se a 
importância do uso do método com foco no usuário, principalmente para que o produto 
seja aceito e utilizado de forma acessível e com possibilidades de inovação. O resultado 
proposto mostra-se como uma investigação, essencialmente um estudo do método de 
projetar, muito mais do que o desenvolvimento de um produto findado. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A bicicleta é um meio de transporte que gera uma série de proveitos socioambientais e 
econômicos tanto para o usuário quanto para a sociedade em geral. A denominação 
transporte ativo é dada aos modos de deslocamento realizados através da energia humana, 
como andar e pedalar. Enfatiza-se, assim, os benefícios à saúde e o caráter não motorizado 
que gera contribuições para uma mobilidade mais sustentável (Andrade et al., 2016; Blue, 
2016). Segundo Brasil (2004, p.14): 
 
A Mobilidade Urbana Sustentável pode ser definida como o 
resultado de um conjunto de políticas de transporte e circulação que 
visa proporcionar o acesso amplo e democrático ao espaço urbano, 
através da priorização dos modos não-motorizados e coletivos de 
transporte, de forma efetiva, que não gere segregações espaciais, 
socialmente inclusiva e ecologicamente sustentável. Ou seja: 
baseado nas pessoas e não nos veículos. 
 
Assim, pedalar é um modo de transporte bastante eficiente, rápido e prático, sobretudo para 
deslocamentos de curtas e médias distâncias, além de ser integrável a outros modos de 
transporte, facilitando, deste modo, a intermodalidade. Além disso, a bicicleta é um veículo 
acessível economicamente, apresenta baixo custo de manutenção, demanda uma menor 
 
 
ocupação nas vias e menor custo de infraestrutura viária. Naturalmente, a prática de 
pedalar favorece uma série de benefícios à saúde e bem-estar para o ciclista, além de 
contribuir para a redução de emissão de gases poluentes no meio ambiente. Contudo, para 
uma cidade ciclável de boa qualidade é necessário que haja investimentos e planejamento 
de suporte e fomento para o uso das bicicletas através de uma rede viária coerente que 
permita um trânsito mais seguro, confortável e intermodal. Nesse sentido, a construção de 
estruturas cicloviárias potencializam o uso da bicicleta, proporcionando uma maior 
atratividade e comodidade. Para o uso das bicicletas, são requeridos locais de suporte para 
o estacionamento, sendo este um dos fatores de demanda para um melhor desempenho 
funcional no uso da bicicleta como transporte (Andrade et al., 2016; BLUE, 2016). 
 
A universidade é um grande polo gerador de viagens nas cidades e apresenta uma ampla 
diversidade de usuários, desde alunos e servidores, assim como a comunidade em geral que 
usufrui de serviços públicos disponíveis nesses locais. De acordo com Heinen e Buehler 
(2019) houve um crescimento no número de estudos que abordam o estacionamento para 
bicicletas. Os autores realizaram uma revisão de 94 artigos relacionados ao tema e 
constataram que os estudos analisados apresentam avaliações com foco no suporte, na 
demanda e comportamento para estacionar, e preferências e efeitos no comportamento de 
viagens. As principais descobertas mostram que: grandes demandas estão relacionadas a 
uma maior quantidade de estacionamento para bicicletas; ciclistas buscam infraestrutura de 
melhor qualidade, localizações mais convenientes e proximidade com entradas; pagar 
diminui a probabilidade de uso; muitos ciclistas estacionam em locais inapropriados, o que 
indica uma falta de balanço entre suporte e demanda. Além disso, os autores também 
constataram que os ciclistas preferem alta qualidade de facilidades (como cobertura), mas a 
conveniência varia por grupos; e a facilidade mais evidenciada são aquelas relacionadas à 
segurança contra roubo e vandalismo. Por outro lado, a falta ou a inadequação de 
estacionamento para bicicletas desencoraja ciclistas enquanto a conveniência, como fácil 
acesso a bicicletas, proximidade de origem e destino influencia aumento na quantidade de 
ciclistas. O grau de qualidade do estacionamento para bicicletas, assim como o estudo de 
intervenções é limitado nas pesquisas, que focam mais nas demandas, comportamento e 
preferências. 
 
Desse modo, torna-se relevante realizar estudos locais, como forma de entender as 
principais necessidades dos ciclistas e desenvolver propostas de melhoria de acordo com 
cada contexto. Para tanto, a ideação conjunta necessita da ―incorporação de processos de 
colaboração e de gestão integrada‖, de acordo com Veloso e Elali (2014, p.4), explicando 
que há cada vez menos espaços para visões solitárias e unilaterais, à medida que o diálogo 
e empatia devem permear todas as etapas de projetação, podendo-se experimentar 
atividades no ambiente acadêmico. Assim, o objetivo deste artigo é apresentar a 
experiência de aplicação de uma metodologia centrada no usuário com ênfase nas 
propostas projetuais preliminares concebidas de paraciclos para a Universidade Federal da 
Paraíba (UFPB), em João Pessoa-PB. 
 
2 METODOLOGIA 
 
A metodologia utilizada para auxiliar a idealização do projeto do paraciclo-modelo foi o 
método GODP - Guia de Orientação para Desenvolvimento de Projetos (Merino, 2016). O 
método GODP surge a partir de uma organização das literaturas de design e da compilação 
de metodologias diversas, de forma que se pudesse ―organizar e oferecer uma sequência de 
ações que permitam que o Design seja concebido de forma consciente, levando em 
 
 
consideração o maior número de aspectos, e respondendo de forma positiva e consciente 
aos objetivos fixados para o projeto‖ (Merino, 2016, p. 11). Esse método desenvolve-se 
em 03 fases e 08 etapas (Figura 1) que abrangem a ―coleta de informações pertinentes ao 
desenvolvimento da proposta, o desenvolvimento criativo, a execução projetual, a 
viabilização e verificação final do produto‖. Nesse contexto, o presente artigo, relata uma 
experiência discente com ferramentas de criação colaborativa centrada no usuário, 
apresentando especificamente as fases de ―Inspiração e Ideação‖ definidas no método 
GODP. 
 
 
 
Fig. 1 Metodologia GODP 
Fonte: NGD-LDU/UFSC, 2019. 
 
A atividade foi desenvovlida por 03 equipes de projeto, cada uma composta por 03 
discentes de pós-graduação — designers e arquitetos — com expertises diversas, de modoque o processo criativo fosse composto com olhares técnicos distintos e sob diferentes 
aspectos do produto a ser gerado. Os produtos propostos foram paraciclos para utilização 
no campus universitário I da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, localizado em João 
pessoa/PB, tendo como intenção a incorporação de conceitos de percepção sensorial, 
usabilidade e desenho universal, com foco no usuário como diretriz central no projeto, 
objetivando ambientes mais acessíveis e utilização democrática dos espaços e do produto. 
 
Algumas ferramentas foram utilizadas como base para o desenvolvimento de parte das 
etapas. O processo de utilização da metodologia GODP foi realizado com utilização de 
painel onde foram sendo fixados post-its que guiavam o desenvolvimento de todo o 
 
 
processo. A etapa -1 (OPORTUNIDADES) consistiu na análise de estudos existentes sobre 
a mobilidade dento do campus e análises gerais junto aos usuários acerca da viabiliadade e 
necessidade dos paraciclos como objeto compoente da mobilidade intracampus. A fase 0 
(PROSPECÇÃO), consistiu na definição de diretrizes para guiar o projeto, aqui sendo a 
principal o paraciclo estar associado ao desenho universal, e também para sua posterior 
instalação e viabilização. Na etapa 1 (LEVANTAMENTO DE DADOS), foi realizada uma 
pesquisa documental, onde consultou-se diversos artigos de períodicos, com diferentes 
abordagens sobre paraciclos em Universidades, bem como uma pesquisa de campo com 
walktrough, a fim de identificar, localizar e qualificar todos os paraciclos da UFPB, além 
de entrevistas com usuários de bicicleta dentro do campus. 
 
Na etapa 2 (ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS) optou-se por utilizar um 
quadro de requisitos de projeto (Tabela 1), com o propósito de, em poucas palavras, 
sintetizar tudo o que foi analisado acerca do produto, associando um valor-meta para que o 
requisito seja mensurável e atingível. Aqueles que possuem um relacionamento mais 
intrínseco com as necessidades dos usuários passam a ser denominados de ―requisitos 
obrigatórios‖, que devem guiar as principais características do produto (Pazmino, 2015), 
enquanto os demais passam a ser desejáveis ou requisitos guias. 
 
Tabela 1 Requisitos de projeto selecionados 
 
Projeto de Paraciclo para a Universidade federal da Paraíba 
Requisitos Objetivos Classificação 
Estética e 
Visual 
Design simples, cores de destaque Desejável 
Bons acabamentos e fácil execução Necessário 
Contemporâneo Desejável 
Número reduzido de peças/encaixes Desejável 
Unidade visual Desejável 
Dimensão modular Desejável 
Praticidade 
Fácil instalação Necessário 
Leveza Desejável 
Segurança do equipamento Necessário 
Funcionalidade 
Formas que garantam segurança ao equipamento Necessário 
Garantir segurança das peças Desejável 
Manter o equipamento em pé, com dimensão apropriada Necessário 
Garantir estacionamento para mais de uma bicicleta Necessário 
Interação com o usuário Necessário 
Acesso e encaixes facilitados Necessário 
Durabilidade 
Resistência ao peso e humidade Necessário 
Tratamento da matéria prima Necessário 
Materiais duráveis em relação ao tempo Necessário 
Mobilidade 
Acessibilidade Necessário 
Localização apropriada e facilitada Necessário 
Sinalização Desejável 
Ergonomia 
Dimensões adequadas ao público alvo Necessário 
Regulagem aos diferentes tamanhos de equipamento Necessário 
Encaixe para fecho ou cadeado Necessário 
Instalação em diversos tipos de terreno Necessário 
Dimensões reduzidas para facilitar manuseio Desejável 
Custos 
Redução dos custos na fabricação e instalação Necessário 
Fácil manutenção Necessário 
Materiais de fácil acesso no mercado Desejável 
 
 
 
(continuação) 
 
Projeto de Paraciclo para a Universidade federal da Paraíba 
Requisitos Objetivos Classificação 
Materiais 
Industrializados Necessário 
Fácil limpeza Desejável 
Adequados ao produto Necessário 
Cores 
Cores vivas e vibrantes Desejável 
Associar cores à marca Desejável 
 
Para o desenvolvimento da etapa 3 ―Criação‖, utilizou-se uma ferramenta de concepção 
criativa de projeto, resultado parcial de uma tese de doutorado em andamento do Programa 
de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU) da UFPB (Da Silva; Costa; 
Thomann, 2019). A fase de utilização desta ferramenta fez parte da participação dos 
discentes da disciplina ―Processos integrados: Qualidade e Avaliação do Ambiente 
Construído – Escala do edifício‖, em seu módulo 2 (Metodologias e ferramentas de auxílio 
ao projeto com foco no usuário). O acesso a ferramenta se deu por meio digital em uma 
plataforma online com acesso por senha, na qual ocorreu a inserção, organização e 
alinhamento dos dados (Figura 2) pelos usuários projetistas, sendo alimentada 
simultaneamente a partir de quaisquer lugares, já que funciona de forma interconectada. O 
piloto apresentado consistiu em um guia circumplexo que envolve os conceitos de 
percepção sensorial, usabilidade e desenho universal, e intencionava que estes aspectos 
estivessem presentes nas propostas conceituais obtidas na etapa da ideação, ainda que com 
graus de pregnância distintos definidos pelos projetistas. 
 
Fig. 2 Interface inicial da ferramenta utilizada 
Fonte: Da Silva; Costa; Thomann, 2019. 
 
As combinações são organizadas através de um aparato que as gera de modo circular, onde 
o círculo interno consiste em variáveis ligadas ao sistema sensorial (visão, audição, 
háptico, orientação básica e olfato/paladar), representadas na cor azul, e o externo, na cor 
verde, consiste em uma associação entre os conceitos de usabilidade e design universal 
(uso simples, compatibilidade, mensagem perceptível, feedback e baixo esforço) (Figura 
3). No total podem ser feitas até 25 combinações entre as 5 variáveis de cada círculo, a 
depender do foco e do produto do projeto almejado, sendo o mesmo mais simples ou mais 
 
 
complexo. Após isso, identificam-se três funções (prática, estética e simbólica) de cada 
combinação que norteiam as palavras-chave e os conceitos adotados, gerando ações 
alternativas e diretrizes para a criatividade. 
 
 
Fig. 3 Combinações da ferramenta para criação 
Fonte: Da Silva; Costa; Thomann, 2019. 
 
Foram criados, assim, modelos/protótipos de um paraciclo, de acordo com os requisitos, 
combinações e palavras-chave mais utilizadas em todo o processo descrito pela experiência 
de uso das ferramentas. E, dessa forma, os aspectos relacionados à facilidade de uso, 
ergonomia, desenho universal, fácil visualização e acessibilidade foram identificados como 
importantes de serem considerados em uma posterior etapa 4 de ―Execução‖, que não foi 
realizada na disciplina experimental. 
 
3 RESULTADOS 
 
Os resultados dos projetos (em nível de estudos preliminares) das três equipes são 
apresentados a seguir, nos quais se observam diferenças de partido projetual e prioridades 
de atendimento às necessidades. 
 
3.1 Projeto Paraciclo 
 
A metodologia e a ferramenta utilizadas organizaram conceitos projetuais que facilitaram, 
em especial, a etapa de ideação, gerando algumas propostas de paraciclo, como se pode 
observar nos exemplos abaixo (Figura 4). Após a inserção dos dados e feitas as 
combinações desejadas, a ferramenta detém, em um arquivo intercambiável, todo o 
arcabouço criativo lançado, de modo que cada conceito obtido tenha uma lista de pré-
requisitos originais que pode ser revisitada, sempre que necessário. Nesta proposta, 
denominada ―Projeto Paraciclo‖, foram utilizadas cinco combinações: ―mensagem 
 
 
perceptível & visual‖, ―baixo esforço & háptico‖, ―compatibilidade & orientação básica‖, 
―feedback & háptico‖ e ―uso simples & visual‖. 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 4 Soluções conceituais elaboradas com base nos conceitos intercambiáveis da 
ferramenta 
Fonte: Elaborado pelos autores, 2019. 
 
3.2 Projeto ParaBike 
 
Na proposta denominada ―Projeto Parabike‖ realizou-se seiscombinações, sendo elas: 
―visual & uso simples‖, ―visual & compatibilidade‖, ―visual & mensagem perceptível‖, 
―visual & feedback‖, ―háptico & baixo esforço‖ e, por fim, ―orientação básica & baixo 
 
 
esforço‖. Essas combinações geraram palavras-chave e painéis de referências que puderam 
nortear o projeto e gerar um conceito projetual em relação às funções práticas, estéticas e 
simbólicas. 
 
 
 
Fig. 5 Referência entre o produto e o conceito 
Fonte: Autores, 2019. 
 
Ressalta-se que o campus I da UFPB possui uma forte relação com o meio natural, devido 
a presença da reserva de mata atlântica no campus. Assim, buscou-se referenciar o 
mobiliário do paraciclo com algo existente e predominante na natureza, como é o caso das 
árvores. Percebeu-se que havia uma relação entre o espaço necessário de um paraciclo 
onde se prende a bicicleta com as raízes halófitas das árvores do mangue, além dos 
aspectos de proteção e sombreamento e outras características. Com esse conceito, 
conduziu-se a elaboração do projeto, buscando aliar cada elemento da árvore com as 
necessidades identificadas anteriormente, como ilustrado acima na Figura 5. 
 
3.3 Projeto UFPBike 
 
A terceira proposta foi denominada ―Projeto UFPBike‖. Na etapa de criação, ainda no 
momento de ideação, a partir da utilização da ferramenta de criação e guiados pelos 
requisitos desenvolvidos, desenhou-se os primeiros esboços, gerando alternativas que 
antedessem às necessidades indicadas nas primeiras etapas e estivessem de acordo com os 
resultados gerados a partir das combinações propostas pela ferramenta. Deste modo foram 
criadas 10 combinações diferentes: orientacao & compatibilidade; visual & uso simples; 
orientacao & baixo esforço; visual & mensagem perceptível; orientacao & uso simples; 
visual & compatibilidade; visual & feedback; haptico & baixo esforço; haptico & 
mensagem perceptível; visual & baixo esforço. 
 
Após os primeiros desenhos, utilizou-se o software Sketchup Pro para modelar e apresentar 
as ideias iniciais. O desenho seguiu, dentre outros, o requisito de modulação, de maneira 
que pudesse se adequar às necessidades de cada departamento, dependendo do número de 
usuários. 
 
 
 
Fig. 6 Modelos de Perfil base para concepção modular 
Fonte: Elaborado pelos autores, 2019. 
 
Buscou-se, na etapa de criação, estabelecer uma identificação imediata do objeto com sua 
função, para o rápido reconhecimento por parte dos usuários. Para isso, ainda em fase 
inicial de concepção, desenhou-se um perfil-base que remetesse às linhas principais de 
uma bicicleta juntamente com a identidade visual do projeto e, ao mesmo tempo, fosse 
adequado a toda a população e à fixação de tipos diversos de bicicletas, em diferentes 
alturas. Como resultado, surgiram duas propostas distintas desse perfil-base que poderiam 
ser aplicadas (Figura 6). 
 
Partindo dos desenhos do perfil-base desenhou-se alternativas de paraciclo modular, que 
pudessem se adaptar a todos os locais pretendidos (Figura 7). Foi feito, ainda, um estudo 
preliminar de cores, a fim de investigar as opções que fossem facilmente identificáveis à 
distância e, ao mesmo tempo, mantivessem a harmonia e associação com a identidade 
visual da universidade (Figuras 8). 
 
 
Fig.7 Estudos da repetição do perfil-base e dos perfis em diferentes alturas 
Fonte: Elaborado pelos autores, 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 8 Estudo de cores 
Fonte: Elaborado pelos autores, 2019. 
 
Com base nos resultados dos projetos observou-se que a metodologia adotada em comum 
busca evidenciar uma experiência de desenvolvimento de projeto, tomando como 
elemento-chave as necessidades do usuário como principal componente para a definição de 
conceitos, diretrizes e requisitos para o produto. Para tanto, esses aspectos estiveram 
diretamente incorporados nos métodos e ferramentas adotados no trabalho em todas as 
etapas de projeto. Desse modo, verificou-se a importância de uma infraestrutura de 
paraciclos de melhor qualidade, adequada a acessos mais convenientes aos ambientes do 
campus, promoção de maior segurança contra roubo e vandalismo, fácil orientação e 
localização do mobiliário, conexão com outras infraestruturas de suporte ao ciclista (como 
banheiros e vestiário) e conforto para o seu uso. Ressalta-se ainda que a continuação desses 
projetos pode resultar em produtos viáveis e aplicáveis, sobretudo pelo seu potencial de 
uso por usuários com necessidades distintas. 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O método e ferramenta utilizados e a colaboração dos envolvidos auxiliaram no 
desenvolvimento do processo criativo fazendo com que uma ou mais das bases conceituais 
associadas (percepção sensorial, usabilidade ou desenho universal) estivesse claramente 
presente nas soluções propostas. A ferramenta se mostrou um recurso otimizador na 
medida em que recebeu alimentação, interferências e adições virtuais de colaboradores 
dispersos geograficamente. 
 
Acredita-se que esta experiência pedagógica desafiadora tenha sido o que Veloso e Elali 
(2014, p.1) chamam de uma ―cultura projetual participativa e colaborativa no ambiente 
acadêmico‖; em que práticas andragógicas venham incentivar a co-criação generativa na 
academia. 
 
Contudo, a despeito do refino da ferramenta e da necessidade de ajustes pontuais, é 
necessário destacar o argumento de Palmer et al. (2018) que considera que soluções 
práticas — como métodos, tecnologias e ferramentas — são importantes e fazem parte do 
objetivo dos esforços coletivos; mas elas representam apenas parte de um significado ainda 
maior: a apropriação por parte dos usuários finais, projetistas e colaboradores dos modos 
de negociação e flexibilização mutuamente aceitáveis de projetação, para que ocorra 
avanços efetivos e não apenas circunstanciais. 
 
 
 
Os resultados da aplicação do manual do GODP e da Ferramenta para o processo criativo 
apontam que é necessário um tempo adequado para o preenchimento dos requisitos e 
aplicação no produto para que o processo seja de fato participativo e relacionado com as 
necessidades reais do usuário final. Essa foi uma das dificuldades encontradas, ao realizar 
a atividade de projeto em um período curto, no âmbito de uma disciplina da pós-graduação. 
 
Como sugestão para trabalhos futuros, sugere-se a incorporação de técnicas de abordagens 
mais estruturadas e objetivas ao usuário, como ferramentas dentro das etapas iniciais do 
GODP, para além dos dados coletados através de pesquisas já realizadas e entrevistas 
informais não estruturadas. 
 
5 REFERÊNCIAS 
 
Andrade, V., Rodrigues, J., Marino, F. e Lobo, Z. (Orgs.) (2016). Mobilidade por 
bicicleta no Brasil. 1. ed., Rio de Janeiro: PROURB/UFRJ, 2016. 
 
Blue, E. (2016) Bikenomics: como a bicicleta pode salvar a economia. Rio de Janeiro: 
Babilonia Cultura Editorial. 
 
Da Silva, R. F. L., Costa, A. D. L. e Thomann, G.(2019) Design tool based on Sensory 
Perception, Usability and Universal Design. PROCEDIA CIRP, v. 84, p. 618-623. 
 
Heinen, E. e Buehler, R. (2019) Bicycle parking: a systematic review of scientific literature 
on parking behaviour, parking preferences, and their influence on cycling and travel 
behaviour. Transport Reviews, 39(5), 630-656. 
 
Merino, G. S. A. D. (2016) GODP – Guia de Orientação para Desenvolvimento de 
Projetos: Uma metodologia de Design Centrado no Usuário. Florianópolis: Ngd/Ufsc, 
Disponível em: www.ngd.ufsc.br. Acesso em: 12 nov. 2019. 
 
Pazmino, A.V. (2015) Como se cria: 40 métodos para design de produtos. São Paulo: 
Editora Edgar Blucher. 
 
Veloso, M. e Elali, G. A. (2014). Projeto como construção coletiva: da participação à 
colaboração – os desafios do ensino. Proceedings III Encontro da Associação Nacional 
de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, 2014.

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